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Claretiano. Historia da América. Mesoamerica

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LUIS FELIPE GERIBELO LEITE - 1138520
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Centro Universitário Claretiano
Licenciatura em Historia
Historia da América
Reginaldo de Oliveira Pereira
BARRETOS-SP
2015
Tlachtli – O Esporte Mesoamericano
Mesoamérica é o termo que começou a ser usado no final do século 19 por um estudioso alemão chamado Eduard Seler (1849-1922), para se referir a uma porção da parte central do continente americano, aonde viveram antigas civilizações denominadas pré-colombianas ou Mesoamericanas. Ainda hoje, nessa região existe uma densa população de índios e descendentes indígenas, Como afirma Julio Cezar Melatti (2011):
Figura 1 – Mapa da Mesoamérica
 [...] entende por Mesoamérica aquela região que abrigou as grandes civilizações indígenas dos maias, dos astecas e de seus antecessores e que até hoje tem uma população indígena numerosa e densa. A Mesoamérica inclui o centro e sul do México, mas não o norte; inclui também a Guatemala e Belize. (MELATTI, Julio Cesar. Áreas Etnográficas da América Indígena: Mesoamérica. 2011. Disponível em: http://www.juliomelatti.pro.br/areas/36meso.pdf. Acesso em: 17/08/2015).
Diante disso vemos que “mesoamérica” não é o nome só de uma porção de terra do continente americano, mas também se refere aos povos que viveram nessa região por milênios. Além dos povos já citados, também viveram nessa região: os Olmecas, Teotihuacános, Zapotecas, Toltecas, dentre outros povos cujo se tem pouco material arqueológico para estudo, por conta de sua baixa densidade demográfica.
Todos os povos que tiveram contato com os europeus na época da conquista tinham algo em comum: o Tlachtli, Teotlachtli ou Ullamaliztli, que seria um “esporte/ritual” mesoamericano, praticado em diferentes regiões como: Monte Albán, Tenochtitlán, Chichén Itzá, Copán, Yagul, entre outras.
 Não se sabe como esse “esporte” foi criado, porém acredita-se que tenha se originado com o povo Olmeca por conta de uma escultura que, segundos especialistas retrata um jogo de Tlachtli. Como Afirma Danilo José Figueiredo:
O Tlachtli possivelmente foi inventado pelos olmecas, visto que uma de suas esculturas mais famosas, “O Lutador”, seria, segundo especialistas, na verdade, um jogador de Tlachtli. (FIGUEIREDO, Danilo José. Tlachtli: esporte ou ritual de sangue? Jan. 2004. Disponível em: < http://www.nethistoria.com.br/secao/artigos/422/tlachtli_esporte_ou_ritual_de_sangue_/capitulo/3/ >. Acesso em: 17/08/2015.)
Figura 2 - Capitães de Tlachtil entalhados em Chichén-Itzá..
O capitão perdedor (esq.) está com a cabeça do capitão do time vencedor (dir.).
O Tlachtli era mais que um simples “esporte”, era considerado como uma pratica ritualística e religiosa, por não haver indícios de campos para sua prática fora das proximidades dos centros religiosos ou cerimoniais. 
A prática do Tlachtli era dividida em dois times compostos por homens (não há indícios de mulheres praticando) na qual o objetivo era passar uma bola feita possivelmente de couro (podendo variar de acordo com a cultura) por um arco usando apenas os joelhos, cotovelos e bacia, vencia aquele que acertasse a bola no arco primeiro. 
Para o final de cada jogo existem variações de encerramento de acordo com cada cultura, por exemplo: Em Tenochtitlán todo o time perdedor era sacrificado, em Chichén-Itzá apenas o líder do time vencedor era sacrificado e em Monte Albán não havia nenhum sacrifício.
Mesmo depois de tanto tempo, o Tlachtil ainda continua “vivo” na cultura mexicana. Por conta da forte influencia maia na cultura mexicana, no parque Xcaret, localizado próximo a Cancun, eventualmente acontece uma encenação do esporte, aonde os visitantes podem presenciar uma partida de Tlachtil (conhecido como “Pok ta Pok” naquela região), e ver de perto, como esse esporte era praticado pelo povo mesoamericano.
Lista de Figuras:
Figura 1: Mapa da Mesoamérica Disponível em: http://www.tamal.co.uk/wp-content/uploads/2013/04/mapa-mesoamerica.gif. Acesso em: 17/08/2015.
Figura 2: Capitães de Tlachtil entalhados em Chichén-Itzá..
O capitão perdedor (esq.) está com a cabeça do capitão do time vencedor (dir.),
que por sua vez apresenta a "raquete" nas mãos. Disponível em: http://www.klepsidra.net/klepsidra13/capitaes.jpg. Acesso em: 17/08/2015.
Referencias:
FIGUEIREDO, Danilo José. Tlachtli: esporte ou ritual de sangue? Jan. 2004. Disponível em: < http://www.nethistoria.com.br/secao/artigos/422/tlachtli_esporte_ou_ritual_de_sangue_/capitulo/3. Acesso em: 17/08/2015.
MELATTI, Julio Cesar. Áreas Etnográficas da América Indígena: Mesoamérica. 2011. Disponível em: http://www.juliomelatti.pro.br/areas/36meso.pdf. Acesso em: 17/08/2015.
O Jogo de Bola Mesoamericano. Planeta América Latina 10/02/2015. Disponível em: http://www.planetaamericalatina.com.br/artigo/o-jogo-de-bola-mesoamericano. Acesso em: 17/08/2015.
Caracteristica Mesoamérica. http://www.ejemplode.com/33-geografia/3412-caracteristicas_de_mesoamerica.html. Acesso em: 17/08/2015.
Tlachtli: Aztec sporting field. http://www.britannica.com/sports/tlachtli Acesso em: 17/08/2015.
PINHEIRO, Marcos Sorrilha. História da América l. Batatais: Claretiano, 2014. Unidade 1.
PINHEIRO, Marcos Sorrilha. História da América l. Batatais: Claretiano, 2014. Unidade 2.
Representaciones Prehipánicas. http://www.xcaret.com.mx/representaciones-prehispanicas.php Acesso em 18/08/15.
Correção: 
Olá Luis Felipe, tudo bem? Sua nota referente a atividade é 0.50. Parabéns!!! Quando utilizar figuras você deve dar um título e indicar a fonte (o título deve ser colocado na parte superior e a fonte indicada na parte inferior da imagem). 
Alguns estudiosos alemães, com destaque para Eduard Seler (1849-1922), foram os responsáveis por introduzirem a expressão “Mittel America” para se referir a região onde floresceu uma alta cultura indígena na parte central e sul do México e no território contiguo dos países do norte da América Central. No ano de 1943, outro alemão, Paul Kirchhoff, em sua obra “Mesoamérica: sus limites geográficos, composición étnica y caracteres culturales” focalizou sua atenção nos limites geográficos do que ele chamou Mesoamérica. Esta denominação significa mais que um termo geográfico: diz respeito também a região em que altas culturas e civilizações nativas se desenvolveram e disseminaram sob várias formas e em épocas diferentes.
A chamada Mesoamérica corresponde, grosso modo, a uma região onde hoje ficam os estados mexicanos de Oaxaca e Chiapas, parte da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, a província de Huanacazte na Costa Rica e a área do Golfo do México próxima a Veracruz e Tabasco).
A primeira cultura mesoamericana a florescer foi a olmeca (1200-500 a.C.). Os olmecas praticavam agricultura rudimentar, sem irrigação e avançavam pela floresta quando a terra ficava desgastada pelo uso constante do solo. A grande inovação trazida por este povo é representada pela formação de centros cerimoniais distribuídos ao longo de seu território, que compreendia a região da costa de Veracruz e o norte do estado de Tabasco, no atual México.
Os olmecas tinham artesãos e pessoas dedicadas a promover os ritos religiosos de adoração a suas divindades. Os olmecas adoravam um deus-jaguar onipresente. 
Eles ficaram famosos pela produção de cabeças humanas gigantescas. Suas famosas estelas - peças arqueológicas feitas de pedra, em um único bloco – exibem cenas de guerra, sistemas de cálculo de tempo ou desenho de cabeças cobertas com tecido. Vale ressaltar que o sistema utilizado pelos olmecas para o cálculo do tempo revela que eles além de dominarem rudimentos matemáticos, tinham conhecimento do conceito do zero.
A difusão de elementos olmecas entre os demais povos da Mesoamérica pode ser explicado pelo significativo comércio desenvolvido por este povo em um período de relevante crescimento populacional. Ao mesmo tempo que ocorria o contato comercial se dava a troca de ideias e várias de suas crenças, que foram adotadas por outros gruposhumanos.
Apesar do declínio da civilização olmeca, eles nos legaram o calendário e o zero. Dentre as causas de seu declínio podemos levantar as seguintes hipóteses: foram suplantados por outros povos, que minaram suas forças; rebeliões e revoltas internas contra líderes que teriam se tornado tirânicos; a organização religiosa acabou se apresentando conservadora o suficiente para não incorporar organizações regionais autônomas que se desenvolveram na periferia de seus domínios.
Um outro povo que merece destaque são os teotihuacanos, que conheceu o apogeu entre 350 e 650 d.C. Teotihuacán, é conhecida como a "metrópole dos deuses". De acordo com alguns estudiosos, está foi a maior cidade do mundo em sua época áurea, contendo uma população de aproximadamente 200 mil habitantes. Provavelmente, no final do predomínio olmeca, Teotihuacán já se desenhava como uma confederação de quatro tribos, localizadas em um vale do planalto central, cerca de 40 quilômetros a Nordeste da atual Cidade do México.
Resquícios dos teotihuacanos podem ser vistos ainda hoje, a 50 km da Cidade do México, onde estão as pirâmides do Sol e da Lua, a pirâmide do deus Quetzalcóatl (Serpente Emplumada) e o Palácio das Mariposas. Os teotihuacanos eram politeístas e vários de seus deuses forma invocados posteriormente por outros povos de língua nahuat: Tlaloc e Chalchiuhtlicue, Senhor e Senhora das Águas; Quetzalcóatl, a Serpente Emplumada; Xiuhtecuhtli, Senhor do Fogo; Xopchipilli, Príncipe das Flores. 
Muitos dos membros do grupo governante de Teotihuacán falavam provavelmente a língua nahuat, uma forma arcaica do náhuatl, que viria a ser, século mais tarde, a língua oficial dos astecas. A riqueza arquitetônica de Teotihuacán reflete a estrutura social nitidamente urbana e hierarquizada, em cujo topo estava a sociedade imperial e, na base, os habitantes mais pobres. Havia também outros grupos sociais intermediários como os comerciantes, os soldados e os sacerdotes. A cidade chegou a ser o centro de uma vasta região que ia do Vale do México até a atual Guatemala. Entre os anos de 650 e 700 Teotihuacán foi invadida, saqueada e incendiada, entrando em decadência.
Os teotihuacanos , juntamente com os zapotecas e os maias, deram origem às grandes civilizações que atingiram o apogeu no período clássico (200 a.C. – 900 d.C.). Esses três povos apresentam algumas semelhanças: desenvolveram técnicas agrícolas, cerâmica sofisticada, conhecimentos matemáticos e astronômicos bem como adotaram a religião politeísta.
Os zapotecas, instalaram-se na região do monte Alban (atual estado de Oxaca) e desenvolveram uma importante cultura por volta de 600 a.C. e dominaram povos que anteriormente haviam sido subjugados pelos teotihuacanos.
Diferentemente dos teotihuacanos, que organizaram sua cidade em uma região planáltica, os zapotecas encontravam-se em uma região constituída por colinas. Assim como os teotihuacanos, os zapotecas adotaram o deus-jaguar dos olmecas – Tlaloc, deus da chuva ou da terra. Também como fizeram os olmecas, os zapotecas desenvolveram um tipo de escrita e calendários.
Os maias e os astecas também fazem parte das civilizações que se desenvolveram na Mesoamérica. Porém, teremos oportunidade de discutirmos as características desses povos em nosso próximo Fórum. Abraço e bons estudos!!!
Referências Bibliográficas:
PINHEIRO, Marcos Sorilha. História da América I. Batatais/SP: Claretiano, 2013. (Unidade 2).
BETHELL, LESLIE (org.). História da América Latina. São Paulo: Edusp, v. 1, 1997.

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