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Comportamento_Empreendedor_FACE_II_2016_Resumo_das_aulas_1_ate_6.pdf

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
“Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, 
dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos 
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as 
consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. 
HIRSCH (2014) 
 
Olhando para essa definição não nos surge a sensação de que está se 
falando do super-homem ou de alguém muito especial e acima do normal? Pois 
é, daí que surge o mito de que o empreendedor é alguém raro, altamente 
qualificado e além do alcance de nós, simples mortais! 
Mas, como foi dito, tudo isso é um mito! Algo criado pelo imaginário 
popular e que se torna verdade, sem que ninguém questione. Felizmente, ser 
um empreendedor não é uma missão para os escolhidos e pessoas “fora da 
curva de normalidade”. Todos nós podemos e devemos ser empreendedores! 
A partir desta aula, vamos derrubar esse mito e mostrar que é bastante 
possível agirmos em nossa vida, seja no campo pessoal, social ou profissional, 
como verdadeiros e eficazes empreendedores. Por isso vamos conhecer mais 
sobre essa figura cada vez mais importante às sociedades e aprender como 
exercitar mais esse nosso espírito empreendedor! Pronto para começar? 
Então, que tal assistir à apresentação dos professores Henrique Castelo 
Branco e Helton Schneider sobre este tema? Basta acessar o material online. 
Contextualizando 
O ato de empreender é antigo e com o tempo passou por transformações 
em relação ao que fazer, como fazer, onde fazer e até mesmo o porquê fazer. 
Porém, sua essência não mudou! 
De forma simples, podemos dizer que empreender é transformar. Seja a 
si mesmo, seu entorno, seu negócio, sua sociedade, seu mundo, enfim, 
empreender é agir pela mudança, porém não de forma impensada e desastrada. 
Empreender é a arte de transformar uma ideia em realidade, com o máximo de 
impacto positivo possível. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Mas quem é esse sujeito? Esse artista? Esse transformador? Estamos 
falando da figura do empreendedor: uma pessoa que tem certo perfil e que segue 
algumas crenças e características. Um profissional que tem um conjunto de 
competências e age com determinação, não temendo o fracasso ou o erro, e 
acima de tudo, aprendendo sempre. 
Inicialmente, apresentaremos na aula de hoje os conceitos e as 
características da ação empreendedora, mostrando que ela pode ser 
analogamente considerada uma caminhada, na qual se percebe um começo, um 
caminho e um destino. Porém, neste percurso há diferentes desafios, riscos e 
decisões. Além disso, serão apresentados os diferentes focos e tipos de ações 
empreendedoras, já que o ato de empreender assume diferentes feições, 
dependendo de como, onde e porque se está empreendendo. 
Posteriormente, discutiremos a relação entre sorte, criatividade e ação 
empreendedora com o objetivo de entender melhor como se processa o desafio 
de obter resultados mediante o esforço empreendedor. Isso nos remeterá ao 
CHA empreendedor. Não, não estamos falando da bebida quente e saborosa, 
mas das capacidades, habilidades e atitudes do empreendedor. Para finalizar, 
você descobrirá quais elementos podem ser considerados as bases do 
empreendedor. Todo esse conteúdo será transmitido com a indicação de artigos, 
vídeo, casos e exercícios para fixar melhor a sua aprendizagem. Bom estudo. 
Problematização 
Aprender sobre um tema observando como ele vem sendo praticado é 
uma ótima maneira de assimilar conhecimentos. Mediante a uma pesquisa do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi possível trazer algumas 
informações que serão importantes para o seu aprendizado. Vamos a elas? 
Segundo o IBGE, depois que as empresas são encerradas, 61% dos 
novos empresários perdem parte ou todo o capital investido. Mas, por incrível 
que pareça, 44% dessas empresas tinham um bom planejamento antes de 
começarem a atuar, mas a má gestão dos recursos depois de sua formação foi 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
um dos pontos negativos que mais proporcionou seu fechamento. Isso é um sinal 
de que não basta ter apenas uma boa ideia: o gerenciamento eficiente de todos 
os setores é uma característica fundamental que assinala as empresas de 
sucesso. 
Diante do exposto podemos afirmar que: 
I - É dispensável o esforço de montagem de um plano de negócios. 
II – Competência gerencial é parte essencial do sucesso 
empreendedor. 
III – A formação empreendedora em cursos superiores habilita o 
empreendedor a superar os desafios que causam o encerramento 
precoce das empresas. 
IV – A questão de se ter uma boa ideia, segundo se pode observar 
no texto, não deixa de ser um elemento importante ao sucesso dos 
empreendimentos. 
V – O empreendedor precisa estar consciente e preparado para a 
possível perda do capital investido para a formação de seu 
empreendimento. 
 
Agora, escolha a alternativa que contenha as opções corretas: 
 
a. I, III e V. 
b. III e V apenas. 
c. II e IV. 
d. I, II e IV. 
e. Todas as alternativas estão incorretas. 
Confira a resposta correta no seu material online. 
 
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5 
Pesquise 
Quais são os reais motivos do fracasso de novas empresas? 
Esta pergunta pode ser respondida por meio de uma pesquisa na internet. 
Clique nos links indicados a seguir e acesse algumas sugestões de matérias. 
http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/fundador-do-google-revela-
razao-pela-qual-empresas-fracassam 
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI334120-17141,00-
O+QUE+FRACASSA+NAO+E+O+NEGOCIO+E+O+EMPREENDEDOR.html 
http://sites.pr.sebrae.com.br/blogs/2014/03/14/por-que-as-empresas-
fracassam/ 
 
Ficou curioso para saber os principais números do empreendedorismo do 
Brasil? Mate a sua curiosidade clicando no link a seguir. 
http://www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus-
principais-numeros/ 
Tema 1: Conceitos e Características da Ação Empreendedora 
Ao analisarmos a evolução dos conceitos de empreendedorismo notamos 
que se trata de um tema com diversas facetas, conectando-se de modo amplo a 
diferentes pontos de vistas. Essa realidade fica bastante perceptível ao lermos a 
definição deste termo pelos seguintes autores: 
Segundo Say, empreendedor é aquele que é remunerado pelo lucro; o 
indivíduo que recombina capital, recursos físicos e mão de obra de alguma 
maneira original e inovadora. 
Schumpeter associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à 
inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios. De acordo com 
ele, o empreendedor é o responsável pelo processo de destruição criativa, que 
é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o modo capitalista, 
criando novos produtos, métodos e produção e mercados, sobrepondo-se aos 
antigos processos que apesar de serem eficientes, são caros. 
 
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6 
Para Dornelas, empreendedores são pessoas diferenciadas, que 
possuem motivação singular e são apaixonadas pelo o que fazem. Por isso, elas 
não se contentam em serem “mais um na multidão”, querem ser reconhecidas, 
referenciadas e imitadas, ou seja, querem deixar um legado.De acordo com o 
Tachisawa, empreendedores são pessoas que fazem a diferença. Elas realizam, 
fazem acontecere desenvolvem suas capacidades para superar limites. 
Para Hirish, o empreendedor reúne iniciativa, organização, reorganização, 
mecanismos sociais e econômicos (com o objetivo de transformar recursos e 
situações para proveito prático) e, por fim, assumir o sucesso ou o fracasso. 
Fillion define como empreendedor aquele que imagina, desenvolve e realiza 
suas visões. 
E, segundo Gerber, o empreendedor é o visionário dentro de nós, é o 
sonhador, a energia por trás da atividade humana, a imaginação que acende o 
fogo do futuro, o catalizador das mudanças. Para ele, o empreendedor vive o 
futuro, nunca o passado, e raramente o presente. 
Essa diversidade de definições é útil, pois nos faz analisar esse fenômeno 
da ação humana de modo mais amplo. Porém, mesmo com todas essas 
vertentes, há elementos presentes nas diferentes definições que se repetem. 
Podemos dizer que empreender é todo esforço que remete uma pessoa a buscar 
uma mudança. Por essência, uma ação empreendedora é fruto do desejo de se 
querer sair de uma situação para outra. Portanto, empreender tem forte relação 
com as palavras “decidir” e “agir”. 
 “Decidir” porque empreender depende do momento e do contexto em que 
o empreendedor percebe o caminho pelo qual deseja percorrer. Ele vê que se 
trata de uma ação que vale a pena, e acredita que esta não somente é possível, 
como desejada. Daí a decisão de ir em busca de sua realização. Por isso os 
dicionários colocam “decidir fazer algo” ou “cismar” como sinônimos de 
empreender. E também relacionam essa palavra com as expressões “tentar”, 
“experimentar” e “resolver executar”. Conclui-se, então, que o começo da 
caminhada empreendedora está na decisão de percorrer certo caminho em 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
busca do alvo percebido, e isso só acontece quando a pessoa efetivamente se 
mostra disposta a participar desse processo de mudança. É importante 
considerar que a decisão de empreender está altamente relacionada à situação 
política, econômica, cultural e social do meio em que o empreendedor pretende 
interferir. Mesmo considerando que o empreendedorismo tem suas raízes na 
própria origem do homem (já que foi mediante sua ação que todas as 
transformações da humanidade aconteceram), o empreendedor ganhou 
relevância no final do feudalismo e ampliou o seu papel e importância com as 
transformações dos séculos XX e XXI. 
Vamos analisar o empreendedorismo de modo mais focado na realidade 
brasileira? Para isso observe o quadro disponível no link a seguir. 
http://ccdd.uninter.com/dev/designer/vivi/ccdd_grad/nucleoComum/comp
Empreendedor/a1/includes/pdf/analise.pdf 
Essa abordagem é muito rica, pois nos mostra que temos uma herança 
empreendedora nem sempre favorável, na qual, influências históricas de ordem 
cultural, política, religiosa e social fizeram com que nosso “espírito 
empreendedor” sofresse muito em seu crescimento e evolução. Mas o 
importante é ver que, mesmo com todas essas limitações, o empreendedor 
brasileiro vem atuando de forma dinâmica e transformadora. 
Podemos perceber que a verdadeira ação empreendedora é formada pela 
percepção e pelo desejo da ação, seguida da mobilização de recursos e do 
cálculo de riscos, que orientam e viabilizam a realização da mudança desejada. 
O empreendedorismo é permeado por desafios de ordem pessoal, interpessoal, 
técnica e gerencial, sendo realizado mediante recursos de ordem física, humana, 
material, financeira e tecnológica, trabalhados de forma planejada, ordenada, 
negociada e voltada para a minimização dos riscos e erros. Por isso tudo, a 
definição que melhor se enquadra nesse contexto empreendedor e que servirá 
de inspiração e referência na disciplina é a apresentada por Dolabela (2003): 
“Empreender é a arte de buscar e transformar sonhos em realidade”. 
 
 
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8 
Leitura Obrigatória: 
PRANDO, Rodrigo Augusto. Empreendedor e Empreendedorismo: 
história e sociedade – trajetórias sociais de empreendedores brasileiros de 
sucesso. Revista de negócios, Blumenau, v.15, n. 4, p.97 - 112, out. /dez. 2000. 
Acesse este artigo clicando no link a seguir. 
http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/download/2069/1622 
Aproveite e amplie os seus conhecimentos assistindo à explicação dos 
professores sobre este conteúdo no material online. 
Para saber mais: 
Como os grandes empreendedores brasileiros definem o 
empreendedorismo? Confira a resposta de Abílio Diniz, Eike Batista, Wellington 
Nogueira, Ricardo Buckup, Pedro Passos e Romero Rodrigues na matéria 
indicada a seguir! 
https://endeavor.org.br/15-definicoes-de-empreendedorismo/ 
Segundo o administrador de empresas Max Gehringer, o século XXI será 
marcado pelo empreendedorismo. Quer saber o porquê? Assista ao vídeo a 
seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=BQQnUddzyiU 
Tema 2: Principais Focos e Tipos de Ações Empreendedoras 
O que você quer para a sua vida? 
O “querer” é o grande elemento motivador e direcionador da ação 
humana. E no momento em que uma pessoa define o que ela quer, todo o 
processo em direção a essa conquista começa. Porém, é comum as pessoas 
manifestarem seus desejos por meio de aquisições de bens, realização de 
viagens, casamentos, constituição de família, etc. Mas, no fundo, isso tudo é 
apenas uma parte do que elas querem efetivamente, que é a felicidade! 
GIKOVATE (1981) diz que: “a meta do homem livre é a felicidade em vida; ou 
seja, aquilo que a religião prometeu para depois da morte e a ciência sugeriu 
que é impossível”. 
 
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9 
Toda e qualquer ação, de forma direta ou indireta, tem relação com o fato 
das pessoas quererem a felicidade. É em busca disso que as pessoas se 
abastecem para enfrentar as lutas e desafios da vida. Portanto, todo 
empreendedor é um excelente caçador de felicidade, ainda mais porque ele sabe 
que a felicidade na verdade não é um alvo, mas sim um caminho. Ou seja, ser 
feliz tem relação com o que somos e fazemos a cada dia. Se o que estamos nos 
dedicando nos remete a boas sensações e nos motiva a seguir, significa que 
estamos “vivendo” a felicidade. Sabendo disso, fica muito mais coerente pensar 
em enfrentar caminhadas empreendedoras, pois percebemos que esse 
caminhar é que nos dá a saúde pessoal que nos faz levantar todo dia em busca 
de novas realizações. Dentro dessa percepção, podemos inferir que empreender 
é o combustível para nossa felicidade! 
Então, só é feliz quem monta o próprio negócio? 
Aí reside um dos grandes enganos relacionados ao empreendedorismo. 
Empreender é fazer acontecer e, portanto, criar a própria empresa é apenas uma 
das maneiras possíveis de empreendedorismo. Mas há outras! Podemos dizer 
que tudo que possa acontecer em busca de realizações são formas de 
empreender. Dentre elas se destacam quatro tipos: o empreendedor de 
negócios, o intraempreendedor, o empreendedor público e o empreendedor 
social. 
Empreendedor de Negócios: o mais clássico dos empreendedores. É o 
sujeito que deseja fazer acontecer de seu próprio modo, gerando retornos para 
si e sendo o responsável por tudo que se relaciona com suas ações 
empreendedoras. Em outras palavras, neste caso o empreendedor é o dono do 
negócio, aquele que empreende em busca da montagem de seu próprio negócio. 
Intraempreendedor: este tipo de empreendedor é cada dia mais 
importante no mundo, pois é aquele profissional que age e batalha para que tudo 
aconteça conforme o planejado pelo dono do negócio. Este empreendedor não 
é o dono da empresa, mas trabalha, dentro de seu espaço e nível de poder, 
comose fosse. É o perfil do colaborador que o mercado mais quer: aquele que 
 
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10 
se empodera pela energia de realização e parte para a ação com a máxima 
dedicação. 
Empreendedor Público: o empreendedor público é um 
intraempreendedor clássico, porém sua motivação não está na captação de 
lucros financeiros, mas na obtenção da efetividade no setor público. Toda a 
energia deste servidor é direcionada para o atendimento das demandas 
públicas, trabalhando para que os resultados sejam os melhores possíveis e com 
o máximo de amplitude. 
Empreendedor Social: o empreendedor dessa natureza pode ser o dono 
de uma ONG (Organização Não Governamental) ou até mesmo um funcionário 
ou voluntário em busca de resultados socioambientais. Sua meta, mesmo não 
sendo financeira, demanda uma atuação firme, dedicada, competente e 
equilibrada para que os objetivos se tornem reais. 
No fundo, os diferentes tipos de empreendedores têm uma característica 
comum: “comprar a briga” em termos de fazer acontecer as metas que foram 
estabelecidas (sejam elas próprias, de terceiros, econômicas, sociais ou 
ambientais). Esse agente transformador responde pelo nome de empreendedor, 
independente do contexto e natureza de sua ação. 
É importante salientar que essas pessoas também possuem um senso 
crítico, pois como são determinadas a fazer tudo do melhor modo possível, 
geralmente são aliadas às mudanças e conscientes de seu papel na sociedade 
e no planeta. 
Elementos que despertam as pessoas para a ação empreendedora 
Segundo os estudos relacionados ao empreendedorismo, há dois grandes 
fatores que levam as pessoas a empreender: a necessidade e a oportunidade. 
O botão, indicado a seguir, mostra um quadro que resume o perfil desses dois 
tipos de empreendedores. Clique nele e observe os dados: 
 
 
 
 
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11 
Não possui diferenciais de 
destaque. 
Possui alguma experiência ou elemento que gera 
um diferencial. 
Tem habilidades, porém com 
baixo grau de complexidade. 
Tem formação e consegue lidar bem com 
questões sistêmicas e complexas. 
Apresenta limitada capacidade 
para inovar. 
Apresenta bom potencial inovador. 
Age com foco exclusivo no curto 
prazo. 
Estrutura suas ações com foco no curto, médio e 
longo prazo. 
Seu preparo para planejamento é 
mínimo. 
Detém conhecimentos que o habilitam a realizar 
um bom planejamento de suas ações. 
Enfrenta, quase sempre, uma 
grande concorrência. 
Por ter diferenciação e preparo, acaba 
enfrentando menor grau de concorrência. 
Obtém remuneração restrita e se 
vê obrigado a lutar por preços em 
suas ações. 
Em virtude da complexidade e abrangência de 
suas ações, suas ofertas possuem menor 
competitividade e suas possibilidades de lucros 
são maiores. 
Age com maior possibilidade de 
fracasso em virtude das próprias 
deficiências e limitações. 
O seu esforço em planejar minimizando erros e 
desvios, o habilita a uma maior probabilidade de 
sucesso. 
Fonte: Adaptado de SCHNEIDER, 2011 
 
É comum sociedades com maior escassez de recursos e preparo terem 
grande incidência de empreendedores por necessidade, já que se trata de um 
tipo de ação que busca essencialmente a sobrevivência. 
 
 
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12 
Os primeiros estudos a respeito do empreendedorismo brasileiro 
mostraram que há mais empreendedores por necessidade do que por 
oportunidade. Porém, no decorrer do tempo essa realidade foi se alterando, e 
atualmente, pesquisas já apontam que o percentual de empreendedores por 
oportunidade superou os por necessidade. Este fato é a consequência dos 
incentivos do governo às micro e pequenas empresas, que proporcionaram 
melhores condições para a entrada (e a manutenção) de novos empreendedores 
no mercado. 
É importante lembrar que as economias nunca foram tão dependentes de 
seus empreendedores, e nesse contexto surgiu o termo “empreendedor de 
impacto”, que é aquele que percebe grandes oportunidades e se organiza para 
aproveitá-las da melhor maneira possível, resultando ações que repercutem 
grandes benefícios para o país. 
O mercado busca “verdadeiros” empreendedores, em especial, os 
intraempreendedores? 
Em parte, podemos dizer que sim. Em muitos casos, os processos de 
captação e seleção estão calcados nesse perfil, porém, quando a pessoa entra, 
o ambiente e clima que encontra não é saudável à ação empreendedora. 
Geralmente, há um paradoxo entre o que a empresa diz que deseja do mercado 
em termos de recursos humanos e o que ela acaba “permitindo” que esses 
colaboradores façam em seu ambiente. 
É triste ver o quanto a criatividade e o potencial inovador são sufocados 
por organizações que orientam seus novos contratados a seguirem normas, 
repetirem padrões e não questionarem processos. Esse “massacre de talentos” 
geram frustrações e, por conseguinte, um alto nível de turnover, já que muitos 
não se sujeitam a essa situação por muito tempo. 
Mas, a cada dia aumenta o número de organizações que valorizam os 
seus talentos, incitando-os a serem mais ativos, criativos e inovadores, e 
proporcionam ambientes mais fluidos, com maior liberdade e estrutura, 
processos e regras mais condizentes com o perfil dinâmico e transformador dos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
empreendedores. Um exemplo disso é a empresa Google, você tem uma ideia 
de como é trabalhar lá? Confira no vídeo a seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=Gg4GHGoqu3o 
Com certeza, no mercado atual, o grau de correlação de sucesso com o 
perfil das empresas mais “amigas” dos empreendedores deve ser alto. Afinal, 
muito se diz que o elemento mais importante das organizações são as pessoas. 
Sendo assim, os intraempreendedores competentes, criativos e inovadores são 
fatores preciosos para a obtenção de produtividade, economicidade, inovação e 
lucros! 
Leitura Obrigatória: 
A publicação, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre o 
empreendedorismo público, apontando que os governos devem descobrir como 
"fazer mais com menos", e para isso precisam ter criatividade, iniciativa e muita 
ousadia. Vale a pena conferir! 
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-
setor-publico 
O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) 
realizou um estudo que revela o crescimento do empreendedorismo no Brasil. 
Os dados desta pesquisa estão disponíveis no botão a seguir. Não deixe de 
analisa-los! 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquis
a-GEM-2014,detalhe,45 
Agora é a vez dos professores falarem sobre esse assunto! Não perca 
essas explicações no seu material online. 
Para saber mais: 
O consultor de empresas Waldez Ludwig deu uma clássica entrevista para 
o programa “Sem Censura”, da Rede TV, em que ele comenta questões 
relevantes sobre o contexto atual e como o empreendedorismo se coloca como 
elemento chave para o sucesso. É imperdível! 
https://www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ 
 
 
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14 
Tema 3: A Ligação entre Sorte, Criatividade e Ação Empreendedora 
Seria muito superficial pensar que as ações empreendedoras de sucesso 
foram fruto da simples sorte. O sucesso hoje, em meio a tantas transformações 
e complexidades, demanda uma boa dose de competência, arrojo, liderança e 
capacidade decisória, enfim, de fatores como planejamento (capacidade 
técnica), gestão (capacidade gerencial), visão sistêmica (capacidadeanalítica) e 
criatividade (capacidade inovadora), que são muito mais relevantes e decisivos 
do que a sorte. 
Muitas pessoas acreditam que sorte é estar devidamente preparado na 
hora e no local certo. Com base nesse pensamento, podemos dizer que uma 
pessoa empreendedora pode se tornar um excelente candidato à sorte. Afinal, 
está em constante processo de evolução (o que o torna preparado), tem uma 
percepção acima da média em relação ao mercado e as tendências (o que o 
coloca no lugar certo) e possui um “timming” dos acontecimentos, que o habilita 
a estar à frente dos outros (ou seja, sabe quando é a hora certa). 
Quando alguém diz que certo empreendedor de sucesso teve sorte, talvez 
esteja apenas dizendo que ele se habilitou (e foi capaz) de colher a maior 
colheita possível de sua área profissional, mas para obter esse êxito, com 
certeza ele se preparou muito mais para fazer acontecer do que apenas contar 
com a sorte. 
Será que a criatividade é importante para o empreendedor? 
A criatividade é uma qualidade adquirida por pessoas curiosas que 
buscam inspiração em informações e que percebem o mundo de forma diferente. 
As pessoas criativas possuem os seguintes comportamentos: são persistentes, 
bem-humoradas, independentes em seus atos e responsáveis por tais, tem 
rápida desenvoltura em atividades, fácil percepção, habilidade no aprendizado e 
uma incrível capacidade visionária, já que conseguem prever as possíveis 
consequências de suas criações. 
Esta é uma das definições de criatividade. Mas, será que ela 
também não poderia ser a descrição do perfil de um empreendedor? 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Esses dois elementos são tão próximos que é possível confundi-los, não 
é mesmo? Todo empreendedor é essencialmente uma pessoa criativa e ele 
utiliza essa qualidade em toda sua caminhada pois, muitas vezes, ela é a grande 
arma que ele tem para obter o sucesso. O empreendedor usa a criatividade em 
todo o seu processo de trabalho, desde o momento em que busca uma ideia 
como durante a sua montagem (estruturação conceitual ou modelagem), seu 
aprimoramento, seu planejamento e sua execução. Criar é uma das atividades 
mais úteis e frequentes de um empreendedor. 
A aliança da sorte com a criatividade pode ser um importante elemento de 
conquista por parte do empreendedor. Quer uma dica de conseguir isso em seus 
projetos? O segredo do sucesso é contar com a criatividade e torcer para que a 
sorte apareça, e não o contrário. Por isso, é importante que você, empreendedor, 
se esforce para obter o maior potencial criativo possível, pois se esta qualidade 
estiver presente em suas ações, ela servirá como um trevo de quatro folhas para 
atrair a sorte, ou pelo menos, afastar o azar! 
Leitura Obrigatória: 
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito 
empreendedor. Barueri/SP: Manole, 2012. Características do espírito 
empreendedor. p. 8 -11. 
No material digital, os professores falam mais sobre a relação entre sorte, 
criatividade e ação empreendedora. 
Tema 4: O CHA Empreendedor 
É nítida a necessidade de o empreendedor desenvolver todo um conjunto 
de habilidades e competências para poder fazer sua caminhada em busca da 
realização de seus sonhos/objetivos. Porém, isso não significa que sua ação só 
poderá começar quando ele estiver pronto, pelo contrário, boa parte desses 
requisitos serão adquiridos durante o seu caminhar. 
Considerando os desafios das mudanças pretendidas, o empreendedor 
precisa adquirir as seguintes características: 
 
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16 
 Obter maturidade e autoconhecimento para lidar com os elementos 
de ordem pessoal. 
 Desenvolver a determinação e a autoconfiança que o motivará a 
seguir em frente, mesmo quando as coisas não saírem conforme o 
esperado. 
 Ser proativo, agir antes dos problemas surgirem e trabalhar para que 
o nível de surpresas e desvios seja o mínimo em relação ao previsto. 
 Ter a consciência de que as ações a serem desenvolvidas são de sua 
responsabilidade. 
 Lidar com o paradoxo de superar e, ao mesmo tempo, respeitar os 
seus limites. Ou seja, você precisa se manter audaz, porém sem 
colocar em risco os objetivos maiores da sua caminhada. 
Também é preciso ter consciência de que a decisão de empreender tem 
implicitamente a ideia de estruturar algo novo, diferente e com um bom grau de 
inovação em seu conteúdo, forma e/ou estrutura. Podemos dizer que há dois 
perfis de empreendedor: o “mais um” e o “aquele um”. 
Empreendedor “Mais Um”: o empreendedor “mais um” se encontra 
limitado ao que já sabe e domina, oferecendo ao seu entorno elementos que 
outras pessoas também conseguem oferecer. Ele não possui um diferencial que 
os destaque dos demais e, portanto, precisa se sujeitar a lidar com um contexto 
altamente concorrido, com baixo potencial inovador e remunerado de modo 
elementar. Geralmente, deseja que as coisas a sua volta não mudem pois, para 
ele, mudança significa novas habilidades, novas competências, esforço acima 
da média e o risco da revelação de sua limitada capacidade. Por isso palavras 
como estabilidade, tradição e segurança estão na bandeira do empreendedor 
“mais um”, afinal, enquanto elas prevalecerem, ele poderá continuar oferecendo 
“mais do mesmo”, dentro de sua zona de conforto, aparentemente segura e 
perpetuável. 
 
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17 
Empreendedor “Aquele Um”: o empreendedor “aquele um” se enquadra no 
perfil do “eterno aprendiz”, ou seja, é curioso, determinado e amigo do novo, do 
diferente, do inovador e da mudança. Seu comportamento inquieto e atrevido, 
aliado a uma prática de formação e informação, faz dele um elemento destacado 
no contexto em que atua, trazendo a tudo e a todos a possibilidade da mudança 
criativa e inovadora, tão desejada pelas organizações e mercados. As palavras 
que o guiam são: risco, inovação e instabilidade. Não teme o fracasso e o erro, 
pois sabe que são desses elementos que se seguiram muitas das 
transformações importantes da humanidade. Tem fé de que mesmo o fracasso 
é uma oportunidade, no sentido de que mais vale a aprendizagem com o erro do 
que o carregar da dúvida pelo que não foi feito. O “e se” é um peso que ele não 
deseja carregar. Sua perspectiva é de oferecimento de “mais do novo”, mesmo 
que isso demande muito esforço, estudo, dedicação e preparo. 
É cada dia mais nítido a necessidade de se agir (e pensar) conforme o 
perfil do empreendedor “aquele um”, seja como pessoa, projeto ou ação, pois o 
mundo cada dia dá menos valor e importância ao empreendedor “mais um”. A 
demanda hoje é por ações e pessoas que tragam o novo, com melhorias, 
ampliações, versatilidade, enfim, transformações de maior impacto possível. 
É importante notar que a postura desse tipo de empreendedor está se 
destacando cada vez mais, bem como seus desafios e demandas. Pois, um 
mundo competitivo, globalizado, tecnológico e altamente dinâmico tende a 
ignorar pessoas acomodadas, medrosas e pouco ativas e premiar quem melhor 
age sobre ele com criatividade e inovação. Portanto, ser um empreendedor é 
agir a cada dia com a confiança e determinação de quem está aprendendo 
sempre. Lembre-se que cada passo é uma forma de evolução, mesmo que este 
seja um passo mal dado. Comece a caminhar nesse processo e torne-se melhor 
a cada dia. 
Existe um CHA para o empreendedor? 
Veja bem, não estamos aqui falando dos deliciosos líquidos que tomamos 
quentes ou gelados, mas sim da sigla que em Administração significaa soma 
 
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18 
das CAPACIDADES (saber), HABILIDADES (saber fazer) e ATITUDES (saber 
fazer acontecer) de uma pessoa. Com certeza há uma formação sistêmica 
desses elementos na identificação de um empreendedor. Primeiramente, não há 
como agir sobre um mercado sem saber os principais aspectos ao seu respeito. 
Ao adquirir esse conhecimento, o empreendedor agrega análises, reflexões e 
metodologias que lhe permitem identificar como agir em determinada situação. 
Depois de saber o que se quer fazer (e planejar como irá fazer), o 
empreendedor precisa agir para transformar esse plano em algo real. Ou seja, 
ele precisa saber fazer acontecer o que estabeleceu em seu planejamento. 
Portanto, ser um empreendedor é agir a cada dia com a confiança e 
determinação de quem está aprendendo sempre. Lembre-se que cada passo é 
uma forma de evolução, mesmo que este seja um passo mal dado. Comece a 
caminhar nesse processo e torne-se melhor a cada dia. 
 Um empreendedor precisa ter determinação e energia e não pode perder 
o controle ou se deixar levar pelo sentimento, pois isso comprometeria sua visão 
e necessidade de ação sobre os problemas. Esse controle dos sentimentos 
demanda um autoconhecimento (saber) que o remete à reflexão (saber fazer) 
em momentos de crise, evitando que reações intempestivas e inadequadas 
minem a efetividade de suas ações (saber fazer acontecer). 
Observando desafios como o de implantar processos sinérgicos, definir e 
colocar em condições de uso uma estrutura tecnológica ou desenvolver ações 
na qual dissemina valores, ética e moral, podemos ver que há essa estreita e 
importante relação entre capacidades, habilidades e atitudes. Falhas nessa rede 
podem representar fracassos, más decisões ou mesmo ações desastrosas. É 
importante notar que esses elementos não são estritamente de caráter técnico, 
mas também de ordem gerencial e humana. Isso significa que, na prática 
empreendedora, eles se aliam para proporcionar ao empreendedor o esteio 
necessário para atingir, com o mínimo de percalços, as metas estabelecidas. 
Isso demonstra a importância da formação humana, gerencial e técnica do 
 
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19 
empreendedor e a necessidade de se atingir a maturidade necessária nessas 
três frentes para que suas ações possam ser desenvolvidas com efetividade. 
Leitura Obrigatória: 
GREATTI, Ligia. Empreendedorismo – uma visão comportamentalista. 
Anais do IGEPE, Maringá, p.31 – 34, out. 2000. 
Acesse este artigo clicando no link a seguir. 
http://www.anegepe.org.br/edicoesanteriores/maringa/EMP2000-01.pdf 
Fique por dentro deste assunto assistindo à explicação do professor 
Henrique Castelo Branco no material online. 
Para saber mais: 
 O vídeo, indicado a seguir, é uma propaganda sobre o 
empreendedorismo. Apesar de exagerada, a ideia retrata muitas questões 
relatadas, principalmente a presença do CHA (capacidade, habilidade e atitude). 
Confira! 
https://www.youtube.com/watch?v=Xbdu3ndzm2A 
Ouvir o empresário Sílvio Santos é sempre uma experiência altamente 
conectada ao empreender, não é mesmo? Assista com atenção ao vídeo 
indicado a seguir e perceba como o tema abordado se relaciona com o 
https://www.youtube.com/watch?v=CTOaajZX-qo 
 
Tema 5: O Perfil Empreendedor 
Existe um perfil que represente o empreendedor? 
Sim, é possível se falar de perfil empreendedor. Observando a prática 
empreendedora, podemos identificar alguns elementos que se destacam na 
ação deste profissional. De imediato, a importância do bom gerenciamento, já 
que a todo momento o empreendedor é desafiado a gerenciar pessoas, tempo, 
processos, planos, finanças, materiais, logística, tecnologias, etc. E ele não pode 
se eximir de tais questões, afinal, o negócio precisa que tudo isso funcione para 
chegar onde se deseja. É preciso gerenciar tudo ao mesmo tempo e de forma 
equilibrada, coerente e eficaz! 
 
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20 
Aquele perfil do empreendedor extremamente criativo, sonhador, corajoso 
e perceptivo no início da ação empreendedora precisa, na ação gerencial, 
receber boas doses de razão, controle emocional, gestão de informações, boa 
tomada de decisão e gerenciamento claro e objetivo. 
Gerir uma ação empreendedora não é uma missão simples, nem rotineira, 
pois demanda constante atenção e determinação para manter e direcionar os 
processos administrativos. O grande desafio é exercer, ao mesmo tempo, os 
papéis de: empreendedor, gestor e técnico. Sendo que, o lado empreendedor 
proporciona boas ideias, visão, determinação e criatividade. Já o lado gerencial 
visa o planejamento, a organização das ações, dos recursos e das metas. E por 
fim, o lado técnico faz com que tudo que foi planejado seja executado. 
Características essenciais do empreendedor 
Na verdade, as características empreendedoras mudam conforme o local 
e o momento do negócio. Porém, de modo sintético, algumas delas indicam as 
ações necessárias para esse perfil. 
Com base no acróstico da frase “IR A CAMPO” podemos resumir as 
características essenciais de um empreendedor. Observe: 
"Ir a campo" 
I ➙ Inovar 
R ➙ Reger 
A ➙ Agir 
C ➙ Criar 
A ➙ Acreditar 
M ➙ Motivar 
P ➙ Persistir 
O ➙ Organizar 
 
Não podemos falar em empreender sem uma certa dose de inovação; 
muito menos, sem o exercício da gestão nas diferentes frentes do negócio que 
demandam um reger bem afinado. Também, a necessidade de agir e contribuir 
para que a mudança desejada aconteça é crucial. Além disso, em vários 
momentos a ação criativa será decisiva para o sucesso do empreendedor. 
 
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21 
 Não se esqueça que ter fé e acreditar que dará conta dos desafios (isso 
é importante para manter sua autoestima) e como nada é feito sozinho em 
termos de empreendedorismo, é essencial motivar sempre que possível os 
demais envolvidos nos projetos. Não se curve diante nos problemas, persista 
no que você acredita! Nem tudo acontece conforme o planejado, mas para evitar 
grandes erros, organize seus planejamentos e suas ações. 
Dentro da especificidade e complexidade das ações empreendedoras, 
outras características ganham magnitude e passam a ser relevantes, como: bom 
relacionamento interpessoal, empatia, liderança, competência técnica e ética. 
Todas elas também são úteis e desejadas! 
 O importante é perceber quais são as demandas advindas para a 
realização de seu sonho e se preparar o máximo possível para dar conta delas! 
Aqui, novamente o lema de “eterno aprendiz” se realça na vida do 
empreendedor. 
Atenção: essa lista de características não tem como intenção te levar a 
acreditar que somente depois de atingir um certo grau de competência é que se 
será possível partir para a ação empreendedora. Não é isso! Apresentamos os 
elementos que circulam nas veias dos empreendedores para direciona-lo no 
aperfeiçoamento de suas ações. A ideia é que você conquiste cada uma dessas 
características e se torne um empreendedor de alto impacto e realização. Boa 
sorte! 
Leitura Obrigatória: 
A matéria, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre as 
diferenças entre empreendedor e gestor, e as consequências das ações destes 
perfis. Vale a pena conferir! 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-diferencas-entre-
o-empreendedor-e-o-gestor/65492/ 
Vamos ver o que os professores têm a dizer sobre este conteúdo? Acesse 
o material online. 
Para saber mais:CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
Para te inspirar na conquista de seus sonhos assista ao vídeo, disponível 
a seguir, que relata o fracasso e o sucesso de grandes nomes da humanidade. 
https://www.youtube.com/watch?v=rNIZnAhxe-k 
O filme “À Procura da Felicidade” (2006) demonstra a história de vida do 
empresário americano Chris Gardner um pouco antes de seu sucesso 
profissional. Procure refletir sobre o comportamento e perfil de sua personagem 
com os conteúdos trabalhados nesta rota. A seguir, indicamos o trailer deste 
filme. 
 https://www.youtube.com/watch?v=-iTVANR4oC4 
Na Prática 
Agora é a sua vez! Vamos considerar que você faz parte da equipe da 
área de pessoas de sua organização e foi desafiado a apresentar um projeto no 
qual se objetiva o aumento do espírito empreendedor nos colaboradores. De 
imediato, lhe foi solicitado que apresentasse 5 propostas de cursos, 
considerando que, em cada um deles, será trabalhado o desenvolvimento do 
potencial empreendedor dos envolvidos. 
a) Quais seriam esses 5 cursos? 
b) Que características do perfil empreendedor seriam trabalhados nesses 
cursos? 
c) De que modo esses cursos iriam trabalhar os elementos do perfil 
empreendedor? 
 Reflita a respeito e monte a sua proposta! 
Confira os vídeos com as dicas e as resoluções dos professores no seu 
material digital. 
Síntese 
Esta aula teve o desafiante objetivo de apresentar o empreendedor, seu 
perfil, requisitos e características, além da sua evolução histórica, conceitual e 
contextual. 
 
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23 
Aprendemos que elementos como sorte, criatividade, capacidades, 
habilidades e atitudes permeiam as ações empreendedoras e que os agentes 
dessas ações precisar ser pessoas preparadas, dinâmicas, persistentes e 
capazes de solucionar problemas, contornar obstáculos, superar resistências e 
até mesmo inovar o contexto em que se encontram. 
Esses conhecimentos são de grande valia na formação do gestor, pois as 
características relatadas também estão presentes na boa gestão, aquela que 
incrementa a atuação de todos e obtém resultados. 
Referências 
ALVES, Altair. Contabilidade, Finanças e Empreendedorismo: a 
combinação perfeita para o seu sucesso. [Internet]. Santo Amaro/SP: Altair 
Alves. 2014, Maio. [citado em: 2015 Outubro 30] Disponível em: 
<<www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus-principais-
numeros >> 
CABRAL, Gabriela. Criatividade [Internet]. Mundo Educação, 2011 
Fevereiro 22 [atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em: 
http://www.mundoeducacao.com/psicologia/criatividade.htm >> 
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito 
empreendedor. Barueri/SP: Manole, 2012. Características do espírito 
empreendedor. p. 8 -11 
DIAS, Reinaldo. Empreendedorismo no Setor Público [Internet]. 
Cruzeiro do Sul, 2014 Julho 27 [atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível 
em:<< http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-
setor-publico>> 
DOLABELA, Fernando. Pedagogia empreendedora. São Paulo/SP: 
Cultura, 2003 
ENDEAVEOR. 15 Definições de Empreendedorismo [Internet]. 
[atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em:<< 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
24 
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-setor-
publico>> 
FARAH, Osvaldo Elias. Empreendedorismo Estratégico. São Paulo/SP: 
CENGAGE, 2008 
GIKOVATE, Flávio. Em busca da felicidade. São Paulo/SP: Summus, 
1981 
GREATTI, Ligia. Empreendedorismo – uma visão 
comportamentalista. Anais do IGEPE, Maringá, p.31 – 34, out. 2000 
GUNTHER, Max. O Fator Sorte. São Paulo/SP: Best Business, 2013 
HINODE. (2014, Dezembro 30). Histórias reais de FRACASSO e 
SUCESSO! [Arquivo de vídeo]. Disponível em: 
<<www.youtube.com/watch?v=rNIZnAhxe-k>> 
HISRICH, Robert D. Empreendedorismo. 9. ed. São Paulo/SP: McGraw-
Hill, 2014 
NARAZENO, Adner. (2007, Março 28). Waldez Ludwig 1. [Arquivo de 
vídeo]. Disponível em: << www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ >> 
PRANDO, Rodrigo Augusto. Empreendedor e Empreendedorismo: 
história e sociedade – trajetórias sociais de empreendedores brasileiros de 
sucesso. Revista de negócios, Blumenau, v.15, n. 4, p.97 - 112, out. /dez. 2000 
ROCHA, Carlos Rocha. (2011, Outubro 23). Empreendedorismo com 
Max Gehringer. [Arquivo de vídeo]. Disponível em: 
<<www.youtube.com/watch?v=BQQnUddzyiU >> 
SCHNEIDER, Elton E. BRANCO, Henrique C. A Caminha 
Empreendedora. Curitiba: Intersaberes, 2012 
SEBRAE, Sobrevivência das empresas no Brasil [Internet]. SEBRAE, 
[atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em:<< 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquisa-
GEM-2014,detalhe,45>> 
SEBRAE, Pesquisa GEM 2014 [Internet]. SEBRAE, [atualizado em 2015 
Outubro 30]. Disponível em:<< 
 
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25 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquisa-
GEM-2014,detalhe,45>> 
VERISSIMO, Ricardo. As Diferenças entre o Empreendedor e o Gestor 
[Internet]. Administradores.com, 2012, Agosto 20 [atualizado em 2015 Outubro 
30]. Disponível em:<< http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-
diferencas-entre-o-empreendedor-e-o-gestor/65492/>> 
 
 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
 
 
 
 
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2 
Conversa Inicial 
Olá! Seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Comportamento 
Empreendedor! Hoje vamos estudar sobre a importância da criatividade, seus 
conceitos, característica e as oportunidades que dela resultam no ambiente 
organizacional. Está pronto para começar? Então, vamos lá! 
 
“Pensamento criativo é a atividade mental que usa suas habilidades de 
pensamento para estabelecer relações novas e úteis ou soluções 
criativas a partir de informações que você já sabia. Aristóteles disse 
que todas as coisas provêm de alguma outra coisa, e esse é o 
propósito do pensamento criativo: tirar algo novo, único ou diferente de 
algo velho (WHELLER, 2002)”. 
 
Dessa observação de Wheller surgem as seguintes dúvidas: por que algo 
tão simples acaba se tornando tão complicado e muitas vezes difícil de ser 
praticado? O que nos faz resistir ou temer o pensamento criativo? Será que 
tememos por desconhecermos o que é ser criativo e pensar de modo criativo? 
Isso tem lógica! O ser humano tende a temer o desconhecido, mesmo que esse 
desconhecido possa lhe ser útil e importante. Para empreender, pensar de modo 
criativo é um insumo básico e indispensável. 
Portanto, nesta aula, vamos trabalhar o conceito de criatividade com o 
intuito de demonstrar que ser criativo “não dói”! Pelo contrário, quando 
exercitamos a criatividade acessamos elementos cerebrais ligados ao prazer. 
Então, vamos saber um pouco mais como esse exercício útil e prazeroso pode 
ser associado à ação empreendedora, dando a ela muito mais valor, 
originalidade e potencial de mercado. 
 
Para saber mais sobre o tema da aula, assista ao vídeo de 
introdução, disponível no material on-line. 
 
 
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3 
Contextualizando 
Barreto (1997) diz que a criatividade surge à medida que se tem um 
problema. Quando o problema aparece, a criatividade se aproxima para nos 
ajudar a resolver aquestão. E quem não tem problemas? Por isso, conhecer 
mais sobre criatividade é algo importante, pois lidar com nossos problemas e 
encontrar as melhores soluções é um exercício pleno de criar. 
Somos capazes de fazer isso? Sim! Afinal, se chegamos onde chegamos 
é porque conseguimos lidar com uma infinidade de problemas, utilizando a 
criatividade para superá-los e evoluirmos. Sendo assim, não estamos falando de 
algo que não é de nosso domínio. Podemos inclusive dizer que a criatividade 
está dentro de todos nós. Só que não basta existir, é preciso saber onde ela está 
e como utilizá-la. 
Portanto, esta aula tem a seguinte missão: apontar o que é criatividade; 
qual sua utilidade; como pode ser acessada e desenvolvida; como associá-la a 
uma caminhada empreendedora; como torná-la preciosa em uma organização; 
a utilização da criatividade na percepção de oportunidades e como estas podem 
fazer diferença na vida dos empreendedores. A ideia é que, ao final de nossos 
estudos, você disponha de todos os conceitos e condições de aperfeiçoar ainda 
mais sua criatividade e estar com ela “afiada” para o passo seguinte, que é 
migrar de um momento criativo para um momento inovador. 
Problematização 
Entrar no mundo da criatividade implica em se ligar a um contexto 
complexo, sistêmico e altamente conectado. A criatividade é uma ação neural, 
porém, não é algo que acontece simplesmente. Pesquisando a respeito, foi 
possível encontrar a seguinte informação: 
A neuroimagem por ressonância magnética funcional mostrou que, 
enquanto a percepção sensorial é inconsciente, o processo de pensamento é 
uma função paralela e deliberada que envolve muitas áreas do lado superior do 
 
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4 
córtex pré-frontal do cérebro, em especial às áreas associadas com a lembrança, 
a imaginação, a atenção e a consciência (MOROSINI, 2010). 
Essas descobertas construíram um contexto no qual se pode perceber o 
exercício criativo como sendo algo de caráter holístico, envolvendo experiências 
mentais com experiências reais, interações neurais com sociais, enfim é possível 
perceber que não se trata de um elemento racional, fruto apenas do consciente 
presente em nosso corpo e mente. 
Diante do exposto podemos afirmar que: 
I. A capacidade criativa depende de uma atenção de qualidade. 
II. As experiências mentais são determinadas pela nossa consciência 
e por nossas experiências reais. 
III. As possibilidades criativas são tantas quantas forem as 
informações e conhecimentos que lhes possam alimentar. 
IV. As experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo 
por acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados 
criativos. 
 
Quais alternativas estão corretas? 
a. I, II apenas 
b. I, III e IV apenas 
c. II e IV apenas 
d. I, III apenas 
 
Feedback 
a. Resposta incorreta 
Dizer que as experiências mentais são determinadas pela nossa 
consciência e por nossas experiências reais é observar o processo 
criativo apenas pelo lado racional e concreto. Nossa criatividade é 
muito mais ampla do que isso. Podemos criar de algo irreal, 
inexato, inexistente, enfim, essa afirmação não é correta por serem 
 
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5 
nossas experiências mentais bem mais amplas do que nos é 
fornecido pelo nosso contexto formal e racional. 
b. Resposta incorreta 
A ideia de que nossas experiências sociais pouco contribuem para 
o processo criativo por acontecerem fora do ambiente neural que 
gera os resultados criativos é uma inverdade, pois não é correto 
pensar que a criatividade só usa elementos internos em sua 
geração. Tudo que possa se tornar informação, conhecimento, 
experiência, tendo vindo de nosso ambiente interno ou externo, 
contribuem para nossa ação criativa. 
c. Resposta incorreta 
Ambas as alternativas estão incorretas. Dizer que as experiências 
mentais são determinadas pela nossa consciência e por nossas 
experiências reais é observar o processo criativo apenas pelo lado 
racional e concreto. Assim como a ideia de que nossas 
experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo por 
acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados 
criativos é uma inverdade, pois não é correto pensar que a 
criatividade só usa elementos internos em sua geração. 
d. Resposta correta 
Somente as alternativas 1 e 3 estão corretas, pois não se pode 
afirmar que a atenção não é parte integrante do processo criativo 
e muito menos que o volume de informações e conhecimento não 
determinam o volume de criações que podemos fazer. Criar 
depende de atenção e ganha força em virtude da disponibilidade 
de informações e conhecimentos que ampliam o poder de sinapses 
e associações criativas. 
 
 
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6 
Os professores Elton e Henrique fazem comentários acerca da 
problematização apresentada. Acesse o material on-line e assista ao vídeo com 
bastante atenção! 
A importância da criatividade na ação empreendedora 
Vimos que o empreendedor deve procurar ser “aquele um”, ou seja, 
precisa se destacar dos demais, ter algo diferenciado, identificador e marcante 
para deixar de ser apenas mais um. Esse perfil, que o torna fora do comum, tem 
relação direta com sua capacidade criativa. Esse seu destaque vem de algo que 
ele percebeu ser novo, diferente, reforçador, ou seja, ele criou esse elemento 
diferenciador. Ele teve de ser criativo para se auto-inventar/diferenciar! 
Não dá para ser um empreendedor de destaque, de impacto e resultado 
sem o exercício da criatividade. Esta se faz presente e necessária em qualquer 
momento ou desafio da empreitada. É possível, inclusive, concluir que não há 
empreendedor que não seja criativo e, portanto, seria redundância se falar em 
empreendedor criativo! 
Essa simbiose de conceitos e características por vezes confunde o perfil 
do empreendedor com o do criativo. Apesar dessa proximidade excessiva, são 
questões que têm suas próprias definições, perfis e composições. Como já 
tratamos disso na aula anterior no tocante ao empreendedor, agora vamos mais 
fundo na questão da criatividade. 
Pense sobre as seguintes perguntas: 
■ ■ O que poderia descrever melhor uma pessoa criativa? 
■ ■ Pense em pessoas que você considera criativas e diga o que 
lhe fez identificar estas pessoas como sendo criativas? 
■ ■ Após a reflexão, pense: a que resultado chegou? 
Agora, vamos ver se esses elementos que elencou durante a sua reflexão 
estão realmente conectados com o perfil do ser criativo. 
Continue a leitura! 
 
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7 
Siqueira (2009) fez uma enquete na internet a respeito do perfil das 
pessoas criativas e o resultado apontou as seis características mais marcantes 
dos criativos. 
 
 
Fonte: Adaptado a partir de SIQUEIRA (2009) 
 
Desse material podemos entender que questões como flexibilidade, 
curiosidade, inconformismo, persistência, observação e conhecimento são 
elementos formadores da criatividade. Em uma abordagem mais lúdica, porem 
complementar a visão de Siqueira, foi montada as seguintes dicas em prol de 
uma formação mais criativa. 
 
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8 
 
Fonte: os autores 
 
Percebe-se que a questão de ser criativo está relacionada a crenças, 
conhecimentos e atitudes. Crenças porque não se torna criativo sem desejar ou 
crer que isso vale a pena e que somos capazes de sermos! Conhecimentos 
porque não dá para criar sem um acervo de informações e conhecimentos nos 
apoiando no processo criativo! Atitudesporque criatividade não é teoria, é 
prática! 
A caminhada entre o empreendedor e o seu sonho é composta por 
degraus que requerem um exercício constante da criatividade, dentro de seus 
requisitos cognitivos, de personalidade, de comportamento e de prática. Por isso 
não se pode dissociar a ação empreendedora da competência criativa. Ela é a 
energia que sempre será consumida pelo empreendedor em sua trajetória em 
busca do cumprimento de seus sonhos. 
 
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9 
 
 
Importante é ter em mente que, quando se fala em ação empreendedora, 
estamos encaixando tal ação à qualquer atividade humana que tenha como 
objetivo o alcance de uma situação diferente no futuro. Assim, pensar em 
criatividade significa vinculá-la a questões pessoais, sociais, econômicas, 
artísticas, enfim, onde existir ação humana em busca de mudanças e 
transformações, existirá a necessidade da criatividade. 
Organizações que buscam se perpetuar e manter presença no mercado 
precisam que a criatividade lhes dê a centelha da mudança e adaptação para 
que permaneçam competitivas e participativas. Em resumo, podemos dizer que 
exercitar a criatividade é elemento decisivo para a vida das pessoas, grupos, 
organizações, governos, sociedade, países e até mesmo para o planeta. 
 
Leitura obrigatória 
Leia, no capítulo 2 do livro A Caminhada Empreendedora (pág. 53 a 58), 
a parte que aborda a questão da criatividade integrada ao empreendedorismo e 
à liderança e como ela se desenvolve. Acesse a Biblioteca Virtual! 
Para complementar seus estudos, faça uma leitura do post “A rotina de 
famosos criativos” e reflita sobre a prática criativa de pessoas famosas e 
reconhecidas como verdadeiros criativos. 
http://www.updateordie.com/2014/08/28/rotina-de-famosos-criativos/ 
 
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10 
Também sugerimos que assista às seguintes palestras do canal TEDx 
Talks: 
https://www.youtube.com/watch?v=mz95o6L_hFK 
https://www.youtube.com/watch?v=OYVgmlv4Oo0 
 
Agora, acompanhe as explicações dos professores Elton e 
Henrique no vídeo que está disponível no material on-line. Aproveite para 
tirar suas dúvidas! 
Conceitos e características da Criatividade 
Há coisas que em termos de definição, não há consenso. Uma delas é a 
de criatividade. Talvez porque os autores das definições acabam sendo muito 
criativos, ou porque se trata de um tema com tantas conexões e usos, que uma 
definição única nunca satisfaz. Porém, estamos aqui para trabalhar esse tema 
dentro do contexto do empreender, inovar e ser feliz. Sendo assim, vamos 
começar a conceituação a contar da seguinte esquematização: 
 
Fonte: ME EDUQUE (2010) 
 
 
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Essa é uma abordagem interessante, pois nos remete ao conceito de que 
criar é algo que tem de ter alguma utilidade. Se não for útil, não merece nosso 
esforço criativo. Em termos de empreender e inovar, tudo bem. No entanto, se 
considerarmos a arte, por exemplo, não podemos fazer essa conexão entre 
criatividade e utilidade de modo tão direto e claro. 
Não se trata de achar que arte não tem utilidade, mas sim de demonstrar 
que não se começa um processo criativo sem um fim ao qual essa criação será 
útil. Porém, além de útil, a criação precisa ser inusitada. Lógico! Se criarmos algo 
que já existe, é conhecido, está pronto, não estamos falando de criatividade, mas 
de cópia! Criar demanda impõe a inserção de algo novo, diferente, incremental 
ou até mesmo revolucionário! Mas do que precisamos para criar algo útil e 
inusitado? 
Existe uma séria de capacidades para que isso aconteça, todas elas 
bastante coerentes, já que para sair da mesmice e alcançar o diferente, teremos 
de exercitar ações em busca disso, sem nos apegar a conceitos, preconceitos, 
padrões, crenças arraigadas, pontos de vista viciados, sem nos mantermos 
presos ao contexto em que se está. Enfim, criar envolve uma prática alicerçada 
em diferentes comportamentos, e estes foram bem enunciados no esquema 
apresentado anteriormente. 
Há, contudo, outras definições que diferem muito dessa que foi 
apresentada. Osho (1993) nos remete a uma definição bem mais filosófica: “a 
criatividade é divina e está na essência do homem. Além de ser natural, é a 
própria saúde da pessoa. Sem ela a pessoa não está verdadeiramente viva”. 
Veja que nessa visão a criatividade não está relacionada a um conjunto 
de capacidades a serem desenvolvidas, mas sim a algo que está em nossa 
essência, mais do que isso, algo que representa nossa própria saúde. Sem 
criatividade estamos doentes! Se refletirmos um pouco, poderemos observar que 
realmente os momentos mais criativos nossos, quase sempre são momentos 
prazerosos, interessantes, que consomem nossa atenção, vontade e capacidade 
 
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de um modo intenso, pois é algo tão “gostoso” que deixando de perceber o tempo 
ou mesmo outras demandas. 
Entretanto, há autores que não acreditam que o prazer é o fator que nos 
remete à criatividade. Para Barreto (1997), o que nos faz ser criativos são os 
problemas. Segundo ele, criamos para resolver problemas e pode até ser que 
isso nos remeta a momentos prazerosos, mas, de modo geral, trata-se mais de 
uma necessidade do que um desejo. 
 
 
Fonte: Barreto (1993) 
 
Interessante observar que o autor nos diz que criatividade de verdade, 
aquela que efetivamente obedece a todos os critérios de um exercício criativo, 
só é útil em 1% dos casos em que se está buscando soluções para problemas. 
Em quase todas as situações, uma análise mais lógica e racional será 
suficiente para superar a questão. Mas, o que o mercado quer de verdade é ter 
disponível aquele profissional que é capaz de resolver esse 1% de problemas. 
São esses que valem ouro, pois acabam trazendo ao mundo algo diferente, 
inusitado, útil e inovador. E para ser o profissional 1% é preciso uma capacidade 
criativa não somente real, mas também bem desenvolvida. 
Hargrove (2006) complementa o que já comentamos, lembrando que criar 
é fazer conexões e isso, muitas vezes, vem de ligações estranhas, fora do 
esperado, desconexas e sem lógica. 
 
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Quando Gandhi uniu o pacifismo com o exercício do protesto, parecia algo 
antagônico, porém, se mostrou uma grande estratégia que resultou na 
independência da Índia. Quando fizeram a frigideira com teflon que não deixava 
a comida grudar, foi um grande sucesso! No entanto, pensar em um ferro de 
passar roupa usando esse mesmo princípio parecia ser “loucura”, mas não era. 
Quando a marca Zara disse que faria mais de 100 lançamentos por ano 
em um ramo no qual se fazia apenas um lançamento por estação (quatro por 
ano), foi dito que ela deveria “estar de brincadeira”, pois isso não só era 
impossível como também sem sentido em um mercado acostumado a quatro 
lançamentos anuais. Mas assim foi feito e tornou-se uma das marcas que mais 
cresceram nas últimas décadas, graças em parte a essa ousadia. 
Aqui surge um ponto inquietante: se criar é tão bom, prazeroso, 
necessário, útil, lucrativo, etc., por que então as pessoas não são super 
criativas? 
É fato que, se perguntar a um grupo de pessoas se elas são criativas, uma 
boa parte dirá que é pouco criativa e outra, que não é criativa. Talvez um ou dois 
se digam medianamente criativos ou mesmo criativos acima da média. Por que 
isso acontece? É um grande paradoxo, não é mesmo? Clique no botão a seguir 
para saber mais! 
Um autor clássico no estudo da criatividade, Oech(1988), nos traz um 
pouco de luz a esse respeito ao dizer que todos nós somos vítimas de um 
processo de afastamento de nossa essência criativa. Ele argumenta que 
nascemos muito criativos e à medida que desenvolvemos nossa educação 
familiar, estudantil e social, vamos criando bloqueios, barreiras, obstáculos e 
justificativas para que não sejamos mais tão criativos quanto éramos quando 
criança. 
 
 
 
 
 
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Fonte: Barreto (1993) 
 
A nossa prática perante a realidade que vivemos acaba nos remetendo à 
busca de soluções para os problemas que utilize pouco ou quase nada de nossa 
base e essência criativa, pois para nós são áreas difíceis de serem acessadas. 
Entre nossa prática do dia a dia e essa fonte criativa, foram criadas várias 
camadas isolantes nas quais temos dificuldade de transpor. Uma delas é o 
conformismo, na qual alegamos não ser criativos e “o que fazer a respeito? Não 
somos e pronto, acabou!”. 
Temos também a rotina de atitudes não criativas: praticamos tanto o não 
ser criativo que passamos até a acreditar que não existe uma prática contrária. 
Há ainda o desinteresse: deixamos de nos interessar pelo assunto criatividade, 
pois ele se torna tão distante de nós que até esquecemos que ele existe. Outra 
camada importante é a da racionalização. Como resolvemos muitos problemas 
apenas com o uso da razão, deixamos de ir em busca de soluções mais 
interessantes e criativas, ficando satisfeitos com o que aparecer em nossa lógica 
usual. 
Uma barreira de ordem emocional – a insegurança - também surge na 
medida em que a prática criativa é expositiva. Em outras palavras, quando 
 
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estamos exercitando a criatividade ficamos mais sujeitos a críticas, chamadas 
de atenção ou mesmo comentários do tipo “você está ficando maluco?”. Por fim, 
surge a mistificação, ou seja, criamos o mito de que não somos criativos e que 
em relação a isso não há o que fazer. 
Mas Oech (1988), além de nos apontar o problema, também indica a 
solução! Ele descreve dez bloqueios mentais mais comuns e como podemos 
lidar com eles: 
 
 
 
 
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Toda vez que um bloqueio desses aparecer em nosso cotidiano, nossas 
barreiras criativas tendem a aumentar. Cabe a nós conhecê-las e toda vez que 
surgirem circunstâncias em que elas desejem se fazer presentes, entramos em 
combate com elas, resistimos e fazemos o contrário do que elas querem! Veja a 
seguir: 
■ Achamos a resposta certa? Que ótimo! Anote-as e vá em busca de 
outras respostas certas! Quem disse que a primeira resposta certa 
que aparece é a melhor? O que alguém falou não tem lógica? Tudo 
bem! Pensar que o homem um dia iria voar também não tinha 
lógica até o surgimento do avião! 
■ Há normas a seguir? OK! Mas há pontos nelas a serem 
melhorados, então vamos questioná-las! Precisamos ser práticos? 
Não! Precisamos ser criativos e isso não significa que não estamos 
sendo práticos. São inúmeros os casos de soluções criativas que 
vieram de inspirações nada práticas! 
■ Evitar ambiguidades? Por quê? Algo pode ser uma coisa e ao 
mesmo tempo ser outra coisa. Qual o problema? Nosso celular é 
telefone, agenda, câmera fotográfica, filmadora, computador 
pessoal, enfim, viva a ambiguidade! 
■ Não podemos errar? O que é um erro se não um passo em direção 
ao acerto? Há empresas que dão tanto valor ao acerto quanto ao 
erro, pois sabem que colaboradores que já erraram e não foram 
punidos se tornaram excelentes profissionais, mais produtivos, 
audazes e indutores da criatividade. 
■ Brincar é falta de seriedade? Equívoco! A pessoa que brinca é 
flexível, relaxada e aberta ao seu entorno. Está bem-disposta, 
alegre e deseja que isso contagie a todos. Sabendo que a 
criatividade pede esse estado de espírito para se manifestar, 
vamos brincar sim! Afinal, brincar é coisa séria! 
 
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■ Isso não é da minha área? Por que temos de ficar presos a uma 
área? Vamos aceitar diferentes olhares, opiniões, conceitos, 
referências etc. A diversidade é que enriquece as possibilidades 
criativas. 
■ Não seja bobo? Bobo é quem guarda para si algo que deveria estar 
sendo compartilhado! Afinal, uma brincadeira aparentemente sem 
sentido pode ser a semente de uma solução inusitada. Um 
carrapicho que incomodou centenas de pessoas foi uma fonte 
inspiradora para uma delas, a ponto de ter inspirado a criação do 
velcro. 
■ Por fim, dizer que não é criativo é reforçar o maior de todos os 
bloqueios mentais. Afinal, quando falamos algo, nosso cérebro 
recebe essa mensagem como uma ordem e passa a segui-la. É o 
que nos ensina a neurolinguística, então devemos respeitar isso e 
parar de afirmar que não somos o que somos, que não temos o 
que temos e que não conseguimos o que temos condições plenas 
de conseguir. Reveja sua fala e estará revendo seu cérebro, suas 
crenças, padrões e competências! 
Então está na hora de quebrar os bloqueios! Rever suas práticas, suas 
falas, seus comportamentos, enfim, está na hora de começar a libertar aquela 
pessoa criativa, feliz e dinâmica que foi aprisionada dentro de você e começar a 
brincar de ser criativo. Em casa, na família, no trabalho, no lazer, na vida! 
Incorpore a seu espírito empreendedor todo esse potencial criativo que está 
dentro de você pedindo passagem para trazer ao mundo ideias interessante, 
úteis e diferenciadas! 
 
Leitura obrigatória 
A seguir, leia, reflita e exercite os ensinamentos repassados por Oech 
(1988), entre as páginas 75 e 85 de seu livro, no capítulo que ele designa como 
sendo “Intervalo”. 
 
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Acesse o site Guia do Estudante e faça o teste: Qual é o seu nível de 
criatividade? 
http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/qual-e-o-seu-nivel-
de-criatividade-519911.shtml 
Para complementar seus estudos, leia o texto a seguir sobre algumas 
coisas que as pessoas criativas fazem diferente: 
http://www.brasilpost.com.br/2014/03/12/caracteristicas-pessoas-
criativas_n_4948909.html 
Muito interessante, não é mesmo? Aproveite para se aprofundar um 
pouco mais nesses conhecimentos, assistindo ao vídeo que os 
professores Elton e Henrique prepararam para você! Acesse o material 
on-line! 
O elo entre a criatividade, o empreendedor e a organização 
Depois de falarmos sobre o empreendedor e a criatividade, é importante 
fazer uma relação mais clara sobre o elo de cada um deles para com as 
organizações. Lembrando que organizações são todos os tipos de instituições 
que atuam visando o cumprimento de seus objetivos mediante a ação de 
pessoas. 
Ao se vincular a uma organização, qualquer pessoa, em especial o 
intraempreendedor, passa a ser um agente em prol dos resultados desejados 
por essa organização. Espera-se que a ação humana seja sinérgica, sistêmica 
e qualificada, contribuindo para que se chegue o mais próximo possível das 
metas, ou mesmo que as supere. Porém, na realidade nem sempre é o que se 
vê na prática. É comum encontrarmos ambientes organizacionais em que impera 
a competição entre pessoas, equipes e setores, nem sempre contribuindo para 
os objetivos gerais. Contextos de verdadeira guerrilha, desinformação, 
sabotagens e atitudes egoístas ou setorizadas acabam comprometendo a 
produtividade, lucratividade e, em alguns casos, a própria sobrevivência das 
organizações. 
 
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Isso ocorreno ambiente interno, pois no entorno das organizações 
observam-se contextos semelhantes na disputa entre concorrentes, 
fornecedores e outros elementos. Há a interferência do sistema financeiro, das 
instituições governamentais, das leis e dos competidores de outros países que 
também causam tumulto à evolução das organizações, dificultando o 
cumprimento de suas metas. Também nesse ambiente, há pessoas nem sempre 
éticas, concorrentes imorais, regras que são pouco justas e procedimentos 
ilegais. 
 
 
As organizações precisam aprender a atuar tanto no contexto interno 
quanto externo e buscar caminhos para evoluir e crescer, considerando que, em 
muitos casos, as variáveis não são controláveis. 
O grande aliado das organizações no enfrentamento de tantos fatores 
desestabilizadores são as práticas de seus colaboradores. As organizações 
precisam criar condições, estruturas, culturas e climas que possibilitem a ação 
correta e efetiva de seus funcionários para obter melhores resultados. Aí entra a 
Altos impostos 
Legislações 
Concorrentes 
Fornecedores 
Importações 
Novas Tecnologias 
Falta de ética 
Monopólios 
Dumping 
Corrupção 
Egoísmo 
Etc. 
METAS 
 
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questão da liderança e do empreendedorismo, pois uma boa brigada de 
intraempreendedores, bem articulada e respaldada, tende a ser suficiente para 
lidar contra um exército de inimigos, sejam eles econômicos, sociais, culturais, 
comerciais, éticos ou educacionais. 
É interessante observar que uma organização, em sua fase inicial, recebe 
energia empreendedora de seu fundador, sendo este capaz de energizá-la, 
direcioná-la e fazer sua gestão sem precisar de muita ajuda externa a si mesmo. 
Porém, com o crescimento da empresa, aumenta-se também sua complexidade, 
demandas, relações, desafios, e continuar contando apenas com a energia do 
fundador passa a ser um risco. A energia empreendedora precisa crescer junto 
com a empresa e isso significa que “empreender” não pode mais ser uma ação 
advinda de apenas uma pessoa, mas sim de várias, se possível, de todas. 
Segundo Montenegro, em artigo disponibilizado no site do SEBRAE, o 
intraempreendedorismo é indispensável para as empresas já estabelecidas e 
com certo grau de crescimento, pois recria a cultura empreendedora interna. 
Nesse contexto, segundo ele, o ambiente intraempreendedor deve possuir as 
seguintes características: 
■ A empresa opera nas fronteiras da tecnologia; 
■ Novas ideias são encorajadas; 
■ Não há parâmetro para a oportunidade; 
■ Abordagem de equipes multidisciplinar; 
■ Patrocinadores e defensores do modelo; 
■ Apoio da alta administração. 
Observando essas seis características, fica bem claro o quanto 
colaboradores empreendedores e criativos são necessários às organizações. 
Vamos analisar essas características para entender melhor essa questão, 
observe a tabela a seguir: 
 
 
 
 
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Saber lidar com o real contexto, considerando suas ameaças e 
oportunidades, questões corretas e incorretas, potencialidades e limitações, faz 
parte do perfil ideal de colaboradores que, atuando com o apoio de seu espírito 
empreendedor e criativo, são capazes de fazer a diferença e alcançar as metas 
desejadas. 
Tal aproveitamento de potencial é responsabilidade constante da alta 
direção que deve organizar os elementos sob sua tutela de modo coerente, 
integrando pessoas, processos, tecnologias, recursos, parcerias e estratégias. 
Além disso, é necessário criar uma “personalidade” empresarial que considera 
como desejáveis fatores como atitude, curiosidade, aderência ao risco, aceitação 
do erro, exercício da criatividade e, ao mesmo tempo, limita ou elimina questões 
como ilegalidade, imoralidade, falta de ética, egoísmo, falta de senso de equipe, 
enfim, será a formação de uma organização sadia e voltada para a ação criativa 
e empreendedora que irá fazer com que floresça as características comentadas 
no quadro anterior. 
Deriva dessa constatação a mudança de perfil do líder personalista para 
o de uma liderança profissional. Nesse trânsito, a figura do líder fundador tende 
 
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a ser alterada para a de líderes curadores. Curador no sentido de cuidador, de 
incentivador, de orientador e motivador. Veja a imagem a seguir: 
 
O líder curador se dedica a seu papel estratégico, observando mais o 
entorno e contexto de negócios que o ambiente interno, mas se cerca de bons 
gerentes para que estes façam o devido papel tático de realização de metas, 
sem se afastarem do ambiente interno e de sua função de inspirar, ouvir, motivar 
e orientar a organização e sua força de trabalho. 
Essa ação do líder é que ajudará na construção de um clima adequado 
para o exercício do espírito criativo & empreendedor, elemento-chave para a 
sobrevivência e sucesso das organizações. Portanto, não basta querer 
colaboradores criativos e empreendedores. As organizações precisam se 
estruturar para poder não somente ter esse precioso colaborador como também 
criar uma cultura adequada à ação deste elemento humano, respaldado por 
condições materiais, tecnológicas, operacionais e gerenciais. Esse é o desafio 
lançado a todas as organizações! 
 
 
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Leitura obrigatória 
Leia as páginas 96 a 103 do livro Empreendedorismo, de Paulo Sertek, 
disponível na Biblioteca Virtual. 
E para complementar seus estudos sobre este tema, sugerimos que 
assista aos seguintes vídeos: 
https://www.youtube.com/watch?v=xY6Og5wQdF0 
https://www.youtube.com/watch?v=NWFIXfe8ii0 
 
Para aprofundar seus conhecimentos ainda mais, acompanhe ao 
vídeo a seguir com as explicações dos professores Elton e Henrique. 
Acesse o material on-line! 
A identificação de oportunidades 
 
“A palavra oportunidade vem de um nome de um vento. Os romanos 
tinham hábitos de nomear os ventos. Um dos ventos que apreciavam era 
chamado de Ob Portus, vento oportuno. Estes ventos levavam as embarcações 
para os portos.” 
Cortella (2007) 
 
É sempre aconselhável iniciar uma abordagem sobre um tema analisando 
a etimologia do mesmo, ou seja, a origem da palavra que dá nome ao tema. No 
caso de oportunidade, é interessante notar que a mesma está relacionada às 
forças que impulsionam uma situação (um empreendimento, por exemplo) para 
frente. Isso é algo muito relevante quando remetemos esse sentido para o 
contexto dos empreendedores e organizações. 
Na imagem a seguir, podemos entender melhor essa analogia. O barco 
representa os recursos, ou seja, tudo aquilo que a organização precisa para 
“navegar”. As pessoas são os condutores do barco “organização”. O destino é o 
porto seguro onde a organização quer atracar e que foi definido graças aos 
 
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ventos que lhe possibilitaram escolher esse destino, ou seja, a oportunidade 
vislumbrada. 
As estratégias são os meios definidos pelas pessoas do barco para chegar 
ao porto e o mar é o mercado, com suas flutuações, tempestades e momentos 
de paz, que também recebe a navegação dos outros barcos, o dos concorrentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui vale aquela antiga afirmação de Sêneca: “Nenhum vento sopra a 
favor de quem não sabe para onde ir”. A oportunidade é que ajuda as 
organizações a dar o norte de suas ações, alimenta a bússola dos negócios para 
que se direcionem os recursos e estratégias em busca do ponto de chegada 
desejado.

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