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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Olá, Pessoal! Hoje chegamos à nossa sexta aula e analisaremos temas importantíssimos para quem quer ser um DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL! Vamos começar! Bons estudos! AULA06 CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL. CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL. CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO EXERCÍCIOS 1. (OAB / 2013) José, rapaz de 23 anos, acredita ter poderes espirituais excepcionais, sendo certo que todos conhecem esse seu “dom”, já que ele o anuncia amplamente. Ocorre que José está apaixonado por Maria, jovem de 14 anos, mas não é correspondido. Objetivando manter relações sexuais com Maria e conhecendo o misticismo de sua vítima, José a faz acreditar que ela sofre de um mal espiritual, o qual só pode ser sanado por meio de um ritual mágico de cura e purificação, que consiste em manter relações sexuais com alguém espiritualmente capacitado a retirar o malefício. José diz para Maria que, se fosse para livrá-la daquilo, aceitaria de bom grado colaborar no ritual de cura e purificação. Maria, muito assustada com a notícia, aceita e mantém, de forma consentida, relação sexual com José, o qual fica muito satisfeito por ter conseguido enganá-la e, ainda, satisfazer seu intento, embora tenha ficado um pouco frustrado por ter descoberto que Maria não era mais virgem. Com base na situação descrita, assinale a alternativa que indica o crime que José praticou Violência sexual mediante fraude. Certa. No caso em análise temos o crime de violação sexual mediante fraude, disciplinado ao teor do art. 215 do CP. Relembre: Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. Trata-se do chamado “estelionato sexual”, onde o agente ilude a vítima, mediante ardil ou estratagema para conseguir que esta pratique o ato sexual que em uma condição de normalidade não ocorreria. Não caberia falar em estupro de vulnerável, visto que a vítima já tinha 14 anos no momento da pratica do ato sexual. 2. (Escrivão - PC-ES / 2013) Valtemir praticou conjunção carnal com sua enteada Flaviana, que possui 12 anos de idade. Assim, Valtemir deve responder pelo crime de estupro de vulnerável. Certa. O tipo penal para o caso em tela é Estupro de vulnerável, pois a situação apresentada na questão trata de conjunção carnal com sua enteada Flaviana, que possui 12 anos de idade. 3. (Escrivão - PC-ES / 2013) Maria, a pedido de sua prima Joana, por concupiscência desta, convenceu sua vizinha Pauliana, de 12 anos de idade, a assistir Joana e seu namorado Paulo em intimidades sexuais. Assim, pode-se concluir que Maria obrou para o delito de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. Certa. A questão enquadra-se no art. 218-A, do CP, que define como crime a conduta de praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Obs.: Lascívia� conduta ultrajante, pensamentos ou atos imorais que induzem a sexualidade 4. (Escrivão - PC-ES / 2013) Aquele que submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de dezoito anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone, comete o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. Certa. A conduta descrita enquadra-se no art. 218-B, do CP. Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. § 2o Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. 5. (CESPE / Defensor - DPE-RR / 2013) Para a consumação do crime de tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual, é indispensável que a pessoa que ingressar ou sair do território nacional venha a exercer, efetivamente, a prostituição ou seja submetida a outra forma de exploração sexual. Errado. É pacífico o entendimento no sentido de que o crime previsto no art. 231 do Código Penal é 'crime formal', consumando-se com a simples entrada ou saída da mulher no país com o objetivo de prostituição, não sendo relevantes o eventual consentimento da vítima, o fato de esta ter ciência do fim para o qual está indo ou chegando, ou ainda, o efetivo exercício da atividade do meretrício (TRF 4ª, RDEJF 6/8/2010). 6. (CESPE / Defensor - DPE-RR / 2013) Incidirá majorante no quantum da pena referente à prática de crime contra a dignidade sexual de que resulte gravidez ou transmissão à vítima, com dolo direto ou eventual, de doença sexualmente transmissível de que o agente saiba ser portador. Certa. Encontra fundamento no art. 234-A, do Código Penal. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: [...] III - de metade, se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 7. (CESPE/ Defensor - DPE-RR / 2013) O delito consistente em manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento para que nele ocorra exploração sexual possui como elemento constitutivo do tipo a habitualidade da conduta e o objetivo do lucro, sob pena de atipicidade da conduta. Errada. Contraria o art. 229, do Código Penal: Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 8. (CESPE / Defensor - DPE-RR / 2013) De acordo com a doutrina, o preceito contido no CP em relação ao assédio sexual contempla a conduta perpetrada por líder religioso que, aproveitando-se do exercício de seu ministério, assedia sexualmente uma fiel seguidora. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errada. Define o art. 216-A: Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. "Não se amoldam ao art. 216-A do Código Penal os chamados líderes espirituais, a exemplo do que ocorre com os pastores, padres, videntes e outros" (Rogério Grecco). Caso a doutrina admitisse a prática de assédio sexual sem as condições de superioridade hierárquica ou ascendência, inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, violaria o princípio da Legalidade. 9. (CESPE / Defensor - DPE-RR / 2013) Considere a seguinte situação hipotética. Pedro, maior de idade, capaz, promoveu o deslocamento, no território nacional, de diversas pessoas, maiores e capazes, de ambos os sexos, com o consentimento expresso delas, fornecendo- lhes transporte e alojamento, para elas acompanharem eventos esportivos e exercerem a prostituição. Pedro obteve vantagem econômica em razão do agenciamento dessas atividades. Nessa situação hipotética, o assentimento das vítimas afasta o delito de tráfico interno de pessoas para fim de prostituição. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. Como já analisamos, em tal delito há fato consumado no momento em que a pessoa entra no território nacional ou quando dele sai, além disso, independe do consentimento. Território nacional é o espaço terrestre, marítimo ou aéreo em que o Estado brasileiro exerce sua soberania. A tentativa é possível se ela não consegue entrar ou sair, por circunstâncias alheias à vontade do agente, inclusive quando a própria pessoa resolve permanecer onde se encontra. Relembre o tipo penal: Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual: Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. § 1º Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 10. (CESPE / Escrivão - PC-AL / 2012) Conforme o disposto no CP, manter relações sexuais com menores de dezoito anos de idade, ainda que com o consentimento da vítima, caracteriza, em qualquer caso, estupro de vulnerável. Errado. Questão que retira sua resposta do art. 217-A, do Código Penal. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com [1] menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, [2] por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, [3] por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Em tese, há três situações em que pode ser configurado o estupro de vulnerável: 1) Pessoa menor de 14 anos; 2) Pessoa que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, por enfermidade ou doença mental; 3) Pessoa que não pode oferecer resistência por qualquer outra causa, que não seja enfermidade ou doença mental. 11. (CESPE / Defensor - DPE-SE / 2012) Configura estupro de vulnerável a indução da pessoa com mais de quatorze anos e menos de dezoito anos de idade a praticar conjunção carnal ou ato de libidinagem para satisfazer a lascívia de outrem, devendo estar necessariamente presente o elemento subjetivo do injusto. Errado. No caso, a questão descreve a mediação para servir a lascívia de outrem qualificada, descrita no parágrafo 1º, do art. 227. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 12. (CESPE / Defensor - DPE-SE / 2012) Em se tratando de estupro de vulnerável, caso tenha ocorrido consentimento da pessoa ofendida, o regime inicial de cumprimento poderá ser diverso do fechado, ou, mesmo, a pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos, visto que a violência impeditiva da substituição, conforme previsto no CP, é a violência real. Errado. A lei não traz tal previsão relacionada com consentimento do vulnerável. Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 13. (CESPE / Defensor - DPE-SE / 2012) A pena prevista para os crimes contra a dignidade sexual é majorada da quarta parte se houver concurso de duas ou mais pessoas e é aumentada de metade se da infração penal resultar gravidez. Certa. A questão está de acordo com os arts. 226 e 234-A, do Código Penal. Art. 226. A pena é aumentada: I- de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (...) Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, se do crime resultar gravidez; 14. (CESPE / Defensor - DPE-SE / 2012) De acordo com o CP, considera-se vulnerável, em razão do estado ou condição pessoal da vítima, a pessoa com menos de dezoito e mais de catorze anos de idade, por se presumira menor capacidade de reagir a intervenções de terceiros no exercício de sua sexualidade, de maneira absoluta. Errada. O conceito de vulnerável não é fixo no Código Penal. Para o crime de estupro, trata-se de menor de 14 anos ou aquele que não tem discernimento para a prática do ato. Diferentemente, para o crime de favorecimento de prostituição de vulnerável, trata-se do menor entre 14 e 18 anos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO FIGURA TÍPICA CONDUTA OBSERVAÇÕES ESTUPRO DE VULNERÁVEL ART. 217-A Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Incorre na mesma pena quem pratica conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. Formas qualificadas: 1 - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave; 2 - Se da conduta resulta morte. CORRUPÇÃO DE MENORES ART. 218 Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem. Lascívia: Segundo Bento Faria, "é a luxúria, a sensualidade, a libidinagem". SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE ART. 218-A Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Lascívia: Segundo Bento Faria, "é a luxúria, a sensualidade, a libidinagem". FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE VULNERÁVEL ART. 218-B Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação de prostituição ou exploração sexual. II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas Obs.: Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabeleci- mento. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 15. (CESPE / Defensor - DPE-SE / 2012) Há crime de violação sexual mediante fraude, denominado de estelionato sexual, quando a vítima esteja impossibilitada de oferecer resistência ou qualquer outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade, como, por exemplo, ocorre após a ingestão de bebidas alcoólicas, e o agente não tenha provocado ou concorrido para a situação, mas apenas se aproveitado do fato. Errada. Questão polêmica, mas que segue parte da doutrina e mostra o entendimento da banca. Assim, se a vítima estiver impossibilitada de oferecer resistência estará caracterizado o crime de estupro de vulnerável e não de violação sexual mediante fraude. 16. (CESPE / Técnico - TJ-AC / 2012) Considere que Antônio tenha mantido conjunção carnal consensual com Maria, de treze anos de idade, sem qualquer violência ou ameaça. Nessa situação, a conduta de Antônio, mesmo com o consenso da vítima, caracteriza o crime de estupro de vulnerável. Certo. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que a anterior experiência sexual ou o consentimento da vítima menor de 14 (quatorze) anos são irrelevantes para a configuração do delito de estupro, devendo a presunção de violência, antes disciplinada no artigo 224, alínea "a", do Código Penal, ser considerada de natureza absoluta. 17. (CESPE / Delegado - PC-AL / 2012) Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de idade é considerada relativa diante de seu consentimento para a prática CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO sexual, devendo, no caso concreto, ser considerado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientização da menor. Errado. Trata-se de uma questão polêmica, pois o entendimento dos Tribunais Superiores sobre o tema já variou bastante. Todavia, para sua PROVA, o importante é conhecer o entendimento da banca: Na relação sexual a violência é presumida e independe da vida pregressa do menor de 14 anos. Assim, trata-se de uma presunção ABSOLUTA, ou seja, a LEI presume que se a vítima for menor de 14 anos, haverá violência e consequentemente ESTUPRO. 18. (CESPE / Promotor - MPE-RR / 2012) O crime de quadrilha, delito de perigo comum e abstrato, consuma-se com a simples associação de mais de três pessoas para a prática de crimes, não se exigindo que o grupo efetivamente pratique qualquer crime. Certa. Para a configuração do delito de quadrilha, basta a união de pessoas, em caráter estável e permanente, com o intuito de cometer crimes, ainda que todos não tenham sido efetivamente realizados. (STJ - HC 90.833/RJ) 19. (CESPE / juiz - TJ-ES / 2011) No crime de quadrilha, os agentes podem ter como propósito a prática de crimes dolosos, culposos ou preterdolosos. Errado. Ainda que se admita o concurso de pessoas em crimes culposos e preterdolosos (posição majoritária na doutrina), o delito de quadrilha requer, para a sua consumação, a vinculação sólida e durável dos sujeitos ativos, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO que devem ser no mínimo 4. Revela-se, assim, incompatível com a prática de delitos culposos. 20. (CESPE / juiz - TJ-ES / 2011) Considere que quatro agentes se associem em quadrilha para o fim de cometer crimes e, antes de praticarem qualquer infração penal, um de seus integrantes abandone voluntariamente o grupo. Nesse caso, aplica-se o instituto da desistência voluntária ao agente dissidente. Errado. O agente responderá apenas pelo crime de quadrilha consumado. Ele sequer deu início aos atos executórios para a prática das infrações para as quais se reuniram os sujeitos ativos, razão pela qual não se pode falar em desistência voluntária. 21. (CESPE / juiz - TJ-ES / 2011) O delito de incitação ao crime configura-se independentemente de a incitação ser dirigida à prática de determinada infração penal, estando configurado o crime com a mera incitação genérica. Errado. Segundo GRECO: "a incitação deve ser dirigida à prática de determinada infração penal, não se configurando o delito quando ocorrer uma incitação vaga, genérica." 22. (CESPE/Delegado de Polícia PB/2009) Com relação ao delito de apologia de crime ou criminoso, previsto no CP, há crime único se o agente, em um mesmo contexto fático, faz apologia de várioscrimes ou de vários autores de crimes. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O art. 287 do CP dispõe que é crime fazer apologia a fato criminoso ou autor de crime publicamente. Apologia é a exaltação direta, engrandecimento de ato ou pessoa criminosa, constituindo uma provocação à ordem legal. No caso de apologia a vários crimes ou autores de crimes, haverá uma pluralidade de delitos e não crime único. 23. (CESPE/Delegado de Polícia PB/2009) No crime de quadrilha, é necessário que ocorra estabilidade da associação e que haja organização estruturada, com hierarquia entre os membros ou com papéis previamente definidos para cada um. Errado. No crime de quadrilha basta a associação de no mínimo quatro pessoas com a finalidade específica de cometer crimes para a consumação do mesmo. É suficiente haver a convergência de vontades para configurar o crime, independentemente da estrutura da organização ou realização posterior do fim visado. 24. (CESPE/Delegado de Polícia PB/2009) No crime de quadrilha, se somente um quadrilheiro for identificado, mas houver prova robusta da existência dos demais associados, o crime se perfaz. Correto. De acordo com o entendimento dos tribunais superiores, para a configuração do delito de quadrilha não é necessário que todos os integrantes tenham sido identificados. Basta a comprovação de que o bando era integrado por quatro ou mais pessoas. O desconhecimento da autoria de algum envolvido não descaracteriza o crime, se há prova da associação estável de mais de três pessoas. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 25. (CESPE/PM DF/2009) Quadrilha é a associação estável e permanente de mais de três pessoas com a finalidade de cometer crimes na zona urbana. Bando é a associação estável e permanente de mais de três pessoas com a finalidade de cometer crimes na zona rural. Correto. A posição amplamente defendida na doutrina é a de que não há distinção entre os termos quadrilha e bando. No entanto, a banca ateve-se a uma definição minoritária, da década de 50 do século passado, e confirmou a questão como certa. 26. (CESPE/Advogado AC/2008) Consuma-se a apologia de crime quando o agente incita, publicamente, a prática de determinado delito. Errado. Incitar a prática de crime publicamente corresponde ao crime de incitação ao crime, art. 286 do Código Penal e não de apologia ao crime. São tipos penais diversos. 27. (CESPE/Advogado AC/2008) No crime de quadrilha ou bando, que se consuma com a associação de mais de três pessoas para o fim de cometerem crimes, a pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. Correto. É o que aponta o parágrafo único do art. 288 do Código Penal, aplicando-se a pena em dobro se a quadrilha ou bando é armado. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 28. (CESPE/Juiz TO/2007) O denominado crime de quadrilha ocorre quando três ou mais pessoas se associam com a finalidade de burlar a lei. Errado. A finalidade específica do crime de quadrilha ou bando, art. 288 do Código Penal, é cometer crimes. É o elemento subjetivo exigido neste tipo penal. É de ressaltar ainda que a finalidade dos integrantes seja de realizar mais de um crime; caso contrário, caracterizar-se-ia concurso de agentes. 29. (CESPE/Juiz TO/2007) O tipo penal não exige que todos os sujeitos ativos do crime de quadrilha sejam imputáveis, mas ainda assim a jurisprudência e a doutrina majoritárias não admitem, para a composição do crime, a formação de quadrilha entre maiores e menores de 18 anos. Errado. O tipo penal não exige que todos os sujeitos ativos do crime de quadrilha sejam imputáveis e tanto a jurisprudência quanto a doutrina majoritária admitem a composição para formação de quadrilha entre maiores e menores de dezoito anos. É o chamado concurso impróprio. 30. (CESPE/Juiz TO/2007) Aumenta-se um sexto de até a metade a pena do crime de quadrilha ou bando, caso a ação do grupo seja armada. Errado. Conforme art. 288, parágrafo único, se a quadrilha ou bando for armado, aplica-se a pena em dobro. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 31. (CESPE/OAB/2007) O crime de quadrilha ou bando possui natureza de delito instantâneo, mas de efeitos permanentes. Errado. O crime de quadrilha ou bando possui sim natureza de delito instantâneo, cuja consumação se verifica em um determinado momento. Porém, sem haver prolongamento no tempo, ou seja, sem efeitos permanentes. 32. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Os crimes contra a propriedade intelectual podem ser apurados mediante ação penal privada, pública condicionada à representação ou pública incondicionada. Correto. A questão tem por base o art. 186 do CP. Art. 186. Procede-se mediante: I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. 33. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) A jurisprudência do STJ considera, para fins penais, socialmente adequada a venda de CDs e CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO DVDs piratas, devendo a punição contra o agente limitar-se à esfera cível. Errado. Apesar de ser uma tese defendida por muitos advogados, o STJ se posiciona da seguinte forma: STJ - HC 159.474/TO - Publ. em 6-12-2010. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL (ARTIGO 184, § 2º, DO CÓDIGO PENAL) - VENDA DE CD'S E DVD'S PIRATEADOS - ADEQUAÇÃO SOCIAL DA CONDUTA - INEXISTÊNCIA. O tão-só fato de estar disseminado o comércio de mercadorias falsificadas ou "pirateadas" não torna a conduta socialmente aceitável, uma vez que fornecedores e consumidores têm consciência da ilicitude da atividade, a qual tem sido reiteradamente combatida pelos órgãos governamentais, inclusive com campanhas de esclarecimento veiculadas nos meios de comunicação. A quantidade de mercadorias apreendidas (90 DVD's e 130 CD's) demonstra a existência de efetiva lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal, afastando a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância. Ordem denegada. 34. (CESPE / Juiz - TRT / 2013) Comete o crime de redução à condição análoga à de escravo aquele que contrata trabalhadores de localidade diversa daquela onde será executado o trabalho e não assegura condições de seu retorno ao local de origem. Errada. O crime descrito na questãoé o de Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Pena - detenção de um a três anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. Vamos aproveitar esta questão para relembrar os crimes contra a organização do trabalho: CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I- A exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias II- A abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho ou a participar de parede ou paralisação de atividade eco- nômica. Na primeira modalidade, com o EFETIVO exercício ou com a suspensão do exercício de arte, ofício, profissão ou indústria. Na segunda, com o trabalho ou suspensão deste. Na terceira, com a abertura ou fechamento do estabelecimento. Na quarta, com a paralisação da atividade econômica. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola. Consuma-se com a celebração deste e, no caso da boicotagem, no momento em que a pessoa constrangida não fornece ou adquire os produtos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional. Consuma-se o delito no momento em que a pessoa constrangida passa ou não a fazer farte de sindicato ou associação profissional. PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa. ***Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. Consuma-se o delito com a prática da violência. PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo. Consuma-se o delito com a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho ou, com o mesmo fim, danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. Consuma-se o delito no instante em que o agente invade ou ocupa estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Na sabotagem, consuma-se quando o sujeito ativo danifica as coisas ou no instante que dispõe dos objetos do estabelecimento. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho. Obrigar ou coagir alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em Consuma-se o delito no instante em que o empregado não pode exercer direito assegurado pela legislação trabalhista. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO virtude de dívida. Impedir alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho. Consuma-se o delito com a frustração de lei que disponha sobre a nacionalização do trabalho. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA Exercer atividade de que está impedido por decisão administrativa. Consuma-se o delito com a reiteração de atos relacionados à atividade impedida por decisão administrativa. ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Consuma-se o delito com o recrutamento mediante fraude, independentemente da emigração. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL Aliciar trabalhadores com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional. Recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador ou, ainda, não assegurar condições do seu Consuma-se o delito com o aliciamento, independentemente da emigração de um local para outro dentro do território nacional. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO retorno ao local de origem. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 35. (CESPE / Juiz - TRT / 2013) Podem ser sujeitos ativos do crime de paralisação de trabalho, seguido do crime de perturbação da ordem, tanto os empregados que participam do abandono coletivo de trabalho, com violência exercida contra coisa, quanto o empregador que paralisa as atividades empresariais para frustrar negociação coletiva, fato conhecido como lockout. Certa. Define o art. 200 que caracteriza crime a conduta de participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. Observação: Lockout é a recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade. 36. (CESPE / Juiz - TRT / 2013) O crime de paralisação de trabalho de interesse coletivo consiste na participação de abandono coletivo de trabalho que resulte na interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo, como, por exemplo, a construção de estádio deCURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO futebol com vistas à realização da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Errada. Apesar de divergências, entende-se que a construção de estádio de futebol não se trata de obra pública de interesse coletivo. Assim, a condita não se enquadra no art. 201, do Código Penal: Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 37. (CESPE / Juiz - TRT / 2013) Para a consumação do crime de sabotagem agrícola, exige-se que ao menos parte da safra seja destruída, estragada ou inutilizada, admitindo-se que o dano seja causado também às máquinas e instrumentos, utensílios, matérias- primas e instalação elétrica. Errada. Para a caracterização do delito basta a invasão com o intuito de danificar as coisas ou delas dispor. Assim leciona o art. 202, do Código Penal. Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 38. (CESPE / Juiz - TRT / 2013) O indivíduo que, mediante fraude consistente em falsa promessa de alto salário, recruta um dentista para trabalhar no exterior e, ao chegar ao destino, retém seu passaporte, impedindo-o de retornar ao Brasil, pratica o crime de aliciamento para o fim de emigração. Errado. No caso, o crime caracterizado é o de Redução à condição análoga à de escravo. Vejamos: Aliciamento para o fim de emigração � Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Redução à condição análoga à de escravo � [...] § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 39. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Para o delito de atentado contra a liberdade de trabalho, são previstas a modalidade dolosa e a culposa. Errado. Para a sua PROVA, lembre-se que do art. 197 até o 207, todos os tipos penais exigem condutas dolosas. 40. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Nos delitos de sabotagem e de invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO finalidade do agente é danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. Errado. Questão complicada do CESPE, pois a banca faz uma inversão de sentido na questão o que pode confundir o candidato. De qualquer forma, o conhecimento do art. 202 resolve a questão: Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. Perceba que mesmo danificando o estabelecimento, o seu fim é impedir o curso normal de trabalho, do contrário poderia caracterizar outro crime. 41. (CESPE/Advogado CAIXA/2010) Não constitui crime a ocupação de estabelecimento bancário, em momento de greve, com a finalidade de impedir o desenvolvimento normal da atividade bancária, ainda que da ocupação haja danificação do patrimônio com o escopo de embaraçar a execução dos trabalhos e impedir o labor dos empregados que não aderiram à greve. Somente haverá crime caso haja lesões, físicas e(ou) morais, aos trabalhadores que permaneceram em atividade, e o crime terá como sujeito ativo apenas os empregados da empresa onde ocorreram os fatos. Errado. O exemplo da questão aponta para o crime de invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, preceituado no art. 202 do Código Penal. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, funcionário do estabelecimento ou terceiro. É necessário uma finalidade especial, constituída pela vontade de impedir ou embaraçar o curso normal do CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO trabalho. A consumação do crime acontece com a efetiva ocupação do estabelecimento de trabalho, sendo considerado crime formal. 42. (CESPE/Procurador Aracaju/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Rodolfo, empregado de uma empreiteira que estava construindo um hospital público após vencer uma licitação pública com o município de Aracaju, participou de suspensão coletiva de trabalho, provocando assim a interrupção da obra pública por vinte dias. Nessa situação, só haverá crime de paralisação de trabalho de interesse coletivo se a conduta de Rodolfo for dolosa, pois a lei não prevê a forma culposa do delito. Correto. O crime de paralisação de trabalho de interesse coletivo encontra-se no art. 201 do CP. Tem como sujeito ativo qualquer pessoa e como sujeito passivo a coletividade. É necessário uma finalidade específica, traduzindo-se pelo objetivo de participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho para interromper obra pública ou serviço de interesse coletivo. O tipo penal não admite a modalidade culposa; logo, Rodolfo só responderá se agir dolosamente. 43. (CESPE/SEBRAE BA/2008) Caso dois empregados de determinada instituição financeira, durante movimento grevista iniciado apenas por eles, abandonem o trabalho, praticando violência física contra três colegas que se recusarem a aderir à ação paredista, os agressores praticarão o delito de abandono coletivo de trabalho, seguido de violência. Errado. Para que se configure coletivo o abandono do trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados, de acordo com o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO parágrafo único do art. 200 do Código Penal. O crime de atentado contra a liberdade do trabalho, art. 197 do CP, é o que acontece no exemplo da questão. 44. (CESPE/SEBRAE BA/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Determinado empresário contratou dois indígenas para trabalhar em uma madeireira. Após dois anos, demitiu-os sem justa causa e, mediante violência, recusou-se a efetuar o acerto das verbas trabalhistas devidas. Nessa situação, o empresário cometeu o crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista, sobre o qual incidirá, ainda, causa especial de aumento de pena. Correto. A questão coloca em evidência o art. 203 do CP, frustração de direito assegurado por lei trabalhista. Em seu §2°, o tipo penal traz umacausa especial de aumento de pena, majorada de um sexto a um terço se a vítima for menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de doença física ou mental. É a preocupação do legislador em elevar a pena devido a maior reprovabilidade da conduta. 45. (CESPE/Procurador Jurídico Rio Branco/2007) Caso um fazendeiro dispense aos seus empregados tratamento violento, ofereça-lhes condições precárias de trabalho, retenha-lhes salário e documentos pessoais e ainda lhes cerceie a liberdade de locomoção, fica configurado crime de redução de trabalhador à condição análoga à de escravo, o qual se inclui no rol dos crimes contra a organização do trabalho. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O crime de redução de trabalhador à condição análoga à de escravo, art. 149, encontra-se no rol dos crimes contra a pessoa e não dos crimes contra a organização do trabalho, conforme afirma a questão. 46. (CESPE/Procurador Jurídico Rio Branco/2007) Quando realizado sem a cobrança de qualquer quantia, o aliciamento de trabalhadores, com a finalidade de levá-los de uma localidade para outra do território nacional, não configura ilícito penal. Errado. Está tipificado no art. 207 do CP o crime de aliciamento de trabalhadores, com a finalidade de levá-los de uma localidade para outra do território nacional. Aliciar significa recrutar ou atrair e a conduta deve ser dirigida a um grande número de trabalhadores. É um crime formal, não necessitando do resultado naturalístico. O legislador tenta proteger o Estado de êxodos internos no intuito de diminuir a desigualdade entre as regiões do território nacional. 47. (CESPE/Procurador Jurídico Rio Branco/2007) Comete o crime de atentado contra a liberdade de associação o sindicalista que, mediante a ameaça de interferir no contrato de trabalho do empregado, prometa conseguir a sua demissão, caso este não se associe ao sindicato da classe. Correto. Preceitua o art. 199 do CP que é crime constranger alguém a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional mediante violência ou grave ameaça. É o que acontece no exemplo mencionado, consumando-se o crime quando a vítima, efetivamente, associa-se ou filia-se a determinado sindicato ou associação contra sua vontade. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 48. (CESPE / Analista Ministerial - MPE-PI / 2012) Nos crimes contra a dignidade sexual, consoante entendimento dos tribunais superiores, caso o agente pratique mais de uma das condutas previstas no crime de estupro, o juiz está autorizado a condená-lo por concurso material, ainda que praticado contra a mesma vítima, vedada a aplicação da continuidade delitiva. Errado. Antes da vigência da Lei 12.015/09, que revogou o delito de atentado violento ao pudor descrito no artigo 214 do Código Penal, caso o agente praticasse além da conjunção carnal (artigo 213) outro ato libidinoso, como por exemplo, o sexo anal ou a felação, haveria, em tese, um concurso de crimes para estes dois delitos. Hoje, após a referida modificação, a lei veio a beneficiar o agente, razão pela qual se, durante a prática violenta do ato sexual, o agente, além da penetração vaginal, vier a também fazer sexo anal com a vítima, os fatos deverão ser entendidos como crime único, haja vista que os comportamentos se encontram previstos na mesma figura típica, devendo ser entendida a infração penal como de ação múltipla, aplicando-se somente a pena cominada no art. 213 do Código Penal, por uma única vez, afastando, dessa forma, o concurso de crimes. Este é o posicionamento de Guilherme de Souza Nucci: “Se o agente constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal e cópula anal comete um único delito de estupro, pois a figura típica passa a ser mista alternativa. Somente se cuidará de crime continuado se o agente cometer, novamente, em outro cenário, ainda que contra a mesma vítima, outro estupro” CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, também se posiciona neste sentido, conforme se depreende do Informativo nº 422. 49. (CESPE/Promotor – MPE ES/2010) No ordenamento jurídico brasileiro, apenas o homem pode ser autor do delito de estupro; a mulher pode apenas ser participe de tal crime, uma vez que, biologicamente, não pode ter conjunção carnal com outra mulher. Errado. O crime de estupro teve sua redação alterada pela Lei 12.015/09, e passou a ser constranger alguém a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça, art. 213 do CP. Assim sendo, o sujeito ativo do delito pode ser tanto o homem quanto a mulher, da mesma forma que o sujeito passivo. 50. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2012) Caso o delito de violação sexual mediante fraude seja cometido com o fim de obtenção de vantagem econômica, o infrator sujeitar-se-á também à pena de multa. Correto. Segundo o art. 215, do Código Penal, caracteriza crime o fato de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 51. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2012) Segundo entendimento do STJ, após a Lei n.º 12.015/2009, o crime de corrupção de menores passou CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO a ser material, ou seja, é exigida prova do efetivo corrompimento do menor. Errado. Observe o interessante julgado que elucida a questão: HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO. VIOLÊNCIA CARACTERIZADA. CRIME CONFIGURADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. ANÁLISE. INVIABILIDADE. CORRUPÇÃO DE MENORES. CRIME FORMAL. MENORIDADE. ATENUANTE. REDUÇÃO ABAIXO DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 231/STJ. 1. Segundo decidido pelas instâncias ordinárias, houve o emprego de violência na conduta do paciente, que ameaçou a vítima e a segurou pelo braço, a fim de que o coautor do delito consumasse a subtração patrimonial, o que é suficiente para caracterizar o crime de roubo. 2. Hipótese em que a análise da pretensão de desclassificação para furto passaria, necessariamente, pelo revolvimento do acervo fático-probatório, providência que não se coaduna com a via do habeas corpus. 3. É pacífico o entendimento de que o delito previsto no art. 1º da Lei n. 2.252/1954 e atualmente tipificado no art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) é de natureza formal. Assim, a simples participação do menor no ato delitivo é suficiente para a sua consumação, sendo irrelevante seu grau prévio de corrupção, já que cada nova prática criminosa na qual é inserido contribui para aumentar sua degradação. 4. A incidência da atenuante da menoridade não leva à redução da reprimendana segunda fase da dosimetria, quando a pena-base havia sido fixada no mínimo legal. Aplicação da Súmula n. 231/STJ. 5. Ordem denegada (HC 162741 / DF - 12/04/2012). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 52. (CESPE/Promotor – MPE ES/2010) Túlio praticou ato libidinoso, ao tocar os seios de Cida, e, nesse momento, decidiu estuprá-la. Túlio acabou, então, consumando ambas as condutas contra a mesma vítima e no mesmo contexto. Nessa situação hipotética, Túlio deverá responder pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em continuidade delitiva. Errado. Com a nova redação dada pela Lei 12.015/09, o legislador unificou os antigos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em um crime único de estupro. Dessa forma, de acordo com o art. 213 do Código Penal, Túlio responderá por estupro. 53. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) Uma garota de programa que, além da prostituição, exerce outra profissão em estabelecimento comercial não pode ser vítima do delito de assédio sexual nesse estabelecimento, pois a norma penal não a protege. Errado. O delito de assédio sexual está disposto no art. 216-A do Código Penal. Portanto, constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, é crime. Uma garota de programa não está fora da proteção da norma, que não prevê nenhuma exceção. 54. (CESPE/Defensor Público PI/2009) Considere a seguinte situação hipotética. Antônio convidou Bruna, 25 anos de idade, para ir a uma festa. De forma dissimulada, Antônio colocou determinada substância na bebida de Bruna, que, após alguns minutos, ficou totalmente alucinada. Aproveitando-se do estado momentâneo de CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Bruna, que não poderia oferecer resistência, Antônio levou-a para o estacionamento da festa, onde com ela manteve conjunção carnal. Passado o efeito da substância, Bruna de nada se lembrava. Nessa situação, Antônio praticou o delito de estupro comum, e não o de estupro de vulnerável. Errado. Está preceituado no Código Penal, art. 217-A, o delito de estupro de vulnerável. Nele elencam-se diferentes conceitos de vítima vulnerável, a saber, o menor de quatorze anos, a que não tem necessário discernimento para a prática do ato por enfermidade ou deficiência mental ou aquela que não pode oferecer resistência por qualquer outra causa. Neste último encaixa-se Bruna, que não ofereceu resistência, entorpecida pela substância ingerida. Antônio deverá responder por estupro de vulnerável. 55. (CESPE/Delegado PB/2009) Tratando-se de crimes de mera conduta, o estupro e o atentado violento ao pudor inadmitem a modalidade tentada. Errado. O crime de atentado violento ao pudor, art. 214 do CP, foi revogado pela Lei 12.015/09. Já o crime de estupro, art. 213 do CP, é crime plurissubsistente, admitindo a tentativa quando o agente não consegue consumar seu intento por circunstâncias alheias a sua vontade. 56. (CESPE/Defensor Público PI/2009) A mulher pode ser coautora do delito de estupro. Correto. Com sua redação alterada pela Lei 12.015/09, o delito de estupro, art. 213 do CP, passou a ser constranger alguém a ter conjunção carnal ou a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça. Desse modo a mulher pode figurar como sujeito ativo do crime, bem como agir em coautoria. 57. (CESPE/Agente de Polícia RN/2009) No crime de estupro, somente o homem pode ser sujeito ativo, enquanto o homem e a mulher podem ser sujeitos passivos. Errado. O legislador pátrio promoveu uma significativa mudança no antigo título Dos Crimes contra os Costumes que passou a se intitular Dos Crimes contra a Dignidade Sexual. O crime de estupro agora é constranger alguém a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça, art. 213 do CP. O sujeito ativo da norma incriminadora pode ser tanto o homem quanto a mulher, assim como o sujeito passivo. 58. (CESPE/Agente de Polícia RN/2009) No crime de atentado violento ao pudor, tanto o homem quanto a mulher podem ser sujeitos ativo e passivo. Errado. O antigo crime de atentado violento ao pudor, art. 214 do CP, foi revogado pela Lei 12.015/09 e não existe mais. O legislador optou por unificar as figuras desse delito com a de estupro, evitando assim controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais. 59. (CESPE/Agente de Polícia RN/2009) Nos crimes contra a liberdade sexual, a lei presume a violência se na data do fato, a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO vítima era maior de 18 anos de idade e não pôde oferecer resistência porque estava anestesiada. Errado. Não existe mais a figura da presunção de violência no Código Penal, artigo 224. Ele foi revogado pela Lei 12.015/09. O conteúdo protetor do artigo em tela revogado foi melhorado e positivado nos parágrafos do artigo 213, que trata do estupro. 60. (CESPE/Delegado PB/2009) Ocorre o assédio sexual quid pro quo quando, independentemente de superioridade hierárquica, ocorre o assédio no ambiente de trabalho. Errado. O delito de assédio sexual está previsto no art. 216-A do Código Penal. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, é crime. É elemento do mesmo o agente figurar numa posição de ascendência hierárquica. Se ele ocupar uma posição inferior ou igual à da pessoa constrangida, não haverá o delito. 61. (CESPE/Advogado AC/2008) Para a caracterização do crime de assédio sexual, não é necessário que o sujeito ativo tenha a condição de superior hierárquico ou a de ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função, bastando que seja colega de trabalho da vítima. Errado. O delito de assédio sexual encontra-se no art. 216-A do Código Penal. É elemento do crime que o agente figure numa posição de CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO superioridade hierárquica. Caso ele seja colega de trabalho da pessoa constrangida, sem ascendência funcional, não existirá o delito. 62. (CESPE/Promotor – MPE SE/2010) Tratando-se de crime de explosão, se a substância utilizada não for dinamite ou explosivo de efeitos análogos, o agente será menos severamente punido. Correto. Aponta o §1° do art. 251 do crime de explosão que, se a substância utilizada não for dinamite ou explosivo de efeitosanálogos, a pena de reclusão será menos severa para o agente. 63. (CESPE/Promotor – MPE SE/2010) No que concerne a crime de incêndio, a intenção de obter vantagem pecuniária com a conduta constitui fato não punível, pois pertence à fase de cogitação do crime e não pode, assim, ser punida. Errado. O art. 250, crime de incêndio, descreve-o como causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem. O §1° traz as causas de aumento de pena de um terço, aduzindo o inciso I a hipótese de o agente cometer o crime com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio. 64. (CESPE / Juiz - TJ-BA / 2012) Não é prevista a modalidade culposa para o crime de desabamento. Errada. O art. 256 prevê a modalidade culposa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano. 65. (CESPE / Juiz - TJ-BA / 2012) Considere que João, Pedro, Antônio e Joaquim, todos maiores de idade, associem-se com a finalidade de falsificar um único ingresso de evento esportivo. Nessa situação, a conduta dos agentes se amolda ao crime de quadrilha. Errado. No caso, como a falsificação é de um ingresso, não há estabilidade e permanência caracterizadas. A configuração típica do delito de quadrilha ou bando deriva da conjugação dos seguintes elementos caracterizadores: (a) concurso necessário de pelo menos quatro (4) pessoas (RT 582/348 – RT 565/406); (b) finalidade específica dos agentes voltada ao cometimento de delitos (RTJ 102/614 – RT 600/383); e (c) exigência de estabilidade e de permanência da associação criminosa (RT 580/328 – RT 588/323 – RT 615/272). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ******************************************************* PRINCIPAIS ARTIGOS REFERENTES AOS TEMAS TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL Violação de direito autoral Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) § 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) § 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) § 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Usurpação de nome ou pseudônimo alheio Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO TÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Atentado contra a liberdade de trabalho Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência; II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Atentado contra a liberdade de associação Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. Paralisação de trabalho de interesse coletivo Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Frustração de direito assegurado por lei trabalhista Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Exercício de atividade com infração de decisão administrativa Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Aliciamento para o fim de emigração Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993) Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. TÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Estupro Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 46 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 47 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Sedução Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei
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