Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO AULA 07 – LEI Nº 11.343/2006 – LEI DE DROGAS / ESTATUTO DO DESARMAMENTO Futuros Aprovados, Hoje conversaremos sobre a Lei de Drogas e o Estatuto do Desarmamento, temas estes importantíssimos para sua PROVA. Veremos que há questões bem polêmicas, mas para sua PROVA o que importa é o entendimento do CESPE. Vamos começar! Bons estudos! ******************************************************* CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO LEI Nº 11.343/2006 - LEI DE DROGAS 1. (CESPE / Inspetor - PC-CE / 2012) As penas cominadas ao delito de tráfico de drogas serão aumentadas de um sexto a dois terços se o agente tiver utilizado transporte público com grande aglomeração de pessoas para passar despercebido, sendo irrelevante se ofereceu ou tentou disponibilizar a substância entorpecente para os outros passageiros. Certa. Questão interessante, pois, apesar de ter sido considerada certa pela banca, traz um tema divergente e que suscita inúmeras discussões. Perceba, abaixo, que há divergência entre o atual entendimento do STJ e do STF. Assim, caso esta questão apareça em sua PROVA, a banca terá que definir a linha a ser seguida pelo candidato. 1 – Segundo o STJ: Informativo 472 do STJ (maio de 2011): No delito de tráfico ilícito de drogas, a causa de aumento de pena do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006 incide pela simples utilização do transporte público na condução da substância entorpecente, sendo irrelevante se o agente a ofereceu ou tentou distribuí-la aos demais passageiros no local. 2 – Segundo o STF: Em recente julgado, noticiado no informativo nº 666 do STF, entendeu-se que a hipótese de aumento de pena para o crime de tráfico cometido “em transporte público” somente tem aplicabilidade quando houver a comercialização da droga dentro do meio de transporte. Observe o que noticiou o informativo: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Tráfico: causa de aumento e transporte público – 1 A 1ª Turma, por maioria, deferiu, em parte, habeas corpus para reduzir, da pena imposta, a causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei 11.343/2006 (“As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos”). No caso, a paciente fora presa em flagrante delito quando trazia consigo, dentro de ônibus coletivo público intermunicipal, maconha proveniente do Paraguai, para ser entregue na cidade de São Paulo. Diante deste fato, com aplicação das causas de aumento de pena previstas no art. 40, I e III, da Lei de Drogas, fora condenada a 6 anos e 8 meses de reclusão. HC 109538/MS, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 15.5.2012. (HC-109538) Tráfico: causa de aumento e transporte público – 2 Entendeu-se que, com base em interpretação teleológica, o disposto no art. 40, III, do mencionado diploma, referir-se-ia a comercialização em transporte público, não alcançando a situação de o agente ter sido surpreendido quando trazia consigo droga em ônibus intermunicipal, sem que nele a tivesse vendido. Por fim, fixou-se em 5 anos e 10 meses a reprimenda e indeferiu-se o pedido de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, em razão de a condenação superar 4 anos (CP, art. 44, I e II). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Enquanto para o STF é fundamental a comercialização da droga dentro do transporte, o STJ se contenta com a simples utilização do mesmo para que incida a causa de aumento. HC 109538/MS, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 15.5.2012. (HC-109538) Do exposto, podemos resumir que: 2. (CESPE / Inspetor de Polícia - PC-CE / 2012) O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem submetidos a medida de segurança terão garantidos os mesmos serviços de atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posição do respectivo sistema penitenciário. Certa. Questão simples que tem sua resposta encontrada no artigo 26 da Lei nº 11.343/06. Observe: Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. 3. (CESPE / Inspetor de Polícia - PC-CE / 2012) As atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas a serem desenvolvidas pelo SISNAD incluem a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO especificidades socioculturais das diversas populações, como a internação compulsória. Errada. A questão está incorreta, pois o SISNAD não tem competência para determinar a internação compulsória. A fundamentação legal está nos artigos 4º a 14, da Lei nº 11.343/06 - Lei de Drogas. Recomendo uma leitura atenta a tais dispositivos, pois, muitas vezes, são deixados de lado pelos candidatos. Após a leitura, ficará ainda mais simples constatar que a internação compulsória não é atribuição do SISNAD. 4. (CESPE / Inspetor de Polícia - PC-CE / 2012) As plantações ilícitas deverão ser imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. Certa. Questão simples, mas que trata de um assunto que gera confusão na cabeça de muitos candidatos. Uma situação é a destruição de plantações quanto tão logo descobertas (imediatamente destruídas). Diferentemente, quando apreendidas, essa destruição se dará por incineração e no prazo máximo de 30 dias. É comum em provas o CESPE trocar essa ordem para confundir os candidatos. Observe: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS– DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova. § 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração. § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. 5. (CESPE / Inspetor de Polícia - PC-CE / 2012) O inquérito policial instaurado para a apuração da prática de tráfico de drogas deverá ser concluído no prazo de trinta dias, se o indiciado estiver preso, e de noventa dias, quando solto, sendo certo que tais prazos poderão ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certa. Vamos aproveitar esta questão e traçar um breve resumo sobre o tema: REGRA GERAL CPP � 10 dias se o investigado estiver preso – inicia-se a contagem no dia em que for executada a ordem de prisão. Este prazo é improrrogável, sob pena de haver constrangimento ilegal e consequente relaxamento da prisão; � 30 dias se o investigado estiver solto- inicia-se a contagem a partir da data da expedição da portaria, quando a instauração for de ofício. Caso a instauração seja provocada por requisição, representação ou requerimento, a partir da data em que forem recebidos os documentos pelo Delegado. PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO NOS CRIMES FEDERAIS: No caso dos crimes investigados pela Polícia Federal, os prazos são regidos pela lei 5.010/66 (Artigo 66), assim, tem-se: � 15 dias se o investigado estiver preso – tal prazo pode ser prorrogado por igual período (15 dias), a pedido devidamente fundamentado pela autoridade policial e deferido pelo Juiz competente. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO � 30 dias se o investigado estiver solto – note que não há previsão legal, neste caso, quando o réu estiver solto. Assim, aplica-se por analogia o prazo do Código de Processo Penal. PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL NA LEI DE DROGAS (ART. 51, LEI 11.343/06): � 30 dias se o investigado estiver preso; � 90 dias se o investigado estiver solto. Observação: os prazos trazidos pelo artigo 51 da “lei de drogas” podem ser duplicados pelo Juiz competente, após ouvido o Ministério Público, mediante pedido devidamente justificado da Autoridade Policial. 6. (CESPE / Inspetor de Polícia - PC-CE / 2012) No território nacional, é expressamente proibido produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, não havendo previsão de licença pública para tal fim. Errada. A Lei nº 11.343/06 prevê a possibilidade de concessão de licença para produção de drogas ou matéria-prima de substância entorpecente. Tal situação ocorre, por exemplo, no caso dos laboratórios farmacêuticos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Observe o dispositivo legal: Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. 7. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-TO / 2008) Considere que determinado cidadão guardasse, em sua residência, cerca de 21 kg de cocaína, em depósito, para fins de mercancia e que, durante uma busca realizada por ordem judicial em sua casa, a droga tenha sido encontrada e os fatos tenham sido imediatamente apresentados à autoridade policial competente. Nessa situação, esse cidadão não pode ser preso em flagrante, pois, no momento da abordagem, ele não praticava nenhum ato típico da traficância. Errado. Segundo o art. 33 da lei nº 11.343/06, constitui uma conduta típica de tráfico importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. O art. 33 é um dos mais exigidos em PROVA (junto com o art. 28). Vamos relembrar alguns importantes pontos: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO De uma forma bem ampla, a lei nº 11.343/06 descreve dois grandes tipos de crimes: • O primeiro já foi visto e está tipificado no art. 28 referindo-se ao consumo de drogas. Como já aprendemos, apesar de a ele não estar cominada pena privativa de liberdade (detenção e reclusão), tal conduta não deixou de ser crime. • O outro grande tipo de crime está presente no art. 33, que trata do tráfico ilícito de drogas. Para essas condutas estão previstas rígidas penas privativas de liberdade e multa. Observe: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. O caput do art. 33 versa sobre o que podemos chamar de condutas típicas de tráfico, que ao todo são dezoito. Cabe ressaltar que este dispositivo é o TIPO FUNDAMENTAL DO TRÁFICO DE DROGAS. Os outros delitos previstos na lei nº 11.343/06 são considerados MODALIDADES de tráfico. Vamosanalisar a figura típica: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 2 – Objeto Material ��� É a droga. 3 – Sujeito Ativo ��� Com exceção da conduta de prescrever, que é crime próprio cometido por médico ou dentista, trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. 4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 5 – Conduta Típica ��� Para a prova do CESPE, que adora apresentar “histórias” para verificar o conhecimento do candidato, é imprescindível que se conheça o real significado de cada conduta tipificada, e é isso que você vai aprender agora. Vamos lá!!! CONDUTAS TÍPICAS DE TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO IMPORTAR CONSISTE EM FAZER ENTRAR O TÓXICO NO PAÍS POR VIA AÉREA, MARÍTIMA OU POR TERRA. O DELITO SE CONSUMA NO MOMENTO EM QUE A SUBSTÂNCIA ILÍCITA ENTRA NO TERRITÓRIO NACIONAL. DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (ART. 12 DO CP), O ART. 334 DO CP (CONTRABANDO E DESCAMINHO) NÃO É APLICÁVEL QUANDO SE IMPORTA UMA SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE, OU SEJA, É APLICÁVEL NA IMPORTAÇÃO DE OUTRAS SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS. EXPORTAR CARACTERIZA O ENVIO DA DROGA PARA OUTRO PAÍS. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO REMETER SIGNIFICA O TRANSPORTE DA DROGA SEM QUE ELA SAIA DO PAÍS. A FORMA MAIS COMUM É ATRAVÉS DOS CORREIOS. PREPARAR CONSISTE EM COMBINAR SUBSTÂNCIAS NÃO ENTORPECENTES FORMANDO UMA TÓXICA PRONTA PARA O USO. PRODUZIR PRESSUPÕE A IDÉIA DE CRIAÇÃO. DIFERE-SE DA PREPARAÇÃO, ONDE O AGENTE JÁ POSSUI AS SUBSTÂNCIAS QUE SERVEM COMO MATÉRIA-PRIMA, ENQUANTO QUE NA PRODUÇÃO O PRÓPRIO AGENTE CRIA A MATÉRIA PRIMA OU A EXTRAI DA NATUREZA. FABRICAR É A PRODUÇÃO ATRAVÉS DO MEIO INDUSTRIAL. ADQUIRIR SIGNIFICA COMPRAR, OBTER A PROPRIEDADE, A TÍTULO ONEROSO OU GRATUITO. ESTA CONDUTA SÓ PODE SER PUNIDA COM AS PENAS DO ART. 33 SE A PESSOA ADQUIRIR COM A INTENÇÃO DE ENTREGAR AO CONSUMO DE TERCEIRO. AQUELE QUE COMPRA A DROGA PARA O CONSUMO PRÓPRIO, INCIDE NAS PENAS DO ART. 28 (PORTE DE DROGA PARA CONSUMO PRÓPRIO). VENDER É ALIENAR MEDIANTE UMA CONTRAPRESTAÇÃO QUE NÃO PRECISA SER NECESSARIAMENTE EM MOEDA CORRENTE. EXPOR A VENDA CONSISTE EM DISPONIBILIZAR A MERCADORIA AOS INTERESSADOS NA AQUISIÇÃO. OFERECER SIGNIFICA ABORDAR EVENTUAIS COMPRADORES E FAZÊ-LOS SABER QUE POSSUI A DROGA PARA VENDA. TER EM DEPÓSITO DÁ A IDÉIA DE QUE O AGENTE É DEPOSITÁRIO DA DROGA PERTENCENTE A TERCEIRA PESSOA. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO TRANSPORTAR SIGNIFICA CONDUZIR DE UM LOCAL PARA OUTRO COM O USO DE ALGUM MEIO DE LOCOMOÇÃO, TAL COMO CARRO, BICICLETA, AVIÃO, ETC. TRAZER CONSIGO É UTILIZADO NO SENTIDO DE CARREGAR JUNTO AO PRÓPRIO CORPO, SEJA NO SEU INTERIOR OU NAS ROUPAS QUE O COBREM. GUARDAR DIZ RESPEITO À PRESERVAÇÃO, MANUTENÇÃO OU CONSERVAÇÃO DA SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. PRESCREVER É SINÔNIMO DE RECEITAR. POR ISSO, TEM UMA LIGAÇÃO DIRETA COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA MÉDICA E COM OS DENTISTAS. OU SEJA, TRATA-SE DE UM CRIME PRÓPRIO, POIS SÓ PODE SER COMETIDO POR DETERMINADAS CATEGORIAS DE PROFISSIONAIS. MINISTRAR SIGNIFICA INTRODUZIR OU INOCULAR NO ORGANISMO HUMANO. DESSA FORMA, COMETE CRIME O FARMACÊUTICO QUE INJETA DROGAS EM DETERMINADA PESSOA SEM EXISTIR PRESCRIÇÃO MÉDICA. ENTREGAR A CONSUMO ESTA TIPIFICAÇÃO PROCURA ABRANGER AS DIVERSAS FORMAS DE FAZER AS DROGAS CHEGAREM A TERCEIROS. FORNECER TEM O SIGNIFICADO DE ABASTECER OU PROVER O MERCADO CONSUMIDOR DE DROGAS, PODENDO SER INDIVIDUAL OU ATÉ MESMO GRATUITO. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 6 – Tipo misto alternativo ou de conteúdo variado ��� Assim, como vimos anteriormente no crime do Art. 28, o crime tipificado no Art. 33 é considerado um crime de ação múltipla, no qual a realização de mais de uma conduta, desde que em relação à mesma droga, constitui crime único. Veja este exemplo: O agente que transporta e guarda a droga consigo, apesar de cometer duas condutas, pratica apenas um crime. Porém, não haverá delito único quando as condutas se referirem a cargas diversas de entorpecentes sem qualquer ligação. Assim, se em uma semana a pessoa compra um quilo de maconha e na outra semana importa meio quilo de cocaína, terá praticado dois delitos na forma de concurso material, pois as condutas referem-se a substâncias diferentes. 7 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso, não se exigindo finalidade especial. 8 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de mera conduta, de perigo abstrato e coletivo. Vale lembrar que é imprescindível a apreensão da droga para fazer incidir a tipificação do Art. 33. Sempre que se tratar de crime envolvendo drogas é necessário que a substância aprendida seja periciada e confeccionado laudo de constatação preliminar para lavratura do auto de prisão em flagrante. Prisão por tráfico de drogas decorrente apenas de prova testemunhal é ILEGAL! CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 9 – Consumação e Tentativa ��� A consumação ocorre na prática de qualquer das condutas alternativas do tipo penal. É cabível a tentativa, mas, devido à diversidade de condutas, dificilmente ocorrerá. 10 – Crime equiparado a hediondo ��� O tráfico de drogas é equiparado a hediondo. 11- Prova da traficância ��� Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos operadores de direito é como provar que o indivíduo é um traficante. Para solucionar este problema, a jurisprudência vem adotando como referencial a quantidade, variedade, modo de acondicionamento e outros indicativos da traficância. Neste sentido já se pronunciou o TJ-SP decidindo que a variedade e quantidade da droga apreendida e anterior denúncia sobre o tráfico no local são elementos suficientes para levarem à conclusão acerca do comércio ilícito (Apelação nº 990.09.297118-2 – DJ 23/03/2010) Ainda, segundo o TJ-SP, acompanhando o entendimento majoritário, não há necessidade de que o sujeito seja preso no momento exato em que fornece materialmente a droga para terceiro. Para que seja caracterizado o tráfico, bastam circunstâncias seguras de que o objeto era destinado ao comércio ilegal (Apelação nº 990.08.073079-7, DJ 29/01/2009). 8. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão em flagrante, devendo oautor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certo. Segundo o art. 48 da lei nº 11.343/06, é vedada a prisão em flagrante de usuário de drogas. Assim, apreendido o agente e a droga, o condutor deverá apresentá-lo imediatamente ao juízo competente, ou na falta deste, à autoridade policial, no local em que se encontrar, e deverá lavrar termo circunstanciado sobre o comparecimento ao juízo competente. Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. [...] § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando- se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. 9. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No crime de tráfico de drogas, para a lavratura do auto de prisão em flagrante, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, o qual será necessariamente firmado por perito oficial. Errado. Segundo o art.50 §1o, da lei de Drogas, caso não haja no momento da lavratura um especialista no assunto, o laudo poderá ser realizado por “pessoa idônea”. 10. (CESPE / MPE-SE / 2010) A legislação em vigor admite a fixação de regime inicial diverso do fechado aos condenados pela prática de crime de tráfico de drogas, desde que as circunstâncias judiciais e o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO quantum da pena assim autorizem, conforme entendimento consolidado no STJ. Errado. Apesar de ser admitida a progressão do regime, prevalece o entendimento do cumprimento inicial em regime fechado. 11. (CESPE / MPE-SE / 2010) Para o STJ, os preceitos legais em vigor impedem a conversão da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente. Errado. Hodiernamente, o STJ tem se posicionado pelo cabimento da substituição da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente (HC 128.256-SP, DJe 26/10/2009 e HC 120.353-SP, DJe 9/2/2010). 12. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) O IP relativo a indiciado preso por tráfico de drogas deve ser concluído no prazo de 30 dias, não havendo possibilidade de prorrogação do prazo. A autoridade policial pode, todavia, realizar diligências complementares e remetê-las posteriormente ao juízo competente. Errado. O parágrafo único do art. 51 da lei nº 11.343/06 determina que os prazos para entrega do IP podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. Já quanto às diligências, o parágrafo único do art. 52 da lei nº 11.343/06 deixa claro que as diligências complementares não impedem a remessa dos autos. Apresento abaixo o processo esquematizado: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO IINNQQUUÉÉRRIITTOO PPOOLLIICCIIAALL 3300 DDIIAASS ��� IINNVVEESSTTIIGGAADDOO PPRREESSOO 9900 DDIIAASS ��� IINNVVEESSTTIIGGAADDOO SSOOLLTTOO PPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE DDEE PPRROORRRROOGGAAÇÇÃÃOO AARRQQUUIIVVAAMMEENNTTOO DDEEVVOOLLUUÇÇÃÃOO PPAARRAA DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS DDEENNÚÚNNCCIIAA DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS SSUUPPLLEEMMEENNTTAARREESS NNOOTTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDOO DDEENNUUNNCCIIAADDOO PPAARRAA DDEEFFEESSAA PPRREELLIIMMIINNAARR DDEEFFEESSAA PPRREELLIIMMIINNAARR PPRRAAZZOO:: 1100 DDIIAASS AAPPRREESSEENNTTAARR DDEEFFEESSAA,, AARRGGÜÜIIRR EEXXCCEEÇÇÕÕEESS,, SSUUSSCCIITTAARR NNUULLIIDDAADDEESS,, RREEQQUUEERREERR PPRROODDUUÇÇÃÃOO DDEE PPRROOVVAASS CCOONNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOO DDEE AADDVVOOGGAADDOO OOUU NNOOMMEEAAÇÇÃÃOO DDEE UUMM DDEEFFEENNSSOORR DDAATTIIVVOO DDEECCIISSÃÃOO DDEE RREEJJEEIIÇÇÃÃOO DDAA DDEENNÚÚNNCCIIAA DDEECCIISSÃÃOO DDEE RREECCEEBBIIMMEENNTTOO DDAA DDEENNÚÚNNCCIIAA CCAASSOO IIMMPPRREESSCCIINNDDÍÍVVEELL EEMM 1100 DDIIAASS SSEERRÁÁ:: 11--AAPPRREESSEENNTTAADDOO OO PPRREESSOO 22--RREEAALLIIZZAADDAASS DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS 33--EEXXAAMMEESS EE PPEERRÍÍCCIIAASS AAFFAASSTTAAMMEENNTTOO CCAAUUTTEELLAARR SSEE FFUUNNCCIIOONNÁÁRRIIOO PPÚÚBBLLIICCOO RREEQQUUIISSIIÇÇÃÃOO DDEE LLAAUUDDOOSS PPEERRIICCIIAAIISS DDEESSIIGGNNAAÇÇÃÃOO DDEE AAUUDDIIÊÊNNCCIIAA((AAIIJJ)) EE CCIITTAAÇÇÃÃOO RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA AAIIJJ AAIIJJ ��� 3300 DDIIAASS ��� RREEGGRRAA AAIIJJ ��� 9900 DDIIAASS ��� EEMM CCAASSOO DDEE EEXXAAMMEE DDEE DDEEPPEENNDDÊÊNNCCIIAA 11 -- IINNTTEERRRROOGGAATTÓÓRRIIOO 22 -- IINNQQUUIIRRIIÇÇÃÃOO DDAASS TTEESSTTEEMMUUNNHHAASS DDEE AACCUUSSAAÇÇÃÃOO EE DDEEFFEESSAA 33 -- DDEEBBAATTEESS OORRAAIISS 44 –– SSEENNTTEENNÇÇAA ((IIMMEEDDIIAATTAA OOUU EEMM 1100 DDIIAASS)) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 13. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) Findo o prazo para conclusão do inquérito na apuração de crime de tráfico ilícito, a autoridade policial remete os autos ao juízo competente, relatando sumariamente as circunstâncias do fato, sendo-lhe vedado justificar as razões que a levaram à classificação do delito. Errado. Nos termos do art. 52 da lei nº 11.343/06, um dos itens que precisam constar nos autos do inquérito é exatamente a justificativa das razões que levaram a autoridade policial a classificar o delito no tipo apontado. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias. 14. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) É legalmente vedada a não- atuação policial aos portadores de drogas, a seus precursores químicos ou a outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br20 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. Retira-se do art.53, II, da lei nº 11.343/06 que é permitido, mediante autorização judicial e ouvido o MP, a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção que se encontrem no território brasileiro. 15. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência. Errado. Conforme o parágrafo 2º do art. 28 da lei nº 11.343/06, para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 16. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Como a Lei Antidrogas não prevê a aplicação de medida educativa o agente apenado por portar drogas para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, devem ser aplicadas as regras pertinentes do CP. Errado. A questão está incorreta, pois a lei nº 11.343/06 prevê nos incisos do art. 28 as penalidades a serem aplicadas. São elas advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 17. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-AC / 2007) A nova Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) estabelece um rol de penas possíveis para a pessoa que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para uso pessoal, drogas ilícitas. Para determinar se a droga se destinava ao consumo pessoal, o juiz observará apenas a natureza e a quantidade da droga. Errado. Nos termos do parágrafo 2º do art. 28 da lei nº 11.343/06, para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 18. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A respeito do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, o inquérito policial deve ser concluído no prazo de 30 dias, caso o indiciado esteja preso, e no de 60 dias, caso este esteja solto. Errado. Nos termos do art. 51 da lei nº 11.343/06 o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Os prazos podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. 19. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A Lei n.º 11.343/2006 possibilita o livramento condicional ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente após o cumprimento de três quintos da pena de condenação, em caso de réu primário, e dois terços, em caso de réu reincidente, ainda que específico. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. Conforme o parágrafo único do art. 44, o livramento condicional pode ser concedido após o cumprimento de dois terços da pena, vedada a sua concessão ao reincidente específico. 20. (CESPE / OAB-CE / 2007) A conduta daquele que, para consumo pessoal, cultiva plantas destinadas à preparação de substância capaz de causar dependência física ou psíquica permanece sem tipificação. Errado. O parágrafo 1º, do art. 28, da Lei de Drogas, estabelece a responsabilidade penal do agente que, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 21. (CESPE / OAB-CE / 2007) É possível, além das penas de advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa, a imposição de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas. Errado. Conforme a nova disposição do art. 28 da Lei de Drogas, não há pena privativa de liberdade para o crime de posse de drogas para consumo pessoal. 22. (CESPE / OAB-CE / 2007) O porte de drogas tornou-se infração de menor potencial ofensivo, estando sujeito ao procedimento da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Certo. No que tange ao delito de porte de drogas, previsto no art. 28 da lei nº 11.343/06, o legislador excluiu do preceito secundário da norma as penas privativas de liberdade, estabelecendo penas educativas e restritivas de direitos. Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 23. (CESPE / OAB-CE / 2007) Poderá ser imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante, devendo o autuado ser encaminhado ao juízo competente para que este se manifeste sobre a manutenção da prisão, após a lavratura do termo circunstanciado. Errado. Não existe possibilidade de prisão em flagrante. O Art. 28 da lei de drogas é de suma importância, pois prevê um novo tratamento à conduta de porte de drogas para consumo pessoal. O intuito da Lei foi o de evitar, a qualquer custo, a aplicação de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas. 24. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei repressiva pune o consumo de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica. Errado. O art. 28 da lei nº 11.343/06 define que quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: Advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. As condutas “usar” ou “consumir” constituem fato atípico. Existe atipicidade, porque o crime não é “usar” ou “consumir” a droga, mas sim adquiri-la, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO guardá-la, mantê-la em depósito, transportá-la ou trazê-la consigo para consumo pessoal. Assim, podemos afirmar que não se pune o consumo em si da droga. 25. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei prevê a modalidade de crime culposo para os profissionais que prescrevem ou ministram, aleatória e (ou) indevidamente, as referidas substâncias a pacientes. Certo. A questão refere-se ao delito do art. 38, da nova lei de drogas (lei n.º 11.343/2006), consistente na conduta de prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem quedelas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Vamos conversar um pouco sobre este delito: Para o correto entendimento deste crime, precisamos recorrer à redação anterior, prevista na antiga Lei de Drogas, a fim de compreendermos a correta extensão da nova norma. Observe o antigo texto legal: Art. 15. Prescrever ou ministrar culposamente, o médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em de dose evidentemente maior que a necessária ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Agora compare com a nova redação: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Art.38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa Perceba que o art. 38, diferentemente da redação anterior, não especifica exatamente quem pode cometer o crime, ou seja, não trata especificamente do “médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem”. Assim, logo quando surgiu a lei nº 11.343/06, o comentário de muitos foi: “Legal, agora o crime de prescrição ou ministração culposa não é mais um crime próprio!!!”. Ocorre, entretanto, que o parágrafo único do art. 38 dispõe: Art. 38. [...] Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. Ora, se a lei prevê que o Juiz deverá comunicar a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional, é claro que o legislador não retirou a obrigatoriedade de que o agente do delito seja da área biomédica, mas apenas não especificou quais seriam estes profissionais. Desta forma, podemos afirmar que o crime de prescrição ou ministração culposa trata-se de um crime próprio dos profissionais da área CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO biomédica e que só pode ser praticado na modalidade culposa por quem prescreva ou ministre substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem que delas necessite o paciente. Também incide neste tipo penal os profissionais acima citados quando prescrevem doses excessivas em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Podemos resumir o delito da seguinte forma: CONDUTAS QUE CARACTERIZAM O CRIME DE PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGAS (CRIME PRÓPRIO) • PRESCREVER OU MINISTRAR DROGAS SEM QUE DELAS NECESSITE O PACIENTE; • PRESCREVER OU MINISTRAR EM DOSES EXCESSIVAS; • PRESCREVER OU MINISTRAR EM DESACORDO COM DETERMINAÇÃO LEGAL OU REGULAMENTAR. Obs.: O crime se consuma com a entrega do receituário (prescrever) ou com a introdução no organismo da droga (ministrar). Como é um crime culposo, não admite tentativa. 26. (CESPE / Defensor Público - DPE-AL / 2009) As medidas alternativas impostas em razão de uma transação penal e aquelas previstas no art. 28 da Lei n.º 11.343/2006 (usuário de droga) não geram os efeitos penais gerais próprios de uma sanção penal. Certo. As medidas alternativas do art. 28 da lei 11.343/2006 (usuário de droga) quando impostas por sentença penal geram reincidência. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 27. (CESPE / Defensor Público - DPE-ES / 2009) Na hipótese de posse de drogas para consumo pessoal, não se impõe prisão em flagrante. Nessa situação, o autor do fato deve ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta desse, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e das perícias necessários. Certo. Tratando-se da conduta prevista no art. 28 da lei nº 11.343/06, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. 28. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) Considere que Joaquim, penalmente imputável, foi abordado em uma barreira policial e, após vistoria em seu veículo, foi encontrada pequena quantidade de maconha. Indagado a respeito, Joaquim alegou que a droga se destinava a consumo pessoal. Nessa situação, uma vez demonstrada a alegação de Joaquim, o policial responsável pela diligência deverá apreender a substância e liberar o usuário mediante admoestação verbal. Errado. Segundo o § 2o do art. 28 da lei nº 11.343/06, tratando-se de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 29. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) A legislação em vigor acerca do tráfico ilícito de entorpecente possibilita ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente, desde que seja réu primário, com bons antecedentes e que não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa, a redução de um sexto a dois terços de sua pena, bem como a conversão desta em penas restritivas de direitos, desde que cumpridos os mesmos requisitos exigidos para a redução da pena. Certo. Segundo o art. 33, § 4o da lei nº 11.343/06, no delito de tráfico ilícito de entorpecente, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. No que diz respeito a conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, o STF, no HC 97.256/RS, posicionou-se no sentido de conceder parcialmente a ordem e declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44 do mesmo diploma legal. (Informativo nº 597 do STF). 30. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Ainda que o fato tenha sido cometido antes da vigência da Lei n.º 11.343/2006 e que o condenado preencha os requisitos dispostos no art. 44 do CP, não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito em crime de tráfico de entorpecentes, já que o STF, ao julgar inconstitucional o art. 2.º, § 1.º, da Lei n.º 8.072/1990 - Lei dos Crimes Hediondos -, passou a admitir somente a progressãode regimes aos condenados por crimes hediondos, mas não a conversão em pena restritiva de direito. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. No que diz respeito a conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, o STF, no HC 97.256/RS, posicionou-se no sentido de conceder parcialmente a ordem e declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44 do mesmo diploma legal. (Informativo nº 597 do STF). 31. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Dispõe a Lei n.º 11.343/2006, quanto ao crime de tráfico ilícito de entorpecente, que "as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.". Considerando que a lei anterior não possuía redação similar, o Juízo das Execuções Criminais poderá facultar ao condenado por crime de tráfico de entorpecentes, sob a égide da Lei n.º 6.368/1976, que preencha tais condições, a opção entre o regramento antigo e o atual, tendo em vista que a pena de multa sofreu significativo aumento, não havendo como afirmar, nesse aspecto, qual das leis é mais severa. Certo. A norma insculpida no art. 33, § 4º da Lei n.º 11.343/06 inovou no ordenamento jurídico pátrio ao prever uma causa de diminuição de pena explicitamente vinculada ao novo apenamento previsto no caput do art. 33. Não há que se admitir sua aplicação em combinação ao conteúdo do preceito secundário do tipo referente ao tráfico na antiga lei (Art. 12 da Lei n.º 6.368/76) gerando daí uma terceira norma não elaborada e jamais prevista pelo legislador. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Em homenagem ao princípio da extra-atividade (retroatividade ou ultra- atividade) da lei penal mais benéfica deve-se, caso a caso , verificar qual a situação mais vantajosa ao condenado: se a aplicação das penas insertas na antiga lei - em que a pena mínima é mais baixa - ou a aplicação da nova lei na qual há a possibilidade de incidência da causa de diminuição, recaindo sobre quantum mais elevado. Contudo, jamais a combinação dos textos que levaria a uma regra inédita. 32. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A competência para processar e julgar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes é, em regra, da justiça estadual, exceto se caracterizado ilícito transnacional, quando a competência será da justiça federal. Nesse contexto, a probabilidade de a droga ser de origem estrangeira é suficiente para deslocar a competência da justiça estadual para a justiça federal. Errado. Segundo pacífica jurisprudência, a competência para processar e julgar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes é, em regra, da Justiça Estadual. Tratando-se, no entanto, de crime internacional, isto é, à distância, que possui base em mais de um país, passa a ser da competência da Justiça Federal. Sendo apenas a provável origem estrangeira da droga, não se tem o crime necessariamente como transnacional, reclamando, para tanto, prova contundente da internacionalidade da conduta, de sorte a atrair a competência da Justiça Federal. 33. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) É nula a sentença penal condenatória por crime de tráfico ilícito de entorpecentes cuja pena- base tenha sido exacerbada com base na quantidade da droga CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO apreendida, entendendo-se, assim, haver maior censurabilidade da conduta (culpabilidade), tendo em vista que tal critério é expressamente previsto na legislação respectiva como definidor na conduta do agente, isto é, se uso ou tráfico. Errado. Segundo pacífico entendimento jurisprudencial, a quantidade de drogas justifica a fixação da pena acima do mínimo legal (STJ, HC 140.221- MS, DJ 22/9/2009). 34. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A inobservância do rito procedimental estabelecido pela Lei n.º 11.343/2006 quanto à intimação e conseqüente apresentação de defesa preliminar constitui causa de nulidade relativa, sendo, pois, necessário que se comprove o prejuízo, restando preclusa a alegação, se não for feita no momento oportuno. Errado. Segundo o entendimento jurisprudencial, a ausência de defesa preliminar no procedimento estabelecido na lei 11343/06 gera nulidade absoluta e não relativa. 35. (CESPE / Promotor - MPE-ES / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O § 2o do art. 28 da lei nº 11.343/06 define que para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 36. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade de polícia judiciária deve fazer, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do MP, em 24 horas. Certo. Conforme o art. 50 da lei nº 11.343/06, ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. 37. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é prescindível o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga. Errado. Nos termos do § 1º do art. 50 da lei nº 11.343/06, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 38. (CESPE /Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, o inquérito policial será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 45 dias, se estiver solto. Errado. Retira-se do art. 51 da lei nº 11.343/06 que o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. 39. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a ausência do relatório circunstanciado torna nulo o inquérito policial. Errado. O art. 52 da lei nº 11.343/06 define que, findos os prazos do inquérito, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo, relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. Tal relatório não precisa ser circunstanciado, ou seja, detalhado. Já decidiu o STJ que a ausência de relatório configura mera irregularidade, pois se trata de procedimento de caráter informativo, sem contraditório e ampla defesa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 40. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade policial, após relatar o inquérito, deverá remeter os autos à justiça, que os encaminhará ao MP. Depois disso, a autoridade policial não poderá, de ofício, continuar a investigação, colhendo outras provas. Errado. Retira-se do art. 52, parágrafo único da lei nº 11.343/06 que a remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares. 41. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) O atual procedimento adotado nos crimes de tráfico de drogas estabelece a necessidade de notificação do acusado, antes do recebimento da denúncia, para que o mesmo apresente indispensável defesa prévia, bem como estabelece a realização do interrogatório ao final da instrução e veda, de forma expressa, a absolvição sumária. Errado. Muito embora a Lei 11.343/06 não faça previsão expressa sobre a rejeição da denúncia após a resposta escrita, permite e aplicação subsidiária do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (artigo 48, caput), o que determina a aplicação da absolvição sumária prevista no artigo 397 do Código de Processo Penal, no qual constam a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (inciso I); a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade (inciso II); que o fato narrado evidentemente não constitui crime (inciso III); ou extinta a punibilidade do agente (inciso IV). 42. (CESPE / Defensor Público - DPU / 2010) No que concerne ao processo e ao procedimento dos crimes de tráfico de entorpecentes, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO é correto afirmar que circunstâncias inerentes à conduta criminosa não podem, sob pena de bis in idem, justificar o aumento da reprimenda. Certo. Circunstâncias inerentes à conduta criminosa, como, por exemplo, a propagação do mal e busca de lucro fácil, são próprias da conduta delituosa, não podendo, sob pena de bis in idem, atuar para justificar aumento da reprimenda. (STF, HC 85.507/PE, DJ 24.02.2006). 43. (CESPE / POLÍCIA FEDERAL / 2009) Nos crimes de tráfico de substâncias entorpecentes, é isento de pena o agente que, em razão da dependência ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Certo. Trata-se de disposição expressa do art. 45, da lei n.º 11.343/2006 (nova lei de drogas). Segundo o citado dispositivo, é isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 44. (CESPE / POLÍCIA FEDERAL / 2009) É atípica, por falta de previsão na legislação pertinente ao assunto, a conduta do agente que simplesmente colabora, como informante, com grupo ou associação destinada ao tráfico ilícito de entorpecentes. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. A questão está errada, pois a atuação do informante encontra-se prevista como conduta típica no art. 37 da lei nº 11.343/06. Cabe ressaltar que no crime de colaboração com o tráfico, previsto no art. 37 da lei nº 11.343/06, o agente deve colaborar exclusivamente com informações. Se, por exemplo, colaborar transportando a droga, responderá por crime de tráfico, previsto no “caput” do art. 33 da referida lei. 45. (CESPE / Inspetor - PC-CE / 2012) As instituições que atuam nas áreas de atenção à saúde e assistência social e que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas. Certa. Conforme leciona o art. 16, as instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União. 46. (CESPE / Inspetor - PC-CE / 2012) As ações do SISNAD limitam- se ao plano interno, ou seja, aos limites do território nacional, razão pela qual esse sistema não comporta a integração de estratégias internacionais de prevenção do uso indevido de drogas. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errada. A Lei de Drogas prevê que o SISNAD se valerá de atividades com a finalidade de promover a integração de estratégias nacionais e internacionais para a prevenção do uso indevido de drogas. Art. 4o São princípios do Sisnad: [...] VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; 47. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá submetê-lo, alternativamente, a admoestação verbal ou apagamento de multa. Errado. Se o cidadão injustificadamente deixar de cumprir as obrigações impostas em juízo, a autoridade judiciária competente poderá aplicar sucessivamente e não alternativamente as penas de admoestação verbal e multa. Art. 28 [...] § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê- lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Resumindo o tema: No caso de recusa do agente em cumprir as medidas educativas, o juiz poderá submetê-lo sucessivamente a: • ADMOESTAÇÃO VERBAL; E/OU • MULTA. PARA ENTENDER ��� MULTA IMPOSTA PELO JUIZ • Limite mínimo estabelecido pela lei � 40 dias-multa • Limite máximo estabelecido pela lei � 100 dias-multa. O valor de cada dia-multa pode variar de 1/30 do salário mínimo até 03 vezes o salário mínimo. De uma forma geral, fazendo uma proporção matemática, o valor mínimo da multa é de 40 x (1/30) = 4/3 do salário mínimo, enquanto que o valor máximo é de 100 x (3) = 300 salários mínimos. Todo valor recolhido por essa via será creditado à conta do Fundo Nacional Antidrogas. Agora, pergunto a você: Quando o agente se recusa a cumprir as sanções penais a ele cominadas, a prática do delito de desobediência, previsto no do Código Penal, pode ser aplicada? A resposta é NEGATIVA, pois a nova Lei das Drogas traçou uma linha mestra que deverá nortear a interpretação de todos os outros dispositivos. E qual é? É exatamente a de que não se aplicará ao usuário pena privativa de liberdade. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Não poderá o magistrado, salvo na ocorrência de infração penal superveniente, converter a pena aplicada em privativa de liberdade, devendo se valer dos instrumentos legais que a nova lei lhe concede. 48. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material. Errada. O fato continua sendo considerado crime. Este é o entendimento do STF e do CESPE. Vamos esmiuçar este importante tema: Para começarmos a tratar do art. 28, precisamos antes definir algumas regras que serão aplicáveis a todos os delitos da lei nº 11.343/06. Tratam-se de crimes de perigo abstrato, pois não necessitam da demonstração de que efetivamente alguém foi exposto a perigo de dano, que é presumido pela lei. São, também, crimes de perigo coletivo, pois a saúde de um número indeterminado de pessoas é exposto a dano. Como sujeito passivo dos delitos temos, regra geral, a coletividade. Em alguns tipos penais, podem haver pessoas determinadas. Passemos agora á análise específica do art. 28 da lei nº 11.343/06: O Art. 28 da lei é de suma importância, pois prevê um novo tratamento à conduta de porte de drogas para consumo pessoal. O intuito da Lei foi o de evitar, a qualquer custo, a aplicação de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas. Observe o disposto: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Com a retirada da pena privativa de liberdade, alguns doutrinadores passaram a defender que o porte de drogas para consumo pessoal não mais pode ser considerado um crime, mas infrações sui generis. Tal afirmação encontra como base a Lei de Introdução ao Código Penal que considera como crime a infração penal a que a lei comine pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. Apesar desta linha de raciocínio existir, o STJ já firmou entendimento de que não houve a descriminalização (HC 121.145, SP, DJ 10/06/2010). Neste mesmo sentido também já se pronunciou o STF (RE 430.105/RJ, DJ 13/02/2007). Passemos agora a uma análise detalhada da conduta típica do art. 28 1 – Objeto Jurídico ��� O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 2 – Objeto Material ��� É a droga. 3 – Sujeito Ativo ��� Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 4 – Sujeito Passivo ��� Como já vimos, é a coletividade. 5 – Conduta Típica ��� Podemos elencar e explicar as seguintes condutas: CCOONNDDUUTTAASS TTÍÍPPIICCAASS PPAASSSSÍÍVVEEIISS DDAASS PPEENNAASS PPRREEVVIISSTTAASS NNOO AARRTT.. 2288 1. Adquirir ��� Significa obter por qualquer meio (compra, doação, permuta, etc.) a propriedade, a título oneroso ou gratuito. 2. Guardar ��� Diz respeito à preservação, manutenção ou conservação da substância entorpecente. 3. Ter em depósito ���É uma idéia mais abrangente que guardar, pois envolve uma noção de espaço ou local específico para manter a substância. 4. Transportar ���Significa conduzir de um local para outro com o uso de algum meio de locomoção, tal como carro, bicicleta, avião, etc. 5. Trazer consigo ��� É utilizado no sentido de carregar junto ao próprio corpo, seja no seu interior ou nas roupas que o cobrem. Observe que na modalidade adquirir temos uma espécie de crime instantâneo, mas nas demais modalidades o crime é permanente, pois se prolonga no tempo, mantendo a conduta em execução durante toda a sua permanência temporal. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 6 – Tipo misto alternativo ou de conteúdo variado ��� Bom, caro aluno, agora que já conhecemos as condutas, pense na seguinte situação: Tício compra e depois traz a droga consigo. Neste caso, quantos crimes ele comete??? Apesar de cometer duas condutas, pratica apenas um crime. Podemos dizer então que o artigo 28 tipifica um crime de ação múltipla, no qual a realização de mais de uma conduta, desde que em relação à mesma droga, constitui crime único. 7 – Elemento Subjetivo ��� O crime é doloso e exige-se a especial intenção de consumo pessoal da droga. 8 – Qualificação Doutrinária ��� Trata-se de crime doloso, comum, de mera conduta, plurissubsistente, de perigo abstrato e coletivo. 9 – Consumação e Tentativa ��� A consumação ocorre na prática de qualquerdas condutas alternativas. Vamos analisar: PARA LEMBRAR Crime instantâneo é aquele que, quando consumado, encerra-se. A consumação ocorre em determinado momento e não mais se prossegue. No homicídio, por exemplo, o crime é consumado quando da morte da vítima, não importando o tempo decorrido entre a ação e o resultado. Crime permanente existe quando a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação ou omissão do sujeito ativo, como acontece no cárcere privado. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO � Adquirir � Consuma-se com o recebimento do objeto. A tentativa é possível. � Guardar � Consuma-se o crime no momento em que o objeto é recebido para ser acondicionado para uso próprio e futuro. É possível a tentativa. � Ter em depósito � Consuma-se quando o indivíduo tem a droga consigo para uso próprio futuro. Admite-se a tentativa. � Transportar � Consuma-se o delito com o deslocamento do objeto material. É possível a tentativa. � Trazer consigo � Consuma-se quando o agente tem o objeto consigo ou ao seu alcança. Admite-se a tentativa. 49. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) Considere a seguinte situação hipotética. O comerciante Ronaldo mantém em estoque e frequentemente vende para menores em situação de risco (meninos de rua) produto industrial conhecido como cola de sapateiro. Flagrado pela polícia ao vender uma lata do produto para um adolescente, o comerciante foi apresentado à autoridade policial competente. Nessa situação hipotética, caberá ao delegado de polícia a autuação em flagrante de Ronaldo, por conduta definida como tráfico de substância entorpecente. Errado. Essa questão ficará mais clara ao estudarmos o ECA. Todavia, em que pesem argumentos em sentido contrário, a cola de sapateiro não é considerada droga para efeitos da Lei 11.343/06, pois se assim fosse não poderia ser comercializada nem para maiores 18 anos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 50. (CESPE / Juiz - TJ-RO / 2011) No crime de tráfico ilícito de substância entorpecente, previsto no artigo 33, caput, da Lei nº. 11.343/2006, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Certo. A lei nº 11.343, define em seu art. 33, § 4o: Art. 33 [...] § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Dedicar-se a atividades criminosas pressupõe reiteração de condutas tipificadas como crime, ou seja, habitualidade no cometimento de delitos. Sobre o tema o STJ decidiu que: ATENÇÂO: No caso da diminuição de pena, como a lei não cita claramente quais são as atividades criminosas que excluem a atenuante, segundo entendimento jurisprudencial, tanto faz se a organização criminosa é voltada para o tráfico de drogas ou apenas para outros ilícitos, ou seja, ambas serão responsáveis pela não aplicação da causa de diminuição. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 51. (CESPE / Analista Processual – MPU / 2010) Em relação ao crime de tráfico de drogas, considera-se, tráfico privilegiado o praticado por agente primário, com bons antecedentes criminais, que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa, sendo-lhe aplicada a redução de pena de um sexto a dois terços, independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima fique aquém do mínimo legal. Certo. Como vimos, segundo o art. 33, § 4o, da lei n.° 11.343/2006, nos crimes de tráfico ilícito de drogas, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. A questão tenta confundir o candidato ao citar “independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima fique aquém do mínimo legal”. Todavia, segundo o STJ no REsp 1133945 / MG 15/04/2010, a quantidade e a natureza da droga não irão impedir a aplicação da diminuição de pena decorrente do crime de tráfico privilegiado, muito menos o fato de o tráfico ser nacional ou internacional. “É inaplicável a redução legal, pois, embora o paciente seja primário e de bons antecedentes, não atende ao requisito previsto no mencionado artigo, uma vez que se dedica a atividades criminosas, pois evidenciada nos autos a prática do tráfico, em razão da grande quantidade e variedade de substância entorpecente apreendida (oito papelotes de cocaína e novecentos e sessenta e dois invólucros contendo crack, além de balança de precisão (HC 151.676/SP, DJ 03/03/2010). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 46 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 52. (CESPE / TRF / 2007) No que concerne ao crime de tráfico de entorpecentes, NÂO constitui causa de aumento de pena, prevista expressamente na Lei no 11.343/2006, praticar o delito visando pessoa maior de 60 anos de idade. Certo. Na vigência da lei anterior (6.368/76), se o agente, no crime de tráfico, envolvesse ou visasse idosos, também incidiria em uma causa de aumento de pena. Porém, tal circunstância qualificadora deixou de existir com a lei nº 11.343/06. Vamos resumir o assunto: O art. 40, que vamos analisar agora, traz a previsão de diversas causas que possibilitam o aumento de pena. Observe o texto legal: Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 47 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma
Compartilhar