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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Olá, Pessoal! Hoje abordaremos um tema que, em se tratando do CESPE, é questão praticamente certa em sua prova. Trata-se de um assunto extremamente relevante. Vamos começar a subir mais um degrau rumo à aprovação. Bons estudos! ******************************************************* 1. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MT/2010) O homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa classifica-se doutrinariamente como crime bilateral. Correto. Crime bilateral é aquele que, por sua própria natureza, exige o encontro de dois agentes, sem o qual o mesmo não seria possível. No homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa, também conhecido como mercenário, há a figura do mandante e a do executor. O homicídio é, provavelmente, um dos crimes mais conhecidos do Código Penal. É o primeiro delito tipificado na parte especial e consiste na destruição da vida de um homem praticada por outro. Nelson Hungria considera o homicídio como: AULA04 – CRIMES CONTRA A PESSOA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO (...) o tipo central dos crimes contra a vida e é o ponto culminante na orografia dos crimes. É o crime por excelência. É o padrão da delinqüência violenta ou sanguinária, que representa como que uma reversão atávica às eras primeiras, em que a luta pela vida, presumivelmente, se operava com o uso normal dos meios brutais e animalescos. É a mais chocante violação do senso moral médio da humanidade civilizada. Apresenta a seguinte descrição típica: Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Desde já é importante ressaltar que o homicídio em sua forma fundamental (acima apresentada) não possui nenhum elemento normativo, ou seja, independe de qualquer injustiça ou violência. Assim, se Tício mata Mévio mediante veneno, por exemplo, apesar de não ter havido violência, podemos afirmar que houve homicídio. Ocorre, entretanto, que o homicídio possui outras figuras típicas além da supracitada. Desta forma, podemos resumir o assunto da seguinte forma: TIPOS PENAIS DO CRIME DE HOMICÍDIO HOMICÍDIO SIMPLES Art. 121, caput HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 121, § 1º HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121, § 2º HOMICÍDIO CULPOSO SIMPLES Art. 121, § 3º HOMICÍDIO CULPOSO QUALIFICADO Art. 121, § 4º PERDÃO JUDICIAL Art. 121, § 5º CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) A natureza jurídica do homicídio privilegiado é de circunstância atenuante especial. Errado. A natureza jurídica do homicídio privilegiado é caso de diminuição de pena. Crime privilegiado é aquele no qual o legislador diminui, em abstrato, os limites mínimo e máximo da pena. Traz o Código Penal em seu art. 121, §1°, que o juiz partirá da pena de homicídio simples, diminuída de um sexto a um terço. O homicídio privilegiado encontra previsão no parágrafo 1º do art. 121, nos seguintes termos: Art. 121 [...] § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Do supra dispositivo legal, podemos verificar que o privilégio é cabível quando o agente: 1. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor social ��� Neste caso, o homicídio ocorre devido a determinada situação que diz respeito a um interesse coletivo. Exemplo: O sujeito mata o vil traidor da pátria. APESAR DA PALAVRA “PODE”, A REDUÇÃO DE PENA NO HOMICÍDIO PRIVILEGIADO NÃO É FACULDADE, MAS OBRIGAÇÃO DO JUIZ. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 2. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor moral ��� Aqui, o motivo do homicídio está relacionado com uma situação que afeta o particular, e não a coletividade. Exemplo: Mévio fica sabendo que Tício, seu vizinho, estuprou sua filha. Diante de tal situação, Mévio mata Tício. 3. Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima ��� Neste caso, para que fique caracterizado o homicídio privilegiado, é necessário que tenhamos: a. Emoção violenta; b. Injusta provocação da vítima; e c. Sucessão imediata entre a provocação e a reação. Exemplo: TJMG: 1906478/MG DJ 20.09.2000 Homicídio Privilegiado. Relevante Valor Social. Motivo social é aquele que corresponde aos interesses coletivos. Jamais pode ser considerado como motivo de relevante valor social o homicídio cometido, por exemplo, em razão de desavenças relacionadas com jogo de baralho. STM, Apelfo 49.061/RS, DJ 13.02.2003 Age sob influência de violenta emoção, e não por ela dominado, o agente que, respondendo a reiteradas provocações da vítima, que o persegue até o momento em que deixava o local em seu automóvel, dispara a arma de fogo em direção àquela. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 3. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial é sempre punível, segundo o CP. Errado. A questão reporta-se a um dos tipos de aborto legal, quando há gravidez resultante de estupro, art. 128, II, do CP. O Código é expresso, na descrição do artigo, que não há punição quando presentes os requisitos: consentimento da gestante e que seja praticado por médico. Trata-se de uma norma penal permissiva. Não há necessidade de autorização judicial. O aborto nada mais é do que a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto. Pode ser classificado em: � Natural � Quando ocorre a interrupção espontânea da gravidez. É impunível. � Acidental � Quando a interrupção da gravidez ocorre devido a um acidente. Seria o caso, por exemplo, de uma mulher grávida que cai da escada e acaba abortando. É impunível. � Legal ou permitido � Ocorre quando a lei confere a possibilidade de ser realizado o aborto. No nosso ordenamento jurídico, encontra cabimento nas situações descritas no art. 128, I e II. São elas: � Quando praticado por médico, se não há outro meio de salvar a gestante (aborto necessário). � Quando praticado por médico, se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO consentimento da gestante ou, quando incapaz, deseu representante legal (aborto permitido). � Criminoso ��� Ocorre quando o fato não se enquadra nas supracitadas situações. Começaremos, a partir de agora, a tratar desta espécie, que apresenta as seguintes figuras típicas: TIPOS PENAIS DO CRIME DE ABORTO AUTO-ABORTO Art. 124 FATO DE PROVOCAR ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE Art. 125 FATO DE PROVOCAR ABORTO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE Art. 126 ABORTO QUALIFICADO Art. 127 4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não determina o patamar de redução. Errado. O §1° do art. 121 do CP trata do homicídio privilegiado. É uma causa especial de diminuição de pena e, sendo direito subjetivo do agente, caso ele se enquadre nas hipóteses previstas, o juiz é obrigado a aplicar a redução de um sexto a um terço da pena. 5. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, Apesar de a conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria não faleceu. Errado. Tipificado no art. 122 do CP, o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio é um crime material, e consuma-se com o resultado morte ou lesão corporal grave. O parágrafo único enuncia as hipóteses de aumento de pena, dentre as quais o motivo egoístico, aquele torpe, mesquinho, no qual o agente quer alcançar algum proveito. Na questão em tela Getúlio deve responder pelo crime consumado, tendo a pena duplicada pela prática do crime por motivo egoístico. Resumindo o tema: Suicídio é tirar a própria vida de modo voluntário e consciente. O suicídio, por razões de política criminal e clara desnecessidade, não é punido no ordenamento penal brasileiro. Assim, se alguma pessoa tirou a própria vida, não haverá punição, pois, pelo principio da intranscendência da ação e da condenação penal, ninguém poderá ser responsável por fato praticado por outrem e, logicamente, os sucessores ou herdeiros do suicida não poderão pagar penalmente por ele ter tirado a própria vida. A modalidade tentada também não poderá ser sancionada, tendo em vista que o Estado deve procurar ajudar a pessoa, pois claramente se trata de um humano que não se encontra em suas melhores faculdades psíquicas, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO necessitando da colaboração do Estado para a concretização de tratamento psiquiátrico e/ou internação. Apesar de o suicídio, como vimos, não caracterizar ilícito penal, a participação é prevista como crime e encontra previsão no art. 122 do Código Penal, nos seguintes termos: Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar- lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. No supracitado dispositivo, o legislador visa proteger o direito à vida, e daqui surge um importante questionamento: Caso a participação não resulte em morte ou lesão corporal do suicida, poderá o agente ser responsabilizado? Para ficar bem claro, imagine a seguinte situação: Mévio está no terraço de seu prédio, pronto para pular. Nesse momento, aparece Tício que começa a cantar: “PULA!!! PULA!!! PULA!!!”. Segundos após, Mévio desiste de sua ação, mas o fato é todo filmado por câmeras de segurança. Poderá ser Tício responsabilizado pelo fato previsto no art. 122 do CP? A resposta é NEGATIVA, pois não vindo a vítima a morrer ou a sofrer a lesão corporal de natureza grave, não haverá crime. 6. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da vítima. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Correto. O art. 121, §1° preceitua as hipóteses para o reconhecimento do homicídio privilegiado. Uma delas é estar o agente sob violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima. Esta emoção deve ser absorvente, plena, fazendo com que o agente perca sua capacidade de autocontrole. E a expressão logo em seguida aponta um elemento temporal, devendo ser quase que imediatamente após injusta agressão. 7. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado, ainda que a qualificadora seja de natureza objetiva. Errado. A ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado é sim admissível, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, para que exista compatibilidade entre elas. Explicação detalhada: As circunstâncias privilegiadoras são todas subjetivas, posto que se relacionam com o motivo do crime ou com o estado de animo do agente. Encontram previsão no parágrafo 1º, art. 121, do Código Penal: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Para que seja possível a existência de um homicídio qualificado e privilegiado, é indispensável que as qualificadoras sejam de natureza OBJETIVA. No entanto, não são todas as qualificadoras que cumprem este requisito. Veja: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ARTIGO 121, CÓDIGO PENAL § 1°: PRIVILEGIADORAS § 2°: QUALIFICADORAS *Motivo de relevante valor social ou moral Motivo torpe – SUBJETIVA Motivo fútil – SUBJETIVA * Domínio de violenta emoção Meio cruel – OBJETIVA Meio insidioso – OBJETIVA Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime - SUBJETIVA 8. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) No delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente. Errado. O infanticídio está previsto no art. 123 do Código Penal. É um homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou neonato. É um crime próprio, ou seja, só pode ser cometido pela genitora que se encontra sob a influência do estado puerperal. O legislador optou por eleger este tipo de homicídio a um delito autônomo, com peculiaridades próprias, não incidindo assim a agravante prevista na parte geral do CP. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR:PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Diferentemente do que muitos pensam, o infanticídio não se trata de uma figura privilegiada do homicídio, mas sim de delito autônomo com denominação jurídica própria. Em diplomas penais anteriores, adotava-se, para a conceituação do infanticídio, o critério psicológico, segundo o qual o delito ocorria quando o fato era cometido pela mãe, tendo por motivo o fim de ocultar desonra própria. Tal critério encontra-se completamente ultrapassado, sendo hoje adotado pelo Código Penal vigente o sistema fisiopsicológico, segundo o qual se leva em consideração, unicamente, o estado puerperal. Mas o que é esse tal de estado puerperal? O estado puerperal, que constitui elementar do delito de infanticídio, é o período pós-parto ocorrido entre a expulsão da placenta e a volta do organismo da mãe para o estado anterior à gravidez. Há quem diga que o estado puerperal dura somente de 03 a 07 dias após o parto, mas também há quem entenda que poderia perdurar por um mês ou por algumas horas. O certo é que a existência ou não da perturbação da saúde mental deve ser analisada caso a caso através da perícia. A mãe em estado puerperal pode apresentar depressão, não aceitando a criança, não desejando ou aceitando amamentá-la. Às vezes, a mãe fica em crise psicótica, violenta, e pode até matar a criança, caracterizando crime de infanticídio. TJMG: 107020417025160011 MG, DJ 08.05.2009 Se a prova dos autos, inclusive a de natureza pericial, atesta que a recorrente matou o seu filho, após o parto, sob a influência de estado puerperal, imperiosa a desclassificação da imputação de homicídio qualificado para que a pronunciada seja levada a julgamento pelo cometimento do crime de infanticídio. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 9. (CESPE/Delegado de Polícia RN/2009) Na legislação brasileira, não se mostra possível a existência de um homicídio qualificado- privilegiado, uma vez que as causas qualificadoras, por serem de caráter subjetivo, tornam-se incompatíveis com o privilégio. Além disso, a própria posição topográfica da circunstância privilegiadora parece indicar que ela não se aplicaria aos homicídios qualificados. Errado. Vamos reforçar o conceito da questão 07: A ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado é admissível, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, para que exista compatibilidade entre elas. Exemplo didático, um pai mata com veneno (qualificadora objetiva) o estuprador de sua filha (privilégio subjetivo - relevante valor moral). A incompatibilidade se apresenta se o homicídio for praticado com uma qualificadora de caráter subjetivo. Exemplificando, não há possibilidade de uma pessoa cometer homicídio por motivo fútil e relevante valor moral concomitantemente. 10. (CESPE/Soldado–PM DF/2009) Uma jovem de 20 anos de idade, brasileira, residente em Brasília, engravidou do namorado, tendo mantido a gestação em segredo. Dois dias após o nascimento do seu filho, recebeu alta hospitalar e, no caminho para casa, abandonou-o na portaria de um prédio residencial para ocultar de seus familiares sua própria desonra, já que moravam em outra cidade e não sabiam da gravidez. Nessa hipótese, a jovem em tela praticou o delito de abandono de incapaz. Errado. No caso citado a jovem praticou o crime de exposição ou abandono de recém-nascido, disposto no art. 134 do CP. É uma forma privilegiada de abandono de incapaz. Existe um fim específico, que é ocultar desonra própria CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO e o sujeito passivo é o recém-nascido, ao contrário do art. 133, que pode ser qualquer incapaz. Trata-se de um crime contra a periclitação da vida e da saúde. Aproveito para resumir esta espécie de crimes: CRIME CONDUTA PENA OBSERVAÇÃO PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO (ART. 130) Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. Detenção, de três meses a um ano, ou multa. Forma qualificada: Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Obs.: Somente se procede mediante representação, ou seja, através de ação penal pública condicionada. PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE (ART. 131) Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio. Reclusão, de um a quatro anos, e multa. PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM (ART. 132) Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. Detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Causa de aumento de pena: A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. ABANDONO DE INCAPAZ (ART. 133) Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos Detenção, de seis meses a três anos. Formas qualificadas: Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO resultantes do abandono Pena - reclusão, de um a cinco anos. Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Causas de aumento de pena (aumentam-se de um terço): 1- Se o abandono ocorre em lugar ermo; 2-Se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. 3- Se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM- NASCIDO (ART. 134) Expor ou abandonar recém- nascido para ocultar desonra própria. Detenção, de seis meses a dois anos. Formas qualificadas: Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. MAUS-TRATOS (ART. 136) Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. Detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Formas qualificadas: Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Causa de aumento de pena: Aumenta-se a pena de um terço se o crime é CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO praticado contra pessoa menor de 14 anos. 11. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O crime de constrangimento ilegal é caracterizado pela ausência de violência ou grave ameaça por parte de quem o comete. Errado. O art. 146 do CP traz o delito de constrangimento ilegal, tipificando como crime constranger alguém a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda, mediante violência ou grave ameaça. Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Para que reste caracterizado o delito, é essencial que seja ilegítima a pretensão do sujeito ativo, ou seja, que não tenha o direito de exigir da vítima a conduta almejada. Assim, a título de exemplo, caso Tício exija, mediante grave ameaça, que Mévio, torcedor do Palmeiras, vista a camisa do Corinthians e cante o hino do “Timão”, estará caracterizado o crime de constrangimento ilegal. 12. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O delito de ameaça pode ser praticado de forma verbal, escrita ou gestual. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Correto. Em consonância como o prevê a lei no artigo 147 do Código Penal, ameaçar alguém de causar-lhe mal injusto e grave, por palavra, escrito ou gesto. É crime de forma livre, admitindo inúmeros meios de execução. CRIME CONDUTA PENA OBSERVAÇÕES AMEAÇA (ART. 147) Ameaçar alguém por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave. Detenção, de um a seis meses, ou multa Obs. 1: A ameaça é distinta do constrangimento ilegal, pois enquanto neste busca-se uma atividade positiva ou negativa da vítima, na ameaça o intuito é apenas o de atemorizar. Obs. 2: A ameaça não se confunde com a “praga” ou o “esconjuro”. Assim, se Tício manda Mévio “ir para o inferno”, ou Tício conhece o caminho ou, obviamente, não há ameaça. 13. (CESPE/OAB/2009.1) Não constituem injúria ou difamação punível a ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária sem intenção de injuriar ou difamar. Correto. Determina o art. 142 do CP que não constitui injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. Trata-se de imunidade judiciária, garantidora do princípio da ampla defesa. Determina ainda o mesmo artigo que a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando evidente a intenção de difamar ou injuriar, também não constitui injúria ou difamação punível. Trata-se de imunidade literária, artística ou científica, para o salutar desenvolvimento da cultura. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 14. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) São compatíveis, em princípio, o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio. É penalmente aceitável que, por motivo torpe, fútil etc., assuma-se o risco de produzir o resultado. Correto. É entendimento pacífico nos Tribunais Superiores que não existe impedimento na aplicação das qualificadoras de homicídio no caso de ter ocorrido dolo eventual. A justificativa é que a valoração dos motivos é feita objetivamente da mesma forma que os meios e os modos. Portanto, motivos, meios e modos estão cobertos também pelo dolo eventual. 15. (CESPE/OAB/2009.1) O CP prevê, para os crimes de calúnia, de difamação e de injúria, o instituto da exceção da verdade, que consiste na possibilidade de o acusado comprovar a veracidade de suas alegações, para a exclusão do elemento objetivo do tipo. Errado. O instituto da exceção da verdade não é cabível para a injúria. Ela é admitida para a calúnia e na difamação, de acordo com o art. 138, §3° e art. 139, parágrafo único, respectivamente. No entanto, não há previsão legal para o crime de injúria. 16. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MA/2009) Maria Paula, sabendo que sua mãe apresentava problemas mentais que retiravam dela a capacidade de discernimento e visando receber a herança decorrente de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. A vítima atentou contra a própria vida, vindo a experimentar lesões corporais de natureza grave que não a levaram à morte. Nessa situação hipotética, Maria Paula cometeu o crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, na forma consumada. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. O caso de aumento de pena do crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, previsto no art. 122, II, do CP, é quando a vítima tiver diminuída sua capacidade da resistência, diferente da situação enunciada na questão. Neste caso, como a vítima apresentava a capacidade de discernimento suprimida pelos problemas mentais, não ensejará o crime do art. 122 e sim tentativa de homicídio em sua forma qualificada. 17. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) No delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, não se admite exceção à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. Errado. Diferentemente do que afirma a questão, no delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, o terceiro que executa o aborto responde pelo crime de aborto consensual, art. 126 do CP, e a gestante responderá pelo crime de aborto consentido, art. 124, segunda parte. Nesse caso, de forma excepcional, o Código Penal adota a teoria pluralista do concurso de pessoas, no qual existem dois tipos penais diversos para agentes que procuram o mesmo resultado. 18. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) Por ausência de previsão legal, não se admite a aplicação do instituto do perdão judicial ao delito de lesão corporal, ainda que culposa. Errado. O perdão judicial para a lesão corporal culposa, conforme art. 129, §8° do CP, veio previsto de maneira idêntica ao delito de homicídio culposo. Assim, se as consequências da lesão atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, o juiz poderá deixar de aplicar a pena. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Aqui cabe um importante questionamento: A lesão corporal culposa cometida no trânsito encontra-se prevista no art. 303 do Código Penal Brasileiro, e este não prevê a possibilidade de perdão judicial. Será possível a aplicação do perdão judicial previsto no Código Penal aos delitos no trânsito? Segundo a jurisprudência majoritária, há sim esta possibilidade. Observe o julgado: 19. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O chefe de uma equipe de vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a presença, em sua sala, de um subordinadoque não havia cumprido a meta de vendas do mês e, com a intenção de ofender-lhe o decoro, chamou-o de burro e incompetente. Durante a ofensa, apenas os dois encontravam-se no recinto. Nessa situação, o chefe não deverá responder por nenhum delito, uma vez que os crimes contra a honra só se consumam quando terceiros tomam conhecimento do fato. Errado. O chefe dos vendedores no exemplo da questão praticou o crime de injúria. Depreende-se do art. 140 do CP que aquele que ofende a dignidade TJDF - APR: APR 125833220068070003 DF – DJ 13.05.2009 Não obstante a falta de previsão legal no código de trânsito do instituto do perdão judicial para os delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa, razões de política criminal, aliadas à hermenêutica justificada pelo princípio da isonomia e pela busca da pacificação social, tornam possível a aplicação da figura jurídica do perdão judicial aos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, praticados na direção de veículo automotor. O perdão judicial vem a ser a clemência do estado quando deixa de aplicar a pena abstratamente prevista para o delito, em razão de as conseqüências do delito terem atingido o agente de forma tão grave, quer fisicamente, quer moralmente, que a imposição da penalidade se torne despicienda, ou seja, a dor sentida é mais expressiva do que eventual pena aplicada, já se consubstanciando, em si própria, uma penalidade a ser suportada. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO ou decoro de outrem comete injúria. É um insulto, uma qualidade negativa, que macula a honra subjetiva da vítima, ou seja, o que a pessoa pensa de si mesma, sua auto-estima. Não há necessidade, para consumação do delito, de conhecimento do fato injurioso por terceiros. 20. (CESPE/ Advogado OABSP/2008) Caso um advogado militante, na discussão da causa, acuse o promotor de justiça de prevaricação durante uma audiência, o crime de calúnia estará amparado pela imunidade judiciária. Errado. Atentando-se ao art. 142 do Código Penal, é de fácil constatação que ele não abrange o crime de calúnia. A imunidade judiciária, prevista em seu inciso I, refere-se tão somente aos crimes de injúria e difamação, por ofensa proferida em juízo, pela parte ou por seu procurador, na discussão da causa. 21. (CESPE/Agente Técnico–MPE AM/2008) Independentemente das consequências do crime de rixa, a punição aos contendores é sempre aplicável. Correto. O crime de rixa é um crime instantâneo, ocorrendo sua consumação com as agressões recíprocas, pois é nesse momento que ocorre o perigo à vida ou à saúde da pessoa humana. Os participantes da rixa devem responder pelos atos de violência, momento em que há a produção do resultado, independente das consequências. Resumindo o tema: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Entende-se por rixa o desentendimento, a rivalidade, a disputa, a briga em que os participantes atacam-se corporalmente, sendo a agressão recíproca, mesmo que praticada de forma desproporcional. Segundo a norma vigente, é a briga entre mais de duas pessoas, acompanhada de vias de fato ou violências físicas recíprocas, de modo que cada sujeito age por si mesmo contra qualquer um dos outros contendores. Cabe ressaltar que, para a caracterização de tal crime, faz-se necessário a participação de no mínimo três participantes, e que são, ao mesmo tempo, sujeitos ativos e passivos do crime. Incorre no crime de rixa não só o sujeito que participa diretamente do conflito, mas também o individuo que instiga, trata e combina, citando como exemplo aqueles que “marcam” encontro para as torcidas organizadas de futebol entrarem em confronto. O crime de rixa encontra-se previsto no art. 137 do Código Penal, com a seguinte redação: Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa. O referido crime tem como objetividade jurídica a proteção da vida e da saúde física e mental da pessoa humana. A razão pela qual se iniciou o desentendimento, a disputa, as brigas, é irrelevante para a caracterização do crime e o momento da participação pelo agente em nada importará. Assim, estará caracterizado o crime de rixa se o agente tiver dado inicio ao conflito, ingressado no seu curso ou dele sair sem que se tenha terminado. Cabe ressaltar que, além das agressões físicas diretas entre os conflitantes, a luta pode ser realizada por meio de lançamento de objetos, o que muitas vezes acontece quando, por algum motivo, grupos acabam que se distanciando. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO O crime de rixa consuma-se a com a prática das violências recíprocas, instante em que há a produção do resultado e surge o evento dano. No referido crime, admite-se a tentativa, hipótese em que o crime somente não se consuma em razão de ser frustrado por outrem. São elementos qualificadores do crime de rixa a lesão corporal grave e a morte. Observe: Art. 137. [...] Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. A ocorrência de lesão corporal de natureza grave ou morte qualifica a rixa, respondendo por ela inclusive a vítima da lesão grave. Mesmo que a lesão grave ou a morte atinja estranho não participante da rixa, alguém que passava no local, por exemplo, ainda assim se configura a qualificadora. Quando não é identificado o autor da lesão grave ou homicídio, todos os participantes respondem por rixa qualificada; sendo identificado o autor, os outros continuam respondendo por rixa qualificada e o autor responderá pelo crime que cometeu em concurso material com a rixa qualificada. A morte e as lesões graves devem ocorrer durante a rixa ou em conseqüência dela, não podendo ser nem antes nem depois. Assim, se ocorrerem antes, não a qualifica simplesmente porque não foram sua conseqüência, mas sua causa. É indispensável, portanto, a relação de causalidade, isto é, que a rixa seja a causa do resultado (lesão grave ou morte). A ocorrência de mais de uma morte ou lesão grave não altera a unidade da rixa qualificada que continua sendo crime único, embora deva ser considerado na dosimetria penal às "conseqüências do crime". CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO O resultado agravado recairá sobre todos os que dela tomaram parte, inclusive sobre eventuais desistentes. O participante que sofrer lesão corporal grave também incorrerá na pena da rixa agravada em razão do ferimento que ele próprio recebeu. Não é punição pelo mal que sofreu, mas pela participação na rixa, cuja gravidade é representada exatamente pela lesão que o atingiu. Observa-se, por fim, que no crime de rixa a ação penal é pública incondicionada, ou seja, não depende de queixa ou representação do ofendido. *****Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 aPaulo, porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue os itens seguintes. 22. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Paulo é sujeito passivo do crime de homicídio privilegiado. Errado. Claramente, o delito é cometido com motivação torpe, o que qualifica, e não privilegia o delito. Como vimos, chama-se de torpe a motivação repugnante, ignóbil, desprezível, vil, profundamente imoral. 23. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado crime hediondo. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Correto. O homicídio qualificado é crime hediondo, elencado no art. 1.º, da lei n.º 8.072/90. 24. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) O crime de homicídio descrito acima se consumou no momento em que a vítima foi ferida em sua integridade física. Errado. O crime de homicídio tem por caracterizada a sua consumação com a efetiva destruição da vida, e não com o ferir da integridade física. 25. (CESPE / Escrivão Da Polícia Federal / 2002) Rui era engenheiro e participava da construção de uma rodovia, para a qual seria necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso de explosivos. Rui, contudo, por insuficiência de conhecimentos técnicos, não calculou bem a área de segurança para a explosão. Por isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a grande distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a morte haver decorrido do uso de explosivos, o caso é de homicídio qualificado. Errado. No caso em tela, Rui não responderá por homicídio qualificado porque não havia a intenção de matar. Todo crime de homicídio qualificado é doloso e, portanto, ausente está, no caso, o elemento subjetivo. Trata-se de crime de homicídio culposo, na modalidade imperícia. 26. (CESPE / AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL / 2004) Vítor desferiu duas facadas na mão de Joaquim, que, em conseqüência, passou a ter debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO crime de lesão corporal de natureza grave, classificado como crime instantâneo. Correto. Nos termos do art. 129, parágrafo 1º, III, o crime de lesão corporal é qualificado como grave quando resulta em debilidade permanente de membro, sentido ou função. Trata-se de crime instantâneo, pois se consuma no instante da lesão, não possuindo a conduta caráter permanente. As lesões corporais classificam-se em: � LESÕES CORPORAIS GRAVES (em sentido amplo) ��� Abrangem as lesões corporais graves (em sentido estrito) e gravíssimas (a expressão “lesões gravíssimas” não é legal, mas doutrinária). Ocorrem quando as lesões corporais resultam em: 1. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias; 2. Perigo de vida; 3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 4. Aceleração de parto: 5. Incapacidade permanente para o trabalho; 6. Enfermidade incurável; 7. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 8. Deformidade permanente; 9. Aborto. RECLUSÃO DE 01 A 05 ANOS RECLUSÃO DE 02 A 08 ANOS Lesões graves em sentido estrito Lesões gravíssimas. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO � LESÕES CORPORAIS LEVES ��� Ocorrem quando a lesão corporal não se enquadra nos casos acima apresentados. � LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ��� Caracteriza o chamado crime preterdoloso, no qual temos a lesão corporal a título de dolo, e o resultado qualificador (morte) a título de culpa. Encontra previsão no parágrafo 3º do art. 129 do Código Penal: Art. 129. [...] § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi- lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos 27. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Maria, proprietária de um supermercado, sabendo que seu próprio filho praticara furto em seu estabelecimento, atribuiu ao empregado José tal responsabilidade, dizendo ser ele o autor do delito. Nessa situação, Maria cometeu o crime de calúnia. Correto. O crime de calúnia encontra previsão no art. 138 do Código Penal, nos seguintes termos: Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Do dispositivo legal, retira-se que o crime de calúnia consiste na afirmação, em relação a alguém, de um fato criminoso, sabidamente falso. 28. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Antônia, ao presenciar a prisão de seu filho, proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, ofendendo-os. Nessa situação, é correto afirmar que Antônia praticou o crime denominado injúria. Errado. Essa questão é muito comum em provas e, apesar disto, muitos candidatos ainda erram. No caso em tela, ocorre o delito de desacato, e não de injúria. No caso apresentado pela banca, a conduta de Antônia foi desenvolvida para ofender a autoridade pública no exercício de sua função e, portanto, caracterizado está o crime contra a Administração Pública. 29. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Nos crimes contra a honra, a retratação do ofensor somente é possível nos crimes de calúnia e difamação. Correto. A retratação do querelado só é admitida na calúnia e na difamação, e não na injúria. A calúnia e a difamação dizem respeito a fatos que podem ser desmentidos. A injúria refere-se a dizeres contendo qualidades pessoais negativas, não havendo imputação de fato, e aqui a retratação dificilmente conseguiria desfazer o efeito da ofensa. 30. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Manoel trancafiou seu desafeto em um compartimento completamente isolado e introduziu nesse CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO compartimento gases deletérios (óxido de carbono e gás de iluminação), os quais causaram a morte por asfixia tóxica da vítima. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime de homicídio qualificado. Correto. O caso apresentado pela banca diz respeito ao homicídio qualificado pelo meio insidioso ou cruel, previsto no inciso III, do §2.º, do art. 121, do CP (com emprego deveneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum). Além da supracitada qualificadora, dependendo do caso concreto, a conduta ainda poderia ser qualificada pelo motivo torpe e pelo uso de meio que impossibilitou a vítima de oferecer resistência. 31. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave crise conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. Conforme o combinado, João desfechou um tiro de revólver contra Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria veio a falecer; João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. Errado. Na situação em tela, João desfechou um tiro de revólver contra Maria, isto é, executou a ação de matar a mulher. Assim, haverá crime de homicídio, e não induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. Para que esta questão fique ainda mais clara, vamos analisar um caso concreto: Imagine a seguinte situação: Tício e Mévio, visando ao suicídio, trancam-se em um quarto no qual há uma torneira que, quando aberta, libera gás tóxico. Agora vamos analisar algumas possibilidades: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO a. Tício abre a torneira, libera o gás e vem a falecer. Mévio sobrevive. Neste caso, responderá Mévio por participação em suicídio. b. Mévio abre a torneira, Tício falece e Mévio sobrevive. Neste caso, responderá Mévio por homicídio. c. Agora uma hipótese bem interessante: Os dois abrem a torneira e os dois sobrevivem. Neste caso, os dois responderão por tentativa de homicídio. d. Por fim, Tício abre a torneira, os dois sobrevivem e sofrem lesões corporais graves. Neste caso, Mévio responderá por participação em suicídio e Tício, que abriu a torneira, responderá por tentativa de homicídio. 32. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Durante um entrevero, Carlos desferiu um golpe de facão contra a mão de seu contentor, que veio a perder dois dedos. Nessa situação, Carlos praticou o crime de lesão corporal de natureza grave, por resultar debilidade permanente de membro. Correto. No caso em questão, não resta dúvida que a lesão corporal é de natureza grave. Todavia, a banca tenta confundir o candidato quanto à circunstância qualificadora. Caso o indivíduo perdesse a mão, seria lesão corporal qualificada pela perda ou inutilização do membro, sentido ou função. Entretanto, como perde “apenas” os dedos, trata-se de lesão corporal qualificada pela debilidade permanente de membro, sentido ou função. 33. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO físico de se deslocar até uma agência bancária para receber um benefício, privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas. Nessa situação, Jorge praticou o crime de constrangimento ilegal. Correto. O constrangimento ilegal encontra previsão no art. 146 do Código Penal: Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Observe que a conduta apresentada pela banca se enquadra perfeitamente na tipificação: Jorge, de forma perversa, impediu uma pessoa (cego deficiente físico) de fazer algo (comparecer até uma agência bancária para receber um benefício), mediante violência (privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas). 34. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) Considere que um boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida dentro dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que resultem na morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá responder por homicídio doloso, com atenuação de eventual pena, em face das circunstâncias do evento morte. Errado. No caso, a banca deixa claro que o boxeador profissional realizou uma luta normal, desenvolvida dentro dos limites das regras esportivas. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Assim, caracterizado está o exercício regular de direito, excludente de ilicitude, previsto no art. 23 do Código Penal. 35. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) O aborto, o homicídio e a violação de domicílio são considerados crimes contra a pessoa. Correto. Questão fácil que exige apenas o conhecimento de quais são os crimes contra a pessoa. 36. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) Mesmo resultando em lesão corporal grave ou morte, o latrocínio encontra- se capitulado nos crimes contra o patrimônio e não, nos crimes contra a pessoa. Correto. Questão que, apesar de fácil, ainda engana muitos candidatos. Vamos relembrar o tema: Como você já sabe, o latrocínio é o roubo qualificado pelo resultado morte. Classifica-se, no Código Penal, como crime contra o patrimônio, e não contra a pessoa. 37. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) Não se pune o aborto se a gravidez resulta de estupro, sobretudo se é precedido de consentimento da gestante. Correto. A hipótese do aborto sentimental encontra-se prevista no art. 128, II, do Código Penal, ocorrendo quando a gravidez resulta de estupro e o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 38. (CESPE / TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJRR / 2006) No caso do homicídio culposo, o juiz poderá conceder o perdão judicial se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Correto. O perdão judicial encontra previsão no art. 121, parágrafo 5º e é perfeitamente tratado na questão. Relembre: Art. 121 [...] § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Uma peculiaridade do homicídio culposo é o fato de o juiz poder deixar de aplicar a pena se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, como, por exemplo, no caso em que o agente fique paraplégico ou na hipótese de morte de um filho. Art. 121. [...] § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDROIVO próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Observe os interessantes julgados que explicam e exemplificam o tema: 39. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma específica de atuação que deva ser observada pelo agente. Correto. Crime de ação livre é aquele que pode ser praticado de qualquer forma. O homicídio se enquadra perfeitamente nesta definição, pois o tipo penal simplesmente tipifica a conduta de matar, independentemente do meio utilizado. 40. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) Tentado ou consumado, o homicídio cometido mediante paga ou promessa de TJSC, ACR 774.240/SC, DJ 10.03.2010 Afigura-se justificável a concessão do perdão judicial em que o autor de homicídio culposo já é punido diretamente pelo próprio fato que o praticou, em razão das gravosas conseqüências produzidas que o atingem de forma tão intensa que a sanção penal se torna desnecessária. TJSC, ACR 685.049/SC, DJ 26.01.2010 Em se tratando de réu primário, que sempre teve conduta ilibada, não há dúvida de que o peso a ser carregado pela responsabilidade em causar fato com conseqüências tão graves, como a morte de um parente próximo, torna despicienda a cominação de sanção penal, permitindo o perdão judicial, uma vez que a maior punição já foi aplicada ao agente e desta não restará impune. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO recompensa é crime hediondo, recebendo, por conseqüência, tratamento penal mais gravoso. Correto. O crime de homicídio qualificado é hediondo, na forma tentada e na forma consumada. 41. (CESPE / ANALISTA PROCESSUAL – TJRR / 2006) No crime de rixa, a co-autoria é obrigatória, pois a norma incriminadora reclama como condição obrigatória do tipo a existência de pelo menos três autores, sendo irrelevante que um deles seja inimputável. Correto. Para caracterizar o crime de rixa, há necessidade de, no mínimo, três pessoas. Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial consolidado, é irrelevante que um deles seja inimputável. 42. (CESPE / Promotor de Justiça de Tocantins / 2004) No interior de um bar, iniciou-se uma briga entre integrantes de duas torcidas. Júlio, que a tudo assistia, passou a desferir socos e pontapés nos contendores, sendo que um deles veio a sofrer ferimentos de natureza grave, causados por outro contendor. Nessa situação hipotética, a conduta praticada por Júlio caracteriza-se como tentativa de homicídio. Errado. A situação narrada configura crime de rixa qualificada por lesão corporal de natureza grave. 43. (CESPE / PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS / 2004) Se, após consumado o estupro, o autor, temeroso em ser reconhecido, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO mata a vítima, esse homicídio é qualificado, para assegurar a impunidade. Correto. Nos termos do art. 121, parágrafo 2º, inciso V, qualifica o crime de homicídio o fato de ser cometido para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. 44. (CESPE / PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TOCANTINS / 2004) Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima, caracteriza o homicídio privilegiado. Correto. A questão traz hipótese de cabimento de circunstância privilegiadora prevista no parágrafo 1º do art. 121. Relembre: Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 45. (CESPE / DEFENSOR PÚBLICO ALAGOAS / 2003) Os delitos de infanticídio, de aborto e de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio são denominados crimes contra a vida. Correto. Questão fácil que exige apenas o conhecimento de quais são os crimes contra a vida. Para que você relembre, são crimes contra a vida o CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO homicídio, o infanticídio, o aborto e o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. 46. (CESPE / ESCRIVÃO – POLÍCIA CIVIL- PA / 2006) Há homicídio qualificado se o agente tiver praticado crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral. Errado. O relevante valor social ou moral não QUALIFICAM O CRIME, mas sim privilegiam. 47. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Tratando-se de delito de infanticídio, dispensa-se a perícia médica caso se comprove que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal, por haver presunção juris tantum de que a mulher, durante ou logo após o parto, aja sob a influência desse estado. Certo. Questão que se apóia na jurisprudência dominante. O reconhecimento do estado puerperal deve ser interpretado de maneira suficientemente ampla, de modo a abranger o variável período do choque puerperal. A influência deste estado é efeito normal e corriqueiro de qualquer parto e, dada a sua grande frequência, deve ser admitido sem maior dificuldade. 48. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Nas figuras típicas do aborto, as penas serão aumentadas de um terço, se, em consequência do delito, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave, independentemente de o resultado ser produzido dolosa ou culposamente, não havendo responsabilização específica pelas lesões. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errado. Não existe aborto culposo. O núcleo do verbo é provocar, isto é, dar causa, originar o Aborto. Se a grávida topasse em uma pedra caísse e, em virtude da queda, perdesse o bebê, poderia ser "culpada do crime de aborto culposo", o que, obviamente, seria um grande absurdo. Alguém poderia dizer que depois de grávida a mulher deveria ficar trancada em casa, protegida contra os riscos da sociedade, protegendo, assim sua prole. 49. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Em caso de morte da vítima, o delito de omissão de socorro não subsiste, cedendo lugar ao crime de homicídio, uma vez que a circunstância agravadora dessa figura típica omissiva se limita à ocorrência de lesões corporais de natureza grave. Errado. O que o examinador quis aqui foi confundir o crime omissivo próprio de omissão de socorro, com os omissos impróprios em que o garantidor tem o dever de evitar o resultado a título de ser culpado pelo resultado. Exemplo de alguém que joga um amigo, que não sabe nadar, na piscina. Aquele deve evitar que este se afogue, caso contrário poderá responder por homicídio culposo, ou até mesmo doloso. 50. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Segundo a jurisprudência do STJ, são absolutamente incompatíveis o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio, não sendo, portanto, penalmente admissível que, por motivo torpe ou fútil, se assuma o risco de produzir oresultado. Errado. Segundo Fernando Capez o STJ e o STF já se posicionaram de forma a admitir a coexistência do privilégio e da qualificadora. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Desse modo, é possível que o agente tenha agido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima (privilegiadora), e que tenha empregado um meio que impediu ou impossibilitou a sua defesa (qualificadora). STJ 5ª turma, RESP 68.037-0/SC e STF HC 71.147-2/RS. 51. (CESPE / Defensor - DPE-MA / 2011) Caso o delito de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio seja praticado por motivo egoístico ou caso seja a vítima menor ou, ainda, por qualquer causa, seja sua capacidade de resistência eliminada ou diminuída, a pena será duplicada. Errado. O que torna a e errada é só uma palavra: ELIMINAR. Eliminando a resistência da vítima teremos outro delito que não o de auxílio ao suicídio. Dependendo do caso concreto, poderá ser lesão corporal (leve, grave ou gravíssima) ou homicídio, conforme ocorra um, ou outro resultado. 52. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A lei penal prevê a impossibilidade de arguição da exceção da verdade no crime de calúnia se o fato imputado for crime de ação privada e o ofendido não tiver sido condenado por sentença irrecorrível. Correto. Admite-se a prova da verdade, salvo se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível. 53. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) O crime de difamação não admite a exceção da verdade, mas permite que o agente ofereça a CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO exceção de notoriedade do fato, de modo a demonstrar que, para o agente, o fato era de domínio público, afastando o dolo da conduta. Errada. Admite-se se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 54. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A configuração do crime de calúnia prescinde da imputação falsa de fato definido como crime ou contravenção, podendo ser suprida mediante a determinação e a presença do animus caluniandi. Errada. Para que haja calúnia, SÃO NECESSÁRIOS: imputação de fato falso e definido como crime. 55. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) A consumação do crime de calúnia se dá com o conhecimento, por parte do sujeito passivo, da imputação falsa de fato definido como crime, independentemente da ciência ou divulgação por parte de terceiros. Errada. Consuma-se o crime de calúnia com o conhecimento de terceiro, independente do conhecimento da vítima. 56. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) O autor de imputação falsa de fato descrito como infração penal que, na mesma circunstância, der causa à instauração de investigação policial e de processo judicial contra a vítima responderá em concurso material pelos crimes de calúnia e denunciação caluniosa. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Errada. A calúnia, concorrendo com a denunciação caluniosa, é por esta absorvida. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS 1. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MT/2010) O homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa classifica-se doutrinariamente como crime bilateral. 2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) A natureza jurídica do homicídio privilegiado é de circunstância atenuante especial. 3. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial é sempre punível, segundo o CP. 4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não determina o patamar de redução. 5. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, Apesar de a conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria não faleceu. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 6. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da vítima. 7. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado, ainda que a qualificadora seja de natureza objetiva. 8. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) No delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente. 9. (CESPE/Delegado de Polícia RN/2009) Na legislação brasileira, não se mostra possível a existência de um homicídio qualificado- privilegiado, uma vez que as causas qualificadoras, por serem de caráter subjetivo, tornam-se incompatíveis com o privilégio. Além disso, a própria posição topográfica da circunstância privilegiadora parece indicar que ela não se aplicaria aos homicídios qualificados. 10. (CESPE/Soldado–PM DF/2009) Uma jovem de 20 anos de idade, brasileira, residente em Brasília, engravidou do namorado, tendo mantido a gestação em segredo. Dois dias após o nascimento do seu filho, recebeu alta hospitalar e, no caminho para casa, abandonou-o na portaria de um prédio residencial para ocultar de seus familiares sua própria desonra, já que moravam em outra cidade e não sabiam da gravidez. Nessa hipótese, a jovem em tela praticou o delito de abandono de incapaz. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 11. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O crime de constrangimento ilegal é caracterizado pela ausência de violência ou grave ameaça por parte de quem o comete. 12. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O delito de ameaça pode ser praticado de forma verbal, escrita ou gestual. 13. (CESPE/OAB/2009.1) Não constituem injúria ou difamação punívela ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária sem intenção de injuriar ou difamar. 14. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) São compatíveis, em princípio, o dolo eventual e as qualificadoras do homicídio. É penalmente aceitável que, por motivo torpe, fútil etc., assuma-se o risco de produzir o resultado. 15. (CESPE/OAB/2009.1) O CP prevê, para os crimes de calúnia, de difamação e de injúria, o instituto da exceção da verdade, que consiste na possibilidade de o acusado comprovar a veracidade de suas alegações, para a exclusão do elemento objetivo do tipo. 16. (CESPE/Analista Judiciário–TRE MA/2009) Maria Paula, sabendo que sua mãe apresentava problemas mentais que retiravam dela a capacidade de discernimento e visando receber a herança decorrente de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. A vítima atentou contra a própria vida, vindo a experimentar lesões corporais de natureza grave que não a levaram à morte. Nessa situação hipotética, Maria CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Paula cometeu o crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, na forma consumada. 17. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) No delito de aborto, quando a gestante recebe auxílio de terceiros, não se admite exceção à teoria monista, aplicável ao concurso de pessoas. 18. (CESPE/Defensor Público–DPE PI/2009) Por ausência de previsão legal, não se admite a aplicação do instituto do perdão judicial ao delito de lesão corporal, ainda que culposa. 19. (CESPE/Escrivão de Polícia PB/2009) O chefe de uma equipe de vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a presença, em sua sala, de um subordinado que não havia cumprido a meta de vendas do mês e, com a intenção de ofender-lhe o decoro, chamou-o de burro e incompetente. Durante a ofensa, apenas os dois encontravam-se no recinto. Nessa situação, o chefe não deverá responder por nenhum delito, uma vez que os crimes contra a honra só se consumam quando terceiros tomam conhecimento do fato. 20. (CESPE/ Advogado OABSP/2008) Caso um advogado militante, na discussão da causa, acuse o promotor de justiça de prevaricação durante uma audiência, o crime de calúnia estará amparado pela imunidade judiciária. 21. (CESPE/Agente Técnico–MPE AM/2008) Independentemente das consequências do crime de rixa, a punição aos contendores é sempre aplicável. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO *****Armando e Sérgio deviam a quantia de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas, Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue os itens seguintes. 22. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Paulo é sujeito passivo do crime de homicídio privilegiado. 23. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Segundo determina a Lei n.o 8.072/1990, o homicídio de Paulo é considerado crime hediondo. 24. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) O crime de homicídio descrito acima se consumou no momento em que a vítima foi ferida em sua integridade física. 25. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL / 2002) Rui era engenheiro e participava da construção de uma rodovia, para a qual seria necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso de explosivos. Rui, contudo, por insuficiência de conhecimentos técnicos, não calculou bem a área de segurança para a explosão. Por isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a grande distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a morte haver decorrido do uso de explosivos, o caso é de homicídio qualificado. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 46 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO 26. (CESPE / AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL / 2004) Vítor desferiu duas facadas na mão de Joaquim, que, em conseqüência, passou a ter debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou crime de lesão corporal de natureza grave, classificado como crime instantâneo. 27. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Maria, proprietária de um supermercado, sabendo que seu próprio filho praticara furto em seu estabelecimento, atribuiu ao empregado José tal responsabilidade, dizendo ser ele o autor do delito. Nessa situação, Maria cometeu o crime de calúnia. 28. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Antônia, ao presenciar a prisão de seu filho, proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, ofendendo-os. Nessa situação, é correto afirmar que Antônia praticou o crime denominado injúria. 29. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Nos crimes contra a honra, a retratação do ofensor somente é possível nos crimes de calúnia e difamação. 30. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Manoel trancafiou seu desafeto em um compartimento completamente isolado e introduziu nesse compartimento gases deletérios (óxido de carbono e gás de iluminação), os quais causaram a morte por asfixia tóxica da vítima. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof. Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 47 DIREITO PENAL– EXERCÍCIOS – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Nessa situação, Manoel responderá pelo crime de homicídio qualificado. 31. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave crise conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. Conforme o combinado, João desfechou um tiro de revólver contra Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria veio a falecer; João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. 32. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Durante um entrevero, Carlos desferiu um golpe de facão contra a mão de seu contentor, que veio a perder dois dedos. Nessa situação, Carlos praticou o crime de lesão corporal de natureza grave, por resultar debilidade permanente de membro. 33. (CESPE / DELEGADO – POLÍCIA CIVIL- RR / 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente físico de se deslocar até uma agência bancária para receber um benefício, privando-o de seu guia e destruindo as suas muletas. Nessa situação, Jorge praticou o crime de constrangimento ilegal. 34. (CESPE / AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO / 2008) Considere que um boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida dentro dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que resultem na morte do adversário. Nessa situação, o boxeador deverá responder por homicídio doloso,
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