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Aula 91 Legislacao Especial Aula 08

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 08 
 
Futuros Aprovados, 
 
Analisaremos na aula de hoje diversos temas que surgiram como 
novidade em seu edital. 
Diferentemente da maioria dos temas que estudamos até agora, 
tratam-se de assuntos relativamente “pobres” quanto a aspectos 
doutrinários e jurisprudenciais. Desta forma, é praticamente certo 
que as questões presentes em sua prova sejam literais. 
De qualquer forma, para evitarmos surpresa, apresentarei os 
dispositivos e tecerei breves comentários apoiado na doutrina e no 
entendimento dominante dos Tribunais. 
 
Bons estudos! 
************************************************ 
8.1 LEI Nº 10.446, DE 08 DE MAIO DE 2002. 
 
A lei nº 10.446/02 é uma lei pequena e que trata a respeito das infrações 
penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão 
uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1o do art. 144 da 
Constituição que assim dispõe: 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
 
 
 
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§ 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão 
permanente, estruturado em carreira, destina-se a: 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, 
destina-se a: 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social 
ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União 
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, 
assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija 
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; (grifei) 
 
De acordo com o supramencionado dispositivo constitucional, quando houver 
repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, 
poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem 
prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 
144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos 
Estados, proceder à investigação, dentre outras (lista exemplificativa), das 
seguintes infrações penais: 
 
� Sequestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 
159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou 
quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima; 
 
� Formação de cartel; 
 
� Relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do 
Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados 
internacionais de que seja parte; e 
 
� Furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, 
transportadas em operação interestadual ou internacional, quando 
houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado 
da Federação. 
 
Por fim, cabe ressaltar que o Departamento de Polícia Federal procederá à 
apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou 
determinada pelo Ministro de Estado da Justiça. 
 
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8.2 LEI Nº 7.102, DE 20 DE JUNHO DE 1983. 
 
8.2.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
Começaremos, a partir de agora, a tratar da lei nº 7.102 que dispõe sobre 
segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para 
constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços 
de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências. 
Define a citada lei, logo em seu art. 1º, “caput”, que é vedado o 
funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de 
valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de 
segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo 
Ministério da Justiça, na forma desta lei. 
 
Mas o que vem a ser “estabelecimento financeiro”? 
 
Os estabelecimentos financeiros compreendem bancos oficiais ou 
privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de 
poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e 
seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas 
respectivas dependências. 
Quanto a esta definição, cabe ressaltar um importante ponto: De acordo com o 
Banco Central, “os correspondentes bancários são empresas, integrantes ou 
não do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por instituições financeiras 
para a prestação de determinados serviços, como, por exemplo, as lotéricas, o 
banco postal e outros”. 
Assim sendo, o correspondente bancário não se encaixa, por natureza, ao 
conceito de instituição financeira, condição essencial ao enquadramento 
previsto no art. 1º, da Lei nº 7.102/83, sendo, de fato, empresa contratada 
por uma instituição financeira para a prestação de serviços, havendo 
incompatibilidade da definição destes estabelecimentos com o conceito legal de 
estabelecimento sujeito à apresentação de plano de segurança à Polícia 
Federal. 
Referido entendimento do BACEN foi recentemente repisado durante 
apresentação de contestação à ação civil pública nº 2006.37.00.006755-6 
(proposta pelo MPF perante a Justiça Federal do Estado do Maranhão): 
 
“Imprescindível frisar que as agências dos Correios, ao contrário daquilo 
afirmado pelos autores, não são instituições financeiras. Inclusive, estão 
expressamente proibidas de praticar operações privativas de instituições 
financeiras, conforme o art. 5º da Resolução CMN 3.110, alterada pela 
Resolução CMN 3.156, verbis: 
 
 
 
 
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Art. 5º As empresas contratadas para a prestação de serviços de 
correspondentes nos termos desta resolução estão sujeitas às 
penalidades previstas no art. 44, § 7º, da Lei 4.595, de 1964, caso 
venham a praticar, por sua própria conta e ordem, operações 
privativas das instituições referidas no art. 1º. (Destacou-se) 
Portanto, no caso de o correspondente bancário praticar operações privativas 
de instituição financeira, estará o Banco Central autorizado a aplicar-lhe as 
sanções cabíveis. Dessa forma, carece de fundamento fático e jurídico a 
afirmação de que as agências dos Correios constituem verdadeiras instituições 
financeiras.” 
 
Por fim, cabe ressaltar que nenhuma sociedade seguradora poderá emitir, em 
favor de estabelecimentos financeiros, apólice de seguros que inclua cobertura 
garantindo riscos de roubo e furto qualificado de numerário e outros valores, 
sem comprovação de cumprimento, pelo segurado, das exigências previstas na 
lei que agora estudamos. 
Nos seguros contra roubo e furto qualificado de estabelecimentos financeiros, 
serão concedidos descontos sobre os prêmios aos segurados que possuírem, 
além dos requisitos mínimos de segurança, outros meios de proteção previstos 
na lei nº 7.102/83, na forma de regulamento. 
 
8.2.2 COOPERATIVASSINGULARES DE CRÉDITO 
 
As cooperativas singulares de crédito são entidades destinadas a estimular a 
formação de poupança e, através da mutualidade, oferecer assistência 
financeira aos associados, além de prestar serviços inerentes à sua vocação 
societária. 
Após essa primeira definição, pergunto: Será correto exigir de uma cooperativa 
singular a mesma sistemática de segurança de um banco que possui um 
volume financeiro muito maior? 
Claro que não! Assim, a lei autoriza o Poder Executivo a estabelecer, considerando 
a reduzida circulação financeira, requisitos próprios de segurança para as cooperativas 
singulares de crédito e suas dependências que contemplem, entre outros, os 
seguintes procedimentos: 
 
I – dispensa de sistema de segurança para o estabelecimento de cooperativa 
singular de crédito que se situe dentro de qualquer edificação que possua 
estrutura de segurança instalada (em conformidade com a lei); 
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas um único plano de 
segurança por cooperativa singular de crédito, desde que detalhadas todas as 
suas dependências; e 
 
 
 
 
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III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso inviabilize 
economicamente a existência do estabelecimento. 
 
Por fim, prevê a lei que os processos administrativos em curso no âmbito do 
Departamento de Polícia Federal observarão os requisitos próprios de 
segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas dependências. 
 
8.2.3 SISTEMA DE SEGURANÇA 
 
Até agora falamos bastante em sistema de segurança. Mas o que, 
efetivamente, abrange tal expressão? Para responder a este questionamento, 
devemos buscar o art. 2º da lei nº 7.102 que assim dispõe: 
 
Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui 
pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas vigilantes; 
alarme capaz de permitir, com segurança, comunicação entre o 
estabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, 
empresa de vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo 
menos, mais um dos seguintes dispositivos: 
I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que 
possibilitem a identificação dos assaltantes; 
II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo 
sua perseguição, identificação ou captura; e 
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante 
durante o expediente para o público e enquanto houver 
movimentação de numerário no interior do estabelecimento. 
 
Este supramencionado dispositivo nos permite tratar sobre algumas 
importantes figuras e, começaremos analisando a figura do VIGILANTE. 
 
8.2.4 VIGILANTE 
Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado contratado para a execução 
das atividades de segurança privada. Para o exercício da profissão, o vigilante 
deverá preencher os seguintes requisitos: 
 
 
 
 
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I - ser brasileiro; 
II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; 
III - ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau; 
IV - ter sido aprovado, em curso de formação de vigilante, realizado em 
estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos da lei nº 7.102. 
V - ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico; 
VI - não ter antecedentes criminais registrados; e 
VII - estar quite com as obrigações eleitorais e militares. 
Do exposto, fica claro que não basta ter “vontade” de ser vigilante. Deve-se, 
primariamente, cumprir-se uma série de requisitos. 
Além disso, o exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no 
Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresentação dos 
documentos comprobatórios dos requisitos que acabamos de tratar. 
O vigilante usará uniforme somente quando em efetivo serviço e, a ele a lei nº. 
7.102 atribui algumas garantias. São elas: 
 
I - uniforme especial às expensas da empresa a que se vincular; 
II - porte de arma, quando em serviço; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As armas destinadas ao uso dos vigilantes serão de propriedade e 
responsabilidade: 
I - das empresas especializadas; 
II - dos estabelecimentos financeiros quando dispuserem de serviço 
organizado de vigilância, ou mesmo quando contratarem empresas 
especializadas. 
Será permitido ao vigilante, quando em serviço, portar revólver calibre 32 
ou 38 e utilizar cassetete de madeira ou de borracha. 
Os vigilantes, quando empenhados em transporte de valores, poderão 
também utilizar espingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de 
fabricação nacional. 
 
 
 
 
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III - prisão especial por ato decorrente do serviço; 
IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa empregadora. 
 
8.2.5 SEGURANÇA PRIVADA 
 
São consideradas como segurança privada as atividades desenvolvidas em 
prestação de serviços com a finalidade de: 
 
I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros 
estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas 
físicas; 
II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro 
tipo de carga. 
Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser executados 
por uma mesma empresa. 
 
A propriedade e a administração das empresas especializadas que vierem a se 
constituir são vedadas a estrangeiros. 
Os diretores e demais empregados das empresas especializadas não poderão 
ter antecedentes criminais registrados. 
O capital integralizado das empresas especializadas não pode ser inferior a 
cem mil Ufirs. 
São condições essenciais para que as empresas especializadas operem nos 
Estados, Territórios e Distrito Federal a autorização de funcionamento e a 
comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respectivo Estado, 
Território ou Distrito Federal. 
 
8.2.6 VIGILÂNCIA OSTENSIVA E TRANSPORTE DE VALORES 
 
A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados: 
 
 
 
 
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I - por empresa especializada contratada; ou 
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado 
para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de vigilante 
autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança tenha 
parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça. 
Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva 
poderá ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do Governo da 
respectiva Unidade da Federação. 
O transporte de numerário em montante superior a vinte mil Ufir, para 
suprimento ou recolhimento do movimento diário dos estabelecimentos 
financeiros, será obrigatoriamente efetuado em veículo especial da própria 
instituição ou de empresa especializada. 
O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil Ufirs poderá ser efetuado 
em veículo comum, com a presença de dois vigilantes. 
 
8.2.7 PENALIZAÇÕES 
 
A lei que agora estudamos, a fim de fazer cumprir seus preceitos, estabelece 
sanções nocaso de descumprimento. Estas penalizações encontram-se 
presentes nos arts. 7º e 23 da lei nº 7.102/83. Vamos analisar: 
 
1 - O estabelecimento financeiro que infringir disposição da lei nº 7.102/83 
ficará sujeito às seguintes penalidades, conforme a gravidade da infração e 
levando-se em conta a reincidência e a condição econômica do infrator: 
 
I - ADVERTÊNCIA; 
II - MULTA, DE MIL A VINTE MIL UFIRS; 
III - INTERDIÇÃO DO ESTABELECIMENTO. 
 
2 - As empresas especializadas e os cursos de formação de vigilantes que 
infringirem disposições da lei nº 7.102/83 ficarão sujeitos às seguintes 
penalidades, aplicáveis pelo Ministério da Justiça, ou, mediante convênio, 
 
 
 
 
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pelas Secretarias de Segurança Pública, conforme a gravidade da infração, 
levando-se em conta a reincidência e a condição econômica do infrator: 
 
I - ADVERTÊNCIA; 
II - MULTA DE QUINHENTAS ATÉ CINCO MIL UFIRS: 
III - PROIBIÇÃO TEMPORÁRIA DE FUNCIONAMENTO; E 
IV - CANCELAMENTO DO REGISTRO PARA FUNCIONAR. 
 
Incorrerão nas penas previstas acima as empresas e os estabelecimentos 
financeiros responsáveis pelo extravio de armas e munições. 
 
8.2.8 ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
 
Por fim, para fecharmos o tema, cabe tratar de um assunto bem literal, mas 
que é importante e você precisa saber para sua PROVA. 
“Mas professor... Eu tenho que decorar tudo?” 
Não acho que seja válido perder muito tempo tentando guardar tudo. Entenda 
que o principal órgão envolvido na execução desta lei é o Ministério da Justiça. 
A partir deste entendimento, até mesmo por lógica, suas atribuições 
decorrerão. 
Assim, faça uma leitura atenta deste tópico e siga em frente! 
 
Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio do seu órgão competente ou 
mediante convênio com as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e 
Distrito Federal: 
 
I - conceder autorização para o funcionamento: 
a) das empresas especializadas em serviços de vigilância; 
b) das empresas especializadas em transporte de valores; e 
 
 
 
 
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c) dos cursos de formação de vigilantes; 
II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados dos no inciso anterior; 
III - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o inciso I deste artigo as 
penalidades previstas no art. 23 desta Lei; 
IV - aprovar uniforme; 
V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigilantes; 
VI - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio cumprimento desta lei, 
pelo estabelecimento financeiro, à autoridade que autoriza o seu 
funcionamento; 
VII - aplicar aos estabelecimentos financeiros as penalidades previstas nesta 
lei. 
 
VIII - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto ao cumprimento desta 
lei; 
IX - fixar o número de vigilantes das empresas especializadas em cada unidade 
da Federação; 
X - fixar a natureza e a quantidade de armas de propriedade das empresas 
especializadas e dos estabelecimentos financeiros; 
XI - autorizar a aquisição e a posse de armas e munições; e 
XII - fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados. 
XIII - rever anualmente a autorização de funcionamento das empresas 
elencadas no inciso I deste artigo. 
*************************************************************** 
 
8.3 CRIMES HEDIONDOS – LEI N° 8.072/90 - INTRODUÇÃO 
 
Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os 
crimes que estão no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, 
devendo, portanto, ser entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, 
que causam maior aversão à coletividade. Segundo Fátima Aparecida de Souza 
Borges: 
 
 
 
 
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Crime hediondo diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente 
expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual 
denominamos crime de gravidade acentuada. 
 
8.4 ASPECTOS DA LEI Nº 8.072/90 
 
 8.4.1 DEFINIÇÃO DOS CRIMES HEDIONDOS 
A Constituição da República, no seu artigo 5º, XLIII, protegendo os direitos 
fundamentais dos brasileiros e estrangeiros residentes no País, determinou 
que alguns delitos, desde logo, fossem denominados hediondos e, assim, 
fossem inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. 
Dentre eles a tortura, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e outros que fossem classificados pelo legislador. 
De acordo com a Lei 8.072, de 25/06/1990 – Lei de Crimes Hediondos – 
também são considerados crimes desta categoria: 
• Homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 
2º, incisos I,II, III,IV e V); 
• Latrocínio; 
• Extorsão qualificada pela morte; 
• Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; 
• Estupro, art.213 caput e §§1º e 2º; 
• Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
Com a redação que lhe deu a Lei n.º 12.015/09, o artigo 1.°, incisos V e VI, 
da Lei n. 8.072/90, dispõe que são considerados hediondos os seguintes 
crimes [...]: [...] V - estupro (art. 213, caput e §§ 1.º e 2.º); VI - estupro de 
vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1.º, 2.º, 3.º e 4.º). 
A menção clara às figuras do caput e dos parágrafos não deixa dúvida quanto 
à hediondez tanto das modalidades simples como das qualificadas desses 
delitos, pondo fim à controvérsia teórico-jurisprudencial sobre a aplicabilidade 
da Lei dos Crimes Hediondos ao crime de estupro simples (e atentado violento 
ao pudor simples), ou com violência presumida, na anterior fórmula com que 
o Código Penal tratava a matéria. 
 
 
 
 
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• Epidemia com resultado morte; 
• Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a 
fins terapeuticos ou medicinais; 
• Crime de genocídio previsto nos artigos 1º, 2º e 3º da lei 2889/56. 
 
 8.4.2 ANISTIA, GRAÇA E INDULTO 
 
A graça e o indulto juntamente com a anistia são formas de extinção da 
punibilidade (art.107, II, CP). 
Anistia conceitua-se como sendo um ato pelo qual uma autoridade concede 
o perdão a determinados indivíduos, geralmente por crimes de teor político. 
A graça destina-se a pessoa determinada e não ao fato, já o indulto, é uma 
medida de caráter coletivo. Ambas, só podem ser concedidas pelo Presidente 
da Republica que pode delegar tal atribuição a Ministro de Estado ou a 
outras autoridades. 
A graça, o indulto e a anistia não são aplicáveis aos delitos que se referem a 
“pratica de tortura, trafico ilícito de entorpecentes e drogas afim, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos.” 
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis 
de: 
I - anistia, graça e indulto; 
 
 8.4.3 FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
O artigo 2°, inciso II da Lei 8.072/90, em sua redação original, vedava 
expressamente a concessão de fiança e liberdade provisória nos crimes 
hediondos e equiparados.Porém, a Constituição Federal, em seu artigo 5°, inciso XLIII veda apenas a 
concessão de fiança (e não de liberdade provisória) nos crimes hediondos e 
equiparados: 
 
Art. 5º 
 
 
 
 
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[...] 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Fica claro que o que fez o poder constituinte foi restringir a concessão de 
fiança a certos crimes, mas de forma alguma objetivou proibir a liberdade 
provisória, pois esta pode ser concedida com ou sem fiança, nos termos da 
lei processual penal, conforme artigo 5°, inciso LXVI da CF: 
 
Art. 5º 
[...] 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Nesta linha, o legislador revogou o inciso II do artigo 2°, da Lei 8072/90 na 
parte em que vedada a liberdade provisória nos crimes hediondos e 
equiparados. Observe a atual redação: 
"Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis 
de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II fiança e liberdade provisória. 
(...) 
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)" 
 
Ora, no atual ordenamento constitucional a liberdade é a regra, e qualquer 
espécie de prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada nos termos 
do artigo 312 do Código de Processo Penal. 
O STF já se manifestou inúmeras vezes nesse sentido. No HC 95.464-SP, o 
Ministro Celso de Mello enfatizou: "A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA 
DE NATUREZA EXCEPCIONAL" e "A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME 
 
 
 
 
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NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA 
LIBERDADE." (STF HC N. 95.464-SP. RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO) 
Portanto, qualquer prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada com 
base em elementos reais, que serão analisados em cada caso concreto, de 
modo que a gravidade em abstrato do crime (seja hediondo ou não) não 
serve de fundamento para a restrição do status libertatis de alguém, sob 
pena de constrangimento ilegal. 
 
 8.4.4 PROGRESSÃO DE REGIME E APELAÇÃO EM LIBERDADE 
 
Trataremos, inicialmente, de um ponto que, até pouco tempo, era objeto de 
inúmeros debates. Trata-se da possibilidade de progressão de regime nos 
crimes hediondos e equiparados. 
Para a sua PROVA, o importante é que você tenha o cabal entendimento de 
que agora, é legalmente admitida a progressão de regime prisional quando 
se tratar de condenação por crime hediondo e seus equiparados (tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo), uma vez que o 
novo §1º, do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos, diz que a pena, por tais 
crimes será cumprida inicialmente em regime fechado. 
 
Art. 2º 
[...] 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
inicialmente em regime fechado. 
 
O §2º, do mencionado artigo, estabelece a quantidade que deve ser 
cumprida da pena, para que seja possível a progressão do regime (ou seja, 
2/5 para apenados primários, e 3/5 para reincidentes). Veja: 
Art. 2º 
[...] 
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos 
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 
2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 
(três quintos), se reincidente. 
 
 
 
 
 
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Por fim, cabe ressaltar que segundo a lei nº 8.072/90, poderá a autoridade 
judicial permitir que o réu apele em liberdade. Observe: 
 
Art. 2º 
[...] 
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 
 
 8.4.5 DELAÇÃO PREMIADA 
 
A delação premiada é o ato de um acusado, em troca da redução ou até 
isenção da pena, denunciar outros participantes do crime, indicar a 
localização da vítima em caso de sequestro ou contribuir, de alguma forma, 
para a resolução do caso. 
Na Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), em seu art. 8º, parágrafo 
único, está prevista uma forma de delação premiada chamada de traição 
benéfica. Observe: 
 
 Art. 8º [...] 
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à 
autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu 
desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
 
A delação premiada prevista na lei de crimes hediondos tem como 
requisitos a existência de quadrilha ou bando, formada especificamente 
para a prática de crimes de tortura, terrorismo, tráfico de drogas ou crime 
hediondo, delatado à autoridade por um de seus co-autores ou partícipes, 
bem como a eficácia da traição, consistente no desmantelamento do 
bando. 
Há uma reflexão que se deve fazer em relação ao reclamado 
desmantelamento: não há necessidade de comprovação futura no sentido 
de que a quadrilha ou bando deixou de atuar, se desfez completamente. 
Não seria razoável exigir que para a redução de pena o delator tivesse que 
contar com a comprovação de evento futuro e incerto, e sendo assim, para 
usufruir o benefício basta que as informações apresentadas sejam aptas à 
 
 
 
 
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elucidação do emaranhado criminoso investigado, com resultado exitoso 
em termos de tornar possível a responsabilização penal. 
 
********************************************************************************************************** 
 
Parabéns! Mais um tema finalizado! 
Beba uma água, respire fundo e vamos em frente com o último assunto!!! 
 
 
********************************************************************************************************** 
 
8.5 LEI No 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001. 
 
8.5.1 INTRODUÇÃO 
 
A partir deste momento começaremos a analisar a lei nº 10.357/01 que 
estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que 
direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de 
substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência 
física ou psíquica. 
O controle de produtos químicos teve início em 1994, quando da publicação da 
Medida Provisória n° 756, que mais tarde culminou na Lei nº 9.017/95. A 
referida lei estabeleceu normas de controle e fiscalização para produtos e 
insumos que possam ser destinados à elaboração de cocaína e outros 
entorpecentes. Destacando doze produtos químicos, a saber: acetona, ácido 
clorídrico, ácido sulfúrico, anidrido acético, clorofórmio, cloreto de metileno, 
éter etílico ou éter sulfúrico, metil etil cetona, permanganato de potássio, 
sulfato de sódio e tolueno. Ficou estabelecida a necessidade de cadastramento 
e obtenção de licença de funcionamento junto a Divisão de Repressão a 
Entorpecentes, do Departamento de Polícia Federal para todas as empresas 
que exerçam atividades sujeitas ao controle. 
As normas de controle envolvemtoda a cadeia que lida com esses produtos, 
incluindo o transporte. Passados alguns anos, a Lei 9.017/95 foi atualizada 
pela Lei nº 10.357/01. Desta vez estabelecendo novas medidas administrativas 
e operacionais para os produtos químicos controlados, sendo definidos os 
 
 
 
 
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Considera-se produto químico as substâncias químicas e as formulações que 
as contenham, nas concentrações estabelecidas em portaria, em qualquer 
estado físico, independentemente do nome fantasia dado ao produto e do 
uso lícito a que se destina. 
O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em razão de proposta do 
Departamento de Polícia Federal, da Secretaria Nacional Antidrogas ou da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, definirá, em portaria, os produtos 
químicos a serem controlados e, quando necessário, promoverá sua 
atualização, excluindo ou incluindo produtos, bem como estabelecerá os 
critérios e as formas de controle. 
valores de taxas para a obtenção da licença e regras para fiscalização e 
aplicação de penalidades. 
Atualmente, nos termos do art. 1º da Lei nº 10.357/01, estão sujeitos a 
controle e fiscalização, em sua fabricação, produção, armazenamento, 
transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, 
doação, empréstimo, permuta, remessa, transporte, distribuição, importação, 
exportação, reexportação, cessão, reaproveitamento, reciclagem, transferência 
e utilização, TODOS os produtos químicos que possam ser utilizados como 
insumo na elaboração de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que 
determinem dependência física ou psíquica. 
A pessoa jurídica que realizar qualquer uma das atividades acima descritas é 
obrigada a fornecer ao Departamento de Polícia Federal, periodicamente, as 
informações sobre suas operações. Os documentos que consubstanciam as 
informações deverão ser arquivados pelo prazo de cinco anos e apresentados 
ao Departamento de Polícia Federal quando solicitados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como veremos, os valores das taxas podem variar, desde R$ 500,00 para a 
emissão do Certificado de Registro Cadastral até R$ 1.000,00 para obtenção 
da Licença de Funcionamento. 
Estes valores podem sofrer redução de 40%, quando se tratar de empresa de 
pequeno porte, 50%, quando se tratar de filial de empresa já cadastrada e 
70%, quando se tratar de micro empresa. 
As infrações administrativas podem ser passíveis de multas que variam de R$ 
2.128,20 à R$ 1.064.100,00, ou da aplicação de simples advertência até a 
apreensão dos produtos químicos e suspensão ou cancelamento da licença. 
 
 
 
 
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8.5.2 ATIVIDADES SUJEITAS A CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
 
Para exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização, a 
pessoa física ou jurídica deverá se cadastrar e requerer licença de 
funcionamento ao Departamento de Polícia Federal, de acordo com os 
critérios e as formas a serem estabelecidas em portaria, independentemente 
das demais exigências legais e regulamentares. A pessoa jurídica deverá 
requerer, anualmente, a Renovação da Licença de Funcionamento para o 
prosseguimento de suas atividades. 
 
As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam exercendo atividade sujeita a 
controle e fiscalização, deverão providenciar seu recadastramento junto ao 
Departamento de Polícia Federal, na forma a ser estabelecida em 
regulamento. 
A pessoa física ou jurídica que, em caráter eventual, necessitar exercer 
qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização, deverá 
providenciar o seu cadastro junto ao Departamento de Polícia Federal e 
requerer autorização especial para efetivar as suas operações. 
Para importar, exportar ou reexportar os produtos químicos sujeitos a controle 
e fiscalização será necessária autorização prévia do Departamento de Polícia 
Federal. 
A pessoa física ou jurídica que, por qualquer motivo, suspender o exercício de 
atividade sujeita a controle e fiscalização ou mudar de atividade controlada 
deverá comunicar a paralisação ou alteração ao Departamento de Polícia 
Federal, no prazo de trinta dias a partir da data da suspensão ou da 
mudança de atividade. 
A pessoa física ou jurídica que exerça atividade sujeita a controle e fiscalização 
deverá informar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo máximo de 
vinte e quatro horas, qualquer suspeita de desvio de produto químico. 
 
8.5.3 INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
A lei nº 10.357/01, objetivando o cumprimento de seus preceitos, estabeleceu 
diversas infrações administrativas. São elas: 
 
 
 
 
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I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo legal; 
II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de 
trinta dias, qualquer alteração cadastral ou estatutária a partir da data do ato 
aditivo, bem como a suspensão ou mudança de atividade sujeita a controle e 
fiscalização; 
III – omitir as informações a que se refere o art. 8o desta Lei, ou prestá-las 
com dados incompletos ou inexatos; 
IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quando solicitado, notas 
fiscais, manifestos e outros documentos de controle; 
V – exercer qualquer das atividades sujeitas a controle e fiscalização, sem a 
devida Licença de Funcionamento ou Autorização Especial do órgão 
competente; 
VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização com pessoa física ou 
jurídica não autorizada ou em situação irregular, nos termos desta Lei; 
VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio de produto químico 
controlado, para fins ilícitos; 
VIII – importar, exportar ou reexportar produto químico controlado, sem 
autorização prévia; 
IX – alterar a composição de produto químico controlado, sem prévia 
comunicação ao órgão competente; 
X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e embalagens de produtos 
químicos controlados visando a burlar o controle e a fiscalização; 
XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota fiscal, quando for o caso, em 
local visível da embalagem e do rótulo, a concentração do produto químico 
controlado; 
XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal furto, roubo ou 
extravio de produto químico controlado e documento de controle, no prazo de 
quarenta e oito horas; e 
XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão de controle e 
fiscalização. 
 
 
 
 
 
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Caso o agente incorre em uma infração, estará sujeito às seguintes 
penalizações: 
 
I – advertência formal; 
II – apreensão do produto químico encontrado em situação irregular; 
III – suspensão ou cancelamento de licença de funcionamento; 
IV – revogação da autorização especial; e 
V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e oito reais e vinte centavos) 
a R$ 1.064.100,00 (um milhão, sessenta e quatro mil e cem reais). 
 
Na dosimetria da medida administrativa, serão consideradas a situação 
econômica, a conduta do infrator, a reincidência, a natureza da infração, a 
quantidade dos produtos químicos encontrados emsituação irregular e as 
circunstâncias em que ocorreram os fatos. 
A pessoa física ou jurídica que cometer qualquer uma das infrações previstas 
nesta Lei terá prazo de trinta dias, a contar da data da fiscalização, para sanar 
as irregularidades verificadas, sem prejuízo da aplicação de medidas 
administrativas. 
Sanadas as irregularidades, os produtos químicos eventualmente apreendidos 
serão devolvidos ao seu legítimo proprietário ou representante legal. 
Os produtos químicos que não forem regularizados e restituídos no prazo e nas 
condições estabelecidas neste artigo serão destruídos, alienados ou doados 
pelo Departamento de Polícia Federal a instituições de ensino, pesquisa ou 
saúde pública, após trânsito em julgado da decisão proferida no respectivo 
processo administrativo. 
Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao meio ambiente, o órgão 
fiscalizador poderá dar destinação imediata aos produtos químicos 
apreendidos. 
 
8.5.4 TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 
 
 
 
 
 
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A taxa, instituída pela lei que agora estudamos, tem como fato gerador o 
exercício do poder de polícia conferido ao Departamento de Polícia Federal 
para controle e fiscalização das atividades relacionadas com produtos 
químicos. 
São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos 
as pessoas físicas e jurídicas que exerçam qualquer uma das atividades 
sujeitas a controle e fiscalização. 
São isentos do pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos 
Químicos, sem prejuízo das demais obrigações previstas nesta Lei: 
I – os órgãos da Administração Pública direta federal, estadual e municipal; 
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e saúde; 
III – as entidades particulares de caráter assistencial, filantrópico e sem fins 
lucrativos que comprovem essa condição. 
 
8.5.5 VALORES 
 
A lei nº 10.357/01 define em seu art. 19 diversos valores para a Taxa de 
Controle e Fiscalização de Produtos Químicos. Não acho interessante, nesta 
reta final, o estudo deste dispositivo. 
Pode cair na PROVA? Claro que sim, afinal, TUDO PODE. 
Mas, assim como costumo recomendar não tentar “decorar” as penalizações 
dos crimes, acho que é um tema com muito pouca probabilidade de aparecer. 
Não acho que compense o TEMPO PERDIDO/BENEFÍCIO! 
 
****************************************************** 
8.6 LEI DE ESTRANGEIROS 
 
ENTRADA E PERMANÊNCIA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL 
 
******************************************************** 
 
 
 
 
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Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfeitas as 
condições desta Lei, entrar e permanecer no Brasil e dele sair, 
resguardados os interesses nacionais. 
Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à segurança 
nacional, à organização institucional, aos interesses políticos, sócio-
econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do trabalhador 
nacional. 
Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação 
ficarão sempre condicionadas aos interesses nacionais. 
******************************************************** 
 
INTRODUÇÃO 
 
Como você já sabe, desde o seu tempo das aulas de história, o movimento 
migratório, presente em todos os tempos com superior ou inferior intensidade, 
é considerado um fenômeno irreversível dos povos, restando ao direito 
apenas enquadrá-lo e equacionar-lhe as consequências. 
O constante deslocamento das pessoas, determinado por fatores religiosos, 
sociais, políticos e, principalmente, econômicos, exige dos países que os 
acolhem uma disciplina jurídica adequada de composição de limites: 
possibilidade de acesso do imigrante e preservação dos interesses 
nacionais. 
O direito das pessoas reconhece ao indivíduo o direito de emigração e seu 
correspondente direito à imigração, mas também atribui ao Estado o poder 
soberano para decidir sobre sua admissão, com possibilidade de limitá-la, ou 
até impedi-la. 
 
TEMPO DE GUERRA 
 
Reforçando o preceito constitucional, o art. 1º do Estatuto ressalva a eficácia 
da lei, quanto às condições de entrada, permanência e saída do estrangeiro 
em tempo de paz. 
Desse modo, interpretando o dispositivo a contrario sensu, o Estado conserva 
o direito de restringir ou mesmo impedir temporariamente a entrada e 
permanência de estrangeiros no País em tempo de guerra ou de comoções 
intestinas: “Os direitos políticos, públicos e civis dos estrangeiros sujeitos, em 
tempo de paz, a crescentes limitações, podem, em tempo de guerra, ser 
totalmente suprimidos”. 
 
O VISTO COMO MERA EXPECTATIVA DE DIREITO 
 
 
 
 
 
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O art. 3º do Estatuto, que condiciona aos interesses nacionais a concessão do 
visto, sua prorrogação ou transformação, deve ser interpretado em conjunto 
com o art.26 que assim dispõe: “O visto concedido pela autoridade consular 
configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o 
registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do art. 7º, 
ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do 
Ministério da Justiça.”. 
 
 
DA ADMISSÃO DO ESTRANGEIRO NO TERRITÓRIO NACIONAL 
 
******************************************************** 
Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional 
poderá ser concedido visto: 
I - de trânsito; 
II - de turista; 
III - temporário; 
IV - permanente; 
V - de cortesia; 
VI - oficial; e 
VII - diplomático. 
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-
se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. 
Art. 5º Serão fixados em regulamento os requisitos para a obtenção 
dos vistos de entrada previstos nesta Lei. 
Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao 
estrangeiro o direito de obter visto de qualquer natureza, ou 
autorização de permanência no território nacional. 
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: 
I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal 
ou sem a sua autorização expressa; 
II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; 
III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido 
revogada; 
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível 
de extradição segundo a lei brasileira; ou 
V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo 
Ministério da Saúde. 
 
 
 
 
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******************************************************** 
 
VISTO COMO CONDIÇÃO DE ADMISSIBILIDADE E SUA EVENTUAL 
DISPENSA 
 
A admissibilidade do estrangeiro no território nacional condiciona-se, regra 
geral, à concessão do visto consular. 
O visto consular é um documento emitido por um país, dando a certo indivíduo 
permissão para entrar no país por certo período de tempo e para certas 
finalidades. Pela concessão do visto a autoridade consular apenas atesta que o 
passaporte e demais documentos do estrangeiro estãoem ordem e são bons 
para a viagem ao Brasil. 
A RECUSA DO VISTO E SUAS CAUSAS 
 
Cada Estado é inteiramente livre e soberano para regular a admissão do 
estrangeiro em seu território, podendo interditá-la a certas categorias de 
pessoas, se assim o recomenda o interesse nacional. Encontra como limite 
apenas em que, para tanto, não deve proceder maliciosamente ou 
contrariando as obrigações que houver assumido. 
O art. 7º do Estatuto veda a concessão de visto ao estrangeiro: “I- menor de 
dezoito anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização 
expressa; II- considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; 
III- anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada; 
IV- condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de 
extradição segundo a lei brasileira; ou V- que não satisfaça as condições de 
saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde”. 
Como se verifica dos incisos, além das exigências legais com relação aos 
documentos indispensáveis, a admissão do estrangeiro é obstada por 
impedimentos de ordem jurídica, de ordem moral ou ainda de interesse para a 
segurança pública. 
As causas especificadas no art. 7º qualificam-se como gerais e absolutas, na 
medida em que impedem a concessão de qualquer dos vistos enumerados no 
art. 4º. O visto concedido pela autoridade consular em desacordo com as 
restrições ali estabelecidas, contudo, vale em princípio como tal (simples 
visto), o que não impede, porém, que a entrada, a estada ou o registro do 
estrangeiro possa ser obstado pelo Ministério da Justiça, nos termos do art. 
26. 
 
EFEITOS DO VISTO CONCEDIDO 
 
 
 
 
 
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Ampliando o sistema das leis anteriores, o Estatuto assim discrimina o visto 
consular (art.4º): I- de trânsito; II- de turista; III- temporário; IV- 
permanente; V- de cortesia: VI- oficial; e VII- diplomático. 
Adverte o Regulamento que o “tipo de passaporte estrangeiro, o cargo ou a 
função do seu titular não determinam, necessariamente, o tipo de visto a ser 
concedido pela autoridade brasileira, no exterior ou no Brasil” (art. 12). 
Ao conceder o visto, a autoridade consular anotará, no documento de viagem, 
a sua classificação e o prazo de estada do estrangeiro no Brasil; mas tal 
providência é meramente burocrática e não vincula o Governo brasileiro, 
uma vez que o próprio visto concedido pela autoridade consular “configura 
mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do 
estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do art. 7º, ou a 
inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério 
da Justiça” (Estatuto, art. 26, caput). 
Nos casos de concessão de visto temporário ou permanente, a autoridade 
consular entregará ao estrangeiro cópia do formulário do pedido respectivo, 
autenticada, a) para sua apresentação aos órgãos federais competentes, no 
memento de sua entrada no território nacional, e b) para sua apresentação 
quando do registro do estrangeiro na Polícia Federal. 
Deverá, igualmente, a autoridade consular consignar no documento de viagem 
do interessado o prazo de validade para a utilização do visto concedido. 
A validade para a utilização de qualquer visto é de noventa dias, contados da 
data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela autoridade consular uma 
só vez, por igual prazo. Esta exigência se aplica somente a cidadãos de países 
onde seja verificada a limitação recíproca (Estatuto, art. 20, parágrafo único, 
com redação determinada pela Lei 12.134/2009). 
 
DO VISTO DE TRÂNSITO 
 
******************************************************** 
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, 
para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional. 
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias 
improrrogáveis e uma só entrada. 
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem 
contínua, que só se interrompa para as escalas obrigatórias do meio de 
transporte utilizado. 
******************************************************** 
 
CONCESSÃO E VALIDADE 
 
 
 
 
 
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Desde que, para atingir o país a que está se dirigindo, o estrangeiro tenha de 
entrar no território nacional, necessita ele de visto de trânsito. 
O titular de visto de trânsito poderá desembarcar no território nacional, 
permanecendo até dez dias, dando sequência ao depois à viagem 
interrompida. Ressalve-se, porém, que a sua entrada e estada no País podem 
ser impedidas se, a critério do Ministério da Justiça, revelar-se 
inconveniente sua presença no território nacional (Estatuto, art.26). 
O estrangeiro em trânsito, que não reembarcar no prazo de validade do visto, 
será considerado em situação irregular ou clandestino, sujeitando-se à 
deportação, sem prejuízo da multa, por dia de excesso (Estatuto, arts. 57 e 
125, II). 
O visto de trânsito é válido para uma só entrada e uma permanência de até 
dez dias improrrogáveis (Estatuto, art. 8º, § 1º). 
O titular do visto de trânsito não está sujeito ao registro de estrangeiro do 
art.30. 
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de 
temporário (incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é 
obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta 
dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a identificar-
se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições 
regulamentares. 
 
O estrangeiro em trânsito não poderá afastar-se do local de entrada e inspeção 
sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída tenham 
sido visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça (art.24). 
Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do Ministério da 
Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha entrado no território 
nacional em trânsito (art.25). 
É vedada a transformação do visto de trânsito em permanente, mas o titular 
de visto de trânsito poderá tê-lo transformado para oficial ou diplomático 
(Estatuto, arts. 38 e 42). Nada se tendo previsto quanto à transformação do 
visto de trânsito em visto de turista, a ausência de vedação legal induz a 
admissibilidade dessa transformação. 
Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil em trânsito é proibido o 
engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira 
de seu país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador e 
mediante autorização do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 105). 
 
DISPENSA DE VISTO NA VIAGEM CONTÍNUA OU ESCALA 
 
 
 
 
 
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Não se exigirá visto de trânsito em viagem contínua, que só se interrompa 
para escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado (Estatuto, art. 8º, § 
2º). 
Quando a viagem contínua do estrangeiro tiver de ser interrompida por 
impossibilidade de transbordo imediato ou por motivo imperioso, o 
transportador, ou seu agente, dará conhecimento do fato à Polícia Federal, 
por escrito, e este órgão determinará o local em que o estrangeiro deva 
permanecer e as condições a serem observadas por ele e pelo transportador, 
não devendo o prazo de estada exceder ao estritamente necessário ao 
prosseguimento da viagem. 
 
DO VISTO DETURISTA 
 
********************************************************
Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que 
venha ao Brasil em caráter recreativo ou de visita, assim considerado 
aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício 
de atividade remunerada. 
Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo 
anterior, ao turista nacional de país que dispense ao brasileiro idêntico 
tratamento. 
Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste artigo será, em todos 
os casos, estabelecida mediante acordo internacional, que observará o 
prazo de estada do turista fixado nesta Lei. 
Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião do 
embarque, no exterior, a documentação exigida, sendo responsável, 
no caso de irregularidade apurada no momento da entrada, pela saída 
do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no artigo 125, item VI. 
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, 
fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de 
reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com 
estadas não excedentes a noventa dias, prorrogáveis por igual 
período, totalizando o máximo de cento e oitenta dias por ano. 
(Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95) 
******************************************************** 
 
O TURISTA E SEU VISTO CONSULAR 
 
O Estatuto apresenta o conceito de turista da seguinte forma: é o estrangeiro 
que pretende vir ao Brasil em caráter recreativo, assim considerado 
aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de 
atividade remunerada. 
 
 
 
 
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TURISTAS DISPENSADOS DO VISTO 
 
Participando das tendências universais mais atualizadas, o legislador 
estabelece (Estatuto, art. 10) que poderá ser dispensado o visto ao turista 
de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento. Essa reciprocidade 
será, em todos os casos, estabelecida mediante acordo internacional, que 
observará o prazo de estada do turista fixado no Estatuto. 
O turista isento do visto deverá apresentar aos órgãos federais competentes, 
no momento de entrada no território nacional: I- passaporte, documento 
equivalente ou carteira de identidade, esta quando admitida; II- certificado 
internacional de imunização, quando necessário. Em caso de dúvida quanto à 
legitimidade da condição de turista, a Polícia Federal poderá exigir prova de 
meios de subsistência e bilhete de origem que o habilite a sair do país; para 
este fim, entende-se como prova de meios de subsistência a posse de 
numerário ou carta de crédito (Regulamento, art.20 e parágrafos). 
VISTO DE TURISTA: PRAZOS E EFEITOS 
 
O prazo de validade do visto de turista será de até 05 (cinco) anos, fixado 
pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e 
proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a 90 
(noventa) dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de 180 
(cento e oitenta) dias por ano. 
 
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA 
 
Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo do visto de turista é 
expressamente vedado o exercício de qualquer atividade remunerada. 
 
DO VISTO TEMPORÁRIO 
 
********************************************************
Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que 
pretenda vir ao Brasil: 
I - em viagem cultural ou em missão de estudos; 
II - em viagem de negócios; 
III - na condição de artista ou desportista; 
IV - na condição de estudante; 
 
 
 
 
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V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra 
categoria, sob regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro; 
VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão 
ou agência noticiosa estrangeira. 
VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de 
instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. 
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do 
art. 13, será de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até um ano; 
e nos demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o 
correspondente à duração da missão, do contrato, ou da prestação de 
serviços, comprovada perante a autoridade consular, observado o 
disposto na legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 
09/12/81) 
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de até 1 
(um) ano, prorrogável, quando for o caso, mediante prova do 
aproveitamento escolar e da matrícula. 
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se 
concederá o visto se satisfizer às exigências especiais estabelecidas 
pelo Conselho Nacional de Imigração e for parte em contrato de 
trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho, salvo no caso de 
comprovada prestação de serviço ao Governo brasileiro. 
******************************************************** 
 
A classificação do estrangeiro como temporário não se determina em função do 
tempo de permanência no território nacional, mas em função da finalidade da 
vinda do estrangeiro ao Brasil. Aliás, em termos genéricos, temporário seria 
todo aquele que para cá viesse em caráter não permanente; na técnica do 
Estatuto, porém, a classe dos temporários compreende aqueles que pretendem 
vir ao País em razão de uma das causas enunciadas pelo próprio legislador. 
 
DO VISTO PERMANENTE 
 
******************************************************** 
Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que 
pretenda se fixar definitivamente no Brasil. 
Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar 
mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, 
visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos 
e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de 
tecnologia e à captação de recursos para setores específicos. (Redação 
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
 
 
 
 
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Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, 
além dos requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter 
especial previstas nas normas de seleção de imigrantes estabelecidas 
pelo Conselho Nacional de Imigração. 
Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, 
por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade 
certa e à fixação em região determinada do território nacional. 
******************************************************** 
 
A POLÍTICA IMIGRATÓRIA E SEUS OBJETIVOS 
 
A concessão do visto permanente pressupõe, da parte do estrangeiro, 
propósito imigratório, no que este pretende fixar-se em definitivo no território 
nacional. Daí sujeitá-lo o legislador a uma disciplina específica mais rigorosa, 
com exigências que visam preservar precipuamente a segurança nacional, a 
organização institucional, os interesses políticos, socioeconômicos e culturais 
do País, bem assim a defesa do trabalhador nacional. 
 
MODALIDADES DE VISTO PERMANENTE 
 
O Estatuto abandonou a distinção do visto permanente, que se continha noDec.-lei 941/1969 (art. 18), entre comum, para o estrangeiro que o 
requeresse espontaneamente, e especial , para aquele que viesse sob regime 
de imigração dirigida, dada a sua manifesta inocuidade, restaurando, assim, o 
sistema de identificação única do Dec.-lei 406/1938 – aliás, aquela distinção 
mostrava-se mais conforme o sistema de quotas do Dec.-lei 7.967/1945. 
Mas o Estatuto instituiu modalidade de visto permanente, concedido sob 
condição, por prazo não superior a cinco anos, de exercício de atividade certa e 
fixação em região determinada do território nacional (art. 18). 
 
VISTO DE PERMANÊNCIA COMO EXPECTATIVA DE DIREITO 
 
O visto permanente concedido pela autoridade consular em qualquer de suas 
modalidades, do mesmo modo que os demais tipos de visto, configura mera 
expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do 
estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos pressupostos que autorizam a 
sua concessão, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a 
critério do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 26). 
 
REGISTRO DO PERMANENTE 
 
 
 
 
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O estrangeiro admitido na condição de permanente é obrigado a registrar-se 
no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à sua entrada no 
território nacional (Estatuto, art. 30) – se não o fizer no prazo assim 
estabelecido, responde por dia de excesso na forma do art. 125, III. 
 
DOS VISTOS DIPLOMÁTICOS, OFICIAL E DE CORTESIA 
 
******************************************************** 
Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de 
concessão, prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e 
de cortesia. 
******************************************************** 
 
A DISCIPLINA DOS VISTOS DIPLOMÁTICOS, OFICIAL E DE CORTESIA 
 
A concessão, prorrogação ou dispensa de vistos diplomáticos, oficial e de 
cortesia se sujeita a regulamentação específica, da competência do Ministério 
das Relações Exteriores, em razão de sua pertinência com as atividades 
próprias daquela Secretaria de Estado. 
 
O VISTO COMO MERA EXPECTATIVA DE DIREITO 
 
Ainda que classificado como diplomático, oficial ou de cortesia, o visto 
concedido pela autoridade consular em conformidade com os regulamentos do 
Ministério Exterior, mesmo assim configura mera expectativa de direito, 
podendo a entrada, a estada ou o registro (em caso de transformação) do 
estrangeiro ser obstada, se inconveniente a sua presença no território 
nacional, a critério do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 26). 
 
DA ENTRADA DO ESTRANGEIRO NO TERRITÓRIO NACIONAL 
 
******************************************************** 
Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos locais 
onde houver fiscalização dos órgãos competentes dos Ministérios da 
Saúde, da Justiça e da Fazenda. 
Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer tempo, 
pela manutenção e demais despesas do passageiro em viagem 
contínua ou do tripulante que não estiver presente por ocasião da 
 
 
 
 
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saída do meio de transporte, bem como pela retirada dos mesmos do 
território nacional. 
Art 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se 
do local de entrada e inspeção sem que o seu documento de viagem e 
o cartão de entrada e saída hajam sido visados. 
Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se 
do local de entrada e inspeção, sem que o seu documento de viagem e 
o cartão de entrada e saída hajam sido visados pelo órgão competente 
do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 
09/12/81) 
Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do 
Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha 
entrado no território nacional na condição de turista ou em trânsito. 
******************************************************** 
 
DA ENTRADA E SEUS LOCAIS 
 
O Estado tem o direito de determinar os lugares pelos quais os estrangeiros 
poderão ter acesso ao seu território. 
No Brasil, a entrada de estrangeiros somente poderá ser feita pelos pontos 
onde houver a necessária fiscalização aduaneira, sanitária e da Polícia Federal, 
respectivamente pelos órgãos competentes do Ministério da Fazenda, da Saúde 
e da Justiça. 
 
VISTO CONSULAR E RESSALVAS QUANTO À SUA EXIGÊNCIA 
 
Para a entrada do estrangeiro no território nacional, será exigido o visto 
consular, ressalvados os casos de dispensa, e que referido visto se encontre no 
prazo de validade para sua utilização. 
Todavia, em caso de força maior devidamente comprovada, o Departamento 
de Polícia Federal poderá autorizar a entrada do estrangeiro, mesmo que 
esgotado o prazo para utilização do visto (Regulamento, art.36, parágrafo 
único) 
Quando o visto consular omitir a sua classificação ou ocorrer engano, o 
Departamento de Polícia Federal poderá permitir a entrada do estrangeiro, 
retendo o seu documento de viagem e o remetendo ao Ministério das Relações 
Exteriores, para classificação ou correção (Regulamento, art. 39, parágrafo 
único). 
Havendo dúvida quanto à dispensa de visto, no caso de passaporte 
diplomático, oficial ou de serviço, a Polícia Federal consultará o Ministério das 
 
 
 
 
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Relações Exteriores, antes de decidir sobre a entrada do estrangeiro 
(Regulamento, art. 40). 
 
DO IMPEDIMENTO 
 
******************************************************** 
Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera 
expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do 
estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou 
a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do 
Ministério da Justiça. 
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa 
devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu 
pagamento, acrescido de correção monetária. 
§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá 
estender-se a todo o grupo familiar. 
Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela 
saída do clandestino e do impedido. 
Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou 
do clandestino, o Ministério da Justiça poderá permitir a sua entrada 
condicional, mediante termo de responsabilidade firmado pelo 
representante da empresa transportadora, que lhe assegure a 
manutenção, fixados o prazo de estada e o local em que deva 
permanecer o impedido, ficando o clandestino custodiado pelo prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período. 
******************************************************** 
 
CONDIÇÕES DE ENTRADA DO ESTRANGEIRO 
 
Como já vimos, para a entrada do estrangeiro no território nacional, exige-se a 
apresentação do visto consular, ressalvadas as hipóteses em que a própria lei 
o dispensa. 
Mas o visto consular não basta para assegurar ao estrangeiro o direito de 
acesso e permanência no território nacional. 
Como diz o art. 26, o visto concedido pela autoridade consular configura mera 
expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do 
estrangeiro ser obstado, ocorrendo qualquerdos casos do art. 7º, ou a 
inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério 
da Justiça. 
 
 
 
 
 
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REEMBARQUE E RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA 
 
Oposto o impedimento à entrada do estrangeiro, cuidar-se-á do seu 
reembarque imediato. Porém, na impossibilidade de saída imediata do 
impedido, a Polícia Federal poderá permitir a sua entrada condicional, 
fixando-lhe o prazo de estada e o local em que deva permanecer. Durante esse 
período, que será no máximo de trinta dias, prorrogável por igual prazo, o 
clandestino ficará sob custódia (Estatuto art. 27, parágrafo único; 
Regulamento, art. 53 e parágrafos). 
 
DA CONDIÇÃO DE ASILADO 
 
******************************************************** 
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de 
asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem 
impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da 
legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar. 
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do 
Governo brasileiro. 
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na 
renúncia ao asilo e impedirá o reingresso nessa condição. 
******************************************************** 
 
O DIREITO DE ASILO 
 
O direito de asilo é inato, participa da natureza do homem. 
Em outras palavras, “o asilo é uma resultante da liberdade do homem e da 
necessidade de protegê-lo contra o arbítrio e a violência: nasce da revolta, da 
vingança ou do crime; é o companheiro da infelicidade, da expiação e da 
piedade, coevo do primeiro agregado humano”. 
Concebido como um desdobramento do asilo religioso, o asilo territorial em 
favor dos refugiados políticos foi-se afirmando como uma necessidade social, 
meio para evitar o massacre de vítimas de dissensões internas, desfrutando 
hoje de franca aceitação pelo direito das gentes – aliás, diz-se mesmo que o 
asilo é uma instituição de caráter mais humanitário que jurídico. 
 
ASILO DIPLOMÁTICO E ASILO TERRITORIAL 
 
 
 
 
 
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Em sua acepção natural e própria, asilo é sinônimo de refúgio; em outros 
termos, é a situação que um delinquente adquire para não ser perseguido em 
um lugar ou não sujeitar-se à autoridade primitivamente apta para julgar o 
delito. 
A doutrina e a prática internacionais reconhecem duas modalidades de asilo: 
 
A) Asilo diplomático, ou interno, ou político, ou intranacional, ou extraterritorial 
aquele que é concedido por autoridades representativas de um Estado no 
território do outro, donde a sua denominação mais corrente de asilo 
diplomático; como asilo interno, considera-se “o privilégio que é reconhecido a 
certos lugares ou edifícios situados em um país para servir de refúgio àqueles 
que estariam sendo ameaçados ou perseguidos pelas autoridades judiciárias ou 
administrativas desse mesmo país”. 
 
B) Asilo territorial ou externo, ou internacional: aquele que o Estado concede 
aos estrangeiros perseguidos, mas dentro de seu próprio território. 
 
O asilo territorial implica, assim, que o indivíduo não só se subtrai ao poder 
punitivo de um Estado, como também, ao mesmo tempo, busca encontrar 
proteção no âmbito da soberania de outro Estado. 
 
DA SAÍDA E DO RETORNO DO ESTRANGEIRO 
 
******************************************************** 
Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que pretender sair 
do território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
§ 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabelecer a 
exigência de visto de saída, quando razões de segurança interna 
aconselharem a medida. 
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a 
exigência disporá sobre o prazo de validade do visto e as condições 
para a sua concessão. 
§ 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29. 
Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar 
do Brasil, poderá regressar independentemente de visto se o fizer 
dentro de dois anos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste artigo, 
far-se-á pela anotação aposta, pelo órgão competente do Ministério da 
Justiça, no documento de viagem do estrangeiro, no momento em que 
o mesmo deixar o território nacional. 
 
 
 
 
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Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se ausentar do 
Brasil, poderá regressar independentemente de novo visto, se o fizer 
dentro do prazo de validade de sua estada no território nacional. 
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
Art. 53. (Suprimido pela Lei nº 9.076, de 10/07/95) 
******************************************************** 
 
DO RETORNO DO ESTRANGEIRO 
 
O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil, poderá 
reingressar independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos a 
contar do dia que tiver deixado o território nacional. Findo esse prazo, o 
reingresso dependerá da concessão de novo visto. 
 
DO DOCUMENTO DE VIAGEM PARA ESTRANGEIRO 
 
******************************************************** 
Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são de 
propriedade da União, cabendo a seus titulares a posse direta e o uso 
regular. 
Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro: 
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
I - no Brasil: 
a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida; 
b) a nacional de país que não tenha representação diplomática ou 
consular no Brasil, nem representante de outro país encarregado de 
protegê-lo; 
c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil. 
II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro que 
haja perdido a nacionalidade originária em virtude do casamento. 
Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, do 
item I, deste artigo, dependerá de prévia consulta ao Ministério das 
Relações Exteriores. 
Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no 
exterior, ao estrangeiro portador de documento de viagem emitido por 
governo não reconhecido pelo Governo brasileiro, ou não válido para o 
Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) 
 
 
 
 
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Parágrafo único. A concessão, no exterior, de laissez-passer a 
estrangeiro registrado no Brasil como permanente, temporário ou 
asilado, dependerá de audiência prévia do Ministério da Justiça. 
******************************************************** 
 
DOCUMENTOS DE VIAGEM PREVISTOS EM LEI 
 
O Estatuto, porém, traz algumas inovações ao acrescentar, como documento 
de viagem, ao lado do passaporte para estrangeiro, o laissez-passer, 
possibilitando a concessão de qualquer desses documentos não só no Brasil 
como também no exterior. 
Ao mesmo tempo, escoimando dúvida que pudesse ser suscitada, o legislador 
faz certo que tais documentos, concedidos pelas autoridades brasileiras, “são 
de propriedade

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