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Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO AULA 08 Futuros Aprovados, Analisaremos na aula de hoje diversos temas que surgiram como novidade em seu edital. Diferentemente da maioria dos temas que estudamos até agora, tratam-se de assuntos relativamente “pobres” quanto a aspectos doutrinários e jurisprudenciais. Desta forma, é praticamente certo que as questões presentes em sua prova sejam literais. De qualquer forma, para evitarmos surpresa, apresentarei os dispositivos e tecerei breves comentários apoiado na doutrina e no entendimento dominante dos Tribunais. Bons estudos! ************************************************ 8.1 LEI Nº 10.446, DE 08 DE MAIO DE 2002. A lei nº 10.446/02 é uma lei pequena e que trata a respeito das infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição que assim dispõe: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO § 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se a: § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; (grifei) De acordo com o supramencionado dispositivo constitucional, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras (lista exemplificativa), das seguintes infrações penais: � Sequestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima; � Formação de cartel; � Relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e � Furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação. Por fim, cabe ressaltar que o Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça. *************************************************************** Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 8.2 LEI Nº 7.102, DE 20 DE JUNHO DE 1983. 8.2.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Começaremos, a partir de agora, a tratar da lei nº 7.102 que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências. Define a citada lei, logo em seu art. 1º, “caput”, que é vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei. Mas o que vem a ser “estabelecimento financeiro”? Os estabelecimentos financeiros compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas dependências. Quanto a esta definição, cabe ressaltar um importante ponto: De acordo com o Banco Central, “os correspondentes bancários são empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por instituições financeiras para a prestação de determinados serviços, como, por exemplo, as lotéricas, o banco postal e outros”. Assim sendo, o correspondente bancário não se encaixa, por natureza, ao conceito de instituição financeira, condição essencial ao enquadramento previsto no art. 1º, da Lei nº 7.102/83, sendo, de fato, empresa contratada por uma instituição financeira para a prestação de serviços, havendo incompatibilidade da definição destes estabelecimentos com o conceito legal de estabelecimento sujeito à apresentação de plano de segurança à Polícia Federal. Referido entendimento do BACEN foi recentemente repisado durante apresentação de contestação à ação civil pública nº 2006.37.00.006755-6 (proposta pelo MPF perante a Justiça Federal do Estado do Maranhão): “Imprescindível frisar que as agências dos Correios, ao contrário daquilo afirmado pelos autores, não são instituições financeiras. Inclusive, estão expressamente proibidas de praticar operações privativas de instituições financeiras, conforme o art. 5º da Resolução CMN 3.110, alterada pela Resolução CMN 3.156, verbis: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 5º As empresas contratadas para a prestação de serviços de correspondentes nos termos desta resolução estão sujeitas às penalidades previstas no art. 44, § 7º, da Lei 4.595, de 1964, caso venham a praticar, por sua própria conta e ordem, operações privativas das instituições referidas no art. 1º. (Destacou-se) Portanto, no caso de o correspondente bancário praticar operações privativas de instituição financeira, estará o Banco Central autorizado a aplicar-lhe as sanções cabíveis. Dessa forma, carece de fundamento fático e jurídico a afirmação de que as agências dos Correios constituem verdadeiras instituições financeiras.” Por fim, cabe ressaltar que nenhuma sociedade seguradora poderá emitir, em favor de estabelecimentos financeiros, apólice de seguros que inclua cobertura garantindo riscos de roubo e furto qualificado de numerário e outros valores, sem comprovação de cumprimento, pelo segurado, das exigências previstas na lei que agora estudamos. Nos seguros contra roubo e furto qualificado de estabelecimentos financeiros, serão concedidos descontos sobre os prêmios aos segurados que possuírem, além dos requisitos mínimos de segurança, outros meios de proteção previstos na lei nº 7.102/83, na forma de regulamento. 8.2.2 COOPERATIVASSINGULARES DE CRÉDITO As cooperativas singulares de crédito são entidades destinadas a estimular a formação de poupança e, através da mutualidade, oferecer assistência financeira aos associados, além de prestar serviços inerentes à sua vocação societária. Após essa primeira definição, pergunto: Será correto exigir de uma cooperativa singular a mesma sistemática de segurança de um banco que possui um volume financeiro muito maior? Claro que não! Assim, a lei autoriza o Poder Executivo a estabelecer, considerando a reduzida circulação financeira, requisitos próprios de segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas dependências que contemplem, entre outros, os seguintes procedimentos: I – dispensa de sistema de segurança para o estabelecimento de cooperativa singular de crédito que se situe dentro de qualquer edificação que possua estrutura de segurança instalada (em conformidade com a lei); II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas um único plano de segurança por cooperativa singular de crédito, desde que detalhadas todas as suas dependências; e Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso inviabilize economicamente a existência do estabelecimento. Por fim, prevê a lei que os processos administrativos em curso no âmbito do Departamento de Polícia Federal observarão os requisitos próprios de segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas dependências. 8.2.3 SISTEMA DE SEGURANÇA Até agora falamos bastante em sistema de segurança. Mas o que, efetivamente, abrange tal expressão? Para responder a este questionamento, devemos buscar o art. 2º da lei nº 7.102 que assim dispõe: Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas vigilantes; alarme capaz de permitir, com segurança, comunicação entre o estabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, empresa de vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo menos, mais um dos seguintes dispositivos: I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que possibilitem a identificação dos assaltantes; II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição, identificação ou captura; e III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante durante o expediente para o público e enquanto houver movimentação de numerário no interior do estabelecimento. Este supramencionado dispositivo nos permite tratar sobre algumas importantes figuras e, começaremos analisando a figura do VIGILANTE. 8.2.4 VIGILANTE Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado contratado para a execução das atividades de segurança privada. Para o exercício da profissão, o vigilante deverá preencher os seguintes requisitos: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO I - ser brasileiro; II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; III - ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau; IV - ter sido aprovado, em curso de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos da lei nº 7.102. V - ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico; VI - não ter antecedentes criminais registrados; e VII - estar quite com as obrigações eleitorais e militares. Do exposto, fica claro que não basta ter “vontade” de ser vigilante. Deve-se, primariamente, cumprir-se uma série de requisitos. Além disso, o exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresentação dos documentos comprobatórios dos requisitos que acabamos de tratar. O vigilante usará uniforme somente quando em efetivo serviço e, a ele a lei nº. 7.102 atribui algumas garantias. São elas: I - uniforme especial às expensas da empresa a que se vincular; II - porte de arma, quando em serviço; As armas destinadas ao uso dos vigilantes serão de propriedade e responsabilidade: I - das empresas especializadas; II - dos estabelecimentos financeiros quando dispuserem de serviço organizado de vigilância, ou mesmo quando contratarem empresas especializadas. Será permitido ao vigilante, quando em serviço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de madeira ou de borracha. Os vigilantes, quando empenhados em transporte de valores, poderão também utilizar espingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de fabricação nacional. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO III - prisão especial por ato decorrente do serviço; IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa empregadora. 8.2.5 SEGURANÇA PRIVADA São consideradas como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser executados por uma mesma empresa. A propriedade e a administração das empresas especializadas que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros. Os diretores e demais empregados das empresas especializadas não poderão ter antecedentes criminais registrados. O capital integralizado das empresas especializadas não pode ser inferior a cem mil Ufirs. São condições essenciais para que as empresas especializadas operem nos Estados, Territórios e Distrito Federal a autorização de funcionamento e a comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respectivo Estado, Território ou Distrito Federal. 8.2.6 VIGILÂNCIA OSTENSIVA E TRANSPORTE DE VALORES A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO I - por empresa especializada contratada; ou II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação. O transporte de numerário em montante superior a vinte mil Ufir, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos estabelecimentos financeiros, será obrigatoriamente efetuado em veículo especial da própria instituição ou de empresa especializada. O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil Ufirs poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença de dois vigilantes. 8.2.7 PENALIZAÇÕES A lei que agora estudamos, a fim de fazer cumprir seus preceitos, estabelece sanções nocaso de descumprimento. Estas penalizações encontram-se presentes nos arts. 7º e 23 da lei nº 7.102/83. Vamos analisar: 1 - O estabelecimento financeiro que infringir disposição da lei nº 7.102/83 ficará sujeito às seguintes penalidades, conforme a gravidade da infração e levando-se em conta a reincidência e a condição econômica do infrator: I - ADVERTÊNCIA; II - MULTA, DE MIL A VINTE MIL UFIRS; III - INTERDIÇÃO DO ESTABELECIMENTO. 2 - As empresas especializadas e os cursos de formação de vigilantes que infringirem disposições da lei nº 7.102/83 ficarão sujeitos às seguintes penalidades, aplicáveis pelo Ministério da Justiça, ou, mediante convênio, Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO pelas Secretarias de Segurança Pública, conforme a gravidade da infração, levando-se em conta a reincidência e a condição econômica do infrator: I - ADVERTÊNCIA; II - MULTA DE QUINHENTAS ATÉ CINCO MIL UFIRS: III - PROIBIÇÃO TEMPORÁRIA DE FUNCIONAMENTO; E IV - CANCELAMENTO DO REGISTRO PARA FUNCIONAR. Incorrerão nas penas previstas acima as empresas e os estabelecimentos financeiros responsáveis pelo extravio de armas e munições. 8.2.8 ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Por fim, para fecharmos o tema, cabe tratar de um assunto bem literal, mas que é importante e você precisa saber para sua PROVA. “Mas professor... Eu tenho que decorar tudo?” Não acho que seja válido perder muito tempo tentando guardar tudo. Entenda que o principal órgão envolvido na execução desta lei é o Ministério da Justiça. A partir deste entendimento, até mesmo por lógica, suas atribuições decorrerão. Assim, faça uma leitura atenta deste tópico e siga em frente! Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio do seu órgão competente ou mediante convênio com as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Distrito Federal: I - conceder autorização para o funcionamento: a) das empresas especializadas em serviços de vigilância; b) das empresas especializadas em transporte de valores; e Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO c) dos cursos de formação de vigilantes; II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados dos no inciso anterior; III - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o inciso I deste artigo as penalidades previstas no art. 23 desta Lei; IV - aprovar uniforme; V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigilantes; VI - encaminhar parecer conclusivo quanto ao prévio cumprimento desta lei, pelo estabelecimento financeiro, à autoridade que autoriza o seu funcionamento; VII - aplicar aos estabelecimentos financeiros as penalidades previstas nesta lei. VIII - fiscalizar os estabelecimentos financeiros quanto ao cumprimento desta lei; IX - fixar o número de vigilantes das empresas especializadas em cada unidade da Federação; X - fixar a natureza e a quantidade de armas de propriedade das empresas especializadas e dos estabelecimentos financeiros; XI - autorizar a aquisição e a posse de armas e munições; e XII - fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados. XIII - rever anualmente a autorização de funcionamento das empresas elencadas no inciso I deste artigo. *************************************************************** 8.3 CRIMES HEDIONDOS – LEI N° 8.072/90 - INTRODUÇÃO Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes que estão no topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal, devendo, portanto, ser entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade. Segundo Fátima Aparecida de Souza Borges: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Crime hediondo diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual denominamos crime de gravidade acentuada. 8.4 ASPECTOS DA LEI Nº 8.072/90 8.4.1 DEFINIÇÃO DOS CRIMES HEDIONDOS A Constituição da República, no seu artigo 5º, XLIII, protegendo os direitos fundamentais dos brasileiros e estrangeiros residentes no País, determinou que alguns delitos, desde logo, fossem denominados hediondos e, assim, fossem inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. Dentre eles a tortura, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e outros que fossem classificados pelo legislador. De acordo com a Lei 8.072, de 25/06/1990 – Lei de Crimes Hediondos – também são considerados crimes desta categoria: • Homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, incisos I,II, III,IV e V); • Latrocínio; • Extorsão qualificada pela morte; • Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; • Estupro, art.213 caput e §§1º e 2º; • Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); Com a redação que lhe deu a Lei n.º 12.015/09, o artigo 1.°, incisos V e VI, da Lei n. 8.072/90, dispõe que são considerados hediondos os seguintes crimes [...]: [...] V - estupro (art. 213, caput e §§ 1.º e 2.º); VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1.º, 2.º, 3.º e 4.º). A menção clara às figuras do caput e dos parágrafos não deixa dúvida quanto à hediondez tanto das modalidades simples como das qualificadas desses delitos, pondo fim à controvérsia teórico-jurisprudencial sobre a aplicabilidade da Lei dos Crimes Hediondos ao crime de estupro simples (e atentado violento ao pudor simples), ou com violência presumida, na anterior fórmula com que o Código Penal tratava a matéria. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO • Epidemia com resultado morte; • Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapeuticos ou medicinais; • Crime de genocídio previsto nos artigos 1º, 2º e 3º da lei 2889/56. 8.4.2 ANISTIA, GRAÇA E INDULTO A graça e o indulto juntamente com a anistia são formas de extinção da punibilidade (art.107, II, CP). Anistia conceitua-se como sendo um ato pelo qual uma autoridade concede o perdão a determinados indivíduos, geralmente por crimes de teor político. A graça destina-se a pessoa determinada e não ao fato, já o indulto, é uma medida de caráter coletivo. Ambas, só podem ser concedidas pelo Presidente da Republica que pode delegar tal atribuição a Ministro de Estado ou a outras autoridades. A graça, o indulto e a anistia não são aplicáveis aos delitos que se referem a “pratica de tortura, trafico ilícito de entorpecentes e drogas afim, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos.” Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; 8.4.3 FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA O artigo 2°, inciso II da Lei 8.072/90, em sua redação original, vedava expressamente a concessão de fiança e liberdade provisória nos crimes hediondos e equiparados.Porém, a Constituição Federal, em seu artigo 5°, inciso XLIII veda apenas a concessão de fiança (e não de liberdade provisória) nos crimes hediondos e equiparados: Art. 5º Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO [...] XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Fica claro que o que fez o poder constituinte foi restringir a concessão de fiança a certos crimes, mas de forma alguma objetivou proibir a liberdade provisória, pois esta pode ser concedida com ou sem fiança, nos termos da lei processual penal, conforme artigo 5°, inciso LXVI da CF: Art. 5º [...] LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Nesta linha, o legislador revogou o inciso II do artigo 2°, da Lei 8072/90 na parte em que vedada a liberdade provisória nos crimes hediondos e equiparados. Observe a atual redação: "Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II fiança e liberdade provisória. (...) II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)" Ora, no atual ordenamento constitucional a liberdade é a regra, e qualquer espécie de prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal. O STF já se manifestou inúmeras vezes nesse sentido. No HC 95.464-SP, o Ministro Celso de Mello enfatizou: "A PRISÃO CAUTELAR CONSTITUI MEDIDA DE NATUREZA EXCEPCIONAL" e "A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE." (STF HC N. 95.464-SP. RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO) Portanto, qualquer prisão cautelar deve ser devidamente fundamentada com base em elementos reais, que serão analisados em cada caso concreto, de modo que a gravidade em abstrato do crime (seja hediondo ou não) não serve de fundamento para a restrição do status libertatis de alguém, sob pena de constrangimento ilegal. 8.4.4 PROGRESSÃO DE REGIME E APELAÇÃO EM LIBERDADE Trataremos, inicialmente, de um ponto que, até pouco tempo, era objeto de inúmeros debates. Trata-se da possibilidade de progressão de regime nos crimes hediondos e equiparados. Para a sua PROVA, o importante é que você tenha o cabal entendimento de que agora, é legalmente admitida a progressão de regime prisional quando se tratar de condenação por crime hediondo e seus equiparados (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo), uma vez que o novo §1º, do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos, diz que a pena, por tais crimes será cumprida inicialmente em regime fechado. Art. 2º [...] § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. O §2º, do mencionado artigo, estabelece a quantidade que deve ser cumprida da pena, para que seja possível a progressão do regime (ou seja, 2/5 para apenados primários, e 3/5 para reincidentes). Veja: Art. 2º [...] § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Por fim, cabe ressaltar que segundo a lei nº 8.072/90, poderá a autoridade judicial permitir que o réu apele em liberdade. Observe: Art. 2º [...] § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 8.4.5 DELAÇÃO PREMIADA A delação premiada é o ato de um acusado, em troca da redução ou até isenção da pena, denunciar outros participantes do crime, indicar a localização da vítima em caso de sequestro ou contribuir, de alguma forma, para a resolução do caso. Na Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), em seu art. 8º, parágrafo único, está prevista uma forma de delação premiada chamada de traição benéfica. Observe: Art. 8º [...] Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. A delação premiada prevista na lei de crimes hediondos tem como requisitos a existência de quadrilha ou bando, formada especificamente para a prática de crimes de tortura, terrorismo, tráfico de drogas ou crime hediondo, delatado à autoridade por um de seus co-autores ou partícipes, bem como a eficácia da traição, consistente no desmantelamento do bando. Há uma reflexão que se deve fazer em relação ao reclamado desmantelamento: não há necessidade de comprovação futura no sentido de que a quadrilha ou bando deixou de atuar, se desfez completamente. Não seria razoável exigir que para a redução de pena o delator tivesse que contar com a comprovação de evento futuro e incerto, e sendo assim, para usufruir o benefício basta que as informações apresentadas sejam aptas à Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO elucidação do emaranhado criminoso investigado, com resultado exitoso em termos de tornar possível a responsabilização penal. ********************************************************************************************************** Parabéns! Mais um tema finalizado! Beba uma água, respire fundo e vamos em frente com o último assunto!!! ********************************************************************************************************** 8.5 LEI No 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001. 8.5.1 INTRODUÇÃO A partir deste momento começaremos a analisar a lei nº 10.357/01 que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica. O controle de produtos químicos teve início em 1994, quando da publicação da Medida Provisória n° 756, que mais tarde culminou na Lei nº 9.017/95. A referida lei estabeleceu normas de controle e fiscalização para produtos e insumos que possam ser destinados à elaboração de cocaína e outros entorpecentes. Destacando doze produtos químicos, a saber: acetona, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, anidrido acético, clorofórmio, cloreto de metileno, éter etílico ou éter sulfúrico, metil etil cetona, permanganato de potássio, sulfato de sódio e tolueno. Ficou estabelecida a necessidade de cadastramento e obtenção de licença de funcionamento junto a Divisão de Repressão a Entorpecentes, do Departamento de Polícia Federal para todas as empresas que exerçam atividades sujeitas ao controle. As normas de controle envolvemtoda a cadeia que lida com esses produtos, incluindo o transporte. Passados alguns anos, a Lei 9.017/95 foi atualizada pela Lei nº 10.357/01. Desta vez estabelecendo novas medidas administrativas e operacionais para os produtos químicos controlados, sendo definidos os Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Considera-se produto químico as substâncias químicas e as formulações que as contenham, nas concentrações estabelecidas em portaria, em qualquer estado físico, independentemente do nome fantasia dado ao produto e do uso lícito a que se destina. O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em razão de proposta do Departamento de Polícia Federal, da Secretaria Nacional Antidrogas ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, definirá, em portaria, os produtos químicos a serem controlados e, quando necessário, promoverá sua atualização, excluindo ou incluindo produtos, bem como estabelecerá os critérios e as formas de controle. valores de taxas para a obtenção da licença e regras para fiscalização e aplicação de penalidades. Atualmente, nos termos do art. 1º da Lei nº 10.357/01, estão sujeitos a controle e fiscalização, em sua fabricação, produção, armazenamento, transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, doação, empréstimo, permuta, remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, reexportação, cessão, reaproveitamento, reciclagem, transferência e utilização, TODOS os produtos químicos que possam ser utilizados como insumo na elaboração de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica. A pessoa jurídica que realizar qualquer uma das atividades acima descritas é obrigada a fornecer ao Departamento de Polícia Federal, periodicamente, as informações sobre suas operações. Os documentos que consubstanciam as informações deverão ser arquivados pelo prazo de cinco anos e apresentados ao Departamento de Polícia Federal quando solicitados. Como veremos, os valores das taxas podem variar, desde R$ 500,00 para a emissão do Certificado de Registro Cadastral até R$ 1.000,00 para obtenção da Licença de Funcionamento. Estes valores podem sofrer redução de 40%, quando se tratar de empresa de pequeno porte, 50%, quando se tratar de filial de empresa já cadastrada e 70%, quando se tratar de micro empresa. As infrações administrativas podem ser passíveis de multas que variam de R$ 2.128,20 à R$ 1.064.100,00, ou da aplicação de simples advertência até a apreensão dos produtos químicos e suspensão ou cancelamento da licença. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 8.5.2 ATIVIDADES SUJEITAS A CONTROLE E FISCALIZAÇÃO Para exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização, a pessoa física ou jurídica deverá se cadastrar e requerer licença de funcionamento ao Departamento de Polícia Federal, de acordo com os critérios e as formas a serem estabelecidas em portaria, independentemente das demais exigências legais e regulamentares. A pessoa jurídica deverá requerer, anualmente, a Renovação da Licença de Funcionamento para o prosseguimento de suas atividades. As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam exercendo atividade sujeita a controle e fiscalização, deverão providenciar seu recadastramento junto ao Departamento de Polícia Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento. A pessoa física ou jurídica que, em caráter eventual, necessitar exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização, deverá providenciar o seu cadastro junto ao Departamento de Polícia Federal e requerer autorização especial para efetivar as suas operações. Para importar, exportar ou reexportar os produtos químicos sujeitos a controle e fiscalização será necessária autorização prévia do Departamento de Polícia Federal. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer motivo, suspender o exercício de atividade sujeita a controle e fiscalização ou mudar de atividade controlada deverá comunicar a paralisação ou alteração ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de trinta dias a partir da data da suspensão ou da mudança de atividade. A pessoa física ou jurídica que exerça atividade sujeita a controle e fiscalização deverá informar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo máximo de vinte e quatro horas, qualquer suspeita de desvio de produto químico. 8.5.3 INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS A lei nº 10.357/01, objetivando o cumprimento de seus preceitos, estabeleceu diversas infrações administrativas. São elas: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo legal; II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de trinta dias, qualquer alteração cadastral ou estatutária a partir da data do ato aditivo, bem como a suspensão ou mudança de atividade sujeita a controle e fiscalização; III – omitir as informações a que se refere o art. 8o desta Lei, ou prestá-las com dados incompletos ou inexatos; IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quando solicitado, notas fiscais, manifestos e outros documentos de controle; V – exercer qualquer das atividades sujeitas a controle e fiscalização, sem a devida Licença de Funcionamento ou Autorização Especial do órgão competente; VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização com pessoa física ou jurídica não autorizada ou em situação irregular, nos termos desta Lei; VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio de produto químico controlado, para fins ilícitos; VIII – importar, exportar ou reexportar produto químico controlado, sem autorização prévia; IX – alterar a composição de produto químico controlado, sem prévia comunicação ao órgão competente; X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e embalagens de produtos químicos controlados visando a burlar o controle e a fiscalização; XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota fiscal, quando for o caso, em local visível da embalagem e do rótulo, a concentração do produto químico controlado; XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal furto, roubo ou extravio de produto químico controlado e documento de controle, no prazo de quarenta e oito horas; e XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão de controle e fiscalização. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Caso o agente incorre em uma infração, estará sujeito às seguintes penalizações: I – advertência formal; II – apreensão do produto químico encontrado em situação irregular; III – suspensão ou cancelamento de licença de funcionamento; IV – revogação da autorização especial; e V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e oito reais e vinte centavos) a R$ 1.064.100,00 (um milhão, sessenta e quatro mil e cem reais). Na dosimetria da medida administrativa, serão consideradas a situação econômica, a conduta do infrator, a reincidência, a natureza da infração, a quantidade dos produtos químicos encontrados emsituação irregular e as circunstâncias em que ocorreram os fatos. A pessoa física ou jurídica que cometer qualquer uma das infrações previstas nesta Lei terá prazo de trinta dias, a contar da data da fiscalização, para sanar as irregularidades verificadas, sem prejuízo da aplicação de medidas administrativas. Sanadas as irregularidades, os produtos químicos eventualmente apreendidos serão devolvidos ao seu legítimo proprietário ou representante legal. Os produtos químicos que não forem regularizados e restituídos no prazo e nas condições estabelecidas neste artigo serão destruídos, alienados ou doados pelo Departamento de Polícia Federal a instituições de ensino, pesquisa ou saúde pública, após trânsito em julgado da decisão proferida no respectivo processo administrativo. Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá dar destinação imediata aos produtos químicos apreendidos. 8.5.4 TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO A taxa, instituída pela lei que agora estudamos, tem como fato gerador o exercício do poder de polícia conferido ao Departamento de Polícia Federal para controle e fiscalização das atividades relacionadas com produtos químicos. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos as pessoas físicas e jurídicas que exerçam qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização. São isentos do pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, sem prejuízo das demais obrigações previstas nesta Lei: I – os órgãos da Administração Pública direta federal, estadual e municipal; II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e saúde; III – as entidades particulares de caráter assistencial, filantrópico e sem fins lucrativos que comprovem essa condição. 8.5.5 VALORES A lei nº 10.357/01 define em seu art. 19 diversos valores para a Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos. Não acho interessante, nesta reta final, o estudo deste dispositivo. Pode cair na PROVA? Claro que sim, afinal, TUDO PODE. Mas, assim como costumo recomendar não tentar “decorar” as penalizações dos crimes, acho que é um tema com muito pouca probabilidade de aparecer. Não acho que compense o TEMPO PERDIDO/BENEFÍCIO! ****************************************************** 8.6 LEI DE ESTRANGEIROS ENTRADA E PERMANÊNCIA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL ******************************************************** Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfeitas as condições desta Lei, entrar e permanecer no Brasil e dele sair, resguardados os interesses nacionais. Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à segurança nacional, à organização institucional, aos interesses políticos, sócio- econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do trabalhador nacional. Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação ficarão sempre condicionadas aos interesses nacionais. ******************************************************** INTRODUÇÃO Como você já sabe, desde o seu tempo das aulas de história, o movimento migratório, presente em todos os tempos com superior ou inferior intensidade, é considerado um fenômeno irreversível dos povos, restando ao direito apenas enquadrá-lo e equacionar-lhe as consequências. O constante deslocamento das pessoas, determinado por fatores religiosos, sociais, políticos e, principalmente, econômicos, exige dos países que os acolhem uma disciplina jurídica adequada de composição de limites: possibilidade de acesso do imigrante e preservação dos interesses nacionais. O direito das pessoas reconhece ao indivíduo o direito de emigração e seu correspondente direito à imigração, mas também atribui ao Estado o poder soberano para decidir sobre sua admissão, com possibilidade de limitá-la, ou até impedi-la. TEMPO DE GUERRA Reforçando o preceito constitucional, o art. 1º do Estatuto ressalva a eficácia da lei, quanto às condições de entrada, permanência e saída do estrangeiro em tempo de paz. Desse modo, interpretando o dispositivo a contrario sensu, o Estado conserva o direito de restringir ou mesmo impedir temporariamente a entrada e permanência de estrangeiros no País em tempo de guerra ou de comoções intestinas: “Os direitos políticos, públicos e civis dos estrangeiros sujeitos, em tempo de paz, a crescentes limitações, podem, em tempo de guerra, ser totalmente suprimidos”. O VISTO COMO MERA EXPECTATIVA DE DIREITO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO O art. 3º do Estatuto, que condiciona aos interesses nacionais a concessão do visto, sua prorrogação ou transformação, deve ser interpretado em conjunto com o art.26 que assim dispõe: “O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do art. 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça.”. DA ADMISSÃO DO ESTRANGEIRO NO TERRITÓRIO NACIONAL ******************************************************** Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido visto: I - de trânsito; II - de turista; III - temporário; IV - permanente; V - de cortesia; VI - oficial; e VII - diplomático. Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender- se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. Art. 5º Serão fixados em regulamento os requisitos para a obtenção dos vistos de entrada previstos nesta Lei. Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao estrangeiro o direito de obter visto de qualquer natureza, ou autorização de permanência no território nacional. Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa; II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada; IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO ******************************************************** VISTO COMO CONDIÇÃO DE ADMISSIBILIDADE E SUA EVENTUAL DISPENSA A admissibilidade do estrangeiro no território nacional condiciona-se, regra geral, à concessão do visto consular. O visto consular é um documento emitido por um país, dando a certo indivíduo permissão para entrar no país por certo período de tempo e para certas finalidades. Pela concessão do visto a autoridade consular apenas atesta que o passaporte e demais documentos do estrangeiro estãoem ordem e são bons para a viagem ao Brasil. A RECUSA DO VISTO E SUAS CAUSAS Cada Estado é inteiramente livre e soberano para regular a admissão do estrangeiro em seu território, podendo interditá-la a certas categorias de pessoas, se assim o recomenda o interesse nacional. Encontra como limite apenas em que, para tanto, não deve proceder maliciosamente ou contrariando as obrigações que houver assumido. O art. 7º do Estatuto veda a concessão de visto ao estrangeiro: “I- menor de dezoito anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa; II- considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; III- anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada; IV- condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou V- que não satisfaça as condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde”. Como se verifica dos incisos, além das exigências legais com relação aos documentos indispensáveis, a admissão do estrangeiro é obstada por impedimentos de ordem jurídica, de ordem moral ou ainda de interesse para a segurança pública. As causas especificadas no art. 7º qualificam-se como gerais e absolutas, na medida em que impedem a concessão de qualquer dos vistos enumerados no art. 4º. O visto concedido pela autoridade consular em desacordo com as restrições ali estabelecidas, contudo, vale em princípio como tal (simples visto), o que não impede, porém, que a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro possa ser obstado pelo Ministério da Justiça, nos termos do art. 26. EFEITOS DO VISTO CONCEDIDO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Ampliando o sistema das leis anteriores, o Estatuto assim discrimina o visto consular (art.4º): I- de trânsito; II- de turista; III- temporário; IV- permanente; V- de cortesia: VI- oficial; e VII- diplomático. Adverte o Regulamento que o “tipo de passaporte estrangeiro, o cargo ou a função do seu titular não determinam, necessariamente, o tipo de visto a ser concedido pela autoridade brasileira, no exterior ou no Brasil” (art. 12). Ao conceder o visto, a autoridade consular anotará, no documento de viagem, a sua classificação e o prazo de estada do estrangeiro no Brasil; mas tal providência é meramente burocrática e não vincula o Governo brasileiro, uma vez que o próprio visto concedido pela autoridade consular “configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do art. 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça” (Estatuto, art. 26, caput). Nos casos de concessão de visto temporário ou permanente, a autoridade consular entregará ao estrangeiro cópia do formulário do pedido respectivo, autenticada, a) para sua apresentação aos órgãos federais competentes, no memento de sua entrada no território nacional, e b) para sua apresentação quando do registro do estrangeiro na Polícia Federal. Deverá, igualmente, a autoridade consular consignar no documento de viagem do interessado o prazo de validade para a utilização do visto concedido. A validade para a utilização de qualquer visto é de noventa dias, contados da data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela autoridade consular uma só vez, por igual prazo. Esta exigência se aplica somente a cidadãos de países onde seja verificada a limitação recíproca (Estatuto, art. 20, parágrafo único, com redação determinada pela Lei 12.134/2009). DO VISTO DE TRÂNSITO ******************************************************** Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional. § 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias improrrogáveis e uma só entrada. § 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem contínua, que só se interrompa para as escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado. ******************************************************** CONCESSÃO E VALIDADE Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Desde que, para atingir o país a que está se dirigindo, o estrangeiro tenha de entrar no território nacional, necessita ele de visto de trânsito. O titular de visto de trânsito poderá desembarcar no território nacional, permanecendo até dez dias, dando sequência ao depois à viagem interrompida. Ressalve-se, porém, que a sua entrada e estada no País podem ser impedidas se, a critério do Ministério da Justiça, revelar-se inconveniente sua presença no território nacional (Estatuto, art.26). O estrangeiro em trânsito, que não reembarcar no prazo de validade do visto, será considerado em situação irregular ou clandestino, sujeitando-se à deportação, sem prejuízo da multa, por dia de excesso (Estatuto, arts. 57 e 125, II). O visto de trânsito é válido para uma só entrada e uma permanência de até dez dias improrrogáveis (Estatuto, art. 8º, § 1º). O titular do visto de trânsito não está sujeito ao registro de estrangeiro do art.30. Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a identificar- se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares. O estrangeiro em trânsito não poderá afastar-se do local de entrada e inspeção sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída tenham sido visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça (art.24). Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha entrado no território nacional em trânsito (art.25). É vedada a transformação do visto de trânsito em permanente, mas o titular de visto de trânsito poderá tê-lo transformado para oficial ou diplomático (Estatuto, arts. 38 e 42). Nada se tendo previsto quanto à transformação do visto de trânsito em visto de turista, a ausência de vedação legal induz a admissibilidade dessa transformação. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil em trânsito é proibido o engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador e mediante autorização do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 105). DISPENSA DE VISTO NA VIAGEM CONTÍNUA OU ESCALA Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Não se exigirá visto de trânsito em viagem contínua, que só se interrompa para escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado (Estatuto, art. 8º, § 2º). Quando a viagem contínua do estrangeiro tiver de ser interrompida por impossibilidade de transbordo imediato ou por motivo imperioso, o transportador, ou seu agente, dará conhecimento do fato à Polícia Federal, por escrito, e este órgão determinará o local em que o estrangeiro deva permanecer e as condições a serem observadas por ele e pelo transportador, não devendo o prazo de estada exceder ao estritamente necessário ao prosseguimento da viagem. DO VISTO DETURISTA ******************************************************** Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil em caráter recreativo ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunerada. Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo anterior, ao turista nacional de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento. Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste artigo será, em todos os casos, estabelecida mediante acordo internacional, que observará o prazo de estada do turista fixado nesta Lei. Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião do embarque, no exterior, a documentação exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade apurada no momento da entrada, pela saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no artigo 125, item VI. Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de cento e oitenta dias por ano. (Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95) ******************************************************** O TURISTA E SEU VISTO CONSULAR O Estatuto apresenta o conceito de turista da seguinte forma: é o estrangeiro que pretende vir ao Brasil em caráter recreativo, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunerada. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO TURISTAS DISPENSADOS DO VISTO Participando das tendências universais mais atualizadas, o legislador estabelece (Estatuto, art. 10) que poderá ser dispensado o visto ao turista de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento. Essa reciprocidade será, em todos os casos, estabelecida mediante acordo internacional, que observará o prazo de estada do turista fixado no Estatuto. O turista isento do visto deverá apresentar aos órgãos federais competentes, no momento de entrada no território nacional: I- passaporte, documento equivalente ou carteira de identidade, esta quando admitida; II- certificado internacional de imunização, quando necessário. Em caso de dúvida quanto à legitimidade da condição de turista, a Polícia Federal poderá exigir prova de meios de subsistência e bilhete de origem que o habilite a sair do país; para este fim, entende-se como prova de meios de subsistência a posse de numerário ou carta de crédito (Regulamento, art.20 e parágrafos). VISTO DE TURISTA: PRAZOS E EFEITOS O prazo de validade do visto de turista será de até 05 (cinco) anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a 90 (noventa) dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de 180 (cento e oitenta) dias por ano. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo do visto de turista é expressamente vedado o exercício de qualquer atividade remunerada. DO VISTO TEMPORÁRIO ******************************************************** Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda vir ao Brasil: I - em viagem cultural ou em missão de estudos; II - em viagem de negócios; III - na condição de artista ou desportista; IV - na condição de estudante; Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro; VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência noticiosa estrangeira. VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do art. 13, será de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a autoridade consular, observado o disposto na legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de até 1 (um) ano, prorrogável, quando for o caso, mediante prova do aproveitamento escolar e da matrícula. Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se concederá o visto se satisfizer às exigências especiais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração e for parte em contrato de trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho, salvo no caso de comprovada prestação de serviço ao Governo brasileiro. ******************************************************** A classificação do estrangeiro como temporário não se determina em função do tempo de permanência no território nacional, mas em função da finalidade da vinda do estrangeiro ao Brasil. Aliás, em termos genéricos, temporário seria todo aquele que para cá viesse em caráter não permanente; na técnica do Estatuto, porém, a classe dos temporários compreende aqueles que pretendem vir ao País em razão de uma das causas enunciadas pelo próprio legislador. DO VISTO PERMANENTE ******************************************************** Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamente no Brasil. Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores específicos. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, além dos requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração. Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em região determinada do território nacional. ******************************************************** A POLÍTICA IMIGRATÓRIA E SEUS OBJETIVOS A concessão do visto permanente pressupõe, da parte do estrangeiro, propósito imigratório, no que este pretende fixar-se em definitivo no território nacional. Daí sujeitá-lo o legislador a uma disciplina específica mais rigorosa, com exigências que visam preservar precipuamente a segurança nacional, a organização institucional, os interesses políticos, socioeconômicos e culturais do País, bem assim a defesa do trabalhador nacional. MODALIDADES DE VISTO PERMANENTE O Estatuto abandonou a distinção do visto permanente, que se continha noDec.-lei 941/1969 (art. 18), entre comum, para o estrangeiro que o requeresse espontaneamente, e especial , para aquele que viesse sob regime de imigração dirigida, dada a sua manifesta inocuidade, restaurando, assim, o sistema de identificação única do Dec.-lei 406/1938 – aliás, aquela distinção mostrava-se mais conforme o sistema de quotas do Dec.-lei 7.967/1945. Mas o Estatuto instituiu modalidade de visto permanente, concedido sob condição, por prazo não superior a cinco anos, de exercício de atividade certa e fixação em região determinada do território nacional (art. 18). VISTO DE PERMANÊNCIA COMO EXPECTATIVA DE DIREITO O visto permanente concedido pela autoridade consular em qualquer de suas modalidades, do mesmo modo que os demais tipos de visto, configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos pressupostos que autorizam a sua concessão, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 26). REGISTRO DO PERMANENTE Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO O estrangeiro admitido na condição de permanente é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à sua entrada no território nacional (Estatuto, art. 30) – se não o fizer no prazo assim estabelecido, responde por dia de excesso na forma do art. 125, III. DOS VISTOS DIPLOMÁTICOS, OFICIAL E DE CORTESIA ******************************************************** Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de concessão, prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e de cortesia. ******************************************************** A DISCIPLINA DOS VISTOS DIPLOMÁTICOS, OFICIAL E DE CORTESIA A concessão, prorrogação ou dispensa de vistos diplomáticos, oficial e de cortesia se sujeita a regulamentação específica, da competência do Ministério das Relações Exteriores, em razão de sua pertinência com as atividades próprias daquela Secretaria de Estado. O VISTO COMO MERA EXPECTATIVA DE DIREITO Ainda que classificado como diplomático, oficial ou de cortesia, o visto concedido pela autoridade consular em conformidade com os regulamentos do Ministério Exterior, mesmo assim configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro (em caso de transformação) do estrangeiro ser obstada, se inconveniente a sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça (Estatuto, art. 26). DA ENTRADA DO ESTRANGEIRO NO TERRITÓRIO NACIONAL ******************************************************** Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos locais onde houver fiscalização dos órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da Justiça e da Fazenda. Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer tempo, pela manutenção e demais despesas do passageiro em viagem contínua ou do tripulante que não estiver presente por ocasião da Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO saída do meio de transporte, bem como pela retirada dos mesmos do território nacional. Art 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de entrada e inspeção sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido visados. Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de entrada e inspeção, sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha entrado no território nacional na condição de turista ou em trânsito. ******************************************************** DA ENTRADA E SEUS LOCAIS O Estado tem o direito de determinar os lugares pelos quais os estrangeiros poderão ter acesso ao seu território. No Brasil, a entrada de estrangeiros somente poderá ser feita pelos pontos onde houver a necessária fiscalização aduaneira, sanitária e da Polícia Federal, respectivamente pelos órgãos competentes do Ministério da Fazenda, da Saúde e da Justiça. VISTO CONSULAR E RESSALVAS QUANTO À SUA EXIGÊNCIA Para a entrada do estrangeiro no território nacional, será exigido o visto consular, ressalvados os casos de dispensa, e que referido visto se encontre no prazo de validade para sua utilização. Todavia, em caso de força maior devidamente comprovada, o Departamento de Polícia Federal poderá autorizar a entrada do estrangeiro, mesmo que esgotado o prazo para utilização do visto (Regulamento, art.36, parágrafo único) Quando o visto consular omitir a sua classificação ou ocorrer engano, o Departamento de Polícia Federal poderá permitir a entrada do estrangeiro, retendo o seu documento de viagem e o remetendo ao Ministério das Relações Exteriores, para classificação ou correção (Regulamento, art. 39, parágrafo único). Havendo dúvida quanto à dispensa de visto, no caso de passaporte diplomático, oficial ou de serviço, a Polícia Federal consultará o Ministério das Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Relações Exteriores, antes de decidir sobre a entrada do estrangeiro (Regulamento, art. 40). DO IMPEDIMENTO ******************************************************** Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça. § 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de correção monetária. § 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a todo o grupo familiar. Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela saída do clandestino e do impedido. Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou do clandestino, o Ministério da Justiça poderá permitir a sua entrada condicional, mediante termo de responsabilidade firmado pelo representante da empresa transportadora, que lhe assegure a manutenção, fixados o prazo de estada e o local em que deva permanecer o impedido, ficando o clandestino custodiado pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período. ******************************************************** CONDIÇÕES DE ENTRADA DO ESTRANGEIRO Como já vimos, para a entrada do estrangeiro no território nacional, exige-se a apresentação do visto consular, ressalvadas as hipóteses em que a própria lei o dispensa. Mas o visto consular não basta para assegurar ao estrangeiro o direito de acesso e permanência no território nacional. Como diz o art. 26, o visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado, ocorrendo qualquerdos casos do art. 7º, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO REEMBARQUE E RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA Oposto o impedimento à entrada do estrangeiro, cuidar-se-á do seu reembarque imediato. Porém, na impossibilidade de saída imediata do impedido, a Polícia Federal poderá permitir a sua entrada condicional, fixando-lhe o prazo de estada e o local em que deva permanecer. Durante esse período, que será no máximo de trinta dias, prorrogável por igual prazo, o clandestino ficará sob custódia (Estatuto art. 27, parágrafo único; Regulamento, art. 53 e parágrafos). DA CONDIÇÃO DE ASILADO ******************************************************** Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar. Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo brasileiro. Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia ao asilo e impedirá o reingresso nessa condição. ******************************************************** O DIREITO DE ASILO O direito de asilo é inato, participa da natureza do homem. Em outras palavras, “o asilo é uma resultante da liberdade do homem e da necessidade de protegê-lo contra o arbítrio e a violência: nasce da revolta, da vingança ou do crime; é o companheiro da infelicidade, da expiação e da piedade, coevo do primeiro agregado humano”. Concebido como um desdobramento do asilo religioso, o asilo territorial em favor dos refugiados políticos foi-se afirmando como uma necessidade social, meio para evitar o massacre de vítimas de dissensões internas, desfrutando hoje de franca aceitação pelo direito das gentes – aliás, diz-se mesmo que o asilo é uma instituição de caráter mais humanitário que jurídico. ASILO DIPLOMÁTICO E ASILO TERRITORIAL Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Em sua acepção natural e própria, asilo é sinônimo de refúgio; em outros termos, é a situação que um delinquente adquire para não ser perseguido em um lugar ou não sujeitar-se à autoridade primitivamente apta para julgar o delito. A doutrina e a prática internacionais reconhecem duas modalidades de asilo: A) Asilo diplomático, ou interno, ou político, ou intranacional, ou extraterritorial aquele que é concedido por autoridades representativas de um Estado no território do outro, donde a sua denominação mais corrente de asilo diplomático; como asilo interno, considera-se “o privilégio que é reconhecido a certos lugares ou edifícios situados em um país para servir de refúgio àqueles que estariam sendo ameaçados ou perseguidos pelas autoridades judiciárias ou administrativas desse mesmo país”. B) Asilo territorial ou externo, ou internacional: aquele que o Estado concede aos estrangeiros perseguidos, mas dentro de seu próprio território. O asilo territorial implica, assim, que o indivíduo não só se subtrai ao poder punitivo de um Estado, como também, ao mesmo tempo, busca encontrar proteção no âmbito da soberania de outro Estado. DA SAÍDA E DO RETORNO DO ESTRANGEIRO ******************************************************** Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que pretender sair do território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) § 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabelecer a exigência de visto de saída, quando razões de segurança interna aconselharem a medida. § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a exigência disporá sobre o prazo de validade do visto e as condições para a sua concessão. § 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29. Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil, poderá regressar independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste artigo, far-se-á pela anotação aposta, pelo órgão competente do Ministério da Justiça, no documento de viagem do estrangeiro, no momento em que o mesmo deixar o território nacional. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se ausentar do Brasil, poderá regressar independentemente de novo visto, se o fizer dentro do prazo de validade de sua estada no território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Art. 53. (Suprimido pela Lei nº 9.076, de 10/07/95) ******************************************************** DO RETORNO DO ESTRANGEIRO O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil, poderá reingressar independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos a contar do dia que tiver deixado o território nacional. Findo esse prazo, o reingresso dependerá da concessão de novo visto. DO DOCUMENTO DE VIAGEM PARA ESTRANGEIRO ******************************************************** Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são de propriedade da União, cabendo a seus titulares a posse direta e o uso regular. Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) I - no Brasil: a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida; b) a nacional de país que não tenha representação diplomática ou consular no Brasil, nem representante de outro país encarregado de protegê-lo; c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil. II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro que haja perdido a nacionalidade originária em virtude do casamento. Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, do item I, deste artigo, dependerá de prévia consulta ao Ministério das Relações Exteriores. Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no exterior, ao estrangeiro portador de documento de viagem emitido por governo não reconhecido pelo Governo brasileiro, ou não válido para o Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Parágrafo único. A concessão, no exterior, de laissez-passer a estrangeiro registrado no Brasil como permanente, temporário ou asilado, dependerá de audiência prévia do Ministério da Justiça. ******************************************************** DOCUMENTOS DE VIAGEM PREVISTOS EM LEI O Estatuto, porém, traz algumas inovações ao acrescentar, como documento de viagem, ao lado do passaporte para estrangeiro, o laissez-passer, possibilitando a concessão de qualquer desses documentos não só no Brasil como também no exterior. Ao mesmo tempo, escoimando dúvida que pudesse ser suscitada, o legislador faz certo que tais documentos, concedidos pelas autoridades brasileiras, “são de propriedade
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