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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE GOIÁS - CEFET/GO Disciplinas: ELEMENTOS DE MÁQUINAS E COMANDOS INDUSTRIAIS Tópicos: ACIONAMENTOS PNEUMÁTICOS E ELETROPNEUMÁTICOS “Notas e Apontamentos de Aula” Prof. Luís Fernando Pagotti Agosto de 1999 Sumário Parte I – Elementos Pneumáticos 1 – Introdução . . . . . . . . . . 003 2 – Características do Ar Comprimido . . . . . . 003 3 – Obtenção e Produção de Ar Comprimido . . . . . 006 4 – Elementos Pneumáticos de Trabalho . . . . . . 016 5 – Válvulas . . . . . . . . . . 025 6 – Comandos Seqüenciais . . . . . . . . 7 – Comandos Pneumáticos e Eletropneumáticos . . . . Parte II – Elementos Eletropneumáticos 8 – Elementos Elétricos e Eletropneumáticos . . . . . 040 9 – Conversores Pneumáticos - Elétricos . . . . . 10 – Comparação entre Circuitos Pneumáticos e Eletropneumáticos . 11 – Resolução de Circuitos Eletropneumáticos . . . . Parte III – Automação de Elementos Eletropneumáticos 12 – Introdução ao C.L.P. . . . . . . . . 13 – Soluções através de C.L.P. . . . . . . . 14 – Comandos Básicos . . . . . . . . Prefácio Aos Alunos do Curso de Eletrotécnica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás - CEFET / GO A nossa disciplina de “Elementos de Máquinas” sofreu modificações consideráveis nestes últimos dois anos. Como todos nós podemos observar, os setores industriais e comerciais também vêm apresentando mudanças significativas no campo da “Automação”. Todas estas implementações tecnológicas são fundamentais para o desenvolvimento de nosso País, neste Mundo Globalizado. Desse modo, todos os avanços tecnológicos necessitam, cada vez mais, de mão-de-obra técnica especializada. Com o intuito de preencher as lacunas na formação técnica destes futuros profissionais, e prepará-los para enfrentar este rigoroso e emergente mercado de trabalho, nossa disciplina passa a abordar os fundamentos dos “Acionamentos Pneumáticos e Eletropneumáticos”, amplamente utilizados nos processos de Automação Industrial e Comercial. Dessa forma, este “Apontamentos de Aula” procura apresentar os fundamentos básicos desta área da Eletrotécnica, e num futuro próximo, poderemos transformá-la em uma apostila para a nova disciplina “Comandos Industriais”. Assim, é de fundamental importância a participação dos alunos de “Elementos de Máquinas” na elaboração de críticas sobre este material. Aguardamos ansiosos suas colaborações ! Prof. Luís Fernando Pagotti Coordenador de Produção e Pesquisa do CEFET-GO Referências Bibliográficas 1 – “Automação Pneumática”; Centro Didático de Automação, Scharader Bellows / Parker Pneumatic. 2 – “Técnicas de Automação Industrial – Parte I”; Festo Didatic, FESTO. 3 – “Técnicas de Automação Industrial – Parte II”; Festo Didatic, FESTO. 4 – “Técnicas de Automação Industrial – Parte III”; Festo Didatic, FESTO. 5 – “Manual Prático de Hidráulica e Pneumática”; Associação Brasileira de Hidráulica e Pneumática, Artmarketing Empresa Jornalística. 6 – “Especialização em Projetos de Sistemas Pneumáticos” ; Festo Didatic, FESTO, 1988. 7 – “Automação Eletropneumática” ; Bonacorso, Nelson G.; Noll, Valdir; Editora Érica, São Paulo, 1997 8 – “Fundamentos de Automação Industrial Pneutrônica - Projeto de Comandos Binários Eletropneumáticos” ; Bollmann, Arno; editado pela ABHP (Associação Brasileira de Hidráulica e Pneumática) - 1997 9 – “Método Seqüencial para Automatização Eletropneumática” Novais, José; Fundação Calouste Gulbenkian - 1983, Lisboa / Portugal Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 1 PARTE I Elementos Pneumáticos palavra “Automação” é freqüentemente utilizada no linguajar de Engenheiros e Técnicos responsáveis pelos setores de produção e manutenção das plantas industriais. A bem da verdade, a preocupação com a produtividade tem sido um agente acelerador do desenvolvimento tecnológico e alavancou a automatização dos processos industriais. A busca incansável pelo aumento qualitativo e quantitativo da produção e conseqüente redução do custo final, é a artéria principal que sustenta a sobrevivência das empresas neste mundo globalizado. Além de possibilitar a criação de máquinas que substituem a força muscular humana, os processos automatizados têm a possibilidade de serem autocontrolados, sendo capazes de corrigir seus próprios erros. Desse modo, a automação ganha espaço nestes ambientes, e coloca-nos novamente à condição de aprendizes, para explorarmos as vantagens que nos oferece : · Substituição do homem em trabalhos insalubres, de alta periculosidade e repetitivos; · Garantia de qualidade da produção em serviços de precisão; · Flexibilidade na alteração das formas de produção, a ex. via software; Sem dúvida, a automação trouxe transformações no mercado de trabalho e, portanto, a mão-de-obra deve ser treinada e qualificada para desempenhar novas atividades de maior responsabilidade e complexidade. O avanço tecnológico deve sempre contribuir para a melhoria das condições de trabalho e do nível de vida da sociedade, ao contrário do que aparenta : desilusão e desemprego. O prejuízo de se interromper a automatização será maior do que o seu advento. A Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 2 Face aos desenvolvimentos tecnológicos, a automatização dos processos de produção tem um caráter multidisciplinar. Sendo assim, nenhum profissional, seja ele da área elétrica, mecânica ou química, pode-se considerar completamente apto a desenvolver tais atividades. A partir das características multidisciplinares da automação, este trabalho tem por objetivo oferecer os subsídios básicos da automação dos processos pneumáticos aos profissionais da área eletromecânica. Assim, esta primeira parte abordará as características gerais das máquinas pneumáticas, cujo processo de automação poderá ser estendido de forma análoga às máquinas hidráulicas. Na segunda parte, serão abordados os processos da automação eletropneumática, a partir da elaboração de diagramas de comandos elétricos. Finalmente, a terceira parte concluirá o processo de automação, através da utilização dos controladores lógicos programáveis (CLP’s) no controle das máquinas pneumáticas. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 3 1 – INTRODUÇÃO termo Pneumática é derivado do grego Pneumos ou Pneuma (respiração, sopro) e é definida como parte da Física responsável pelo estudo da Dinâmica e dos Fenômenos Físicos relacionados com os Gases e os Vácuos. Além disso, estuda a conversão de Energia Pneumática em Energia Mecânica. 2 – CARACTERÍSTICAS D O AR COMPRIMIDO Ar, apesar de insípido, inodoro e incolor, pode ser facilmente percebido através dos ventos e dos pássaros que nele flutuam e se movimentam. Apresenta algumas propriedades importantes, as quais podem favorecer ou limitar sua aplicação nos ambientes industriais. COMPRESSIBILIDADE : O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de qualquer recipiente que o contenha. Desse modo, ao encerrá-lo em um recipiente seu volume pode ser reduzido pela ação de uma força externa. ELASTICIDADE : Uma vez, tido seu volume reduzido pela aplicação de uma força externa, este voltará ao volumeinicial, quando a ação desta força cessar. DIFUSIBILIDADE : O ar pode misturar-se homogeneamente com qualquer meio gasoso que não esteja saturado. O O Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 4 EXPANSIBILIDADE : Propriedade que possibilita o ar de ocupar totalmente o volume de qualquer recipiente, adquirindo o seu formato. PESO : Um litro de ar, a temperatura de 0° Celsius e ao nível do mar pesa aproximadamente : 1,293 gramas. Em função do peso do ar e do volume da atmosfera terrestre, todos nós sofremos a ação de uma força em todos os sentidos e direções, estando associada a uma pressão : Pressão = ][ ][ 2mÁrea NNewtonForça - [Pa (N/m2) – Pascal] onde 1kgf = 9,8 N A pressão pode ser mensurada em várias unidades, a saber: Kgf/cm2 PSI Bar / Atm KPa [kN/m2] Torr [mmHG] Coluna H2O[m] (15,55°°C) 1,00000 14,22249 0,96778 98,06028 735,51258 10,00000 0,07031 1,00000 0,06805 6,89476 51,71495 0,70311 1,03329 14,69600 1,00000 101,32500 760,00000 10,33293 0,01020 0,14500 0,00987 1,00000 7,50062 0,10198 0,00136 0,01934 0,00132 0,13332 1,00000 0,01360 0,10000 1,42225 0,09678 9,80606 73,55126 1,00000 Os processos industriais utilizam diversas formas de energia para a produção de trabalho, como a pneumática, a hidráulica e a eletricidade. A concepção das máquinas tem como fatores principais a eficiência técnica e a redução de custos. Assim o ar comprimido apresenta vantagens e desvantagens, das quais podem ser verificadas as seguintes : Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 5 Tabela 1 – Comparação entre as técnicas de automação Pneumática Força Limitada pelo uso de baixas pressões (35.000 – 40.000 N) Hidráulica Grandes Forças com a utilização de pressões elevadas Força Linear Elétrica Pequenas Forças, pequena eficiência, não permite sobrecarga Pneumática Pequenos Torques , mas c/ possibilidade de travamento nos motores s/ cons. de energia adicional Hidráulica Altos Torques , c/ possibilidade de travamento c/ alto cons. Energia Torque Elétrica Altos Torques , mas sem possibilidade de travamento Pneumática Simples obtenção e c/ altas velocidades e acelerações. Controle de parada e velocidade com limitações. Hidráulica Simples obtenção, velocidades menores que a pneumática e bom controle de velocidade e parada Movimentos Lineares Elétrica Obtenção direta complexa, alto custo e a partir de adaptações mecânicas para pequenas forças Pneumática Altas velocidades de Rotação, baixa potência (<500.000 rpm) Hidráulica Velocidades baixas, com altos torques e bom controle Movimentos Reotativos Elétrica Larga faixa de potências com bom controle Pneumática Força e velocidades reguláveis Hidráulica Possibilidade de regulagens com maior precisão e boa característica de controle Regulagem Elétrica Controle preciso, com sofisticação nos circuitos de controle Pneumática Armazenamento simples e fácil , com transporte até 1000 m Hidráulica Armazenamento e transporte limitado Armazen. e Transp. de Energia Elétrica Diretamente através de acumuladores, transporte a longas distâncias viável Pneumática Suporta variações de Temperatura, não há risco de explosão Hidráulica Sensível à variação de Temp. e risco de explosão e contaminação Influências Ambientais Elétrica Pouca influência, risco de explosões por faiscamento Pneumática Relativamente alto se comparados a eletricidade Hidráulica Altos custos se comparados a eletricidade Custo da Energia Elétrica Baixo custo se comparadas às formas acima Pneumática Simples manuseio c/ pequenos riscos Hidráulica Risco alto, por trabalhar em alta pressão Manipulação do Equipamento Elétrica Perigosa e necessita de pessoal especializado Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 6 3 – OBTENÇÃO E PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO 3.1 – Introdução produção de ar comprimido é possível graças ao uso de compressores, os quais comprimem o ar para a pressão de trabalho desejada. Na maioria dos acionamentos e comandos pneumáticos, uma estação central é responsável pela produção e distribuição de ar comprimido. Instalações móveis de produção de ar comprimido também podem ser usadas, entretanto, sua aplicação é mais restrita à industria de mineração ou máquinas móveis. No projeto destas instalações, devem ser previstas as ampliações futuras, sobredimensionando os equipamentos, pois uma ampliação posterior torna-se geralmente muito cara. Outro fator importante, é o índice de pureza do ar comprimido. O ar limpo, garante uma longa vida útil à instalação. Diversos tipos de compressores são utilizados para a produção de ar comprimido e alguns destes são descritos na seqüência. 3.2 – Tipos de Compressores Em função das necessidades industriais, da pressão de trabalho e do volume de ar comprimido requerido, são utilizados compressores de diversos tipos de construção. Os compressores podem ser de Deslocamento Positivo ou Deslocamento Dinâmico. Compressores que operam segundo o princípio do Deslocamento Positivo, operam de forma a obter pressão a partir da redução de volume. O ar é admitido em uma câmara isolada do meio exterior, onde seu volume é gradualmente diminuído, processando-se a compressão. A Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 7 O processo de Deslocamento Dinâmico baseia-se na obtenção de pressão a partir da conversão da energia cinética, durante a passagem do ar através do compressor. O ar é posto em alta velocidade por aceleradores mecânicos (impulsionado), posteriormente seu fluxo é retardado pela ação de difusores, resultando em aumento de pressão. Os diversos tipos de compressores podem ser melhor visualizados pelo organograma abaixo: Figura 1 - Tipos de Compressores 3.2.1 – Compressor de Êmbolo Os compressores de êmbolo caracterizam-se pelo tipo mais comumente utilizado para a obtenção de ar comprimido, e a partir de movimentos lineares é apropriado para todo o tipo de compressão (pressões de trabalho entre 1 a 10 [bar]). Estes podem ser de "Simples" ou "Duplo" Efeito. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 8 O compressor de simples efeito apresenta somente uma câmara de compressão. Iniciado o movimento descendente, o ar é aspirado pela válvula de admissão, preenchendo a câmara de compressão. A compressão do ar tem início com o movimento de subida do pistão, e após atingir um valor de pressão suficiente para abrir a válvula de escape, o ar é expelido para o sistema (tanque ou reservatório, ex.). Compressor de Simples Efeito Compressor de Duplo Efeito Já os compressores de duplo efeito ou "Tipo cruzeta" têm esta denominação por apresentarem duas câmaras de compressão. As duas faces do êmbolo aspiram e comprimem o ar alternadamente. Desse modo, o êmbolo efetua o movimento descendente e o ar é admitido na câmara superior, enquanto que o ar contido na câmara inferior é comprimido e expulso. Na seqüência, com o movimento oposto, a câmara que havia realizado a admissão, efetua a compressão do ar. Os compressores de êmbolo podem ainda se caracterizar por um ou mais estágios. Os compressores de um único estágio, comprimem o ar à pressão final através de um único cilindro, atingindo pressões de até 12 [bar]. Para atingir pressões mais elevadas e com maior rendimento e eficiência, são utilizadoscompressores de dois ou mais estágios. O aumento do rendimento é obtido a partir da refrigeração do ar comprimido entre os estágios de compressão ("Intercooler") por meio de circulação de água ou ar frio. O ar é admitido inicialmente pela câmara de baixa pressão, onde sofre a primeira Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 9 compressão, em seguida, passa através do resfriador e é aspirado pela câmara de alta pressão, onde é submetido a nova compressão. Com Êmbolo de Simples Efeito Compressor de Dois Estágios com refrigeração interna (Intercooler) Com Êmbolo de Duplo Efeito Para pressões mais elevadas são utilizados múltiplos estágios, a exemplo : N° de Estágios Pressão de Trabalho Pressão c/ baixo Rendimento 1 estágio 400 [kPa] - 4 [bar] 1200 [kPa] - 12 [bar] 2 estágios 1500 [kPa] - 15 [bar] 3000 [kPa] - 30 [bar] 3 ou mais estágios Acima de 1500 [kPa] Acima de 22000 [kPa] 3.2.2 – Compressores Rotativos Os compressores rotativos operam sobre o princípio de redução de volume, onde este é obtido através de rotação (movimento circular). Podem ser classificados em : i) Compressor de Palhetas; ii) Compressor Parafuso; iii) Compressor Roots; iv) Compressor de Anel Líquido. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 10 3.2.2.1 – Compressor Rotativo Multicelular ou de Palhetas É constituído de uma carcaça, na qual gira excentricamente, um rotor cilíndrico. Este rotor é dotado de ranhuras, onde se alojam palhetas, possibilitando que estas se movimentem radialmente em seu interior. Quando o rotor gira, as palhetas por ação de força centrífuga acompanham as paredes da carcaça, formando-se câmaras ou células. No setor onde o volume aumenta, o ar é aspirado para o interior das células e é comprimido ao longo do caminho, até ser expelido pela outra extremidade sob pressão Nestes compressores, o ar comprimido é produzido de forma mais contínua e sem pulsações. Compressor de Palhetas O campo mais usual de aplicação deste compressor está entre 6 a 85 m3 / mim de vazão, e pressões da ordem de 0,5 a 10,5 kgf / cm2. 3.2.2.2 – Compressor Rotativo Duplo Parafuso Este compressor é caracterizado por uma câmara em forma de "oito" onde giram dois rotores helicoidais em sentidos contrários. Compressor Rotativo Duplo Parafuso Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 11 Um dos rotores possui lóbulos convexos, enquanto seu par apresenta depressões côncavas e são denominados de rotor macho e fêmea, respectivamente. Nas extremidades da câmara existem aberturas para a admissão e descarga do ar. O ar á pressão atmosférica é aprisionado entre os parafusos e a carcaça, e conduzido a outra extremidade onde sofre gradualmente uma redução de volume. O ar comprimido é descarregado continuamente e livre de pulsações. As pressões de trbalho variam de 0,3 kgf / cm2 a 17 kgf / cm2 normalmente, com produção de 18 a 600 m3 / mim. 3.2.2.3 – Compressor de Lóbulos ou Roots São compressores basicamente constituídos de dois rotores entrelaçados em uma câmara duplamente cilíndrica. O ar admitido é descarregado radialmente sem compressão interna. O movimento de rotação é feito por engrenagens de sincronização, não existindo contato entre os rotores e a carcaça. Desta forma, o ar comprimido produzido é isento de óleo. Compressor Roots Seu campo de aplicação está entre pressões de 0,1 a 1,0 kgf / cm2, e deslocamento de 3 a 300 m3 / mim. 3.2.3 – Turbocompressores Estes tipos operam segundo o princípio de fluxo e são adequados para a obtenção de grandes vazões. Os turbo compressores são caracterizados por : Turbocompressores Radias e Axiais. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 12 Em ambos os equipamentos, o ar comprimido é produzido a partir do seu movimento por turbinas. A compressão processa-se pela aceleração do ar aspirado. 3.2.3.1 – Turbocompressor Axial O sentido de aceleração do ar processa-se axialmente ao eixo de rotação da turbina ou de lâminas rotativas. As vazões mínimas obtidas são de 900 m3 / mim. Turbocompressor Axial 3.2.3.2 – Turbocompressor Radial Turbo Compressor Radial de 5 estágios O ar é acelerado a partir do centro de rotação, em direção à periferia, ou seja, é admitido pela primeira hélice axialmente, e é acelerado radialmente pelos vários estágios contidos no interior da carcaça. Utilizado em aplicações onde são necessárias grandes vazões de ar. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 13 3.3 – Condicionamento e Regulação do Ar comprimido O ar comprimido produzido pelos compressores não deve ser utilizado diretamente pelas máquinas pneumáticas. Após a compressão do ar, gotículas de óleo lubrificante e partículas sólidas encontram-se dispersas juntamente com água condensada. Estas impurezas devem ser retiradas e a pressão do ar comprimido regulada para os níveis adequados de operação das máquinas. Desse modo, antes de ser utilizado, o ar comprimido deve ser preparado por um conjunto denominado de condicionador de ar. O Condicionador é composto de Filtro de Ar, Regulador de Pressão e Lubrificador. 3.3.1 – Filtro de Ar Comprimido A função do Filtro é de reter as partículas sólidas e impurezas como o óleo e a água condensada. O processo consiste em centrifugar e filtrar o ar comprimido, durante a sua passagem pelo elemento, separando os materiais mais densos. Estas impurezas são depositadas na parte inferior de um reservatório (copo coletor) e posteriormente drenadas após atingir o nível máximo permissível. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 14 3.3.2 – Regulador de Pressão Em geral, um sistema de ar comprimido atende a demanda de vários equipamentos pneumáticos, onde, freqüentemente, não são utilizados os mesmos níveis de pressão. Nestes casos, são utilizados os reguladores de pressão que tem por função: · Compensar automaticamente o volume de ar requerido; · Manter constante a pressão de trabalho, independente das flutuações de pressão na entrada; · Operar como válvula de Segurança A pressão de saída é alterada pela atuação sobre a manopla de regulagem. O sentido de giro que acarreta em aumento da compressão da força de mola, resulta em aumento na pressão de saída e vice versa. A pressão é regulada por meio de um diafragma. Uma das faces do diafragma é submetida à pressão de trabalho, enquanto a outra é pressionada por uma mola cuja pressão é ajustável por meio de um parafuso de regulagem. Com o aumento da pressão de trabalho, o diafragma movimenta-se contra a força da mola. Com isso a secção nominal de passagem na sede do escape diminui até o fechamento completo. Isto significa que a pressão é regulada pela vazão. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 15 3.3.3 – Lubrificador de Ar Comprimido Os sistemas pneumáticos e seus componentes são constituídos de partes móveis, estando portanto, sujeitas a desgastese redução de vida útil. Afim de reduzir estes efeitos e diminuir as forças de atrito dos movimentos, os equipamentos devem ser lubrificados convenientemente, a partir do próprio ar comprimido. A lubrificação consiste em mesclar ao ar comprimido utilizado pela máquina, uma quantidade ideal e suficiente de óleo lubrificante específico. Esta lubrificação é feita pela lubrificador por meio da suspensão das partículas de óleo no ar (nebulização). A partir de uma demanda de ar, uma parcela é desviada para um tubo de venturi, onde acarreta uma subpressão no Tubo de Elevação (acima do venturi). Assim, o óleo é sugado pelo Tubo Pescador e obrigado a gotejar no venturi, seguindo-se a imediata nebulização. O óleo pulverizado mescla-se com o restante do fluxo de ar e é transferido para a saída. Este equipamento permite o abastecimento do óleo, mesmo durante a operação do sistema. A retirada do bujão possibilita a reposição do óleo, graças a uma válvula de retenção. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 16 4 – ELEMENTOS PNEUMÁTICO S DE TRABALHO energia armazenada na forma de pressão através do ar comprimido, é transformada em trabalho (movimentos lineares e circulares) pela ação de elementos denominados de atuadores. Estes elementos são conhecidos por cilindros e podem ser divididos em dois grupos principais : Cilindros de Movimento Retilíneo e Cilindros de Movimento Giratório. · Cilindros de Movimento Retilíneo ou Lineares : São constituídos de elementos que convertem energia pneumática ou hidráulica em movimento angular ou linear. São representados pelos cilindros pneumáticos e em função das características da aplicação (força e velocidade) devem ser dimensionados adequadamente. · Cilindros de Movimento Giratório ou Rotativos : Convertem a energia pneumática ou hidráulica em movimento giratório contínuo (motores pneumáticos) ou limitado ( cilindros giratórios). Em geral, os Cilindros de Movimento Retilíneo são os mais utilizados na automação de máquinas e dispositivos, e suas características principais são abordadas na seqüência. 4.1 – Tipos de Cilindros Pneumáticos Os diversos tipos de cilindros diferenciam-se entre si por detalhes construtivos, em função de suas características de operação e utilização. Basicamente, os cilindros podem ser: · Cilindros de Simples Efeito ou Simples Ação; · Cilindros de Duplo Efeito ou Dupla Ação, dentre os quais : · Cilindros de haste dupla; · Cilindros Duplex; · Cilindros Giratórios; · Cilindros sem Haste · Cilindros Telescópicos; A Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 17 4.1.1 – Cilindros Pneumáticos de Simples Ação ou Simples Efeito Estes cilindros têm a característica de produzir trabalho em um único sentido de movimento, seja para avanço ou retorno. Cilindros de simples ação possuem somente um orifício por onde o ar comprimido entra e sai da câmara de compressão, controlado pela ação de uma válvula. Na extremidade oposta, um pequeno orifício é responsável pelo "respiro", visando impedir o surgimento de uma contrapressão internamente. O retorno do pistão à posição inicial é efetuado por ação de uma Mola, no momento em que o ar comprimido é retirado do orifício de entrada. Diagrama esquemático de um cilindro de Simples Ação O comprimento destes cilindros (curso de êmbolo) é limitado pelo tamanho da mola, assim, por esta razão, fabricam-se cilindros com comprimento de curso de até 10 [cm]. Os cilindros de simples ação são muito utilizados em operações de fixação, marcação, rotulação, expulsão de peças e alimentação de dispositivos. Alguns cilindros com retorno por ar comprimido a avanço por mola, são freqüentemente empregados em alguns sistemas de freios, segurança e posições de travamento e bloqueio. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 18 4.1.2 – Cilindros Pneumáticos de Dupla Ação ou Duplo Efeito Os cilindros de dupla ação utilizam o ar comprimido para produzir trabalho em ambos sentidos de movimento. São o tipo mais comum de aplicação de atuadores. Entretanto, devido a detalhes construtivos, apresentam diferenças entre os esforços desenvolvidos no avanço e retorno da haste. Isto ocorre devido à variação da área efetiva entre as câmaras traseira e dianteira. A área de atuação da pressão na câmara traseira é ligeiramente maior que a superfície dianteira, devido a presença da haste. O ar comprimido deve ser admitido e liberado alternadamente entre dois orifícios presentes nos cabeçotes, localizados na parte traseira e dianteira do cilindro. Assim, quando uma câmara admitir ar comprimido, a outra deverá estar em conexão com a atmosfera. Estrutura interna de um Cilindro de Dupla Ação CILINDROS COM AMORTECIMENTO Ao final de cada curso de avanço ou recuo, o choque freqüente entre êmbolo e cabeçotes, algumas vezes agravado pelo deslocamento de grandes massas, pode provocar um desgaste excessivo e reduzir a vida útil do cilindro. Desse modo, são utilizados amortecimentos de fim de curso em cilindros de diâmetros superiores a 30 mm e cursos acima de 50 mm. O amortecimento é obtido através do aprisionamento de certa parcela de ar ao final do movimento da haste. Isto ocorre pelo acoplamento de um colar, sobre a haste, e uma guarnição no cabeçote. O ar aprisionado, impossibilitado de fluir pelo orifício Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 19 principal, escapa com uma vazão menor através de uma restrição fixa ou variável. Este processo provoca uma desaceleração gradativa na velocidade da haste, reduzindo o esforço do choque. CILINDROS NORMALIZADOS Para possibilitar um intercâmbio mundial entre equipamentos pneumáticos, a tendência mundial dos fabricantes é de produzir componentes que atendam a normas técnicas internacionais ( ISO 6431 e DIN 24335), abrangendo desde o material construtivo até suas dimensões. CILINDROS DERIVADOS Embora apresentem o mesmo princípio de operação, os cilindros de dupla ação podem diferenciar-se em suas formas e dimensões em função de uma variada gama de aplicações. Desse modo, destacaremos alguns dos tipos mais comuns de cilindros de Dupla Ação: CILINDROS DE DUPLA HASTE Este cilindro possui duas hastes unidas ao mesmo êmbolo. Desse modo, enquanto uma haste realiza trabalho, a outra pode ser utilizada para o comando de fins de curso ou dispositivos de regulagem do curso de avanço. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 20 CILIN DROS DUPLEX CONTÍNUOS OU CILINDRO TANDEM Dotado de dois êmbolos (com orifícios independentes) unidos por uma única haste, estes cilindros permitem dispor de maior força em ambos os movimentos. São utilizados em aplicações que necessitam de grandes forças, entretanto, em locais onde cilindros de maior diâmetro não seriam possíveis, ou ainda com a impossibilidade de aplicar pressões mais elevadas. CILINDROS DUPLEX GEMINADOS OU MULTIPOSICIONAIS Constituem-se de dois ou mais cilindros de dupla ação unidos entre si. Cada um possui orifícios de entrada e saída de ar independentes. Esta estrutura possibilita a obtençãode três, quatro ou mais posições diferentes. São aplicados em dispositivos de seleção, distribuição e posicionamento de peças. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 21 CILINDROS GIRATÓRIOS OU ROTATIVOS Basicamente, a atuação dos cilindros pneumáticos consiste em proporcionar movimentos retilíneos do tipo "vaivém". Entretanto, variações do seu aspecto construtivo ou adaptações, possibilitam a obtenção de torques. Existem dois tipos principais destes cilindros: Cilindro de Aleta Giratória ou Cilindro Rotativo e Atuador Rotativo. O cilindro de aleta giratória tem sua aplicação em movimentos rotativos de pequeno torque e giros de até 300°. Apresentam um dispositivo para ajuste mecânico do ângulo de giro. São pequenos e robustos. Cilindro de Aleta Giratória Utilizados em equipamentos de manipulação de peças, de testes de duração e resistência, e em abertura e fechamento de pequenas portas e válvulas. Os Atuadores Rotativos são constituídos por cilindros lineares de haste dentada. Esta haste aciona uma engrenagem. Este dispositivo apresenta torque mais elevado, em função da dimensão do cilindro e das pressões envolvidas. Pode apresentar giros superiores a 360°. São utilizados para girar grandes peças, curvar tubos, e acionar dispositivos de engrenagens. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 22 CILINDROS SEM HASTE Os cilindros sem haste são constituídos apenas de um êmbolo que desloca-se internamente à câmara de compressão. Sem haste, o acoplamento entre êmbolo e exterior, para a realização de trabalho, pode ser realizado da seguinte forma: · Acoplamento Magnético: internamente, o êmbolo magnético acopla-se ao dispositivo de fixação da carga (externo). São utilizados para forças pequenas (<400 [N]). · Tração por cabos : Para aplicações onde necessita-se de cursos longos e economia de espaço, a haste dos cilindros foi substituída por cabos de aço ou tiras de aço revestidas. · Fixação por Tiras e Seção Oval : Neste tipo, as roldanas encontram-se dispostas internamente ao cilindro e a seção é oval, anti-giro. O atrito neste tipo moderno de cilindro é pequeno e o coloca como boa opção para servo posicionamentos. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 23 CILINDROS TELESCÓPICOS São raramente utilizados em ar comprimido devido ao custo elevado, entretanto, com fluídos hidráulicos é largamente empregado. Basicamente, são constituídos de vários cilindros embutidos entre si, sendo comuns apresentarem de 2 a 6 estágios. Seu emprego reside no fato de que ocupam pouco espaço, relativo ao curso de trabalho. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 24 SIMBOLOGIA DE CILINDROS PNEUMÁTICOS Em função da variedade de formas e aplicações dos cilindros pneumáticos, sua representação é normalizada. Desse modo, a tabela abaixo ilustra as representações dos diversos tipos de cilindros pneumáticos. Descrição Simbologia Cilindros de Simples Ação ou Efeito Retorno por Mola Retorno por Força não definida Avanço por Mola Cilindros de Dupla Ação ou Efeito Com Haste Simples Com Amortecimento no retorno, fixo Com Amortecimento no avanço, fixo Com Duplo Amortecimento, fixo Com Duplo Amortecimento, variável Com Dupla Haste Cilindros de Dupla Ação ou Efeito Derivados Cilindro Duplex Contínuo ou Tandem Cilindro Duplex Geminado ou Múltiplas Posições Cilindro Telescópico de Simples Efeito ou Ação Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 25 5 – Elementos de Comando e Controle Pneumáticos - VÁLVULAS acordo com o que foi exposto no capítulo anterior, a energia armazenada na forma de pressão através do ar comprimido, é transformada em trabalho (movimentos lineares e circulares) pela ação de elementos pneumáticos de trabalho - Os cilindros, por exemplo. Entretanto, a obtenção destes movimentos de forma ordenada e controlada, só é possível através da utilização de Válvulas. As válvulas são utilizadas para a partida, parada, direção e regulagem dos atuadores. Simultaneamente, comandam a pressão e a vazão do ar armazenado nos reservatórios. Devido a variada gama de funções, as válvulas podem ser classificadas em cinco grupos principais: 1. Válvulas Direcionais; 2. Válvulas de Bloqueio 3. Válvulas de Fluxo ou Vazão; 4. Válvulas de Pressão; 5. Combinações de Válvulas 5.1 – Válvulas Direcionais As válvulas direcionais atuam diretamente na trajetória do fluxo de ar comprimido, nas partidas e paradas dos atuadores. Para a representação destas e das demais válvulas nos diagramas de comando pneumático, são utilizados símbolos, de forma análoga aos cilindros. Sendo assim, estes símbolos não representam exatamente a construção interna das válvulas, mas ilustram de forma simplificada a função desempenhada por elas. De Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 26 5.1.1 – Simbologia das Válvulas Direcionais As válvulas direcionais são classificadas e simbolizadas segundo o número de vias (conexões - entradas e saídas de ar comprimido) e de posições (normalmente abertas/fechadas). Uma válvula direcional geralmente apresenta uma posição de repouso, onde os elementos móveis encontram-se inicialmente posicionados, sem a ação de um elemento externo. Já a posição inicial ou de partida representa a posição em que encontram-se os elementos móveis, após a instalação ou aplicação de pressão na montagem do circuito pneumático. A posição das válvulas é representada por um quadrado, e o número de posições por um número igual de quadrados dispostos lado a lado. Em cada quadrado são ilustradas uma ou mais setas, representativas das direções dos fluxos de ar comprimido ou exaustão. Os bloqueios à passagem do fluxo de ar são representados por pequenos "tes - T" . A identificação das conexões ou vias , por onde ocorrerão as ligações com os atuadores e reservatórios de ar comprimido, dar-se-á por pequenos traços externos a uma dada posição da válvula. O número de traços externos representará o número de vias ou conexões disponíveis na válvula. Para a identificação da função desenvolvida pelas vias, é utilizado um sistema de numeração, de acordo com a norma DIN ISO 5599 : Conexão Representação DIN/ISO 5599 Representação por Letras Pressão 1 P Exaustão 3, 5, 7 - ímpares R, S, T Acionamento 2, 4, 6 - pares A, B,C Piloto de 1 para 2 12 Z, Y Piloto de 1 para 4 14 Z, Y Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 27 Em função destas nomenclaturas a identificação de uma válvula direcional dependerá do número de vias e de posições. Sempre, a primeira identificação corresponderá ao número de vias e posteriormente o número de posições: Número de Vias / Posições Simbologia 2/2 vias / posições 3 / 2 - NF vias / posições 3 / 2 - NA vias / posições 5 / 2 vias / posições 5 / 3 vias / posiçõesApostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 28 As válvulas direcionais podem ser acionadas de variadas formas: manual (botão, alavanca, pedal, etc.), ar comprimido (piloto e vácuo) e eletricidade (solenóides). De maneira análoga à simbologia das válvulas direcionais, os diversos tipos de acionamentos também são representados por símbolos. Os símbolos dos elementos de acionamento são desenhados horizontalmente às posições (quadrados) das válvulas, conforme a ilustração a seguir: Tipo de Acionamento Símbolo 1 - Mecânico Geral Botão Alavanca Alavanca c/ trava Pedal Retorno por Molas Centragem por Molas Rolete Rolete Escamoteável 2 - Pneumática Piloto Direto Piloto Indireto Servo - piloto Decréscimo de Pressão 3 - Elétrico Simples Solenóide Duplo Solenóide 4 - Combinados Duplo Solenóide c/ atuação manual auxiliar Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 29 5.1.2 – Tipos de Válvulas Direcionais e as suas Características de Construção As características de construção das válvulas pneumáticas determinam a sua vida útil, força de acionamento, possibilidades de ligação e tamanhos nominais. Segundo o princípio de construção, as válvulas direcionais distinguem-se pelos seguintes tipos: i) Válvulas de Assento Ä Com Sede Esférica, Ä Com Sede tipo Prato; ii) Válvulas Corrediças Ä De tipo Longitudinal, Ä De tipo Giratória; i) Válvulas de Assento As válvulas de assento são abertas por intermédio de esferas, cones ou pratos. A vedação das sedes das válvulas é realizada de maneira muito simples, geralmente com elemento elástico de vedação. Estas válvulas possuem poucas peças de desgaste e têm uma longa vida útil. São robustas e insensíveis à sujeira. Necessitam de uma força de acionamento relativamente alta, sendo necessário vencer a força da mola de reposição e a força ocasionada pela presença de ar comprimido. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 30 A construção das válvulas de sede esférica é muito simples, e apresentam custo vantajoso. Estas válvulas caracterizam -se por possibilitarem dimensões reduzidas. Ø Válvula 2/2 vias Ao contrário das de sede esférica ou cônicas, as válvulas de sede tipo Prato apresentam um tempo de comutação curto. Um simples movimento do prato, libera uma grande área para a passagem do fluxo de ar. Têm uma vedação simples e boa. Ø Válvula 2/2 vias Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 31 Ø Válvula 3/2 vias de Assento tipo Cone Ø Válvula 3/2 vias de Assento tipo Esfera Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 32 Ø Válvula 3/2 vias de Assento tipo Disco ou Prato ii) Válvulas Corrediças As interligações do fluxo de ar comprimido entre as vias das válvulas corrediças serão realizados por intermédio de carretéis corrediços, ao invés de esferas, pratos ou cones, conforme foi observado anteriormente. O elemento central deste tipo de válvula é um pistão (carretel), o qual seleciona a passagem do fluxo de ar mediante seu movimento. A força de acionamento é pequena, uma vez que, não é necessário suplantar a força exercida pela pressão do ar ou de molas. Este tipo de válvula possibilita o acoplamento de qualquer tipo de acionamento. Entretanto, o curso de acionamento e o tempo de comutação são superiores aos das válvulas de assento. Ø Válvula 2/2 vias Corrediça Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 33 Ø Válvula 3/2 vias Corrediça Ø Válvula 5/2 vias Corrediça Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 34 5.2 – Válvulas de Bloqueio As válvulas de bloqueio têm por função interromper a passagem do fluxo de ar, geralmente em um determinado sentido. A pressão em uma das vias atua sobre um elemento vedante. As válvulas de bloqueio atuam de forma "digital" (com ou sem fluxo), e são utilizadas como elementos lógicos em circuitos de ar comprimido, podendo ser de três tipos principais: 1. Válvulas de Retenção; 2. Válvulas Alternadoras; 3. Válvulas de Simultaneidade; 5.2.1 – Válvulas de Retenção Simbologia Atuam de modo a impossibilitar o fluxo de ar em uma dada direção. Em direção contrária, o fluxo de ar deve fluir com a mínima queda de pressão. A vedação em um determinado sentido pode ser realizada por uma esfera, cone ou membrana. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 35 5.2.2 – Válvulas Alternadoras Simbologia Esta válvula desempenha uma função lógica do tipo "OU". Apresenta duas entradas denominadas de "X" ou "P1" e "Y" ou "P2", e uma saída "A". Num dado instante, o ar comprimido presente em uma das entradas pressiona e esfera contra o orifício oposto, vedando a sua passagem pela via. Simultaneamente, encontra caminho livre para o fluxo de ar através do acionamento "A". Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 36 5.2.3 – Válvulas de Simultaneidade Simbologia Esta válvula desempenha uma função lógica do tipo "E" ou "AND". Apresenta duas entradas denominadas de "X" ou "P1" e "Y" ou "P2", e uma saída "A". Neste tipo de válvula o fluxo de ar comprimido será transferido ao acionamento "A", quando ambas as entradas "X" e "Y" apresentarem simultaneamente pressões. O primeiro fluxo de ar bloqueia seu próprio caminho, assim, somente o fluxo de ar posterior é transferido para o acionamento. 5.3 – Válvulas de Fluxo ou Vazão As válvulas de fluxo interferem na vazão do ar comprimido que flui por uma tubulação. A vazão poderá ser regulada em ambas ou em uma única direção do fluxo de ar. Estas válvulas são conhecidas como "reguladoras de velocidade" ou "reguladoras de fluxo unidirecional". Válvula Reguladora de Fluxo Atuam de forma a reduzir ou aumentar a área da seção transversal interna da válvula. Desse modo, controlam a vazão do fluxo de ar. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 37 Em algumas aplicações, como o controle de velocidade no avanço ou retorno de cilindros pneumáticos, é necessário apenas o controle em um dos sentidos de movimentos. Desse modo, é utilizada a válvula reguladora de fluxo Unidirecional. Nesta válvula, a regulagem do fluxo é obtida em apenas uma direção. Uma válvula de retenção permite a passagem do ar comprimido no sentido oposto. Válvula Reguladora de Fluxo Unidirecional No emprego deste tipo de válvula para a regulação do movimento de cilindros de dupla ação, deve ser preferencialmente realizado pelo controleda saída do ar comprimido, ao invés da inclusão sobre o orifício de entrada do cilindro. Assim, o êmbolo fica submetido a duas pressões de ar, apresentando uma melhor característica no movimento do cilindro. 5.4 – Válvulas Reguladoras de Pressão Estas válvulas mantém constante a pressão em circuitos pneumáticos de trabalho. A pressão de entrada mínima deve ser sempre superior ao valor de ajuste. O acréscimo da pressão de entrada é expelido por orifícios de escape automaticamente. A regulagem da pressão é obtida por um ajuste sobre a força de uma mola e um diafragma de vedação. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 38 5.5 – Combinações de Válvulas Diferentes grupos de válvulas podem ser combinadas para realizarem funções mais complexas. Válvulas deste tipo são representadas pelos símbolos das válvulas utilizadas, envoltos por um bloco pontilhado. 5.5.1 – Válvulas de Tempo ou Temporizadas São componentes pneumáticos onde o tempo de acionamento das válvulas pode ser controlado. Estas válvulas são constituídas de uma válvula direcional de 3/2 vias, válvula de retenção e um reservatório de ar. Geralmente, a variação do tempo de acionamento pode ocorrer entre 0 e 30 segundos. É realizado pelo ajuste no controle de fluxo de ar que preenche o reservatório. A medida que o reservatório é ocupado pelo ar comprimido, ocorre o aumento da pressão, e esta é aplicada ao acionamento tipo piloto da válvula de 3/2 vias. A ação de temporização ocorre no momento em que a pressão aplicada ao piloto, for suficiente para acionar a válvula. Para o rearme da válvula, é necessária a retirada do ar comprimido da entrada de comando da válvula temporizada. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte I - Elementos Pneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 39 5.5.2 – Válvulas Binárias ( tipo FLIP-FLOP) Caracterizado também como uma válvula 3/2 vias, adicionalmente a um êmbolo, uma haste e um came. Com a ausência de pressão no orifício do piloto, a haste encontra-se distanciada do came e a válvula 3/2 permanece fechada. Ao aplicar-se pressão ao piloto Z, o conjunto êmbolo e haste giram o came, acionando a válvula. Retirando-se a pressão do piloto Z, a válvula permanecerá aberta, e somente voltará a posição inicial, após uma nova aplicação de pressão no piloto Z. Esta válvula é utilizada para promover movimentos alternados de retorno e avanço em cilindros de dupla ação. Como retém a válvula 3/2 vias acionada após um pulso de pressão em Z, também pode ser utilizada como um elemento digital (memória) em circuitos pneumáticos complexos. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 40 PARTE II Elementos Eletropneumáticos energia elétrica apresenta-se como uma alternativa vantajosa no projeto de circuitos pneumáticos no tocante a parte de comando, face as vantagens de ótima velocidade de operação, baixo custo dos equipamentos elétricos e a redução de volume dos componentes, em relação aos dispositivos tradicionais. Dentre os expoentes dessa modernização dos circuitos pneumáticos, responsáveis pela possibilidade de automatizar as máquinas acionadas por ar comprimido, destacam-se : i) Os Solenóides; ii) As Eletroválvulas; iii) Os Relês e Contatores; iv) Os Sensores; A introdução destes elementos nos circuitos pneumáticos é sem dúvida uma ação irrevogável e irreversível. A Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 41 1 – SOLENÓIDES solenóides são utilizados como elementos de acionamentos, tanto em válvulas como também tradicionalmente em relês, contatores ou outros tipos de chaves magnéticas. Caracterizam-se simplesmente uma bobina e um núcleo magnético, o qual é atraído para o interior da bobina, quando da sua energização. Os solenóides podem ser acionados por corrente contínua ou alternada, e apresentam-se comercialmente disponíveis nas seguintes tensões: · 220 Vcc / Vca · 120 Vcc / Vca · 48 Vcc / Vca · 24 Vcc / Vca Solenóides de Corrente Contínua : Apresentam elevada resistência elétrica e núcleo maciço. Têm baixo nível de ruído; Solenóides de Corrente Alternada : Devido ao efeito da reatância apresentam baixa resistência elétrica, entretanto, necessita de um núcleo laminado. Apresentam um certo nível de ruído, característico de circuitos de corrente alternada. Os Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 42 2 – ELETROVÁLVULAS tradicionais válvulas direcionais passam a ser comandadas por solenóides, em substituição aos acionamentos do tipo piloto ou mecânico. Desse modo, todo o circuito de comando pneumático pode ser substituído por relês, botões e sensores eletrônicos, possibilitando a automação dos processos. Na seqüência, podemos observar as ilustrações de válvulas direcionais acionadas por solenóides. Válvula 2/2 vias - Acionamento Direto Válvula direcional 2/2 vias acionada por solenóide Observando a figura acima, pode-se verificar que ao energizar o solenóide, o núcleo é atraído para o seu interior e permitindo a passagem do ar entre as vias "P" e "A". As Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 43 Válvula 3/2 vias - Acionamento Direto Válvula direcional 3/2 vias acionada por solenóide Os solenóides são elementos elétricos que não dispõem de uma força mecânica compatível com a exigência de acionamento da maioria das válvulas. Assim, quase a totalidade das eletroválvulas são servo-acionadas por solenóides. Entretanto, este servo- acionamento encontra-se implícito nas eletroválvulas. A atenção especial deve ser dedicada a casos em que pretende-se acoplar um solenóide a uma válvula preexistente. A seguir podemos visualizar as ilustrações de algumas válvulas direcionais servo-acionadas por solenóides: Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 44 Válvula 3/2 vias - Acionamento Indireto Válvula direcional 3/2 vias servo-acionada por solenóide Válvula 5/2 vias - Acionamento Indireto Válvula direcional 3/2 vias servo-acionada por solenóide Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 45 Válvulas Proporcionais As válvulas direcionais em geral apresentam dois estados de operação: acionada (passagem de ar livre) ou desacionada (passagem de ar bloqueada). Assim sendo, ha apenas a alternativa de energizar ou isolar os solenóides. Já as válvulas proporcionais possibilitam o controle da vazão ou da pressão do ar comprimido que flui por elas. Isto é possível, a partir da utilização de uma válvula e um solenóide especial. O solenóide é denominado de solenóide proporcional. O conjunto é controlado por um dado valor de tensão e/ou corrente elétrica. · Vazão As válvulas proporcionais de vazão são utilizadas para a obtenção precisa de posicionamento de atuadores e controle develocidade de motores pneumáticos, e são ilustradas pela figura abaixo: Ilustração de uma Válvula proporcional de vazão de 5/3 vias Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 46 · Pressão Para o controle da força de atuação de cilindros e do torque em motores pneumáticos são utilizadas válvulas proporcionais de pressão. A figura abaixo ilustra este tipo de válvula. Válvula proporcional de pressão 3/2 vias 3 – SENSORES São elementos de sinal responsáveis pela indicação de estados e posições das máquinas pneumáticas e hidráulicas. Neste trabalho serão enfocados os sensores eletrônicos, uma vez que tendem a ocupar integralmente as funções dos tradicionais elementos mecânicos - "micro- switches" e fins de curso. Os elementos de sinal eletrônicos convertem as grandezas físicas em sinais elétricos proporcionais ou do tipo "on-off". Apresentam a vantagem de serem rápidos, não produzem faiscamento e não necessitam de estabelecer contato físico com o objeto alvo. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 47 Os principais sensores utilizados em automação pneumática podem ser classificados na seguinte ordem : i) Sensores Magnéticos; ii) Sensores Indutivos; iii) Sensores Capacitivos; iv) Sensores Ópticos; v) Sensores de Pressão; A seleção destes elementos, a partir da sua variedade, é determinada pelas características dos objetos a serem monitorados, pela distância de observação e pela precisão dos resultados. 3.1 - Sensores Magnéticos Constituem-se por elementos sensíveis a presença de campo magnético. Dentre os mais utilizados destacam-se os sensores de efeito "Hall" e os sensores tipo "Reed". Ambos têm a vantagem de ocuparem pequenos volumes e apresentarem elevada vida útil. Em função da amplitude do campo magnético a ser detectado, geralmente devem estar fixados próximos ao alvo. · Sensor Hall O efeito Hall pode ser melhor entendido a partir da ilustração abaixo, onde a passagem de corrente elétrica por um condutor, sofre a ação de um campo magnético externo, provocando uma distribuição desigual da corrente no interior do condutor. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 48 Ilustração do fenômeno de Efeito Hall A distribuição desigual ou variação na densidade de corrente provoca o aparecimento de uma diferença de potencial elétrico na direção perpendicular ao campo magnético e ao sentido da corrente elétrica. Sensores Eletrônicos de Efeito Hall A vantagem da aplicação de um sensor do tipo Hall é a possibilidade de utilizar sinais proporcionais. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 49 · Sensor Reed O sensor tipo Reed constitui-se de uma ampola de vidro, onde encontram-se dois contatos elétricos imersos em um meio inerte. A aproximação de um campo magnético provoca a atração dos contatos elétricos. Ilustração de um sensor magnético tipo Reed Sensores Magnéticos tipo Reed Ao remover o campo magnético das proximidades do sensor, as lâminas separam- se novamente, interrompendo o contato elétrico. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 50 3.2 - Sensores Indutivos Os sensores indutivos apresentam a característica de sensibilizarem-se com elementos metálicos e/ou condutores de eletricidade. Estes elementos eletrônicos produzem um campo magnético, e com a aproximação de um objeto metálico são induzidas correntes elétricas no mesmo. Este fenômeno provoca um acoplamento magnético entre sensor e alvo, proporcionando assim, a detecção. Basicamente são constituídos de um circuito oscilador, um disparador do tipo "schimidt trigger" e um amplificador. Diagrama em blocos de um sensor Indutivo Sensores Eletrônicos do tipo Indutivos A distância de acionamento para este tipo de sensor é pequena e devem ser observados o tipo de material a ser monitorado e a distância necessária. Estes sensores podem alcançar distâncias mais elevadas em função de uma maior área sensora. A área sensora geralmente é a seção transversal do elemento eletrônico (a maioria destes sensores tem formato cilíndrico). Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 51 3.3 - Sensores Capacitivos De forma similar aos sensores indutivos, os elementos capacitivos apresentam a característica de sensibilizarem-se com a presença de matéria ou material dielétrico. Estes elementos eletrônicos produzem um campo elétrico ao redor do sensor, e com a aproximação de qualquer tipo de objeto são induzidas cargas elétricas neste material. Este fenômeno provoca o incremento de uma capacitância equivalente entre sensor e alvo, proporcionando assim, a detecção. Os sensores Capacitivos também são constituídos de um circuito oscilador, um disparador do tipo "schimidt trigger" e um amplificador. Diagrama em blocos de um sensor Capacitivo De forma análoga, distância de acionamento para este tipo de sensor é pequena, e deve ser dada atenção especial ao acúmulo de material ou pó nas proximidades do sensor de forma a evitar o acionamento por engano. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 52 3.4 - Sensores Ópticos Os sensores Ópticos têm a característica de detectar qualquer material a distâncias elevadas, sem a necessidade de estarem em contato mecânico com as partes envolvidas. Tipos de Sensores Ópticos disponíveis comercialmente O princípio de funcionamento de um sensor Óptico está funda- mentado na presença de um emissor e um receptor. A luz gerada pelo emissor deverá atingir ou iluminar o receptor em intensidade suficiente, para possibilitar a detecção. Com o intuito de impedir acionamentos indesejáveis por outras fontes de luz de mesmo espectro, os sensores ópticos emitem luz de forma modulada. Assim, somente seu receptor estará apto a reconhecer a sua luz emitida. A ilustração abaixo, em diagrama de blocos, pode representar de uma forma geral o princípio de operação dos sensores ópticos. Diagrama em blocos de um sensor óptico Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 53 Dentre os diversos tipos de sensores eletrônicos, os ópticos apresentam a maior variedade. Para cada tipo de aplicação encontra-se um elemento adequado. Os diversos tipos de sensores ópticos podem ser divididos em categorias a saber : · Sensores Ópticos de Reflexão Difusa; · Sensores Ópticos de Retro - reflexão; · Sensores Ópticos de Barreira; · Sensores Ópticos de Fibra Óptica; · Sensores Ópticos de Reflexão Difusa Os sensores ópticos de reflexão difusa possuem o emissor e o receptor instalados no mesmo corpo. Desse modo, a luz produzida pelo emissor determina uma região iluminada onde a eventual presença de um objeto, provoca a reflexão de forma difusa da luz incidente, iluminando o próprio receptor e ativando o sensor. A ilustraçãoabaixo, representa o princípio de operação deste sensor. Princípio de operação de um sensor óptico de reflexão difusa Em função de sua potência e características construtivas, estes sensores podem detectar materiais a até 60 cm de distância. Este alcance pode variar em função das cores e do tipo de material que compõe o objeto monitorado. Por apresentar emissor e receptor inseridos em uma única estrutura, apresentam tamanho reduzido e simplicidade de operação. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 54 · Sensores Ópticos de Retro - Reflexão Semelhante ao sensor de reflexão difusa, o retro- reflexivo também apresenta instalados em um único corpo o emissor e o receptor de luz. Entretanto, a luz produzida pelo emissor deve refletir em um espelho e retornar ao receptor, como ilustra a figura abaixo. Princípio de operação de um sensor óptico de retro- reflexão Devido a utilização de um espelho refletor este tipo de sensor pode ser utilizado para distâncias de até 2 metros. Apresenta ainda tamanho reduzido, todavia, devem ser tomados cuidados na instalação do refletor em relação ao foco de operação. · Sensores Ópticos de Barreira de Luz Este tipo de sensor apresenta o emissor e o receptor instalados em corpos separados . Estes dois elementos, após serem alinhados criam entre si um feixe ou barreira de luz. A presença de qualquer objeto que bloqueie o feixe de luz provocará o acionamento do sensor, conforme ilustra a figura abaixo. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 55 Princípio de operação de um sensor óptico de Barreira Os sensores ópticos do tipo barreira de luz apresentam um feixe luminoso bastante direcionado, possibilitando a utilização em distâncias de até 6 metros. Tem a capacidade de detectar pequenos objetos, mas necessita de muito cuidado na instalação para o ajuste do foco. · Sensores Ópticos de Cabos de Fibra Óptica Os sensores de cabos de fibras ópticas formam o conjunto mais complexo desta categoria. Os cabos de fibra óptica são um acessório do sensor óptico. O sensor deve ser apropriado para possibilitar o acoplamento das fibras e o emissor de luz deve ser preferencialmente do tipo "laser". O princípio de operação é semelhante aos demais sensores, onde há a possibilidade de utilizar os cabos de fibra óptica com reflexão difusa até distâncias de 12 cm, e como barreira de luz até 40 cm. A facilidade de instalação em curvas de raio reduzido e o pequeno tamanho dos cabos de fibra óptica proporcionam uma gama de aplicações bastante variada. Entretanto, os sensores de fibra óptica ainda apresentam custos relativamente altos, e a instalação deve ser realizada com o cuidado no ajuste do foco. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 56 3.5 - Sensores de Pressão Os elementos eletrônicos para a monitoração de pressões constituem-se dos pressostatos tradicionais, elementos tipo "on-off". Todavia, com o advento das válvulas proporcionais e o constante aumento da automatização das máquinas pneumáticas, torna-se necessário a monitoração de pressão de forma linear ou analógica. Os sensores que realizam tal tarefa também são denominados de "Transmissores Eletrônicos de Pressão", e neste trabalho designaremos apenas por sensores. Os sensores de pressão baseiam-se em sua maioria na tecnologia piezoresistiva. Seu princípio de construção consiste em instalar um "strain gauges" (medição de deformação) em uma pastilha de silício muito fina (0,4 mm de espessura). Com a aplicação de pressão sobre a pastilha, esta deforma-se proporcionalmente ao valor da pressão, alterando a resistência elétrica do "strain gauges". Um circuito eletrônico em ponte, mede esta variação e converte para um valor de tensão ou corrente proporcional, conforme ilustra a figura abaixo. Princípio de operação de um sensor de Pressão Eletrônico Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 57 3.6 - Conexão dos Sensores Eletrônicos Quanto à característica de suprimento elétrico, os sensores eletrônicos podem ser utilizados de duas formas : Corrente Contínua e Corrente Alternada. Sensores de Corrente Contínua apresentam duas formas de ligações distintas em função dos circuitos amplificadores que os compõem : Ligações tipo NPN e PNP. Já os sensores em corrente alternada têm suas ligações do tipo TRIAC. · Sensores que operam em Corrente Contínua - CC Os sensores de corrente contínua têm suas saídas configuradas a partir de transistores do tipo NPN e PNP. Esta diferença é fundamental no momento da conexão com o circuito elétrico de comando ou com um cartão de entrada de um CLP. Sensores de corrente contínua apresentam comumente três fios de ligação. Sendo eles: Alimentação (+), Carga e Neutro (-). As ligações envolvendo sensores do tipo NPN devem ser realizadas, considerando a carga conectada aos terminais : Alimentação (+) e Carga. Para os sensores do tipo PNP, as conexões da carga devem estar entre os terminais: Carga e Neutro (-), conforme ilustra a figura abaixo. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 58 · Sensores que operam em Corrente Alternada - CA Os sensores de corrente alternada apresentam geralmente dois fios de conexão : fase (F) e neutro (N). Por se tratarem de elementos eletrônicos, seu circuito amplificador de saída é composto por um TRIAC. Assim, sua ligação com a carga do circuito de comando ou com um cartão de entrada de um CLP, é do tipo série; conforme ilustra a figura abaixo. Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos CEFET / GO - Goiânia , 1999 Página 59 3.7 - Simbologia dos Sensores Eletrônicos De forma análoga aos elementos pneumáticos como as válvulas e os cilindros, os sensores também apresentam uma simbologia específica. Abaixo, são ilustradas as principais simbologias de sensores eletrônicos :
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