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História Social da Propriedade de Terra

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Curso HISTÓRIA SOCIAL DA PROPRIEDADE DA TERRA 
Ano: 2/2012 Horário: __________________ 
Professora Manoela Pedroza 
 
Atendimento Individual:__________________ 
Contato: manoelap@gmail.com 
IH – sala 206 
Nome da Pasta: PPGHIS-HDP 
Xerox do 4o andar (Gaúcho) 
 
1–Justificativa e objetivos: 
 
Este curso tem por objetivo geral questionar alguns modelos de desenvolvimento 
histórico aparentemente neutros, mas contaminados de preconceitos.Especificamente, 
dialogaremos com o direito agrário e com a história agrária para questionar a idéia 
amplamente disseminada de que a propriedade privada da terra é algo absoluto, a-histórico e 
símbolo per se da evolução e do progresso. Por isso, começaremos por evitar o uso do termo 
propriedade como um referente ideal, fetiche, abstrato, e preferiremos o uso da expressão 
direitos de propriedade, que suscita a questão sócio-histórica de quem os possui e recorda-nos 
do caráter convencional, plural, aberto e mutante desses direitos. 
 
Aceitando as bases do direito e da ideologia liberais, muitos historiadores e juristas 
agrários partem do modelo atual de propriedade da terra para analisar direitos de propriedade 
de outras épocas, e com isso incorrem em alguns lugares comuns. Primeiro, rotulam como 
encargos, ou como estorvos, os elementos que impediam o gozo absoluto desse bem em 
tempos passados. Segundo, negam a condição de direitos de propriedade àqueles que 
desapareceram, sejam os senhoriais ou os comunais, no século XIX. Terceiro, encaram que a 
propriedade privada da terra, pré-determinada ao sucesso histórico da evolução 'normal' da 
humanidade, mesmo assim deve ser protegida pelo Estado. Quarto, não se dão conta de que a 
proteção de alguns direitos concretos de propriedade significou a desproteção de outros, num 
longo processo histórico que envolveu conflitos entre agentes e interesses de classe distintos. 
Por último, reforçam a idéia de que a propriedade é definida de forma exclusiva apenas pelas 
leis e códigos, e que os Estados Nacionais são os únicos responsáveis por seu sucesso ou 
fracasso. Em síntese, imbuídos da idéia de superioridade da propriedade privada moderna, 
não conseguem analisar com neutralidade o processo de implantação histórica de novos 
direitos de propriedade nem a destruição de antigas formas de acesso e gozo de recursos 
naturais. 
 
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Nesse curso gostaríamos de fornecer aos estudantes algumas ferramentas de análise, 
dados concretos, resultados de pesquisas recentes ou teorias alternativas para que possam 
perceber, primeiro, que as condições de realização da propriedade são o resultado de 
múltiplas facetas da atividade humana, não somente da decisão dos legisladores. Devemos 
ultrapassar o texto da lei para chegar às relações sociais que conformam os direitos de 
propriedade, pois, mesmo que não mudem os nomes das coisas e as leis, isso não significa que 
não haja transformação nas concepções das coisas e no modo de propor e aplicar as leis. 
Assim, não devem nos interessar somente as condições legais, ou nominais, da propriedade, 
mas o conjunto de elementos relacionados com as formas diárias de se chegar aos recursos, as 
práticas diárias de acesso à terra, a distribuição social do produto e das rendas dela advindos, 
elementos que podem condicionar e ser condicionados por diferentes formas de desfrutar os 
chamados direitos de propriedade. 
 
Além disso, dado que não se assume nas pesquisas históricas o caráter plural e 
mutante dos direitos de propriedade, gostaríamos de reforçar a diversidade dos direitos e 
práticas de uso e acesso à terra, isto é, as diferentes formas de ser proprietário que intervém e 
atuam na sociedade. Encaramos que esses direitos estão condicionados aos interesses 
concretos de grupos que atuam em sociedade a partir de estratégias próprias, a quem 
chamaremos de 'proprietários práticos'. Assim se pode compreender porque um governo 
decide proteger certos direitos de propriedade em um determinado momento, e porque leis 
supostamente neutras foram efetivamente condicionadas pelo embate concreto entre direitos 
de propriedade e 'proprietários práticos' conflitantes. A tarefa do historiador dos direitos de 
propriedade seria, a nosso ver, se perguntar, para cada contexto, que direitos se exerciam, que 
direitos eram contestados, que direitos eram reivindicados, e por quem. 
 
Atingir esse objetivo demanda, antes de tudo, algum conhecimento de base sobre a 
construção histórica da idéia de propriedade da terra. Este conceito está geralmente calcado 
em interpretações diversas do direito romano a partir, sobretudo, do jusnaturalismo do século 
XVIII. No caso da história do Brasil, a pergunta certamente nos remeterá a uma análise mais 
aprofundada da forma que se pensaram, se efetivaram e como conflitaram diferentes direitos 
de propriedade, levando em consideração os meandros do processo de colonização, da 
implementação do direito costumeiro português—as Ordenações—e, no século XIX, da 
construção do novo direito agrário nacional—a Lei de Terras—cominspiração nos códigos 
liberais europeus.Nesse momento, tentaremos ultrapassar uma exegese circular do texto legal 
para levar em consideração resultados de pesquisa que mostram a implementação 
contraditória da propriedade privada da terra no seio de uma sociedade estratificada, onde a 
terra não era uma mercadoria e a propriedade não era absoluta. 
 
Por último, para não deixar de lado nossa crença em uma história-problema, que 
ilumine questões candentes do nosso presente, serão analisadas algumas novidades do 
'moderno' direito agrário brasileiro que permitem sua manipulação por proprietários 
práticosbastante atuais. Veremos como grileiros e incorporadoras imobiliárias chegam à 
legalização do ilegal pelo registro cartorial de imóveis; e, por outro lado,como se construíram 
os conceitos de "função social da propriedade", "reserva extrativista" e "propriedade coletiva 
inalienável", conflitantes com as premissas da propriedade privada absoluta, mas que 
permitiram novos direitosde propriedade a grupos que foram historicamente excluídos deles, 
como nações nativas, seringueiros e remanescentes de quilombos. 
 
2 – Avaliação: 
 
Três trabalhos “curtos” escritos e individuais e participação continuada na discussão dos 
textos. 
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3 - Sobre a bibliografia do curso: 
 
 As referências bibliográficas marcadas com *são de leitura obrigatória para a sessão. 
Outras obras citadas na bibliografia são fortemente recomendadas para a melhor 
compreensão do tema. 
 Por motivos ecológicos, não é necessário trazer os textos impressos para sala de aula, 
caso tenham sido lidos em livros emprestados ou em arquivos eletrônicos, mas se 
incentiva fortemente a participação oralcom base no aporte de anotações individuais, 
fichamentos, comentários, críticas ou dúvidas advindas das leituras. 
 As referências bibliográficas seguidas de PDF serão disponibilizadas pela professora em 
arquivo eletrônico, no início do curso. Incentivar-se-á também que os alunos comecem 
a abastecer sua própria base bibliográfica eletrônica. 
 
4-Conteúdos programáticos, leituras e calendário: 
 
Unidade I – Por uma nova história dos direitos de propriedade: questões teórico-
metodológicas, mitos e problemas. 
 
Sessão 1 – Apresentação da disciplina, discussão da ementa, cronograma de leituras, 
prazos e formas avaliação. Introdução à História dos Direitos de Propriedade. 
 
Bibliografia: (textos apresentados pela professora) 
Staut Jr, Sérgio Said. Cuidados metodológicos no estudo da história do direito 
de propriedade. Revista da Faculdade de Direito da UFPR, 42, 2005. PDF 
Ago, Renata. Diritti di proprietà: Premessa. Quaderni Storici. Bologna, Italia, 
XXX, 88, 1995. 
 
Sessão 2 - Questões teórico-metodológicas da história dos Direitosde Propriedade I 
 
Bibliografia: 
*Congost, Rosa. Tierras, leyes, historia: estudios sobre ‘la gran obra de la 
propriedad’. Barcelona: Critica. 2007 (Introdução e Capítulo 1); 
*Wood, Ellen Meiksins. A Separação entre o Econômico e o Político no 
Capitalismo. In: Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo 
histórico. 1a Edição. São Paulo: Boitempo, 2011. PDF 
 
Sessão 3 - Questões teórico-metodológicas da história dos Direitos de Propriedade II 
 
Bibliografia: 
*Grossi, Paolo. História da propriedade e outros ensaios. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2006. (pp. 1-42) 
 
Sessão 4– A lógica dos direitos medievais (séculos XII a XVIII): Organização funcional 
(ou finalista) das criaturas; Pluralismo político; Pluralismo normativo. Outras lógicas do 
direito agrário medieval: direito local; costumes locais de terras e reinos; Legislação 
dos reis; Direito dos senhores (direito feudal); Desigualdade de “estados”; Vinculação 
familiar e sucessória da terra; direito de propriedade dividido entre domínio útil e 
senhorio; direitos comunais; direitos senhoriais; Patrimonialização do poder. 
 
Bibliografia: 
4 
 
* Grossi, Paolo. Mitologias jurídicas da modernidade. Florianópolis: Fundação 
Boiteux, 2007 (pp. 26-34); 
* Grossi, Paolo. História da propriedade e outros ensaios. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2006 (pp. 42-62); 
 Hespanha, António Manuel. Panorama histórico da cultura jurídica européia. 
Lisboa: Publicações Europa-América. 1997. 
 
Sessão 5– Os costumes na Europa: 
 
Bibliografia: 
* Kiernan, V. G. Private property in history. In: Goody, J. T., Joan; Thompson, E. 
P. Family and Inheritance: rural society in Western Europe (1200-1800). 
Cambridge [Eng.], New York: Cambridge University Press, 1976. PDF; 
*Ladurie, Emanuel le Roy. Système de la coutume: structures familiales et 
coutume d´héritage en France au XVI siècle. Annales ESC. Paris, 27, 4-5, 1972. 
(pp. 825-846) PDF. 
 
Unidade II – A construção do direito de propriedade no Brasil 
 
Sessão 6 – O direito na dinâmica Imperial Portuguesa (séculos XVI à XVIII). A relação 
entre costumes, lei e o Rei; as virtudes essenciais do Rei (misericórdia, graça, 
clemência, virtude, perdão); concessão de privilégios, sistema de recompensas ou 
economia das mercês; direitos adquiridos e respeito aos costumes. 
 
Bibliografia: 
* Hespanha, António Manuel Porque é que existe e em que é que consiste um 
direito colonial brasileiro. Direito comum e direito colonial. AMH AR, 2005.PDF 
* Mattoso, J. d. História de Portugal. Lisboa: Estampa, vol.IV, 2006. (vários 
trechos no PDF) 
 
Fonte primária: Ordenações Filipinas, Livro IV, vários títulos. Disponível em 
http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/ordenacoes.htm. 
 
Sessão 7- Direitos de propriedade da terra na colônia I: a lógica do ordenamento 
jurídico e sua aplicação. Ordenações Filipinas; Sesmarias e terras devolutas. 
 
Bibliografia: 
*Lima, Ruy Cirne Pequena história territorial do Brasil: sesmarias e terras 
devolutas Brasília - DF: ESAF. 1988. 
* Silva, Ligia Osório. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 1850. 
Campinas: UNICAMP. 1996. (pp. 41-62). 
* Varela, L. B. Das Sesmarias à propriedade moderna: um estudo de história do 
direito brasileiro. Rio de Janeiro: Renovar. 2005. (pp. 19-107). 
 
Sessão 8 - Mercado imperfeito de terras; consolidação de novos direitos; Formação de 
novos proprietários práticos. Expropriação, resistência e violência dos nativos: estudos 
de caso próximos: Fazenda de Santa Cruz, Aldeia de Mangaratiba e Sesmarias de 
Jacarepaguá. 
Apresentação individual dos estudos de caso. 
 
Bibliografia: 
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1. Fridman, Fania. As propriedades públicas no Rio de Janeiro. América 
latina en la historias económica, jan-jun, 7, 1997. (49-). PDF 
2. Campo Grande: Pedroza, Manoela. Engenhocas da Moral: redes de 
parentela, transmissão de terras e direitos de propriedade na freguesia 
de Campo Grande (Rio de Janeiro, século XIX). Rio de Janeiro: Arquivo 
Nacional, 2011. (pp. 35-52) 
3. Jacarepaguá: Rudge, Raul Telles. As sesmarias de Jacarepaguá. São 
Paulo: Livraria Kosmos. 1983. 
4. Mangaratiba: Alveal, Carmen Margarida Oliveira História e Direito: 
Sesmarias e Conflito de Terras entre Índios em Freguesias Extramuros 
do Rio de Janeiro (Século XVIII). (Dissertação de mestrado). PPG de 
História - UFRJ, Rio de Janeiro, 2002. Capítulo 3 (pp. 138-190) PDF 
 
Unidade III – A construção da propriedade privada moderna (Europa, século XIX) 
 
Sessão 9 –Jusnaturalismo e as bases da propriedade privada da terra (Europa, séculos 
XVIII-XX). Contrato social; Vontade e ordem social; Sociedade natural e sociedade 
política; Absolutismo legalista ou positivismo jurídico; Individualismo, voluntarismo e 
contratualismo; Direito natural jus-racionalista; Direito natural X direito de 
subsistência; Códigos e Estado burguês. O legado do direito romano (mito fundador da 
cultura jurídica européia). 
 
Bibliografia: 
*Congost, Rosa. Tierras, leyes, historia: estudios sobre ‘la gran obra de la 
propriedad’. Barcelona: Critica. 2007. (pp. 95-114); 
* Grossi, Paolo. Mitologias jurídicas da modernidade. Florianópolis: Fundação 
Boiteux, 2007. (pp. 34-46); 
* Grossi, Paolo. História da propriedade e outros ensaios. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2006. (pp. 62-84 e 123-137). 
 
Sessão 10 –O Código Civil Napoleônico (1804) e seus efeitos sobre o Direito de 
Propriedade da Terra. Princípio exclusivista e unitarista dos domínios; 
Excepcionalidade da revolução camponesa e suas implicações no código civil francês. 
Reformas agrárias liberais na Europa no século XIX e seus diferentes efeitos sobre 
terras camponesas, terras da Igreja Católica e comunais. As bases dos novos regimes 
fundiários fundados sobre a propriedade privada e alienável: desfeudalização, 
desamortização e fracionamento sucessório; A nova Justiça burguesa e a conversão de 
antigos costumes em delitos: As novas constituições que defendiam a propriedade 
privada, o voto censitário e a cidadania fundiária; O peso político das elites fundiárias e 
suas implicações nos direitos de propriedade (Casos da Inglaterra, França e Espanha). 
 
Bibliografia: 
*Congost, Rosa. Tierras, leyes, historia: estudios sobre ‘la gran obra de la 
propriedad’. Barcelona: Critica. 2007. Capítulo 4 (pp. 121-156); 
Holmberg, Tom The Civil Code: An Overview. PDF; 
Raggio, Osvaldo. Forme e pratiche di appropriazione delle risorse. Casi di 
usurpazione delle comunaglie in Liguria. Quaderni Storici. Bologna, Italia, XXVII, 
79, 1992. PDF; 
Goy, Joseph Transmission successorale et paysannerie pendant la Révolution 
française: Un grand malentendu. Études rurales - La terre : succession et 
héritage, 110-111-112 1988.PDF. 
 
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Fonte primária: Código Civil, Livro Segundo: Dos bens e das diferentes 
modificações da propriedade (artigos 516 a 710) e Livro Terceiro: Dos 
diferentes modos de adquirir a propriedade (artigo 711 a 2302). 
 
Sessão 11 –Resistências à liberalização agrária na Europa durante o século XIX. 
Fechamento dos campos, usurpação de comunais e a Lei Negra (Inglaterra, séculos 
XVIII-XIX). Usurpação dos comunais e desproteção dos direitos de propriedade 
costumeiros pela Justiça liberal: o embate em torno da apresentação dos títulos, do 
espigueio, da lenha e da caça. A luta dos arrendatários pelo direito à indenização de 
benfeitorias; os meandros do processo de desarmortização dos foros; as estratégias da 
nobreza fundiária; as estratégias dos camponeses. Estratégias dos foreiros para não 
pagar laudêmio. 
 
Bibliografia: 
 Kiernan, V. G. Private property in history. In: Goody, J. T., Joan; Thompson, E. 
P. Family and Inheritance: rural society in Western Europe (1200-1800). 
Cambridge [Eng.], New York: Cambridge University Press, 1976. PDF; 
*Malatesta, Maria. Le aristocrazie terriere nell'Europa contemporanea.Roma/Bari: Editori Laterza. 1999. Capítulo 1; 
* Thompson, Edward Palmer. Senhores e Caçadores: a origem da lei negra. Rio 
de Janeiro: Paz e Terra. 1987.(pp. 297-360); 
Congost, Rosa. Tierras, leyes, historia: estudios sobre ‘la gran obra de la 
propriedad’. Barcelona: Critica. 2007. (pp. 279-301). 
 
Unidade IV – A construção da propriedade privada moderna no Brasil 
 
Sessão 12 –Direitos de propriedade e práticas de uso de um campesinato itinerante: 
posse, mobilidade espacial, redes de parentesco, precariedade do título, sistemas de 
transmissão alternativos. As tentativas de regularização do período pombalino (Alvará 
de 1795); A independência política; a Constituição de 1824 e o "império das posses" no 
primeiro reinado. 
 
Bibliografia: 
* Silva, Ligia Osório. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 1850. 
Campinas: UNICAMP. 1996. (pp. 63-104); 
* Martins, José de Sousa. A vida privada nas áreas de expansão da sociedade 
Brasileira. In: NOVAIS, F. A. S., Lilian Moritz, (eds.). História da Vida Privada no 
Brasil (Contrastes da intimidade contemporânea). São Paulo: Companhia das 
Letras, vol.4, 1994. (pp. 659-685). 
 
Sessão 13 – O debate parlamentar e o conteúdo da Lei de Terras no Brasil. O texto da 
lei sobre imigração, imposto territorial, demarcação, hipotecas, usucapião, terras 
devolutas e costumes. 
 
Bibliografia: 
* Carvalho, José Murilo de. A política de terras: o veto dos barões. In. Teatro de 
Sombras: a política imperial. São Paulo/Rio de Janeiro: Vértice/Revista dos 
Tribunais/ Instituto Universitário de Pesquisas, 1988. (pp. 84-103); 
* Motta, Márcia Maria Menendes. Nas fronteiras do poder: conflitos de terra e 
direito agrário no Brasil na segunda metade do século XIX. Rio de Janeiro: Vício 
de Leitura - Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. 1998. (pp. 159-187); 
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Pedroza, Manoela. Engenhocas da Moral: redes de parentela, transmissão de 
terras e direitos de propriedade na freguesia de Campo Grande (Rio de Janeiro, 
século XIX). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2011. (pp. 170-208) 
* Silva, Ligia Osório. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 1850. 
Campinas: UNICAMP. 1996. (pp. 153-179); 
 
Sessão 14 - O registro paroquial de Terras e suas possibilidades e limites como fonte 
para o historiador; resultados de estudos de caso: estrutura de posse e propriedade da 
terra em diferentes paróquias. Efeitos e efetividade na implementação de novos 
direitos. 
Apresentação individual de estudos de caso de história agrária com base em registros 
paroquiais de terras. 
 
Bibliografia: 
1. Araruama: Graner, Maria Paula. A estrutura fundiária do município de 
Araruama (1850-1920). Um estudo da distribuição de terras: 
continuidades e transformações. (Dissertação de mestrado). PPG 
História- UFF, Niterói, 1985. 
2. São Gonçalo: Motta, Marcia. Pelas “bandas d'além”: fronteira fechada 
e arrendatários-escravistas em uma região policultora (1808 – 1888). 
(Dissertação de mestrado). PPG História- UFF, Niterói, 1989. 
3. Magé: Sampaio, Antônio Carlos Jucá de. Magé na crise do escravismo: 
sistema agrário e evolução econômica (1850-1888). (Dissertação de 
mestrado). PPG História- UFF, Niterói, 1994. 
4. Nova Iguaçu: Silveira, Jorge Luiz Rocha. Transformações na estrutura 
fundiária do município de Nova Iguaçu durante a crise do escravismo 
fluminense (1850-1890). (Dissertação de mestrado). PPG História- UFF, 
Niterói, 1998. 
5. * Silva, Ligia Osório. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 
1850. Campinas: UNICAMP. 1996.Capítulo 9; 
 
Fonte primária: Lei n. 601 de 18 de setembro de 1850, In: Coleção das Leis do 
Brasil. 1850. Vol. 1, p. 307 PDF. 
 
Sessão 15 –A conversão de antigos direitos senhoriais em direitos de propriedade 
particular: os novos proprietários práticos no período republicano (estudo de caso das 
sesmarias, desapropriações para ferrovias e dos aforamentos). 
 
Bibliografia: 
* Jones, Alberto da Silva. Grilagem especializada. 2005. PDF; 
* Silva, Francisco Carlos da. Conservadorismo e Hegemonia Agrária no Brasil. 
In: CARNEIRO, M. et al (org). Campo Aberto: o rural no Estado do Rio de 
Janeiro. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 1998. (pp. 13-40); 
*Pedroza, Manoela. Desapropriações que criam proprietários: o caso das 
vendas, expropriações e indenizações de terras particulares no Rio de Janeiro 
(Brasil, 1870-1910). PDF. 
 
Fontes primárias: lei de 1855 PDF, lei de 1903 PDF. 
 
 Prazo final de entrega dos trabalhos escritos e esclarecimentos finais. 
 Avaliação coletiva e multidimensional do curso. 
 
8 
 
5 – Bibliografia Geral 
Ago, Renata. Diritti di proprietà: Premessa. Quaderni Storici. Bologna, Italia, XXX, 88, 1995. 
Almeida, Fernando Mendes de. O Direito português no Brasil. In: Holanda, S. B. d. História 
geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1977. 
Alveal, Carmen Margarida Oliveira História e Direito: Sesmarias e Conflito de Terras entre 
Índios em Freguesias Extramuros do Rio de Janeiro (Século XVIII). (Dissertação de 
mestrado). PPG de História - UFRJ, Rio de Janeiro, 2002. 
Arruti, José Maurício Andion; Tosta, Alessandra; Ignácio, Elizete; Rios, Mariza Relatório parcial 
de caracterização da comunidade negra das terras de preto forro (bairro Angelim, município 
de Cabo Frio – RJ). RIO DE JANEIRO: Koinonia - Presença Ecumênica e Serviço. 2002. 
Asselin, Victor. Grilagem: corrupção e violência em terras do Carajás. Petrópolis: Vozes/CPT. 
1982. 
Benatti, José Heder Posse coletiva da terra: um estudo jurídico sobre o apossamento de 
seringueiros e quilombolas. Cadernos da Pós – Graduação em Direito da UFPA, 2, 6, 1998. 
(33-49). 
Bittar Filho, Carlos Alberto. A apropriação do solo no Brasil colonial e monárquico: uma 
perspectiva histórico-jurídica. Brasília. Brasília, 37 148 2000. 
Bodinier, Bernard, Congost, Rosa e Luna, Pablo (eds) De la Iglesia al Estado: las 
desamortizaciones de bienes eclesiásticos em Francia, España y America Latina. Zaragoza: 
Prensas Universitarias de Zaragoza, 2009. 
Brasil, Etienne. A fazenda Santo Antonio de Curicica e fideicomisso além do 2o grau. Rio de 
Janeiro. 1950. 
Brazil. nnaes do Parlamento ra ileiro âmara dos rs eputados. Rio de Janeiro: 
Tipographia do Imperial Instituto Artistico. 1826. 
Caffiero, Marina. Terre comuni, fortune private. Pratiche e conflitti internotabilari per il 
controllo delle risorse collettive nel Lazio (XVIII-XIX secolo). Quaderni Storici. Bologna, Italia, 
XXVII, 81, 1992. 
Carvalho, José Murilo de. A política de terras: o veto dos barões. In. Teatro de Sombras: a 
política imperial. São Paulo/Rio de Janeiro: Vértice/Revista dos Tribunais/ Instituto 
Universitário de Pesquisas, 1988. 
Chagas, Miriam de Fátima A política do reconhecimento dos remanescentes das comunidades 
dos quilombos. Horizontes Antropológicos, ano 4, 8, 1998. (182 - 198). 
Congost, Rosa. Property rights and historical analysis: What rights? What history? Past and 
present, 181, 2003. (33). 
______. The social dynamic of agricultural growth: the example of catalan emphyteusis. XIV 
International Economic History Congress. Helsink, 2006. 
______ e Lana, Miguel. Campos cerrados, debates abiertos: análisis histórico y propiedad de la 
tierra en Europa (siglos XVI-XIX). Navarra: Universidad Publica de Navarra, 2007. 
______. Tierras, leyes, historia: estudios sobre ‘la gran obra de la propriedad’. Barcelona: 
Critica. 2007. 
Coulanges, Fustel de. A cidade Antiga. São Paulo: Edipro. 1999. 
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D’Auria, Aníbal. El anarquismo ante la propiedad. In: D’Auria, A. e. a. El anarquismo frente al 
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Anarres, 2007. p.89-100. 
Falcão, Ismael Marinho. A função social da propriedade. In. Direito Agrário Brasileiro. Bauru-
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Fonseca, Ricardo M. A “Lei de Terras” e o advento da propriedade moderna no Brasil. Anuário 
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Fragoso, João Luís Ribeiro A nobreza da República: notas sobre a formação da primeira elite 
senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII). TOPOI: Revista de História do Programa de 
Pós-Graduação em História Social da UFRJ, 1, 2000. 
Freitas, Benedicto. Santa Cruz: fazenda jesuítica, real, imperial (3 volumes). Rio de Janeiro. 
1987. 
Fridman, Fania. As propriedades públicas no Rio de Janeiro. América latina en la historias 
económica, jan-jun, 7, 1997. (49-). 
______. Donos do Rio em nome do Rei: uma história fundiária da Cidade do Rio de Janeiro. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar. 1999. 
Goy, Joseph Transmission successorale et paysannerie pendant la Révolution française: Un 
grand malentendu. Études rurales - La terre : succession et héritage, 110-111-112 1988. 
Graner, Maria Paula. A estrutura fundiária do município de Araruama (1850-1920). Um estudo 
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Grossi, Paolo. Il dominio e le cose: percezione medievali e moderne dei diritti reali. Milano: 
Giuffrè. 1992. 
______. L’inaugura ine della proprietà moderna. Napoli: Guida Editori. 1980. 
______. L’Ordine giuridico medievale. Roma-Bari: Laterza. 1995. 
______. Mitologias jurídicas da modernidade. Florianópolis: Fundação Boiteux. 2004. 
______. Un altro modo di possedere: l’emersione di forme alternative di proprietà alla 
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Hespanha, António Manuel. Panorama histórico da cultura jurídica européia. Lisboa: 
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Hespanha, António Manuel Porque é que existe e em que é que consiste um direito colonial 
brasileiro. Direito comum e direito colonial. AMH AR, 2005. 
Hespanha, António Manuel; Xavier, Ângela Barreto. A representação da sociedade e do poder. 
In: Mattoso, J. d. História de Portugal. Lisboa: Estampa, vol.IV, 2006. 
Holmberg, Tom The Civil Code: An Overview. 
Holston, James. Legalizando o ilegal: propriedade e usurpação no Brasil. RBCS, 8, 21, 1993. 
Jones, Alberto da Silva. Grilagem especializada. 2005. 
Jones, Alberto da Silva. Reforma Agrária e Direito de Propriedade. In: Molina, M. C. et al. 
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