Buscar

DIR CONST III 2016.1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
UNIDADE: QUEIMADOS
PROFESSOR: JOAQUIM CERQUEIRA NETO (joaquimcneto@gmail.com)
Direito Constitucional III
Da Ordem Social e Direitos Sociais: Aulas 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
CONCEITO
Canotilho, diz Lenza, prefere falar em “movimento constitucionais”, como o inglês, o americano, o francês etc., para defini-lo como teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa da política, tal como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo”.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
André Ramos Tavares indica quatro sentidos para o constitucionalismo, segundo Lenza:
- limitar o poder arbitrário;
- haja carta constitucional escrita;
- função e posição das constituições nas diversas sociedades;
-evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.
Pedro Lenza: os textos constitucionais devem conter regras :
- limitação ao poder do Estado;
- reconhecimento e prevalência dos direitos fundamentais.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
OBJETO: A Constituição é o objeto de estudo do Direito Constitucional.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
O Direito Constitucional nasce com o constitucionalismo e este, por sua vez, surge com o movimento das 1as Constituições escritas, rígidas e liberais do século XVIII – EUA (Declaração de Independência de 1776 e a Constituição de 1787 e FRA (Revolução Francesa de 1789 e Constituição de 1791), enquanto Lei Fundamental do Estado Liberal. 
O constitucionalismo surge a partir do momento em que se concebeu a existência de um Estado possuidor de uma lei fundamental expressa em documento escrito capaz de limitar o exercício de seu próprio poder.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
Nas palavras de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010), o constitucionalismo consiste no movimento político, ideológico e jurídico que concebeu ou aperfeiçoou a ideia de estruturação racional do Estado e de limitação do exercício do seu poder concretizada pela elaboração de um documento escrito destinado a representar sua Lei Fundamental.
O constitucionalismo será o resultado de dos movimentos: o Iluminismo e o Liberalismo do século XVIII.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
O exame do Estado Liberal no século XVIII permite concluir que ele representa a manifestação de dois movimentos históricos, o iluminismo e o liberalismo, enquanto reconhecimento dos ideais de liberdade e igualdade entre os homens e da ideia de limitação do poder do Estado na esfera individual.
O Direito Constitucional, portanto, surge impregnado dos valores do pensamento liberal, ou seja, da ordem jurídica fundamental do Estado Liberal.
*
*
Do constitucionalismo e seu vínculo com o Estado de Direito
CONCLUSÃO
Não há como se falar em Direito Constitucional sem se falar em constitucionalismo e falar em constitucionalismo implica reconhecer a um só tempo a existência do Estado limitado por leis.
Faz-se, assim, a justificação do Estado e a limitação do exercício de seu poder através da Lei Fundamental, daí porque tal movimento vincula-se à ideia de Estado de Direito.
*
*
Do Estado Liberal ao Estado Social
-não confundir Estado Liberal com democracia:
- democracia:
a) significa participação ou governo da maioria, ou seja, consagra a postura ativa do cidadão em face do Estado, qual seja, a de participar das suas decisões;
b) significa, também, proteção de um Estado da liberdade do indivíduo contra a intromissão de outrem.
*
*
Do Estado Liberal ao Estado Social
DO ESTADO LIBERAL - ou Estado constitucional:
garante a liberdade em face da tirania do Estado, tendo como fundamento: a história política da Inglaterra do século XVIII e o Iluminismo francês do século XVIII
O ponto central é que o indivíduo seja livre para agir e realizar as suas opções e escolhas fundamentais, logo, é neutro quanto a questões morais, religiosas, filosóficas etc.
No ideário liberal, assim, temas como saúde, educação, previdência, seguro social, não são questões relativas ao Estado, pois giram na órbita do indivíduo, da própria atividade civil. 
Prega-se o Estado absenteísta, ou seja, quanto menos Estado melhor. Lembre-se: o Estado é um mal necessário.
Consequências:
- desnível de força econômica entre empregado e empregador;
- liberdade do trabalhador era mera aparência;
- necessitou-se da presença do Estado para coibir omissões, abusos e empreender objetivos não atingíveis pela livre iniciativa.
*
*
Do Estado Liberal ao Estado Social
DO ESTADO SOCIAL (texto dirigido)
A necessidade de participação e ingerência estatal no campo econômico, social, previdenciário, educacional etc, sua feição liberal cede à social.
Problema: crises econômicas do século XX e a complexidade da vida social - mecanismos autorreguladores da economia foram insuficientes para promover de modo justo o desenvolvimento da riqueza nacional.
Nos países comunistas, a economia caminhava por meio de um planejamento centralizado
Compromissos: inicialmente, o Estado como regulador da economia; segundo momento, passe ele a desempenhar o papel de agente econômico;
*
*
DIFERENTES SENTIDOS DE CONSTITUIÇÃO
(CADERNO)
Existem várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo “Constituição”. Assim, dentro da tipologia dos conceitos de Constituição, encontramos várias acepções, quais sejam:
•	Constituição no sentido sociológico (Ferdinand Lassalle)
•	Constituição no sentido político (A. Schmitt)
•	Constituição no sentido jurídico (H. Kelsen)
*
*
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Quanto à ideologia – conteúdo ideológico das Constituições:
ortodoxas: aquelas atreladas a uma única ideologia; Ex: Constituição da antiga URSS de 1977.
Heterodoxas ou ecléticas: aquelas que estabelecem mais de uma ideologia no ordenamento constitucional. Ex: Constituição Federal de 1988, art.170.
Quanto à extensão – análise da dimensão ou tamanho da Constituição:
a) Analíticas: quando dispõe de uma grande quantidade de artigos, os quais analisam e tratam de diversos assuntos, temas etc; Ex: Constituição Federal de 1988
b) sintética: quando possuem pouco artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Ex: Constituição Norte-americana de 1787.
*
*
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Quanto à finalidade: 
Garantia: busca garantir a liberdade e a limitação do poder estatal, estabelecem as liberdades públicas ou os chamados direitos de 1ª geração; ex: Constituição dos EUA e 1787
Balanço: procura equilibrar os anseios burgueses e proletários. ex: Constuições do México de 1917; República de Weimer (ALE) de 1919 e a Constituição brasileira de 1934.
Dirigente(programático e compromissória): são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais, preveem normas conhecidas como programáticas (eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas públicas, com valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Ex: dir. educação para todos; saúde para todos, moradia para todos. Ex: CF de 1988.
*
*
NEOCONSTITUCIONALISMO
A partir do início do século XXI, a doutrina passa a desenvolver uma nova perspectiva em relação ao constitucionalismo, denominando-a de neoconstitucionalismo, ou constitucionalismo pós-moderno, ou pós-positivismo.
Nessa nova realidade, busca-se não apenas limitação do poder político e enumeração de direitos fundamentais, mas, acima de tudo, a máxima efetividade da Constituição, tornando
o Texto Maior menos retórico e mais efetivo, especialmente diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais.
No constitucionalismo moderno, observava-se a hierarquia das normas e a limitação do poder; no momento atual, verifica-se uma hierarquia entre normas não apenas formal , mas axiológica, valorativa, com base em valores, bem como a busca efetiva de concretização dos direitos fundamentais.
*
*
NEOCONSTITUCIONALISMO
Supera-se a ideia de Estado Legislativo de Direito para reconhecer a Constituição no centro do sistema, marcada por uma intensa carga de valores. A Constituição assume o caráter de norma jurídica, dotada de imperatividade, superioridade e centralidade; tudo deve ser interpretado a partir da Constituição.
O ponto central é o contéudo axiológico da Constituição: incorporação de valores e opções políticas nos textos constitucionais, no tocante à promoção da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamentais;
Destacam-se os valores ( a partir da 2 Guerra Mundial), associados à ideia de dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais, bem como a previsão de opções políticas gerais, paralelamente, como redução das desigualdades sociais – art. 3, III e também específicas, como a prestação por parte do Estado de serviço de Educação, conforme arts. 23, V, e 205.
Em síntese, a partir do momento em que os valores são constitucionalizados, o grande desafio do neoconstitucionalismo passa a ser encontrar mecanismos para sua efetivação.
*
*
MARCOS FUNDAMENTAIS DO NEOCONSTITUCIONALISMO
O prof. Luis Roberto Barroso aponta três marcos fundamentais que definem a trajetória do constitucionalismo parta o atual estágio de “novo” ou neoconstitucionalismo:
Histórico: Estado constitucional de Direito; documentos a partir da Segunda Guerra Mundial; Redemocratização
Formação do Estado Constitucional de Direito consolidado ao longo das décadas finais do século XX
Exemplo: processo de redemocratização brasileiro e a Constituição Cidadã de 1988
Filosófico: Pós-positivismo; direitos fundamentais e Direito-Ética.
Centralidade dos direitos fundamentais e reaproximação entre direito e ética
Do jusnaturalismo (lei e razão) ao juspositivismo (objetividade cinetífica; Direito é lei – Kelsen – afastamento da filosofia, da moral da justiça, dominando o pensamento jurídico da primeira metade do século XX.
Pós-positivismo busca ir alem da normatividade estrita sem desprezar o direito posto. Procura empreender uma leitura moral do direito sem cair na metafísica. 
Teórico: força normativa (Hesse); supremacia da Constituição (constitucionalização dos direitos fundamentais) e a nova dogmática da interpretação constitucional
A interpretação constitucional é inspirada como base numa teoria da justiça, aproximando Direito e Filosofia, Direito e Ética
*
*
NEOCONSTITUCIONALISMO E AS RELAÇÕES PRIVADAS
O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana como novo eixo axiológico do Estado Democrático de Direito;
Neoconstitucionalismo e sua influência no âmbito do Direito Civil – constitucionalização do Dir. Civil e eficácia horizontal dos direitos fundamentais;
Absoluta prevalência da Dignidade da Pessoa Humana, observa-se um deslocamento do epicentro do Direito, que deixa de ser ocupado pela Autonomia da Vontade Privada para dar lugar ao complexo ou conjunto de outros direitos fundamentais, de modo não mais individualista, mas social e coletivo (transindividuais difusos, coletivos e individuais homogêneos);
O Neoconstitucionalismo prevê a ponderação de valores envolvendo os direitos fundamentais no âmbito das relações jurídicas privadas. 
*
*
NEOCONSTITUCIONALISMO E AS RELAÇÕES PRIVADAS
A aplicação do Direito Constitucional nas relações privadas possui duas grandes correntes doutrinárias:
TEORIAS:
Teoria dualista (ou teoria da eficácia indireta e imediata dos direitos fundamentais);
Teoria monista (ou teoria da eficácia direta e imediata dos direitos fundamentais)
APLICAÇÃO OU PLANO DA EFICÁCIA:
A teoria da eficácia indireta (dualista) é aplicada de duas maneiras:
a.1) a intervenção do poder legislativo através de sua competência constitucional de elaborar as leis infraconstitucionais e;
a.2) pelo intérprete na atribuição de sentido às cláusulas abertas.
*
*
NEOCONSTITUCIONALISMO E AS RELAÇÕES PRIVADAS
b) Já a teoria da eficácia imediata dos direitos fundamentais (monista) defende a aplicação da eficácia horizontal mediante m processo de ponderação de valores, que coloca de um lado a livre iniciativa e a autonomia da vontade e, de outro, o direito fundamental em tensão, a qual tem prevalecido na doutrina, segunda lição de L.R.Barroso em Temas de Direito Constitucional, Tomo III, p. 35.
Ou seja, os direitos fundamentais, além de vincular diretamente o Poder Legislativo na sua função constitucional de construtor da ordem infraconstitucional e o Poder Judiciário na sua função constitucional de entregar a prestação jurisdicional necessária a solução da lide, vinculam também as relações entre particulares. Nesse sentido, L.R.Barroso mostra que “na ponderação a ser empreendida, como na ponderação em geral, deverão ser levados em conta os elementos do caso concreto. Para esta específica ponderação entre autonomia da vontade versus outro direito fundamental em questão, merecem relevo os seguintes fatores: a) a igualdade ou desigualdade material entre as partes (se uma multinacional renuncia contratualmente a um direito, tal situação é diversa daquela em que um trabalhador humilde faça o mesmo); b) a manifesta injustiça ou falta de razoabilidade do critério (escola que não admite filhos de pais divorciados); c) preferência para valores existenciais sobre os patrimoniais; d) risco para a dignidade da pessoa humana (ninguém pode se sujeitar a sanções corporais).
*
*
Mutações Constitucionais versus Reformas Constitucionais
A função de interpretar o real sentido ou significado das normas constitucionais cabe ao Poder Judiciário
O fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico emana da Constituição (jurídico-positiva), a qual tem seu fundamento de validade e expressão na Constituição lógico-jurídica e jurídico-positiva (Kelsen).
Mas se a Constituição é o vértice do ordenamento jurídico, a quem cabe sua interpreção?
E sabido que a Suprema Corte é a última instância do Poder Judiciário. Entretanto, cabe a ele o sentido mais amplo de interpretação das normas jurídicas (regras e princípios).
Vamos refletir...
*
*
Mutações Constitucionais versus Reformas Constitucionais
Afinal, o Supremo como guardião da Constituição, levando em consideração a história, as ideologias, as realidades social, econômica e política, definirá o verdadeiro significado do texto constitucional.
Da leitura dos arts. 18, par.1 e 242 da CF/88 não há que se falar em interpretação, por exemplo.
Igualmente, considerando a estrutura lógica de incidência e aplicação da norma jurídica – silogismo – o método tradicional de subsunção fornece por si só uma conclusão satisfatória, por exemplo, art. 186, CC.
*
*
Por outro lado, em caso de antinomias de normas-princípios, buscar-se-á a solução do aparente conflito através de uma interpretação sistemática, orientada pelos princípios constitucionais.
Com efeito, o sentido da Constituição interpretada pode se mostrar inadequado, circunstâncias nas quais, dentro dos limites colocados pelo Constituinte Originário, poderão ser observadas alterações tanto do ponto de vista formal (reforma constitucional) como do informal (mutações constitucionais).
*
*
Art. 193 da CF/88 – Tripé da Ordem Social
ORDEM SOCIAL
BASE
OBJETIVO
PRIMADO DO TRABALHO
BEM ESTAR SOCIAL
JUSTIÇA SOCIAL
*
*
Art. 170 da CF/88 – Ordem Econômica
ORDEM ECONÔMICA
FUNDADA
OBJETIVO
VALORIZAÇÃO DO TRABALHO
LIVRE INICIATIVA
JUSTIÇA SOCIAL
EXISTÊNCIA DIGNA
*
*
Art. 170 c/c 193 da CF/88:
Pluralismo Principiológico 
Esse pluralismo principiológico favorece a estabilidade constitucional na medida em que concilia
objetivos do Estado Liberal e do Estado Social, sendo capaz, num primeiro momento, de acomodar os anseios das diversas corrente ideológicas, políticas e econômicas, consolidando uma democracia pluralista e, num segundo momento, propiciar o diálogo de interesses e valores contrapostos, vertentes do liberalismo capitalista com social democracia, o que confere harmonia e garante a estabilidade da CRFB/88. Daí se compreende a natureza compromissória de nossa Carta Magna. 
*
*
Direitos fundamentais e suas dimensões
Elementos da Constituição: 
Limitativos: Artigo 5° da CF/88 - dos direitos e garantias fundamentais – Título II excetuando-se o Capítulo II que trata dos Direitos Sociais;
Socioideológicos: Capítulo II do Título II– DIREITOS SOCIAIS – art. 6° da CF/88
Da doutrina e a geração de direitos; dimensões é a expressão mais adequada vez que implica no reconhecimento de que cada dimensão é uma conquista com base na “anterior”, que não deixa de existir ou perde seu lugar, e traz ainda uma conotação garantista, isto é, de proibição de evolução reacionária.
Assim é que já encontramos no lema da Revolução Francesa o anúncio das três primeiras dimensões: 1ª , 2ª e 3ª, respectivamente, liberdade, igualdade e fraternidade. 
*
*
Direitos fundamentais de 2ª dimensão
O século XIX e a Revolução Industrial;
Movimento cartista na Inglaterra e a Comuna de Paris na França (1848) –reivindicação por direitos trabalhistas e de assistência social;
Constituição do México de 1917;
Constituição de Weimer na Alemanha de 1919;
No Brasil, a Constituição de 1934 – chegada dos Dir. Sociais.
Início do século XX, após 1ª Guerra Mundial, temos o marco gerador do reconhecimento e fixação dos direitos sociais pelos Estado nos textos constitucionais
Direitos de 3ª dimensão: desenvolvimento tecnológico, científico e profunda mudanças nas relações econômico-sociais, como globalização,preservação ambiental e proteção aos consumidores. Como assinala Lenza: “o ser humano é inserido em uma coletividade e passa a ter direitos de solidariedade ou fraternidade”. São direitos transindividuais, ultrapassam o ser humano mas o têm como base: humanismo e universalidade, tais como direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, comunicação, propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade.
Direitos de 4ª dimensão: livro Era dos Direitos de Norberto Bobbio – engenharia genética – manipulação de material genético dos indivíduos, mudança de sexo etc. Além disso, Bonavides, segundo Lenza, aponta: globalização política e fase de institucionalização do Estado social: democracia (direta ou participativa), informação e pluralismo
Direitos de 5ª geração: direito à paz (Karel Vasak) ou paz como axioma da democracia participativa, ou supremo direito da humanidade (Bonavides).
*
*
Dos direitos sociais e sua aplicabilidade
Segundo José Afonso da Silva, todas as normas constitucionais têm aplicação imediata, ou seja, são dotadas de meios e elementos necessários à sua pronta incidência sobre fatos, condutas ou comportamentos, porém não se deve confundir com aplicabilidade, já que normas de eficácia plena e contida possuem aplicabilidade direta e imediata (grupo autoexecutáveis), enquanto de eficácia limitada são de aplicabilidade indireta, mediata e não integral – dependem de atuação legislativa ou administrativa futura por parte do Poder Público.
Assim, a doutrina observa que, em regra, as normas definidoras de direitos e garantias individuais (1ª dimensão – direitos fundamentais e individuais) seja de aplicabilidade imediata, mas aquelas definidoras de direitos sociais, econômicos e culturais (2ª dimensão – direitos sociais) nem sempre são de aplicabilidade imediata, porque dependem na maioria das vezes de providências (lei ou regulamentação) para completar sua eficácia e possibilitar sua aplicação.
*
*
Direitos Sociais – artigo 6° da CRFB/88
Educação;
Saúde;
Alimentação;
Trabalho;
Moradia;
Lazer;
Segurança;
Previdência social;
Proteção à maternidade e à infância;
Assistência aos desamparados.
*
*
PEC DA FELICIDADE
ART. 6° “ESSENCIAIS À BUSCA DA FELICIDADE”
*
*
Da Ordem Social – artigo 193° da CRFB/88
Seguridade Social (art.194-204)
 - Saúde (art. 196-200)
 - Previdência Social (art. 201-202)
 - Assistência Social (art.203-204)
Educação (art. 205-214);
Cultura (215-216)
Desporto (217);
Ciência e Tecnologia (218-219);
Comunicação Social (220-224);
Meio Ambiente (225);
Família, Adolescente, Jovem, e Idoso (226-230);
Índios (231-232)
*
*
Direitos Sociais – artigo 6° da CRFB/88
Os direitos sociais, embora previstos no artigo 6°, trazem o conteúdo de uma ordem social em nossa Constituição e, por isso, possuem Título próprio: Título VIII (artigo 193 c/c 170).
José Afonso da Silva e Lenza observam que os direitos sociais, embora disciplinem relações subjetivas de indivíduos e grupos, dependem ou têm como pressuposto os direitos econômicos, vez que “sem uma política econômica orientada para a intervenção e participação estatla na economia não se comporão as premissas necessárias ao surgimento de um regime democrático de conteúdo tutelar dos fracos e dos mais numerosos”.
Importante ressaltar que os direitos sociais se inserem na configuração do Estado Social de Direito, situados entre os direitos de segunda geração tendo em vista exigirem prestações positivas implementadas pelo Estado (Social de Direito) com o fim de concretizar uma igualdade material, substancial e social, gerando melhores condições de vida à população hipossuficiente – direitos sociais e econômicos – fundamentos do Estado brasileiro – art. 1, par.IV, da CF/88.
De fato, por força do artigo 5°, par. 1°, os direitos sociais, enquanto direitos fundamentais, possuem aplicação imediata, podendo e devendo ser implementados, cabendo, entretanto, em caso de omissão legislativa, pelas técnicas de controle concentrado (ADO) ou difuso (Mandado de Injunção), ao poder público possibilitar sua efetiva implementação e cumprimento.
*
*
ORDEM SOCIAL – ART. 193 DA CF/88
Dispõe que “a ORDEM SOCIAL tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar e a justiça sociais”, estabelecendo, segundo Pedro Lenza, “perfeita harmonia com a ORDEM ECONÔMICA, que se funda, também, nos termos do art. 170, caput, na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. A ordem econômica tem por fim (objetivo), em igual medida, assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”.
*
*
J.J. Gomes Canotilho e a problemática dos direitos sociais, econômicos e culturais
Direitos sociais, econômicos e culturais são direitos de 2ª geração e, para sua implementação, exigem determinada prestação estatal, o que certamente demandará gasto público.
Existe um dilema entre a efetivação dos chamados direitos de 2ª geração e a alocação dos recursos financeiros que são finitos.
A questão passa pelas ESCOLHAS a serem implementadas por meio de políticas públicas.
*
*
DO MÍNIMO EXISTENCIAL
O “mínimo existencial” está ligado à ideia de justiça social e deve ser visto como base e alicerce da vida humana.
Trata-se de um direito fundamental e essencial, vinculado à Constituição Federal tal como aqueles constantes do Título II que trata das “Garantias e Direitos Fundamentais”, ou seja, são direito sem os quais não conseguiríamos viver; são inerentes a todo ser humano.
*
*
CONCEITO
É um direito que visa garantir condições mínimas de existência humana digna e se refere aos direitos positivos (2ª geração), pois exige que o Estado ofereça condições para que haja eficácia plena na sua aplicabilidade.
*
*
Estado de Bem Estar Social e
 o Mínimo Existencial
Os direitos abrangidos pelo mínimo existencial são os que estão relacionados com os direitos sociais, econômicos e culturais, previstos na Constituição Federal (como o trabalho, salário mínimo, alimentação, vestimenta, lazer, educação, repouso, férias e despesas importantes, como água
e luz – artigos 6° ao 11° da CF/88). São direitos de 2ª geração que possuem caráter programático, pois o Estado deve desenvolver programas para que esses direitos alcancem o indivíduo.
*
*
O mínimo existencial, portanto, abrange o conjunto de prestações materiais necessárias e absolutamente essenciais para todo ser humano ter uma vida digna. Ele é tão importante que é consagrado pela Doutrina como sendo o núcleo do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, previsto no artigo 1º, III c/c 3°, III, da CF/88.
*
*
Ocorre que, diante da falta de recursos financeiro, orçamentário, do Estado, para garantir o efetivo cumprimento ou efetivação dos direitos fundamentais, o que faz nascer nesse contexto a denominada teoria da reserva do possível, isto é, o fenômeno que impõe limites para a efetivação dos direitos fundamentais prestacionais, como os direitos sociais. (Capítulo II, Título II, da CRFB/88 – os chamados elementos socioideológicos da Constituição)
Mínimo Existencial x Reserva do Possível
*
*
A tese ou ideia reserva do possível ou “reserva do financeiramente possível” ou ainda “reserva da consistência”, surgiu na Alemanha, em 1960, com o julgamento de seu Tribunal Constitucional do seguinte caso: havia um grande número de interessados em ingressar nas áreas como direito, medicina, farmácia e outras. Na sentença foram impostos certos limites à quantidade de estudantes que ingressariam em determinados cursos universitários, firmando o posicionamento de que o indivíduo somente poderá requerer do Estado prestação que seja no limite do razoável.
*
*
Eis que surge o conflito entre a Reserva do possível e o Mínimo existencial. Acontece que de um lado o Estado (Executivo-Fiscal) dizendo que não há recursos para custear, por exemplo, a assistência médica, pois as verbas já foram divididas e aplicadas, e no outro lado, princípios e fundamentos que garantem o acesso de todos para se ter uma vida digna (Estado Prestacional ou Compromissório).
*
*
De acordo com Ingo Wolfgang Sarlet (A eficácia dos direitos fundamentais) a dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca e distintiva de cada pessoa e isso já mereceria respeito do Estado e de seus pares, pois cada pessoa tem sua gama de Direitos e deveres fundamentais que o asseguram de qualquer ato desumano ou degradante, justificando-se as garantias mínimas para sua existência.
*
*
O Direito à Vida é inerente ao individuo e traz à tona o princípio da dignidade da pessoa humana que é direito fundamental previsto em nossa constituição.
*
*
Mínimo existencial: concretização dos direitos sociais e a implementação de políticas públicas 
Diante da inércia estatal injustificável ou da abusividade governamental, o Judiciário brasileiro vem proferindo decisões importantes de controle e intervenção nas políticas públicas:
Exemplo ADPF n.45/DF: dimensão política da jurisdição constitucional do STF. Inopobilidade do arbítrio estatal à efetivação dos direitos sociais, econômicos e culturais. Caráter relativo da liberdade de conformação do legislador. Cláusula reserva do possível. Necessidade de presevação, em favor dos indivíduos, da integridade e da intangibilidade do núcleo consubstanciador do mínimo existencial.
*
*
Direitos Sociais e o Estado Prestacional: a tensão entre Estado Social e Estado Fiscal
Toda prestação estatal exige um gasto público e uma escolha política (políticas públicas), o que traz à tona a problemática ou dilema entre a efetivação de terminados direitos sociais e a alocação de recursos financeiros do Estado, que são finitos;
Com precisão, Lenza menciona o posicionamento do Min. Celso de Mello: (vale a leitura)
Palavras do Min. Celso de Melo acerca das chamadas escolhas trágicas: essa relação dilemática(...)conduz os Juízes deste Supremo Tribunal a proferir decisão que se projeta no contexto das denominadas ‘escolhas trágicas’ que nada mais exprimem senão o estado de tensão dialética entre a necessidade estatal de tornar concretas e reais as ações e prestações de saúde em favor das pessoas, de um lado, e as dificuldades governamentais de viabilizar a alocação de recursos financeiros, sempre tão dramaticamente escassos, de outro”.
*
*
Direitos Sociais e o Estado Prestacional: a tensão entre Estado Social e Estado Fiscal
Obs: direitos sociais> prestação estatal> análise econômica dos direito
Obs:Metodologia fuzzy (indeterminação, vaguesa)
Obs: “camaleão normativo” – instabilidade e imprecisão normativa de um sistema jurídico aberto> direitos sociais
A problemática dos Direitos Sociais é matéria pendente no STF, mas Lenza enfatiza que ao menos o Supremo já enfrentou o dilema com destaque para dois importantes critérios de solução:
(1) Proibição da evolução reacionária (ou retrocesso social)> no Estado Social de Direito os direitos sociais assumem a natureza de garantia institucional e direito subjetivo;
(2) Integridade e intangibilidade do núcleo consubstanciador do “mínimo existencial”.
*
*
Princípio do não retrocesso social ou da proibição da evolução reacionária
O Estado Social de Direito impõe um comportamento positivo para a implementação dos direitos sociais, o repercute na esfera de atuação:
1 – condução de políticas públicas;
2 – atuação do legislador;
3 – julgador no caso da solução de conflitos
A noção essencial é que, considerada a ideia de reserva do possível, devem o Estado-Administração, Estado-Legislador e Estado-Juiz observar o núcleo essencial do princípio da vedação ao retrocesso, promovendo a efetivação e concretização dos direitos sociais uma vez constitucionalmente assegurados. Logo, é um princípio de direito subjetivo público bem como de garantia institucional. Daí o porquê se desdobra a ideia de democracia tanto no viés político quanto socioeconômico.
*
*
Julgamento STF – Ministra Ellen Gracie – a favor da suspensão da liminar que autorizava, mediante MS, fornecimento de medicamento a paciente com câncer.
 “Verifico estar devidamente configurada a lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem administrativa, porquanto a execução de decisões como a ora impugnada afeta o já abalado sistema público de saúde. Com efeito, a gestão da política nacional de saúde, que é feita de forma regionalizada, busca uma maior racionalização entre o custo e o benefício dos tratamentos que devem ser fornecidos gratuitamente, a fim de atingir o maior número possível de beneficiários. Entendo que a norma do art. 196 da Constituição da República, que assegura o direito à saúde, refere-se, em princípio, à efetivação de políticas públicas que alcancem a população como um todo, assegurando-lhe acesso universal e igualitário, e não a situações individualizadas. A responsabilidade do Estado em fornecer os recursos necessários à reabilitação da saúde de seus cidadãos não pode vir a inviabilizar o sistema público de saúde. No presente caso, ao se deferir o custeio do medicamento em questão em prol do impetrante, está-se diminuindo a possibilidade de serem oferecidos serviços de saúde básicos ao restante da coletividade. Ademais, o medicamento solicitado pelo impetrante, além de ser de custo elevado, não consta da lista do Programa de Dispensação de Medicamentos em Caráter Excepcional do Ministério da Saúde, certo, ainda, que o mesmo se encontra em fase de estudos e pesquisas.”
( BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Suspensão de Segurança nº SS 3073/RN – Rio Grande do Norte. Relator: Ministra Ellen Gracie. Julgado em: 09. Fev. 2007)
*
*
Da Ordem Social – artigo 193° da CRFB/88
Como vimos> Ordem social> primado> trabalho> indivíduo> contribui> labor> progresso da sociedade à qual pertence> sente-se útil e respeitado> valorização social.
Conforme artigo 6° da CF/88, o trabalho é um direito social fundamental, ou seja, é imprescindível à promoção da dignidade da pessoa humana (art.1°, III, CF/88).
O que é o bem-estar social? É um estado de satisfação física e psíquica das pessoas, concretizadas através do conforto, da
cultura e do lazer.
E o que vem a ser a justiça social? Significa que a riqueza produzida no país deve ser equanimemente distribuída, assegurando-se uma existência digna e uma condição social adequada ao padrão da comunidade, ou seja, adequação segundo critérios justos (Ana Claudia Redecker – Comentários à Constituição de 88 – pag. 2105).
*
*
Da Ordem Social – artigo 193° da CRFB/88
Seguridade Social (art.194-204)
leitura do dispositivo
Art. 194, CF/88 - envolver a atuação do Poder Público e da Sociedade> visando o que? ASSEGURAR OS DIREITOS:
(a) Saúde;
(b) Previdência;
(c) Assistência Social.
Arts. 194 e 195, CF/88 - Seguridade social é uma técnica de produção social, custeada solidariamente por toda a sociedade segundo o potencial de cada um, propiciando a todos universalmente o bem-estar das ações da saúde e dos serviços assistenciais em nível mutável, conforme a realidade socioeconômica, e o das prestações previdenciárias. (Wladimir Novaes Matines)
*
*
Objetivos da Ordem Social
Art. 194 da CRFB/88
Objetivos (princípios orientadores que servem de alicerce para a organização da seguridade social):
a) universalidade da cobertura e do atendimento;
Universalidade da cobertura (objetiva): todas as questões sociais básicas (riscos, infortúnios etc – ver art. 201, CF/88) devem ser cobertos pelo sistema de seguridade
Universalidade do atendimento (subjetiva): dever imposto ao Estado de garantir a todas as pessoas o acesso aos direitos compreendidos pela seguridade social
Além disso, a universalidade é característica básica dos direito humanos, tornando as prestações decorrentes do sistema de seguridade social mais abrangente possível
Por exemplo, conforme arts. 196 e 200, o direito à saúde é organizado através e sistema integrado pelas entidades da Federação, atendendo sem discriminação e com acesso universal e igualitário.
Ocorre também com a Assistência Social, desde comprovada a situação de necessidade e preencha os requisitos para fruição das prestações estatais, de acordo com 203 da CF
Entretanto, a Previdência possui natureza de seguro e, como tal, cria um vínculo jurídico entre o Estado e o Segurado. No Brasil, existe um Regime Geral de Previdência Social que abrange todas as categorias profissionais (exceto os servidores públicos da federação com regime próprio).
*
*
Objetivos da Ordem Social
Art. 194 da CRFB/88
b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
As populações urbanas e rurais fazem parte do mesmo Regime Geral de Previdência Social – RGPS, igualdade esta conquistada pela primeira vez na CF de 1988 – VALOR DA IGUALDADE
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
Seletividade: garantir aos mais necessitados e carentes a concessão dos benefícios e serviços de acordo com sua condição econômica. Ex: salário família – art. 201, IV.
Distributividade: prestações mais urgentes tenham prioridade em relação a outros tratamentos e sucessivamente, seja na prestação da saúde quanto no atendimento dos serviços de assistência social.
*
*
Objetivos da Ordem Social
Art. 194 da CRFB/88
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios: preservar o poder aquisitivo dos segurados e de seus dependentes
Exemplo: salário mínimo – art. 7, IV; salário dos empregados – art. 7, VI
e) Equidade na forma de participação no custeio
Está atrelado aos preceitos da igualdade e da capacidade de custeio, ou seja, o custeio se dá em conformidade com a capacidade contributiva do assegurado, com base em seus rendimentos; quem tem mais renda deve contribuir mais para o sistema. Ex: art. 195, par.9, CF/88
*
*
Objetivos da Ordem Social
Art. 194 da CRFB/88
f) Diversidade da base de financiamento 
Para custeio da seguridade social, tem-se um sistema tríplice ou misto de financiamento, mantido por contribuições sociais específicas a cargos de trabalhadores e empresas e de recursos orçamentários dos entes da federação (v. caput do art. 195, CF/88).
g) Caráter democráticos e descentralizado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados
Ou seja, os diversos órgãos colegiados que compõem a estrutura da seguridade social terão participação de segmentos da sociedade representada pelo governo, pelos empregadores, pelos empregados e pelos aposentados. Exemplo: Conselho Nacional de Previdência Social (l. 8.213/91 art. 3) e Conselho nacional de Assistencia Social (art.17, L. 8742/93)
*
*
Contribuições para a Seguridade Social
Art. 195 da CRFB/88
Segundo Marcelo Leonardo Tavares, conceitua Geraldo Ataliba que “contribuição social é tributo vinculado cuja hipótese de incidência consiste numa atuação estatal indireta e mediata referida ao obrigado” (Direito Previdenciário, pag.9)
As contribuições sociais são tributos, conforme art. 3 do CTN.
Segundo a doutrina, além dos tributos como impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria, as contribuições para seguridade social estão entre a chamada CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (sentido amplo), enquanto contribuição social (em sentido estrito – contribuição para a seguridade), ao lado das contribuições de intervenção no domínio econômico, de interesse de categoria profissional ou econômica, e contribuição de iluminação pública.
*
*
Contribuições para a Seguridade Social
Art. 195 da CRFB/88
O financiamento da seguridade pode ser de duas formas:
direta: pagamento das contribuições pelos segurados;
Indireta: mediante comprometimento parcial dos orçamentos dos entes federativos e pela contribuição devida pelas empresas, componente do preço dos produtos e serviços adquiridos por toda a sociedade.
Obs: as empresas contribuem mediante pagamento sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho prestado pelos segurados, que é a chamada CPP – contribuição patronal previdenciária; sobre a receita ou faturamento – COFINS e ao PIS, bem como sobre o lucro.
Todas as contribuições visam assim à manutenção das prestações sociais de saúde, assistência e previdência social.
*
*
Aula 06: Direito à Saúde na dogmática pós-positivista
*
*
Direito à Saúde
Previsão legal: art. 6° c/c art.196° e 197° da CF/88
Direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas;
Possui dupla dimensão: natureza negativa: Estado ou terceiros devem abster-se de praticar atos que prejudiquem outrem; natureza positiva: Estado prestacionista, atuante, que deve implementar o direito social (segundo José Joaquim Gomes Canotilho).
*
*
Direito à Saúde
Segundo a OMS, saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas mera ausência de doenças. Conforme art. 3, Lei 8080/90, envolve fatores como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, o lazer e o acesso aos bens essenciais.
O direito à saúde é indissociável ao direito à vida e ao princípio da dignidade da pessoa humana, estando inserido no rol dos direitos fundamentais – art.6 – bem como é elemento essencial que compõe o mínimo existencial (conjunto de elementos que assegura uma vida digna).
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Viando a execução das políticas públicas de saúde, a Constituição instituiu o SUS – Sistema Único de Saúde (conceito SUS art. 4 da Lei 8080/90).
O Sistema Único de Saúde está baseado no financiamento público e na cobertura universal das ações de saúde. Dessa forma, para que o Estado possa garantir a manutenção do sistema, é necessário que se atente para a estabilidade dos gastos com a saúde e, consequentemente, para a captação de recursos.
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O financiamento do Sistema Único de Saúde, nos termos do art. 195 (LEITURA), é financiado e opera-se com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (art. 198,
par.1°)
A competência é comum dos entes da Federação para cuidar da saúde, como consta do art. 23, II, da Constituição. Assim, União, Estados, Distrito Federal e Municípios são responsáveis solidários pela saúde, tanto do indivíduo quanto da coletividade e, dessa forma, são legitimados passivos nas demandas.
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O art. 200 da Constituição estabelece as competências do Sistema Único de Saúde (SUS) e é regulamentado pelas Leis Federais 8.080/90 e 8.142/90. 
O SUS consiste no conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, incluídas as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos e medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Dispõe o art. 31, da Lei 8080/90 que “o orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde SUS de acordo como a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A Emenda Constitucional n. 29/ 2000 acrescentando os pars. 1 e 2 determinou ao entes federativos aplicação de recursos mínimos nas ações e serviços públicos de saúde. (c/c art.34, II, CF)
LC 141/2012 estabeleceu as regras de recursos mínimos nas ações públicas de saúde aos entes federativos.
Art. 199, CF: evidencia a possibilidade de assistência à saúde pela iniciativa privada, mediante contrato ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Critérios utilizados para a adjudicação de prestações relacionadas a políticas públicas na área de saúde.
(a) Poder Judiciário determina cumprimento da política pública quando a prestação pleiteada esteja incluída ou faça parte entre as políticas sociais e econômicas pelo SUS
(B) caso em que a prestação de saúde pleiteada não está incluída entre as políticas sociais e econômicas formuladas pelo SUS, verifica-se 3 situações distintas:
B.1) quando há omissão legislativa ou administrativa
Ex: fornecimento de remédio de alto custo não contemplado nos protocolos e diretrizes terapêuticos do SUS, o que abre espaço para o cumprimento determinado pelo Judiciário, diante do não fornecimento injustificado de uma prestação de saúde.
B.2) quando o SUS fornece um tratamento alternativo ao pleiteado: situação 1, prevalece o fornecido em detrimento daquele escolhido pelo paciente; ou, quando ainda não existe tratamento específico para determinada patologia ou não testado pelo SUS – objeto de impugnação judicial.
C) quando há vedação legal à dispensa do fornecimento do medicamento para a prestação de saúde pleiteada
Ou seja, a primeira condição para que o SUS possa incorporar um medicamente é que o medicamente esteja registrado no Ministério da Saúde, logo há vedação legal por força do art. 12 da 6360/76 (dispõe sobre vigilância sanitária e medicamentos).
*
*
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A fim de assegurar o atendimento integral à saúde, é imprescindível que o SUS não só preste atendimento médico-hospitalar, como também forneça medicamentos, equipamentos (muletas, cadeiras de roda etc) imunobiológicos, insumos etc, a quem deles necessitar;
Deve também, considerando que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial a uma sadia qualidade de vida, colaborar para sua proteção, inclusive, no ambiente de trabalho para a saúde do trabalhador.
*
*
Mínimos existencial, concretização dos direitos sociais e a implementação de políticas públicas.
O caso do Direito à saúde: 
tratamento e fornecimento de medicamentos
Os direitos sociais (2ª geração) tratam das liberdades positivas as quais exigem do Estado uma prestação ou atuação efetiva através de políticas públicas.
O caso do fornecimento de medicamentos não previstos na lista do SUS, ou custeamento do Estado de tratamento de Saúde, o STF vem sedimentando o entendimento de que:
“o direito subjetivo público à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível (...) bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável, o Poder Público, a quem incumbe formular - e implementar – políticas sociais e econômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, inclusive àqueles portadores do vírus HIV, o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica e médico-hospitalar. O direito à saúde – além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas – representa consequência constitucional indissociável do direito à vida. O poder público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da sáude da população, sob pena de incidir, ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. A interpretação da norma programática não pode transformá-la em promessa constitucional inconsequente.(RE 271.286-AgR, Rel. Min Celso de Mello, DJ 24-11-2000) 
*
*
Legislação e Posicionamento do STF no sentido da responsabilidade solidária dos entes federativos em matéria de saúde e outros
BASE NORMATIVA:
Art. 23, II, CF/88: competência comum dos entes federativos quanto à saúde, assistência pública e da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Art. 7, XI, L.8080/90: conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos dos entes federativos na prestação de assistência à saúde da população.
*
*
Legislação e Posicionamento do STF no sentido da responsabilidade solidária dos entes federativos em matéria de saúde e outros
JURISPRUDÊNCIA I 
RE 482.611/SC:
Crianças e adolescentes vítimas de abuso e ou exploração sexual. Dever de proteção integral à infância e à juventude. Obrigação constitucional que se impõe ao poder público. Programa sentinela-Projeto Acorde. Inexecução, pelo Município de Florianópolis/SC, de referido programa de ação social cujo adimplemento traduz exigência de ordem constitucional. Configuração, no caso, de típica hipótese de omissão constitucional imputável ao Município. Desrespeito à Constituição provocado por inércia estatal. comportamento que transgride a autoridade da lei fundamental. Impossibilidade de invocação, pelo poder público, da cláusula da reserva do possível sempre que puder resultar, de sua aplicação, comprometimento do núcleo básico que qualifica o mínimo existencial. Caráter cogente e vinculante das normas constitucionais, inclusive daquelas de conteúdo programático, que veiculam diretrizes de políticas públicas (íntegra da decisão em Notícias do STF 24.03.2010)
*
*
Legislação e Posicionamento do STF no sentido da responsabilidade solidária dos entes federativos em matéria de saúde e outros
JURISPRUDÊNCIA II
Min. Celso de Mello RE 639.337-AgR, DJE de 15.09.11:
“cláusula da reserva do possível que não poder ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição, que encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana (...) a noção de mínimo existencial que resulta, por ilicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1, III, e art.3, III) compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da
plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia”.
*
*
Questão objetiva (fonte: Exame OAB - CESPE - 2009):
Associado à questão da aplicação dos direitos fundamentais de segunda dimensão é lícito afirmar que são direitos que têm sua efetividade afirmada segundo:
A reserva do possível encontrada na dignidade da pessoa humana
O mínimo existencial do Estado que o impossibilita de atender todas as demandas sociais prestacionais
C) A reserva do possível do Estado que obriga o atendimento das demandas sociais independentemente de recursos orçamentários
D) O mínimo existencial encontrado na dignidade da pessoa humana
E) A reserva do possível que não se relaciona aos recursos financeiros do Estado
*
*
Questão objetiva (fonte: Exame OAB - CESPE - 2009):
Associado à questão da aplicação dos direitos fundamentais de segunda dimensão é lícito afirmar que são direitos que têm sua efetividade afirmada segundo:
A reserva do possível encontrada na dignidade da pessoa humana
O mínimo existencial do Estado que o impossibilita de atender todas as demandas sociais prestacionais
C) A reserva do possível do Estado que obriga o atendimento das demandas sociais independentemente de recursos orçamentários
D) O mínimo existencial encontrado na dignidade da pessoa humana
E) A reserva do possível que não se relaciona aos recursos financeiros do Estado
GABARITO: D
*
*
DA ASSITÊNCIA SOCIAL – Artigos 203 e 204
- Leitura dos dispositivos
Marcelo Leonardo Tavares (Direito Previdenciário, 12ª ed) conceitua “assistência social” como política social destinada a prestar, gratuitamente, proteção à família, maternidade, infância, adolescência, velhice e aos deficientes físicos.
Destaca ele ainda que, segundo J. Franklin Alves Felipe, “ao lado do seguro social previdenciário, o Estado presta também assistência social em certas circunstâncias (velhice, doenças etc), em caráter normalmente geral e de forma voluntária, posto que não retribui, nesses casos, contribuições recebidas”
*
*
DA ASSITÊNCIA SOCIAL – Artigos 203 e 204
Miguel Hovarth Júnior (Direito Previdenciário, 8ª ed., pág. 123, entende que assistência social é “direito do cidadão e dever do estado, é política social não contributiva que provê os mínimos sociais. É realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas”.
Ensina Gilmar Ferreira Mendes (Curso de Direito Constitucional, 6ª ed, Saraiva, 2011, pág. 707) que assistência social destina-se “a garantir o sustento, provisório ou permanente, dos que não têm condições para tanto. Sua obtenção caracteriza-se pelo estado de necessidade de seu destinatário e pela gratuidade do benefício, uma vez que, para seu recebimento, é indiferente que a pessoa contribua com a seguridade social.
*
*
DA ASSITÊNCIA SOCIAL – Artigos 203 e 204
DIRETRIZES:
Art. 204 
descentralização político-administrativa das ações;
Participação das populações
OBJETIVOS (ART. 203):
1 – proteção à família, maternidade, infância, adolescente, velhice;
2 – amparo às crianças e adolescentes carentes;
3 – promoção da integração ao mercado de trabalho;
4 – habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
5 – garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
*
*
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Artigo 201
SISTEMAS: no Brasil, são dois: público e o privado.
Previdência privada: é um sistema complementar e facultativo de seguro, de natureza contratual. Suas normas básicas estão previstas no art. 202 da CF/88 e nas LCs 108 e 109/2001.
a.1) aberto: acessível a qualquer pessoa
a.2) fechado: vínculo empregatício com a empresa ou agente público (U, E, DF e Mun.). Exemplo: PREVI – fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil; ou CAARJ – caixa de assistência dos Advogados.
b) Previdência pública: caracteriza-se por ser mantida por pessoa jurídica de direito público; 
Características: natureza institucional; filiação compulsória e; contribuições com natureza tributária; pode ser destinado aos servidores aos servidores públicos e mantido pelos entes políticos da federação, ou aos trabalhadores da iniciativa privada e gerido por uma autarquia federal – INSS
*
*
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Artigo 201
REGIMES: 
a) Regime Geral de Previdência Social (art. 201 c/c art. 23, XXIII)
Lei instituidora do RGPS: Lei 8213/1991, que estabeleceu o Plano de Benefícios da Previdência Social (regulamentado pelo Dec. 3048/99), sendo gerido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS – autarquia federal).
b) Regime próprio de previdência social (art.24, XII c/c art. 149 – União – e par. 1° - Estado, DF e Municípios – da CF/88)
Entende-se por regime próprio de previdência social o que assegura pelo menos as aposentadorias e pensão por morte previstas no artigo 40 da CF.
Suas regras constitucionais estão previstas no art. 40, aplicando-se subsidiariamente as normas do art. 201 (RGPS)
Lei que regulamenta o RPPS: Lei 9717/1998
*
*
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Artigo 201
BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL:
Aposentadoria por (assegurados): invalidez, idade, tempo de contribuição e especial
Auxílio (assegurado): doença, acidente, família e maternidade
Para dependentes: pensão por morte e auxílio-reclusão
SERVIÇOS:
Para segurados e dependentes : serviço social e reabilitação profissional
PRESTAÇÕES ESPECIAIS:
I – salário-família (empregados e trabalhadores de baixa renda em atividade, em gozo de auxílio doença e aposentados em determinadas condições
II – auxílio-acidente: restrito a trabalhadores, empregados e segurados especiais
III – aposentadoria especial: empregados, trabalhadores avulsos e, dentre os contribuintes individuais, ao filiado à cooperativa
IV – aposentadoria por tempo de contribuição
*
*
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Artigo 201
CRITÉRIOS DE APOSENTADORIA:
- Aposentadoria por invalidez: segurado for considerado incapacitado e insuscetível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade, enquanto permanecer nesta situação, estando condicionada ao afastamento de todas as atividades.
- Aposentadoria por idade: (homem: 65 anos; mulher: 60 anos – completos); requisitos: idade e carência: 126 contribuições.
- Aposentadoria por tempo de contribuição (art. 201, par.7): homem: 35 anos de contribuição; mulher: 30 anos – professores dos níveis infantil, fundamental e médio – 30 e 25, respectivamente, para homens e mulheres.
Aposentadoria especial (art. 201, par.1° c/c Lei 8.213/91): 
São consideradas condições especiais aquelas insalubres, que exponham o segurado a agentes nocivos à saúde ou integridade física: atividades que envolvam elementos químicos, físicos, biológicos ou se associem ou coloquem em exposição.: metalurgia, fabricação de vidro, telefonista etc (ruído, ruído de impacto, arsênio etc) 
*
*
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – Artigo 201
APOSENTADORIA ESPECIAL. A QUESTÃO DO SERVIDOR PÚBLICO (art. 201, par.1 c/c art. 40, par. 4, III, da CF/88)
O STF diante de omissão legislativa ou inexistência das leis complementares, requeridas pela Constituição, julgou parcialmente o pedido formulado pela servidora pública federal que pleiteou o reconhecimento de seu direito à aposentadoria especial de que trata o III, par. 4°, art. 40 da CF/88, determinando que seja adotada, na condição do benefício à servidora, a regra legal aplicável ao RGPS (Lei. 8213/91, art. 57). Nessa ação (MI 721/DF), o STF deixou assente que o mandado de injunção possui caráter mandamental, e não meramente declaratório, cabendo ao Poder Judiciário, por força do disposto no art. 5, LXXI, e par. 1°, da CF/88, ‘não apenas emitir certidão de omissão do Poder incumbido de regulamentar o direito a liberdades constitucionais, a prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, mas viabilizar, no caso concreto, o exercício desse direito, afastando as consequências da inércia do legislador’. (MI 721/df, rel. Min. Marco Aurélio, em 30.08.2007)
*
*
REFERÊNCIAS:
Diego Rafael Slim Vargas. A reserva do possível vs mínimo existencial: e sua aplicabilidade no Brasil (http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9507 )
Suélen Pereira Coutinho do Nascimento. Mínimo existencial x reserva do possível http://antoniopires.jusbrasil.com.br/artigos/121940660/minimo-existencial-x-reserva-do-possivel )
Paulo Bonavides. Curso de Direito Constitucional. 25 ed. São Paulo, Malheiros.
Ingo W. Sarlet. A eficácia dos direitos fundamentais. 10 ed. Porto Alegre. 
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direitos Constitucional Descomplicado.
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando