Grátis
34 pág.

Denunciar
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Santos Cesar
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Santos Cesar
Pré-visualização | Página 4 de 9
aprender sobre o comportamento individual e grupal nas e-orgs. Comportamento Organizacional 14 PERCEPÇÃO E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Percepção é o processo pelo qual as pessoas organizam e interpretam suas impressões, para dar significado ao seu ambiente. Assim podemos entender que percepção é a maneira como nós vemos, julgamos, conceituamos e qualificamos, a nós mesmos - autopercepção - a outras pessoas - percepção interpessoal ou heteropercepção e também ao ambiente. Porque a percepção é importante no Comportamento Organizacional? Porque as decisões que as pessoas tomam sobre seus comportamentos serão baseadas na sua percepção da realidade e que não necessariamente é a realidade! Já não lhe aconteceu de pensar em comprar um carro de determinada cor e modelo e, de repente, reparar na rua quantos outros carros iguais circulam? Sua conclusão pode ser que aquela cor está na moda ou que é um bom carro e tomar sua decisão de compra. Mas a realidade é que estes já carros estavam lá antes por que não foram percebidos? Nossa atenção é atraída mais facilmente para situações que confirmem nossas expectativas! Este um bom exemplo de como somos influenciados em nossa percepção e é o que chamamos: Percepção Seletiva As pessoas interpretam seletivamente o que vêem a partir dos seus interesses, antecedentes, experiências e atitudes. Nós não percebemos o mundo que nos rodeia como ele realmente é e não vemos as pessoas como elas são, mas de acordo com o que significam para nós. Quando consideramos um fato ou julgamos uma pessoa, utilizamos nosso quadro referencial, que é formado pelo conjunto de nossos valores, experiências, costumes, crenças, preconceitos, emoções, sentimentos, motivações, expectativas. Outro exemplo é o da influência dos chamados: Estereótipos Quando se julga alguém com base em nossa percepção do grupo do qual faz parte. Coisas do tipo “profissionais mais velhos não conseguem aprender novas habilidades”. Já pensou em você como gestor tendo que definir quem de sua equipe deverá participar Comportamento Organizacional 15 de determinado treinamento e se deixando influenciar por um estereótipo deste? Efeito de Halo Cria-se uma impressão geral de alguém, com base em uma única característica, ou seja, a avaliação de um aspecto interfere na avaliação sobre outros fatores, contaminando o resultado geral. Por exemplo, em uma pessoa simpática e sociável passa a ser vista como um bom comunicador Obs.: este conceito foi cunhado por Edward Thorndike, psicólogo, em 1920, a partir de seus estudos sobre como oficiais das forças armadas avaliavam seus subordinados. Os resultados foram surpreendentes na medida em que havia uma forte correlação entre a avaliação das aptidões dos soldados e sua aparência física. Algo como se o soldado mais bonito - ou mais forte, ou com melhor postura - atirasse melhor do que os outros, fosse mais veloz, mais habilidoso com uma faca, bom de cálculo e tocasse piano como ninguém. Ou seja, se uma pessoa faz bem alguma coisa, ela fará bem todas as outras coisas — e também o contrário, se faz uma coisa mal, fará mal todas as outras. Esta distorção de percepção muitas vezes leva o gestor a promover ou delegar novas atribuições a alguém que está se saindo muito bem em determinada posição ou atividade e ficar surpreso com a dificuldade desta pessoa em se adaptar a esta nova situação. Estudos posteriores acrescentaram que o Efeito Halo era altamente influenciado pela primeira impressão. Isto pode ser percebido nas entrevistas de seleção quando a boa impressão que se tem da aparência e postura do candidato influenciam na avaliação de suas competências ou ainda nos programas de avaliação de desempenho, no qual o avaliador sofre a interferência da simpatia ou antipatia que tem pelo avaliado. Efeitos de Contraste A avaliação de uma pessoa ou situação é afetada pela comparação com outras pessoas conhecidas ou situações vividas recentemente e que tem as características que buscamos avaliar melhores ou piores. Mais uma vez podemos pensar no processo seletivo, um sequência de candidatos medíocres pode beneficiar um candidato Comportamento Organizacional 16 razoável, que comparativamente parecerá ótimo. Teoria da Atribuição A Teoria da Atribuição se propõe a explicar a forma como julgamos os comportamentos dos outros: quando observamos um comportamento tentamos determinar se suas causas são internas ou externas. O erro fundamental que a teoria aponta é a tendência das pessoas a subestimar a influência da causa externa nos comportamentos e superestimar a influência da causa interna. Veja um exemplo: uma pessoa de sua equipe chega atrasada, você pode imaginar que o atraso foi causado por um tremendo engarrafamento - causa externa, sobre a qual ele tem pouco ou nenhum controle. Mas, como em geral acontece pode atribuir a uma causa interna - sobre a qual a pessoa tem controle: assim você logo irá imaginar que foi porque ele caiu na farra no dia anterior e perdeu a hora! Projeção Acontece quando se atribui ou se projeta no outro características que são da própria pessoa. Por exemplo, se você busca desafios em seu trabalho você assume que todos seus liderados também os buscam e ignora as famosas “diferenças individuais”. Até aqui, comentamos sobre distorções geradas pelo observador, mas também temos aquelas DISTORÇÕES GERADAS PELO PRÓPRIO ALVO. Observe uma vitrine: ela é organizada de forma a nos provocar determinada percepção: que aquela roupa deixará toda mulher tão bonita (e sexy e charmosa...) como o manequim. As cores, os contrastes, os sons, o tamanho e outras características do alvo influenciam a forma como ele será percebido por nós. Assim quando nos arrumamos ou preparamos uma apresentação em ppt, por exemplo, estamos interferindo no alvo para gerar determinada percepção. Assim também, um colaborador com bom marketing pessoal poderá atrair mais a atenção do gestor do que outro que apresenta resultados iguais ou até melhores, mas que faz “menos barulho” Para fechar os comentários sobre distorções na percepção, dê uma olhada Comportamento Organizacional 17 nesta figuras, algumas já conhecidas, mas que ilustram bem estas distorções. A famosa figura da bruxa e da jovem bonita é bastante utilizada porque reflete bem como nosso referencial do belo, como nossa expectativa de ver o que é bonito e agradável aos olhos nos atrai para a jovem. Experimente mostrar a mesma imagem para uma criança que verá mais facilmente a bruxa, que lembra personagem de histórias infantis. Veja o elefante: conceitualmente um mamífero quadrúpede, mas o que nossos olhos realmente vêem? Este é um bom exemplo da distorção provocada pelo alvo: aprendemos a ler com a letra preta sobre o papel branco, assim ao olharmos a figura imediatamente enxergamos o vaso preto, mas se olharmos com atenção perceberemos os perfis em branco Comportamento Organizacional 18 O questionamento que nos fazemos é: podemos desenvolver nossa autopercepção? SIM! E embora não exista uma “receita de bolo” algumas ações poderão ajudar no desenvolvimento da percepção. ● Conhecer o processo de percepção, as distorções existentes, estar atento para quando ocorrem e buscar eliminá-las. ● Treinar a atenção e a observação ● Ampliar o autoconhecimento: conhecer seus sentimentos, emoções, medos, conceitos