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futebol e futsal Unidade 1

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CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, iniciamos agora nossos estudos sobre o fute-
bol e o futsal. E para o melhor aproveitamento da disciplina, esta 
foi dividida em cinco unidades, descritas, brevemente, a seguir.
Na Unidade 1 preocupamo-nos em mostrar os possíveis ca-
minhos percorridos pelo futebol a partir da apresentação de alguns 
jogos da Antiguidade e da Idade Média, seus possíveis precursores, 
até o advento do denominado "futebol moderno" na Inglaterra, no 
século 19. No Brasil, optamos por contar sua trajetória histórica a 
partir do momento em que o futebol moderno chegou ao país, tra-
zido pelas mãos de Charles Miller, em 1894. Destacamos sua prática 
elitista e racista nas primeiras décadas do século 20, bem como os 
processos de popularização e profissionalização do futebol no país.
Na Unidade 2, estudamos o futebol como fenômeno moder-
no, paixão nacional e manifestação esportiva e cultural, com suas 
influências e implicações na vida pública e política de nosso país. 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
14
Na Unidade 3, buscamos apresentar toda a estrutura do jogo 
de futebol, desde sua proposta como simples modalidade esporti-
va até sua caracterização como jogo extremamente complexo, sus-
tentado por elementos táticos, técnicos e um conjunto de regras. 
Diante da complexidade do jogo de futebol/futsal, é preciso 
"dividi-lo" em unidades menores para que os alunos tenham con-
dições de passar por experiências que permitam seu aprendizado. 
Na Unidade 4 são apresentadas algumas possibilidades metodoló-
gicas que tem como objetivo permitir o desenvolvimento adequa-
do do jogo nestas modalidades.
Por fim, a Unidade 5 realiza um apanhado geral do futsal, 
apresentando sua trajetória histórica, os elementos técnicos, táti-
cos e as regras específicas da modalidade. O conteúdo desta unida-
de apoia-se nas informações fornecidas nas unidades anteriores, 
principalmente na relação técnica-tática a partir da metodologia 
fenômeno-estrutural.
Após essa breve exposição dos principais assuntos a serem 
abordados, você terá uma ideia do que trataremos ao longo da 
disciplina e poderá, assim, se preparar de maneira adequada para 
este jogo do saber que se inicia.
No Tópico Orientações para o Estudo da Disciplina você en-
contrará algumas orientações de cunho motivacional, dicas e es-
tratégias que lhe auxiliarão em seus estudos.
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA
Abordagem geral da disciplina
Prof. Ms. Robson Amaral da Silva
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado nesta disciplina. Aqui, você entrará em contato com os 
assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá 
a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada 
15© Caderno de Referência de Conteúdo
unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o 
conhecimento básico necessário a partir do qual você possa cons-
truir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural 
– para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com 
competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos co-
meçar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princí-
pios básicos que fundamentam esta disciplina. 
O conteúdo elaborado para o desenvolvimento desta discipli-
na está dividido em cinco unidades e organizado de forma que possa 
facilitar sua aprendizagem e, consequentemente, sua futura inter-
venção fundamentada na responsabilidade e ética profissionais.
O acesso à história do futebol e do futsal por meio da com-
preensão das condições históricas determinantes para suas traje-
tórias torna-se uma necessidade para o profissional de Educação 
Física. Conhecer os antecedentes históricos das modalidades com 
as quais irá trabalhar é saber se posicionar criticamente em sua 
própria área de atuação e reconhecer os fatores que a influenciam.
Em seguida, nossa preocupação se voltará para a estrutura 
do jogo. Que jogos são esses? Como poderíamos nos apropriar de-
les, no sentido de caracterizá-los e utilizá-los como instrumentos 
de nossas intervenções? 
Para muitos, o futebol e o futsal são jogos praticados com os 
pés por duas equipes, cujo objetivo é fazer mais gols que a equipe 
adversária. Diante da complexidade de suas estruturas, tal carac-
terização torna-se insuficiente para a compreensão dessas moda-
lidades esportivas. 
É necessário incluir a ideia de duas equipes que, pela cooperação 
e oposição, disputam um objeto (a bola) dentro de determinado espa-
ço, respeitando os demais jogadores e as regras específicas do jogo.
Para que essa disputa pela bola e as relações de oposição/
cooperação sejam possíveis, os espaços do jogo preenchidos ade-
quadamente e as situações de ataque e defesa da equipe, equili-
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
16
bradas, consideramos importante a utilização apropriada e cons-
ciente dos elementos técnicos (o que fazer?) e dos elementos 
táticos (como e quando fazer?).
Os elementos técnicos do jogo estão relacionados às tarefas 
motoras associadas ao passe, à condução e ao controle de bola, ao 
chute, ao cabeceio etc., utilizadas em cada uma das modalidades. 
Por sua vez, o comportamento tático está ligado à realização 
de tarefas específicas no sentido de potencializar as próprias ações 
de jogo e dificultar as ações da equipe adversária. 
Para a compreensão dos elementos, comuns às duas modali-
dades e que partilham os mesmos princípios, estudaremos as uni-
dades estruturantes e funcionais dos jogos desportivos coletivos 
propostos por Claude Bayer (1992). 
Defendemos a ideia de que o ensino dessas modalidades so-
mente é possível após o entendimento dessas unidades e adequa-
da utilização dos jogos de futebol e futsal. 
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer al-
gumas das principais metodologias de ensino do futebol/futsal 
– analítico-sintética, global-funcional, mista, situacionais, fenôme-
no-estrutural e de conceito recreativo de jogo.
Esses temas foram selecionados para que você possa ter só-
lida formação acadêmica e contato com dimensões significativas 
do futebol e do futsal. Sendo assim, aproveite esta oportunidade.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados na disciplina Futebol e Futsal. 
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos desta disciplina: 
1) Conhecimento tático: comportamento relacionado às 
ações desempenhadas pelo jogador ou pela equipe, du-
17© Caderno de Referência de Conteúdo
rante uma partida de futebol/futsal, e caracterizado pelo 
respeito aos princípios táticos do jogo, às ações de coo-
peração e oposição, à defesa e ao ataque, aos papéis e 
funções a serem desempenhados em campo/quadra (por 
ocasião da posse ou não da bola), às unidades estruturais 
e funcionais, às funções relativas às posições ocupadas.
2) Elementos táticos: elementos que dão sustentabilidade 
ao comportamento tático e estão relacionados aos prin-
cípios táticos do jogo.
3) Elementos técnicos: ações realizadas com propósito es-
pecífico em um dado contexto. Elementos relacionados 
aos fundamentos básicos do jogo ou de determinada 
modalidade. No caso do futebol/futsal, referem-se ao 
passe, condução, domínio, controle, cabeceio, drible, 
chute e defesa do goleiro.
4) Esporte: prática convencionalmente regrada, caracterizada 
pela disputa direta ou indireta entre oponentes em busca de 
objetivos comuns, apoiada ou não em relações de coopera-
ção e oposição. Pode ser acompanhada ou não pelo público, 
mídia especializada e investidores sob a chancela de associa-
ções, federações e confederaçõesrepresentativas.
5) Jogo de futebol/futsal: entre as inúmeras definições 
para o jogo de futebol/futsal disponíveis nesta discipli-
na, assumimos, neste momento, a seguinte caracteriza-
ção: o futebol/futsal pode ser entendido como um jogo 
convencionado, praticado predominantemente com os 
pés, cujo objetivo é fazer mais gols que a equipe adver-
sária. Caracteriza-se por situações complexas, de ordem 
e frequência não previstas, que exigem, a todo o mo-
mento, adaptação, tomada de decisão e respostas ime-
diatas para as situações de cooperação e oposição que 
se estabelecem na disputa pelo objeto do jogo (a bola).
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave da disciplina. O mais aconselhável é 
que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
18
mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você 
construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a 
partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen-
to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos 
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
19© Caderno de Referência de Conteúdo
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 
Regras
Metodologias 
de ensino
Elementos 
técnicos
Elementos 
táticos
FUTEBOL 
E 
FUTSAL
Aspectos 
históricos e 
socioculturais
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Futebol e Futsal.
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
os principais conceitos desta disciplina e descobrir o caminho para 
construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
20
de acordo com o Esquema, podemos verificar que o futebol e o 
futsal envolvem reflexões ligadas a aspectos técnicos, táticos, his-
tóricos, socioculturais, às regras que lhes são específicas e às suas 
metodologias de ensino. Ao estudarmos estes elementos, tomare-
mos contato com uma visão abrangente destas modalidades.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino do futebol e do futsal pode 
ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, me-
diante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, 
você estará se preparando para a avaliação final, que será disser-
tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar 
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua 
prática profissional.
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
21© Caderno de Referência de Conteúdo
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o 
estudo da unidade.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos da disciplina, pois relacionar aquilo que está no campo vi-
sual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma 
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser 
humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, 
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica-
ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, 
ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per-
mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a 
ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, 
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser 
utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas.
© Futebole Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
22
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
esta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto 
para ajudar você. 
3. REFERêNCIA BIBLIOGRáFICA 
BAYER, C. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos: baloncesto, fútbol, 
balonmano, hockey sobre hierba y sobre hielo, rugby, balonvolea, waterpolo. 2. ed. 
Barcelona: Hispano Europea, 1992. 
1
EA
D
Origem e História 
do Futebol
1. OBJETIVOS
•	 Possibilitar o acesso à história do futebol, desde a prática 
de alguns jogos que o antecederam até sua institucionali-
zação na Inglaterra.
•	 Apresentar o contexto brasileiro e permitir a compreen-
são das condições históricas que determinaram sua tra-
jetória.
•	 Oferecer condições necessárias para compreender a his-
tória do futebol, de forma crítica e contextualizada.
•	 Favorecer a reflexão pedagógica diante dos conteúdos 
históricos e da atualidade do futebol.
2. CONTEÚDOS
•	 Os possíveis jogos precursores do futebol.
•	 A história do futebol moderno na Inglaterra e no Brasil.
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
24
•	 O elitismo e o racismo no início da prática do futebol mo-
derno no Brasil.
•	 O processo de popularização e profissionalização do fute-
bol moderno no país.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de 
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho.
2) Para que aproveite todo o conteúdo desta unidade, é 
necessário tomar certos cuidados. Por ser um material 
sustentado especialmente em fatos históricos, é impor-
tante que seja feita uma leitura cuidadosa do texto ela-
borado e das obras citadas, bem como o acesso a outras 
informações relacionadas ao tema e que permitam a 
comprovação ou mesmo uma reestruturação do conteú-
do desenvolvido.
3) Para facilitar a sua leitura, a compreensão dos aspectos 
históricos e a cronologia dos fatos, sugerimos que fique 
atento às possíveis lacunas de tempo e à sequência de 
fatos sobre a história do futebol.
4) A fim de compreender a evolução histórica do futebol, a 
partir da prática de jogos com bola até sua instituciona-
lização, note as possíveis influências exercidas por seus 
precursores (os quais não se restringem ao jogo pratica-
do na Inglaterra no início do século 19).
5) Para ampliar seus conhecimentos e a quantidade de in-
formações a respeito do futebol, sugerimos que não se 
atenha somente a este material. Consulte as fontes indi-
cadas e busque novas referências.
25© Origem e História do Futebol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Caro aluno, daremos início à disciplina Futebol e Futsal. A par-
tir desse momento, você irá se deparar com uma das manifestações 
mais populares e apaixonantes do mundo. Recorreremos à caracte-
rização de Bruni (1994, p. 7) para nos ajudar nesse primeiro contato:
Sua definição estrita, como esporte que utiliza uma bola jogada com 
os pés, mal deixa entrever o universo de significações simbólicas, psí-
quicas, sociais, culturais, históricas, políticas e econômicas inesgotá-
veis que envolvem multidões, encontradas no público em geral, nas 
torcidas organizadas, nos jogadores e equipes técnicas e burocráticas, 
concentradas em torno de um espetáculo que empolga sociedades, 
nações, países [...], mobilizando milhões de dólares e conquistando a 
adesão cada vez maior de pessoas de todas as camadas sociais.
Pelas colocações de Bruni (1994), percebemos que o futebol não 
consiste apenas em uma modalidade esportiva formal, regida por um 
conjunto de regras, mas trata-se de uma prática social que pode ser 
compreendida como uma construção histórica organizada a partir da 
segunda metade do século 19 e que se modernizou até os dias atuais. 
Veja que a definição de Bruni (1994) expressa uma pequena 
parcela do universo do futebol e nem sequer faz referência ao es-
porte como uma "simples" prática de lazer, por exemplo.
Iniciaremos a disciplina tendo contato com os primeiros jo-
gos e sua influência na evolução do futebol, tal qual o conhecemos 
hoje. Partiremos da China, passaremos pelo Japão, Grécia, Itália, 
França e, finalmente, pela Inglaterra. O acesso a algumas dessas 
práticas e a essa remota história será realizada por meio dos textos 
de Aquino (2002) e Normando (2004).
O futebol no Brasil será abordado tendo como referenciais a 
influência inglesa e sua prática enquanto privilégio das elites pau-
listana e carioca. Veremos também que, antes de se transformar 
na manifestação esportiva mais popular da cultura do povo brasi-
leiro, o racismo esteve presente em sua prática.
Nessa esfera, apresentaremos os motivos e os processos 
sociais que determinaram a popularização do futebol, bem como 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
26
sua inserção nas classes sociais populares, apesar da resistência 
de grupos economicamente privilegiados, contrários ao avanço do 
profissionalismo nessa área.
De maneira geral, acompanharemos a trajetória do futebol 
no Brasil, destacando especialmente o período que compreende 
sua chegada em 1894 – sua prática elitista e racista, passando pelo 
amadorismo marrom (que será abordado no Tópico 6 desta unida-
de) – até sua profissionalização, em 1933.
Para que você realmente possa compreender o "fenômeno 
futebol", trate-o com cuidado e respeito. Somente dessa forma 
poderá apreendê-lo na condição de "esporte das multidões" ou 
"paixão nacional". Assim, você aumentará suas chances de com-
preender quem é o seu aluno/atleta e o que ele procura em suas 
aulas/sessões de treinamento.
5. OS PRIMEIROS TEMPOS
Há muitas histórias sobre a origem do futebol. No entanto, as 
referências levam-nos a constatar que o futebol não foi simplesmente 
inventado, como o basquetebol ou o voleibol, criados para atender a 
determinadas demandas a partir de práticas esportivas já existentes. 
O futebol é fruto da evolução histórica de inúmeros jogos 
com bola, praticados por diversos povos em diferentes épocas, e 
que, em determinadas situações e condições históricas (como ve-
remos mais adiante), foi alvo de um processo de institucionaliza-
ção, tornando-se um dos pilares do esporte moderno.
De forma semelhante ao rúgbi, ninguém sabe especificar, ao 
certo, quando se inicia a história do futebol. 
Para Aquino (2002), apesar de referências feitas por historia-
dores e arqueólogos, os quais registram a prática de algo parecido 
com o futebol no Egito e na Babilônia (centros de civilização da 
Antiguidade), informações mais precisas apontam que na China 
praticava-se o tsutchu, há aproximadamente 2.300 anos.
27© Origem e História do Futebol
Tsutchu significa "golpe na bola com os pés", e era praticado 
em três modalidades. A primeira caracterizava-se pela participa-
ção de apenas um jogador, que fazia malabarismo com a bola. Na 
segunda, havia o envolvimento de duas equipes como objetivo de 
transpor a bola sobre uma rede, mas os jogadores não podiam dei-
xar a bola tocar o solo no próprio campo. Na terceira, duas equipes 
tinham como meta passar a bola em alvos parecidos com gols, dis-
postos nos cantos do campo. 
De acordo com Aquino (2002), estas modalidades foram 
criadas por Yang-Tsé, membro da guarda do imperador Huang-Ti, 
e seriam utilizadas como treinamento da guarda imperial e, poste-
riormente, de todos os soldados que se preparavam para guerra. 
Ainda no Oriente, mas agora no Japão, cerca de 500 ou 600 
anos após a origem do ancestral chinês, surgiu o kemari, que de-
monstrava aspectos muito mais ritualísticos do que competitivos. 
Não se contavam pontos, de forma que o único objetivo do jogo 
era apurar a técnica de dominar a bola com os pés. 
Normando (2004) relata que o kemari deveria ser praticado 
entre árvores nobres – "um pinheiro a noroeste, um ácer a sudoes-
te, uma cerejeira a nordeste e um salgueiro a sudeste". Tal como o 
tsutchu, inicialmente tinha o propósito militar, tornando-se, mais 
adiante, uma prática dos nobres até chegar às classes populares. 
Veja, na Figura 1, uma ilustração do kemari. 
Depois de ter passado pela China 
e pelo Japão, a história segue até a Gré-
cia, no século 1 a.C., onde se praticava 
o epyskiros. Tal prática era muito popu-
lar, embora não fizesse parte dos Jogos 
Olímpicos (AQUINO, 2002). Apesar da 
referência, Aquino (2002) e Normando 
(2004) afirmam que há poucas infor-
mações sobre esta modalidade. O que 
se sabe é que o vencedor era determi-
Fonte: Normando (2004). 
Figura 1 O kemari.
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
28
nado quando a equipe conseguia ultrapassar a linha demarcatória 
com a bola nas extremidades do campo (NORMANDO, 2004). 
É interessante que, nesse contexto, durante doze séculos de 
existência dos antigos jogos olímpicos, esportes com bola jamais 
foram incluídos nos programas oficiais, apesar do enorme interes-
se dos gregos por esse tipo de jogo. O epyskiros compunha um 
grupo de jogos denominados de sphairomakhia, que englobava 
esportes em que a bola era jogada com as mãos ou com os pés 
(AQUINO, 2002). 
Vejamos, agora, o exemplo da Itália, mais especificamente 
de Roma, local onde se praticava o harpastum. Inspirado no jogo 
grego, utilizava uma bola de couro parecida com a atual. O couro 
envolvia uma bexiga de boi cheia de ar e o campo era retangular, 
dividido por três linhas, uma central e duas linhas de meta nas 
extremidades. Segundo Aquino (2002), a bola deveria ser passa-
da de jogador a jogador até que um deles tivesse condições de 
arremessá-la em direção à linha de meta adversária. Caso a bola a 
transpusesse, a equipe marcava um ponto.
Para Normando (2004): 
Claramente, a armação do "time" sujeitava-se às qualidades físicas 
e técnicas dos jogadores e, ao que tudo indica, a brutalidade das 
disputas foi cedendo espaço para jogadas viabilizadas a partir de 
uma unidade coletiva. A bola era pequena e deveria ser lançada 
detrás das linhas demarcatórias. As equipes desenvolveram uma 
diversidade de alternativas táticas e técnicas para ludibriar os ad-
versários nas quais os passes e dribles eram incentivados para o 
deleite do público que aplaudia e gritava com regozijo.
Pela descrição, note que o fato de se assumir uma meta a ser 
alcançada, a existência de parceiros e um adversário a ser "venci-
do" implicam a adoção de táticas de ataque e defesa em um jogo 
com bola. Essa transformação pode ter traçado uma inquestioná-
vel aproximação tática com o jogo contemporâneo, colocando-o 
como um antecessor direto do futebol atual. 
29© Origem e História do Futebol
Como resultado de suas invasões, Roma apropriou-se do 
epyskiros, criando o harpastum. E com a conquista de terras ao 
norte da Europa, essa modalidade logo foi introduzida pelo exér-
cito romano no continente europeu. Certamente, o processo evo-
lutivo do futebol teve um avanço considerável com o apogeu do 
Império Romano. Os atuais territórios da França e da Inglaterra 
acabaram incorporando essa influência em suas culturas (AQUI-
NO, 2002; NORMANDO, 2004).
Entretanto, no que se refere à Inglaterra, existe uma diver-
gência entre alguns historiadores: uns acreditam que tenha sido 
de fato os romanos, durante os quatro séculos de domínio que se 
seguiram à primeira expedição de Júlio César, no ano 43 d.C., que 
deram a conhecer aos bretões as regras do harpastum; outros afir-
mam que os romanos, ao chegarem à Bretanha, já encontraram lá 
um futebol nativo, de origem meio lendária, meio cívica. 
Para Normando (2004), tal dúvida é justificada pelo que de-
nominou de "orgulho britânico", pois os ingleses acreditam ser os 
inventores do esporte contemporâneo. 
A partir do século 12, e durante muito tempo, a brutalidade 
esteve presente nos jogos com bola na Inglaterra, designados de 
ludus pilae. Durante as terças-feiras de carnaval (Shrove Tuesdays), 
aproximadamente 500 pessoas de cada lado disputavam uma bola, 
com o objetivo de ultrapassar a linha de meta adversária. Para isso, 
esbofeteavam-se e provocavam uma enorme confusão. Na cidade 
de Ashbourne, por exemplo, os portões norte e sul eram as metas 
a serem atingidas. Ao final das disputas, era comum o registro de 
mortes de alguns participantes (NORMANDO, 2004).
Veja, na Figura 2, representações da ludus pilae.
Diante de tanta brutalidade, em 1314, o rei Eduardo II proibiu 
a prática do ludus pilae na Inglaterra, argumentando que "estas es-
caramuças ao redor de bolas de grande tamanho, de que resultam 
muitos males, que Deus não permita" (AQUINO, 2002, p. 15). 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
30
Fonte: Normando (2004).
Figura 2 Ilustração do ludus pilae. 
Para Normando (2004), "temia-se que o interesse pelo ludus 
pilae desvanecesse o empenho dos homens no arco e flecha ou na 
esgrima – práticas de maior utilidade nos entreveros bélicos".
As proibições reais foram reforçadas de tempos em tempos, 
de modo que o futebol na Inglaterra da Idade Média não passasse 
de um jogo severamente combatido pelas autoridades.
Contrariamente ao que aconteceu na Inglaterra, as práticas 
com bola na Itália do mesmo período não sofreram perseguições 
pelas autoridades. Na época, houve até certo estímulo por parte 
da ala nobre italiana ao que denominaram de calcio (NORMANDO, 
2004), prática iniciada em Florença e cuja denominação passou a 
fazer referência ao futebol contemporâneo praticado no país. Ain-
da hoje, no dia de São João, padroeiro da cidade de Florença, em 
24 de junho, seus habitantes encenam o histórico jogo. 
Normando (2004) relata que os italianos podem ter sido os 
primeiros a organizarem um conjunto de regras de um jogo com 
bola. No calcio (veja Figura 3), em específico, havia a participação 
de 27 jogadores com funções específicas, sendo três zagueiros fi-
xos, quatro zagueiros avançados, cinco que atuavam no meio de 
campo e quinze na posição que corresponde aos atacantes.
31© Origem e História do Futebol
Fonte: Normando (2004). 
Figura 3 O calcio. 
Assim como na Itália, o futebol também encontrou o apoio de no-
bres na França. O jogo dos franceses, denominado soule ou choule, foi, 
provavelmente, outra variante do harpastum romano, sendo praticado 
tanto pelo homem do povo quanto pelos nobres. Segundo o relato de 
Aquino (2002), o soule era realizado em dimensões preestabelecidas 
e disputado sem número fixo de participantes. A meta desse jogo era 
conseguir passar a bola por entre dois balões. Quem conseguisse fazê-
-lo marcava um ponto para sua equipe.
Menos violento que o futebol dos ingleses, Normando (2004) 
relata que esse jogo francês quase não encontrou resistência. Por 
um lado, sua prática diferiu da rudeza da disputa anglo-saxã, na 
medida em que privilegiava a habilidade dos dribles em detrimen-
to daforça dos chutões. Por outro lado, em consonância com os 
ingleses, as partidas podiam envolver até povoados inteiros em 
contendas que duravam horas, ou mesmo dias. 
O autor relata também que, do final da Idade Média até 
o início da Moderna, os colonizadores passaram a descortinar a 
cultura dos povos americanos e, como não podia ser diferente, 
os jogos com bola também fizeram parte dessa cultura – pela 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
32
primeira vez foram encontrados relatos da utilização de bolas 
confeccionadas com látex. Contudo, acredita-se que os jogos pra-
ticados nas Américas não contribuíram para a consolidação do 
futebol moderno. 
Voltando à Europa, agora na Idade Moderna, foi observado 
um relaxamento na oposição ao futebol a partir do século 17. 
Talvez, o mais eficiente dos caminhos alternativos que garantiram 
a sobrevivência do jogo de bola tenha sido sua esportivização, isto 
é, sua codificação em regras que tentaram diminuir seu acentuado 
tom de violência e de desordem e que viabilizaram sua tolerância, 
sobretudo, nas escolas e universidades da Inglaterra do início do 
século XIX (NORMANDO, 2004). 
O caráter violento do futebol mudou apenas quando o espor-
te chegou às escolas, por volta de 1840. Antes, no período de 1810 
a 1840, colégios ingleses, como Eton, Harrow, Rugby, Shrewsbury 
Westminster, possuíam suas próprias regras, o que impossibilitou 
a disputa entre suas respectivas equipes. O esporte tornou-se, a 
partir desta data, obrigatório nos recreios escolares britânicos, 
uma vez que a rainha Vitória, aconselhada pelo pedagogo Thomas 
Arnold, pôs fim à proibição. 
Qual foi a razão dessa trégua? Por que a rainha Vitória deci-
dira que os jovens ingleses poderiam e até deveriam se entregar a 
esse esporte tão primitivo, tão bárbaro? 
Arnold recomendava que os esportes fossem utilizados nas 
escolas, com o fim de canalizar para os campos de competição a 
energia que, de outra forma, os jovens poderiam desperdiçar em 
práticas condenáveis. Segundo esse educador, não eram práticas 
condenáveis apenas o vício do jogo e o do álcool, mas as ideias 
políticas de sentido reformista que poderiam pôr em risco o con-
servadorismo defendido pelos vitorianos. 
Com o futebol, os meninos não perderiam tempo conversan-
do nos recreios, trocando ideias; os nobres poderiam ser influen-
ciados pelos plebeus e pela classe média em ascensão. 
33© Origem e História do Futebol
Além disso, o que haveria de mais eficaz e menos perigoso 
do que colocar os jovens para correr atrás de uma bola, brigando 
por ela durante a hora do recreio?
Na primeira década do século 19, o futebol e outros esportes 
já faziam parte da educação regular dos jovens que frequentavam 
as escolas públicas, particulares e as universidades. Em cada uma 
delas, o futebol organizou-se, direcionado à institucionalização. 
Foi nesse momento que surgiram as primeiras leis ou regras escri-
tas, impressas e publicadas.
A grande popularização do esporte no continente europeu 
culminou na necessidade de padronizar regras para as disputas en-
tre as nações, abrindo, desse modo, espaço para um movimento 
clubístico que passou a ser denominado de "associacionismo". 
Neste ponto, concluímos o verdadeiro motivo de assumir 
os ingleses como os inventores do futebol: coube aos britânicos a 
institucionalização do jogo, iniciando, assim, a sistematização das 
primeiras regras em manuais de conduta desportiva, que delimita-
vam aspectos, como o número de jogadores, o tamanho de campo 
e os gestos que seriam ou não permitidos. 
Logo, o futebol moderno começou a ser criado em 1848, 
quando, na Universidade de Cambridge, uma conferência reuniu a 
maioria dos diretores de colégios que praticavam o esporte. Nessa 
reunião, foi decidida a proibição de usar as mãos e os braços (com 
exceção do goleiro) no jogo. As regras, entretanto, não foram acei-
tas por todas as escolas.
Quinze anos mais tarde, em 26 de outubro de 1863, reuni-
dos na Taberna Freemason, em Great Queen Street, Londres, onze 
clubes e escolas criaram as bases para as regras que hoje regem o 
futebol. Foi fundada a Football Association.
Nessa reunião, foi levantada uma polêmica quanto à preferên-
cia pelo jogo de futebol "limpo", em que seria coibida a violência e 
abolido o jogo com as mãos, de acordo com as regras de Cambridge, 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
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o qual permitia um maior contato e uso das mãos, sendo agressi-
vo em muitos casos. Como os representantes não chegaram a um 
consenso, a questão foi colocada em votação, vencendo as regras 
propostas por Cambridge. Os derrotados, descontentes, abandona-
ram o futebol para desenvolverem outro esporte: o rúgbi. Daí para 
frente, o futebol e o rúgbi passaram a seguir caminhos distintos.
O primeiro torneio de futebol foi realizado em 1871, numa 
disputa entre clubes. No ano seguinte, em 30 de novembro de 
1872, Inglaterra e Escócia empataram em 0 x 0, no que se conside-
ra o primeiro amistoso internacional da história como menciona-
mos anteriormente. O profissionalismo no futebol foi iniciado so-
mente em 1885 e, no ano seguinte, foi criada, na Inglaterra, a 
International Board, entidade cujo objetivo principal era estabele-
cer e mudar as regras do futebol. 
Na Figura 4, você pode ver como era a 
bola de futebol usada no final do século 19.
No início do século 20, o futebol mundial 
começou a se organizar. As federações 
nacionais existiam, mas sem uma organização 
internacional capaz de regular as relações entre 
um país e outro no campo futebolístico. 
Dessa forma, em 21 de maio de 1904, foi aprovado um esta-
tuto que regeria as relações futebolísticas entre as nações, surgin-
do, então, a Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), 
que, por causa de problemas diplomáticos, da falta de credibi-
lidade de uma entidade recém-criada e do cenário iminente de 
guerra, conseguiu, somente em 1930, pôr em prática o sonho de 
organizar um torneio mundial entre seleções nacionais, realizado, 
curiosamente, no Uruguai, em virtude do estado catastrófico em 
que se encontravam os países europeus pós-guerra.
Nesse ponto, o futebol já havia se espalhado por todos os 
cantos do planeta, chegando ao Brasil na última década do século 
19, trazido por marinheiros, padres jesuítas ou, quem sabe, pelo 
Figura 4 Bola de futebol do 
final do século 19. 
35© Origem e História do Futebol
próprio Charles Miller. Mas esse é um assunto que abordaremos 
mais adiante.
Até aqui, foi apresentada uma descrição dos principais fatos 
que compõem a história do futebol. 
6. HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL: PROCESSOS E 
INTERPRETAÇÕES
Neste tópico teremos contato com a história do futebol den-
tro do contexto do esporte moderno, desde sua origem na Ingla-
terra, no final do século 19, até sua chegada e desenvolvimento 
no Brasil. Por causa da falta de registros, muitas informações se 
perderam. Por essa razão, em algumas situações, o período e as 
datas são aproximados. 
Este histórico não consistirá apenas no apontamento de 
datas e fatos isolados, o que, por si, é uma tarefa relativamente 
tranquila de ser realizada. O mais interessante é entendermos o 
contexto histórico que propiciou as condições para que o futebol 
se transformasse no esporte mais popular do mundo.
Apesar do consenso em relação à chegada do futebol no Bra-
sil pelas mãos de Charles Miller, em 1894, há estudos que relatam 
que jogos com bola já eram praticados em nosso país. 
Há menções sobre um jogo com bola nos anais de 1746 da 
Câmara Municipal de São Paulo. De acordo com os registros, tal 
jogo era proibido, pois causava "agrupamentos de vadios e desor-
deiros" (AQUINO, 2002, p. 24). Que jogo seria esse? Até hoje não 
se sabe. Porém, não há dúvida de que foram os ingleses (tripulan-
tes de navios mercantes),a partir de 1864, os primeiros a jogarem 
futebol no litoral brasileiro.
Há, também, informações de que as primeiras práticas do 
jogo com bola na província de São Paulo datam de 1872, no Co-
légio São Luís, em Itu. Nesse colégio, os alunos eram incentivados 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
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por um sacerdote a chutarem um balão de couro contra um dos 
muros do colégio. Note que, até o momento, não foram feitas re-
ferências a um jogo de futebol e, sim, a um jogo com bola. 
A primeira menção à palavra "futebol" pode ser encontrada 
em um trecho do Regulamento do Colégio Pedro II, no Rio de Ja-
neiro, em 1892 (CARRANO, 2000 apud AQUINO, 2002, p. 25):
O diretor e o vice-diretor do Ginásio procurarão desenvolver em 
seus alunos o gosto pelos exercícios de tiro ao alvo, de besta, tiro 
e flecha, exercícios ginásticos livres, saltos, jogo de volante etc. E 
farão, todos os domingos, um passeio para fora do centro da cida-
de [...]. São permitidos como jogos escolares: a barra, a amarela, o 
futebol, a peteca, o jogo de bola, o cricket, [...] o crochê, corridas, 
saltos e outros, que, a juízo do diretor, concorram para desenvolver 
a força e a destreza dos alunos, sem pôr em risco sua saúde.
Oficialmente, a entrada do futebol – estabelecido de acordo 
com as regras do Football Association – como elemento integran-
te da cultura corporal de movimento do Brasil ocorreu em 1894, 
quando Charles William Miller (1874-1953), brasileiro de descen-
dência inglesa, volta de seus estudos na Inglaterra e traz consigo 
uma bola de futebol e alguns uniformes para a prática do jogo, 
transformando-se no grande incentivador do futebol na capital 
paulista.
No final do século 19 e início do século 20, o futebol já acu-
mulava adeptos e praticantes, especialmente os jovens da elite 
econômica em São Paulo e Rio de Janeiro. No princípio, o futebol 
apresentou um caráter essencialmente elitista, em que apenas os 
estudantes dos colégios grã-finos tinham a oportunidade de par-
ticipar dos jogos que aconteciam no interior das escolas. Nesse 
sentido, o futebol fazia parte de uma série de atividades que eram 
executadas pelos alunos durante as aulas de atividade física.
De acordo com algumas fontes, em 14 de abril de 1895 foi 
realizada a primeira partida de futebol no Brasil, no campo da 
Companhia Paulista de Aviação, entre equipes de trabalhadores 
de indústrias inglesas. Já o primeiro clube destinado à prática do 
futebol foi fundado na cidade de São Paulo, em 1898, e recebeu 
37© Origem e História do Futebol
o nome de Associação Atlética Mackenzie College. Augusto Shaw, 
professor desse colégio, voltou dos Estados Unidos trazendo consi-
go uma bola de basquetebol, esporte que pretendia difundir entre 
os alunos, que preferiram chutá-la.
A partir desse período, outros clubes foram fundados. Eles 
se organizaram e formaram a Liga Paulista de Futebol.
Na cidade de Rio Grande (RS) foi fundado, em 14 de julho de 
1900, o primeiro clube destinado à prática exclusiva do futebol – o 
Sport Club Rio Grande. Em virtude desse fato, essa data passou a 
ser considerada o "Dia do Futebol".
No Rio de Janeiro, então capital federal, o precursor do fu-
tebol foi Oscar Cox (1880-1931), que também estudou na Europa. 
Cox foi responsável pela formação da primeira equipe no Rio de Ja-
neiro, em 1901, e pela fundação do Fluminense Football Club, em 
21 de julho de 1902 (AQUINO, 2002). Cox e os demais fundadores 
do Fluminense eram jovens chefes de empresas, empregados de 
alto nível ou simplesmente filhos de pais ricos, legítimos represen-
tantes das elites cariocas.
Portanto, no Rio de Janeiro, o primeiro clube fundado com 
a intenção de ser um clube de futebol foi o Fluminense, que co-
brou ingressos pela primeira vez em 16 de julho de 1903, para que 
o público pudesse assistir a uma partida de futebol. Assistiram à 
partida 2.500 pessoas e 969 pagaram para vê-la. Nesse jogo, até o 
presidente da República da época, Rodrigues Alves, esteve presen-
te (REIS; ESCHER, 2006).
Nos primeiros anos do século 20, o futebol começou a se 
propagar no seio da classe rica. Alguns colégios tinham-no como 
prática sistemática em seus espaços destinados às atividades físi-
cas e, em pouco tempo, bons jogadores estavam sendo formados 
para ingressar nas equipes de futebol dos clubes já consolidados. 
No Rio de Janeiro, havia o Paysandu; em São Paulo, o clube Ger-
mânia (atualmente denominado Clube Pinheiros), o Club Athletico 
Paulistano e o São Paulo Athletic Club.
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
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Era muito comum a utilização de palavras e expressões em 
inglês ao se referirem ao futebol (por exemplo: field, goalkeeper, 
fullback). Nas arquibancadas, os homens vestiam-se de ternos, cha-
péus e traziam bengalas; as mulheres usavam vestidos longos com 
mangas até o punho, acompanhadas de sombrinhas. No campo, os 
jogadores utilizavam calções abaixo dos joelhos, camisas de gola, e 
quando cometiam faltas, falavam "I am sorry" ("desculpe-me"). 
Como as pessoas de classes sociais mais baixas não podiam 
frequentar os mesmos espaços que as pessoas das classes sociais 
mais abastadas (as arquibancadas), foram criadas as "gerais", que 
eram espaços destinados aos "pobres".
Nesse período, o futebol enfrentava a concorrência de ou-
tras práticas esportivas, como o ciclismo, o remo, o tiro ao alvo, o 
críquete e corridas de cavalo.
A cor do futebol 
Além de elitista, a prática do futebol também poderia ser clas-
sificada como racista. Neste caso, acreditamos que o racismo no fu-
tebol brasileiro merece uma atenção especial, não porque o futebol 
apresente um caso isolado de atitudes racistas ao longo de sua his-
tória, mas porque, durante a formação do Estado brasileiro, a prática 
da segregação racial foi uma política deliberada de Estado. Por isso, 
o preconceito acentuava-se no futebol, dependendo da cor da pele.
Os relatos de acontecimentos racistas na sociedade brasilei-
ra, e também em muitas outras partes do mundo, são inúmeros e 
lamentáveis. No caso do racismo na sociedade brasileira, podemos 
afirmar que há razões históricas que remontam ao tempo do Brasil 
Colônia. Contudo, não pretendemos, nesta unidade, realizar uma 
discussão ou um estudo que explique essa história em detalhes.
Todavia, ela serve para que nós tenhamos ciência de que o racis-
mo, presente nos fenômenos esportivos modernos (e no caso especí-
fico do futebol), tem suas raízes e sua presença no conjunto da história 
do povo brasileiro e da formação do Brasil na condição de nação. 
39© Origem e História do Futebol
Após a publicação da lei que concedeu a liberdade aos es-
cravos em 1888, nenhuma política pública de inclusão foi desen-
volvida a fim de possibilitar aos negros o acesso ao mercado de 
trabalho assalariado e a uma vida digna.
Os negros foram, deliberadamente, colocados à margem da 
sociedade e obrigados a viver sob condições desumanas. A busca 
pela afirmação e por espaços dignos de vida tornou-se reduzida, 
sendo o futebol uma das poucas oportunidades para que essas 
pessoas pudessem encontrar um lugar dentro da sociedade brasi-
leira nas primeiras décadas do século 20.
Para evidenciar o racismo e o elitismo que perpetuaram ao 
longo do estabelecimento do futebol, a partir da sua formalização, 
Aquino (2002) recorre a duas passagens envolvendo dois dos nos-
sos principais escritores – Lima Barreto e Rui Barbosa.
O primeiro foi responsável pela criação da Liga contra o Fu-
tebol. Segundo Lima Barreto, o futebol, além de ser usado como 
"ópio do povo", era prática racista da burguesia e filho do imperia-
lismo inglês.
Já Rui Barbosa, antes de uma viagem de navio para a Argen-
tina, ficara sabendo que o selecionado brasileiro estaria no navio e 
disse ao ministro das Relações Exteriores: 
Pois saiba o senhor que eu, minha famíliae meus auxiliares não 
viajamos com essa corja de malandros! Futebolista é sinônimo de 
vagabundo, e pode escolher imediatamente, senhor Ministro, ou 
eles ou eu (AQUINO, 2002, n. p.). 
A delegação então teve de viajar de trem até Buenos Aires.
O autor também faz referência ao ofício enviado pela Liga 
Metropolitana de Sports Atléticos, em maio de 1907, aos clubes 
associados, comunicando que não registraria amadores que fos-
sem "pessoas de cor". Isso fez com que fosse criada a Liga Subur-
bana de Football.
Absurdos como "negro sujo" e "crioulo nojento" eram ex-
pressões muito frequentes nos campos de futebol no Brasil, nos 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
40
anos de 1920 e 1930. Hoje, tais expressões foram substituídas por 
outras mais amenas, embora não menos cruéis. 
Mesmo jogadores negros como Leônidas da Silva e Domingos 
da Guia, que, nos anos de 1930 e 1940, foram os jogadores mais bem 
pagos no futebol da época, continuaram a ser desvalorizados intelec-
tualmente. Ambos conseguiram superar o preconceito, de maneira 
que, com seus talentos, adentraram ao mundo da prática do futebol.
Convém salientar, porém, que Leônidas e Domingos da Guia 
foram exceções, uma vez que muitos jogadores negros sucum-
biram ao racismo presente no futebol da época. Citamos como 
exemplo o caso do jogador Carlos Alberto, que, por ser mulato, 
maquiava-se com pó de arroz para embranquecer o rosto, pois o 
clube carioca para o qual tinha se transferido (Fluminense) era um 
dos times mais resistentes à inclusão de pessoas pobres e negras 
nas competições oficiais de futebol.
Outro exemplo é o caso do primeiro grande jogador da histó-
ria do futebol brasileiro, Arthur Friedenreich, que era filho de pai 
alemão e mãe negra. Na década de 1920, chegava sempre atrasa-
do aos jogos, pois ficava preso nos vestiários passando goma ará-
bica nos cabelos para alisá-los, pois era mulato. Segundo Corrêa 
(1985), esse foi o primeiro negro a superar-se no futebol racista da 
época. Fausto, tão bom jogador quanto Friedenreich, foi o primei-
ro negro a ser convocado para a seleção brasileira. 
Nessa época, o racismo no futebol brasileiro era tão acin-
toso que até o presidente da República, Epitácio Pessoa, impediu 
que jogadores negros disputassem o campeonato sul-americano 
de seleções de futebol, que seria realizado na Argentina. Um dos 
argumentos utilizado pelo presidente era que, em caso de derrota 
brasileira, os brancos da equipe poderiam culpar os negros e, com 
isso, alimentar ainda mais o preconceito racial no Brasil.
A história nos mostra inúmeros casos em que jogadores ne-
gros (e somente os negros) foram responsabilizados por derrotas 
que ficaram gravadas na memória dos apaixonados por futebol.
41© Origem e História do Futebol
Na fatídica derrota da seleção brasileira de futebol na Copa de 
1950, realizada no Brasil, a seleção uruguaia venceu por 2x1. Coin-
cidência ou não, o goleiro Barbosa e os defensores Juvenal e Bigo-
de, todos negros, foram responsabilizados pela derrota. Sobre essa 
tragédia do futebol brasileiro, o escritor Eduardo Galeano elaborou 
uma bela crônica sobre o eterno drama vivido pelo goleiro Barbosa. 
Diz o escritor Galeano (2004, p. 43):
Na hora de escolher o melhor goleiro do campeonato, os jornalistas 
do Mundial de 50 votaram, por unanimidade, no brasileiro Moacir 
Barbosa. Barbosa era também, sem dúvida, o melhor goleiro de seu 
país; pernas com molas, homem sereno e seguro que transmitia con-
fiança à equipe, e continuou sendo o melhor até que se retirou das 
canchas, tempos depois, com mais de 40 anos de idade. Em tantos 
anos de futebol, Barbosa evitou, quem sabe, tantos gols, sem ma-
chucar nunca nenhum atacante. Mas, naquela final de 50, o atacan-
te uruguaio Ghiggia o tinha surpreendido com um chute certeiro 
da ponta direita. Barbosa, que estava adiantado, deu um salto para 
trás, roçou a bola e caiu. Quando se levantou, certo de que havia 
desviado o tiro, encontrou a bola no fundo da rede. E esse foi o gol 
que esmagou o estádio do Maracanã e fez o Uruguai campeão. Pas-
saram-se anos e Barbosa nunca foi perdoado. Em 1993, durante as 
eliminatórias para o mundial dos Estados Unidos, quis dar ânimo aos 
jogadores da seleção brasileira. Foi visitá-los na concentração, mas as 
autoridades proibiram sua entrada. Naquela época, vivia de favor na 
casa de uma cunhada, sem outra renda além de uma aposentadoria 
miserável. Barbosa comentou: "no Brasil, a pena maior por um crime 
é de 30 anos. Há 43 anos pago por um crime que não cometi".
Segundo Corrêa (1985), somente após a vitória na Copa de 
1958, disputada na Suécia, os negros no futebol brasileiro foram mais 
valorizados, mas unicamente pela sua ginga e malandragem dentro 
de campo – jamais por sua capacidade cognitiva ou intelectual.
Você deve estar se perguntando: por que esse racismo todo? 
Para responder à sua questão, vamos tentar encontrar uma histó-
ria na própria história.
A democratização do futebol
Vimos que o futebol se origina no contexto do desenvolvi-
mento e da ampliação da sociedade capitalista no final do século 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
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19. Era uma prática eminentemente burguesa e, ainda, com certa 
dose de nobreza. As pessoas simples, pertencentes à classe dos 
trabalhadores, não participavam oficialmente dessa modalidade 
por razões estruturais e econômicas da referida sociedade e não 
dispunham de tempo livre para praticar o esporte, em virtude das 
horas dispendidas no trabalho.
Podemos concluir que o esporte, no início de sua história, 
funcionava como um diferenciador de classes sociais. Ou seja, pela 
prática esportiva amadora, a burguesia da época mostrava e rea-
firmava a todos a crença em sua superioridade social e, também, 
racial. Com o futebol, não foi diferente.
O futebol, assim como os demais esportes da época, era ex-
tremamente elitista e excludente. Só eram admitidos praticantes 
de famílias ricas, como os barões do café, empresários e altos fun-
cionários das companhias industriais inglesas. O próprio Charles 
Miller, quando organizou o futebol moderno no Brasil, realizou os 
primeiros jogos em clubes da elite paulistana.
Apesar da forte oposição em relação à democratização, essa 
situação se alterou gradualmente. Quais fatores podem ter in-
fluenciado a democratização do futebol? Aquino (2002, p. 32), à 
primeira vista, cita dois:
Os adeptos do esporte bretão argumentavam que uma peleja de 
futebol estimulava o bom funcionamento de todos os órgãos, além 
do espírito de disciplina e de solidariedade entre os atletas [...]. A 
prática do futebol contou com o fato de serem poucas e simples as 
regras do jogo. Qualquer um, inclusive indivíduos dos segmentos 
pobres e não alfabetizados da sociedade, poderia praticá-lo facil-
mente segundo as regras. Bastava dispor de uma bola, de couro 
ou de pano, para animar um racha. O campo podia ser um terreno 
baldio, uma várzea, uma praça ou uma rua.
Para Aquino (2002), a Revolta da Vacina de 1904 também in-
fluenciou a democratização do futebol. Com intensa participação 
popular, especialmente dos capoeiristas, ela se deu pela imposição 
da vacina antivariólica às camadas mais baixas da sociedade. 
No trecho a seguir, há a explicação para esse fato:
43© Origem e História do Futebol
Quem venceu esta rebelião de 1904? O futebol. Atribuindo o co-
mando da rebelião aos capoeiristas, a polícia matou a capoeira, que 
reinava absoluta desde o século anterior [...]. O que restou para 
aquela gente? A bola, nos terrenos baldios que a remodelação da 
cidade oferecia [...] (SANTOS apud AQUINO, 2002, p. 33).
Com o aumento da popularização do futebol, ele começou 
a ser praticado em ruas, praças e terrenos baldios com bolas de 
meia e de borracha. Com isso, times de "esquina" começaram a 
surgir. O mais famoso foi odo Corinthians Paulista. Em 1910, o 
Corinthians inglês, em uma excursão pela América do Sul, veio ao 
Brasil e goleou todas as equipes com as quais jogaram. Os torce-
dores das gerais vibraram e, um mês depois, um grupo de artesãos 
e pequenos funcionários fundou o Corinthians Paulista (SANTOS 
apud AQUINO, 2002).
Em 1904, também por influência inglesa, foi fundado, no su-
búrbio industrial da cidade do Rio de Janeiro, o The Bangu Athletic 
Club. Seus associados eram altos funcionários de origem inglesa da 
Companhia Progresso Industrial Ltda., fábrica de tecidos situada no 
bairro de Bangu. Como não havia, na época, número suficiente de 
altos funcionários para que dois times completos fossem formados, 
operários da linha de produção interessados em participar do jogo 
foram convidados. O Bangu tornou-se, desse modo, o primeiro clu-
be a permitir o acesso dos operários a esse esporte, que era privilé-
gio apenas da burguesia carioca e paulistana (CALDAS, 1990).
A escolha dos operários-jogadores dava-se, segundo o autor, 
em virtude de desempenho profissional e boa conduta. A partir 
do convite, o jogador escolhido passava a desempenhar na fábrica 
um trabalho mais leve e, nos dias de treino, tinha autorização para 
deixar o trabalho mais cedo (CALDAS, 1990).
A partir daí, iniciou-se a fase amadora do futebol brasileiro, 
bem como a sua popularização. Os clubes de fábrica foram deter-
minantes no início desse processo; com isso, o futebol deixou de 
ser um privilégio apenas da colônia inglesa e das camadas sociais 
abastadas.
© Futebol e Futsal
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Em pouco tempo, o exemplo da fábrica de Bangu difundiu-
-se. Sua participação em campeonatos, com o bom desempenho 
da equipe, incentivou a formação de outros times ligados a fábri-
cas, juntamente com Fluminense e Botafogo.
No estado de São Paulo, houve casos parecidos aos de Ban-
gu. Em 1902, na cidade de Sorocaba, interior paulista, foi fundado 
o Votorantim Athletic Club, também por iniciativa dos altos funcio-
nários e técnicos ingleses da fábrica. Na capital paulistana, no bair-
ro da Mooca, a empresa de tecelagem Regoli e Cia. Ltda. também 
tinha seu time de futebol. Em 1909, o empresário Rodolfo Crespi 
comprou-a, e o clube passou a se chamar Crespi F. C.; na década 
de 1930, foi rebatizado com o nome de Clube Atlético Juventus.
Em pouco tempo, os clubes de fábrica já eram comuns e pas-
sou a existir uma tradição de jogos entre eles, resultado da orga-
nização de competições e campeonatos. Inicialmente, essas com-
petições eram entre as fábricas e, mais tarde, entre as equipes de 
origem inglesa. 
O gosto e o desenvolvimento dessa prática levaram, nos 
anos seguintes, à transformação dos times de fábricas, formados 
por operários, em clubes de futebol. No início, os empresários (do-
nos das fábricas), por conta dessa inevitável associação, foram os 
primeiros financiadores da organização e da estrutura física e ma-
terial desses clubes.
Entretanto, a inclusão de equipes de origem operária nas 
disputas dos torneios em que participavam os times da elite não 
era bem-vinda, bem como a presença de jogadores de origem sim-
ples nas equipes formadas por jogadores das classes privilegiadas.
Os donos das fábricas, representantes da pequena burguesia 
industrial brasileira da época, tinham grande interesse em finan-
ciar equipes de futebol e, também, os clubes ligados aos operá-
rios, uma vez que preservavam uma imagem de ordem e eficiência 
que os conduziria ao sucesso.
45© Origem e História do Futebol
Logo, se "o prestígio da empresa não era totalmente depen-
dente da equipe de futebol, podia, em parte, ser favorecido por 
ele" (ANTUNES, 1994, p. 106). O clube era uma espécie de car-
tão de visitas; ele carregava seu nome e suas cores e, ao mesmo 
tempo, divulgava seus produtos. Os empresários não demoraram 
a perceber que o futebol praticado pelos operários poderia funcio-
nar como um grande veículo de publicidade (BRUHNS, 2000). 
Nessa mesma época, surgiram jornais especializados e de-
dicados aos esportes – em São Paulo, por exemplo, havia o Brasil 
Esportivo e o Sport. Em pouco tempo, a estrutura jornalística con-
taria com repórteres dedicados integralmente aos acontecimentos 
referentes ao futebol. 
Com o passar dos anos, e apesar da resistência imposta por 
alguns clubes, o futebol já não era mais privilégio dos rapazes das 
famílias ricas. Na década de 1920, eram frequentes os jogos en-
tre equipes que tinham em seus quadros jogadores de diferentes 
classes sociais, com imensa presença da classe trabalhadora como 
espectadora.
Para ilustrar essa vitória do futebol, Aquino (2002) aponta 
uma passagem do artigo de João do Rio, pseudônimo do escri-
tor Paulo Barreto, intitulado "Teremos nós um novo esporte em 
moda?", de 26 de junho de 1905, no Jornal Gazeta de Notícias: 
Não há dúvida. Há vinte anos a mocidade carioca não sentia a ne-
cessidade urgente de desenvolver os músculos. Os meninos dedi-
cavam-se ao "esporte" de fazer versos maus. Eram todos poetas 
aos quinze anos [...]. De um único exercício se cuidava então: a 
capoeiragem. Mas a arte de revirar rabos-de-raia e pregar cabe-
çadas era exclusiva de uma classe inferior. Depois, a moda trouxe 
aos poucos o hábito de outras terras – o futebol se preparava ago-
ra para absorver todas as atenções. A mocidade fala só de matchs 
de futebol, de goals, de chutes, em uma algaravia técnica, de que 
resultam palavras inteiramente novas no nosso vocabulário (JOÃO 
DO RIO apud AQUINO, 2002, p. 33).
Em 1923, o Vasco da Gama, com um time formado por ne-
gros e pobres trabalhadores, conquistou o Campeonato Carioca. 
Na época, isso foi para os times elitistas – formados por estudan-
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tes e profissionais bem-sucedidos da alta sociedade carioca – mo-
tivo de humilhação.
Como podemos perceber, no Brasil, os conflitos e interesses 
antagônicos das classes sociais, próprios da sociedade capitalista, 
estavam presentes e reproduzidos no processo de popularização 
do futebol.
Amadorismo marrom 
Em resposta à ascensão do futebol no contexto das fábricas, 
houve certa resistência dos sindicatos dos trabalhadores. Na épo-
ca, comunistas e anarquistas que organizavam a luta sindical no 
Brasil, especialmente em São Paulo, acreditavam que a prática do 
futebol pudesse prejudicar a luta e a organização dos trabalhado-
res por melhores condições de trabalho. Segundo os sindicalistas, 
o tempo livre dedicado à prática desse jogo atrapalharia a mobili-
zação e a construção de uma consciência de classe. O futebol era 
entendido como o novo "ópio do povo".
O amadorismo garantia, predominantemente, que somente 
a elite pudesse participar de competições com eficiência e domí-
nio do jogo, pois não tinha de trabalhar, dispondo de mais tem-
po livre que a classe trabalhadora. A prática amadora assegurava, 
portanto, a ausência dos mais humildes, uma vez que eles não 
poderiam se dedicar ao futebol como exercício profissional. Isso, 
obrigatoriamente, afastava-os dos jogos oficiais e do convívio com 
a burguesia paulistana e carioca.
Com a intenção de impedir a ascensão dos pobres, a Liga 
Metropolitana baixou uma norma que estabelecia que somente 
seriam registrados atletas capazes de assinar o próprio nome na 
súmula do jogo e que comprovassem estar estudando ou traba-
lhando. Depois disso, os dirigentes (especialmente o time do Vasco 
da Gama) começaram a dar declarações de que determinado atle-
ta trabalhava em suas casas comerciais, e os jogadores começaram 
a receber os famosos bichos: 
47© Origem e História do Futebol
Chamavam-se esse dinheiro de bicho porque, às vezes, era um ca-
chorro, cinco mil réis, outras, um coelho, dez mil réis, outras um 
peru, vinte mil réis, um galo, cinqüenta, uma vaca, cem. Não parava 
aí. Haviavacas de uma, de duas pernas, de acordo com o jogo (MÁ-
RIO FILHO apud AQUINO, 2002, p. 42).
Surgiu, com essa prática, o amadorismo marrom, expressão 
inventada por associação à imprensa marrom que vive da explora-
ção de casos ilegais e sensacionalistas. A partir de então, os joga-
dores começaram a receber para jogar: além dos bichos, recebiam 
móveis, materiais de construção, empregos, entre outras coisas.
O fato é que, apesar disso, pobres e negros se mostravam 
grandes jogadores, de forma que os clubes da elite acabaram se 
rendendo aos seus talentos. No começo, mascaravam o profissio-
nalismo recebendo salários como simples empregados do clube 
ou de uma fábrica, embora, na verdade, a remuneração viesse do 
vínculo com o time de futebol.
Nesse período, a relação dos jogadores com os clubes pode ser 
denominada de semiprofissionalismo. Nesse contexto, muitos dos 
grandes jogadores do Brasil foram contratados por outras equipes 
da América Latina e Europa, entre eles Domingos da Guia e Fausto.
Para Caldas (1990), o semiprofissionalismo só interessava 
aos clubes, pois, enquanto as arrecadações nos estádios só au-
mentavam e enriqueciam os clubes, os jogadores permaneciam 
na mesma condição de explorados e sem nenhum direito. Subme-
tiam-se a essa situação na esperança de um dia profissionalizarem-
-se. Enquanto isso, os dirigentes, com raras exceções, exploravam 
a ignorância e a subserviência dos jogadores em troca de salários 
irrisórios ou de empregos sem nenhuma garantia. 
Esse foi o quadro do futebol brasileiro até início dos anos 
1930: um semiprofissionalismo de mão única, no qual somente os 
clubes ganhavam. 
Dessa maneira, racismo, elitismo, conflitos de classes e sen-
timento de superioridade marcaram os momentos iniciais do fute-
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bol brasileiro, conflito esse que teve o seu ápice de manifestação 
por ocasião da profissionalização do futebol no país. Nesse senti-
do, conservar o futebol amador garantia, no modo de ver da elite, 
que brancos e negros, pobres e ricos mantivessem sempre uma 
distância.
O profissionalismo no futebol brasileiro 
No sentido de acabar com a prática do amadorismo marrom 
ou semiprofissionalismo, algumas pessoas passaram a defender a 
profissionalização do futebol. Associado a isso, outro fator que fa-
voreceu esse processo foi o crescente êxodo de jogadores para o 
exterior, atraídos pelos altos salários oferecidos por clubes estran-
geiros.
Para se ter uma ideia, em 1931, cerca de 30 jogadores bra-
sileiros foram para clubes italianos. Diante desta realidade, a ne-
cessidade de manter o jogador por contrato também favoreceu 
esse processo, pois muitos jogadores abandonavam seus clubes, a 
qualquer momento. 
Nos dois principais centros desportivos do país – Rio de Ja-
neiro e São Paulo – no ano de 1933, foram criadas, respectivamen-
te, a Liga Carioca e a Liga Paulista de Futebol, responsáveis pela 
implantação do profissionalismo no futebol (AQUINO, 2002).
Com a profissionalização oficial do futebol no Brasil, em 
1933, foram ampliadas as oportunidades de trabalho de muitos 
operários, havendo a possibilidade de organização e formação de 
equipes mais competitivas e jogadores com boa qualidade técnica. 
Entretanto, apesar do profissionalismo, jogadores de clubes de fá-
brica continuaram trabalhando como operários e treinavam após 
o expediente.
Todavia, houve muita resistência a esse movimento, espe-
cialmente dos clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo que não 
viam com bons olhos a mistura de classes sociais na hora do jogo 
de futebol. O problema é que os clubes do subúrbio e das perife-
49© Origem e História do Futebol
rias já começavam a apresentar bons jogadores e a levar grande 
número de pessoas para assistir aos jogos. Foi o caso do Vasco da 
Gama do Rio de Janeiro.
Com maior representação social, as disputas entre os clubes 
tornaram-se mais acirradas, assim como a busca pelos melhores 
jogadores. Como nesse momento os melhores jogadores provi-
nham das camadas populares, os grandes clubes, se quisessem tê-
-los em seus times, teriam de contratá-los e pagar por eles.
No contexto dos anos de 1930, o Brasil era governado pelo 
presidente Getúlio Vargas que, para conter o avanço político da 
classe trabalhadora e da esquerda, propôs uma política trabalhista 
que regulamentava uma série de profissões, inclusive a de jogador 
de futebol. Os atletas, finalmente, transformaram-se em emprega-
dos dos clubes.
Em 1940, três quartos dos jogadores profissionais já tinham 
origem social na classe trabalhadora. No entanto, era um profissio-
nalismo tutelado pelos dirigentes e presidentes dos clubes.
Os atletas profissionais, com raízes operárias e humildes, 
eram submetidos a uma relação paternalista e de controle sobre 
seus hábitos de vida e recebiam salários insatisfatórios. Tais hábi-
tos e cultura, segundo Caldas (2001), eram extremamente repug-
nados e rejeitados pelas classes média e alta.
Depois de 1950, apesar da derrota da seleção brasileira de 
futebol para a seleção uruguaia na Copa do Mundo de Futebol 
realizada no Brasil, esse esporte, definitivamente, entrou para o 
cenário cultural brasileiro como um grande espetáculo de massa. 
O futebol consolidou-se, também, pela presença maior dos meios 
de comunicação na divulgação e organização dos eventos.
No Brasil, até 1970, os jogos eram transmitidos pela televi-
são na forma de videoteipe. Isso ajudou a firmar o estilo brasileiro 
de se jogar futebol com a presença corporal marcante do negro e 
do mestiço. 
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Com as conquistas das Copas do Mundo de 1958, na Suécia, 
e de 1962, no Chile, o estilo brasileiro de futebol ganhou reconhe-
cimento internacional, por ser jogado com arte. Definitivamente, 
com essas duas conquistas, o futebol no Brasil consolidou-se como 
uma grande mercadoria da indústria cultural.
Atualmente, o futebol profissional, como grande produto 
da lógica capitalista, está vinculado à indústria do entretenimento 
como um produto a ser consumido pelas milhares de pessoas que 
vão aos estádios ou pelos milhões que assistem aos jogos pela TV.
Durante as transmissões ao vivo dos jogos pela televisão, 
a publicidade de inúmeros produtos aparece a cada minuto. São 
mercadorias de toda ordem: de lâminas de barbear e perfumes 
até marcas de bebidas alcoólicas.
O jogador profissional não mais representa as cores de seu 
clube; transformou-se em uma espécie de representante comer-
cial de seus patrocinadores pessoais. O trabalho atual dos grandes 
jogadores valorizados no futebol mundial consiste em alternar as 
horas de treinamento e as horas de gravação de comerciais publi-
citários. É aquilo que podemos chamar de "jogador mercadoria".
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar 
as questões a seguir, que tratam, mais especificamente, da história 
do futebol no Brasil – de Charles Miller, a prática do futebol mo-
derno até sua profissionalização. 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em 
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que 
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma 
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
51© Origem e História do Futebol
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu 
desempenho no estudo desta unidade:
1) Podemos afirmar que Charles Miller, quando trouxe o futebol ao Brasil, em 
1894, encontrou um ambiente favorável que facilitou sua aceitação. Do seu 
ponto de vista, o que poderiaexplicar tamanha afinidade? O que pode ter 
facilitado a entrada e a permanência desta modalidade no Brasil?
2) Como você descreveria a prática do futebol no Brasil no início do século 20? 
Aponte fatores que podem ter contribuído para sua popularização e conse-
quente mudança do quadro inicial.
3) Vimos que o processo de profissionalização do futebol sofreu influências de 
vários fatores. Explique como a prática pelos operários das fábricas facilitou 
a implantação do profissionalismo em nosso país. Como você justificaria o 
amadorismo marrom no mesmo período?
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você estudou questões relativas à problemática 
histórica do futebol, como a importância desse esporte para a história 
da cultura da humanidade, desde a antiguidade até os dias de hoje. 
Além disso, você pôde conhecer algumas das principais características 
dos jogos das primeiras civilizações, precursores do futebol atual.
Você teve contato com um breve panorama histórico do fu-
tebol no Brasil, desde sua chegada, sob influência europeia, até os 
elementos que ora dificultaram, ora facilitaram sua incorporação/
assimilação por todos os brasileiros. Pôde perceber, também, que 
essa história foi construída sobre preconceitos e injustiças.
Logo, é importante que você, aluno do EaD, saiba contextua-
lizar e discutir essa história com seus futuros alunos na Educação 
Básica. Relações e exemplos não faltarão para que você possa con-
tar a história do futebol de maneira crítica, sem se limitar ao senso 
comum e dispondo de uma visão ampla de sociedade e do fenô-
meno educativo. Na Educação Física, a conversa tem de ser outra! 
Para finalizar este tópico, reforçamos que o objetivo desta 
unidade foi mostrar a trajetória do futebol do início de sua prática, 
© Futebol e Futsal
 Claretiano - Rede de eduCação
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de acordo com regras específicas, até a profissionalização no Bra-
sil, proporcionando a visualização dos acontecimentos responsá-
veis por transformá-lo em "paixão nacional". 
Entretanto, essas possibilidades não se esgotam aqui. Espe-
ramos que você discuta com seus colegas, coloque dúvidas e co-
mentários no Fórum e consiga pensar em novos temas referentes 
ao futebol e aos conceitos a ele atrelados.
Então, mãos à obra! Estude, reflita sobre sua prática e am-
plie seus conhecimentos.
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 O kemari. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd76/futebol.htm>. 
Acesso em: 5 set. 2012.
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Figura 3 O calcio. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd76/futebol.htm>. 
Acesso em: 6 set. 2012.
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