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SUJEIÇÃO ATIVA, PASSIVA E RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

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Profa. Márcia cavalcante.
RESPONSABILIDA
TRIBUTÁRIA 
Conceito 
 Responsabilidade tributária consiste no dever de o contribuinte, sujeito passivo natural, tornar efetiva a prestação de dar, consistente no pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (obrigação principal), ou a prestação de fazer ou não fazer, imposta pela legislação tributária no interesse da fiscalização ou da arrecadação tributária (obrigações acessórias).
Contribuinte X Responsável 
O tributo deve ser cobrado da pessoa que praticou o fato gerador, surgindo, portanto, o sujeito passivo direto (contribuinte), entretanto, pode ocorrer situações onde o sujeito ativo poderá cobrar o tributo de uma terceira pessoa, que não é o contribuinte, será então do sujeito passivo indireto ( responsável tributário). 
Art. 121 CTN 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Contribuinte 
	Contribuinte, é a pessoa física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Assim, o contribuinte é sujeito passivo direto. Sua responsabilidade é originaria existindo uma relação de identidade entre a pessoa que deve pagar o tributo e a que participou diretamente do fato imponível. 
RESPONSÁVEL 
Responsável, é a pessoa que, sem revestir a condição de contribuinte tem sua obrigação decorrente de disposição expressa de lei. Assim, não tendo relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador, o responsável é sujeito passivo indireto, sendo sua responsabilidade derivada, por decorrer da lei, e não da referida relação. A obrigação do pagamento do tributo lhe é cometida pelo legislador, visando facilitar a fiscalização e arrecadação dos tributos.  
Responsabilidade Tributária de terceira pessoa que não praticou o fato gerador pode ocorrer: 
Sujeição passiva indireta= duas modalidades: 
Transferência= é feita após a ocorrencia do fato gerador. 
Substituição é definida antes da ocorrência do fato gerador 
( ex. solidariedade e sucessão) 
ART. 128 CTN 
 “ Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário à terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo-se a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.”
Transferência e substituição Tributária 
Requisitos: 
Há necessidade de expressa previsão legal; 
Atribuição de responsabilidade tributária só poderá ocorrer à terceira pessoa de qualquer modo vinculada ao fato gerador da obrigação tributária; 
A atribuição da responsabilidade só poderá ser possível em relação a obrigação principal ( art. 121 CTN) 
ART. 123 CTN
“ Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.”
Exemplo¹:
Se um inquilino de um apartamento assume o IPTU e não honra o contrato particular, por ele assinado, a Fazenda Municipal irá exigir o recolhimento do tributo do proprietário do imóvel. O contrato entre as duas partes só produzirá efeitos na esfera civil, devendo o proprietário do imóvel antecipar o valor correspondente ao Fisco, sem argüir força probante à convenção particular, pretendendo fazê-la oponível à Fazenda. 
RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA OU SUPLETIVA
 
O contribuinte responde pela parte ou pelo todo da obrigação tributária, que o responsável designado em lei deixar de cumprir. 
Inicialmente cobra-se do contribuinte, caso este não disponha de recursos suficientes, cobra-se do responsável. 
HIPÓTESES PARA CONFIGURAR A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA OU SUPLETIVA 
O responsável é um terceiro, que a lei determina mediante sua vinculação com o fato gerador da respectiva obrigação. 
A atribuição da responsabilidade tributária à terceira pessoa só pode ser por lei formal (art. 97, III CTN)
A lei ao designar o terceiro como responsável tributário, pode excluir a responsabilidade tributária do contribuinte, por meio da figura da substituição tributária
RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES 
Sucessão na obrigação tributária ocorre quando uma pessoa é obrigada a satisfazer a prestação descumprida após a ocorrência do fato gerador que obrigou o outro sujeito passivo ( contribuinte ou responsável) . 
Esta disciplinada nos arts. 129 a 133 CTN 
Responsabilidade dos Sucessores
 (continuação) 
O art. 129 dispõe que os sucessores respondem pelos créditos tributários definitivamente constituídos, pelos que se encontram em fase de constituição, e pelos constituídos posteriormente, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a data da sucessão.
O art. 130 trata da responsabilidade dos adquirentes de imóveis quanto aos impostos que tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil, ou a posse de bens imóveis, bem como em relação a taxas de serviço e a contribuição de melhoria, relacionadas com seus bens imóveis. 
				Continuação 
O art. 131 versa sobre casos específicos de responsabilidade pessoais do adquirente ou remitente, do sucessor e do cônjuge-meeiro e do espolio. 
O art. 132 regula a responsabilidade decorrente de fusão, transformação e incorporação de empresas. Ou seja, as pessoas jurídicas que resultarem de fusão, transformação ou incorporação, responde pelos tributos devidos até a data do ato. Ressaltando que tal responsabilidade é estendida ao sócio remanescente ou a espólio quando continuar a exploração de atividade da pessoa jurídica extinta, quer sob a mesma ou outra denominação social, ou ainda sob firma individual. 
RESPONSABILIDADE – FUNDO DE COMÉRCIO 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS 
 O CTN disciplina nos arts. 134 e 135. 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes
de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado
> A responsabilidade prevista no artigo 134 não é solidária plena, pois antes deve ser verificado a impossibilidade do cumprimento da obrigação tributária principal pelo contribuinte, vez que não se pode cobrar tanto de um como de outro devedor, havendo uma ordem de preferência a ser seguida. Em primeiro lugar cobra-se do contribuinte, após exige-se do responsável. 
O art. 135 trata de hipóteses onde se denota atos praticados com excesso de poderes ou infração a lei, contrato social e estatuto. As pessoas relacionadas devem praticar atos que denotem em desrespeito a sua função e atribuição de gestão ou administração. 
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES 
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
RESPONSABILIDADE PESSOAL DO AGENTE
O art. 137 do CTN estabelece exceções à regra de que a responsabilidade por infrações tributárias cabe ao sujeito passivo, contribuinte ou responsável. Diz esse texto que nos casos ai elencados – infrações que constituem crimes ou contravenções e aquelas em que o elemento doloso é fundamental para sua caracterização – a responsabilidade é pessoal do agente. 
Exemplos – art. 136 CTN 
em uma circulação de mercadoria sem nota fiscal, se o contribuinte escriturou a saída e recolheu o imposto, a falha persistiu e, por ela, independentemente de sua intenção ( se houve dolo ou culpa) o omisso responderá;
em virtude de dificuldades financeiras momentâneas, se o contribuinte vê-se em fase de inadimplência tributária, o descumprimento obrigacional será punível, ainda que exista eventual motivo para a sua prática; 
em razão da entrega extemporânea da Declaração de IRPF, será exigida a multa, ainda que a entrega a destempo seja justificada pelo inadimplente. 
DENÚNCIA ESPONTÂNEA 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração
DA APLICABILIDADE DA DENUNCIA ESPONTÂNEA 
A denuncia espontânea permite que o contribuinte compareça a repartição fiscal competente para informar a ocorrência da infração e consequentemente pagar os tributos em atraso. Essa possibilidade fará com que o contribuinte se retrate e afaste a punibilidade, devendo, entretanto arcar com o pagamento de juros e correção monetária aplicados ao tributo em atraso.

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