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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * ESCAVAÇÕES SUBTERRÂNEAS Introdução Métodos construtivos Métodos com couraça, Métodos sem couraça Comportamento do maciço Métodos de dimensionamento Métodos empíricos, Métodos semi-empíricos, Métodos numéricos Escavações Subterrâneas * * * Introdução Quando comparado com obras convencionais, os túneis apresentam diversas peculiaridades. Em um túnel o maciço não é apenas carregamento, o maciço é parte da estrutura. Concepção “estrutural”: o revestimento é a estrutura e resiste ao peso do maciço. Concepção “geotécnica”: o revestimento e maciço são a estrutura (+ econômico). Escavações Subterrâneas * * * Modelos de Cálculo ESTRUTURAS CONVENCIONAIS: Métodos de cálculo bem sedimentados Conhecimento da da geometria e comportamento do material TÚNEIS: Métodos de cálculo não estão bem sedimentados Incertezas em relação a geometria e comportamento do material Problema 3D Escavações Subterrâneas * * * Em um túnel boa parte da atividade de projeto pode ser desenvolvida durante a própria contrução. Escavações Subterrâneas * * * Métodos Construtivos Os métodos construtivos de escavações subterrâneas em rocha podem ser agrupados em dois grupos: - Métodos com couraça e - Métodos sem couraça. Nos métodos com couraça a escavação é normalmente realizada de forma mecanizada e a frente de escavação é protegida por um escudo. Nos métodos sem couraça a escavação também pode ser mecanizada. Escavações Subterrâneas * * * Métodos com couraça Existem vários tipos de TBM (Tunnel Boring Machine), que são aplicados para escavação em rocha. Este tipo de equipamento, quando desenvolvido para trabalho em solo, são denominados de shield. Escavações Subterrâneas * * * Métodos sem couraça Escavações Subterrâneas * * * NATM - New Austrian Tunnelling Method Novo Método Austríaco de Túneis (NATM) . Métodos de escavação sem couraça mais utilizado no Brasil. Favorece as deformações do maciço,adjacente ao contorno escavado, para redistribuir e, ao mesmo tempo, reduzir as tensões máximas induzidas, sem permitir sua desagregação e conseqüente perda de coerência. Estabelecendo : -aproveitar ao máximo a capacidade autosuportante do maciço, adjacente ao contorno escavado; -escavar uma seção arredondada, preferencialmente plena, e parcializada, quando sua estabilidade exigir; -aplicar suporte flexível em todo contorno escavado, exceto no piso, quando horizontal e suficientemente resistente, antes da desagregação da zona potencialmente plastificáveis; - dimensionar o revestimento final durante a obra, em função do comportamento mecânico da frente de escavação; - controlar e corrigir o desempenho do maciço e respectivo suporte, com base nos resultados do monitoramento dos deslocamentos do contorno escavado e, eventualmente, da superfície, durante o processo de escavação. Escavações Subterrâneas * * * chumbadores, tirantes, cambotas, telas metálicas, concreto projetado, Tipos de suporte retro-escavadeira martelete pneumático, explosivos. Materiais e equipamentos Escavações Subterrâneas * * * Sequências de escavação ESCAVAÇÃO A SEÇÃO PLENA seção transversal Escavações Subterrâneas * * * ESCAVAÇÃO PARCIALIZADA EM CALOTA E BANCADA seção transversal núcleo arco invertido provisório arco invertido definitivo Escavações Subterrâneas * * * ESCAVAÇÃO PARCIALIZADA COM GALERIA LATERAL (Side Drift) 2) escavação das galerias laterais 3) escavação da região do teto 4) seção final Escavações Subterrâneas * * * ESCAVAÇÃO PARCIALIZADA EM UM MACIÇO FRATURADO descontinuidades tirantes Escavações Subterrâneas * * * Túneis de pequeno diâmetro Pipe-Jacking f = 1 a 3m - Comprimento=200 a 300m Escavações Subterrâneas * * * Melhoria de solos INJEÇÃO DE CIMENTO CONGELAMENTO ENFILAGEM Escavações Subterrâneas * * * Instrumentação Inclinômetros Extensômetros Células de carga Pinos de convergência Medidas de convergência Escavações Subterrâneas * * * Custos METRÔ DE ESTOCOLMO Túnel (44 a 48 m2) Concreto projetado 2.000 a 3.000 US$/m Estação subterrânea (100 a 120 m2) Concreto projetado 5.000 a 10.000 US$/m BRASIL (?) Metrô SP - 2 Túneis em argila rija (NATM) 5.200 a 5.600 US$/m ALEMANHA - Metrôs NATM - 3.200 a 7.000 US$/m Shield - 9.600 a 21.300 US$/m Escavações Subterrâneas * * * Comportamento do Maciço Comportamento da escavação de um túnel em um maciço contínuo. Escavações Subterrâneas * * * Papel do suporte Escavações Subterrâneas * * * Efeito do atraso do suporte Escavações Subterrâneas * * * Tipos de instabilidade em material inconsolidado INSTABILIDADE DE FRENTE INSTABILIDADE DE TETO INSTABILIDADE DE FUNDO INSTABILIDADE DAS PAREDES Escavações Subterrâneas * * * Tipos de instabilidade Maciço contínuo sujeito a um nível baixo de tensões. Resposta linear elástica com pouca ou nenhuma ruptura. Maciço contínuo sujeito a um nível alto de tensões. Desplacamento e lascamento iniciados em pontos de alta concentração de tensão no contorno da escavação e propagação no entorno do maciço. Escavações Subterrâneas * * * Maciço pouco fraturado sujeito a um baixo nível de tensões. Blocos ou cunhas formados pelas desconti- nuidades que se interceptam podem escorregar ou cair sob a ação da gravidade. Maciço pouco fraturado sujeito a um alto nível de tensões. Rupturas ocorrem como resultado de escorregamento em descontinuidades e também por desplacamento e lascamento dos blocos. Escavações Subterrâneas * * * Maciço altamente descontínuo sujeito a um nível alto de tensões. O maciço rochoso ao redor da abertura falha por escorregamentos pelas desconti- nuidades e esmagamento de blocos de rocha. O fechamento do piso e paredes laterais são resultados típicos deste tipo de ruptura. Escavações Subterrâneas * * * Métodos de Dimensionamento Os métodos de dimensionamento para escavações subterrâneas podem ser agrupados em: Métodos empíricos Classificações Geomecâncias Métodos semi-empíricos Soluções para meios contínuos Soluções para meios descontínuos Métodos numéricos Método das Diferenças Finitas Método dos Elementos Finitos Método dos Elementos de Contorno Escavações Subterrâneas * * * Métodos empíricos As Classificações Geomecânicas foram elaboradas por especialistas a partir da observação do comportamento de diversas obras. Uma Classificação Geomecância deve: Dividir maciços em grupos de comportamento semelhante, Fornecer base para compreensão das características, Facilitar o projeto de estruturas na rocha estabelecendo dados quantitativos para soluções de engenharia, e Estabelecer base comum para a comunicação entre diferentes profissionais envolvidos em diferentes fases do problema. Para isto a classificação deve ser: Simples e significativa, Baseada em parâmetros significativos de fácil determina- ção no campo. Escavações Subterrâneas * * * Métodos semi-empíricos Soluções analíticas ou derivadas numericamente, para condições idealizadas, podem ser utilizadas para estudo de escavações subterrâneas, associadas a um conheci- mento empírico do problema. Existem métodos semi-empíricos que tratam o maciço como contínuo (ou um contínuo equivalente) ou tratam o maciço como descotínuo. Os métodos que tratam o maciço como contínuo são muitos e admitem diferentes hipóteses para o comportamento do maciço. Dentre os métodos que tratam o maciço como descontínuo pode-se citar a Teoria dos Blocos (Block Theory) ver GOODMAN (1989). Escavações Subterrâneas * * * Métodos numéricos Para análise demuitos problemas são aplicados métodos numéricos. Os métodos numéricos que fornecem a solução do problema apenas em alguns pontos do maciço são chamados de métodos discretos. Os principais destes métodos, aplicados no estudo de escavações subterrâneas, em meios predominantemente contínuos, são: Método das Diferenças Finitas (MDF), Método dos Elementos Finitos (MEF), Método dos Elementos de Contorno (MEC). Existem métodos numéricos formulados especialmente para tratar meios muitos fraturados (como por exemplo Elementos Distintos e o DDA). Escavações Subterrâneas * * * O domínio do problema é discretizado de formas diferentes para solução por cada método numérico. Escavações Subterrâneas * * * O Método das Diferenças Finitas consiste na substituição da equação diferencial que governa o fenômeno em estudo por uma equação algébrica, que relaciona o valor da variável do problema em um ponto aos valores em pontos vizinhos. A solução pode ser obtida de forma iterativa. O Método dos Elementos Finitos, resumidamente, consiste na divisão do domínio do problema em elementos conectados em alguns pontos nodais, para cada elemento é determinada uma matriz que relaciona a variável de estudo com as condições impostas; com a matriz de cada elemento monta-se uma matriz global, e após resolvido o sistema de equações tem-se o valor da variável nos pontos nodais. No Método dos Elementos de Contorno a discretização é realizada apenas no contorno, sendo a formulação matemática diferente. Escavações Subterrâneas * * * O método numérico mais utilizado para estudo de escava- ções subterrâneas é o MEF. Uma das formas de simular a escavação é a técnica de redução do carregamento: 1) Aplicação das tensões iniciais. 2) Retirada dos elemen- tos escavados e apli- cação de uma fração da tensão atuante, p/ simulação do efeito 3D. 3) Colocação do revesti- mento e aplicação do restante da tensão. Escavações Subterrâneas * * * Exercício de classificação geomecânica Túnel escavado em basalto com direção NS. s1= 1MPa, RQD=80%, qu= 80MPa, Pequeno fluxo d’água. Família 1 - Direção NS, Mergulho 60oE, espaçamento 60cm, persistente, contato rocha-rocha, pouco rugosa e levemente alterada. Família 2 - Sub-horizontal, espaçamento 30cm, presistente, superfícies muito alteradas, preenchida com argila pouco adensada, (espessura<5mm). Escavações Subterrâneas * * * Classificação RMR de Bieniawski Bieniawski, em 1976, 1979 e 1984, propôs e atualizou um sistema de classificação onde considera os seguintes parâmetros do maciço: Resistência a compressão simples, RQD, Espaçamento das descontinuidades, Padrão das descontinuidades, Ação da água subterrânea, Orientação relativa das descontinuidades/escavação. Partindo da contribuição relativa de pesos em função dos níveis de variação dos parâmetros, determina-se a classifi- ção pelo somatório dos pontos obtidos, denominado RMR (Rock Mass Rating). Escavações Subterrâneas * * * Resistência a compressão simples (MPa) RQD Espaçamento das descontinuidades Escavações Subterrâneas * * * Padrão das descontinuidades Ação da água subterrânea Escavações Subterrâneas * * * Orientação relativa das descontinuidades/escavação Escavações Subterrâneas * * * O somatório dos pesos determina a classe do maciço. Escavações Subterrâneas * * * CLASSIFICAÇÃO POR BIENIAWSKI qu= 80 Mpa RQD = 80% espaçamento padrão descont. água orientação Classe IV => Maciço regular a ruim Pela Figura 10 de GOMES (1991) nota-se que seria necessário um RMR da ordem de 50 para escavação a seção plena. Com um RMR de 38 pode-se escavar aberturas de até 6m. Como solução adota-se uma parcialização da seção em quatro frentes. Escavações Subterrâneas * * * O sistema Q de Barton O sistema proposto por Barton et al., em 1974, utiliza um parâmetro Q para classificar o maciço, sendo: onde: RQD - Índice RQD, Jn - Índice relativo ao número de famílias de descont., Jr - Índice relativo a influência da rugosidade das descont., Ja - Índice relativo a alteração das paredes das descont., Jw - Índice relativo a ação da água subterrânea, SRF - Índice relativo ao estado de tensões do maciço. Os parâmetros estão tabelados em GOMES (1991). Escavações Subterrâneas * * * CLASSIFICAÇÃO POR BARTON FAMÍLIA 1 RQD = 80 Jn = 4 Jr = 1,5 Ja = 2,0 Jw = 1,0 SRF = 1,0 Q=15 FAMÍLIA 2 RQD = 80 Jn = 4 Jr = 1,0 Ja = 15 Jw = 1,0 SRF = 1,0 Q=1,33 Famíla 2 => mais crítica Maciço ruim Maior comprimento do vão sem necessidade de suporte (ESR=1,3): Lmáx.=2(ESR) Q0.4 suporte provisório Q’=5Q Lmáx.=2(1,3) (5*1,33)0,4 = 5,5m É necessário parcializar em quatro frentes. Dimensão equivalente (De): De=L/ESR=5/1,3=3,8 Com Q e De => Tabela 15 de GOMES (1991) => ancoragem com chumbador c/ espaçamento de 1m e 20 a 30 mm de concreto projetado Escavações Subterrâneas * * * Bibliografia GOLSER, J. (1996) Retificações às opiniões do Prof. Kovári sobre o Novo Método Autríaco de Túneis. Tradução n. 14, ABGE, São Paulo. 16p. GOMES, R.C. (1991) Classificações geomecânicas de maciços rochosos. Publicação EESC/USP. 37p. GOODMAN, R.E. (1989) Introduction to rock mechanics. 2nd ed.Willey, New York. 562p. HOEK, E.; KAISER, P.K.; BAWDEN, W.F. (1995) Suport of undeground excavation in hard rock. Balkema, Rotterdam. 215p. RABCEWICZ, L.V. (1979) Pricípios e modos de aplicação do Novo Método Austríaco de abertura de Túneis com atenção particular às condições geotécnicas e topográficas brasileiras. Tradução n.8, ABGE, São Saulo. 35p. VELOSO, D.A.;SANTA MARIA,P.E.L. & LOPES, F.R. (1996) Princípios e modelos básicos de análise. In: HACHICH et al., Fundações Teoria e Pratica. São Paulo, PINI. p.163-196. Escavações Subterrâneas
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