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Revisão 1 - Filosofia e Ética

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Filosofia e Ética
José Guatemozin
Revisão 1
Os primeiros filósofos
 		Os primeiros filósofos foram chamados pela tradição de Pré-Socráticos porque possuíam características comuns: a temática da Physis (natureza) e partiam de elementos presentes no mundo natural (arqué). Vimos que o elemento primordial para Tales é a água. Eles entendiam que havia um mundo ordenado (cosmo) e que era postulado numa linguagem (logos).
		
		
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Pré-Socráticos: Tales de Mileto
		Como a formulação do conhecimento era escrita, podemos refutar o argumento do outro filósofo, postulando-se uma nova arqué. Daí o caráter crítico da filosofia.
		
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Pré-Socráticos: Tales de Mileto
		Tales foi o primeiro pensador a indagar por que as coisas são e pelo princípio de suas mudanças. Ele descobre na água a origem da composição de todas as coisas. As coisas nada mais são do que alterações, condensações ou dilatações da água (ou do úmido). Eis o princípio de todas as coisas e a vitalidade de todos os viventes. O pensador, porém, não deixou nada escrito. 
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Pré-Socráticos: Anaximandro (610-547 a.C.) 
 		Filósofo da escola jônica, natural de Mileto, foi o discípulo de Tales, que estabeleceu que o princípio de todas as coisas é o ilimitado (apeiron). Para ele, tudo provém dessa substância eterna e indestrutível, infinita e invisível, que é o apeiron, o ilimitado, o indeterminado: " O infinito é o princípio" (arqué). 
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Pré-Socráticos: Anaxímenes
 		Anaxímenes (588-524 a.C.), natural de Mileto e discípulo de Anaximandro, ensinou que a substância originária não poderia ser a água (como acreditava Tales) nem tampouco o apeiron (como dissera Anaximandro), mas o ar infinito (o pneumaapeiron) que, através da rarefação e da condensação, forma todas as coisas. 
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Pré-Socráticos: Parmênides
		Parmênides (a.C.544-450.), filósofo grego da escola eleata (nascido em Eléia), representa, face a Heráclito, o outro polo do pensamento humano. Para ele, é a mudança e o movimento que são ilusões. O devir não passa de uma aparência, visto que são os nossos sentidos que nos levam a crer no fluxo incessante dos fenômenos. 
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Pré-Socráticos: Parmênides
		O que é real é o Ser único, imóvel, imutável, eterno e oculto sob o véu das aparências múltiplas. 
		"O Ser é e o não-ser não é", quer dizer: o ser eterno, a substância permanente das coisas e, por conseguinte, imutável e imóvel, é o único que existe. 
		O "não-ser" é a mudança, pois mudar é justamente não mais ser aquilo que era, de modo a tornar-se aquilo que não é ainda. 
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Pré-Socráticos: Zenão de Eléia
		Para defender a tese de Parmênides, o seu discípulo Zenão de Eléia criou uma série de argumentos chamados "paradoxos de Zenão". O argumento central é demonstrar a divisibilidade ao infinito do espaço.
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Paradoxo
Paradoxo = Pensamento ou argumento que, apesar de aparentemente correto, apresenta uma conclusão ou consequência contraditória, em oposição a determinadas verdades aceitas. Há vários tipos de paradoxos, podendo-se destacar aqueles de auto-referência como o de Epimênides, o Cretense: "Todos os cretenses são mentirosos". Se Ele está mentindo, a afirmação é verdadeira, já que é cretense. 
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Paradoxo
Porém deveria ser falsa, uma vez que está mentindo. Se Epimênides está dizendo a verdade, a afirmação é falsa; pois, dado o seu conteúdo, deveria ser verdadeira. 
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Pré-Socráticos: Heráclito
		Heráclito (sécs.VI a V a.C), nascido em Éfeso considerado o filósofo do devir, do vir a ser, do movimento, é o mais importante pré-socrático. Filósofo melancólico e obscuro, de estilo oracular, contentava-se com a representação: o sol é novo a cada dia. O universo muda e se transforma infinitamente a cada instante. Um dinamismo eterno o anima. 
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Pré-Socráticos: Heráclito
		A substância única do cosmo é um poder espontâneo de mudança e se manifesta pelo movimento. Tudo é movimento: 'Punta rei", isto é, "tudo flui", nada permanece o mesmo. As coisas estão numa incessante mobilidade. E a verdade se encontra no devir, não no ser: "Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio."
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Pré-Socráticos: Heráclito
		A variedade infinita dos fenômenos é feita pela "tensão oposta dos contrários". "Tudo se faz por contraste", declarou. "Da luta dos contrários é que nasce a harmonia." Se nossos sentidos fossem bastante poderosos, veríamos a universal agitação. 
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Pré-Socráticos: Heráclito
		Tudo o que é fixo é ilusão. A imortalidade consiste em nos ressituarmos no fluxo universal. O pensamento humano deve participar do pensamento universal imanente ao universo. E o princípio unificador que governa o mundo é o logos.
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Pré-Socráticos: Pitágoras
		Pitágoras (séc.Vl a.C.), matemático, nascido em Samos, foi quem inventou a palavra filosofia. Deixou duas doutrinas célebres: a divindade do número e a crença na metempsicose (migração das almas de corpo em corpo). 
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Pré-Socráticos: Pitágoras
		Percorreu o mundo conhecido, pregando sua doutrina, uma espécie de seita, um orfismo renovado, fundada numa mística, comportando uma regra de vida por iniciação secreta, por ritos para o êxtase onde a alma seria desligada do corpo (prisão da alma).
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Sócrates e os Sofistas
		A ética nasceu na Grécia, praticamente junto com a filosofia, embora seus preceitos fossem praticados entre outros povos, desde os primórdios da humanidade, mesclados ao contexto mítico e religioso. Destarte, de maneira a pautar regras de comportamento para permitir o convívio entre indivíduos agrupados no conjunto da sociedade. 
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Sócrates e os Sofistas
		Os gregos foram os primeiros a racionalizar as relações entre as pessoas, repensando posturas e sistematizando ações. Momento em que surgiram discussões que até hoje fomentam reflexões éticas. Apesar dos pré-socráticos se inserirem neste contexto, a maioria dos autores atribuem a tradição socrática um olhar mais atento sobre problemáticas em torno da ética. 
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Sócrates e os Sofistas
	Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento seria a alma humana, onde reside a verdade e a possibilidade de alcançar a felicidade. O grande problema é que o individuo não está preparado para encontrar a verdade dentro de seu próprio espírito. Tentando eliminar os próprios erros, ocultos em sentimentos confundidos com a felicidade, o sujeito acaba buscando somente o prazer puramente hedonista. 
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Sócrates e os Sofistas
		A missão do filósofo é conduzir o sujeito ao conhecimento, direcionando para eudaimonia, a verdadeira felicidade. Um conceito importante para os gregos, tanto que a palavra eudeimon tem a mesma origem etimológica, vem a ser o domínio de tal conhecimento, tornando o homem poderoso e com boa fortuna. 
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Sócrates e os Sofistas
		A felicidade só pode ser alcançada pela conduta reta, uma vez que a verdade só pode ser contemplada pelo conhecimento virtuoso do mundo, pelo comportamento orientado pela bondade. 
		A virtude é o centro da ética socrática, podendo ser definida como uma disposição para praticar o bem, suprimir os desejos, racionalizando as ações em beneficio da coletividade. 
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Sócrates e os Sofistas
		 O individuo virtuoso, bom, é aquele que se preocupa em aperfeiçoar a convivência comunitária, em tornar-se o cidadão perfeito. Neste sentido, devemos notar que a ética é uma busca pela felicidade coletiva, mas envolve apenas a eudaimonia entre iguais.
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Sofistas
		 Na Grécia clássica, os sofistas foram os mestres da retórica e oratória, professores itinerantes que ensinavam sua arte aos cidadãos interessados em dominar melhor a técnica do discurso, instrumento político fundamental para os debates e discussões públicas. Na pólis grega, as decisões políticas eram tomadas nas assembleias. 
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Protágoras
		Protágoras (séc.V a.C.), nascido em Abdera, é um dos filósofos sofistas preocupado não com as cosmogonias e os sistemas, com a introdução de certo "humanismo" na filosofia. Ele prega uma espécie de relativismo ou de subjetivismo. 
		De sua obra, ficou apenas uma frase: "O homem é a medida de todas as coisas,do ser daquilo que é, do não-ser daquilo que não é". 
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Górgias
		 Ao conhecermos alguma coisa, nada podemos dizer sobre ela, uma vez que a linguagem é perfeitamente arbitrária, pois as palavras traem o pensamento. Portanto, todo juízo distinto de "o ser é" (juízo estéril por sua imobilidade) é absurdo, pois confunde sujeito e atributos.
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Hípias de Elida
		Em seus diálogos "Hípias e Protágoras", Platão fala de Hípias, sofista da primeira geração, como um homem de saber enciclopédico. Platão chama a atenção para a diferença que ele teria estabelecido entre o que é bom por natureza, sendo eternamente válido, e o que é conforme à lei, sendo contingente e, por conseguinte, coagindo a natureza humana.
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Platão
		A doutrina central de Platão é a distinção de dois mundos: o mundo visível, sensível ou mundo dos reflexos; e o mundo invisível, inteligível ou mundo das ideias. A essa concepção dos dois mundos se ligam as outras partes de seu sistema.
		O método é a dialética, consistindo em que o espírito se eleve do mundo sensível ao mundo verdadeiro, o mundo inteligível, o mundo das ideias.
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Platão
		Chegar à ideia do bem e realizar o ideal de perfeição que é o bem. Abaixo dessa virtude quase divina situa-se a virtude propriamente humana: a justiça, que consiste na harmonia interior da alma. 
		
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Platão
		 Toda a doutrina de Platão pode ser interpretada como uma crítica em relação ao dado sensível, social ou político, e com uma exortação a transformá-lo se inspirando nas ideias, cuja ação (cognitiva, moral e política) deve reproduzir, o mais fielmente possível, a ordem perfeita no mundo do futuro. 
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Aristóteles
		Preocupado com as primeiras causas e com os princípios de tudo ocorre a dessacralização do "ideal" platônico, realizando as ideias nas coisas. O primado é o da experiência, de modo que os caminhos do conhecimento são os da vida. Sua teoria capital é a distinção entre potência e ato. O que leva à segunda distinção básica, entre matéria e forma: "a substância é a forma".
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Aristóteles
		A felicidade suprema consiste na contemplação da realização de nossa forma essencial. A política aparece como um prolongamento da moral. A virtude não se confunde com o heroísmo, mas é uma atividade racional por excelência. O equilíbrio da conduta só se realiza na vida social: a verdadeira humanidade só é adquirida na sociabilidade.
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Pós-Socráticos
		 O cinismo é a Escola filosófica de Antístenes (444-365 a.C.), discípulo de Sócrates, assim chamada porque ele ensinava no Cynosarge (mausoléu do cão) e se considerava a si mesmo o cão.
		 Desprezava todas as convenções sociais, as leis existentes e pregava um retorno à vida simples em harmonia com a natureza no sentido moral.
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Pós-Socráticos
		 Epicurismo é a doutrina de Epicuro e de seus seguidores segundo a qual, na moral, o bem é o prazer; isto é, a satisfação dos desejos e impulsos de forma moderada, levando assim à tranquilidade. 
		 O prazer é o começo e o fim da vida feliz e constitui o Bem supremo, cujo modelo perfeito nos é fornecido pela vida de delícias levada pelos deuses. 
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Pós-Socráticos
		 O Estoicismo é uma Escola filosófica grega e o seu nome deriva de um pórtico em Atenas, onde lecionava o seu fundador, o filósofo Zenão de Cicio.
		 A ética estoica influencia o pensamento ético cristão nos primórdios do cristianismo. Na concepção estoica, os princípios éticos da harmonia e do equilíbrio baseiam-se, em última análise, nos princípios que ordenam o próprio cosmo. 
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Pós-Socráticos
		 O Hedonismo é o nome de diversas doutrinas, que situam o prazer como o soberano bem do homem; ou que admitem a busca do prazer como o primeiro princípio da moral. Não confundir com epicurismo, para o qual a felicidade consiste na total ausência de perturbação (ataraxia).
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Pós-Socráticos
		 O ceticismo surge na filosofia grega com Pirro de Elida e há várias vertentes no ceticismo clássico. Sexto Empírico, seu principal sistematizador, defende a posição da Nova Academia, segundo a qual se a certeza é impossível devemos renunciar às tentativas de conhecimento do ceticismo pirrônico, o qual embora reconhecesse a impossibilidade da certeza, achava necessário continuar buscando-a.
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Pós-Socráticos
		 Distinguem-se no ceticismo três etapas: a epoche, a suspensão do juízo que resulta da dúvida; a zétesis, a busca incessante da certeza: e a ataraxia, a tranquilidade ou imperturbabilidade que resulta do reconhecimento da impossibilidade de se atingir a certeza e da superação do conflito de opiniões entre os homens. Na concepção cética, portanto, a especulação filosófica retornaria ao senso comum e à vida prática.
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Filosofia Medieval
		A Patrística é a filosofia cristã dos primeiros séculos. Consiste na elaboração doutrinaria das crenças religiosas do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias. A Patrística caracteriza-se pela indistinção entre religião e filosofia. 
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Patrística
		Expoente: Santo Agostinho
		A verdade para Agostinho vem de Deus, que se revelou aos homens nas Escrituras e lhes enviou o seu filho Jesus; Fala diretamente a nosso coração, pois Deus está dentro da nossa alma, que deve ser acompanhada, iluminada e sustentada pela reflexão: "Volta- te para dentro de ti mesmo, a verdade habita o coração do homem".
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Escolástica
		Expoente: São Tomás de Aquino
		 Tomás de Aquino(1227-1274), italiano, pertencente a ordem dos Domenicanos tratou em suas obras de organizar as verdades da religião e de harmonizá-Ias com a síntese filosófica de Aristóteles, demonstrando que não há ponto de conflito entre fé e razão'. 
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A crítica
		 A importância de Guilherme de Occam foi que ele tentou fazer novamente com mais rigor o estudo da lógica, achou que Aristóteles havia sido mal compreendido por muitos. A lógica é análise de termos científicos, ao passo que a ciência é sobre coisas. A lógica trata dos universais e está interessada em termos e conceitos, não em estados físicos. 
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Filosofia e Ética
Prof. José Guatemozin
Revisão 1

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