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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, POLÍTICA NACIONAL DE ABS

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MÓDULO 7 
 
1. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
1.1. HISTÓRIA 
1.2. PRINCÍPIOS 
1.3 LEGISLAÇÃO 
2. POLÍTICA NACIONAL DE ABS 
2.1. CONCEITOS E LEGISLAÇÃO. 
2.2. AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE-RAS 
2.3. RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS 
2.4. O PROCESSO DE TRABALHO 
2.5. ESTRATÉGIAS DO PAC E PSF 
3.NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA-NASF 
3.1. TIPOS DE NASF 
4. AÇÕES E PROGRAMAS DE SAÚDE, NO BRASIL 
5. IMPLANTAÇÃO E CREDENCIAMENTO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO 
BÁSICA 
 
_____________________________________________________________ 
 
1. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
O descontentamento com o sistema de saúde brasileiro, por 
consequência da: falta de integração do sistema; centralização; falta de 
investimentos; inadequação de aplicação dos baixos recursos existentes com 
baixa cobertura e qualidade; exclusão dos mais pobres; falta de coordenação 
entre os diferentes órgãos; falta de transparência, controle e avaliação e 
grande insatisfação popular, levou a reivindicações que pediam uma reforma 
sanitária no país, culminando com criação do Sistema Único de Saúde-SUS. 
 
O SUS se constitui por ações e serviços de saúde que são prestados 
pelos setores públicos e complementados pelo setor privado, que se vincula ao 
sistema, como se fosse um mesmo corpo, devendo este setor usar as mesmas 
normas do serviço público. Tem como diretrizes a descentralização com 
direção única em cada esfera do governo; atendimento integral priorizando as 
ações preventivas, sem prejuízo das ações assistenciais; e, participação da 
comunidade. 
 
1.1 História e legalidade 
 
O SUS foi se construindo a partir das reivindicações oriundas da reforma 
sanitária brasileira que fizeram eco na 8ª CNS, em 1986, cujo tema foi discutido 
na Assembleia Nacional Constituinte, de 1987, e incorporado na CF de 1988 do 
art. 196 ao 200 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.Nesta 
Constituição a saúde passa a ter um conceito mais abrangente, tendo como 
fatores determinantes e condicionantes o meio físico; o meio socioeconômico e 
cultural; causas biológicas; acesso aos serviços de promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
 
Tem sua origem legal a partir do Art. 6º da Constituição Feral de 1988, 
quando este configura a saúde como um direito social, conforme transcrito abaixo 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, 
a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 64, de 2010). 
 
Relativamente à seguridade social, o Art. 194 trata dessa e da 
responsabilidade que governo e sociedade têm de assegurar os direitos à 
saúde e previdência social, conforme transcrição que segue: 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e 
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos 
à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos 
da lei, organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços 
às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998). 
 
O SUS se viabiliza pelos artigos 196 ao 200 que fundamentam as 
orientações das ações e serviços em saúde, como segue: 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos 
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços 
para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de 
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da 
lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou através 
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de 
direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram 
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos 
termos do art. 195, com recursos do orçamento da 
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. 
(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços 
públicos de saúde recursos mínimos derivados da 
aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei 
complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto 
da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e 
dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, 
alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem 
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o 
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o 
art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, 
inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a 
cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
I – os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados 
à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos 
Municípios, objetivando a progressiva redução das 
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das 
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 29, de 2000) 
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado 
pela União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, 
de 2000) 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde 
poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes 
de combate às endemias por meio de processo seletivo 
público, de acordo com a natureza e complexidade de 
suas atribuições e requisitos específicos para sua 
atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 
2006) 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso 
salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos 
de Carreira e a regulamentação das atividades de agentecomunitário de saúde e agente de combate às endemias, 
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência 
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso 
salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
63, de 2010) Regulamento 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no 
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que 
exerça funções equivalentes às de agente comunitário de 
saúde ou de agente de combate às endemias poderá 
perder o cargo em caso de descumprimento dos 
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu 
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 
2006) 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo 
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou 
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos. 
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para 
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de 
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde 
no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que 
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, 
bem como a coleta, processamento e transfusão de 
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de 
outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde e participar da 
produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de 
saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o 
desenvolvimento científico e tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho. 
A Emenda Constitucional nº 29, de 13/09/2000, altera os art. 34, 35, 156, 
160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos mínimos 
para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. 
1.2. Príncípios 
A partir dos artigos constitucionais as Leis 8.080/90 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90 e 8142/90 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109610/lei-8142-90 são 
aprovadas e o Sistema Único de Saúde-SUS é instituído no Brasil, 
constituindo-se pelas ações e serviços que são realizados pelos órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais e municipais, pertencentes à 
administração direta e indireta e pelas fundações mantidas pelo poder público, 
sendo que o setor privado participa de forma complementar. É o Art. 198 que 
dá fundamentação para essas orientações, devendo estas se realizarem dentro 
de princípios doutrinários e organizacionais. 
 
Os Princípios doutrinários são: 
 
Universalidade: os governos municipal, estadual e federal garantem a todo 
cidadão o acesso aos serviços públicos e contratados (art.196, CF1988) de 
saúde. 
 
Integralidade: atendimento integral da pessoa nas ações de promoção, 
proteção e reabilitação. 
 
Equidade: é o atendimento às diferentes necessidades em condições de 
igualdade, investindo mais onde a desigualdade for maior, pois todo cidadão é 
igual para o SUS. 
 
Os princípios organizacionais são: 
 
Regionalização e hierarquização: organização dos serviços em ações com 
complexidade crescente. 
 
Resolubilidade: o serviço de atenção deve resolver os problemas do 
indivíduo e da comunidade, bem como encaminhando para outro nível em caso 
de atendimento mais complexo. (80% nível primário-UBS; 15% nível 
secundário; 5% nível terciário. 
 
Descentralização: distribuição de poder e de responsabilidade pelos 
diferentes níveis de governo, cabendo ao município a execução da maioria das 
ações de promoção da saúde. 
 
Participação dos cidadãos: por meio de suas entidades representativas, na 
formulação, avaliação, controle e execução das ações de saúde em todos os 
níveis de atenção, por meio dos conselhos de saúde e por meio das 
conferências de saúde, nos 3 níveis de governo. 
 
Complementaridade do setor privado: na insuficiência do setor público 
mediante três condições: 
 
1) contratos seguindo as normas do direito público; 
2) estar de acordo com os princípios básicos e as normas técnicas do SUS; 
3) atuar na mesma lógica organizativa do SUS 
 
1.3. Legislação 
A Lei orgânica 8.080, de 19 de setembro de 1990 “Dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.” 
Regula, em seu art.1º, em todo o território nacional, as ações e serviços de 
saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou 
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Esta 
Lei vai tratar da organização, direção e gestão do SUS; competências e 
atribuições das esferas federal, estadual e municipal; participação dos serviços 
privados de saúde; políticas de recursos humanos; e direcionamento dos 
recursos financeiros, bem como do planejamento e gestão do orçamento. A Lei 
9.836 de 23/09/1999- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9836.htm, 
acrescenta dispositivos à Lei no 8.080. A Lei 11.108, de 07/04/2005 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm altera 
a Lei 8.080. A Lei 10.424, de 15/04/2002 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10424.htm acrescenta capítulo e 
artigo à Lei 8.080. O Decreto 7.508, de 28/06/2011 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm, 
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a 
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a 
assistência à saúde e a articulação interfederativa. Quanto ao Decreto 7.508, 
entre outros temas, é importante destacar a definição de conceitos que ele traz, 
como: 
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: 
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por 
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades 
culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e 
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar 
a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de 
saúde; 
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de 
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e 
integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e 
hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de 
saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que 
serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução edemais elementos necessários à implementação integrada das ações e 
serviços de saúde; 
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do 
usuário no SUS; 
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual 
entre os entes federativos para definição das regras da gestão 
compartilhada do SUS; 
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de 
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e 
pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, 
os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de 
saúde do sistema; 
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de 
saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade 
de garantir a integralidade da assistência à saúde; 
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde 
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de 
situação laboral, necessita de atendimento especial; e 
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que 
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; 
o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos 
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os 
mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação 
dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. 
As regiões de saúde são regulamentadas pelos art. 4º, 5º, 6º e 7º, como 
segue: 
Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em 
articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas 
na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do 
art. 30. 
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, 
compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos 
Estados em articulação com os Municípios. 
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de 
fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as 
relações internacionais. 
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no 
mínimo, ações e serviços de: 
I - atenção primária; 
II - urgência e emergência; 
III - atenção psicossocial; 
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e 
V - vigilância em saúde. 
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará 
cronograma pactuado nas Comissões Intergestores. 
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as 
transferências de recursos entre os entes federativos. 
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no 
âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância 
com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. 
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes 
elementos em relação às Regiões de Saúde: 
I - seus limites geográficos; 
II - população usuária das ações e serviços; 
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e 
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala 
para conformação dos serviços. 
 
Os parágrafos 8º e 9º regulamentam a forma de hierarquização, como 
segue: 
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e 
serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se 
completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a 
complexidade do serviço. 
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas 
Redes de Atenção à Saúde os serviços: 
I - de atenção primária; 
II - de atenção de urgência e emergência; 
III - de atenção psicossocial; e 
IV - especiais de acesso aberto. 
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o 
pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão 
criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, 
considerando as características da Região de Saúde. 
A Lei Complementar 141, de 13/01/2012 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp141.htm , conversão da EC 29, 
de 
13/09/2000,http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc2
9.htm regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor 
sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; 
estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e 
as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 
(três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8689.htm. e dá outras providências. 
A Lei 8.142, 28 de dezembro de 1990, “Dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e 
dá outras providências, em seu Art. 1º reza que o Sistema Único de Saúde 
(SUS) deve contar, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do 
Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas.” 
Conferências de Saúde; 
As Conferências de Saúde devem ocorrer de 4 em 4 anos, contando 
com a representação dos vários segmentos sociais, com a finalidade de avaliar 
a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de 
saúde nos níveis correspondentes. A organização e normatização são 
definidas em regimento próprio. Suas convocações devem ser feitas pelo 
Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde. 
Os usuários do SUS participarão das Conferências de Saúde de forma 
paritária em relação aos demais segmentos. 
Conselho de Saúde. 
Esses Conselhos têm caráter permanente e deliberativo, em seus 
órgãos colegiados compostos por representantes do governo, prestadores de 
serviço, profissionais de saúde e usuários. A organização e normatização são 
definidas em regimento próprio. Sua atuação se dá na formulação de 
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância 
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em 
cada esfera do governo.(Art. 1º) 
O Conselho Nacional de Secretários-CONASS e o Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde-CONASEMS são representados no Conselho 
Nacional de Saúde. 
Os usuários do SUS participarão dos Conselhos de Saúde de forma 
paritária em relação aos demais segmentos. 
Dessa forma a Lei 8.142/90 compreende a forma de alocação dos 
recursos do Fundo Nacional de Saúde e seu repasse para o Distrito Federal, 
estados e municípios, e, para tanto, essas esferas de governo devem contar 
com as seguintes instituições: Plano de Saúde; Fundo de Saúde; Conselho de 
Saúde; Relatório de Gestão; Contrapartida para os recursos de saúde no 
respectivo orçamento; e, Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, 
cargos e Salários-PCCS. 
 
 Para normatização dos artigos constantes das Leis 8.080 e 8.142 foram 
instituídas as “Normas Operacionais” que têm a função de regulamentar as 
competências de cada nível de governo, normatizando estratégias, políticas e 
organização de serviços entre Ministério da Saúde; CONASS e CONASEMS, 
mediante objetivos definidos, entre esses: reorientar a implementação do SUS; 
normatizar o sistema; definir objetivos; regular as relações entre os gestores; e, 
estimular mudanças necessárias: 
 
Para melhor compreensão, seguem as referidas NOB E NOAS/SUS 
 
A NOB/SUS 01/91 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1996/prt2203_05_11_1996.html 
editada pela Resolução INAMPS 258/91, em 07/01/1991 ereeditada com 
alterações pela 273/91, de 17/07/1991, tem como finalidade equiparar 
prestadores públicos e privados quanto ao pagamento por produção de 
serviços; centralizar a gestão do SUS no nível federal pelo INAMPS; 
estabelecer formas de transferência de recursos do INAMPS para o Distrito 
Feral, Estados e Municípios, considerar municipalizados os municípios que 
estão em conformidade com o requisitos básicos da Lei 8.142; e mudar o 
sistema de pagamento dos prestadores de serviços ao SUS, com a 
implantação dos Sistema de Informação Ambulatorial-SAI/SUS. Assim, vem 
definir a Unidade de Cobertura Ambulatorial-UCA; Instituir a Autorização de 
Internamento Hospitalar-AIH; criar o Fator de Estímulo à Municipalização-FEM; 
reforçar a criação dos Conselhos Estaduais-CES e Municipais de Saúde-CMS; 
definir recursos para financiamento dos Programas Especiais de Saúde e 
Investimentos no Setor de Saúde. 
 NOB/SUS 01/92 trata da criação do Conselho Nacional de Secretários 
da Saúde-CONASS; criação do Conselho Nacional de Secretários Municipais 
de Saúde-CONASEMS; e, normatização do Fundo Nacional de Saúde. 
A NOB/SUS 01/93 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt0545_20_05_1993.html 
foi editada pela portaria GM/MS nº 545/93, de 20 de maio de 1993, teve como 
tema central “ a municipalização é o caminho”e trata da criação da Comissão 
Intergestores Tripartite-CIT dos gestores das esferas federal, estadual e 
municipal; criação da Comissão Intergestores Bipartite-CIB, gestores das 
esferas estadual e municipal; criação do Fator de Apoio ao Estado-FAE; 
criação do Sistema de Informação Ambulatorial-SIA; e, de imprimir maior 
ênfase no processo de municipalização. Define as condições de gestão dos 
tipos: incipiente, parcial e semiplena. Estabelece normas e procedimentos 
reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e serviços 
de saúde, através da norma operacional básica - SUS 01/93; 
 
A NOB/SUS 01/96 http://conselho.saude.gov.br/legislacao/nobsus96.htm , 
editada por meio da portaria GM/MS nº 2.203, de 05/11/1996, e posteriormente 
alterada pela IN 01/97, trata da implementação do Piso da Atenção Básica-PAB 
– valor per capita p/ financiamento das ações de atenção básica; da 
Programação Pactuada Integrada-PPI – instrumento de organização do 
Sistema; relativamente aos Municípios da criação da Gestão Plena da Atenção 
Básica e da Gestão Plena do Sistema Municipal; quanto aos Estados da 
criação da Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema 
Estadual; e, da definição de programas como estratégias de mudança do 
modelo assistencial – PACS e PSF. 
 
1. A Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/01 (NOAS/SUS 
01/01) 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2001/prt0095_26_01_2001.html , 
instituída pela portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de 2001, trata da 
regionalização e organização da assistência; de fortalecimento da capacidade 
de gestão do SUS; e, da revisão dos critérios de habilitação, isto é, dos tipos de 
gestão. Institui o Plano Diretor de Regionalização-PDR, visando à garantia de 
acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, às ações e 
serviços de saúde, que é integrado pelo Plano Diretor de Investimentos-PDI, 
que visa identificar prioridades e desenvolver estratégias de investimento, 
ampliação das ações básicas como controle de tuberculose, eliminação da 
hanseníase, controle da hipertensão arterial, controle da diabetes, saúde da 
criança, saúde da mulher e saúde bucal, desenvolvendo a Gestão Plena da 
Atenção Básica Ampliada e a Gestão Plena do Sistema Municipal. A Nota 
Técnica CONASS nº 23/2001 
htp://164.41.147.200/emffluor/servicos/Noas_passo_a_passo.doc , sintetiza 
o regulamento para a implantação da NOAS/SUS 01/01. 
 
A Emenda Constitucional 29/2000 vem assegurar percentuais mínimos 
para aplicação pelos municípios, estado e união. 
 
 A elaboração do PDR é de competência das secretarias de saúde dos 
estados e do distrito federal, em consonância com o Plano Estadual de Saúde 
aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite e pelo Conselho Estadual de 
Saúde, com o objetivo de garantir que o usuário tenho o acesso às ações e 
serviços do sistema o mais próximo de sua residência. Na elaboração do PDR, 
um dos passos mais importantes é a definição dos conceitos-chave, a ser feita 
de acordo com a realidade de cada Estado. São eles: 
 
Região de Saúde: é o território base do planejamento de atenção à 
saúde, definida estrategicamente pela Secretaria de Estado da Saúde, levando 
em consideração as características socioeconômicas, sanitárias, demográficas, 
epidemiológicas, etc... A adoção de um modelo fica a critério do Estado, 
podendo dividir-se em regiões e/ou microrregiões de saúde. 
 
Módulo Assistencial: espaço territorial que permite resolutividade no 
primeiro nível de referência , podendo ser composto por um ou mais municípios 
em área de abrangência mínima estabelecida para cada unidade federada. 
 
Município-Pólo de uma região ou microrregião:é aquele que, definido 
pelo Estado, tem papel de referência para outros municípios em qualquer nível 
de atenção . 
 
Microrregião de Saúde: espaço territorial mínimo para qualificação na 
assistência à saúde que tenha capacidade de atendimento de complexidade 
assistencial acima do exigido pelos Módulos Assistenciais, em âmbito estadual. 
 
A Norma Operacional da Assistência - NOAS/SUS 01/2002 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html , 
instituída pela portaria GM/MS nº 373/2002, de 27/02/2002, introduz 
modificações na NOAS/SUS 01/01, tratou de promover maior equidade na 
alocação de recursos e do acesso da população às ações de saúde em todos 
os níveis de atenção; recuperou e redefiniu o conceito de descentralização, 
associando-o ao da regionalização da assistência; e, fundamentou a 
regionalização por meio da integração entre sistemas municipais, cabendo ao 
Estado a função de coordenação e mediação. Inovou na elaboração do Plano 
Diretor de Regionalização, na ampliação da atenção básica, determinação das 
microrregiões na assistência à saúde, organização da média complexidade, e 
elaboração de política para alta complexidade. A Nota Técnica do CONASS 
número 2, de 20 de março de 2002 
www.conass.org.br/NOTAS%20TÉCNICAS%202012/NT%2003-%2020 , apresentou 
um detalhamento das principais alterações introduzidas pela NOAS/SUS 01/02. 
 
 Visando fortalecer o SUS, foi editada a Portaria nº 399/GM, de 22 de 
fevereiro de 2006 
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-399.htm , 
instituindo o “Pacto pela Saúde”, que tem a finalidade de Consolidação do SUS 
e de aprovar suas Diretrizes Operacionais. Esse pacto constitui-se de um 
conjunto de reformas institucionais pactuadas entre as três esferas de gestão, 
a federal, a estadual e a municipal do SUS e tem por objetivo promover 
inovações nessas gestões, por meio de suas adesões ao Termo de 
Compromisso de Gestão-TCG, que deve ser renovado anualmente substituindo 
os processos de habilitação anteriores e estabelecendo metas e compromissos 
para cada ente federado. O Pacto pela Saúde modificou, também, as 
transferências dos recursos, que passaram a ser divididas em grandes blocos 
de financiamento: a Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da 
Assistência; Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica; Gestão do SUS; 
e, Investimentos em Saúde. 
 
 O Pacto pela Saúde compreende três pactos: Pacto pela Vida; Pacto em 
Defesa do SUS; e Pacto de Gestão 
 
 O “Pacto pela Vida” visa reforçar o processo de gestão pública por 
resultados, para tanto define as prioridades sanitárias pactuadas de forma 
tripartite,cujos compromissos devem ser efetivados em redes garantindo o 
alcance das metas pactuadas. As prioridades regionais, estaduais ou 
municipais podem compor as prioridades nacionais, por meio de pactuações 
locais necessárias ao cumprimento dos objetivos gerais. 
 
 O “Pacto em Defesa do SUS” vem reforçar o compromisso entre os 
gestores do SUS visando à consolidação da Reforma Sanitária Brasileira e 
articulação das ações necessárias à qualificação do SUS como um sistema 
inserido nas políticas públicas, por meio de estratégias de mobilização social e 
de financiamento adequado da saúde, pelos entes federados, incluindo a 
regulamentação da emenda constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional. 
 
 O “Pacto de Gestaõ do SUS” vem promover a valorização da 
solidariedade entre os gestores definindo diretrizes e responsabilidades e o 
fortalecimento de cada esfera gestora, por meio da: descentralização, 
regionalização, financiamento do SUS, planejamento do SUS; Programação 
pactuada integrada-PPI; Regulação da Atenção à Saúde; Regulação 
Assistencial; Participação e Controle Social; Gestão de Trabalho na Saúde; e, 
Educação na Saúde. 
 
 As demandas atuais por saúde estão acompanhando o processo de 
transição demográfica e a consequente transição epidemiológica, pois o 
envelhecimento da população encarece os setores públicos de saúde, assim 
como os privados, uma vez que o aumento da expectativa de vida vem 
acompanhado do aumento de necessidades voltadas para as doenças crônicas 
de longa duração de maior custo para o sistema de saúde, levando ao aumento 
da demanda reprimida por pessoas que guardam atendimento nos diferentes 
níveis de complexidade. Entretanto, esforços estão sendo feitos para dar maior 
resolutibilidade ao sistema. 
 
 
2. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE. 
 
Para dar suporte legal ao desenvolvimento da atenção básica e/ou 
atenção primária à saúde, o governo federal criou e normatizou, por meio de 
portarias, a Política Nacional de Atenção Básica. Em 2012, lançou novas 
orientações por meio de Portaria que introduziu a nova Política de Atenção 
Básica. Essas medidas procuram melhorar a atenção e os cuidados com a 
saúde, bem como o acesso da população ao sistema de saúde brasileiro. 
 
2.1 Conceitos e legislação 
 
Portanto, a Política Nacional de Atenção Básica-PNAB se fundamenta 
nos eixos transversais da universalidade, integralidade e equidade, em um 
contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios 
assistenciais e organizativos do SUS, normatizados na legislação. 
 
A nova Política de Atenção Básica, em linhas gerais, consolida a política 
vigente, pois não induziu mudanças conceituais significativas, mas sim 
adaptações relativas ao acesso, acolhimento, linha de cuidado e a gestão do 
cuidado; propõe o fortalecimento e ordenação das redes de atenção da 
Atenção Básica; introduz novas formas de atuação das equipes para as 
necessidades de regiões e populações específicas, como as ribeirinhas da 
Amazônia Legal, áreas de difícil acesso, periferias das grandes cidades, 
populações de rua; e, fortalece o controle social e a participação da 
comunidade ao introduzir o Sistema Nacional de Avaliação de Satisfação do 
usuário e da Implantação do Portal de Transparência do SUS.(FIOCRZ, 2012). 
 
Visa à redefinição dos princípios gerais, responsabilidades de cada 
esfera de governo, infraestrutura e recursos necessários, características do 
processo de trabalho, atribuições dos profissionais, e as regras de 
financiamento, incluindo as especificidades da estratégia Saúde da Família. 
Considera o sujeito em sua singularidade. Tem a Saúde da Família como 
estratégia prioritária para sua organização. 
 
Atualmente a nova Política Nacional de Atenção Básica-PNAB é 
considerada como a somatória das experiências vivenciadas ao longo da 
trajetória do Sistema único de Saúde-SUS, levadas a efeito pelos movimentos 
sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. 
Pretende a efetiva descentralização definindo que o atendimento às demandas 
por saúde devem se dar em locais próximos aos usuários do sistema e tem a 
missão de ser o contato preferencial dos usuários, sua principal porta de 
entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. 
 
A base legal da PNAB se fundamentou, até 2011, nas seguintes 
portarias: 
 
Portaria nº 648/GM,28/03/2006 
Portaria nº 649/GM, 28/03/2006 
Portaria nº 650/GM, 28/03/2006 
Portaria nº 687, de 30/03/2006 
Portaria nº 822/GM, 17/04/2006 
Portaria nº 2.133/GM, 11/09/2006. 
Portaria nº 1.624/GM, 10/07/2007. 
 
A partir de 2011, a nova PNAB é regulamentada pela Portaria nº 2.488, 
de 21/10/2011 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html., 
publicada pelo Ministério da Saúde, em 2012. 
 
A Portaria nº 648/GM,28/03/2006 aprovou a Política Nacional de 
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a 
organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o 
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Porém a Portaria nº 2.488, 
de 21 de outubro de 2011, aprova a nova PNAB e estabelece a revisão das 
diretrizes e normas visando à organização da atenção básica relativa à 
Estratégia de Saúde da Família- ESF e o Programa de Agentes Comunitários 
de Saúde- PACS. As informações que seguem são retiradas da referida 
portaria, publicada em 2012 (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, PNAB, 2012). 
 
Essa nova política, regulamentada pela Portaria 2.488, dá continuidade 
à essência da política anterior, regulamentada apela Portaria 648, porém 
introduz inovações como a flexibilização da carga horária semanal do médico 
de família e comunidade e cria incentivos para locais que não oferecem 
atrativos para o trabalho médico sem efetuar a devida interferência nos 
vínculos de trabalho que continuam precários. Além disso, o Programa da 
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB vem permitir 
melhoria na discussão sobre a atenção primária à saúde, mas ainda precisa 
resolver alguns problemas técnicos e esclarecer parte de seus instrumentos de 
ação. (FONTENELLE, 2012). 
 
A revisão das diretrizes tem a finalidade de atacar os pontos críticos 
evidenciados ao longo da existência da PNAB tais como melhorar as condições 
da rede que tinha apenas 25% de adequação; melhorar as condições e 
trabalho; melhorar a qualidade de serviços; mudar o foco da doença para a 
história, meios de reprodução de sua existência; melhorar a atenção integral e 
gestão do cuidado das situações crônicas ; promover a integração da equipe 
para evitar contradições nos cuidados; diminuir a rotatividade e instabilidade 
das equipes; padronizar boas práticas; informatizar; melhorar a integração 
clínica e sua resolutividade; adequar o tempo real de atendimento ao contrato 
de trabalho; propor modelo de remuneração atualizado; rever o financiamento 
per capta da saúde; estabelecer políticas de melhoria de qualidade; alterar o 
financiamento vinculado ao credenciamento de equipes e não no 
monitoramento e avaliação de resultados e qualidade, dentre outros problemas 
detectados.(heider@saude.gov.br) http://pt.slideshare.net/gerenciaeq/ap-nova-
pnab-junho-2011-dab-sas-ms. Acesso em 06/02/2014. 
 
Portanto, a Atenção Básica precisou se estruturar quanto às 
necessidades de saúde das pessoas e coletividades; necessidade de ser a 
principal porta de entrada do sistema; estar próxima ao usuário, família e 
comunidade; desenvolver ações intersetoriais; orientar o usuário; e promover a 
resolubilidade, por meio da territorialização, responsabilizaçãosanitária; 
adstrição; agenda aberta; acolhimento, entre outras necessidades. 
 
A Portaria 2.488, de 21/10/2011, diz em seu Art. 5º, p. 17: 
 
Art. 5º - Ficam revogadas as Portarias de nº 
648/GM/MS, de 28 de março de 2006, publicada no 
Diário Oficial da União nº 61, de 29 de março de 2006, 
Seção 1, pg. 71, nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 
2008, publicada no Diário Oficial da União nº 18, de 25 
de janeiro de 2008, Seção 1, pg. 47/49, nº 
2.281/GM/MS, de 1º de outubro de 2009, publicada no 
Diário Oficial da União nº 189, de 2 de outubro de 
2009, Seção 1, pg. 34, nº 2.843/GM/MS, de 20 de 
setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União 
nº 181, de 21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 4, nº 
3.839/GM/MS, de 7 de dezembro de 2010, publicada 
no Diário Oficial da União nº 237, de 8 de dezembro de 
2010, Seção 1, pg. 4/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de 
dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União 
nº 251, 31 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. 97, nº 
2.191/GM/MS, de 3 de agosto de 2010, publicada no 
Diário Oficial da União nº 148, de 4 de agosto de 2010, 
Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/MS, de 3 de fevereiro de 
2009, publicada no Diário Oficial da União nº 28, de 10 
de fevereiro de 2009, Seção 1, pg. 36, nº 
2.027/GM/MS, de 25 de agosto de 2011, publicada no 
Diário Oficial da União nº 164, Seção 1, pg. 90. 
 
De acordo com a Portaria 2.488, em seu Art. 3º, p. 16, permanecem em 
vigor as normas expedidas pelo Ministério da Saúde com amparo na Portaria 
nº 648/GM/MS, de 28 de março de2006, desde que não conflitem com as 
disposições constantes da portaria 2.488. 
 
Dessa forma a nova Política Nacional de Atenção Básica visa ao 
aprimoramento da atenção e cuidados em saúde, fortalecendo a gestão de 
saúde em todos os níveis; o controle social e a participação popular; 
valorização do trabalhador; promover ações intersetoriais melhorando a 
atenção integral à saúde; e criar programas de requalificação das Unidades 
Básicas de Saúde com relação ao acesso e a qualidade. Para tanto, se 
assenta nos seguintes fundamentos e diretrizes, constantes da p.21-23: 
 
I - Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a 
permitir o planejamento, a programação 
descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais 
e intersetoriais com impacto na situação, nos 
condicionantes e nos determinantes da saúde das 
coletividades que constituem aquele território, sempre 
em consonância com o princípio da equidade; 
II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços 
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados 
como a porta de entrada aberta e preferencial da rede 
de atenção, acolhendo os usuários e promovendo a 
vinculação e corresponsabilização pela atenção às 
suas necessidades de saúde. O estabelecimento de 
mecanismos que assegurem acessibilidade e 
acolhimento pressupõe uma lógica de organização e 
funcionamento do serviço de saúde que parte do 
princípio de que a unidade de saúde deva receber e 
ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, 
de modo universal e sem diferenciações excludentes. 
O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua 
função central de acolher, escutar e oferecer uma 
resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria 
dos problemas de saúde da população e/ou de minorar 
danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar 
pela resposta, ainda que esta seja ofertada em outros 
pontos de atenção da rede. A proximidade e a 
capacidade de acolhimento, vinculação, 
responsabilização e resolutividade são fundamentais 
para a efetivação da atenção básica como contato e 
porta de entrada preferencial da rede de atenção; 
III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de 
vínculo e responsabilização entre as equipes e a 
população adscrita, garantindo a continuidade das 
ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A 
adscrição dos usuários é um processo de vinculação 
de pessoas e/ou famílias e grupos a 
profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência 
para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste na 
construção de relações de afetividade e confiança entre 
o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o 
aprofundamento do processo de corresponsabilização 
pela saúde, construído ao longo do tempo, além de 
carregar, em si, um potencial terapêutico. A 
longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade 
da relação clínica, com construção de vínculo e 
responsabilização entre profissionais e usuários ao 
longo do tempo e de modo permanente, 
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e 
de outros elementos na vida dos usuários, ajustando 
condutas quando necessário, evitando a perda de 
referências e diminuindo os riscos de iatrogenia 
decorrentes do desconhecimento das histórias de vida 
e da coordenação do cuidado; 
IV - Coordenar a integralidade em seus vários 
aspectos, a saber: integrando as ações programáticas 
e demanda espontânea; articulando as ações de 
promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à 
saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas 
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a 
estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e 
coletividades; trabalhando de forma multiprofissional, 
interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do 
cuidado integral do usuário e coordenando-o no 
conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes 
formações profissionais, assim como um alto grau de 
articulação entre os profissionais, é essencial, de forma 
que não só as ações sejam compartilhadas, mas 
também tenha lugar um processo interdisciplinar no 
qual progressivamente os núcleos de competência 
profissionais específicos vão enriquecendo o campo 
comum de competências, ampliando, assim, a 
capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa 
organização pressupõe o deslocamento do processo 
de trabalho centrado em procedimentos, profissionais 
para um processo centrado no usuário, onde o cuidado 
do usuário é o imperativo ético-político que organiza a 
intervenção técnico-científica; e 
V - Estimular a participação dos usuários como forma 
de ampliar sua autonomia e capacidade na construção 
do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades 
do território, no enfrentamento dos determinantes e 
condicionantes de saúde, na organização e orientação 
dos serviços de saúde a partir de lógicas mais 
centradas no usuário e no exercício do controle social. 
A Política Nacional de Atenção Básica considera os 
termos “atenção básica” e “Atenção Primária à Saúde”, 
nas atuais concepções, como termos equivalentes. 
Associa a ambos: os princípios e as diretrizes definidos 
neste documento. A Política Nacional de Atenção 
Básica tem na Saúde da Família sua estratégia 
prioritária para expansão e consolidação da atenção 
básica. A qualificação da Estratégia Saúde da Família e 
de outras estratégias de organização da atenção 
básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e 
do SUS, configurando um processo progressivo e 
singular que considera e inclui as especificidades 
locorregionais. 
 
2.2. As Redes de Atenção à Saúde-RAS 
 
A Portaria 2.488 define a organização de Redes de Atenção à Saúde -
RAS, como um foco estratégico ao cuidado integral à população. Conforme p. 
25-26: 
 
“As RAS constituem-se em arranjos organizativos 
formados por ações e serviços de saúde com 
diferentes configurações tecnológicas e missões 
assistenciais, articulados de forma complementar e 
com base territorial, e têm diversos atributos, entre 
eles, destaca-se: a atenção básica estruturada como 
primeiro ponto de atenção e principal porta de entradado sistema, constituída de equipe multidisciplinar que 
cobre toda a população, integrando, coordenando o 
cuidado e atendendo às suas necessidades de saúde. 
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que 
regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso 
universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de 
saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se 
completa na rede regionalizada e hierarquizada”. 
 
Nesse sentido, a atenção básica deve cumprir algumas funções para 
contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, de acordo 
com as páginas 25 e 26, são elas: 
 
 Ser base, isto é, modalidade de atenção com elevado grau de 
descentralização; 
 Ser resolutiva (identificar riscos; demandas; tecnologias de cuidados 
individuais e coletivos , por meio de uma adequada clínica ampliada 
capaz de criar vínculos e de dar autonomia aos indivíduos e aos grupos 
sociais. 
 Coordenar o cuidado elaborando e gerindo projetos terapêuticos 
singulares; organização do fluxo dos usuários entre os pontos de 
atenção das RAS; atuar como centro de comunicação entre os diversos 
pontos de atenção; atuar de forma horizontal, contínua e íntegra; 
promover articulação intersetorial; adequar o tempo de atendimento com 
equidade. 
 Ordenar as redes a partir do reconhecimento das necessidades de 
saúde da população, com programação dos serviços, a partir das 
necessidades de saúde dos usuários. 
 
2.3. Responsabilidades das esferas gestoras 
 
Referente às responsabilidades das esferas gestoras, são comuns a todas 
elas, conforme p. 27-28 
 
 Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão; 
 
 Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família pelos 
serviços municipais de saúde; 
 
 Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades 
Básicas de Saúde; 
 
 Contribuir com o financiamento tripartite da atenção básica; 
 
 Estabelecer prioridades, estratégias e metas; 
 
 Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de 
qualificação da força de trabalho, valorizar os profissionais de saúde 
estimulando e viabilizando a formação e educação permanente, a 
garantia de direitos trabalhistas e previdenciários, garantir a implantação 
de carreiras; 
 
 Desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informações; 
 
 Planejar, apoiar, monitorar e avaliar a atenção básica; 
 
 Estabelecer mecanismos de controle, regulação e acompanhamento 
sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de 
planejamento e programação; 
 
 Divulgar as informações e resultados; 
 
 Promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento 
de estudos e pesquisas; 
 
 Viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações 
governamentais, não governamentais e do setor privado; e 
 
 Estimular a participação popular e o controle social. 
 
 
É de competência do Ministério da Saúde, a responsabilização do apoio às 
ações e aos serviços de saúde vinculados à atenção básica, conforme p. 28-
29: 
 
 Definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de 
Atenção Básica; 
 
 Garantir fontes de recursos federais 
 
 Prestar apoio institucional aos gestores dos Estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios; 
 
 Definir, de forma tripartite, estratégias de articulação com as gestões 
estaduais e municipais do SUS, visando à avaliação e à qualificação da 
atenção básica; 
 
 Estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar 
instrumentos técnicos e pedagógicos, formação e educação; 
 
 Articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às 
mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na 
área da saúde; e 
 
 Apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de 
Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para formação e 
garantia de educação permanente para os profissionais de saúde da 
atenção básica. 
 
É de competência das Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito 
Federal, as orientações necessárias ao desenvolvimento da Atenção Básica, 
como segue (NOVA PNAB, p. 29-30-31): 
 
 Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), estratégias, 
diretrizes e normas de implementação da atenção básica no Estado; 
 
 Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da 
atenção básica; 
 
 Ser corresponsável pelo monitoramento da utilização dos recursos 
federais da atenção básica transferidos aos municípios; 
 
 Submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades constatadas 
na execução dos recursos do Bloco de Atenção Básica, visando a (ao): 
 
 Prazos de correção de irregularidades; 
 
 Comunicação ao Ministério da Saúde; 
 
 Bloqueio do repasse de recursos considerados necessários e 
devidamente oficializados pela CIB; 
 
 Fazer análise, planejamento e divulgação dos dados gerados pelos 
sistemas; 
 
 Monitorar os dados enviados pelos municípios, bem como retornar as 
informações aos gestores municipais; 
 
 Consolidar, analisar e transferir para o Ministério da Saúde os arquivos 
dos sistemas de informação enviados pelos municípios, obedecendo aos 
prazos previstos; 
 
 Prestar apoio institucional aos municípios; 
 
 Definir estratégias de articulação com as gestões municipais do SUS 
com vistas à institucionalização da avaliação da atenção básica; 
 
 Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e; 
 
 Articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de 
Saúde, para formação e garantia de educação permanente aos 
profissionais de saúde; e 
 
 Promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios. 
 
 
É de competência das Secretarias Municipais de Saúde e do Distrito 
Federal, as orientaçõs necessárias ao desenvolvimento da Atenção Básica, 
como segue (Nova PNAB, p.31-32-33-34): 
 
 Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, por meio do Cosems, 
estratégias, diretrizes e normas de implementação da atenção básica no 
Estado; 
 
 Destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite; 
 
 Ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde e Secretaria Estadual 
de Saúde, pelo monitoramento da utilização dos recursos aos 
municípios; 
 
 Inserir a Estratégia Saúde da Família em sua rede de serviços como 
tática prioritária de organização; 
 
 Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações dentro do seu 
território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo Estado e pela 
União; 
 
 Prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de 
implantação, acompanhamento e qualificação; 
 
 Definir estratégias de avaliação; 
 
 Promover a educação permanente aos profissionais de saúde das 
equipes de atenção básica e das equipes de Saúde da Família; 
 
 Selecionar, contratar e remunerar os profissionais; 
 
 Garantir a estrutura física necessária, podendo contar com apoio técnico 
e/ou financeiro das Secretarias de Estado da Saúde e do Ministério da 
Saúde; 
 
 Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos; 
 
 Programar as ações da atenção básica a partir de sua base territorial; 
 
 Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados 
alimentados, bem como utilizá-los no planejamento e divulgação dos 
resultados obtidos; 
 
 Organizar o fluxo de usuários; 
 
 Manter atualizado o cadastro no sistema de cadastronacional; e 
 
 Assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os 
profissionais. 
 
2.4. O processo de trabalho 
 
Relativamente ao processo de trabalho das equipes de atenção básica, 
observam-se as seguintes características (NOVA PNAB, p. 35-36-37) 
 
 Definição do território de atuação e de população; 
 
 Programação e implementação das atividades de atenção à saúde 
segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência; 
 
 Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de 
risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais; 
 
 Realizar o acolhimento com escuta qualificada 
 
 Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita; 
 
 Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em 
locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e 
em outros espaços que comportem a ação planejada; 
 
 Desenvolver ações educativas; 
 
 Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e de 
gestão; 
 
 Participar do planejamento local de saúde, avaliação e monitoramento; 
 
 Desenvolver ações intersetoriais 
 Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle 
social; e 
 Realizar atenção domiciliar. o cuidado compartilhado com as equipes de 
atenção domiciliar nos demais casos. 
 
Quanto às atribuições dos profissionais das equipes de atenção básica, 
estes devem seguir a disposições legais que regulamentam o exercício de sua 
profissão, embora todos que participam das atividades de atenção básica 
devam agir conforme segue (NOVA PNAB, p.43-44-45-46):. 
 
 Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de 
atuação da equipe; 
 
 Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no 
sistema de informação par ao planejamento; 
 
 Realizar o cuidado da saúde da população adscrita, na unidade, em 
domicílio e em espaços comunitários; 
 
 Realizar ações de atenção à saúde; 
 
 Garantir a atenção à saúde de forma integral e o atendimento da 
demanda espontânea, de ações programadas coletivas e de vigilância à 
saúde; 
 
 Participar do acolhimento dos usuários procedendo escuta qualificada, 
elaborando a primeira avaliação, identificando as necessidades e 
efetuando atendimento humanizado e responsivo, bem como 
estabelecendo vínculos; 
 
 Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação 
compulsória de importância local; 
 
 Responsabilizar-se pela população adscrita, coordenando o cuidado; 
 
 Praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e a grupos sociais que 
visa a propor intervenções; 
 
 Realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o 
planejamento e avaliação das ações; 
 
 Acompanhar, avaliar e readequar sistematicamente as ações 
implementadas; 
 
 Garantir a qualidade do registro das atividades; 
 
 Realizar trabalho interdisciplinar e em equipe; 
 
 Realizar ações de educação em saúde à população adscrita; 
 
 Participar das atividades de educação permanente; 
 
 Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando 
efetivar o controle social; 
 
 Identificar parceiros e recursos na comunidade; e 
 
 Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as 
prioridades locais. Outras atribuições específicas dos profissionais da 
atenção básica poderão constar de normatização do município e do 
Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva 
gestão e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas. 
 
As atribuições do Enfermeiro, no âmbito da Atenção Básica, são as que 
seguem (NOVA PNAB, p. 46-47):. 
 
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias 
cadastradas nas equipes e, quando indicado ou 
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços 
comunitários (escolas, associações etc.), em todas as 
fases do desenvolvimento humano: infância, 
adolescência, idade adulta e terceira idade; 
II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, 
atividades em grupo e conforme protocolos ou outras 
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, 
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas 
as disposições legais da profissão, solicitar exames 
complementares, prescrever medicações e 
encaminhar, quando necessário, usuários a outros 
serviços; 
III - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; IV - Planejar, gerenciar e avaliar 
as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com 
os outros membros da equipe; 
V - Contribuir, participar e realizar atividades de 
educação permanente da equipe de enfermagem e 
outros membros da equipe; e 
VI - Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da UBS. 
 
As atribuições do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, no âmbito da Atenção 
Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 47) : 
 
I - Participar das atividades de atenção realizando 
procedimentos regulamentados no exercício de sua 
profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no 
domicílio e/ou nos demais espaços comunitários 
(escolas, associações etc.); 
II - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
III - Realizar ações de educação em saúde à população 
adscrita, conforme planejamento da equipe; 
IV - Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da UBS; 
e 
V - Contribuir, participar e realizar atividades de 
educação permanente. 
 
As atribuições do Médico, no âmbito da Atenção Básica, são as que 
seguem (NOVA PNAB, p. 47-48): 
 
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos sob sua 
responsabilidade; 
II - Realizar consultas clínicas, pequenos 
procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS 
e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou 
nos demais espaços comunitários (escolas, 
associações etc.); 
III - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros 
pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo 
sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano 
terapêutico deles; 
V - Indicar, de forma compartilhada com outros pontos 
de atenção, a necessidade de internação hospitalar ou 
domiciliar, mantendo a responsabilização pelo 
acompanhamento do usuário; 
VI - Contribuir, realizar e participar das atividades de 
educação permanente de todos os membros da equipe; 
e 
VII - Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da USB. 
 
As atribuições do Agente Comunitário de Saúde-ACS, no âmbito da 
Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 48-49-50): 
 
I - Trabalhar com adscrição de famílias em base 
geográfica definida, a microárea; 
II - Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e 
manter os cadastros atualizados; 
III - Orientar as famílias quanto à utilização dos 
serviços de saúde disponíveis; 
IV - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
V - Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as 
famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As 
visitas deverão ser programadas em conjunto com a 
equipe, considerando os critérios de risco e 
vulnerabilidade de modo que famílias com maior 
necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo 
como referência a média de uma visita/família/mês; 
VI - Desenvolver ações que busquem a integração 
entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, 
considerando as características e as finalidades dotrabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos 
sociais ou coletividade; 
VII - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de 
prevenção das doenças e agravos e de vigilância à 
saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações 
educativas individuais e coletivas nos domicílios e na 
comunidade, por exemplo, combate à dengue, malária, 
leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe 
informada, principalmente a respeito das situações de 
risco; e 
VIII - Estar em contato permanente com as famílias, 
desenvolvendo ações educativas, visando à promoção 
da saúde, à prevenção das doenças e ao 
acompanhamento das pessoas com problemas de 
saúde, bem como ao acompanhamento das 
condicionalidades do Programa Bolsa-Família ou de 
qualquer outro programa similar de transferência de 
renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado 
pelo governo federal, estadual e municipal, de acordo 
com o planejamento da equipe. É permitido ao ACS 
desenvolver outras atividades nas Unidades Básicas de 
Saúde, desde que vinculadas às atribuições acima. 
 
As atribuições do Cirurgião-Dentista, no âmbito da Atenção Básica, são 
as que seguem (NOVA PNAB, p. 50-51): 
 
I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o 
perfil epidemiológico para o planejamento e a 
programação em saúde bucal; 
II - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e 
proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, 
tratamento, acompanhamento, reabilitação e 
manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as 
famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo 
com planejamento da equipe, com resolubilidade; 
III - Realizar os procedimentos clínicos da atenção 
básica em saúde bucal, incluindo atendimento das 
urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e 
procedimentos relacionados com a fase clínica da 
instalação de próteses dentárias elementares; 
IV - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas 
à promoção da saúde e à prevenção de doenças 
bucais; 
VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades 
referentes à saúde bucal com os demais membros da 
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde 
de forma multidisciplinar; 
VII - Realizar supervisão técnica do técnico em saúde 
bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); e 
VIII - Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da UBS. 
 
As atribuições do Técnico em Saúde Bucal-TSB, no âmbito da Atenção 
Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 51-52-53): 
 
I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e 
coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos 
específicos, segundo programação e de acordo com 
suas competências técnicas e legais; 
II - Coordenar a manutenção e a conservação dos 
equipamentos odontológicos; 
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades 
referentes à saúde bucal com os demais membros da 
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde 
de forma multidisciplinar; 
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas 
ações de prevenção e promoção da saúde bucal; 
V - Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da UBS; 
VI - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar 
em saúde bucal e de agentes multiplicadores das 
ações de promoção à saúde; 
VII - Participar das ações educativas atuando na 
promoção da saúde e na prevenção das doenças 
bucais; 
VIII - Participar da realização de levantamentos e 
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de 
examinador; 
IX - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
X - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de 
saúde bucal; 
XI - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a 
indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; 
XII - Realizar fotografias e tomadas de uso 
odontológico exclusivamente em consultórios ou 
clínicas odontológicas; 
XIII - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais 
odontológicos na restauração dentária direta, vedado o 
uso de materiais e instrumentos não indicados pelo 
cirurgião-dentista; 
XIV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo 
operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em 
ambientes hospitalares; e 
XV - Aplicar medidas de biossegurança no 
armazenamento, manuseio e descarte de produtos e 
resíduos odontológicos. 
 
As atribuições do Auxiliar em Saúde Bucal-ASB, no âmbito da Atenção 
Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 53-54): 
 
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde 
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante 
planejamento local e protocolos de atenção à saúde; 
II - Realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea; 
III - Executar limpeza, assepsia, desinfecção e 
esterilização do instrumental, dos equipamentos 
odontológicos e do ambiente de trabalho; 
IV - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas 
intervenções clínicas; 
V - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de 
saúde bucal; 
VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades 
referentes à saúde bucal com os demais membros da 
equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e 
integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; 
VII - Aplicar medidas de biossegurança no 
armazenamento, transporte, manuseio e descarte de 
produtos e resíduos odontológicos; 
VIII - Processar filme radiográfico; 
IX - Selecionar moldeiras; 
X - Preparar modelos em gesso; 
XI - Manipular materiais de uso odontológico; e 
XII - Participar da realização de levantamentos e 
estudos epidemiológicos, exceto na categoria de 
examinador 
 
2.5. Estratégias do PAC e Programa de Saúde da Família-PSF e programa 
de Agentes Comunitário-PAC. 
 
Como já mencionado, a Estratégia de Saúde da Família, por meio da 
Portaria 2.488, vem reorganizar a atenção básica obedecendo aos preceitos do 
SUS, sendo que os gestores estaduais representados pelo Conselho Nacional 
de Secretários de Saúde (CONASS) e os gestores municipais representados 
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde ( CONASEMS) a 
consideram como estratégias de expansão, qualificação e consolidação da 
atenção básica. 
 
As Equipes de Saúde da Família, para desenvolver a Estratégia de 
Saúde da Família, devem apresentar as seguintes características (NOVA 
PNAB, p. 54-55): 
 
 Ter equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, 
no mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou 
médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista 
em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes 
comunitários de saúde. Podem fazer parte da equipe multiprofissional 
profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou 
especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em saúde bucal; 
 
 O ACS deve cobrir 100% da população cadastrada de, no máximo, 750 
pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família; 
 
 Uma equipe de Saúde da Família tem sob sua responsabilidade, no 
máximo, 4.000 pessoas. A média recomendada é de 3.000; 
 
 O profissional de saúde deve se cadastrar em apenas uma equipe de 
Estratégia de Saúde da Família, excetuando o médico que poderá se 
cadastrar em duas com uma carga horária de 40 horas semanais; e 
 
 A carga horária semanal é de 40 horas para todos os profissionais da 
saúde membros da equipe de Saúde da Família, à exceção dos 
profissionais médicos, cuja jornada é descrita na sequência. A jornada 
de 40 horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32horas da carga horária para atividades na equipe de Saúde da Família, 
podendo, conforme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar até 
oito horas para outras atividades afins. 
 
Além das modalidades acima, pode-se admitir, com relação aos 
profissionais médicos generalistas ou especialistas em Saúde da Família ou 
médicos de Família e Comunidade nas equipes de Saúde da Família, com 
incentivo federal (NOVA PNAB, p. 56-57-58): 
 
I - Dois médicos integrados a uma única equipe em 
uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga 
horária semanal de 30 horas – equivalente a um 
médico com jornada de 40 horas semanais –, com 
repasse integral do incentivo financeiro referente a uma 
equipe de Saúde da Família; 
 
II - Três médicos integrados a uma equipe em uma 
mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária 
semanal de 30 horas – equivalente a dois médicos com 
jornada de 40 horas, de duas equipes –, com repasse 
integral do incentivo financeiro referente a duas 
equipes de Saúde da Família; 
III - Quatro médicos integrados a uma equipe em uma 
mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas – 
equivalente a três médicos com jornada de 40 horas 
semanais, de três equipes –, com repasse integral do 
incentivo financeiro referente a três equipes de Saúde 
da Família; 
IV - Dois médicos integrados a uma equipe, cumprindo 
individualmente jornada de 20 horas semanais, e 
demais profissionais com jornada de 40 horas 
semanais, com repasse mensal equivalente a 85% do 
incentivo financeiro referente a uma equipe de Saúde 
da Família; e 
V - Um médico cumprindo jornada de 20 horas 
semanais e demais profissionais com jornada de 40 
horas semanais, com repasse mensal equivalente a 
60% do incentivo financeiro referente a uma equipe de 
Saúde da Família. Tendo em vista a presença do 
médico em horário parcial, o gestor municipal deve 
organizar os protocolos de atuação da equipe, os fluxos 
e a retaguarda assistencial, para atender a esta 
especificidade. Além disso, é recomendável que o 
número de usuários por equipe seja próximo a 2.500 
pessoas. As equipes com essa configuração são 
denominadas equipes transitórias, pois, ainda que não 
tenham tempo mínimo estabelecido de permanência 
nesse formato, é desejável que o gestor, tão logo tenha 
condições, transite para um dos formatos anteriores 
que preveem horas de médico disponíveis durante todo 
o tempo de funcionamento da equipe. 
 
Com relação à modalidade transitória de equipes de Saúde da Família, a 
quantidade de equipes condiciona-se aos seguintes critérios (NOVA PNAB, p. 
58): 
 
 Município com até 20.000 habitantes e com três equipes poderá ter até 
duas equipes na modalidade transitória; 
 
 Município com até 20 mil habitantes e com mais de três equipes poderá 
ter até 50% das equipes na modalidade transitória; 
 
 Município com população entre 20 mil e 50 mil habitantes poderá ter até 
30% das equipes na modalidade transitória; 
 
 Município com população entre 50 mil e 100 mil habitantes poderá ter 
até 20% das equipes na modalidade transitória; e 
 
 Município com população acima de 100 mil habitantes poderá ter até 
10% das equipes na modalidade transitória. 
 
Relativamente aos profissionais de saúde bucal nas equipes de Saúde da 
Família, estes podem se organizar dentro das seguintes modalidades (NOVA 
PNAB, p. 59-60): 
 
I – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em 
Saúde da Família e auxiliar em saúde bucal (ASB); 
II – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em 
Saúde da Família, técnico em saúde bucal (TSB) e 
auxiliar em saúde bucal (ASB); e 
III - Profissionais das Modalidades I ou II que operam 
em Unidade Odontológica Móvel. Independentemente 
da modalidade adotada, recomenda-se que os 
profissionais de saúde bucal estejam vinculados a uma 
eSF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho 
da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela 
mesma população e território que a eSF à qual integra, 
e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para 
todos os seus componentes 
 
Quanto às especificidades da equipe de saúde da família, são 
necessidades estratégicas (NOVA PNAB, p. 60): 
 
 Equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no 
mínimo: 
 Médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou 
médico de Família e Comunidade; 
 Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; 
 Auxiliar ou Técnico de Enfermagem, e 
 Agentes Comunitários de Saúde-ACS suficiente para cobrir 100% 
da população cadastrada, com no máximo de 750 pessoas por 
ACS e 12 ACS por equipe. 
 
 Podem-se acrescentar, como parte da equipe multiprofissional, os 
profissionais de saúde bucal: 
 cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da 
Família; 
 Auxiliar e/ou 
 Técnico em saúde bucal; 
 
Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 
4.000 pessoas, numa média recomendada de 3.000, dentro do critério de 
equidade, isto é, quanto maior o grau de vulnerabilidade menor deverá ser a 
quantidade de pessoas a serem atendidas por cada equipe. 
 
Cada profissional de saúde deve ser cadastrado em apenas uma equipe 
de SF, com exceção ao médico que poderá atuar em, no máximo, duas 
equipes, com carga horária de 40 horas semanais. 
 
Todos os profissionais de saúde, membros da equipe de SF, deverão ter 
carga horária de 40 horas semanais, à exceção do médico. Dessas 40 horas, 
32 devem ser gastas em atividades na equipe, podendo, se autorizado, dedicar 
até 8 horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de 
urgência do município ou para atividades de especialização em Saúde da 
Família; residência multiprofissional e/ou Medicina de Família e de 
Comunidade, assim como em atividades de educação permanente e de apoio 
matricial. 
 
Podem ser admitidos, além da inserção integral de 40 horas semanais, 
médicos generalistas ou especialistas em Saúde da Família ou médicos de 
Família e Comunidade nas equipes de Saúde da Família, com as respectivas 
equivalências de incentivo federal: 
 
 Dois médicos integrados a uma única equipe em uma mesma UBS, com 
carga individual de 30 horas – equivalente a um médico com jornada de 
40 horas semanais; 
 
 Três médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com carga 
individual de 30 horas – equivalente a dois médicos com jornada de 40 
horas, de duas equipes; 
 
 Quatro médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com 
carga horária semanal de 30 horas – equivalente a três médicos com 
jornada de 40 horas semanais, de três equipes; 
 
 Dois médicos integrados a uma equipe, cumprindo individualmente 
jornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada de 
40 horas semanais; e 
 
 Um médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais 
profissionais com jornada de 40 horas semanais. Tendo em vista a 
presença do médico em horário parcial, o gestor municipal deve 
organizar as atividades deles, bem como observar que o número de 
usuários, por equipe, ser próximo de 2.500 pessoas. Essas equipes são 
denominadas “ transitórias”, devendo, com relação ao município : 
 
 
 Até 20 mil habitantes com uma a três equipes de Saúde da 
Família: o município poderá ter até duas equipes na 
modalidade transitória; 
 
 Até 20 mil habitantes com mais de três equipes: o 
município poderá ter até 50% das equipes de Saúde da 
Família na modalidade transitória; 
 
 População entre 20 mil e 50 mil habitantes: o município 
poderá ter até 30% das equipes de Saúde da Família na 
modalidade transitória; 
 
 População

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