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MÓDULO 7 1. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 1.1. HISTÓRIA 1.2. PRINCÍPIOS 1.3 LEGISLAÇÃO 2. POLÍTICA NACIONAL DE ABS 2.1. CONCEITOS E LEGISLAÇÃO. 2.2. AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE-RAS 2.3. RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS 2.4. O PROCESSO DE TRABALHO 2.5. ESTRATÉGIAS DO PAC E PSF 3.NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA-NASF 3.1. TIPOS DE NASF 4. AÇÕES E PROGRAMAS DE SAÚDE, NO BRASIL 5. IMPLANTAÇÃO E CREDENCIAMENTO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA _____________________________________________________________ 1. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE O descontentamento com o sistema de saúde brasileiro, por consequência da: falta de integração do sistema; centralização; falta de investimentos; inadequação de aplicação dos baixos recursos existentes com baixa cobertura e qualidade; exclusão dos mais pobres; falta de coordenação entre os diferentes órgãos; falta de transparência, controle e avaliação e grande insatisfação popular, levou a reivindicações que pediam uma reforma sanitária no país, culminando com criação do Sistema Único de Saúde-SUS. O SUS se constitui por ações e serviços de saúde que são prestados pelos setores públicos e complementados pelo setor privado, que se vincula ao sistema, como se fosse um mesmo corpo, devendo este setor usar as mesmas normas do serviço público. Tem como diretrizes a descentralização com direção única em cada esfera do governo; atendimento integral priorizando as ações preventivas, sem prejuízo das ações assistenciais; e, participação da comunidade. 1.1 História e legalidade O SUS foi se construindo a partir das reivindicações oriundas da reforma sanitária brasileira que fizeram eco na 8ª CNS, em 1986, cujo tema foi discutido na Assembleia Nacional Constituinte, de 1987, e incorporado na CF de 1988 do art. 196 ao 200 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.Nesta Constituição a saúde passa a ter um conceito mais abrangente, tendo como fatores determinantes e condicionantes o meio físico; o meio socioeconômico e cultural; causas biológicas; acesso aos serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde. Tem sua origem legal a partir do Art. 6º da Constituição Feral de 1988, quando este configura a saúde como um direito social, conforme transcrito abaixo Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010). Relativamente à seguridade social, o Art. 194 trata dessa e da responsabilidade que governo e sociedade têm de assegurar os direitos à saúde e previdência social, conforme transcrição que segue: Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). O SUS se viabiliza pelos artigos 196 ao 200 que fundamentam as orientações das ações e serviços em saúde, como segue: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I – os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agentecomunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. A Emenda Constitucional nº 29, de 13/09/2000, altera os art. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. 1.2. Príncípios A partir dos artigos constitucionais as Leis 8.080/90 http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109386/lei-8080-90 e 8142/90 http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109610/lei-8142-90 são aprovadas e o Sistema Único de Saúde-SUS é instituído no Brasil, constituindo-se pelas ações e serviços que são realizados pelos órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, pertencentes à administração direta e indireta e pelas fundações mantidas pelo poder público, sendo que o setor privado participa de forma complementar. É o Art. 198 que dá fundamentação para essas orientações, devendo estas se realizarem dentro de princípios doutrinários e organizacionais. Os Princípios doutrinários são: Universalidade: os governos municipal, estadual e federal garantem a todo cidadão o acesso aos serviços públicos e contratados (art.196, CF1988) de saúde. Integralidade: atendimento integral da pessoa nas ações de promoção, proteção e reabilitação. Equidade: é o atendimento às diferentes necessidades em condições de igualdade, investindo mais onde a desigualdade for maior, pois todo cidadão é igual para o SUS. Os princípios organizacionais são: Regionalização e hierarquização: organização dos serviços em ações com complexidade crescente. Resolubilidade: o serviço de atenção deve resolver os problemas do indivíduo e da comunidade, bem como encaminhando para outro nível em caso de atendimento mais complexo. (80% nível primário-UBS; 15% nível secundário; 5% nível terciário. Descentralização: distribuição de poder e de responsabilidade pelos diferentes níveis de governo, cabendo ao município a execução da maioria das ações de promoção da saúde. Participação dos cidadãos: por meio de suas entidades representativas, na formulação, avaliação, controle e execução das ações de saúde em todos os níveis de atenção, por meio dos conselhos de saúde e por meio das conferências de saúde, nos 3 níveis de governo. Complementaridade do setor privado: na insuficiência do setor público mediante três condições: 1) contratos seguindo as normas do direito público; 2) estar de acordo com os princípios básicos e as normas técnicas do SUS; 3) atuar na mesma lógica organizativa do SUS 1.3. Legislação A Lei orgânica 8.080, de 19 de setembro de 1990 “Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.” Regula, em seu art.1º, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Esta Lei vai tratar da organização, direção e gestão do SUS; competências e atribuições das esferas federal, estadual e municipal; participação dos serviços privados de saúde; políticas de recursos humanos; e direcionamento dos recursos financeiros, bem como do planejamento e gestão do orçamento. A Lei 9.836 de 23/09/1999- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9836.htm, acrescenta dispositivos à Lei no 8.080. A Lei 11.108, de 07/04/2005 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11108.htm altera a Lei 8.080. A Lei 10.424, de 15/04/2002 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10424.htm acrescenta capítulo e artigo à Lei 8.080. O Decreto 7.508, de 28/06/2011 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm, Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Quanto ao Decreto 7.508, entre outros temas, é importante destacar a definição de conceitos que ele traz, como: Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução edemais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde; III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. As regiões de saúde são regulamentadas pelos art. 4º, 5º, 6º e 7º, como segue: Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30. § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios. § 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais. Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: I - seus limites geográficos; II - população usuária das ações e serviços; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. Os parágrafos 8º e 9º regulamentam a forma de hierarquização, como segue: Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço. Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: I - de atenção primária; II - de atenção de urgência e emergência; III - de atenção psicossocial; e IV - especiais de acesso aberto. Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde. A Lei Complementar 141, de 13/01/2012 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp141.htm , conversão da EC 29, de 13/09/2000,http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc2 9.htm regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8689.htm. e dá outras providências. A Lei 8.142, 28 de dezembro de 1990, “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências, em seu Art. 1º reza que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve contar, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas.” Conferências de Saúde; As Conferências de Saúde devem ocorrer de 4 em 4 anos, contando com a representação dos vários segmentos sociais, com a finalidade de avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. A organização e normatização são definidas em regimento próprio. Suas convocações devem ser feitas pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde. Os usuários do SUS participarão das Conferências de Saúde de forma paritária em relação aos demais segmentos. Conselho de Saúde. Esses Conselhos têm caráter permanente e deliberativo, em seus órgãos colegiados compostos por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. A organização e normatização são definidas em regimento próprio. Sua atuação se dá na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.(Art. 1º) O Conselho Nacional de Secretários-CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde-CONASEMS são representados no Conselho Nacional de Saúde. Os usuários do SUS participarão dos Conselhos de Saúde de forma paritária em relação aos demais segmentos. Dessa forma a Lei 8.142/90 compreende a forma de alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde e seu repasse para o Distrito Federal, estados e municípios, e, para tanto, essas esferas de governo devem contar com as seguintes instituições: Plano de Saúde; Fundo de Saúde; Conselho de Saúde; Relatório de Gestão; Contrapartida para os recursos de saúde no respectivo orçamento; e, Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, cargos e Salários-PCCS. Para normatização dos artigos constantes das Leis 8.080 e 8.142 foram instituídas as “Normas Operacionais” que têm a função de regulamentar as competências de cada nível de governo, normatizando estratégias, políticas e organização de serviços entre Ministério da Saúde; CONASS e CONASEMS, mediante objetivos definidos, entre esses: reorientar a implementação do SUS; normatizar o sistema; definir objetivos; regular as relações entre os gestores; e, estimular mudanças necessárias: Para melhor compreensão, seguem as referidas NOB E NOAS/SUS A NOB/SUS 01/91 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1996/prt2203_05_11_1996.html editada pela Resolução INAMPS 258/91, em 07/01/1991 ereeditada com alterações pela 273/91, de 17/07/1991, tem como finalidade equiparar prestadores públicos e privados quanto ao pagamento por produção de serviços; centralizar a gestão do SUS no nível federal pelo INAMPS; estabelecer formas de transferência de recursos do INAMPS para o Distrito Feral, Estados e Municípios, considerar municipalizados os municípios que estão em conformidade com o requisitos básicos da Lei 8.142; e mudar o sistema de pagamento dos prestadores de serviços ao SUS, com a implantação dos Sistema de Informação Ambulatorial-SAI/SUS. Assim, vem definir a Unidade de Cobertura Ambulatorial-UCA; Instituir a Autorização de Internamento Hospitalar-AIH; criar o Fator de Estímulo à Municipalização-FEM; reforçar a criação dos Conselhos Estaduais-CES e Municipais de Saúde-CMS; definir recursos para financiamento dos Programas Especiais de Saúde e Investimentos no Setor de Saúde. NOB/SUS 01/92 trata da criação do Conselho Nacional de Secretários da Saúde-CONASS; criação do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde-CONASEMS; e, normatização do Fundo Nacional de Saúde. A NOB/SUS 01/93 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt0545_20_05_1993.html foi editada pela portaria GM/MS nº 545/93, de 20 de maio de 1993, teve como tema central “ a municipalização é o caminho”e trata da criação da Comissão Intergestores Tripartite-CIT dos gestores das esferas federal, estadual e municipal; criação da Comissão Intergestores Bipartite-CIB, gestores das esferas estadual e municipal; criação do Fator de Apoio ao Estado-FAE; criação do Sistema de Informação Ambulatorial-SIA; e, de imprimir maior ênfase no processo de municipalização. Define as condições de gestão dos tipos: incipiente, parcial e semiplena. Estabelece normas e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde, através da norma operacional básica - SUS 01/93; A NOB/SUS 01/96 http://conselho.saude.gov.br/legislacao/nobsus96.htm , editada por meio da portaria GM/MS nº 2.203, de 05/11/1996, e posteriormente alterada pela IN 01/97, trata da implementação do Piso da Atenção Básica-PAB – valor per capita p/ financiamento das ações de atenção básica; da Programação Pactuada Integrada-PPI – instrumento de organização do Sistema; relativamente aos Municípios da criação da Gestão Plena da Atenção Básica e da Gestão Plena do Sistema Municipal; quanto aos Estados da criação da Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema Estadual; e, da definição de programas como estratégias de mudança do modelo assistencial – PACS e PSF. 1. A Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/01 (NOAS/SUS 01/01) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2001/prt0095_26_01_2001.html , instituída pela portaria GM/MS nº 95, de 26 de janeiro de 2001, trata da regionalização e organização da assistência; de fortalecimento da capacidade de gestão do SUS; e, da revisão dos critérios de habilitação, isto é, dos tipos de gestão. Institui o Plano Diretor de Regionalização-PDR, visando à garantia de acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, às ações e serviços de saúde, que é integrado pelo Plano Diretor de Investimentos-PDI, que visa identificar prioridades e desenvolver estratégias de investimento, ampliação das ações básicas como controle de tuberculose, eliminação da hanseníase, controle da hipertensão arterial, controle da diabetes, saúde da criança, saúde da mulher e saúde bucal, desenvolvendo a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e a Gestão Plena do Sistema Municipal. A Nota Técnica CONASS nº 23/2001 htp://164.41.147.200/emffluor/servicos/Noas_passo_a_passo.doc , sintetiza o regulamento para a implantação da NOAS/SUS 01/01. A Emenda Constitucional 29/2000 vem assegurar percentuais mínimos para aplicação pelos municípios, estado e união. A elaboração do PDR é de competência das secretarias de saúde dos estados e do distrito federal, em consonância com o Plano Estadual de Saúde aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite e pelo Conselho Estadual de Saúde, com o objetivo de garantir que o usuário tenho o acesso às ações e serviços do sistema o mais próximo de sua residência. Na elaboração do PDR, um dos passos mais importantes é a definição dos conceitos-chave, a ser feita de acordo com a realidade de cada Estado. São eles: Região de Saúde: é o território base do planejamento de atenção à saúde, definida estrategicamente pela Secretaria de Estado da Saúde, levando em consideração as características socioeconômicas, sanitárias, demográficas, epidemiológicas, etc... A adoção de um modelo fica a critério do Estado, podendo dividir-se em regiões e/ou microrregiões de saúde. Módulo Assistencial: espaço territorial que permite resolutividade no primeiro nível de referência , podendo ser composto por um ou mais municípios em área de abrangência mínima estabelecida para cada unidade federada. Município-Pólo de uma região ou microrregião:é aquele que, definido pelo Estado, tem papel de referência para outros municípios em qualquer nível de atenção . Microrregião de Saúde: espaço territorial mínimo para qualificação na assistência à saúde que tenha capacidade de atendimento de complexidade assistencial acima do exigido pelos Módulos Assistenciais, em âmbito estadual. A Norma Operacional da Assistência - NOAS/SUS 01/2002 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html , instituída pela portaria GM/MS nº 373/2002, de 27/02/2002, introduz modificações na NOAS/SUS 01/01, tratou de promover maior equidade na alocação de recursos e do acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de atenção; recuperou e redefiniu o conceito de descentralização, associando-o ao da regionalização da assistência; e, fundamentou a regionalização por meio da integração entre sistemas municipais, cabendo ao Estado a função de coordenação e mediação. Inovou na elaboração do Plano Diretor de Regionalização, na ampliação da atenção básica, determinação das microrregiões na assistência à saúde, organização da média complexidade, e elaboração de política para alta complexidade. A Nota Técnica do CONASS número 2, de 20 de março de 2002 www.conass.org.br/NOTAS%20TÉCNICAS%202012/NT%2003-%2020 , apresentou um detalhamento das principais alterações introduzidas pela NOAS/SUS 01/02. Visando fortalecer o SUS, foi editada a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006 http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-399.htm , instituindo o “Pacto pela Saúde”, que tem a finalidade de Consolidação do SUS e de aprovar suas Diretrizes Operacionais. Esse pacto constitui-se de um conjunto de reformas institucionais pactuadas entre as três esferas de gestão, a federal, a estadual e a municipal do SUS e tem por objetivo promover inovações nessas gestões, por meio de suas adesões ao Termo de Compromisso de Gestão-TCG, que deve ser renovado anualmente substituindo os processos de habilitação anteriores e estabelecendo metas e compromissos para cada ente federado. O Pacto pela Saúde modificou, também, as transferências dos recursos, que passaram a ser divididas em grandes blocos de financiamento: a Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência; Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica; Gestão do SUS; e, Investimentos em Saúde. O Pacto pela Saúde compreende três pactos: Pacto pela Vida; Pacto em Defesa do SUS; e Pacto de Gestão O “Pacto pela Vida” visa reforçar o processo de gestão pública por resultados, para tanto define as prioridades sanitárias pactuadas de forma tripartite,cujos compromissos devem ser efetivados em redes garantindo o alcance das metas pactuadas. As prioridades regionais, estaduais ou municipais podem compor as prioridades nacionais, por meio de pactuações locais necessárias ao cumprimento dos objetivos gerais. O “Pacto em Defesa do SUS” vem reforçar o compromisso entre os gestores do SUS visando à consolidação da Reforma Sanitária Brasileira e articulação das ações necessárias à qualificação do SUS como um sistema inserido nas políticas públicas, por meio de estratégias de mobilização social e de financiamento adequado da saúde, pelos entes federados, incluindo a regulamentação da emenda constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional. O “Pacto de Gestaõ do SUS” vem promover a valorização da solidariedade entre os gestores definindo diretrizes e responsabilidades e o fortalecimento de cada esfera gestora, por meio da: descentralização, regionalização, financiamento do SUS, planejamento do SUS; Programação pactuada integrada-PPI; Regulação da Atenção à Saúde; Regulação Assistencial; Participação e Controle Social; Gestão de Trabalho na Saúde; e, Educação na Saúde. As demandas atuais por saúde estão acompanhando o processo de transição demográfica e a consequente transição epidemiológica, pois o envelhecimento da população encarece os setores públicos de saúde, assim como os privados, uma vez que o aumento da expectativa de vida vem acompanhado do aumento de necessidades voltadas para as doenças crônicas de longa duração de maior custo para o sistema de saúde, levando ao aumento da demanda reprimida por pessoas que guardam atendimento nos diferentes níveis de complexidade. Entretanto, esforços estão sendo feitos para dar maior resolutibilidade ao sistema. 2. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE. Para dar suporte legal ao desenvolvimento da atenção básica e/ou atenção primária à saúde, o governo federal criou e normatizou, por meio de portarias, a Política Nacional de Atenção Básica. Em 2012, lançou novas orientações por meio de Portaria que introduziu a nova Política de Atenção Básica. Essas medidas procuram melhorar a atenção e os cuidados com a saúde, bem como o acesso da população ao sistema de saúde brasileiro. 2.1 Conceitos e legislação Portanto, a Política Nacional de Atenção Básica-PNAB se fundamenta nos eixos transversais da universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS, normatizados na legislação. A nova Política de Atenção Básica, em linhas gerais, consolida a política vigente, pois não induziu mudanças conceituais significativas, mas sim adaptações relativas ao acesso, acolhimento, linha de cuidado e a gestão do cuidado; propõe o fortalecimento e ordenação das redes de atenção da Atenção Básica; introduz novas formas de atuação das equipes para as necessidades de regiões e populações específicas, como as ribeirinhas da Amazônia Legal, áreas de difícil acesso, periferias das grandes cidades, populações de rua; e, fortalece o controle social e a participação da comunidade ao introduzir o Sistema Nacional de Avaliação de Satisfação do usuário e da Implantação do Portal de Transparência do SUS.(FIOCRZ, 2012). Visa à redefinição dos princípios gerais, responsabilidades de cada esfera de governo, infraestrutura e recursos necessários, características do processo de trabalho, atribuições dos profissionais, e as regras de financiamento, incluindo as especificidades da estratégia Saúde da Família. Considera o sujeito em sua singularidade. Tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização. Atualmente a nova Política Nacional de Atenção Básica-PNAB é considerada como a somatória das experiências vivenciadas ao longo da trajetória do Sistema único de Saúde-SUS, levadas a efeito pelos movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. Pretende a efetiva descentralização definindo que o atendimento às demandas por saúde devem se dar em locais próximos aos usuários do sistema e tem a missão de ser o contato preferencial dos usuários, sua principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. A base legal da PNAB se fundamentou, até 2011, nas seguintes portarias: Portaria nº 648/GM,28/03/2006 Portaria nº 649/GM, 28/03/2006 Portaria nº 650/GM, 28/03/2006 Portaria nº 687, de 30/03/2006 Portaria nº 822/GM, 17/04/2006 Portaria nº 2.133/GM, 11/09/2006. Portaria nº 1.624/GM, 10/07/2007. A partir de 2011, a nova PNAB é regulamentada pela Portaria nº 2.488, de 21/10/2011 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html., publicada pelo Ministério da Saúde, em 2012. A Portaria nº 648/GM,28/03/2006 aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Porém a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, aprova a nova PNAB e estabelece a revisão das diretrizes e normas visando à organização da atenção básica relativa à Estratégia de Saúde da Família- ESF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde- PACS. As informações que seguem são retiradas da referida portaria, publicada em 2012 (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, PNAB, 2012). Essa nova política, regulamentada pela Portaria 2.488, dá continuidade à essência da política anterior, regulamentada apela Portaria 648, porém introduz inovações como a flexibilização da carga horária semanal do médico de família e comunidade e cria incentivos para locais que não oferecem atrativos para o trabalho médico sem efetuar a devida interferência nos vínculos de trabalho que continuam precários. Além disso, o Programa da Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB vem permitir melhoria na discussão sobre a atenção primária à saúde, mas ainda precisa resolver alguns problemas técnicos e esclarecer parte de seus instrumentos de ação. (FONTENELLE, 2012). A revisão das diretrizes tem a finalidade de atacar os pontos críticos evidenciados ao longo da existência da PNAB tais como melhorar as condições da rede que tinha apenas 25% de adequação; melhorar as condições e trabalho; melhorar a qualidade de serviços; mudar o foco da doença para a história, meios de reprodução de sua existência; melhorar a atenção integral e gestão do cuidado das situações crônicas ; promover a integração da equipe para evitar contradições nos cuidados; diminuir a rotatividade e instabilidade das equipes; padronizar boas práticas; informatizar; melhorar a integração clínica e sua resolutividade; adequar o tempo real de atendimento ao contrato de trabalho; propor modelo de remuneração atualizado; rever o financiamento per capta da saúde; estabelecer políticas de melhoria de qualidade; alterar o financiamento vinculado ao credenciamento de equipes e não no monitoramento e avaliação de resultados e qualidade, dentre outros problemas detectados.(heider@saude.gov.br) http://pt.slideshare.net/gerenciaeq/ap-nova- pnab-junho-2011-dab-sas-ms. Acesso em 06/02/2014. Portanto, a Atenção Básica precisou se estruturar quanto às necessidades de saúde das pessoas e coletividades; necessidade de ser a principal porta de entrada do sistema; estar próxima ao usuário, família e comunidade; desenvolver ações intersetoriais; orientar o usuário; e promover a resolubilidade, por meio da territorialização, responsabilizaçãosanitária; adstrição; agenda aberta; acolhimento, entre outras necessidades. A Portaria 2.488, de 21/10/2011, diz em seu Art. 5º, p. 17: Art. 5º - Ficam revogadas as Portarias de nº 648/GM/MS, de 28 de março de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, pg. 71, nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, publicada no Diário Oficial da União nº 18, de 25 de janeiro de 2008, Seção 1, pg. 47/49, nº 2.281/GM/MS, de 1º de outubro de 2009, publicada no Diário Oficial da União nº 189, de 2 de outubro de 2009, Seção 1, pg. 34, nº 2.843/GM/MS, de 20 de setembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 181, de 21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 4, nº 3.839/GM/MS, de 7 de dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 237, de 8 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. 4/45, nº 4.299/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 251, 31 de dezembro de 2010, Seção 1, pg. 97, nº 2.191/GM/MS, de 3 de agosto de 2010, publicada no Diário Oficial da União nº 148, de 4 de agosto de 2010, Seção 1, pg. 51, nº 302/GM/MS, de 3 de fevereiro de 2009, publicada no Diário Oficial da União nº 28, de 10 de fevereiro de 2009, Seção 1, pg. 36, nº 2.027/GM/MS, de 25 de agosto de 2011, publicada no Diário Oficial da União nº 164, Seção 1, pg. 90. De acordo com a Portaria 2.488, em seu Art. 3º, p. 16, permanecem em vigor as normas expedidas pelo Ministério da Saúde com amparo na Portaria nº 648/GM/MS, de 28 de março de2006, desde que não conflitem com as disposições constantes da portaria 2.488. Dessa forma a nova Política Nacional de Atenção Básica visa ao aprimoramento da atenção e cuidados em saúde, fortalecendo a gestão de saúde em todos os níveis; o controle social e a participação popular; valorização do trabalhador; promover ações intersetoriais melhorando a atenção integral à saúde; e criar programas de requalificação das Unidades Básicas de Saúde com relação ao acesso e a qualidade. Para tanto, se assenta nos seguintes fundamentos e diretrizes, constantes da p.21-23: I - Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território, sempre em consonância com o princípio da equidade; II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do princípio de que a unidade de saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo universal e sem diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua função central de acolher, escutar e oferecer uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar pela resposta, ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede. A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são fundamentais para a efetivação da atenção básica como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção; III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde, construído ao longo do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico. A longitudinalidade do cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida dos usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do cuidado; IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações programáticas e demanda espontânea; articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e coordenando-o no conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes formações profissionais, assim como um alto grau de articulação entre os profissionais, é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências, ampliando, assim, a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa organização pressupõe o deslocamento do processo de trabalho centrado em procedimentos, profissionais para um processo centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e V - Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos “atenção básica” e “Atenção Primária à Saúde”, nas atuais concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos: os princípios e as diretrizes definidos neste documento. A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais. 2.2. As Redes de Atenção à Saúde-RAS A Portaria 2.488 define a organização de Redes de Atenção à Saúde - RAS, como um foco estratégico ao cuidado integral à população. Conforme p. 25-26: “As RAS constituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a atenção básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entradado sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e atendendo às suas necessidades de saúde. O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada”. Nesse sentido, a atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, de acordo com as páginas 25 e 26, são elas: Ser base, isto é, modalidade de atenção com elevado grau de descentralização; Ser resolutiva (identificar riscos; demandas; tecnologias de cuidados individuais e coletivos , por meio de uma adequada clínica ampliada capaz de criar vínculos e de dar autonomia aos indivíduos e aos grupos sociais. Coordenar o cuidado elaborando e gerindo projetos terapêuticos singulares; organização do fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS; atuar como centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção; atuar de forma horizontal, contínua e íntegra; promover articulação intersetorial; adequar o tempo de atendimento com equidade. Ordenar as redes a partir do reconhecimento das necessidades de saúde da população, com programação dos serviços, a partir das necessidades de saúde dos usuários. 2.3. Responsabilidades das esferas gestoras Referente às responsabilidades das esferas gestoras, são comuns a todas elas, conforme p. 27-28 Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão; Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de saúde; Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde; Contribuir com o financiamento tripartite da atenção básica; Estabelecer prioridades, estratégias e metas; Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho, valorizar os profissionais de saúde estimulando e viabilizando a formação e educação permanente, a garantia de direitos trabalhistas e previdenciários, garantir a implantação de carreiras; Desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informações; Planejar, apoiar, monitorar e avaliar a atenção básica; Estabelecer mecanismos de controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de planejamento e programação; Divulgar as informações e resultados; Promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas; Viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais, não governamentais e do setor privado; e Estimular a participação popular e o controle social. É de competência do Ministério da Saúde, a responsabilização do apoio às ações e aos serviços de saúde vinculados à atenção básica, conforme p. 28- 29: Definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; Garantir fontes de recursos federais Prestar apoio institucional aos gestores dos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios; Definir, de forma tripartite, estratégias de articulação com as gestões estaduais e municipais do SUS, visando à avaliação e à qualificação da atenção básica; Estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos, formação e educação; Articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde; e Apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação permanente para os profissionais de saúde da atenção básica. É de competência das Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal, as orientações necessárias ao desenvolvimento da Atenção Básica, como segue (NOVA PNAB, p. 29-30-31): Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), estratégias, diretrizes e normas de implementação da atenção básica no Estado; Destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da atenção básica; Ser corresponsável pelo monitoramento da utilização dos recursos federais da atenção básica transferidos aos municípios; Submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades constatadas na execução dos recursos do Bloco de Atenção Básica, visando a (ao): Prazos de correção de irregularidades; Comunicação ao Ministério da Saúde; Bloqueio do repasse de recursos considerados necessários e devidamente oficializados pela CIB; Fazer análise, planejamento e divulgação dos dados gerados pelos sistemas; Monitorar os dados enviados pelos municípios, bem como retornar as informações aos gestores municipais; Consolidar, analisar e transferir para o Ministério da Saúde os arquivos dos sistemas de informação enviados pelos municípios, obedecendo aos prazos previstos; Prestar apoio institucional aos municípios; Definir estratégias de articulação com as gestões municipais do SUS com vistas à institucionalização da avaliação da atenção básica; Disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e; Articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde; e Promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios. É de competência das Secretarias Municipais de Saúde e do Distrito Federal, as orientaçõs necessárias ao desenvolvimento da Atenção Básica, como segue (Nova PNAB, p.31-32-33-34): Pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, por meio do Cosems, estratégias, diretrizes e normas de implementação da atenção básica no Estado; Destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite; Ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, pelo monitoramento da utilização dos recursos aos municípios; Inserir a Estratégia Saúde da Família em sua rede de serviços como tática prioritária de organização; Organizar, executar e gerenciar os serviços e ações dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo Estado e pela União; Prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação, acompanhamento e qualificação; Definir estratégias de avaliação; Promover a educação permanente aos profissionais de saúde das equipes de atenção básica e das equipes de Saúde da Família; Selecionar, contratar e remunerar os profissionais; Garantir a estrutura física necessária, podendo contar com apoio técnico e/ou financeiro das Secretarias de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde; Garantir recursos materiais, equipamentos e insumos; Programar as ações da atenção básica a partir de sua base territorial; Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados alimentados, bem como utilizá-los no planejamento e divulgação dos resultados obtidos; Organizar o fluxo de usuários; Manter atualizado o cadastro no sistema de cadastronacional; e Assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os profissionais. 2.4. O processo de trabalho Relativamente ao processo de trabalho das equipes de atenção básica, observam-se as seguintes características (NOVA PNAB, p. 35-36-37) Definição do território de atuação e de população; Programação e implementação das atividades de atenção à saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência; Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais; Realizar o acolhimento com escuta qualificada Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita; Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação planejada; Desenvolver ações educativas; Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e de gestão; Participar do planejamento local de saúde, avaliação e monitoramento; Desenvolver ações intersetoriais Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e Realizar atenção domiciliar. o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. Quanto às atribuições dos profissionais das equipes de atenção básica, estes devem seguir a disposições legais que regulamentam o exercício de sua profissão, embora todos que participam das atividades de atenção básica devam agir conforme segue (NOVA PNAB, p.43-44-45-46):. Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe; Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação par ao planejamento; Realizar o cuidado da saúde da população adscrita, na unidade, em domicílio e em espaços comunitários; Realizar ações de atenção à saúde; Garantir a atenção à saúde de forma integral e o atendimento da demanda espontânea, de ações programadas coletivas e de vigilância à saúde; Participar do acolhimento dos usuários procedendo escuta qualificada, elaborando a primeira avaliação, identificando as necessidades e efetuando atendimento humanizado e responsivo, bem como estabelecendo vínculos; Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória de importância local; Responsabilizar-se pela população adscrita, coordenando o cuidado; Praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e a grupos sociais que visa a propor intervenções; Realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação das ações; Acompanhar, avaliar e readequar sistematicamente as ações implementadas; Garantir a qualidade do registro das atividades; Realizar trabalho interdisciplinar e em equipe; Realizar ações de educação em saúde à população adscrita; Participar das atividades de educação permanente; Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social; Identificar parceiros e recursos na comunidade; e Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais. Outras atribuições específicas dos profissionais da atenção básica poderão constar de normatização do município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva gestão e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas. As atribuições do Enfermeiro, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 46-47):. I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, solicitar exames complementares, prescrever medicações e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços; III - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; IV - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe; V - Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e outros membros da equipe; e VI - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS. As atribuições do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 47) : I - Participar das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); II - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; III - Realizar ações de educação em saúde à população adscrita, conforme planejamento da equipe; IV - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; e V - Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente. As atribuições do Médico, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 47-48): I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade; II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); III - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico deles; V - Indicar, de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário; VI - Contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente de todos os membros da equipe; e VII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USB. As atribuições do Agente Comunitário de Saúde-ACS, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 48-49-50): I - Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; II - Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; III - Orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; IV - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; V - Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As visitas deverão ser programadas em conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade de modo que famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês; VI - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades dotrabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; VII - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, por exemplo, combate à dengue, malária, leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito das situações de risco; e VIII - Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doenças e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde, bem como ao acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa-Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo governo federal, estadual e municipal, de acordo com o planejamento da equipe. É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas Unidades Básicas de Saúde, desde que vinculadas às atribuições acima. As atribuições do Cirurgião-Dentista, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 50-51): I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal; II - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade; III - Realizar os procedimentos clínicos da atenção básica em saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de próteses dentárias elementares; IV - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais; VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; VII - Realizar supervisão técnica do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); e VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS. As atribuições do Técnico em Saúde Bucal-TSB, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 51-52-53): I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais; II - Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos; III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal; V - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS; VI - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde; VII - Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; VIII - Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador; IX - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; X - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; XI - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista; XII - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; XIII - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; XIV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; e XV - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos. As atribuições do Auxiliar em Saúde Bucal-ASB, no âmbito da Atenção Básica, são as que seguem (NOVA PNAB, p. 53-54): I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde; II - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; III - Executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho; IV - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas; V - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal; VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; VII - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; VIII - Processar filme radiográfico; IX - Selecionar moldeiras; X - Preparar modelos em gesso; XI - Manipular materiais de uso odontológico; e XII - Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador 2.5. Estratégias do PAC e Programa de Saúde da Família-PSF e programa de Agentes Comunitário-PAC. Como já mencionado, a Estratégia de Saúde da Família, por meio da Portaria 2.488, vem reorganizar a atenção básica obedecendo aos preceitos do SUS, sendo que os gestores estaduais representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e os gestores municipais representados pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde ( CONASEMS) a consideram como estratégias de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica. As Equipes de Saúde da Família, para desenvolver a Estratégia de Saúde da Família, devem apresentar as seguintes características (NOVA PNAB, p. 54-55): Ter equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Podem fazer parte da equipe multiprofissional profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em saúde bucal; O ACS deve cobrir 100% da população cadastrada de, no máximo, 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família; Uma equipe de Saúde da Família tem sob sua responsabilidade, no máximo, 4.000 pessoas. A média recomendada é de 3.000; O profissional de saúde deve se cadastrar em apenas uma equipe de Estratégia de Saúde da Família, excetuando o médico que poderá se cadastrar em duas com uma carga horária de 40 horas semanais; e A carga horária semanal é de 40 horas para todos os profissionais da saúde membros da equipe de Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos, cuja jornada é descrita na sequência. A jornada de 40 horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32horas da carga horária para atividades na equipe de Saúde da Família, podendo, conforme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar até oito horas para outras atividades afins. Além das modalidades acima, pode-se admitir, com relação aos profissionais médicos generalistas ou especialistas em Saúde da Família ou médicos de Família e Comunidade nas equipes de Saúde da Família, com incentivo federal (NOVA PNAB, p. 56-57-58): I - Dois médicos integrados a uma única equipe em uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 horas – equivalente a um médico com jornada de 40 horas semanais –, com repasse integral do incentivo financeiro referente a uma equipe de Saúde da Família; II - Três médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga horária semanal de 30 horas – equivalente a dois médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes –, com repasse integral do incentivo financeiro referente a duas equipes de Saúde da Família; III - Quatro médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas – equivalente a três médicos com jornada de 40 horas semanais, de três equipes –, com repasse integral do incentivo financeiro referente a três equipes de Saúde da Família; IV - Dois médicos integrados a uma equipe, cumprindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, com repasse mensal equivalente a 85% do incentivo financeiro referente a uma equipe de Saúde da Família; e V - Um médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, com repasse mensal equivalente a 60% do incentivo financeiro referente a uma equipe de Saúde da Família. Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o gestor municipal deve organizar os protocolos de atuação da equipe, os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a esta especificidade. Além disso, é recomendável que o número de usuários por equipe seja próximo a 2.500 pessoas. As equipes com essa configuração são denominadas equipes transitórias, pois, ainda que não tenham tempo mínimo estabelecido de permanência nesse formato, é desejável que o gestor, tão logo tenha condições, transite para um dos formatos anteriores que preveem horas de médico disponíveis durante todo o tempo de funcionamento da equipe. Com relação à modalidade transitória de equipes de Saúde da Família, a quantidade de equipes condiciona-se aos seguintes critérios (NOVA PNAB, p. 58): Município com até 20.000 habitantes e com três equipes poderá ter até duas equipes na modalidade transitória; Município com até 20 mil habitantes e com mais de três equipes poderá ter até 50% das equipes na modalidade transitória; Município com população entre 20 mil e 50 mil habitantes poderá ter até 30% das equipes na modalidade transitória; Município com população entre 50 mil e 100 mil habitantes poderá ter até 20% das equipes na modalidade transitória; e Município com população acima de 100 mil habitantes poderá ter até 10% das equipes na modalidade transitória. Relativamente aos profissionais de saúde bucal nas equipes de Saúde da Família, estes podem se organizar dentro das seguintes modalidades (NOVA PNAB, p. 59-60): I – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família e auxiliar em saúde bucal (ASB); II – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); e III - Profissionais das Modalidades I ou II que operam em Unidade Odontológica Móvel. Independentemente da modalidade adotada, recomenda-se que os profissionais de saúde bucal estejam vinculados a uma eSF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e território que a eSF à qual integra, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus componentes Quanto às especificidades da equipe de saúde da família, são necessidades estratégicas (NOVA PNAB, p. 60): Equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no mínimo: Médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade; Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; Auxiliar ou Técnico de Enfermagem, e Agentes Comunitários de Saúde-ACS suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com no máximo de 750 pessoas por ACS e 12 ACS por equipe. Podem-se acrescentar, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família; Auxiliar e/ou Técnico em saúde bucal; Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, numa média recomendada de 3.000, dentro do critério de equidade, isto é, quanto maior o grau de vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de pessoas a serem atendidas por cada equipe. Cada profissional de saúde deve ser cadastrado em apenas uma equipe de SF, com exceção ao médico que poderá atuar em, no máximo, duas equipes, com carga horária de 40 horas semanais. Todos os profissionais de saúde, membros da equipe de SF, deverão ter carga horária de 40 horas semanais, à exceção do médico. Dessas 40 horas, 32 devem ser gastas em atividades na equipe, podendo, se autorizado, dedicar até 8 horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especialização em Saúde da Família; residência multiprofissional e/ou Medicina de Família e de Comunidade, assim como em atividades de educação permanente e de apoio matricial. Podem ser admitidos, além da inserção integral de 40 horas semanais, médicos generalistas ou especialistas em Saúde da Família ou médicos de Família e Comunidade nas equipes de Saúde da Família, com as respectivas equivalências de incentivo federal: Dois médicos integrados a uma única equipe em uma mesma UBS, com carga individual de 30 horas – equivalente a um médico com jornada de 40 horas semanais; Três médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com carga individual de 30 horas – equivalente a dois médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes; Quatro médicos integrados a uma equipe em uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 horas – equivalente a três médicos com jornada de 40 horas semanais, de três equipes; Dois médicos integrados a uma equipe, cumprindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais; e Um médico cumprindo jornada de 20 horas semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas semanais. Tendo em vista a presença do médico em horário parcial, o gestor municipal deve organizar as atividades deles, bem como observar que o número de usuários, por equipe, ser próximo de 2.500 pessoas. Essas equipes são denominadas “ transitórias”, devendo, com relação ao município : Até 20 mil habitantes com uma a três equipes de Saúde da Família: o município poderá ter até duas equipes na modalidade transitória; Até 20 mil habitantes com mais de três equipes: o município poderá ter até 50% das equipes de Saúde da Família na modalidade transitória; População entre 20 mil e 50 mil habitantes: o município poderá ter até 30% das equipes de Saúde da Família na modalidade transitória; População
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