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14 – Juros sobre o Capital Próprio - JCP – Juros sobre o Capital Próprio - Foi criado pela Lei 9.249/95 - O governo definiu o pagamento de juros sobre o PL - A CVM, conforme Deliberação CVM 207/96, entende que os JCP são função do lucro, e podem ser imputados ao dividendo obrigatório, não reflete de fato o custo do capital próprio - São apenas uma destinação de parte do resultado apurado em um exercício social. Configura distribuição de resultado e não despesa financeira. 1 1 14 – Juros sobre o Capital Próprio A Lei 9.249/95 criou a figura dos Juros sobre o Capital Próprio - JCP, como objetivo de remunerar o capital próprio. Esses recursos são utilizados como despesa dedutível para apuração da base de cálculo do IR - Imposto de renda e da CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Art. 9º da Lei 9.249: A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos aos acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP. Art. 30 da Instrução Normativa: O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos (obrigatórios) de que trata o art. 202 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sem prejuízo da incidência do imposto de renda na fonte. 2 2 14 – Juros sobre o Capital Próprio Parágrafo único. Para efeito de dedutibilidade na determinação do lucro real, os juros pagos ou creditados, deverão ser registrados em contrapartida de despesas financeiras. Os JCP ficam condicionados à existência de lucro no exercício ou de lucros acumulados, limitados a 50% do lucro apurado no exercício, ou do saldo de lucros acumulados e das reservas de lucro, dos dois o maior. O valor a ser distribuído é obtido pela aplicação da TJLP, pro rata dia, sobre as rubricas do patrimônio líquido, exceto reserva de reavaliação. Os valores pagos ou creditados ficam sujeitas à alíquota de 15% de Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF. 3 3 14 – Juros sobre o Capital Próprio A dedutibilidade da remuneração do capital próprio é permitida desde que: - o valor da remuneração sobre o capital próprio seja limitado à aplicação pro rata dia da TJLP sobre o montante do Patrimônio Líquido menos o saldo da Reserva de Reavaliação, salvo se essa tiver sido adicionada à base de cálculo do IR e da CSLL; - o valor apurado é limitado ao maior valor entre: a) 50% do lucro do exercício, antes da provisão para IR e CSLL e da dedução dos referidos juros; ou b) 50% dos saldos de Lucros Acumulados e Reservas de Lucros de períodos anteriores. 4 4 14 – Juros sobre o Capital Próprio A Tabela 1 mostra os cálculos de JCP para empresas que apresentaram prejuízo no exercício social. 5 Tabela 1: Empresas com Prejuízo no Período 5 14 – Juros sobre o Capital Próprio A Tabela 2 mostra os cálculos de JCP para empresas que apresentaram lucro no exercício social. 6 Tabela 2: Empresas com Lucro no Período 6 14 – Juros sobre o Capital Próprio A Tabela 3 mostra os cálculos do JCP para empresas com lucro no período. 7 Tabela 3: Empresas com Lucro no Período 7 14 – Juros sobre o Capital Próprio A Tabela 4 mostra uma sugestão de registro dos JCP na DRE. 8 Tabela 4: Demonstração de Resultado do Exercício 8 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 9 Os JCP calculados são debitados em Despesas Financeiras, reduzindo o valor a ser tributado pelo imposto de renda de contribuição social. A contabilização dos JCP como despesas financeiras gera dificuldades para a comparação das demonstrações financeiras, uma vez que os juros são facultativos e algumas empresas os contabilizam e outas não. A comparabilidade também fica prejudicada pela condição da metade do lucro do período ajustado ou a metade dos saldos de Lucros Acumulados e Reservas de Lucros. Algumas empresas não conseguem considerar integralmente esses valores. A CVM determinou que as companhias abertas que contabilizam JCP como despesas financeiras para dedutibilidade fiscal ficarão obrigadas a efetuar a reversão desse valor antes do saldo da conta do Lucro Líquido ou Prejuízo do Exercício. Como esses juros são distribuição de lucros ao sócios , o mais indicado é que esse valor e sua reversão não sejam evidenciados na Demonstração de Resultado mas sim na Mutação do Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados), como forma de distribuição do resultado. Pela Deliberação 207/96, a CVM determinou que os juros pagos ou creditados a título de remuneração do capital próprio sejam contabilizados diretamente à conta de lucros acumulados, sem afetar o resultado do exercício. 9 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 10 De acordo com normas da Receita Federal, o valor de JCP deve ser debitado ao Resultado do Exercício como despesa financeira, em contrapartida à subconta do exigível, que represente o direito de crédito do sócio. A utilização desse valor, líquido do IR, para integralização de aumento de capital na empresa, não prejudica a sua dedutibilidade (instrução normativa SRF 41/98, art 1º). 10 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 11 Quando há apenas o registro contábil dos JCP, sem o efetivo pagamento aos sócios, faz-se o registro de natureza fiscal a débito de despesa financeira e a crédito de reserva de lucros, deverá ser feita a reversão do valor líquido do imposto de renda. Após a reversão a empresa deverá evidenciar a destinação do resultado do período nas seguinte parcelas da DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: - reserva legal; - juros sobre o capital próprio, líquidos do IRRF, imputados aos dividendos obrigatórios; - IRRF sobre JCP imputados aos dividendos obrigatórios; - juros sobre o capital próprio, líquidos do IRRF, excedentes; - IRRF sobre JCP excedentes; - dividendos complementares; - reserva estatutária; - reserva para investimentos; - outras reservas. 11 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 12 Nas notas explicativas deverão ser informados: - critérios utilizados para determinação dos JCP, sua contabilização e evidenciação; - política de distribuição; - montante do IR; - efeitos sobre dividendos obrigatórios. 12 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 13 Tabela 5: Pessoa Jurídica que Distribui JCP e Dividendos A Tabela 5 mostra os cálculos para uma empresa que opta por distribuir uma parte de seus lucros por meio de JCP e parte por dividendos. 13 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 14 Tabela 6: Pessoa Jurídica que Recebe JCP e Dividendos A Tabela 6 compara os valores recebidos por investimentos feitos por pessoa jurídica e que devem ser oferecidos ao Fisco. A remuneração recebida é avaliada sob dois diferentes critérios: a) parte da remuneração é recebida por JCP e parte por dividendos; b) remuneração é recebida somente por meio de dividendos. 14 14 – Juros sobre o Capital Próprio 1) Informações da empresa X em 31/12/X0 (R$ mil): - Patrimônio líquido: R$ 575.853,00 - TJLP (primeiro semestre X1): 4,6248% - Lucros acumulados: R$ 0,00 - Reserva de lucros: R$ 8.717,00 - Lucro líquido (air) (junho/X1): R$ 57.307,00 Calcule o JCP e faça as contabilizações. 2) Calcule o JCP para os dois casos da Tabela a seguir: . 15 Exercícios 15 14 – Juros sobre o Capital Próprio . 16 Fontes Assaf Neto, p. 87, 90 e 253. Manual de Contabilidade: 335, 357, 413 e 471. 16
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