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1 13- AÇÕES HORIZONTAIS NAS ESTRUTURAS DE CONTRAVENTAMENTO • A determinação dos esforços solicitantes nas estruturas de contraventamento, para um carregamento dado, é feita empregando-se os métodos convencionais da análise estrutural. • Mesmo nas estruturas consideradas indeslocáveis, os esforços de primeira ordem, decorrentes das ações horizontais, devem ser calculados considerando-se a deslocabilidade da estrutura de contraventamento. • Antes de calcular os esforços, é necessário fazer a repartição das ações horizontais para os elementos de contraventamento. • Quando o contraventamento é feito por elementos do mesmo tipo (só pórticos; só paredes estruturais e pilares-parede), é possível fazer a repartição das forças horizontais sem levar em conta a interação ao longo da altura do edifício. Neste caso, basta analisar um pavimento tipo. (Processo simplificado) 2 • Quando o contraventamento é feito pela associação de pórticos e paredes e/ou pilares-parede, é necessário considerar a interação ao longo da altura (Capítulo 10, Volume 3, terceira edição). (Processo rigoroso) • No processo simplificado, o problema pode ser isostático ou hiperestático. 3 a) Sistemas isostáticos Exemplo 1: Estrutura de contraventamento formada por dois painéis e submetida à força horizontal yP no nível da laje. y l a b F1 F2 Py x 1 2 Forças transmitidas aos painéis: .; 21 yy Pl aFP l bF == 4 Exemplo 2: Estrutura formada por três painéis de contraventamento. y 1 2 F2 b F3 x 3 a F1 Py Forças transmitidas aos painéis: .; 321 yy Pb aFFPF === 5 b) Sistemas hiperestáticos • É necessário calcular a rotação e os deslocamentos da laje no seu próprio plano, para a obtenção das forças em cada painel de contraventamento. • Uma vez que cada painel só pode receber cargas no seu plano vertical, ele pode ser representado por uma mola de rigidez K . • A rigidez de cada painel de contraventamento é definida como a força horizontal que deve ser aplicada em um determinado nível, na direção de sua maior rigidez, para provocar um deslocamento unitário. Se o topo da estrutura for escolhido como referência para a aplicação da força, como é usual, a rigidez K é dada por 3 3 tot eq h EI K = (7.5.3) onde eqEI é a rigidez equivalente do pórtico plano e toth é a altura total da edificação. 6 • A rigidez equivalente eqEI é determinada da maneira indicada na seção 5 : Estruturas Indeslocáveis. • Se o painel de contraventamento for formado por um pórtico ou por um pilar-parede de seção variável, emprega-se um programa para análise de pórticos planos para a obtenção de eqEI (software PACON calcula a rigidez equivalente com o modelo de carga concentrada e carga distribuída). A equação (7.5.3) corresponde ao modelo de carga concentrada. 7 Px ey ex o Py x 3 n i α i 2 1 y LAJE Estrutura de contraventamento formada por n painéis. Painel genérico i , inclinado de um ângulo iα em relação ao eixo x . iK = rigidez do painel, representado por uma mola concentrada no ponto iP , correspondente ao centro do painel. 8 y,v x,u yi xi Ki Pi α i u'i θ o Painel de contraventamento genérico Movimento de corpo rígido da laje: deslocamentos ou e ov nas direções x e y , respectivamente, e rotação θ em torno da origem do sistema de eixos. Deslocamentos do ponto iP : θioi yuu −= ; θioi xvv += (7.5.4), (7.5.5) 9 Na forma matricial: oi UNu = (7.5.6) ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −=⎭⎬ ⎫ ⎩⎨ ⎧= θ o o o i i i i i v u x y v u UNu ; 10 01 ; (7.5.7) Deslocamento iu′, na direção da mola: iiiii vuu αα sencos +=′ (7.5.8) Na forma matricial: oiiu UNRuR ==′ (7.5.9) [ ]ii αα sen,cos=R (7.5.10) Força iF transmitida ao painel: iii uKF ′= (7.5.11) Introduzindo a equação (7.5.9): oii KF UNR= (7.5.12) 10 Fyi Fxi Fi yi xi α i x y Pi o Decomposição da força no painel Componentes de iF : iiyiiixi FFFF αα sen;cos == (7.5.13) Momento em relação à origem: ixiiyii yFxFM −= (7.5.14) Pode-se escrever: ( ) iTi FNRF = (7.5.15) onde ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = i yi xi i M F F F (7.5.16) 11 Introduzindo a equação (7.5.12) em (7.5.15), resulta oii UKF = (7.5.17) ( ) ( )NRNRK Tii K= (matriz de rigidez do painel i ) (7.5.18) Vetor de forças externas aplicadas à laje: ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ − = yxxy y x ePeP P P P (7.5.19) Equações de equilíbrio: o n i io UKUKP ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛== ∑ =1 (7.5.20) 12 Resolvendo o sistema de equações, obtêm-se os deslocamentos de corpo rígido da laje, contidos no vetor oU . Encontrado oU , calculam-se as forças nos vários painéis de contraventamento com o emprego da equação (7.5.12). Exemplo: 2 6 6 1 2 3 4 Py=1000 x y o Contraventamento com três painéis paralelos 13 Características dos painéis de contraventamento Painel K x y α (graus) 1 2 2 4 90 2 1 8 4 90 3 1 14 4 90 Painel 1: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= 2 4 10 01 N ; [ ]1,0=R ; [ ]2,1,0=RN ( ) ( ) ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ =⇒= 840 420 000 111 KRNRNK TK 14 Painel 2: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= 8 4 10 01 N ; [ ]1,0=R ; [ ]8,1,0=RN ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ = 6480 810 000 2K Painel 3: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −= 14 4 10 01 N ; [ ]1,0=R ; [ ]14,1,0=RN ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ = 196140 1410 000 3K 15 Matriz de rigidez global: ∑ = = 3 1i iKK ; ⎥⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢⎢ ⎢ ⎣ ⎡ = 268260 2640 000 K Vetor de cargas: ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ − = 8000 1000 0 yxxy y x ePeP P P P Solução: ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =⇒= 99/1500 99/15000 o oo u UKUP 16 Observação: O deslocamento ou é indeterminado porque todos os painéis estão na direção y . O sistema de contraventamento não é capaz de suportar nenhuma força horizontal na direção x . Em uma situação real, é necessário incluir alguns elementos de contraventamento nessa direção. Forças nos painéis: ( ) oii KF URN= 64,3631 =F ; 72,2722 =F ; 64,3633 =F 17 13- IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS GLOBAIS DOS EDIFÍCIOS • O dimensionamento das estruturas de contraventamento deve levar em conta possíveis desvios da posição vertical. • De acordo com o CEB/90, deve-se considerar uma inclinação do eixo da estrutura dada por 200 1 100 1 ≤= la α (7.6.1) onde l é a altura da estrutura em metros. • Na figura seguinte, indica-se o funcionamento básico das estruturas de contraventamento. • O pilar contraventado é representado com uma rótula na base, para indicar que ele não precisa absorver nenhuma ação horizontal nem os efeitos de imperfeições globais da estrutura. (10.3.1) 18 u u FVA FVB A l B FVA FVB ΔH ΔH u u A B αa A: pilar de contraventamento; B: pilar contraventado. Funcionamento das estruturas de contraventamento Força horizontal no pilar de contraventamento: lFuH VB=Δ (7.6.2) onde VBF é a carga do pilarcontraventado e lu aα= é o deslocamento horizontal devido à inclinação da estrutura. (10.3.2) 19 Momento na base do pilar de contraventamento: HluFM VAA Δ+= (7.6.3) Substituindo a expressão de HΔ , resulta uFM VA = (7.6.4) onde VBVAV FFF += é a carga total. Conclusão: a estrutura de contraventamento deve suportar todo o efeito das imperfeições globais. Os pilares contraventados devem ser dimensionados apenas para suas imperfeições locais, como foi feito anteriormente pela consideração de uma excentricidade acidental. (10.3.3) (10.3.4) 20 un ui u1 Fvn Fvi Fv1 αa hi l eixo inclinado Estrutura de contraventamento desaprumada • ViF é a carga vertical total introduzida no andar i . • A força ViF provoca um momento fletor na base da estrutura igual a iaViiVii hFuFM α==Δ (7.6.5) onde iu e ih representam o deslocamento horizontal e a altura do andar i . (10.3.5) 21 Esse momento equivale a uma força horizontal aplicada no andar i , dada por Viai FH α=Δ (7.6.6) Logo, tudo se passa como se em cada andar da estrutura de contraventamento atuasse uma força horizontal adicional igual a iHΔ . Quando a subestrutura de contraventamento é formada por pórticos, a inclinação aα pode ser multiplicada pelo fator de redução 1<nα , dado por 2 11 n n +=α (10.3.7) onde n é o número de prumadas do pórtico plano. (10.3.6) 22 De acordo com a NBR-6118, para edifícios com predominância de lajes lisas ou cogumelo, deve-se considerar 1=nα . S e gu nd o a N B R - 61 18 , a i nc lina çã o aα de v e r e sp e ita r o va lo r m í nim o 3 0 01≥aα , pa r a e str u tur a s r e ticu la d a s e im p e r fe iç õ es loc a is. N a s co m b ina ç õ es e ntr e a s c a r ga s d e v en to e d e d esa p r um o, e ss a s lim ita ç õe s de v a lor e s m ín im os p a ra aα nã o p r e cis a m s er r es pe ita d a s, ou s e ja , c o nsid er a - s e o va lor ob tido da e qu a çã o (1 0.3 .1) .
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