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Presidencialismo e Parlamentarismo

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SISTEMAS DE GOVERNO NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
RESUMO 
 
 
 
Sistemas de governo é o método na qual se determina a representação popular e a divisão e 
distribuição dos poderes. Existem dois tipos de sistema, o presidencialismo e o 
parlamentarismo, ambos têm semelhanças em suas funções, à diferença é quem ou como são 
distribuídas tais funções. O Brasil passou por ambos os sistemas, o que mais se manteve foi o 
presidencialismo, até os dias atuais, passando por breves momentos de parlamentarismo que 
falharam. A solução pode ser mudar o país ou apenas seu sistema de governo. 
 
 
Palavras-chave: sistemas de governo; presidencialismo; parlamentarismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4 
1 OS SISTEMAS DE GOVERNO .................................................................................. 5 
2 PRESIDENCIALISMO ................................................................................................ 5 
2.1 Presidencialismo no Brasil ........................................................................................... 6 
3 PARLAMENTARISMO .............................................................................................. 7 
3.1 Experiências de parlamentarismo no Brasil ................................................................. 8 
3.2 Parlamentarismos no Brasil atual ................................................................................. 10 
 
CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 12 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Este trabalho tem por finalidade apresentar e discorrer de forma sintetizada sobre os 
sistemas de governo. Será averiguado, por meio de uma perspectiva histórica de onde e como 
se fez a inserção desses regimes governamentais no mundo e em especial no país, de acordo 
com autores analisados. Inclusive, será assentado, sobre a data de instalação dos dois sistemas 
localizados na história, o presidencialismo e o parlamentarismo. 
Terminada a perspectiva histórica será tratado brevemente sobre a implantação 
desses sistemas no Brasil, em seguida o parlamentarismo terá mais destaque, pois será 
explanado quando e como foi inserido no país, os motivos de não dar certo e como ele poderia 
ser aplicado atualmente para melhorar a situação do país nesses tempos de crise econômica e 
política. 
Algumas peculiaridades dos sistemas pode ser que passem em branco, mas o maior 
intuito é expor o necessário para ter-se uma noção do funcionamento de cada sistema e gerar 
uma reflexão no leitor de qual sistema seria melhor para o país. 
Este trabalho apresenta separações perceptíveis de títulos para facilitar na 
compreensão do assunto. O trabalho será dividido em três partes e será expresso em 
linguagem simples para facilitar a leitura e a compreensão. 
Foi adotada como metodologia de pesquisa a análise da bibliografia citada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
1. OS SISTEMAS DE GOVERNO 
 
Há muitos anos que o homem vem formando comunidades para viver, mas como é 
de conhecimento geral, precisam haver regras para que não se torne uma anarquia. Aos 
poucos eles criaram modos de controle e hierarquia para que a população vivesse em paz, e 
assim advieram tanto os sistemas de governo quanto formas de governo e de Estado. 
Sistema de governo é o método na qual se determina a representação popular e a 
divisão e distribuição dos poderes. Os sistemas se dividem em dois, parlamentarismo e 
presidencialismo, e podem também atuar em conjunto como na Itália que segue um modelo 
misto. 
 
2. PRESIDENCIALISMO 
 
Como informa Rocha em seu livro curso de ciência política e teoria geral do Estado 
(2014, 2ªed, p. 226) o presidencialismo teve sua origem nos Estados Unidos no século XVIII, 
e para acrescentar, Bonavides em seu livro ciência política (2000, p. 383) retrata que o 
surgimento do sistema se deve aos integrantes da Filadélfia que tiveram o intuito de conseguir 
um país autônomo e um sistema único eles tomaram como base a Constituição britânica de 
1787 e fizeram alterações para obter um modelo próprio. Diferente do parlamentarismo, o 
presidencialismo contou com o estímulo teórico de Montesquieu. 
Uma das características mais marcantes desse sistema é a separação absoluta dos 
poderes, executivo, legislativo e judiciário, podendo um intervir no outro em casos 
excepcionais, para controle do abuso de poder, ou no caso do Brasil, que excepcionalmente 
um deputado ou senado que condiz ao poder legislativo pode, eventualmente, adequar-se ao 
poder executivo na forma de ministro de Estado, que terminando seus trabalhos ali ou sendo 
demitido volta ao seu cargo no legislativo. A separação de poderes ademais contribui dando 
maior sustentação as garantias constitucionais. 
Soares, em seu livro teoria do Estado introdução (2004, p. 363 e 364) relata que: 
 
Os convencionais de Filadélfia, ao optarem por essa separação de poderes, traçaram 
na Constituição de 1787, as linhas mestras de sua república federalista 
presidencialista: 
a) garantir ao máximo a autonomia dos estados-membros; 
b) opor obstáculos aos excessos eventuais da democracia; 
6 
c) restringir na medida do possível os meios de ação do poder, visando garantir a 
mais ampla liberdade aos indivíduos. 
 
É elementar lembrar-se que o presidencialismo não pode se traduzir na figura do 
presidente como o parlamentarismo não se traduz no parlamento, afinal, no presidencialismo 
há o Congresso que é um modelo de parlamento e o presidente é só um de seus componentes. 
Outra característica relevante é a eleição por sufrágio universal direto, o que gera a 
irresponsabilidade com o poder legislativo e a responsabilidade para com a Nação, sendo 
assim um sistema democrático. No entanto, o sufrágio direto confere ao presidente um 
saliente grau de legitimidade que dificulta um processo de impeachment. O impeachment 
ocorre porque o presidente responde penalmente por crimes de responsabilidade, sendo ele a 
sanção. Que fique claro, o presidente não responde em face do legislativo e sim do povo. 
É de importância ressaltar que tanto o executivo não tem poder de dominação sobre o 
legislativo, não podendo nesse caso o executivo dissolver o legislativo, quanto o legislativo 
não tem poder de dominação sobre o executivo, por sua vez não podendo destituir o 
presidente. Isso se dá pelo fato de ambos serem eleitos por sufrágio direto, o que passa a 
responsabilidade deles para com o povo e não entre eles próprios. Aqui fica clara a separação 
de poderes estabelecida como princípio fundamental. 
E que não se esqueça de que a única forma de dominação exercida entre os poderes é 
o controle para que não haja abuso de poder de nenhuma parte. 
Mesmo que o presidente não possua nenhuma responsabilidade com o poder 
legislativo, esse último deve criar leis alicerçadas nos interesses do executivo. E o presidente, 
que dispõe da faculdade de impedir, pode vetar as decisões legislativaspara equilibrar as 
competências. O presidente pode também lançar medidas provisórias em casos excepcionais. 
O melhor modo de diferir um monarca de um presidente é que esse último possui 
poder monocrático, tanto é chefe de Estado quanto chefe de governo. Esses são 
respectivamente, a função de representar simbolicamente o país e estabilizar o sistema nos 
momentos de crise, e o segundo, a função de comandar a administração pública. 
Um antagonismo notório entre os sistemas de governo é que no presidencialismo o 
mandato do presidente é temporário, isso faz com que haja maior responsabilidade do 
presidente em reger bem o país, uma vez que seu mandato chega ao fim ele pode não 
conseguir se reeleger por falta de cativação popular, logo dará seu melhor para continuar no 
cargo. Para se eleger ele deve apresentar um plano de governo atrativo ao povo, após eleito 
cumprindo ou não seu plano o presidente não se responsabiliza penalmente por isso. No 
7 
entanto por respeito aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência, o presidente acaba por cumprir com o prometido. 
No presidencialismo é importante ressaltar o vice-presidente, dado que sua função é 
não permitir que haja vácuo de poder. Rocha nos explica melhor em seu livro curso de ciência 
política e teoria geral do Estado (2014, 2ªed, p. 228): 
 
... há muita responsabilidade e consequente risco em caso de ausência repentina do 
presidente (por morte, renúncia etc.). Os sistemas previnem-se com a instituição de 
substitutos legítimos de plantão. Esse é o papel do vice-presidente. É o substituto 
imediato para evitar o vácuo de poder, que é um momento propício para 
oportunismos de plantão, que praticam golpes e tomadas de poder fora da ordem 
vigente. Trata-se de um substituto também legitimado pelo voto, um respaldo 
fundamental nesses momentos. A legislação brasileira ainda garante substitutos do 
substituto, na seguinte escala: vice-presidente; presidente da Câmara de Deputados; 
presidente do Senado; presidente do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
2.1 Presidencialismo no Brasil 
 
O presidencialismo passou a ser utilizado no Brasil a partir da expedição da 
Constituição de 1891 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao91.htm - 
art 1º), em seguida, na Constituição de 1988 foi regularizado (https://www.planalto.gov.br 
/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm - art 2º) e em 1993 foi ratificado por plebiscito 
(Rossi, 1993). Nesse mesmo ano -1993- foi decido qual seria o sistema e a forma de governo 
que o país seguiria(Rossi, 1993). 
A partir de Soares (2004), após sua implantação só houve um breve mandato de 2 
anos, de João Goulart, na qual o parlamentarismo foi seguido. Ao final de seu mandato em 
1963 o presidencialismo se reinstalou e se vê presente, sem interrupções, até os dias atuais. 
Não se pode esquecer que o modelo presidencialista passou por várias modificações. 
A primeira delas foi durante a crise mundial de 1929 que gerou muitas revoltas, motins 
militares, oscilações econômicas, inconformidades políticas etc. 
De acordo com Soares (2004) que posteriormente, na década de 1930, Getúlio 
Vargas fortaleceu o presidencialismo com seu modo de governar, perdurando até 1945. Em 
seguida, em 1946, regulou-se o voto direito e comum, no entanto o militarismo deu fim a esse 
direito em 1964, momento na qual os militares se alternavam por voto indireto. Para salvar o 
8 
povo veio a constituição de 1988 que aproximou mais o modelo brasileiro ao americano de 
presidencialismo e robusteceu-se os poderes legislativo e judiciário. 
Bonavides em seu livro de ciência política ressalta um fato de grande importância 
sobre o país e sua escolha pelo presidencialismo (2000, p. 412): 
 
no Brasil o regime presidencial nasceu da influência norte-americana e não sob a 
pressão de fatos políticos ou de condições existentes. (...). Mas o presidencialismo 
foi imitação das instituições norte-americanas, criação puramente doutrinária. A 
nossa educação democrática e as nossas tradições liberais não o impunham. Em 
suma, acordamos no presidencialismo da mesma maneira que amanhecemos na 
República... Em ambos os casos, as instituições do País foram marteladas pela 
surpresa. 
 
E como finalização desse capítulo convém citar o ponto de vista do professor Manoel 
em seu livro Curso de ciência política e teoria geral do Estado (2014, p. 229-230) sobre a 
escolha do Brasil pelo presidencialismo: 
 
Em que pese o grande e majoritário número de países desenvolvidos e de 
democracias mais estáveis que adotam o parlamentarismo, conta-se favorável ao 
presidencialismo no Brasil a índole latino-americana do povo, de identificação 
passional com os governantes. Em muitos casos, chega à idolatria. Não há que se 
discutir se isso é bom ou ruim, mas se isso é próprio de uma cultura política, que 
deve ser respeitada e aprimorada. Parece mais adequado, entretanto, o dinamismo do 
parlamentarismo em substituir os governos sempre que esses perdem suas bases de 
apoio. 
 
3. PARLAMENTARISMO 
 
O parlamentarismo divergindo-se do presidencialismo não teve nenhuma inspiração 
teórica, criou-se consuetudinariamente com o passar dos anos, a partir da monarquia 
constitucional. 
Esse modelo se originou na Inglaterra, precisamente no Reino Unido, a mais de 700 
anos (https://www.youtube.com/watch?v=66HV0W9o2pY), após revoluções ocorridas 
durante o século XVII o país apresentou um sistema representativo já consolidado e se 
preparou para a inserção do parlamentarismo. Bonavides (2000) elucida em seu livro que esse 
foi inserido no século seguinte, XVIII, mais exatamente em 1782 quando o Lord North, que 
cumpria funções de primeiro-ministro, se demite por receio de sofrer impeachment, pois o 
parlamento já tinha dado seu voto de desconfiança e realizado movimentos de censura. Como 
Bonavides cita em seu livro “não é outra coisa senão a responsabilidade ministerial arrastada 
aos seus derradeiros limites”. 
9 
Após o acontecimento com Lord North o parlamento agregou poderes a si, passou a 
prevalecer o poder da Coroa, ganhou potência, notoriedade e crédito. E foi naquele momento 
que o sistema se concretizou, sendo o mesmo utilizado até os dias atuais. 
As principais características do parlamentarismo são a correlação entre os poderes 
Executivo e Legislativo, que é a interferência do parlamento na chefia de governo, sendo o 
parlamento quem elege o primeiro-ministro, dando seu voto de confiança – isso quando o 
primeiro-ministro tem a maioria no parlamento – ou dando seu voto de desconfiança – no 
caso de dúvidas sobre a boa governabilidade – que é o caso em que o mesmo renuncia a seu 
cargo antes que sofra impeachment. 
Nesse sistema as chefias de governo e de Estado são separadas, o primeiro-ministro é 
o responsável pela chefia de governo, ele possui a função administrativa do país, toma 
decisões políticas e administrativas, enquanto que o monarca ou presidente, que é o chefe de 
Estado, tem a função de representatividade dentro e fora do país, nessa chefia também cabe a 
tomada de decisões em caso de guerra - podendo ele retirar o primeiro-ministro do comando – 
e por último ele é possuidor das forças armadas, motivo pelo qual os príncipes são obrigados 
a estudar nessa área, para saberem o funcionamento de todos os instrumentos usados em 
estado de sítio. 
Conforme Soares, em seu livro teoria do Estado introdução (2004, p. 356 e 357) 
existem três tipos de parlamentarismo, são eles, o clássico, o racionalizado e o misto. 
O parlamentarismo clássico, construído na Inglaterra, durante o século XVIII, 
repartia as funções estatais, de acordo com o princípio do equilíbrio político entreos 
órgãos de governo e o parlamento, contrapondo-se ao princípio de separação de 
poderes. Assim, tal tipo de parlamentarismo outorgava ao chefe de Estado 
competências políticas significativas, cabendo ao gabinete intermediar seu 
relacionamento com o parlamento. Os ministros, componentes do gabinete, deviam 
contar com a confiança do chefe de Estado e do parlamento. Este órgão influía sobre 
o governo, cujas ações também repercutiam sobre o parlamento. 
O parlamentarismo racionalizado decorre das constituições formuladas, após a 
Primeira Guerra, com critérios científicos de técnica jurídica. Nele, há a 
predominância de um órgão de governo sobre o outro, outorgando-se as funções 
públicas mais expressivas para o parlamento. Ao hipertrofiar-se o leque de 
competências governamentais do gabinete, o chefe do Estado transformou-se em 
magistratura moral da nação. As funções governamentais passam a atrelar-se ao 
parlamento, estabelecendo-se, constitucionalmente, a obrigação jurídica de demissão 
dos ministros, através de moções de censura, caso os mesmos venham a perder a 
confiança parlamentar em relação à sua gestão. 
O parlamentarismo misto deriva da racionalização de outros setores do sistema 
parlamentar, cristalizando-se nas modalidades de tendência diretorial, 
presidencialista e de equilíbrio. (...) de tendência diretorial baseia-se no axioma 
político de que o parlamento, como expressão direta do povo, detém o poder de 
mando, e o governo, simples comitê da maioria parlamentar, deve submeter-se às 
decisões parlamentares. (...) com elementos presidencialistas pressupõe a convicção 
de que se pode obter maior garantia democrática, reforçando a posição do presidente 
da república, considerado guardião da constituição e árbitro imparcial da 
contraposição entre legislativo e o executivo. (...) com tendência de equilíbrio, 
10 
apareceu em várias constituições, após a Segunda Guerra, nas quais se procurou 
propiciar uma maior intervenção do chefe de Estado, como órgão coordenador e de 
controle, e do próprio corpo eleitoral no tocante aos poderes legislativo e executivo, 
superando as concepções clássicas e racionalizadas de sistemas políticos 
parlamentares. 
Desta forma, emergiu o neoparlamentarismo, no qual a Constituição francesa de 
1958, acolhendo uma concepção mais ativa de presidente da república, enquanto 
chefe de Estado tornou-se paradigma constitucional. 
 
3.1 Experiências de parlamentarismo no Brasil 
 
O Brasil é predominante presidencialista, no entanto já passou por duas experiências, 
mal sucedidas, de parlamentarismo. 
A primeira vez na época do império, de 1847 – ano da invenção do chefe de 
gabinete, visto como um primeiro-ministro no país – até 1889 – ano da instalação da 
República. O monarca até 1831 foi D. Pedro I, que não era reconhecido pelos países da 
Europa como rei, e nesse ano abdicou de seu trono para tornar-se rei de Portugal, deixando-o 
a seu filho D. Pedro II que reinou até 1889. Essa primeira tentativa de aplicação do 
parlamentarismo no país foi apelidada de “Parlamentarismo às avessas”, isso porque o poder 
Legislativo era subalterno do poder Executivo. 
Bonavides, em seu livro ciência política (2000, p. 441) explica melhor o ocorrido no 
seguinte trecho: 
 
O mais grave vício que comprometeu todo o sistema parlamentar pátrio foi 
indubitavelmente a concentração de poderes nas mãos do Imperador, que se 
converteu, através do Poder Moderador, em supremo juiz das questões políticas. 
Como o Poder Moderador, poder constitucional, vimos na prática do regime o 
Imperador dispondo do direito de convocar eleições. 
Nenhum freio ou contrapeso essencial existiu com que diminuir a irresponsabilidade 
política do monarca. 
 
Pode-se citar Soares, que em seu livro teoria do Estado introdução (2004, p.361) 
explica em breves parágrafos como o monarca usava o poder moderador a seu favor 
prejudicando assim o sistema parlamentarista aplicado no país, da mesma forma deixa claro 
que o sistema não se consolidou por culpa dos erros inadmissíveis em qualquer sistema de 
governo: 
 
O imperador, no exercício do poder moderador, como autêntico autocrata, 
manipulava os simulacros de organizações partidárias, fazendo do mecanismo 
constitucional brasileiro um arremedo de parlamentarismo. (grifo nosso) 
Assim, o alegado parlamentarismo do império não chegou a se consolidar, pois o 
imperador exerceu até o fim da monarquia constitucional um poder pessoal de 
intervenção e imposição, amparado em frágeis e tradicionais estruturas partidárias. 
11 
Tais intervenções do imperador eram típicas do parlamentarismo dualista ou 
orleanista, no qual o ministério ou gabinete gozava de dupla confiança: do 
parlamento e, principalmente, do chefe do Estado. 
 
Após a primeira tentativa falha a República foi introduzida e com ela veio o 
presidencialismo, esse sistema perdurou unanimamente até setembro de 1961, momento na 
qual João Goulart assume o poder e os militares impõe a ele que esse sistema deveria ser 
implantado novamente, seus primeiros-ministros foram Tranquedo Neves, Francisco de Paula 
Brochado da Rocha e Santiago Dantas. 
O sistema malogrado se desfez em pouco tempo, afinal foi superficialmente 
implando pelo Ato Adicional, aplicou-se o parlamentarismo na tentativa de encontrar uma 
saída para os problemas políticos e economicos desafortunados da época, o que não veio a 
calhar. 
Bonavides explana sobre os motivos de não funcionamento do sistema em 1961 em 
seu livro ciência política (2000, p. 443): 
 
O fracasso do sistema parlamentar adotado pelo Ato Adicional se deve a múltiplas 
razões, entre as quais ressalta a imperfeição da própria emenda parlamentarista, a 
inoportunidade da introdução do regime parlamentar num momento de gravíssima 
crise política nacional, o despreparo com que a opinião pública recebeu aquela 
forma de governo, a ignorância das práticas do sistema, por parlamentares 
subitamente convertidos à conveniência e necessidade de sua adoção e por fim as 
que foram enunciadas pelo constitucionalista Afonso Arinos de Melo Franco, 
abrangendo, em primeiro lugar, o desprezo que o Presidente da República votou ao 
exercício de sua missão naquela encruzilhada histórica, omitindo-se ou combatendo 
o sistema, e, a seguir, o desinteresse dos partidos em praticar e observar 
sinceramente as regras do sistema, raramente se dispondo a defendê-lo no 
Congresso. 
 
 
3.2 Parlamentarismo e o Brasil atual 
 
O Brasil passa por uma crise além de econômica, política, a presidente Dilma Roussef 
perdeu a confiança com a população de dentro e de fora do país. O presidente da 
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aproveitou o momento frágil do governo e 
lançou uma proposta, ainda não muito divulgada, de reestabelecer o parlamentarismo 
no país a partir de 2019. 
A notícia traz a ideia de que agora o país irá melhorar, irá resolver seus problemas, 
afinal, o „único‟ problema é a presidência, leigos talvez não entendam a intenção de 
Cunho, que é, segundo cientistas políticos, apenas, enfraquecer o governo Dilma. Não 
há nenhuma proposta de mudança profunda na sociedade e na política do Brasil, deste 
modo pode-se esperar que se reviva o parlamentarismo de João Goulart de 1961. 
12 
Na época de Goulart a intenção maior foi o enfraquecimento do poder anterior e 
tomada de poder para os militares „reinarem‟, como já foi mostrado anteriormente não 
funcionou. Logo se pode dizer que o desenho superficial de Cunha corre riscos reais 
de fracasso. 
Para se instalar um novo sistema de governo no país deve-se primeiro reforma-lo. O 
Parlamento tem que ser legítimo e o Executivo deve se submeter ao voto do 
Parlamento eaceitar suas decisões, a população deve ser mais inserida no governo e 
suas decisões, sufrágios legítimos, melhor dizendo, um voto por um homem, a 
extinção do Senado, para que não haja discrepância de votos de uma câmara para 
outra, restringir consideravelmente a quantia de partidos, deixando com que ficassem 
apenas dois partidos, pois o excesso de partidos acaba por dizimar o parlamento, entre 
outras mudanças. 
O país talvez não precise mudar seu sistema de governo, mas sim mudar seu sistema 
político, mudar a sociedade e o modo pela qual é representada, se todo o governo do 
país não sofrer mudanças profundas, não será mudança de sistemas de governo que o 
melhoraram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
Neste trabalho foram esclarecidos os sistemas de governo, seu modo de 
funcionamento e como eles são aplicados no país. Igualmente tratou-se das origens dos 
sistemas, seus conceitos de aplicação primigênios, os países que os seguem, que os modificam 
e adequam para seu país de forma breve e resumida, para que o leitor tenha facilidade de 
entendimento. 
O objetivo principal foi forcar no parlamentarismo, pois como dito anteriormente, 
talvez o Brasil possa vir a aplicá-lo novamente, e como não se sabe ao certo nem mesmo 
sobre o presidencialismo, é importante que se adquira uma noção razoável de 
parlamentarismo, assim podendo avaliar como está sendo inserido e sua legitimidade. 
A principal reflexão a ser feita ao final deste trabalho, é a necessidade de uma 
revolução em todas as esferas, seja ela política, social, jurídica, do país e a conveniência de 
uma mudança de sistema de governo para melhorar o país no todo. A análise dos sistemas de 
governo gera, para o intérprete, um processo metodológico que lhe permite enxergar os erros 
do país no momento de aplicação dos sistemas, suas falhas e erros. Assim, o uso correto e 
legítimo de qualquer sistema de governo constitui a garantia da solução do país, tornando-o 
mais justo, ajudando a encontrar soluções melhores em caso de crises como a que o Brasil 
vem passando e não se tornando motivo de escândalo no exterior e evitando que os súditos 
percam a confiança de seu representante, o presidente ou monarca. 
14 
Nestes termos, é dada a importância ao estudo dos sistemas de governo, porque, como 
exposto no correr do texto, contribui ao intérprete a análise pessoal de qual sistema se 
adequaria melhor ao país e o que deve ser aprimorado antes de tal mudança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
Parlamentarismo. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=66HV0W9o2pY > 
Acesso em 04 jan. 2016. 
 
Presidencialismo. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=BpqyLEMcPt8 > 
Acesso 04 jan. 2016. 
 
Presidencialismo e parlamentarismo. Disponível em < https://www.youtube.com/watch 
?v=dRV_C7Rv-Mo > Acesso em 04 jan. 2016. 
 
ROCHA, M. I. C. Curso de ciência política e teoria geral do Estado. Edifesp - Fafram: 
2014. 2ª ed. p. 223 a 230. 
 
BONAVIDES, P. Ciência política. Malheiros. 10ª edição (revista, atualizada) 9ª tiragem. 
Disponível em < http://unifra.br/professores/14104/Paulo%20Bonavides-Ciencia%20Politica 
%5B1%5D.pdf > Acesso em 05 jan. 2016. p. 383 a 446. 
 
15 
Sistema de governo. Disponível em < http://monarquiaxrepublica.blogspot.com.br/2009/07 
/regimes-politicos-formas-e-sistemas-de.html > Acesso 05 jan. 2016. 
 
PINHO, R. C. R. Teoria geral da constituição e direitos fundamentais. Saraiva. 12ª ed. p. 
26 e 27. 
 
Parlamentarismo. Disponível em < http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_lin 
k=verista_artigos_leitura&artigo_id=2949 > Acesso 06 jan. 2016. 
 
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