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A Análise dos Aspectos Cognitivos do Trabalho (*) Annie Weill-Fassina Introdução A análise dos aspectos cognitivos do trabalho é uma das dimensões da análise ergonômica. Teoricamente ela baseia-se nos conhecimentos da psicologia cognitiva bem como contribui para o seu desenvolvimento. Ela centra-se particularmente na análise das competências tanto as que são necessárias para a execução de atividades profissionais quanto as que são operacionalizadas no curso destas. Neste caso, a análise contribui para a compreensão da qualificação profissional dos sujeitos, ainda que de forma bastante geral. Todavia, as contribuições relevantes são, principalmente, no âmbito da melhoria das situações de trabalho. 1 - Descrever as condutas no trabalho Pontualmente, o objetivo da análise dos aspectos cognitivos é descrever e explicar as condutas de regulação dos sujeitos, considerando o contexto técnico, social e econômico no qual está inserido o trabalho. Nesta perspectiva, o trabalho é considerado como uma conduta finalística que o sujeito apreende e que é dirigida por uma meta cuja consecução deve se "adaptar" às exigências do ambiente material e social. Para o sujeito, trata- se, de fato, de manter um equilíbrio com a sua situação e seu ambiente de trabalho de modo a obter os resultados esperados dentro das melhores condições possíveis. Esquematicamente, parte-se do pressuposto de que "(...) dispondo de estruturas prontas para funcionar desde o nascimento, o sujeito age de início por assimilação das propriedades das coisas às estruturas psicológicas que ele dispõe ou que lhe são disponíveis em um momento dado, toda resistência a este processo de assimilação colocará conseqüentemente em questão tais estruturas psicológicas obrigando-as a se modificarem, a se transformarem por acomodação possibilitando uma nova assimilação; ou seja, a transpor a dificuldade posta por esta resistência. Desta forma, pelo intermédio de sua atividade, pela qual (*) Tradução de Mário César Ferreira. Fonte: M. Dadoy; Cl. Henry; B. Hillau; G. de Terssac; J.F. Troussier & A. Weill-Fassina (1990) - orgs, "Les analyses du travail. Enjeux et formes", Cereq : Paris, no 54 pp. 193-198. Texto traduzido com autorização do editor. observamos a busca permanente do equilíbrio entre as assimilações e as acomodações com os objetos da ação, o sujeito se autoconstrói, autotransforma- se, auto-regula-se e neste processo incessante ele adquire sempre novos conhecimentos cada vez mais complexos" (Dolle, 1987) que lhes permitem transformar o real agindo sobre ele. Posto que as tarefas são em geral definidas de forma insuficiente, a busca de um tal equilíbrio entre o prescrito e o real leva o sujeito a redefinir o que é necessário fazer. Assim, ele verifica, modifica os procedimentos, elabora soluções, avalia alternativas, ajusta-se aos resultados. Isto supõe também uma gestão de eventuais disfuncionamentos que devem ser previstos, evitados, identificados ou corrigidos [...](1). Isto supõe igualmente uma gestão de compromisso entre as obrigações da tarefa prescrita e as necessidades da tarefa esperada; no limite o risco consiste na possibilidade de desenvolvimento de uma psicopatologia "(...) relacionada ao desajuste entre a organização do trabalho prescrito e a organização do trabalho real" (Dejours, 1988). Desta forma, constata-se que as dimensões cognitiva, social, fisiológica e afetiva intrínsecas ao trabalho são separadas artificialmente apenas no quadro das análises descontextualizadas. 2 - Compreender os processos mentais pelos quais os sujeitos orientam e organizam suas atividades Com a análise dos aspectos cognitivos do trabalho, investigam-se os processos mentais ou mecanismos cognitivos que os sujeitos utilizam para gerir suas situações de trabalho e responder às exigências concernentes aos resultados. A preocupação está voltada para aspectos relacionados com a aquisição, a conservação e a gestão dos conhecimentos. Por isso que tal preocupação implica: na gênese das formas e dos conteúdos dos conhecimentos (que são utilizados), bem como na maneira pela qual tais conhecimentos se reportam aos objetos a serem conhecidos, transformados, utilizados, constituídos (Dolle, 1987), construídos. Trata- (1) NT: O sinal [...] ao longo do texto indica trechos suprimidos onde a autora faz referências a outros capítulos da publicação e que são dispensáveis para a compreensão deste artigo. A análise dos aspectos cognitivos do trabalho Annie Weill-Fassina 2 se, portanto, de descrever a maneira pela qual o sujeito trata as informações de que ele dispõe, o modo pelo qual ele as ordena, o que ele diz, o que ele faz, como ele elabora sua representação da situação e organiza sua ação para responder de modo adequado às exigências com as quais ele se depara. "A representação é considerada como um sistema funcional cujo papel é produzir um juízo do real para agir de modo eficaz sobre ele." (Vergnaud, 1985) "Ela retira da situação uma rede de informações que traduzem as propriedades do real que são pertinentes para ação. É uma estrutura informacional especializada que se forma no curso de tal e tal ação voltada para uma meta." (Ochanine, 1969) As principais características das representações são: o finalismo, a seletividade, o caráter lacunar e a concisão. A representação é funcional na medida em que ela assegura a planificação e a orientação eficaz da ação. A análise focaliza, ao mesmo tempo, os conteúdos do trabalho, as estruturas e a organização da atividade conforme os tipos de situação. Atualmente, ela privilegia três eixos de análise principais: 1 - A organização e o conteúdo de conhecimentos específicos de uma tarefa: a ênfase é posta na arquitetura dos conhecimentos na memória, sua categorização, seu arranjo em esquemas e cenários (Mazet et Dubois, 1987; Valot et alii, 1989) que no conjunto concernem à atualização das regras de ação e à base de dados (conforme número especial da revista Psychologie Française que trata sobre expertise); 2 - A organização hierárquica dos mecanismos de reflexão: o enfoque é centrado sobre os tipos de propriedades dos objetos preservados nas representações e sobre as modalidades de organização da ação (Vermesch, 1978 et 1979) em função da meta (conforme número especial da revista Psychologie Française que trata das representações). Retomaremos mais adiante este aspecto; 3 - O planejamento da ação: que se caracteriza pela elaboração e realização dos procedimentos e estratégias de regulação de sistemas complexos (Hoc, 1987), em particular, em um contexto de controle de ambiente dinâmico (em particular, o controle de processo). O desenvolvimento efetivo da atividade em situação de trabalho se apoia em um sistema de informações mais ou menos complexos (índices, sinais, documentos, linguagens naturais ou artificiais, grafismos) que para serem eficazes deverão ser pertinentes para a ação do sujeito, lisíveis, acessíveis e inteligíveis (Weill-Fassina, 1979). Sustenta-se, desta forma, que o estudo da compreensão, do tratamento e da utilização destas informações sob duas diferentes formas constitui um dos pontos chaves da análise dos aspectos cognitivos do trabalho. É exatamente aqui que residem a significação e o sentido que lhes são atribuídos pelos sujeitos face às metas perseguidas que, em conseqüência, regem, ao mesmo tempo, o modo dinâmico, a escolha das informações, o desenvolvimento da ação, o controle dos resultados. Estas análises se estendemtanto numa perspectiva semiológica que permite caracterizar os sistemas e os signos elaborados pelo trabalho (Prieto, 1975) quanto em uma perspectiva psicológica que examina suas utilizações pelos sujeitos (Weill-Fassina, 1979; Falzon, 1989; Pinsky & Theureau, 1987). 3 - Do ponto de vista metodológico, o lugar central da observação do comportamento e das verbalizações O problema que se coloca é que o funcionamento do sistema cognitivo, que nós acabamos de esquematizar de forma resumida, é inobservável. Apenas os comportamentos que resultam de tal funcionamento são observáveis: são eles que constituem "a parte visível do iceberg". Eles são constituídos de modos operatórios, ou seja, de seqüências de ação, de gestos, de sucessões de busca e de tratamento de informações, de comunicações verbais ou gráficas de identificação de incidentes ou de perturbações que caracterizam a tarefa efetiva realizada pelo sujeito. Refletindo para além da aparência, tais indicadores são abordados na análise como sintomas da atividade intelectual dos sujeitos, de suas modalidades de representações, de suas estratégias e competências que são postas em jogo em suas atividades. Trata-se, portanto, de realizar registros os mais precisos possíveis que permitem descrever o desenvolvimento temporal da atividade e acompanhar os encadeamentos, as alternativas eventuais, identificar os processos de tratamento bem como as variáveis capazes de modificá-los. Neste sentido, diversas técnicas de observação podem ser utilizadas (Leplat & Cuny, 1977): observação direta, gravador, câmera de vídeo (Vermesch, 1984), registro em tempo, com ajuda do computador, dos dados de observação sistemática (Kerguelen, 1986). Neste contexto, o princípio da observação do trabalho em situação real permanece indispensável, além de efetuar os registros das verbalizações, aplicar questionários, e realizar A análise dos aspectos cognitivos do trabalho Annie Weill-Fassina 3 entrevistas com os sujeitos e com níveis hierárquicos envolvidos na análise. Além da distância entre tarefa prescrita e tarefa esperada já assinalada, ocorre que os comportamentos (tal qual eles são descritos pelos dados que resultam dos questionários e das entrevistas) são freqüentemente bem distantes dos comportamentos reais. Os sujeitos nem sempre conseguem explicitar seus procedimentos de trabalho. Há muito tempo que Ombredane & Faverge (1955) mostraram que as explicações para construir um muro reto se diferenciavam do modo de construí-lo ou de demonstrá-lo. Não se trata de uma questão de competência ou de má vontade, mas de mecanismos psicológicos. Com efeito, as verbalizações exigem tomadas de consciência ou reorganizações mentais de tal forma que pode-se, por exemplo, saber muito bem consertar um aparelho e não conseguir descrever o procedimento de regulagem. Em atividades predominantemente manuais, grande parte dos controles são do tipo proprioceptivo e baseia-se em informações não verbalizáveis. Assim, não se pode descrever de que forma se faz girar um parafuso. Neste caso, fala-se em "golpe de mão" ou de "golpe de vista" cujos componentes cabe ao analista descobrir. Enfim, no trabalho as ações são em geral automatizadas e interiorizadas de tal modo que elas só voltam à consciência quando ocorrem obstáculos (o andar, o cálculo mental são exemplos conhecidos). Em contrapartida, as verbalizações serão indispensáveis para complementar tais observações com os seguintes objetivos: - obter explicações concernentes às atividades de predominância cognitiva nas quais a gestualidade é pobre como nos casos dos trabalhos de concepção ou de controle de processos industriais; - evidenciar as representações memorizadas nos casos em que a variabilidade das tarefas no interior das situações é tão grande que a observação só pode ser uma técnica pontual simbólica ou exemplar (tarefas de diagnóstico, condução de automóvel etc.); - obter explicações das condutas observadas visando evidenciar os aspectos implícitos da conduta (Vermesch, 1989). 4 - Uma interpretação das performances em termos de análises das competências operacionalizadas em situações de trabalho Por comparação com a tarefa prescrita ou esperada e as normas que elas podem estabelecer, tais observações fornecem informações sobre três características da tarefa efetiva: a performance final (rendimento, tempo, qualidade), a performance final distribuída segundo as submetas da tarefa, os procedimentos efetivamente executados e que com freqüência encontram-se em desajuste com os "modos operatórios" prescritos. Todavia, além desta descrição em termos da distância prescrito-real, suas interpretações baseadas na explicitação das operações conduzem a novas descrições das respostas em termos de atividades cognitivas dos sujeitos e, portanto, das competências operacionalizadas. Trata-se, então, de re-situar no curso da lógica temporal do desenvolvimento da ação, a lógica do sujeito e aquilo que dá coerência à conduta. Com efeito, um mesmo tipo de tarefa pode remeter a competências totalmente diferentes conforme sua atualização, as ajudas fornecidas e a organização na qual ela se insere. É o caso do trabalho com uma máquina de comando numérico. Um mesmo tipo de tarefa pode ser executado com uma eficácia análoga de maneiras muito diferentes com competências igualmente diferentes. Uma mesma tarefa pode mudar de natureza segundo os instrumentos utilizados para executá-la. Informatizar não é somente mudar um instrumento de trabalho, é mudar a natureza da atividade, pelo fato da modificação do sistema de informação, da gestão de um instrumento novo, da modificação das estratégias utilizadas. Por exemplo, no trabalho com a máquina de comando numérico a importância e a dificuldade de operações espaciais a serem realizadas são enormes em função da necessidade de um conjunto de coordenação e de antecipações necessárias para a programação (Lebahar, 1987). Da mesma forma nas tarefas de concepção, a introdução da C.A.O. modifica o processo de concepção (Lebahar, 1986). As condutas cognitivas podem ser interpretadas segundo dois aspectos principais: 1 - Seu conteúdo: quais são os esquemas necessários e que são utilizados na resolução de uma tarefa? 2 - Sua organização: o que o sujeito toma em conta? qual é a extensão do campo de informação e de hipóteses com as quais ele trabalha? o que ele prevê? qual é a abrangência de suas antecipações? como que o sujeito identifica as perturbações com as quais ele é confrontado? (ele percebe tais perturbações? de forma localizada? considera as conseqüências? (Vermesch, 1986)) 5 - Quais são os campos de aplicação destas análises? Inicialmente, está posta a possibilidade de caracterizar hierarquias de competências: uma exigida pelas tarefas e outra que é A análise dos aspectos cognitivos do trabalho Annie Weill-Fassina 4 operacionalizada em função das condições objetivas de realização do trabalho. Neste sentido, a análise dos aspectos cognitivos contribui para a compreensão das qualificações dos sujeitos considerando uma mesma tarefa. Todavia, em função do estado atual dos conhecimentos pouco se pode dizer sobre a comparação entre os tipos de tarefas e a possibilidade de se tirar daí formas de classificação. Não existe taxonomia geral que permita ponderar o conjunto das características das tarefas de naturezas muito diferentes. Em contrapartida, este tipo de análise permite definir alguns critérios gerais para caracterizar a complexidade das tarefas de um ponto de vista cognitivo que se aproximam da definição dacomplexidade dos sistemas conforme Lamotte na segunda parte deste caderno: ? A tarefa é mais complexa quanto maior for o número de elementos que devem ser tratados. Isto toma mais sentido quando nos encontramos em um sistema técnico onde existe uma massa considerável de informações de diferentes tipos que devem ser consideradas no posto de trabalho em respeito às normas. ? A complexidade da tarefa aumenta se existem numerosas interações e coordenações na gestão do processo. ? A complexidade da tarefa aumenta se ela requer uma capacidade de avaliação e antecipação quanto aos procedimentos e aos disfuncionamentos (a programação em uma máquina de comando numérico, por exemplo, seria mais complexa que um trabalho em máquina tradicional de usinagem, na medida em que, entre outros aspectos, é necessário antecipar o conjunto de ações de usinagem, sem a possibilidade de correção e de trabalho, enquanto que tradicionalmente a usinagem pode ser planejada passo a passo); em conseqüência a complexidade da tarefa aumenta quanto mais lento for o retorno das informações. ? A complexidade da tarefa aumenta quanto mais ela requer uma demarche mental com acentuada abstração. Isto tem em um duplo sentido: de um lado, trata-se de uma abstração relacionada ao simbolismo das informações (a apresentação das informações implica normalmente em um esforço suplementar de abstração: substituição de uma tela numérica por uma tela analógica, multiplicação dos códigos, supressão com o contato direto com a matéria), de outro, a abstração relacionada com a maior ou menor disponibilidade de informações no campo perceptivo (apoiar-se em dados perceptíveis para decidir sobre uma ação, ir do real ao possível é menos complexo do que elaborar hipóteses para buscar ou estabelecer informações pertinentes na direção do possível ao real). ? A complexidade de uma tarefa varia segundo a natureza e o número de perturbações consideradas e, portanto, em função do universo ser particularmente dinâmico e incerto. Abstrações, antecipações, tratamento de um número elevado de dados, perturbações possíveis e coordenações constituem, portanto, algumas das dimensões da complexidade da tarefa. Talvez, tenhamos aqui alguns elementos que podem servir para uma tipologia das tarefas. Todavia, é importante chamar atenção para o fato que a complexidade das tarefas para um determinado operador depende igualmente de sua competência que pode ser julgada segundo os mesmos critérios (Weill-Fassina, 1988; Leplat, 1988; Woods, 1988). Em um momento onde as novas tecnologias estão cada vez mais presentes nas situações de trabalho e onde predominam atividades de diagnóstico, de tomada de decisões, a resolução de problemas, os controles de processos etc. a análise dos aspectos cognitivos do trabalho do ponto de vista da ergonomia parece ser um procedimento prévio indispensável à concepção dos dispositivos e de ajudas para fornecer aos operadores meios para reflexão confiável e para decisão sobre quais ações executar. Por último, do ponto de vista do treinamento, a análise dos conhecimentos, dos modos de reflexão sobre os saberes e do savoir-faire joga um papel essencial no momento em que os problemas da formação contínua e das requalificações se colocam de forma aguda (Pailhous & Vergnaud, 1989). Referências Bibliográficas DEJOURS, C. - Org (1988). Plaisir et souffrance dans le travail. Editions de l'AOP, Orsay. DOLLE, J.M. (1987). Au-delà de Freud et Piaget. Jalons pour de nouvelles perspectives en psychologie. Privat, Sciences de l'homme. FALZON, P. (1989). Les processus cognitifs dans les dialoques fonctionnels. In Contributions écrites. Premières journées de Psychologie du Travail, Ergonomie et Psychopatologie du Travail - PIRTEM\CNRS, pp. 23-31. HOC, J.M. (1987). Psychologie cognitive de la planification. PUF, Paris. KERGUELEN, A. (1986). L'observation systématique en ergonomie. Élaboration d'un logiciel d'aide au recueil et à l'analyse des données. 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