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Resumo IED IV 1

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Resumo IED – Unidade IV 1.Validade, vigência, eficácia
- Atributos da lei:
Validade: Para ser válida a lei precisa ter uma coerência hierárquica com o ordenamento jurídico vigente (tudo o que forma o direito). Não pode contrariar a constituição
- O ordenamento jurídico possui uma hierarquia, tendo como norma maior a constituição federal, tendo que estar de acordo com a mesma. Depois da constituição que é a norma fundamental vem à lei complementar. Depois vêm os decretos.
Porém, essa coerência se dá em âmbito vertical, as normas possuem uma hierarquia, e a que está no topo é a norma fundamental (constituição federal), todo o resto do ordenamento jurídico tem que estar de acordo com a constituição federal. 
(Folha) Hans Kelsen falou do conceito de validade normativa relacionando-a com os princípios estático-material e dinâmico-processual. Diz que pra analisar a validade da norma, precisa-se analisar tanto estaticamente (a norma propriamente escrita) quanto dinamicamente (atuando efetivamente), pois o ordenamento jurídico é dinâmico e muda constantemente. O dinâmico significa que a constituição pode permanecer a mesma, mas a interpretação pode mudar. 
Exemplo de dinamismo na constituição: Há pouco tempo atrás dois homens querendo o reconhecimento de uma união homoafetiva, viveram juntos a vida inteira e construíram patrimônio juntos, mas decidiram se separar, e diferentes de um casal hetero que procura a separação de bens na vara de família entram com um processo de dissolução de sociedade na vara civil. A constituição não mudou o conceito de família, mas o stf hoje reconhece como família a união de 2 homens. 
A validade da norma pode ser estudada sob dois enfoques: primeiramente, analisando a norma com relação a forma de ingresso no ordenamento jurídico e em relação a sua relação com a moral, mantendo o direito sempre associado a este. 
Resumindo: VALIDADE É A RELAÇÃO ENTRE A NORMA E O INGRESSO DELA NO ORDENAMENTO JURÍDICO, OU SEJA, SÓ SERÁ VÁLIDA QUANDO NÃO CONTRADIZER A NORMA SUPERIOR E TENHA INGRESSADO NO ORDENAMENTO JURÍDICO.
Vigência: É o atributo que expressa o tempo de validade da norma, tem relação com sua “existência específica”. Desde quando ela entra em vigor, até que outra a revogue, ou em alguns casos, que possa já ser prescrito na norma seu prazo pelo ordenamento jurídico.
Vigência determinada é que possui prazo e a indeterminada é vitalícia até que outra a revogue.
Vacatio legis: É o período de vacância entre a publicação da lei e a vigência. 
Não se pode exigir o cumprimento de uma norma no período de vacatio legis, a norma já possui validade porque cumpre os critérios estabelecidos, mas não pode ser obrigatória.
A necessidade de Vacatio legis decorre do princípio da obrigatoriedade, que dá um prazo para que todos conheçam a lei e sejam sujeitos a ela.
Eficácia: Esse atributo está relacionado com a produção de efeitos da norma na sociedade.
Subdivide-se em eficácia técnico-jurídica e eficácia social. A social é a conduta humana de acordo com a norma, e a jurídica é a capacidade de atingir os objetivos ditos pela norma, ou seja, realizar os ditames jurídicos da norma.
Resumo IED – Unidade IV
2.Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro e Lei Complementar nº 95/98
- A Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro (LINDB), antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), trata-se de um conjunto de normas e regras aplicáveis a todos os ramos do Direito e todas as Leis do brasil.
Trata de regular a vigência e a eficácia das normas jurídicas, apresentando soluções para os conflitos de normas no tempo e no espaço, fornece critérios de hermenêutica (interpretação), estabelece mecanismos de integração das normas, garante a eficácia da norma jurídica e estabelece a segurança do ordenamento jurídico.
- Já a Lei Complementar de 95/98 dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art.59 da Constituição Federal.
Resumo IED – Unidade IV
3.Obrigatoriedade e continuidade das leis.
- Princípio da obrigatoriedade: 
Artigo3 da LINDB diz que ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. 
O princípio da obrigatoriedade torna a lei obrigatória para o seu cumprimento. É necessária a obediência da lei por todos, gerando a paz social e a segurança jurídica.
- Princípio da continuidade: 
Diz que uma lei permanece contínua e permanente até que outra a revogue, exceto em casos de vigência temporária(leis que quando entram em vigor já entram com data para perder a validade).
Resumo: Quando uma lei não se destina a uma vigência temporária, ela tem vigência indeterminada, até que uma lei posterior venha a modificá-la ou revogá-la.
Disposto no artg2 da LINDB – “Não se destinado á vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou a revogue (...)”
IMPORTANTE
Algumas leis são publicadas várias vezes antes de entrar em vigor, suponhamos que aprovaram determinada lei e no meio do caminho da aprovação dessa lei, decidiram por pressão popular que aquela lei não deveria entrar em vigor. O que acontece se decidem revogar a lei no período de vacatio legis ?
Essa lei que revoga deverá passar por todo o processo de publicação novamente, porque a lei antiga ainda não tinha entrado em vigor, e assim a lei antiga perde o valor.
Mas se a lei antiga já estiver em vigor e outra venha revogá-la, ela terá validade até durante o período de Vacatio Legis da segunda.
Artg1 ss3e4
Ss3Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
Ss4 As correções a texto de lei já em vigor consideram-se a lei nova.
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4.Cessação da eficácia das leis – Revogação e Repristinação
- Revogação: É o contrário da continuidade das leis, a lei vai contínua e vem uma nova lei a revoga, faz ela não mais valer, ou seja, é o surgimento de uma nova lei que vai invalidar a lei anterior.
A revogação pode ser dar como:
- Ab-rogação: Quando uma lei posterior revoga totalmente uma lei anterior, está acontecendo com o Processo Civil atualmente.
- Derrogação: É a revogação parcial da lei, mas mantêm em vigor alguns preceitos da lei antiga. O que ocorreu com o Código Penal de 45, revogado parcialmente pelo o Código Penal de 84.
- Revogação Expressa: Quando a lei nova vem descrevendo qual item a ser revogado. Traz segurança jurídica.
- Revogação Tácita – Quando a lei nova revoga a lei anterior sem aviso, porque o conteúdo dela não é compatível com o conteúdo da lei anterior. PROIBIDA NO BRASIL
Fenômeno da Repristinação – Quando uma lei revoga a lei revogadora, e a lei antiga, primeira lei, se revitaliza. No Brasil, esse fenômeno só existe se for expresso.
Artg2 ss3 da LINDB
“Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”
Resumo IED – Unidade IV
5.Direito Intertemporal 02/06
*Artigo é um pedaço da lei, lei é um conjunto de artigos, para citar um artigo tem que citar de qual lei. Artigo é do 1º ao 9º e de 10 em diante
- Conflito de lei no tempo: Quando precisa identificar no momento temporal qual lei que tem aplicação, ele surge da duvida de uso de uma lei que foi modificada por outra e não se sabe qual usar.
- Irretroatividade da Lei: A lei nova não vai retroagir para abranger casos antigos, então a partir do momento em que ela vigorar, os casos que ficaram no passado não poderão utilizá-la.
Porém em alguns casos á exceção, quando o direito é penal, por exemplo, e a lei é mais benéfica para réu, a lei vai retroagir. Como a pena por adultério, que há pouco tempo atrás era crime e hoje não é mais. Não é justo ter pessoas presas por algo que não é mais crime.
Sempre que a lei penal servir para beneficiar o réu, ela retroage e vai ser aplicada em todos os fatos.
Quando fica difícil de aplicar a irretroatividade das leis em alguns casos, a lei cria as chamadas disposiçõestransitórias, ela determina no seu próprio texto a criação de uma regra para determinada situação e essa regra só vale enquanto tiver aplicação naqueles casos. 
A regra é não retroagir, mas o legislador deverá ficar atento á determinadas situações em que é difícil aplicar a regra na íntegra e precisa-se explicar especificadamente o caso. E no caso da lei penal, ela sempre retroagirá se for benéfica para o réu. 
A lei penal benéfica retroage, a lei processual mais benéfica não retroage. 
Direito Intertemporal: Composto pelos ditames que regem os conflitos de leis no tempo são eles: Teoria dos direitos adquiridos, teoria da irretroatividade das leis, teoria da retroatividade das leis.
Regra do Direito Intertemporal = Irretroatividade das leis (a lei não retroage), porém com as exceções da retroatividade, ao caso penal que retroage a favor do réu, e quando for dito na lei, por questões políticas que ela retroagirá.
Disposições transitórias - também pode retroagir nesse caso, devido o conflito com a lei nova e a lei antiga, e pra resolver esses problemas, a lei nova vem com regras, podendo ser retroação em determinados casos.
Resumo IED – Unidade IV
6.Irretroatividade
A lei não retroage os seus efeitos, a lei só deve se dispor ao futuro. Ainda que a lei fale em retroatividade, ela jamais deverá atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Ele se ampara na necessidade da segurança jurídica, ou seja, que seus direitos e deveres vão se fazer valer, retroagindo somente nas exceções.
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7.Segurança Jurídica no ato Jurídico Perfeito, direito adquirido e coisa julgada.
-Ato jurídico perfeito: Ato jurídico perfeito seria aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
- Coisa Julgada: É sempre que se pega um pedido (demanda) e o leva até o poder judiciário, o juiz julga, e ainda com o julgamento do juiz pode-se ter recurso e chega ao fim, ou seja, o esgotamento de recurso, chamando assim de coisa julgada. Diferente do ato jurídico tem a ver diretamente com o judiciário.
- Direito Adquirido: Só acontece quando em vigor de determinada lei, você atinge todos os requisitos suficientes para fazer jus a aquele direito. Ainda que não recorra ao direito, se você tiver todos os requisitos, você já o possui e poderá recorrer a ele. EXEMPLO: Uma pessoa foi mandada embora, e ela já teria cumprido os requisitos para receber o auxílio desemprego, porém, até ela conseguir, foi vigorada uma nova lei que exigia mais tempo de serviço para que ela pudesse tirar o auxílio. Mas ela por ter cumprido os requisitos, já tinha o direito adquirido de ter o auxílio. 
Direito adquirido não se confunde com mera expectativa de direito.
Resumo IED – Unidade IV
8. Da eficácia da lei no espaço
- Princípio da territorialidade: As regras nacionais que vão viger.
Tendo exceções de conflitos de leis no espaço, pela concorrência de mais de uma lei nacional decorrente da mobilidade do homem.
Soberania diz que se deve aplicar a lei do país, mas se esse pensamento for levado ao pé da letra, ocorre um rompimento de relações com outros países, e para que isso não ocorra, utilizam-se de acordos, os tratados internacionais.
Direito Internacional Privado: É o ramo do direito que vai diminuir esses conflitos, através de tratados internacionais.
Resumo IED – Unidade IV
9.Extraterritorialidade da lei e seus limites
Extraterritorialidade: Quando se está no próprio território e se busca leis de outros territórios.
- Se em demasia, pode ferir a soberania nacional, por isso, atualmente é usada a extraterritorialidade moderada.
- Se utilizada de menos, pode acabar rompendo relações com outros países.
Princípios que buscam diminuir conflitos:
Princípio da personalidade ou extraterritorialidade: Casos em que buscam as leis de outros países de acordo com a particularidade de cada indivíduo que tenha relação com esse país. Ao invés de levar em conta o território para a aplicação da lei, leva-se em conta a pessoa (personalidade). Só ocorre quando a lei determina.
Princípio da territorialidade: A lei não vale fora do território.
Extraterritorialidade é uma ficção jurídica: Essa afirmativa foi criada, pois se usa como argumento para poder exercer a extraterritorialidade, ou seja, uma ficção.
Doutrinas extremistas:
1) Territorialidade absoluta – Diz que a lei do país é a única que importa. Rompe as relações com outros países.
2) Extraterritorialidade ilimitada – Nunca usa a lei do país. Fere a soberania nacional.
2.1) Nacional – De onde o indivíduo nasceu.
2.2) Domiciliar – De onde o indivíduo tem domicílio.
- Solução para intermediar a territorialidade absoluta e extraterritorialidade ilimitada:
Teoria dos estatutos – Criada para haver harmonia entre as duas doutrinas extremistas. Direito real – Relações que se possui com uma matéria, “coisa”. Usa-se a territorialidade absoluta. Direito pessoal – São aqueles que dizem respeito a o indivíduo ou com outra pessoa. Usa-se a Extraterritorialidade ilimitada. Essa teoria se mostrou insuficiente.
No direito real falta bilateralidade atributiva? Não, eu exerço o direito sobre a casa, porém, ela não exerce direito sobre mim. Contudo; eu exerço direito sobre a casa e posso opor esse direito contra todos, e todas devem respeitar o meu direito.
Surge o direito internacional privado no Brasil: Pois a teoria dos estatutos não conseguiu regular sozinha. Adota a doutrina da territorialidade moderada, que significa que cada caso será regido pela lei pessoal, que ainda não é definida em nacional ou de domicílio.
Resumo IED – Unidade IV
10.Princípios do Domicílio e da Nacionalidade
Direitos que norteiam o Direito Internacional privado no Brasil:
O princípio da Nacionalidade – Aonde quer que o cidadão se encontre, vai ser aplicada a lei nacional em proteção a ele.
O princípio do Domicílio – A lei a ser aplicada será de onde a pessoa mora e pretende ficar. Ex: Bens móveis e família, bens penhorados
O princípio da Territorialidade – A lei a ser aplicada vai ser de onde estão os bens ou onde são celebrados os negócios. Ex: imóveis e etc
Em penal o da Territorialidade é predominante.

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