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01- LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO- OK

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02/03/2021 lddkls211_dir_civ_par_ger
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=509395 1/14
NÃO PODE FALTAR
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
(LINDB) 
Olga Maria Carvalho da Silva
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CONVITE AO ESTUDO 
esta unidade, conheceremos e interpretaremos a estrutura, os princípios e
o conceito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e
aprenderemos sobre os fundamentos da Pessoa Natural. 
Fonte: Shutterstock.
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Áudio disponível no material digital.
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Assim, entenderemos sobre as fontes do Direito Civil, analisaremos a elaboração, a
vigência e a aplicação das normas jurídicas e compreenderemos como acontece a
vigência, o início e a revogação delas, como também a obrigatoriedade das leis.
Estudaremos sobre a integração das normas, aprendendo sobre analogia,
costumes, princípios e equidade no Direito Civil, assim como sobre a aplicação e
interpretação das normas jurídicas, assimilando o con�ito das leis no tempo e
e�cácia destas no espaço.
Posteriormente, teremos as primeiras noções do Direito Civil, aprendendo sobre
seu conceito e sua história. Veri�caremos a estrutura, o conteúdo e os princípios
do nosso Código Civil, assim como a e�cácia dos direitos fundamentais; também,
conheceremos os Direitos da Personalidade e entenderemos sobre personalidade
jurídica, capacidade jurídica e legitimação. 
Por �m, aprenderemos sobre a Pessoa Natural, dos fundamentos à incapacidade e
aprofundaremos nosso estudo nos direitos da personalidade, conhecendo os
conceitos, os fundamentos, as características e as formas de proteção. 
Assim, ao �nal desse estudo, você poderá aplicar a LINDB e os modos de
individualização do direito da personalidade da Pessoa Natural, compreendendo
os re�exos à incapacidade absoluta e relativa.
PRATICAR PARA APRENDER 
Olá, aluno! Estudaremos nesta seção a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB) – Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (BRASIL, 1942).
Você já ouviu falar dela? Ela será muito importante em sua atuação pro�ssional.
Esta lei é sobre normas, aplicável a todos os ramos do Direito. Dessa forma, será
essencial, não só para seu conhecimento de Direito Civil mas também para o
entendimento da aplicação das leis em geral do nosso ordenamento.
Realmente, ela fará a diferença em seu estudo. O assunto poderá ser aplicado pelo
pro�ssional de Direito que seguir a carreira pública, como magistratura, Ministério
Público, advocacia pública e analista, como também para aquele que decidir seguir
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a carreira privada, como advogados. Entenderemos o início, a vigência e a
revogação da norma e aprenderemos sobre a integração e interpretação de
normativas, assim como o con�ito de normas no tempo e no espaço.
Antônio e Bárbara mantinham união estável desde 2000. Na constância da união
afetiva, Bárbara �cou grávida. O casal escolheu o prenome de Caio para a futura
identi�cação da criança. Salienta-se que Antônio já possuía outros dois �lhos –
Francisco e João –, que moram nos Estados Unidos, frutos de um casamento
anterior com Patrícia, dissolvido judicialmente em 1995.  
Em 2018, Antônio e Bárbara estavam com di�culdades �nanceiras, de modo que
resolveram abrir um negócio próprio, qual seja, uma loja de roupas femininas. 
Em meio à gestação de Bárbara, Antônio sofreu um mal súbito, falecendo
tragicamente, sem nem antes ter deixado testamento. Ocorre que, durante o
velório do de cujus, uma grande discussão foi travada entre Bárbara e Patrícia,
sendo que esta, em frente a todas as pessoas presentes, gritou que Caio era um
�lho bastardo, que desejava que ele nascesse morto e indesejado por Antônio e,
por estar nessa condição de inferioridade, não mereceria ter em seu registro civil o
sobrenome do pai, muito menos participar da herança deixada por ele.
Bárbara, que já estava fragilizada com a morte do companheiro, �cou em prantos,
com muita vergonha das palavras proferidas e com medo das ameaças feitas por
Patrícia.
Devido a toda essa situação hipotética, é certo que o caso gerou várias demandas
judiciais, as quais analisaremos e resolveremos nas próximas seções dessa
unidade.
Tenha em mente que a atividade judicial é complexa. Ao juiz não cabe apenas
aplicar a lei pronta e acabada ao caso concreto, visando à paci�cação social. Com
base no que estudaremos nesta seção e no cenário hipotético apresentado pela
questão, imagine que você é um Juiz de Direito que acabou de ingressar no
concurso da magistratura. Esta será sua primeira sentença e, para tanto, deverá
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lembrar-se de quais são as fontes existentes no Direito que você pode se valer.
Ainda, aborde o que a LINDB (BRASIL, 1942) determina que deverá ser observado
ao aplicar e interpretar a lei. Será uma jornada incrível e de muito aprendizado!
CONCEITO-CHAVE 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) – Decreto-Lei nº
4.657/42 –, antigamente denominada Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), é um
diploma legal multidisciplinar que se aplica a todos os ramos do Direito. É,
portanto, um “código geral”, que tem como objetivo disciplinar a elaboração, a
vigência e a aplicação de leis em todo o ordenamento jurídico brasileiro.
Assim, podemos concluir que, em todos os ramos do Direito, as normas devem ser
elaboradas e aplicadas conforme as disposições da LINDB. Por isso, podemos
a�rmar que se trata de uma norma de sobredireito (lex legum), ou seja, é uma
“norma sobre normas”, que prevê como deverão ser aplicadas as outras normas,
não se restringindo apenas ao Código Civil.
Estudando os aspectos gerais da aplicação do Direito, é importante entender quais
são suas fontes, ou seja, como e onde os direitos são criados, bem como quais são
suas formas de expressão.
É importante ressaltar que, como “norma de sobredireito”, parte das fontes do
Direito estão previstas na LINDB (BRASIL, 1942), no entanto, não exaustivamente.
Podemos classi�car essas fontes em formais e não formais (ou informais). As
fontes formais podem ser primárias ou secundárias, conforme estudaremos a
seguir. 
As fontes formais primárias são as que têm força su�ciente para gerar a regra
jurídica. Resumidamente, são as leis que possuem as seguintes características:
imperatividade, uma vez que são uma ordem, um comando; generalidade, já que
obrigam todas as pessoas; autorizamento, pois autorizam ou não determinada
conduta das pessoas.
Vejamos, a seguir, como o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves de�ne “lei”:
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Já as fontes formais secundárias são aplicadas quando há falta de lei para
solucionar o caso concreto, isto é, quando ela for omissa (chamado de lacuna
normativa). Sua importância é muito grande, pois nosso ordenamento jurídico (por
meio do art. 4º da LINDB e do art. 126 do Código Civil) proíbe que o juiz deixe de
decidir o caso concreto, sob o argumento de que não existe uma lei aplicável, ou
seja, proibição do não julgamento (non liquet) ou princípio da inafastabilidade de
jurisdição. Isso porque, apesar de a lei ter lacunas, o ordenamento jurídico é
completo, de modo que o juiz poderá preencher essas lacunas com as fontes
secundárias do Direito.
As fontes secundárias do Direito estão previstas no art. 4º da LINDB (BRASIL, 1942),
sendo: a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito. Estudaremos seus
conceitos em um momento oportuno.
Já as fontes não formais (ou informais) não geram por si só a regra jurídica, mas
acabam contribuindo para a elaboração e aplicação do Direito.Elas são
constituídas pela doutrina, pela jurisprudência e pela equidade.
A jurisprudência é a interpretação e aplicação do Direito (e suas leis) feita por
quem tem o poder jurisdicional, decidindo o caso concreto, ou seja, pelos tribunais
superiores (tais como, Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, ou
Tribunais dos Estados, que compõem a segunda instância).
A doutrina é a interpretação do Direito feita pelos juristas, estudiosos do Direito
(que não possuem o poder jurisdicional).
A palavra ‘lei’ é empregada, algumas vezes, em sentido amplo, como sinônimo de norma jurídica, compreensiva de toda regra
geral de conduta, abrangendo normas escritas ou costumeiras, ou ainda como toda norma escrita, abrangendo todos os atos
de autoridade, como as leis propriamente ditas, os decretos, os regulamentos etc. Todavia, em sentido estrito indica tão
somente a norma jurídica elaborada pelo Poder Legislativo, por meio de processo adequado. A rigor, portanto, a fonte jurídica
formal é o processo legislativo, que compreende a elaboração de leis, ou melhor, de todas as categorias normativas referidas
no art. 59 da nova Carta. Como o direito regula sua própria criação ou elaboração, o processo legislativo está previsto na
Constituição Federal.  
— GONÇALVES, 2018, p. 29
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Por �m, quando resolvido o caso por equidade, o juiz deve pautar-se no senso
comum do que seria justo para o caso concreto, de acordo com o seu bom-senso,
equilíbrio, sempre em busca da justiça no caso particular, mediante a adaptação
razoável da lei ao caso concreto.
Passaremos, agora, ao estudo dos arts. 1º e 2º da LINDB (BRASIL, 1942), que
regulamentam a vigência da lei. A criação da lei acontece em três fases:
elaboração, promulgação e publicação.
Primeiramente, a lei deverá ser elaborada, discutida e votada (se for o caso) pelo
poder competente (em regra, o Poder Legislativo; excepcionalmente, o Poder
Executivo). Após, ela será promulgada, a partir de quando ela passará a ter
existência e ser considerada formalmente um ato jurídico (no entanto, ainda sem
coercibilidade). Assim, podemos dizer que a lei somente passa a existir quando
for promulgada.
Depois de ser promulgada, a lei deverá ser publicada nos canais o�ciais de
comunicação do governo (por exemplo, o Diário O�cial da União). No entanto, ela
ainda não estará vigente, ou seja, ainda não terá força obrigatória para todos.
Para ter vigência, é necessário que transcorra um espaço de tempo contado entre
a data da publicação e o início da vigência, chamado de vacatio legis. Somente
assim passamos a presumir que as pessoas possuem conhecimento da lei, com
aplicação obrigatória para todos (coercibilidade).
Portanto, a vacatio legis consiste no lapso temporal necessário para que as
pessoas tenham conhecimento da existência da nova lei. Este período começa com
a publicação o�cial da lei e termina com a entrada em vigor dela.
Assim, após o período de vacatio legis, a lei passa a vigorar em todo o país,
produzindo todos seus efeitos, sendo, inclusive, coercível (ou seja, seu
cumprimento é obrigatório).
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O prazo da vacatio legis está previsto no art. 1º da LINDB (BRASIL, 1942), o qual,
como regra geral, será de 45 dias após a publicação da lei. No entanto,
excepcionalmente, o prazo será de:
Três meses, para que a lei brasileira produza seus efeitos em países
estrangeiros.
Na data de sua publicação, quando a lei for de pequena repercussão.
A própria lei poderá prever em seu texto, expressamente, determinado prazo
especí�co, considerando sua complexidade.
Salienta-se que, quando não há prazo expresso na nova lei, será aplicada a regra
geral (45 dias para produzir efeitos dentro do Brasil).
EXEMPLIFICANDO 
O Novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015,
estipulou o prazo de vacatio legis de um ano: “Art. 1.045. Este Código entra
em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação o�cial”
(BRASIL, 2015, [s.p.]). Assim, ele foi publicado em 17 de março de 2015, mas
passou a ter vigência somente em 18 de março de 2016.
Durante o período de vacatio legis, poderá haver nova publicação da lei, seja para
modi�car ou fazer eventuais correções. Nestes casos, o prazo recomeçará a ser
contado somente para a parte que foi corrigida/alterada, não para as demais
partes (que continuam contando o prazo normalmente).
Se a lei já entrou em vigor e forem feitas correções de seu texto, a parte alterada
será considerada lei nova, tornando-se obrigatória somente após novo o decurso
da vacatio legis (LINDB, art. 1º, § 4º) (BRASIL, 1942).
O �m da vigência da lei ocorre com sua revogação. Assim, uma vez cumprida a
vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até que venha outra e,
expressa ou tacitamente, a revogue.
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É importante ressaltar que a revogação de uma lei somente se dará por meio de
outra lei. A revogação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a nova
lei expressamente prevê em texto que revoga tal lei anterior; será tácita quando a
lei nova dispõe de modo completamente diferente da mesma matéria que previa a
lei anterior, ora revogada.
Ainda, a revogação da norma pode ser parcial (atingindo apenas parte da norma),
o que chamamos de derrogação, ou total, chamada de ab-rogação, quando todo
o texto da lei é revogado.
É importante salientar que o § 2º do art. 2º da LINDB (BRASIL, 1942) estabelece que
uma lei nova, que trate da mesma matéria de lei anterior e traga disposições que
estejam ao lado da outra lei, não revoga a lei anterior, mas, sim, será utilizada
junto àquela.
ASSIMILE 
O princípio da continuidade determina que uma lei terá vigor até que outra
a modi�que ou revogue, exceto em casos de leis temporárias.
Outro fenômeno legislativo é a repristinação, que ocorre quando a lei revogada se
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Em regra, não existe no
ordenamento jurídico brasileiro. Assim, por exemplo, a “Lei A” foi revogada pela
“Lei B”, posteriormente, editou-se a “Lei C”, que revogou a “Lei B”, contudo o fato de
a “Lei B” (revogadora) ter sido revogada não restaura os efeitos da “Lei A”
(revogada), salvo se houver expressa previsão legal.
A lei é dotada de obrigatoriedade, ou seja, é de aplicação obrigatória para todos
(força coercitiva da lei). Assim, não se pode alegar o desconhecimento do seu
conteúdo para deixar de cumpri-la. Há uma verdadeira presunção de que todos
conhecem a lei, dessa forma, de acordo com o art. 3º da LINDB, “Ninguém se
escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece” (BRASIL, 1942, [s.p.]). Trata-
se do princípio da obrigatoriedade da norma.
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Pode haver, porém, exceção a essa regra, que ocorre nos casos em que a lei
admite a alegação de “erro de direito”. No Direito Civil, por exemplo, erro de direito
é considerado como vício de vontade no negócio jurídico, podendo invalidá-lo
(inciso III do art. 139 do Código Civil).
REFLITA 
Dizer que todos conhecem a lei, de fato, é uma abstração. Di�cilmente, uma
única pessoa conhece todas as leis do nosso país, porém como seria nossa
sociedade se todos pudessem alegar não conhecer a norma, para
descumpri-la?
Dando seguimento ao nosso estudo, entenderemos agora a integração das
normas jurídicas. Quando a lei não abarca alguma situação efetivamente ocorrida
na realidade, ou seja, quando ela é omissa, o juiz deve se valer de outras fontes
do direito para a solução do caso concreto, realizando a integração das normas
jurídicas (ou o que tecnicamente chamamosde colmatação de lacunas).
De acordo com o princípio da inafastabilidade da jurisdição mesmo que haja
lacunas na lei, o juiz não poderá deixar de julgar e decidir o caso, devendo utilizar-
se da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de Direito (art. 4º da LINDB
(BRASIL, 1942) e art. 126 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015)).
A analogia é um processo de raciocínio lógico, pela qual o juiz estende uma norma
(ou um conjunto delas) a um caso concreto não diretamente compreendido na
descrição legal, partindo da comparação entre dois casos. Assim, é a aplicação de
uma lei que foi feita para um caso, mas é aplicada a outro caso semelhante. É o
preenchimento da lacuna por meio da comparação. O seu fundamento encontra-
se na igualdade jurídica.
EXEMPLIFICANDO  
As regras para adoção por casal heterossexual poderão ser aplicadas, por
analogia, para adoção por casais homoafetivos.
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Já os costumes são as práticas e os usos reiterados de uma sociedade ou grupo de
pessoas. Para converter-se em fonte do Direito, é essencial que preencha os
seguintes requisitos: o costume seja geral, ou seja, largamente disseminado no
meio social; o costume tenha certo lapso de tempo de aplicabilidade, pois deve
constituir-se em hábito bem estabelecido; deve ainda ser constante, repetitivo na
parcela da sociedade que o utiliza, bem como possuir conteúdo lícito e
relevância jurídica.
Já os Princípios Gerais do Direito são ideais fundamentais que formam a base do
Direito. Como bem explica o doutrinador Flávio Tartuce: “Analisando os seus �ns,
os princípios gerais são regramentos básicos aplicáveis a um determinado instituto
ou ramo jurídico, visando a auxiliar o aplicador do direito na busca da justiça e da
paci�cação social” (TARTUCE, 2019, p. 62). Não lesar os outros é um exemplo de
Princípio Geral do Direito.
A aplicação e a interpretação das normas jurídicas também são disciplinadas pela
LINDB. O art. 5º da referida lei determina o modo como a lei deve ser interpretada.
Interpretar é buscar o sentido e o alcance de uma norma. Conforme traz o artigo
citado, “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos �ns sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum” (BRASIL, 1942, [s.p.]). O texto determina que em toda
interpretação deve ser respeitada a �nalidade social da lei.
A hermenêutica é o estudo da interpretação da norma. A norma pode ser
interpretada por diversos meios: gramatical (ou literal), racional (ou lógica),
sistemática, histórica e sociológica. A interpretação gramatical é a análise
linguística do texto da lei; a racional é aquela que se faz utilizando mecanismos da
lógica, método dedutivo ou indutivo; a sistemática relaciona a norma com o
ordenamento jurídico; a histórica é aquela que leva em consideração os fatores
sociais, econômicos e políticos que motivaram o legislador a criar tal lei; e a
sociológica busca interpretar de acordo com as exigências sociais.
Quanto ao con�ito da lei no tempo, podemos dizer que ela se destina aos fatos
pendentes e futuros, mas não aos passados.
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A regra em nosso ordenamento jurídico é a irretroatividade das leis, ou seja, as
leis novas não alcançam os fatos passados. Só há retroatividade da lei em duas
situações, quais sejam: quando a lei expressamente preveja ou quando não
prejudique o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido.
O art. 6º da LINDB preceitua que “a Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada” (BRASIL,
1942, [s.p.]). Tal regra também está expressa na Constituição Federal, no art. 5º,
inciso XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada” (BRASIL, 1988, [s.p.]).
O ato jurídico perfeito é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou.
O direito adquirido é aquele direito que já se incorporou ao patrimônio jurídico
do particular. Conforme o § 2º do art. 6º da LINDB, “consideram-se adquiridos
assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
cujo começo do exercício tenha termo pré-�xo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem” (BRASIL, 1942, [s.p.]).
A coisa julgada é a decisão judicial de que já não caiba recurso.
A ultratividade é o fenômeno por meio do qual uma lei, já revogada, produz
efeitos mesmo após a sua revogação. Como exemplo, no Direito Civil, podemos
citar, no direito de sucessão, o princípio da saisine. A pessoa que morreu à época
do CC/16, mas tendo a abertura da sucessão se dado após a vigência do CC/02,
terá a sucessão regulada pelas novas regras da lei civil. De acordo com a Súmula
112 do Supremo Tribunal Federal (STF), “o imposto de transmissão ‘causa mortis’ é
devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão” (BRASIL, 1963,
[s.p.]).
Para estudarmos a e�cácia da lei no espaço, precisamos saber que o Brasil adota o
princípio da territorialidade moderada, uma vez que a LINDB (BRASIL, 1942)
admite regras de territorialidade (arts. 8º e 9º) e de extraterritorialidade (arts. 7º,
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10, 12 e 17).
A lei brasileira, em regra, tem aplicação dentro do território nacional, trata-se do
princípio da territorialidade. Contudo, em situações excepcionais expressamente
previstas em lei, admite-se a aplicação de lei estrangeira dentro do território
nacional (princípio da extraterritorialidade). Veja o art. 7º da LINDB: “Art. 7º A lei
do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o �m
da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família” (BRASIL, 1942,
[s.p.]). 
Tal artigo consagra o estatuto pessoal, ou seja, que é a lei do domicílio da pessoa
que rege todos os aspectos ligados ao começo e �m da personalidade jurídica, as
regras sobre o nome, a capacidade civil e os direitos de família – mesmo que o fato
tenha ocorrido em território estrangeiro.
No entanto, aplica-se uma lei estrangeira a fatos ocorridos dentro do território
brasileiro nos seguintes casos: quando o con�ito for sobre bens imóveis situados
em outro país; se a lei sucessória do outro país for mais bené�ca ao cônjuge ou
aos �lhos; se a obrigação for em outro país.
A Lei nº 13.655/2018 incluiu à LINDB os arts. 20 até 30, prevendo regras sobre
segurança jurídica e e�ciência na criação e na aplicação do direito público, porém
estes artigos serão estudados em mais detalhes em outras disciplinas.
Por �m, podemos concluir que, como futuros pro�ssionais do Direito, é essencial o
estudo da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) – Decreto-Lei
nº 4.657/42 –, pois trata-se norma de “sobredireito” e multidisciplinar, que deverá
ser aplicada em todos os ramos do Direito. Nela poderemos encontrar as fontes do
Direito, as regras de aplicação da lei no tempo e no espaço, bem como as diretrizes
para interpretação e integração da lei.
FAÇA A VALER A PENA 
Questão 1
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Considerando o art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
analise as seguintes a�rmativas:
I. Quando a lei for omissa, o juiz poderá decidir o caso de acordo com a analogia.
II. Quando a lei for omissa, o juiz poderá decidir o caso de acordo com os
princípios gerais do Direito.
III. Quando a lei for omissa, o juiz poderá decidir o caso de acordo com os
costumes da sociedade, mesmo que ilícitos.
É correto o que se a�rma em:
Pois bem, pela literalidade do art. 4º da Lei de Introdução, quando a lei for omissa serão aplicadas as demais formas de
expressãodireta do direito, as denominadas formas de integração da norma jurídica, que são ferramentas para correção do
sistema, utilizadas quando não houver norma prevista para o caso concreto. 
— TARTUCE, 2019, p. 70“
a.  I, apenas.
b.  II, apenas. 
c.  III, apenas.
d.  I e II, apenas. 
e.  II e III, apenas. 
Questão 2
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) é um conjunto de
normas que disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de
aplicação e entendimento no tempo e no espaço. Ela ultrapassa o âmbito do
Direito Civil, pois, enquanto o objeto das leis em geral é o comportamento
humano, o da LINDB é a própria norma, visto que disciplina a sua elaboração e
vigência, a sua aplicação no tempo e no espaço, as suas fontes, etc. Contém
normas de sobredireito ou de apoio, podendo ser considerada um código de
normas, por ter a lei como tema central (GONÇALVES, 2018).
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02/03/2021 lddkls211_dir_civ_par_ger
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=509395 14/14
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº
4.657/1942), salvo disposição contrária, a lei começa, depois de o�cialmente
publicada, a vigorar em todo o país:
a.  Após 45 dias.
b.  No mesmo momento. 
c.  No próximo dia útil. 
d.  Não há regra alguma sobre isso.
e.  Após 25 dias. 
Questão 3
A vigência é uma qualidade temporal da norma: o prazo com que se delimita o seu
período de validade. Em sentido estrito, vigência designa a existência especí�ca da
norma em determinada época, podendo ser invocada para produzir,
concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha e�cácia (GONÇALVES, 2018).
Sobre a revogação da norma, assinale a alternativa correta:
a.  A lei nova que estabelece disposições especiais a partir das já existentes ab-roga a lei anterior.
b.  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare.
c.  A lei posterior revoga a anterior mesmo que seja com ela compatível. 
d.  A lei nova que estabelece disposições gerais a partir das já existentes revoga a lei anterior. 
e.  A lei nova que estabelece disposições especiais a partir das já existentes derroga a lei anterior.
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