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Língua e Cognição . Cris é este!

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Língua e Cognição: Antes e depois da revolução cognitiva.
Letícia Maria Sicuro Corrêa
Dn. Christiane M. Martins
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Objetivos do Texto:
Traçar um panorama histórico relacionados à lingua/cognição, relatando os movimentos da primeira metade do século XX e resultados de pesquisas recentes;
Delinear a abordagem e/ou paradigmas que definem um programa em ciência cognitiva 
Abordar como a psicolinguística e as teorias linguísticas compreendem a questão da aquisição do saber linguístico, considerando-se a idéia do inatismo.
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Língua
Ferramenta de interação entre os seres humanos que apresenta variações em cada sociedade e os grupos por ela formados;
Forma como o indivíduo interage com o mundo exterior influenciando no modo como as experiências se organizam.
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Cognição
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Conhecimento e aquisição
- Instrumentos da cognição;
- Exercício de pensamento : base para o gerenciamento de ações e desempenho de tarefas cognitivas complexas ou de alta ordem.
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Característica cognitiva inerente à espécie humana
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Principais objetivos do estudo relacionados à língua e cognição (pg.106):
Caracterizar a língua como conhecimento e explicar o processo de aquisição são pontos fundamentais no estudo da cognição;
Caracterizar e explicar a produtividade linguística e a compreensão da linguagem;
Distinguir pontos comuns na cognição humana em detrimento da experiência linguística (vivência X apreensão de conhecimento);
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Identificar e explicar o papel da língua (oral e escrita) na cognição humana de base biológica e social.
Identificar as especificidades do domínio da língua de modo a intervir nos casos de déficits e de problemas no desempenho de tarefas cognitivas linguísticamente dependentes;
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Premissa básica dos estudos cognitivos:
“Partindo do pressuposto de que a caracterização de entidades e processos mentais envolvidos em tarefas dependentes de conhecimento é o primeiro passo para o entendimento da atividade do cérebro no desempenho dessas tarefas, o estudo da língua como fenômeno cognitivo abre caminho para que se chegue a um entendimento do modo como os processos dela dependentes são implementados no cérebro, criando, dessa forma, um novo espaço de investigação.” (pg.106/7)
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A Revolução Cognitiva
Ocorre em meados do séc. XX (anos 50) quando há investigações sobre a relação língua-cognição.
Origem da psicologia cognitiva: inter-relação com outros campos (ciência da computação, matemática, teoria da informação, linguística e psicologia);
Subárea: Psicolinguística (intrínsicamente ligada ao gerativismo).
Construção de teorias e processos mentais se dão em forma de MODELOS (inspiração algoritímica).
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Impactos da Revolução Cognitiva:
A língua é um objeto da cognição e não somente um instrumento;
Questiona a natureza do conhecimento linguístico;
Distingue o domínio cognitivo da língua de outros domínios;
Facilitou a integração entre linguística e biologia (contribui e é informada por teorias das ciências naturais);
Permitiu a formulação de hipóteses em relação ao processamento neurofisiológico do processamento linguístico (processos mentais)
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Saldos da Revolução Cognitiva:
Concebe-se língua enquanto objeto em interação com outros sistemas cognitivos em relação ao desempenho linguístico;
Re-avaliar a tese do determinismo linguístico do início do século;
Identificar com maior precisão o que provém da experiência cultural e linguística na cognição humana;
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Reformulação de hipóteses concernentes ao inatismo;
Conhecimento linguístico em detrimento do estado de conhecimento do outro (sistema cognitivo de origem computacional) (deVilliers e deVilliers, 2003)
Formular hipóteses acerca do déficit específico linguístico e o quão específico é este mesmo déficit ( Teorias gerativista e psicolinguística)
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Língua e Cognição: apresentando questões
Humboldt(1836/1888) realça dois aspectos relacionados à questão cognitiva: “ a produtividade dos sistemas linguísticos, que fazem “uso infinito de meios finitos”, e o papel mediador da língua na interação do indivíduo com o mundo, introduzindo a tese do determinismo linguístico.” (pg.109)
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Uso infinito de meios finitos
Característica fundamental dos sistemas linguísticos: o caráter computacional, ou seja, as “palavras são combinadas de forma a compor enunciados estruturados hierarquicamente que se apresentam nuna estrutura linear.” (pg. 109)
Arte de Falar (Renascimento)
Sanctius – Espanha 
Gramáticos de Port-Royal – França (caracterizavam a não-prescrição da arte do bem falar)
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 • Gramática com dois sentidos (concebida em relação ao desempenho linguístico dos falantes, cujo sistema computacional é regido pela Lógica):
A arte de falar (capacidade cognitiva);
Disciplina que apresenta os fundamentos dessa arte.
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Variabilidade
A variabilidade das línguas se dá nos “meios” (expressão fonológica e morfológica) e considera “limites”ou restrições: “Dado que a disposição natural para a língua é universal no homem, e visto que cada um tem de possuir a chave para o entendimento de todas as línguas na mente, têm-se como corolário que a forma de todas as línguas tem de ser essencialmente a mesma, e sempre alcançar um objetivo em comum. A variedade entre as línguas só pode residir nos meios, nos limites permitidos para que o objetivo seja atngido. ”(1836) (pg.110)
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Restrições
São um conjunto desordenado de elementos que serão em algum momento categorizados e estruturados.
Posição empirista: a informação dos dados captados pelos sentidos garante o acesso ao real (Aristóteles, Locke e Hume)
Posição racionalista: o conhecimento provem de idéias inatas, da própria razão humana. (Descartes)
Posição “apercepcionista”: a experiência decorre da capacidade da mente em estruturar os dados da percepção. (Kant)
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Posição de Wundt: Há distinção entre “percepção” (proveniente dos sentidos externos) “apercepção” (seleção e estruturação da experiência direcionada internamente – Kant)
Contraria a idéia associacionista do behaviorismo; a sentença para ele é: “ a representação linguística da ordenação sequencial voluntária de uma impressão mental simultânea em segmentos logicamente relacionados” (Wundt, 1900) (pg. 112)
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A língua como mediadora da relação do indivíduo com o mundo
Humboldt teoriza a cognição como determinada pela língua – categorias semânticas ou distorções gramaticais presentes na morfologia da língua estão ligadas a nova concepção de mundo (identidade cognitiva);
Adaptou a teoria de percepção de Kant dando-lhe um versão linguística: falantes de diferentes línguas teriam diferentes sistemas de gerenciamento.
Saussure, em linha com a perspectiva relativista, propaga que o “pensamento sem a língua é uma massa amorfa” (pg.113).
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Whorf (1956) semelhantemente posiciona-se afirmando que “o mundo nos é apresentado num fluxo de impressões caleidoscópico, que tem que ser organizado pela nossa mente – e isso quer dizer, em grande parte, pelos sistemas linguísticos da nossa mente.”(pg.113)
Hipótese Sapir- Whorf – focaliza o papel mediador da língua.
Sapir(1949) – nova dimensão sobre língua-cognição: o fonema possui uma realidade psicológica.
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Alguns Resultados de Pesquisa
Dificuldades morfológicas podem refletir no curso do desenvolvimento na fala inicial da criança (Clark, 1973; Bowerman, 1973; Slobin, 1970;1973);
A percepção e à permanência de objetos ocorre por volta dos 5 meses (Spelke, 2003) e não aos 9 meses (Piaget);
Não há distinção entre categorização de objetos (cor e forma) entre portadoras de deficiência auditiva sem contato com qualquer língua e crianças com audição normal.
Conclusão: Há capacidades cognitivas básicas, independente da língua
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Rejeição da Hipótese do determinismo linguístico
Pesquisas antropológicas (estudo com os Dani –Nova Guiné – palavras que designam cores);
McNamara (1970) – Pesquisas com crianças de 18 meses revelam que elas fazem uso de categorias estabelecidas em relação a objetos com ou sem individualidade ligadas a uma pista linguística. 
	
	Prevê a alteridade para o desenvolvimento conceitual em relação à sua expressão linguística, assim como a propossta de que capacidades de natureza conceitual alavacam (bootstrap) o desenvolvimento da sintaxe (Pinker, 1995)
Hipótese da Cognição 
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Duas tendências da hipótese da Hipótese Sapir- Whorf
Hipótese Sustentável – há uma inter-relação entr cognição não-linguística e conceitualização da fala (Clark e Slobin, 2003)
Hipótese não sustentável – a espécie humana possui habilidades perceptuais semelhantes não afetadas pela língua fora de seu domínio (Dupoux e Pepperkamp, 2000)
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A língua como instrumento ou reflexo da cognição 
Vygotsky – Inserção social do indivíduo no pensamento cognitivo:
- a posse da língua irá atuar no desenvolvimento das habilidades linguísticas – léxico;
- internalização da fala;
- o pensamento verbal (planejamento de ações complexas)
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Reflexos dos postulados de Vygotsky
Spelke(2003) – sistemas nucleares (senso de número/numerosidade e direção apoiados em uma geometria intuitiva);
deVilliers e de Villiers (2003) – “raciocínio dedutivo se dá a partir do que se toma como sendo do conhecimento do outro”(pg. 118)
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O hiato behaviorista
Ocorre na primeira metade do sec. XX – introdução aos fenômenos humanos e sociais – metodologia de caráter empirísta.
Manifesto behaviorista de Watson (1913) – na psicologia se exclui a mente e os processo mentais, que serão objetos da metafísica.
Objeto de pesquisa: - formação de hábitos 
 - tentativa e erro
 - condicionamento, reforço e punição
(Skinner, 1957; Verbal Behaviour)
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Bloomfield (1933) – posição empirista onde a formulação de hipóteses para uma teoria de línguas se dá pela coleta extensa e diversa de dados.
O behaviorismo não se estabeleceu na Europa; a idéia predominante no âmbito da cognição é a de Piaget.
Na linguística predominam os trabalhos do Círculo de Praga, de caráter saussuriano e funcionalista.
Roman Jakobson (1971) – afasia e traço distintivo 
 ( unidade mínima de distinção linguística)
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A idéia de uma ciência cognitiva e a língua como parte da cognição
“Uma ciência unificada que permitisse descobrir as capacidades representacionais e computacionais da mente humana e sua realização estrutural e funcional no cérebro”(pg. 121)
A computação simbólica está ligada ao procedimento algorítmico (input-output-input).
Tal conceito levou à concepção de “gramática em termos de um procedimento explícito (algorítmico).”(pg.122)
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Chomsky (1965) atribui um significado cognitivo a gramática - um falante produz e compreende um número infinito de enunciados linguísticos em sua língua e reconhecer tais enunciados como pertencentes ou não à sua língua.
Meta da linguística: apresentar um modelo (representação teórica do conhecimento intuitivo) – formulador sintático (concepção abstrata de enunciados linguísticos)
Meta da psicolinguística: apresentar modelos explícitos (algorítmicos) – parser – (analisador sintático da sentença)
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Ponto em comum entre a linguística, psicolinguística, psicologia cognitiva e neurociências: “teorização na forma de modelos que permitam testar hipóteses acerca da natureza de entidades e processos mentais” (pg.124)
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Restrições cognitivas à forma e ao funcionamento das línguas humanas
Chomsky “propõe que há restrições ao tipo de conhecimento linguístico que a criança irá adquirir..., de modo a convergir para a gramática da língua.”(pg. 124)-relacionadas a GU.
Idéias inatas levam a uma gramática cartesiana, codificada no genoma humano.
Três momentos importantes:
1- De 1965 –fim dos anos 70 – “a gramática de cada língua apresenta um conjunto de regras específico que compartilha propriedades com as gramáticas do conjunto de línguas humanas possíveis.” (pg.125)
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2- Chomsky, 1981 até inicio dos anos 90 – as regras da gramática são vistas como um epifenômeno, a GU apresenta princípios e variações possivelmente com valores pré-especificados.
3- A partir dos anos 90 – Programa Minimalista – recupera a concepção de Humboldt (domínio do léxico), a proposta de Port-Royal (sistema linguístico se realiza na fala). Como consequência questiona-se as restrições impostas pelos sistemas de desempenho.
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Conclusão
Concepção de língua como sistema cognitivo:
“Sistema computacional universal ( disponível no estado inicial da aquisição e posto em operação a partir do processamento do material linguístico ou ele mesmo sujeito a maturação) e um léxico, constituído no curso da aquisição da língua.”(pg. 126)

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