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4.3 Faixas operacionais de compressores A escolha de um compressor, além da característica do gás, recai nas suas condições operacionais de vazão e de pressão. 4.4 Trabalho de compressão 4.4.1 Compressor de único estágio A energia transferida ao gás para movimentá-lo de uma seção (1) à seção (2) em uma tubulação calculada através do balanço energético : = (2.43) Considerando o trabalho realizado pelo compressor e que S é a seção de entrada e que D é a seção de saída, temos : = (4.1) Divide-se a equação 4.1 pela constante gravitacional , para expressar o balanço energético em termos de carga e altura. = (4.2) Explicitando a carga devida ao compressor, tem-se : (4.3) Onde , us e uD são, respectivamente velocidades do escoamento nas bocas de sucção e descarga do compressor. A diferença de altura piezométrica, e a perda de carga ,, são considerados desprezíveis. Condição Ideal: escoamento de gás perfeito e comprimido adiabaticamente, máxima variação possível da densidade do fluido. quando . (4.4) Condição Usual: ou . Logo : (4.5) Potência útil do motor: - Se considerarmos que em uma situação hipotética não há transferência de energia mecânica ao escoamento a equação (sem ação de compressão ), reescrevemos a equação 4.1 como : (4.7) Admitindo expansão súbita para simplificação : (4.8) Quadro 4.2 – Limites de variação de densidade do fluido ou taxa de compressão. H ou (/2g) [mmH2o] Us [m/s] ( [%] 50 28,6 0,40 100 40,5 0,67 500 90,5 4,20 - Quando um compressor transfere carga inferior a 500 mmH2O ele é dito “de baixa pressão” e o fluido é considerado incompressível . 4.4.2 Compressor de múltiplos estágios (4.9) onde, n = número de estágios . Desconsiderando-se a perda de pressão entre os estágios, o número de estágios de compressão,n, é determinado por : (4.10) Então : (4.11) Em compressores de ar: ln ( (4.12) 4.5 Curva característica de sopradores A diferença substancial entre compressores e sopradores é que eles operam a pressões bem menores. Pressão total do soprador : (4.13) Diferença entre pressão total do ar na saída e na entrada do soprador, eL= 0, ou + (4.14) Pressão dinâmica do soprador: (4.15) Pressão estática do soprador: (4.16) Potência necessária para instalação de um soprador : (4.17) Onde n=rendimento global; Q= vazão do soprador ; potência no eixo ; aumento de pressão; rendimento total; rendimento estático. (4.18) Ou (4.19) A curva característica de um soprador expressa o seu desempenho para um fluido padrão a pressão de 101,33 kPa, à temperatura de 20 °C ( e que , podendo –se reescrever a equação 4.14 em : + (4.20) Exemplo 4.1 Deseja-se inflar o gás metano coletado em um biodigestor até uma central de distribuição . Dispõe-se de um soprador de ar que foi projetado para operar a =1 atm e T=20°C ( cuja curva característica é fornecida pela Figura 2.Antes de operar com o gás metano, verificou-se que a curva do sistema pode ser expressa como , Sendo a vazão em e o resultado da pressão em (mmH2O). Pede-se : obtenha o ponto de operação do soprador de 800 rpm quando este opera com ar em condições padrão . Solução Neste exemplo, basta construir a curva ,na Figura 2. O resultado obtido é apresentado na linha contínua apresentada pela figura 3. Na interseção entre a linha da curva da bomba e aquela fornecida pelo fabricante para o soprador de 800 rpm, indicado na figura 3, verifica-se o ponto de operação como sendo Q=6.900 4.6 Lei dos sopradores A curva característica de um soprador é fornecida pelo fabricante para uma condição-padrão . Mas o soprador opera em outras condições , já que a pressão atmosférica varia com a altitude do local de instalação e condições climáticas diferentes,alterando a pressão de sucção do soprador e densidade do gás. Sendo necessário recalcular a curva característica do soprador para uma condição média de operação. =(4.21) (4.22) (4.23) A carga não é um termo usual para representar a energia transferida por sopradores(ou ventiladores). Logo, deve-se reescrever as relações de similaridade em termos da pressão total para definir as leis dos sopradores. 4.6.1 Primeira lei dos sopradores Objetiva obter nova curva característica quando se mantém o fluido de referência (, modificando-se o número de rotações do motor do soprador (; A nova vazão será: (4.24) (4.25) Usando a Eq.(4.22), é possível estabelecer a definição de altura ou carga total de um soprador , ao dividir a equação pelo peso específico do gás. = (4.26) Como , substitui-se a Eq. (4.26) na Eq. (4.25), resultando: (4.27) Reescrevendo em termos de pressão total e constante: (4.28) (4.29) A representação gráfica da primeira lei dos sopradores está ilustrada na Figura 4.10.Considere o ponto do operação de referência. Se o número de rotações aumenta para o deslocamento ocorrerá com um rendimento constante para o ponto II. A vazão QII, a pressão total e a potência serão calculadas pelas relações acima. 4.6.2 Segunda lei dos sopradores Objetiva obter nova curva característica quando se mantém a mesma vazão (Q, mas o peso específico do fluido de trabalhoé diferente do padrão estabelecido ( ou se trata de outro fluido de trabalho. A relação de similaridade para a vazão estabelece que o número de rotações também é constante. (4.30) Se o número de rotações for constante , a carga também será . Logo, substitui-se a igualdade (4.30) na Eq.(4.22) (4.31) A partir da Eq. (4.26) (4.32) (4.33) A partir da Eq. (4.20) e (4.33), encontra-se a pressão total (4.34) Para encontrar o valor da potência , basta substituir a igualdade (4.30) na Eq.(4.23) (4.35) A representação gráfica da segunda lei dos sopradores está ilustrada na Figura 4.11. A determinação dos novos pontos de operação ocorre como se a curva característica se deslocasse sobre o eito vertical( Q= cte). O rendimento, conseqüentemente , não se manterá no mesmo valor : ( ou ( . 4.6.3 Terceira lei dos sopradores Objetiva obter nova curva característica quando se mantém a mesma pressão total, mas o peso específico do fluido de trabalho é diferente do padrão estabelecido ( ou se trata de outro gás. Da Eq (4.20). (4.36) Explicitando a massa específica (4.37) Multiplicando e dividindo a Eq. (4.37) pela constante gravitacional,g, tem-se como resultado (4.38) Identificando as cargas totais, Eq (4.26), em cada membro entre colchetes da Eq. (4.38) ou ) (4.39) Substituindo a Eq (4.22) na Eq.(4.39), obtemos o número de rotações, na nova situação. (4.40) (4.41) (4.42) A representação gráfica da terceira lei dos sopradores está ilustrada na Figura 4.12. A determinação dos novos pontos de operação ocorre como se a curva característica se deslocasse sobre o eito horizontal ( = cte). O rendimento, conseqüentemente , não se manterá no mesmo valor : ( ou ( . Exemplo 4.2 – Admitindo o enunciado do exemplo 4.1e considerando a mesma pressão total de operação , verifique qual é a nova capacidade, carga e o número de rotações do soprador quando utilizado para inflar metano a 1 atm e 20 °C ( ρ= 0,72 kg/). Solução No exemplo atual, mantém-se as mesmas condições de temperatura e de pressão, modificando apenas o gás a ser inflado, o qual se trata do metano ( que será identificado pelo subscrito II), mantém-se a mesma pressão total, logo utiliza-se a terceira lei dos sopradores. Para a nova vazão de operação, utilizar-se-á a Eq. (4.41) (1) O peso específico é definido por e sabendo que a aceleração gravitacional mantém-se constante, a Eq. (1) é retomada como (2) Sabe-se que =1,2 kg/, = 0,72 kg/, bem como no Exemplo 4.1, Q=6.900 , resulta em = 8.907,86 (3) Para a nova carga (altura), utiliza-se a Eq. (4.39) sabendo, todavia, que a aceleração gravitacional é constante, ou ) (4) Qualquer que seja o fluido a carga é definida como ) (5) Levando (5) para o ar na Eq (4) ) (6) Tendo em vista, do exemplo anterior , bem como g=9,81 e kg/, tem-se na Eq(6). ) =79,57 m (7) Para o novo número de rotações do motor (em RPM) , utiliza-se a Eq. (4.40) sabendo , por sua vez , que a aceleração gravitacional é constante , ou (8) Sabendo que o valor do número de rotações do motor apresentado no exemplo anterior é igual a 800 rpm, bem como se conhecem , kg/. = 1.3032,80 rpm
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