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CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA ZERO Saudações, caro aluno! Esta é a aula demonstrativa de nosso novo curso de Administração Financeira e Orçamentária para Analista do TRF-02 (área Administrativa), dedicado à exposição teórica específica sobre o conteúdo do edital e à resolução de questões recentes de provas. Nessa aula demonstrativa, além do conteúdo bacana – e muito exigido em provas – que selecionei para tratarmos, você poderá conhecer a qualidade de meu trabalho, assim como a didática que pretendo exercer ao longo do curso. Uma grande vantagem desse curso online está na agregação da matéria em uma só publicação. Se você tentar reunir, por conta própria, todas as referências necessárias para cobrir o conteúdo de AFO, vai amontoar mais de uma dezena de normativos – que não vai utilizar completamente –, além de livros e materiais esparsos. Com nossas aulas, além de ter acesso ao conteúdo programado, de forma bem mastigada, você ainda verá os comentários e ênfases conforme o comportamento da banca nos últimos anos. Por falar nisso, considerando que a FCC foi escolhida como organizadora do concurso do Tribunal, utilizaremos, neste curso, dezenas e dezenas de questões desta banca, mas, quando necessário, empregaremos algumas de outras organizadoras. Devo alertar que, muitas vezes, mesmo as questões da FCC, que têm o formato “múltipla escolha” (A-B-C-D-E) serão adaptadas para o formato “certo ou errado”. Isso permite um estudo mais progressivo do conteúdo, sem precisar entrar em outros assuntos que às vezes aparecem nas demais alternativas de uma questão. Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito visível, para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com algumas questões adicionais. O gabarito de todas ficará na última página. Antes de avançarmos mais, conheçam-me um pouco. Eu me chamo Graciano Rocha Mendes, tenho 31 anos, sou servidor público federal, ocupante do cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União; estudioso de Orçamento Público; pós-graduando em Orçamento Público pelo CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 2 Instituto Serzedello Correa/TCU; professor da matéria em cursos preparatórios de Brasília e na Internet. Bom, ditos os “inicialmentes”, vamos aos “finalmentes”. Segue nosso conteúdo, reproduzido do edital da FCC e dividido em quatro aulas, além dessa demonstrativa: Aula zero Orçamento: conceituação, princípios. Aula 01 (18/jan) Orçamento programa. Elaboração e aprovação orçamentária. Aula 02 (25/jan) Lei Orçamentária Anual – LOA e Plano Plurianual – PPA. Aula 03 (1º/fev) Receita pública. Aula 04 (8/fev) Despesa pública: conceituação e classificação. Unidade orçamentária e unidade administrativa. Realização de despesa: empenho, liquidação, pagamento e suprimentos. Restos a pagar. Despesas de exercícios anteriores. Ordenador de despesa. Muito bem, vamos então a nosso encontro demonstrativo. Boa aula! GRACIANO ROCHA CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 3 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público. Em vários casos, a legislação e a própria Constituição refletem a adoção desses princípios em seus dispositivos. Apesar disso, não é possível entender esses princípios como determinações rígidas; eles são cercados de exceções e flexibilizações, como ficará claro no decorrer de nossa aula. Legalidade “O orçamento deve ser aprovado e publicado como lei”. Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao conflito entre sua forma e seu conteúdo. Quanto à forma, desde que os primeiros documentos contábeis foram apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, em países europeus e nos Estados Unidos, a título de pedido de autorização de gastos, o orçamento ganhou estatura de lei. Assim, a expressão “lei do orçamento” é mais que secular – os Parlamentos aprovam os orçamentos na forma de leis desde o século XIX. Atualmente, o princípio da legalidade orçamentária encontra-se, entre outros, no seguinte trecho da Constituição: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: (...) III - os orçamentos anuais. Por outro lado, quanto ao conteúdo, não há dúvidas de que o orçamento público tem natureza de ato administrativo. A organização das finanças em programas, a atribuição de recursos a certas despesas, a indicação de competências de órgãos e entidades relativamente a certos setores de atividade governamental, tudo isso tem a ver com a organização e o CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 4 planejamento da Administração Pública – atividades tipicamente administrativas. A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária com o significado jurídico‐histórico da palavra “lei”, verifica‐se certa desarmonia. “Lei” representa um ato normativo abstrato, que pode, entre outras coisas, disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas, impor punições etc. Para aplicar‐se a lei, nesse sentido estrito, faz‐se necessário verificar os dados da realidade e compará‐los com a descrição abstrata trazida pela norma. O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem regulamenta direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê punições etc. NÃO TEM CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um orçamento deve se revestir de concretude, para aplicação mais apropriada e racional dos recursos públicos. É dessa discussão que nasce a definição do orçamento como “lei em sentido formal”. A estatura do orçamento é de uma lei, aprovada pelo Parlamento, sancionada pelo Chefe do Executivo, mas sua essência é de um ato administrativo. Essa “legalidade flexível” do orçamento fica evidente também ao se constatar que ele tem natureza apenas autorizativa, e não, impositiva. O governo não é obrigado a executar o orçamento tal qual ele é veiculado pela lei orçamentária (com exceção das despesas obrigatórias em virtude de outros normativos). Isso contrasta bastante com as leis “normais”, que se caracterizam pela obrigatoriedade de aplicação. A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem). CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 5 Pelo contrário, a modificação, a retificação, a inversão de aspectos e itens no orçamento durante sua execução, em comparação com o texto aprovado, são fatos bastante comuns, distanciando o orçamento de sua “aparência” inicial. A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemosindicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem).Nesse sentido, têm surgido diversas críticas, no âmbito parlamentar e na opinião pública em geral, tendo como alvo o “descompromisso” do governo quanto à execução do orçamento em observância ao texto original aprovado pelo Congresso. Não obstante a essência de ato administrativo, o fato de o orçamento ser uma lei lhe proporciona a normatização de certos requisitos e obrigações de natureza orçamentária, na esfera concreta. Como isso cai na prova? 1. (CESPE/AGU/2008) O orçamento é um ato administrativo da administração pública. 2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do Presidente da República. 3. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Os decretos de transposição, remanejamento e transferência de créditos orçamentários não se sujeitam ao princípio da legalidade. A primeira questão está ERRADA. Vimos que a lei orçamentária tem natureza de ato administrativo, mas não é um ato administrativo. É uma lei, em sentido formal. A questão 2 refere-se ao trecho constitucional que destacamos, sobre uma vedação da CF/88 (art. 167, inc. I), segundo o qual é vedado “o início de CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 6 programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual”. A “autorização prévia do Presidente” não corrige o problema. Questão ERRADA. Os decretos referidos na questão 3 tratam-se de modificações nas classificações orçamentárias. Usando um exemplo bem forçado, um crédito orçamentário que seria executado num programa de pavimentação asfáltica é transferido para um programa de construção de usinas hidrelétricas. Para esse tipo de mudança na execução do orçamento, necessariamente deve haver prévia autorização legislativa (essa é a ordem do art. 167, inc. VI, da Constituição). Portanto, há sujeição ao princípio da legalidade. Questão ERRADA. Unidade/totalidade “O orçamento deve ser uno”. A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra-se normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados. A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia os conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de atualizações. É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações” relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias. No art. 2º, a Lei 4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade” CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 7 Desses outros princípios, falaremos em seguida. Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só peça, garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas. Nesse momento, vale registrar uma informação histórica sobre o Orçamento Público. Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro porque a participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde a lei orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla. Nesses tempos, prestigiava‐se o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem intervenções, sem tributação. Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia numa autorização de gastos que também representava o controle do tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como ferramenta de controle da ação do Executivo. Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse certas características. Essas características vieram a constituir os primeiros princípios orçamentários, dos quais, como já falamos, a unidade é um dos exemplares. Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a execução orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas leis, quadros, normativos, os controladores teriam bem mais dores de cabeça. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 8 Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em praticamente todos os países, a partir do século XX, ocasionou a criação de estruturas descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades da administração indireta. Essas entidades também cumpriam (cumprem) funções estatais, mas sua autonomia, inclusive financeira, dificultava a consolidação do orçamento público numa só peça, bem como o acompanhamento de sua execução. No caso brasileiro, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição “fatal” para a visão tradicional do princípio da unidade: Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Pisou pra valer, hein? Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É dessa evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como uma “atualização” do da unidade. Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas. Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o princípio da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles compõem uma só peça: a Lei Orçamentária Anual. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br9 Como isso cai na prova? 4. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio orçamentário da unidade não está previsto na Lei nº 4.320/64. 5. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no orçamento da União. 6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social. A Lei 4.320/64 prevê explicitamente a adoção do princípio da unidade quanto à lei orçamentária dos entes federados no Brasil. Em vista disso, a questão 4 está ERRADA. A questão 5 está ERRADA: o princípio da unidade não implica qualquer agregação entre orçamentos de entes distintos. A unidade orçamentária atualmente vigente encontra reflexo na edição de uma única lei orçamentária editada pelos entes federados a cada ano. O fato de haver orçamentos especializados em sua composição não afetaria o princípio clássico. A questão 6 está CERTA. Universalidade “O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas”. O princípio da universalidade e o recém-visto, da unidade/totalidade, são complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o orçamento. Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e despesas do governo em poucos documentos (num só agregado, de preferência), a universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 10 Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas. Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei: Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°. Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da universalidade proporciona ao Legislativo: • conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização; • impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar; • conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica mais. Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê. A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado. Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento também foi de autorização da arrecadação. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 11 Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária quanto à arrecadação, marque CERTO. Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca. Como isso cai na prova? 7. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio da universalidade admite exceções no tocante à fixação das despesas. 8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação. 9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal. Não há, na doutrina e na legislação, exceções a princípio da universalidade como a estabelecida na questão 7. Em vista disso, ela está ERRADA. A questão 8 é um exemplo do que acabamos de destacar. Questão teórica, sem referência à prática atual, etc. etc., tratando da “autorização orçamentária” para arrecadação da receita. Nesse caso, questão CERTA. A questão 9 mistura informações de maneira incorreta. Apesar de o tratamento das receitas e despesas ser universal, como acabamos de ver, a previsão das despesas de “forma genérica” seria contrária ao princípio da discriminação, tratado mais à frente. Questão ERRADA. Orçamento Bruto “O orçamento deve apresentar valores brutos, sem dedução”. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 12 Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários. Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria insegurança, desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente público. A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas públicas devem ser considerados no orçamento. É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos seus valores brutos, sem deduções”. Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da peça orçamentária. Como isso cai na prova? 10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 11. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A renúncia ou anistia fiscal deve ser deduzida da previsão bruta das receitas. A questão 10 apenas reproduz o embasamento legal do princípio do orçamento bruto, que vimos mais acima. Questão CERTA. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 13 Como vimos, pelo princípio do orçamento bruto, não deve haver deduções tanto na despesa quanto na receita. Assim, a previsão bruta das receitas deve ser justamente a indicada na lei orçamentária. Porisso, a questão 11 está ERRADA. Anualidade/Periodicidade “O orçamento deve limitar-se a um período de tempo”. Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º da Lei 4.320/64. Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento deve ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está ligado à antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de 1967. Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que autorizava a arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as despesas pertencentes a esse mesmo exercício. Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a terminologia da lei orçamentária anual. A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a aplicação dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas nos prazos estabelecidos. Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício. Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais podem garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A conciliação entre esses programas plurianuais e o princípio da anualidade/periodicidade ocorre por meio da execução “fatiada” dessas CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 14 despesas plurianuais, com parcelas distribuídas pela sequência de orçamentos anuais. Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários) autorizados no final do ano. Esse ponto será comentado posteriormente, quando tratarmos dos créditos adicionais, que constituem novas autorizações de despesa, além das consignadas na lei orçamentária. Como isso cai na prova? 12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal. 13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não necessariamente precisa coincidir com o ano civil. 14. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O fato de a Constituição Federal brasileira estabelecer que os créditos especiais e extraordinários possam ter vigência no exercício financeiro seguinte, no caso de o ato da autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício corrente, demonstra que o princípio orçamentário da anualidade não é adotado em nosso país. A questão 12 é uma forçação de barra, ou talvez falta de imaginação da banca. Questão ERRADA. Para julgar a questão 13, bastaria uma rápida leitura do art. 34 da Lei 4.320/64 para matar a questão. O exercício financeiro, período em que se observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão ERRADA. Quanto à questão 14, ela aborda justamente o que a doutrina indica como exceção ao princípio da anualidade, como vimos. Sendo assim, o princípio não é invalidado pela hipótese descrita. Questão ERRADA. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 15 Exclusividade “O orçamento deve tratar apenas de matéria financeira”. Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha carimbada! Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira, não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da despesa. O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art. 165, § 8º, da CF/88: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (...)”. A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não financeiras “caronas” sejam tratadas na lei orçamentária, aproveitando-se do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento. Em tempos passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar rapidamente, em pauta de votação, assuntos de seu interesse. Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar: “(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”. Os créditos suplementares serão mais bem estudados nas aulas seguintes, mas adianto que eles representam um acréscimo às despesas já previstas na lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que suportarão esse incremento. É como uma “revisão para mais” da lei orçamentária. A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de empréstimos pelo ente público. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 16 Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA. As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias, que servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para determinadas despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo; deverá ser tomado junto a agentes financiadores. Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária (ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso, existe receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada. Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as substituíram, ao invés das despesas originais. Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual, no Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não fogem da temática orçamentária. Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado quanto esse quando o tema é princípios orçamentários! Como isso cai na prova? 15. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da exclusividade determina que o orçamento não poderá conter dispositivo estranho à fixação da despesa e à previsão da receita. 16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 17 estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária não poderá conter autorização para créditos suplementares.17. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização, a lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da despesa. 18. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) O princípio orçamentário que resta excepcionado quando o Parlamento autoriza, na lei orçamentária, a contratação de operações de crédito por antecipação da receita (ARO) é: (A) unidade. (B) exclusividade. (C) universalidade. (D) orçamento bruto. (E) não-afetação de receitas. A questão 15 reproduz o teor do princípio da exclusividade. Embora não sejam referidas as exceções à regra, isso não impede que a questão seja considerada CERTA. A questão 16 está ERRADA, já que a autorização para créditos suplementares é permitida, constituindo uma das exceções ao princípio da exclusividade. Na questão 17, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo o vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários, e não da especialização. Questão ERRADA. Na questão 18, a hipótese referida trata de uma exceção ao princípio da exclusividade (letra B). Não Afetação/Não Vinculação “As receitas do orçamento devem ter livre aplicação”. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 18 Esse princípio orçamentário também tem um pé no Direito Tributário. Desse ramo do direito, cabe trazer para nossas anotações o conceito de arrecadação vinculada. No Brasil, existem cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Os tributos podem ser arrecadados já com uma destinação legal para a aplicação dos recursos correspondentes. Ou, por outro lado, os recursos provenientes dos tributos podem estar “livres”, para aplicação em despesas conforme as decisões do administrador público, sem interferência legislativa. Assim, existem espécies tributárias com arrecadação vinculada, para aplicação obrigatória em certas despesas, e outras com arrecadação não vinculada. Os impostos são os típicos representantes desta última categoria. As outras espécies tributárias (taxas, contribuições “lato sensu”, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios) têm, comumente, arrecadação vinculada. Isso obedece ao arcabouço teórico da tributação, segundo o qual os impostos são os tributos apropriados para que o ente público possa auferir renda, sem estar obrigado a prestar esta ou aquela obrigação junto à sociedade. Impostos teriam a característica da fiscalidade (obtenção de recursos como finalidade principal). Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou estatura constitucional, mas com uma série de exceções: Art. 167. São vedados: (...) IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 19 garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (...) § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. Destrinchando os dispositivos acima, as vinculações à receita de impostos, permitidas pela Constituição, são: • repartição da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre produtos industrializados, compondo o Fundo de Participação dos Estados e o de Participação dos Municípios (CF/88, art. 159, inc. I); • destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (CF/88, art. 198, § 2º); • destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino (CF/88, art. 212); • destinação de recursos para realização de atividades da administração tributária (CF/88, art. 37, inc. XXII); • prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita – ARO (CF/88, art. 165, § 8º); • prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. Portanto, o princípio da não vinculação da receita de impostos está no início do inciso IV do art. 167, e as exceções a ele compõem todo o resto do texto e o § 4º. Não há outras exceções além dessas. E, tratando-se de dispositivo constitucional, para acrescentar mais alguma exceção ao princípio da não vinculação, ou para suprimir uma exceção já existente, só por meio de emenda à Constituição. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 20 Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a arrecadação tributária sofre no Brasil. As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas; os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação, também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria Constituição, como se depreende das exceções vistas acima. Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca: Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Portanto, a partir dessa determinação da LRF, nem mesmo a arrecadação que “sobrar” em determinado exercício está livre, se sua origem estiver ligada a alguma vinculação legal. Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para “desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações obrigatórias, instituiu‐se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação, por meio de emenda à Constituição. A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações nas quais certos setores da ação governamental tenham recursos abundantes, enquanto outros passam por penúria. Como isso cai na prova? CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 21 19. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Segundo o princípio da não afetação de receitas, é vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa, sendo que a Constituição Federal de 1988 fortaleceu esse princípio, ao impedir quaisquer exceções ao mesmo. 20. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Só tem sentido relacionar o princípio da não vinculação aos impostos, pois as taxas e contribuições são instituídos e destinados ao financiamento de serviços e ao custeio de atribuições específicos sob a responsabilidadedo Estado. 21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. 22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a órgãos e despesas”, é o da (A) Universalidade. (B) Unidade. (C) Singularidade. (D) Exclusividade. (E) Não afetação da receita. Sobre a questão 19, como visto, a Constituição estabelece diversas exceções ao princípio da não afetação. Questão ERRADA. Quanto à questão 20, mais uma vez relembrando o Direito Tributário, as taxas e contribuições têm arrecadação vinculada, geralmente. Portanto, o princípio da não vinculação, assim como bem destacado na Constituição, só se aplica aos impostos. Questão CERTA. A questão 21 apenas reproduziu o dispositivo da LRF que reforça a vinculação legal das receitas. Questão CERTA. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 22 Quanto à questão 22, a afirmação mencionada refere-se justamente ao princípio da não afetação da receita (letra E). Especificação/Especialização/Discriminação “O orçamento deve ser detalhado”. Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento. Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se os seguintes trechos: Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das receitas e despesas. Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na LOA, deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que as decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas mãos dos gestores, fora das vistas do controle externo. Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao princípio da especificação. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 23 Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma peça sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no momento da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes fixados na LOA. Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com dotações globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de controlador, o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e não seria benéfico de maneira alguma para o bem-estar coletivo. Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das exceções/flexibilizações. A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da discriminação, ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face genérica”, sem detalhamento. Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos agora há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o detalhamento da despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa. Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação pela natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em nível de elemento. Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa pode ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente à aprovação da Lei. Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros, indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras despesas correntes”). Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma dotação genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 24 atender a “passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções judiciais, ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais. Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da discriminação: Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital. Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem ter toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente discriminação das despesas se dá durante a própria execução. Como isso cai na prova? 23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da programação orçamentária, em consonância com o princípio da especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo, suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das políticas públicas. 24. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Apesar de a Lei n.º 4.320 determinar que a lei de orçamento não deve consignar dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências, na atual estrutura das leis orçamentárias verificam-se dotações destinadas ao mesmo tempo à aquisição de materiais e a pagamento de serviços de terceiros. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 25 25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra em confronto com o princípio orçamentário da unidade. 26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários, é correto afirmar que (A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade. (B) asfundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. (C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. (D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de orçamento. (E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na lei orçamentária, o princípio da exclusividade. A questão 23 reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto ao princípio da discriminação. Questão CERTA. No caso da questão 24, como ela se refere a uma das flexibilizações ao princípio da discriminação aqui comentadas, ela também está CERTA. A questão 25 está ERRADA, já que a obediência ao princípio da discriminação não conflita com o da unidade. Sobre a questão 26, temos o seguinte: a letra A pretendeu se referir ao princípio do orçamento bruto (não existe princípio orçamentário da racionalidade), mas, mesmo que trocássemos “racionalidade” por “orçamento bruto”, a alternativa estaria errada, já que não é admitida a contabilização de receitas e despesas pelo valor líquido; na letra B, há erro em dizer que as fundações não precisam integrar o orçamento, que, pelo princípio da universalidade, deve abranger todas as receitas e despesas públicas; a letra C está errada, porque as dotações globais não atendem ao princípio da CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 26 especificação (e não especificidade – outro erro), constituindo exceções a esse princípio; a letra D contraria o teor do princípio da não vinculação; e a letra E está CERTA, por se referir corretamente a uma das exceções do princípio da exclusividade. Clareza “O orçamento deve ser de fácil compreensão”. Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado numa linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em acompanhá-lo. Entretanto, considerando a atual complexidade inerente ao orçamento, que agrega informações financeiras, legais, administrativas, contábeis e de planejamento, sem falar num pano de fundo político, é difícil trazer à realidade o cumprimento desse princípio. Uma sugestão do prof. Giacomoni é a elaboração de peças comentadas sobre a programação orçamentária, a partir de anexos da LOA. Dessa forma, se o orçamento em si não pode ter sua linguagem simplificada, pela natural necessidade de codificação, pelo menos se disponibilizaria uma forma paralela de se compreender a complexidade de seu conteúdo. Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento de 2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma cartilha especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”, que busca expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação de recursos federais nas diferentes áreas do governo, durante o exercício de 2011. Essa publicação está no link abaixo, vale visitar: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquiv os/noticias/sof/100901_orc_fed_alcance_todos.pdf. Como isso cai na prova? CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 27 27. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da discriminação, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível. O problema da questão 27 foi ter feito, como já vimos ser um costume, uma inversão entre os princípios orçamentários e suas descrições (no caso, substituição do princípio da clareza pelo da discriminação). Questão ERRADA. Equilíbrio “As receitas e despesas devem equilibrar-se entre si”. Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas públicas não sejam afetadas por déficits. Entretanto, aprofundando mais o raciocínio sobre o tema, registram-se duas formas de encarar esse princípio. Em primeiro lugar, o equilíbrio formal do orçamento é observado quando a lei orçamentária prevê receitas e fixa despesas em montantes iguais. Antes, sob a vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento chegou a ser firmado num dispositivo dessa Carta: Art. 66 – O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período. Atualmente, a Constituição não traz determinação semelhante, mas o costume perdura: as leis orçamentárias anuais fazem a previsão da receita e a fixação da despesa em valores iguais. Assim, sob o aspecto formal, o princípio do equilíbrio zela principalmente pela publicação de um orçamento equilibrado. Porém, na prática, o que se verifica hoje é que os recursos próprios do governo não são suficientes para cobrir suas despesas. O equilíbrio formal do orçamento é garantido pela contratação de operações de crédito – dinheiro emprestado. Na LOA, os valores das operações de crédito são considerados receita, conforme o mandamento insculpido na Lei 4.320/64 (Art. 3º A Lei de CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 28 Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei). Pelo exposto, o fato de um orçamento ser publicado de forma equilibrada não implica o equilíbrio das contas públicas. É com essa preocupação que se fala em equilíbrio real, ou equilíbrio material. Essa, inclusive, foi uma das principais bandeiras tratadas na famosa Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, sob essa ótica, busca-se evitar o crescimento desordenado das despesas, sem lastro para cobri-las. Da mesma forma, deve-se evitar o comprometimento das receitas a ponto de não sobrarem recursos para amortizar a dívida pública. Conclui-se, desse modo, que o “equilíbrio material” está mais ligado à execução equilibrada do orçamento do que à sua publicação com montantes iguais de receita e despesa. Para garantir o equilíbrio material, o governo pode lançar mão de diversos expedientes: manutenção de metas de superávit, enxugamento de despesas de custeio, abertura de créditos adicionais apenas com recursos já arrecadados etc. Como isso cai na prova? 28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da clareza se sobrepõe ao do equilíbrio, sendo possível contrair dívida pública, desde que seja respeitado o princípio da clareza. 29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Em geral, o princípio orçamentário do equilíbrio somente é respeitado por meio da realização de operações de crédito. 30. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A inclusão da reserva de contingência no orçamento visa, entre outras finalidades, assegurar o atendimento ao princípio do equilíbrio. 31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 29 (A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio. (B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio. (C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade. (D) universalidade, anualidade, competência e publicidade. (E) anualidade, competência, transparência e publicidade. A questão 28 está ERRADA. O atendimento princípio da clareza não autoriza o desrespeito ao princípiodo equilíbrio. Aliás, como vimos até agora, os princípios orçamentários não se contradizem – pelo contrário, normalmente se reforçam mutuamente. A partir de nossos comentários, constata-se que a questão 29 se refere ao princípio do equilíbrio na vertente formal. As operações de crédito mantêm um equilíbrio apenas aparente entre despesas e receitas. Questão CERTA. Quanto à questão 30, estudamos antes que a reserva de contingência é uma dotação genérica, que pode ser aproveitada para atender a “necessidades especiais” durante o exercício financeiro. Portanto, o que se verifica no orçamento, estando presente a reserva de contingência, é a previsão de receita para custear uma “incógnita”, uma despesa não específica. Assim, o orçamento se apresenta formalmente equilibrado, com receitas e despesas em igual montante. Questão CERTA. A alternativa da questão 31 que traz a série correta de princípios orçamentários é a letra A. Competência é um princípio da contabilidade, e transparência é um princípio administrativo. Publicidade “O orçamento deve ser amplamente divulgado”. A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo governo. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 30 Entretanto, aparece novamente a discussão relativa à clareza do orçamento: como assegurar, simultaneamente, o entendimento da peça orçamentária pelo cidadão comum e a necessária complexidade do instrumento, tendo em vista a multiplicidade de informações que o integram? Esse é um desafio ainda a se superar. Não obstante, atualmente, ao menos em termos de divulgação, o princípio da publicidade é concretizado, sobretudo pela disponibilização das leis orçamentárias em sites governamentais, além dos veículos oficiais. A partir desse aspecto, é possível perceber a relação do princípio da publicidade também com o princípio da legalidade. Para vigorar, uma lei deve ser publicada em veículos oficiais de comunicação (tipicamente, Diário Oficial) – e a lei orçamentária não é exceção a essa regra. Como isso cai na prova? 32. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2009) Pelo princípio da publicidade, o orçamento, para ser válido, deve ser levado ao conhecimento do público. 33. (CESPE/CONTADOR/INMETRO/2007) O princípio da publicidade dispõe que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua validade. A questão 32 traz uma correlação simples e direta com o que acabamos de estudar, sobre o princípio da publicidade. Questão CERTA. Na questão 33, apresenta-se, além da correta conceituação do princípio da publicidade, a sua relação com a legalidade. Questão também CERTA. Bem, dileto aluno, nossa aula demonstrativa fica por aqui. Espero que o conteúdo apresentado tenha sido suficiente para demonstrar nossa abordagem durante o curso. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 31 Aguardo você na Aula 01. Podemos nos falar por meio do fórum de dúvidas, ou então pelo email professor.graciano.rocha@gmail.com. Forte abraço, até a próxima! GRACIANO ROCHA CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 32 RESUMO DA AULA 1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é considerado uma lei em sentido formal. 2. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e despesas do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle. 3. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se uma visão geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de operações orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo. 4. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem qualquer dedução. 5. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um ano. 6. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art. 165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz as exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito (inclusive ARO). 7. O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as exceções trazidas pela norma constitucional. 8. As receitas vinculadas deverão atender sempre à execução do objeto de sua vinculação, ainda que em exercício posterior ao de sua arrecadação. 9. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for possível, das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de controle, da origem e da aplicação dos recursos públicos. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 33 10. Conforme o princípio orçamentário da clareza, o orçamento deve ser apresentado numa linguagem acessível a todos que precisem ou se interessem em acompanhá-lo. 11. O princípio do equilíbrio abrange as vertentes formal e material. Na vertente formal, o orçamento deve ser aprovado com receitas e despesas em igual montante. Na vertente material, a execução orçamentária deve garantir o equilíbrio das contas públicas. 12. Pelo princípio da publicidade, o orçamento deve ser levado ao conhecimento do público, por meio de instrumentos oficiais de comunicação ou de outras formas, garantindo-se também sua eficácia. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 34 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. (CESPE/AGU/2008) O orçamento é um ato administrativo da administração pública. 2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do Presidente da República. 3. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Os decretos de transposição, remanejamento e transferência de créditos orçamentários não se sujeitam ao princípio da legalidade. 4. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio orçamentário da unidade não está previsto na Lei nº 4.320/64. 5. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no orçamento da União. 6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social. 7. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio da universalidade admite exceções no tocante à fixação das despesas. 8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008)O princípio orçamentário da universalidade possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação. 9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal. 10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 35 despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 11. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A renúncia ou anistia fiscal deve ser deduzida da previsão bruta das receitas. 12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal. 13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não necessariamente precisa coincidir com o ano civil. 14. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O fato de a Constituição Federal brasileira estabelecer que os créditos especiais e extraordinários possam ter vigência no exercício financeiro seguinte, no caso de o ato da autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício corrente, demonstra que o princípio orçamentário da anualidade não é adotado em nosso país. 15. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da exclusividade determina que o orçamento não poderá conter dispositivo estranho à fixação da despesa e à previsão da receita. 16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária não poderá conter autorização para créditos suplementares. 17. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização, a lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da despesa. 18. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) O princípio orçamentário que resta excepcionado quando o Parlamento autoriza, na lei orçamentária, a contratação de operações de crédito por antecipação da receita (ARO) é: (A) unidade. (B) exclusividade. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 36 (C) universalidade. (D) orçamento bruto. (E) não-afetação de receitas. 19. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Segundo o princípio da não afetação de receitas, é vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa, sendo que a Constituição Federal de 1988 fortaleceu esse princípio, ao impedir quaisquer exceções ao mesmo. 20. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Só tem sentido relacionar o princípio da não vinculação aos impostos, pois as taxas e contribuições são instituídos e destinados ao financiamento de serviços e ao custeio de atribuições específicos sob a responsabilidade do Estado. 21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. 22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a órgãos e despesas”, é o da (A) Universalidade. (B) Unidade. (C) Singularidade. (D) Exclusividade. (E) Não afetação da receita. 23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da programação orçamentária, em consonância com o princípio da especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo, suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das políticas públicas. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 37 24. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Apesar de a Lei n.º 4.320 determinar que a lei de orçamento não deve consignar dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências, na atual estrutura das leis orçamentárias verificam-se dotações destinadas ao mesmo tempo à aquisição de materiais e a pagamento de serviços de terceiros. 25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra em confronto com o princípio orçamentário da unidade. 26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários, é correto afirmar que (A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade. (B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. (C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. (D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de orçamento. (E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na lei orçamentária, o princípio da exclusividade. 27. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da discriminação, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível. 28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da clareza se sobrepõe ao do equilíbrio, sendo possível contrair dívida pública, desde que seja respeitado o princípio da clareza. 29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Em geral, o princípio orçamentário do equilíbrio somente é respeitado por meio da realização de operações de crédito. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 38 30. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A inclusão da reserva de contingência no orçamento visa, entre outras finalidades, assegurar o atendimento ao princípio do equilíbrio. 31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de (A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio. (B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio. (C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade. (D) universalidade, anualidade, competência e publicidade. (E) anualidade, competência, transparência e publicidade. 32. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2009) Pelo princípio da publicidade, o orçamento, para ser válido, deve ser levado ao conhecimento do público. 33. (CESPE/CONTADOR/INMETRO/2007) O princípio da publicidade dispõe que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua validade. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 39 QUESTÕES ADICIONAIS 34. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) O princípio da legalidade, um dos primeiros a serem incorporados e aceitos nas finanças públicas, dispõe que o orçamento será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um processo legislativo completo, isto é, um projeto preparado e submetido, pelo Poder Executivo, ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior devoluçãoao Poder Executivo, para sanção e publicação. 35. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) De acordo com o disposto na Constituição Federal, em seu artigo 167, em matéria orçamentária, é permitido ao Poder Executivo a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. 36. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no orçamento da União. 37. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O princípio da unidade, também chamado de princípio da totalidade, não é respeitado no Brasil, pois a Constituição Federal (CF) estabelece três orçamentos distintos: fiscal, de investimentos das empresas estatais e da seguridade social. 38. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da universalidade admite exceções no tocante à fixação das despesas. 39. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O fato de a lei orçamentária anual brasileira ser decomposta em três orçamentos (fiscal, da seguridade social e de investimentos) implica que ela não atende ao princípio da universalidade orçamentária previsto na Lei nº 4.320/1964 e na Constituição Federal/1988. 40. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2007) De acordo com o princípio orçamentário da universalidade, (A) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, para fins de controle pelo Poder Legislativo. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 40 (B) a lei orçamentária anual não pode conter dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa. (C) as receitas e despesas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções. (D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera do Governo. (E) a receita de impostos não pode estar vinculada a órgãos, fundos ou despesas, ressalvados os casos previstos na Constituição. 41. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da universalidade recomenda a inclusão de todas as receitas e despesas governamentais no orçamento, definindo-se de forma específica a vinculação de umas com as outras. 42. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As fundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. 43. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal. 44. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da anualidade não implica que o orçamento coincida com o ano civil. 45. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Ao assumir o cargo de prefeito do Município X, o Sr. Antônio realizou uma análise minuciosa da Lei Orçamentária e de seus respectivos anexos. Ele ficou com dúvida sobre o porquê de o valor fixado para a despesa com a construção de uma nova escola não correspondia àquele apresentado no Plano Plurianual. Considerando que para o quadriênio só foi prevista a construção de uma escola, o fato pode ser justificado pelo princípio orçamentário da (A) exclusividade. (B) unidade. (C) universalidade. (D) anualidade. (E) especificação. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 41 46. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público realizar licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em observância ao princípio da exclusividade. 47. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) A Lei Orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos especiais e para contratação de operação de crédito. 48. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) A Constituição Federal brasileira adota explicitamente o princípio da exclusividade na elaboração da lei orçamentária anual, entretanto, ressalva os casos de autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito. 49. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Caso determinado estado da Federação apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a União, 5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da receita não representa violação ao princípio da não vinculação de receitas tributárias. 50. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O princípio orçamentário que estabelece que a Lei do Orçamento não consigne dotações globais destinadas a atender indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras é denominado Princípio da (A) Não afetação das Receitas. (B) Anualidade. (C) Clareza. (D) Exclusividade. (E) Especificação. 51. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio: CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 42 (A) do equilíbrio. (B) da clareza. (C) da discriminação. (D) da não afetação. (E) da unidade orçamentária. 52. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O princípio orçamentário da afetação de receitas, previsto no art. 167 da Constituição Federal brasileira, é adotado em nosso país sem qualquer tipo de ressalva. 53. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2010) O princípio orçamentário que define que nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva para cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em lei, é denominado Princípio da Reserva Legal. 54. (FCC/PROCURADOR/TCE-MA/2005) No caso do Município e sob o princípio orçamentário da não afetação de receita, os impostos não devem se vincular a órgão, fundo ou despesa, exceto quando sua aplicação financie (A) exclusivamente a Educação e a Saúde. (B) a Educação; a Saúde; as garantias às operações de crédito por antecipação da receita (ARO) e o pagamento de débitos junto à União. (C) a Educação e os programas de assistência à criança e ao adolescente. (D) as garantias a empréstimos realizados pelo Governo Federal. (E) os programas de renda mínima. 55. (FCC/ANALISTA/TRT-MT/2007) Considere as afirmações abaixo. I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 43 III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras. IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo. O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 56. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. 57. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) Todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária
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