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O problema dos Valores e Objetivos na Educação e seus Fundamentos Filosóficos

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEAD
Disciplina: Filosofia da Educação
Professor: Wesley Dinali
Polo: Diadema
Tutor a Distância: 
Estudante: 
O problema dos Valores e Objetivos na Educação e seus Fundamentos Filosóficos
“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces” (Aristóteles).
Para Libâneo (1998) o termo educação é utilizado para caracterizar uma série de situações, que visam a adaptação dos comportamentos dos indivíduos e grupos a determinadas exigências do contexto social, como a família, a escola, a igreja, a fábrica e outros. E atribuindo, assim, à educação funções relativas a manutenção de padrões de comportamento socialmente aceitos e esperados, de modo que, a cada geração seja possível, através do ato educativo repassar e perpetuar o modelo de sociedade que seria sempre repetido; imutável.
Então, o que é Educação?
Em sua etimologia, a palavra “educação” nos remete ao termo latino ex-ducere, no qual ducere é um verbo que significa conduzir ou levar; ex é uma preposição latina, que tem o sentido indicativo de origem ou procedência, “o lugar de onde se afasta”; ex pode significar ainda “para fora de...”. Assim, a palavra “educação”, fiando-se no seu antepassado latino “ex-ducere”, pode significar: conduzir alguém para fora do lugar onde se encontra; levar para fora; conduzir ou levar alguém no seu ir para fora do lugar onde está. (CRITELLI, 1981, p. 43-44).
Portanto, tal como foi significada acima, a palavra “educação” envolve ação, pois nela encontramos os verbos “conduzir” ou “levar”, logo, podemos concluir que toda educação, à medida que é ação, é também intencional, ou seja, visa a um telos (finalidade ou objetivo último) ou o tem.
Se, o objetivo da educação é levar, conduzir o indivíduo para fora de onde está, e com isso transformá-lo de forma intencional; esse indivíduo com o
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NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEAD
conhecimento e capacidades adquiridas para ser um humano melhor; ele será fundamental para a transformação de uma nação, pois os indivíduos que não valorizam a ética, o trabalho e a educação em geral, refletem de forma mais ampla, num país de economia frágil, onde os rendimentos são inferiores, refletindo em todo seguimento, como habitação, saúde, qualidade e expectativa de vida. As nações que priorizam e valorizam a educação no ser humano tem, com esse objetivo, maneiras concretas de ascensão profissional-econômica através do esforço em anos de estudo e trabalho. Os países que detêm uma boa educação, respeito, zelam para o cumprimento das leis, condenam a corrupção, os privilégios e praticam a cidadania, como consequência, desenvolvem-se. Enquanto isso, nos países onde a educação é esquecida, desprezada e até mesmo maquiada, as pessoas a todo o momento tentam levar vantagem, são facilmente corrompidas entre outras atitudes questionáveis, que ocorridas coletivamente compromete o crescimento político-econômico-administrativo do país.
A educação é um instrumento capaz de desenvolver qualquer nação.
Valores e Objetivos nas ações educativas
Se a educação é um instrumento capaz de desenvolver qualquer nação, quais são seus reais objetivos e valores nessa transformação?
Na educação, o telos (objetivo) é basicamente o direcional que coordena e orienta a ação; ou melhor, ele é que comanda logicamente a dinâmica educativa tanto na teoria quanto na prática. Ademais, é fundamental considerar ainda que é em consonância com o telos objetivado pela educação que os valores vão se definindo, fermentando-se e sendo transmitidos no seio da dinâmica educativa.
Para exemplificar,tomemos a cidade de Esparta, da antiga Grécia. O objetivo (telos) era formar o homem guerreiro para uma sociedade guerreira, então, em consonância com esse telos, a coragem e a habilidade no uso de armas eram tomadas como valores extremamente importantes na educação dos jovens espartanos. Do mesmo modo, nos dias de hoje, para a educação que convém aos “homens de negócio” e à sociedade de consumo, diante da globalização da
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economia, das novas tecnologias e da reestruturação do padrão de produção capitalista, a flexibilidade, a criatividade, as capacidades de abstração e de decisão são tidas como valores essencialmente pretendidos na formação dos novos operários para o mercado de trabalho contemporâneo.
Com o exemplo acima, o que se pretende mostrar é que os valores priorizados numa determinada ação educativa agem no sentido de moldar o perfil e o comportamento dos atores envolvido nesta ação. Além disso, eles atuam ainda no sentido de determinar a escolha dos conteúdos a serem trabalhados, como também a maneira de trabalhá-los e avaliá-los; tudo isso tendo em vista o telos pretendido ou visado.
O telos, por excelência, de toda educação é o desenvolvimento e a promoção humana. Entretanto, a educação só realiza sua finalidade (telos), de levar o homem a tornar-se humano, se ela se transforma em ação. A finalidade da educação não tem sentido fora da ação que a concretiza.
Educar alguém é educá-lo sempre para uma situação, ou seja, para uma circunstância, na qual ele vive e constrói seu ser, à qual ele vai confirmar ou tentar transformar. Logo, no momento em que se impõe o problema dos valores de uma ação educativa, é preciso que interroguemos não somente pelo perfil de ser humano que aí está se pressupondo (às vezes, sem se dar conta), mas sobretudo pela circunstância em que se encontra inserido o educando ao qual esta ação se refere, uma vez que, esta circunstância é parte constitutiva daquilo que ele é.
Portanto, se a circunstância é parte constitutiva do ser do homem, logo, as diferenças de circunstâncias implicam diferenças no ser humano. Sendo assim, uma ação educativa que não esteja, em seus valores e objetivos, profundamente comprometida com a circunstância em que vive o ser humano a que ela se refere, será uma ação alienada e abstrata, por não ter suas raízes afundadas no solo da circunstância em que ela se insere; mas será também uma ação alienante e ideológica, por afastar o homem a que ela se refere de sua circunstância, afastando-o assim de si mesmo, visto que sua circunstância é parte constitutiva de seu ser.
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Ação educativa para o homem no Brasil
Em primeiro lugar precisamos no questionar em que circunstância esse homem se constitui em seu ser humano.
Podemos dizer que a circunstância do homem brasileiro é a própria América Latina, visto que, enquanto país latino-americano, o Brasil participa da mesma circunstância de opressão, exploração, exclusão e inferiorização em que se encontram os países latino-americanos frente aos países desenvolvidos. Num sentido restrito, que não exclui o sentido amplo, a circunstância deste homem é o próprio Brasil, país tão abaixo de suas potencialidades, com enormes injustiças e desigualdades, com um fosso enorme entre uma minoria rica e opressora e a imensa maioria empobrecida, oprimida, carente de cultura, de participação política, de saúde, de moradia, de comunicação social, de escolhas livres etc.
A meta geral de toda educação é o desenvolvimento ou a promoção do ser humano, discutir educação para o homem que se forma nestas circunstâncias, implica perguntar-se quais deveriam ser os valores e objetivos de uma educação que o levasse a superar essas circunstâncias, que lhe negam na plenitude de seu direito de ter uma vida digna, com casa, comida e cultura, participando nas decisões que definem os rumos da sociedade da qual ele faz parte, podendo criar, escolher, decidir e sonhar, para si, os projetos de sua própria existência.
A ação educativa busca desenvolver potenciais e habilidades,que contribuam para o exercício de novas habilidades a favor do meio em que vive; sendo também um processo político, de interação, de formação para a cidadania e para a democracia, pois na ação educativa produz-se coletivamente um conjunto de significações sociais, culturais e políticas, através da troca de saberes, compartilhamento de significados, potencialização da capacidade de crítica.
Portanto, se queremos uma ação educativa que, de fato, pretenda em seus valores e objetivos comprometer-se com a promoção do ser a partir de seu acontecer concreto, esta ação precisa estar calcada no conhecimento profundo da circunstância real em que este homem se encontra inserido, orientando-se, com ele, no sentido da negação de tudo aquilo que, em sua circunstância, o
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nega e educando-o para a superação desta circunstância numa outra em que ele poderá, de maneira incoativa e criativa, desenvolver-se pessoal e socialmente até o limite de suas possibilidades, crescendo, assim, numa sociedade em que, concretamente, todos possam ser e viver como humanos.
Referências Bibliográficas
LIBÂNEO,J.C Pedagogia e Pedagogos, Para Que? São Paulo: Cortez,1998
CRITELLI, Dulce Mara. Educação e dominação cultural: tentativa de reflexão ontológica. 2. ed., São Paulo: Cortez, 1981.
OLIVEIRA, W. C. Filosofia da Educação — São João del-Rei, MG : UFSJ, 2011.
STENCEL, A.F.A prática avaliativa como prática pedagógica: trajetória em busca de mudanças: Orientador: Eliane Cleide da Silva Czernisz: : UEL, 2007. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br>:acesso em 04 dez.2012,12:40
MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: as abordagens do processo: Ed.Pedagógica e Universitária, São Paulo,1986
7º Encontro de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais: Direitos Humanos: Ações Educativas e a Construção da Cidadania, Belo Horizonte, 12 a 15 set. 2004. Disponível em: < https://www.ufmg.br/proex/arquivos/7Encontro/Indice2.htm> acesso em: 04 dez. 2012, 13:00

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