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Noções de Direito Administrativo

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LEI N. 9.784/1999
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
NA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
INTRODUÇÃO
Para uniformizar as regras administrativas em relação 
aos processos administrativos no âmbito da Administração 
Pública Federal foi editada a Lei n. 9.784/1999.
Processo em sentido amplo é a forma, o instrumento 
utilizado pelos três poderes do Estado (Judiciário, Legisla-
tivo e Executivo) para a consecução de seus fins. Nesse 
sentido, o processo “se apresenta como uma série de atos 
coordenados para realização dos fins estatais, pode-se 
fazer um primeira classificação, separando-se, de um lado, 
o processo legislativo, pelo qual o Estado elabora a lei, e, 
de outro, os processos judicial e administrativo, pelo quais 
o Estado aplica a lei” (DI PIETRO, 2004, p. 528, grifo nosso).
No processo administrativo a Administração atua como 
parte interessada, a relação que se forma é bilateral, ou 
seja, o administrado deduz uma pretensão perante a Admi-
nistração e esta decide conforme seus interesses utilizando 
a lei como parâmetro. Já nos processos judiciais o Estado 
atua como terceira pessoa, o Poder Judiciário, quando pro-
vocado, resolve conflito de interesses particulares, tem-se, 
portanto, uma relação jurídica trilateral: autor, réu e o juiz.
A Lei n. 9.784/1999, tem características de lei federal, 
visto que é aplicada apenas na tramitação dos processos admi-
nistrativos dentro da Administração Pública Federal (Executivo, 
Legislativo e Judiciário Federal). Os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, em razão de suas autonomias, podem estabe-
lecer suas próprias regras a respeito de seus processos admi-
nistrativos. No entanto, nada impede que essas pessoas se uti-
lizem dos dispositivos contidos na Lei n. 9.784/1999.
Por fim, vale destacar que as normas contidas na Lei n. 
9.784/1999 têm caráter genérico e subsidiário, nesse sen-
tido o art. 69 disciplina que “os processos administrativos 
específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei”. 
Sendo assim, os processos administrativos específicos, 
como é o caso do Processo Administrativo Disciplinar (regu-
lado pela Lei n. 8.112/1990); os processos tributários, regu-
lados pelo Código Tributário Nacional, ou seja, as leis refe-
rentes a processos administrativos específicos continuam 
sendo normalmente aplicadas. 
Exemplificando o tema: considere que uma equipe 
de fiscalização do IBAMA, ao fiscalizar uma determinada 
ADENDO
POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL – MÓDULO II
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
empresa, aplicasse uma multa motivando a ocorrência de 
dano ambiental. Nessa situação hipotética, a empresa multada 
poderia exercer o direito do contraditório e da ampla defesa, 
no qual seria aberto um processo administrativo para apurar a 
legalidade e a veracidade da situação narrada. Outro exemplo 
pode-se dar quando um administrado solicita um laudo técnico 
à Administração para posteriormente obter alvará de licença. 
Nesse caso, a Administração Pública irá iniciar um processo 
administrativo para o consentimento ou não da referida licença.
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DOS PROCESSOS ADMINIS-
TRATIVOS
Com base na doutrina de Hely Lopes Meirelles, o pro-
cesso administrativo deve observância constante a cinco 
princípios: o da legalidade objetiva, o da oficialidade, o 
do informalismo, o da verdade material e o da garantia de 
defesa. 
Legalidade objetiva
O princípio da legalidade objetiva exige que o processo 
administrativo deve ser instaurado e conduzido com base na 
lei. Todo processo administrativo deve embasar-se em uma 
norma legal específica para estar em conformidade com a 
legalidade objetiva, portanto, se o processo for conduzido 
contrariamente a determinação da lei, esse deverá ser inva-
lidado.
 Oficialidade (princípio do impulso oficial)
Compete à Administração a movimentação dos pro-
cessos administrativos, mesmo os iniciados pelo particu-
lar. Por esse princípio, após o início do processo, mesmo 
os iniciados pelo particular, aquele passa a pertencer ao 
Poder Público, a quem compete seu impulsionamento, até 
a decisão final. Diferentemente do processo administrativo, 
é o judicial, naquele a Administração movimenta o processo 
mesmo que o particular não dê prosseguimento; no judicial, 
cabem às partes impulsionar o processo, sob pena da para-
lisação.
 Informalismo
Pelo princípio do informalismo são dispensados ritos 
sacramentais e formas rígidas para o processo adminis-
trativo. Bastam as formalidades estritamente necessárias 
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à obtenção da certeza jurídica e à segurança processual. 
Esse princípio é justamente para beneficiar o particular, pois 
não é necessária a participação, em regra, de advogado.
Meirelles (2008, p. 696) leciona que o processo admi-
nistrativo deve ser simples, despido de exigências formais 
excessivas. No entanto, “quando a lei impõe uma forma ou 
uma formalidade, esta deverá ser atendida, sob pena de 
nulidade do procedimento”.
Outra característica dos processos administrativos é 
que o interessado tem a faculdade de atuar pessoalmente 
sem o acompanhamento de um advogado. Mesmo nos pro-
cessos administrativos instaurados para o fim de aplicação 
de sanções disciplinares a servidores públicos não é exigido 
a presença de advogado, é esse o conteúdo da Súmula Vin-
culante n. 5: “A falta de defesa técnica por advogado no pro-
cesso administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.
 
 Verdade material
O princípio da verdade material retrata uma das diferen-
ças entre os processos administrativos e judiciais. Por esse 
princípio o importante é conhecer o fato efetivamente 
ocorrido. Importa saber como ocorreu o fato no mundo 
real. As provas podem ser apresentadas em qualquer 
fase do processo.
Nos processos judiciais vale “o que não está nos 
autos, não está no mundo jurídico”. Partindo do princípio da 
verdade material é aceito a reforma em prejuízo reformatio 
in pejus. Logo, por exemplo, se uma pessoa jurídica em um 
processo fiscal levar duas multas e recorrer, e por acaso 
for acolhido que uma delas é indevida, poderá haver outro 
recurso para uma instância superior, logo, esta poderá 
reformar a decisão, mantendo a multa que foi invalidada 
primeiramente. Isso decorre da verdade material, que é 
proibida nos processos judiciais.
 Contraditório e ampla defesa
Esse princípio é de necessário entendimento tanto 
nos processos administrativos quanto nos judiciais. A 
Constituição Federal em seu art. 5º, LV, expressa que “aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
A ampla defesa está relacionada à utilização de todos 
os meios lícitos, pelo acusado, para provar sua inocência. Já 
o contraditório é a garantia de que seja dada ao acusado a 
oportunidade de manifestar-se a respeito de todos os fatos 
a ele imputados e de todas as provas contra ele produzidas.
PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA LEI N. 9.784/1999
Está disposto no art. 2º da Lei do processo 
administrativo que “a Administração Pública obedecerá, 
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse 
público e eficiência”. Esses princípios devem ser atendidos 
de maneira conjunta com os princípios informadores dos 
processos administrativos em geral.
•  legalidade: exige que o processo administrativo 
seja conduzido com base em lei e no direito.
•  finalidade: o processo administrativo deve ser con-
duzido de modo a satisfazer o interesse públicoe 
não o interesse particular.
•  motivação: indicação dos pressupostos de fato e 
de direito que determinarem a decisão.
•  razoabilidade: adequação entre meios e fins. Cri-
tério de bom senso, o administrador deve ter uma 
atitude equilibrada.
•  proporcionalidade: “princípio da proibição de 
excesso”. A edição do ato deve ser proporcional ao 
dano ou ao perigo. Segundo a Lei n. 9.784/1999 
a proporcionalidade “veda a imposição de obriga-
ções, restrições e sanções em medida superior 
àquelas estritamente necessárias ao atendimento 
do interesse público”.
•  moralidade: atuação segundo padrões éticos de 
probidade, decoro e boa-fé.
•  ampla defesa (art. 5º, LV): possibilidade de utiliza-
ção de todos os meios, pelo acusado, para provar 
sua inocência. 
•  contraditório (art. 5º, LV): é necessário que seja 
dado ao acusado a oportunidade de manifestar-se 
a respeito de todos os fatos a ele imputados e de 
todas as provas contra ele produzidas.
•  segurança jurídica: veda a aplicação retroativa de 
nova interpretação de lei no âmbito da Administra-
ção Pública. O princípio da segurança jurídica não 
permite que novas orientações extraídas de inter-
pretações firmadas pela Administração sobre deter-
minadas matérias tenham aplicação retroativa.
•  interesse público: é decorrente da impessoali-
dade (vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades).
•  eficiência: (art. 37, da CF/1988).
 DIREITOS DO ADMINISTRADO
São direitos do administrado em relação aos processos 
administrativos: 
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e 
servidores, que deverão facilitar o exercício de seus 
direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
II – ter ciência da tramitação dos processos admi-
nistrativos em que tenha a condição de interessa-
do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos 
neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
III – formular alegações e apresentar documentos 
antes da decisão, os quais serão objetos de consi-
deração pelo órgão competente; 
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advoga-
do, salvo quando obrigatória a representação, por 
força de lei.
Em razão do exposto, a lei do processo administra-
tivo federal disciplina uma lista exemplificativa de direitos 
dos administrados perante a administração no decorrer dos 
processos. Vale dizer que o Poder Público deve atender, 
também, ao disciplinado no art. 5º, LXXVIII, da CF/1988, que 
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estabelece a condução do processo nos seguintes termos: 
“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegura-
dos a razoável duração do processo e os meios que garan-
tam a celeridade de sua tramitação”. Essa determinação 
constitucional é conhecida como princípio da celeridade pro-
cessual. 
Cabe mencionar outro direito dispensado ao adminis-
trado incluído pela Lei n. 12.008/2009, que acrescentou 
o art. 69-A ao texto da Lei n. 9.784/1999, nos seguintes 
termos:
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qual-
quer órgão ou instância, os procedimentos adminis-
trativos em que figure como parte ou interessado: 
(Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009)
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (ses-
senta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009) 
II – pessoa portadora de deficiência, física ou men-
tal; (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009) 
III – (Vetado) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009)
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, es-
clerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia 
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose an-
quilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, es-
tados avançados da doença de Paget (osteíte de-
formante), contaminação por radiação, síndrome de 
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, 
com base em conclusão da medicina especializada, 
mesmo que a doença tenha sido contraída após o 
início do processo. (Incluído pela Lei n. 12.008, de 
2009)
§1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, 
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo 
à autoridade administrativa competente, que deter-
minará as providências a serem cumpridas. (Incluí-
do pela Lei n. 12.008, de 2009)
§2º Deferida a prioridade, os autos receberão iden-
tificação própria que evidencie o regime de tramita-
ção prioritária. (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009)
Esse direito de prioridade na tramitação do processo é 
justificado pela situação pessoal do administrado.
É oportuno observar que o administrado não tem 
apenas direitos. A lei em estudo disciplina que são deveres 
do administrado perante a Administração (art. 4º):
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicita-
das e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
 INÍCIO DO PROCESSO 
Conforme dispõe o art. 5º, o processo administrativo 
pode ser iniciado pela Administração (de ofício) ou pelo 
interessado (a pedido).
O requerimento inicial do interessado deve ser formu-
lado por escrito, salvo nos casos em que for admitida solici-
tação oral, e conterá os seguintes elementos:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se di-
rige;
II – identificação do interessado ou de quem o re-
presente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimen-
to de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos 
e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu re-
presentante.
O art. 8º orienta que os pedidos de diferentes interes-
sados poderão ser formulados em um único requerimento, 
quando estes tiverem conteúdo e fundamento idêntico, salvo 
preceito legal em contrário. Por fim, o art. 9º define como 
legitimadores no processo, na qualidade de interessados:
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como 
titulares de direitos ou interesses individuais ou no 
exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, 
têm direitos ou interesses que possam ser afetados 
pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representati-
vas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente 
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Regra: São considerados capazes, para fins de pro-
cesso administrativo, os maiores de 18 anos.
 COMPETÊNCIA
A competência para apreciar o processo administrativo 
é do órgão administrativo a que foi atribuída esta função. 
No entanto, nos casos admitidos, a competência poderá ser 
delegada ou avocada.
•  Delegação: os atos podem ser delegados, desde que 
não tenham impedimento legal. O art. 13 da lei em 
estudo estabelece as matérias indelegáveis, a saber:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão 
ou utoridade.
Características
a)  a competência é irrenunciável;
b)  é admitida a delegação entre órgãos que não sejam 
subordinados. Ex.: O Ministério da Saúde delega ao 
Ministério do Trabalho a competência para estabe-
lecer regras referente a prevenção de doenças la-
borais. Note que não há hierarquia entre os órgãos 
envolvidos; 
c)  o ato de delegação e sua revogação deverão ser 
publicados no meio oficial (art. 14);
d)  o ato de delegação é revogável a qualquer tempo 
pela autoridade delegante (§2º do art. 14);
e)  as decisões adotadas por delegação devem men-
cionar explicitamente esta qualidade e considerar-
-se-ão editadas pelo delegado (§3º do art. 14). 
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•  Avocação: é o exercício de atribuição de órgão infe-
rior pelo superior(o órgão chama para si a compe-
tência originariamente atribuída ao órgão inferior). 
Para haver a avocação é necessário haver poder 
hierárquico entre os órgãos envolvidos.
Enquanto a delegação é a regra, a avocação é medida 
excepcional. O art. 15 disciplina a matéria nos seguintes 
termos: “será permitida, em caráter excepcional e por motivos 
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária 
de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
 IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 
O impedimento gera a incapacidade absoluta de pra-
ticar o ato; o servidor fica absolutamente impedido de atuar 
no processo. O servidor impedido deve comunicar o ato à 
autoridade competente, abstendo-se de atuar, sob pena de 
incorrrer em falta grave, para efeitos disciplinares.
O art. 18 estabelece que é impedido de atuar em pro-
cesso administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como 
perito, testemunha ou representante, ou se tais situ-
ações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou 
parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente 
com o interessado ou respectivo cônjuge ou com-
panheiro.
A suspeição gera uma incapacidade relativa, restando 
o vício sanado se o interessado não alegá-la no momento 
oportuno. Se não for alegada a suspeição pela parte 
interessada, o ato praticado pela autoridade suspeita será 
válido. O art. 20 da lei em estudo dispõe que: “pode ser arguida 
a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade 
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou 
com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e 
afins até o terceiro grau”.
Segundo essa orientação a suspeição é disciplinada 
como faculdade da parte interessada, visto que a lei não 
estabelece para o servidor a obrigação de se declarar sus-
peito, como ocorre no caso de impedimento.
Obs.:�  Ambos os institutos tornam o ato anulável, passí-
vel de convalidação por uma autoridade competen-
te, que não esteja na situação de impedimento ou 
suspeição.
 FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO 
Em razão ao princípio do informalismo, os atos do pro-
cesso não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir. No entanto, devem ser produzidos por 
escrito, em vernáculo (língua portuguesa), com a data e o local 
de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
Atendendo ao princípio do informalismo, o §2º do art. 22 
dispõe que o reconhecimento de firma somente será exigido 
quando houver dúvida de autenticidade. E o §3º do mesmo 
artigo estabelece que a “autenticação de documentos exi-
gidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo”.
Em regra “os atos do processo devem realizar-se em 
dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição 
na qual tramitar o processo” (art. 23). No entanto os atos já 
iniciados poderão ser concluídos depois do horário normal, 
pois, em determinadas situações, o adiamento pode prejudi-
car o curso regular do procedimento ou cause dano ao inte-
ressado ou à Administração.
Em relação ao lugar dos atos processuais, o art. 25 dis-
ciplina que “os atos do processo devem realizar-se preferen-
cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado 
se outro for o local de realização”.
Por fim, o art. 24 estabelece o prazo de cinco dias, 
podendo ser prorrogado por até mais cinco (mediante jus-
tificativa), para a prática de atos processuais pela Adminis-
tração ou pelo particular quando inexistentes disposições 
específicas. Logo, a lei estabeleceu um prazo genérico que 
só deverá ser utilizado quando na falta de prazos específi-
cos previstos na lei.
 INTIMAÇÃO DO INTERESSADO 
O particular deve ser intimado das decisões do pro-
cesso ou da realização de diligências. Se necessário o com-
parecimento do particular à repartição, deverá ser ele inti-
mado com no mínimo três dias úteis de antecedência.
O §3º do art. 26 estabelece que “a intimação pode ser 
efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso 
de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure 
a certeza da ciência do interessado”. Quando a Administra-
ção pretender intimar interessados indeterminados, desco-
nhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser 
efetuada por meio de publicação oficial (§4º do art. 26).
A intimação por meio de edital somente deverá se 
realizada quando não for possível a intimação pelos outros 
meios autorizados pela lei, como: ciência no processo, via 
postal, por telegrama etc.
Obs.:� Em observância ao princípio da verdade material, o 
desatendimento da intimação não importa o reco-
nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia 
do direito pelo administrado (art. 27). 
 INSTRUÇÃO
É a fase do processo que se destina ao levantamento 
de todas as provas e elementos capazes de confirmar ou 
refutar os fatos alegados.
As atividades de instrução destinadas a averiguar e 
comprovar os dados necessários à tomada de decisão reali-
zam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsá-
vel pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados 
de propor atuações probatórias.
O órgão competente para a instrução fará constar dos 
autos os dados necessários à decisão do processo.
Os atos de instrução que exijam a atuação dos inte-
ressados devem realizar-se do modo menos oneroso para 
estes.
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São inadmissíveis no processo administrativo as provas 
obtidas por meios ilícitos.
O art. 31 da lei prevê a possibilidade de haver consulta 
pública na qual a Administração procura obter a opinião dos 
administrados sobre assuntos relevantes discutidos no pro-
cesso. É o seguinte o teor do art. 31 da Lei n. 9.784/1999:
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver 
assunto de interesse geral, o órgão competente 
poderá, mediante despacho motivado, abrir período 
de consulta pública para manifestação de terceiros, 
antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo 
para a parte interessada.
O art. 32 prevê a possibilidade de realização de audi-
ência pública, que também é uma forma de consulta, e tem 
como função obter manifestações orais e provocar debates 
em sessão pública realizada para debater sobre matéria 
específica.
A abertura da consulta pública será objeto de divulga-
ção pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou 
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para 
oferecimento de alegações escritas.
O comparecimento à consulta pública não confere, por 
si, a condição de interessado do processo, mas confere o 
direito de obter da Administração resposta fundamentada, 
que poderá ser comum a todas as alegações substancial-
mente iguais.
Os órgãos e entidades administrativas, em matéria 
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação 
de administrados, diretamente ou por meio de organizações 
e associações legalmente reconhecidas.
Os resultados da consulta e audiência pública e de 
outros meios de participação de administrados deverão ser 
apresentados com a indicação do procedimento adotado.
Quando necessária à instrução do processo, a audiên-
cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser 
realizada em reunião conjunta, com a participação de titula-
res ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se 
a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Cabe ao interes-
sado a prova dos fatos que tenha alegado.
Quando o interessado declarar que fatos e dados estão 
registrados em documentos existentes na própria Adminis-
tração responsável pelo processo ou em outro órgão admi-
nistrativo, o órgão competente para a instrução proverá, 
de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas 
cópias.
O interessado poderá, na fase instrutóriae antes da 
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, reque-
rer diligências e perícias, bem como aduzir alegações refe-
rentes à matéria objeto do processo.
Quando for necessária a prestação de informações ou 
a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, 
serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se 
data, prazo, forma e condições de atendimento. Não sendo 
atendida a intimação, poderá o órgão competente, se enten-
der relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se 
eximindo de proferir a decisão.
Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao 
interessado forem necessários à apreciação de pedido for-
mulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administra-
ção para a respectiva apresentação implicará arquivamento 
do processo.
Os interessados serão intimados de prova ou diligên-
cia ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, 
mencionando-se data, hora e local de realização.
Quando deve ser obrigatoriamente ouvido um órgão 
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo 
de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada neces-
sidade de maior prazo.
Obs.:�  Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de 
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá 
seguimento até a respectiva apresentação, respon-
sabilizando-se quem der causa ao atraso.
  Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar 
de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá 
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispen-
sa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se 
omitiu no atendimento.
Quando por disposição de ato normativo devem ser 
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrati-
vos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, 
o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo 
técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade 
técnica equivalentes.
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de 
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro 
prazo for legalmente fixado.
Em caso de risco iminente, a Administração Pública 
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras 
sem a prévia manifestação do interessado.
Os interessados têm direito à vista do processo e a 
obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e docu-
mentos que o integram, ressalvados os dados e documentos 
de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privaci-
dade, à honra e à imagem.
O órgão de instrução que não for competente para 
emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido 
inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará 
proposta de decisão, objetivamente justificada, encami-
nhando o processo à autoridade competente.
 
 DECISÃO DO PROCESSO
Concluída a instrução, a Administração tem o prazo de 
até 30 dias para emitir a decisão, esse prazo poderá ser 
prorrogado, desde que motivado, por mais 30 dias (art. 49). 
Disciplina o art. 48 que a “Administração tem o dever de 
explicitamente emitir decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua 
competência”.
Por fim, quando o órgão responsável pela instrução não 
for competente para emitir a decisão final, elaborará relatório indi-
cando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e 
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, enca-
minhando o processo à autoridade competente (art. 47).
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 MOTIVAÇÃO
Em regra, os atos devem ser motivados. O art. 50 da lei em 
estudo exemplifica alguns atos de motivação obrigatória, a saber:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser moti-
vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interes-
ses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou 
sanções;
III – decidam processos administrativos de concur-
so ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de 
processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre 
a questão ou discrepem de pareceres, laudos, pro-
postas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo.
Deve-se entender que não são só apenas os atos 
transcritos nesse artigo que devem ser motivados. Di Pietro 
(2004, p. 204) leciona “que a motivação é, em regra, neces-
sária, seja para os atos vinculados, seja para os atos discri-
cionários, pois constitui garantia de legitimidade, que tanto 
diz respeito ao interessado como à própria Administração 
Pública; a motivação é que permite a verificação, a qualquer 
momento, da legalidade do ato, até mesmo pelos demais 
Poderes do Estado”.
Por fim o §1º do art. 50 disciplina que “a motivação 
deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em 
declaração de concordância com fundamentos de anteriores 
pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste 
caso, serão parte integrante do ato”.
 DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO PROCESSO
A desistência do processo poderá ser requerida a 
qualquer momento pelo interessado. O art. 51 estabelece 
que “o interessado poderá, mediante manifestação escrita, 
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, 
renunciar a direitos disponíveis”.
Se houver vários interessados no processo, a desistên-
cia ou renúncia atinge somente a quem a tenha formulado 
(§1º do art. 5º). A desistência ou a renúncia do interessado 
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Adminis-
tração considerar que é de interesse público o seu prosse-
guimento (§2º do art. 5º).
 ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Embora a Lei n. 9.784/1999 tenha como objetivo esta-
belecer regras referentes ao processo administrativo, seus 
mandamentos têm grande influência na teoria dos atos 
administrativos. Com efeito, esse tema já foi amplamente 
lecionado no capítulo específico que trata desta teoria dos 
atos, contudo vale repetir alguns pontos estabelecidos pela 
lei em estudo.
Os atos ilegais devem ser anulados pela própria Admi-
nistração Pública ou pelo Poder Judiciário. Já a revogação 
só é realizada pela própria Administração. Nesse sentido, o 
art. 53 disciplina que “Administração deve anular seus pró-
prios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode 
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
peitados os direitos adquiridos”.
O art. 55 admite a possibilidade da convalidação dos atos 
administrativos defeituosos. Com o advento da lei do processo 
administrativo federal, ficou pacificada a possibilidade de con-
validação, pois a doutrina até então não admitia a possibili-
dade da convalidação dos atos administrativos. Os autores 
que não admitiam a convalidação argumentavam que: os atos 
são legais ou ilegais, válidos ou nulos, não existindo a possibi-
lidade de correção e são incapazes de produzir efeitos. O teor 
do art. 55, que disciplina a convalidação, é o seguinte:
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarre-
tarem lesão ao interesse público nem prejuízo a ter-
ceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração.
Prazo para anulação do ato na esfera federal (art. 54 da 
Lei n. 9.784/1999):
a)  é de 5 anos, se o ato for favorável ao administrado 
e se este estiver de boa-fé; 
b)  não há prazo se for desfavorável ao administrado ou 
se em ato favorável o administrado estava de má-fé.
Obs.:� No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo 
de decadência contar-se-á da percepção do primei-
ro pagamento (5 anos).
 RECURSO ADMINISTRATIVO E REVISÃO 
Das decisões administrativas cabe recurso, em face de 
razões de legalidade e de mérito (art. 56). 
A Lei n. 9.784/1999 autoriza a interposição de recursoadministrativo para combater suas próprias decisões. Nesse 
caso, estamos diante do denominado recurso hierárquico 
(decidido por autoridade superior à que proferiu a decisão 
recorrida)
O art. 57 estabelece que o recurso administrativo trami-
tará no máximo por três instâncias administrativas, salvo dis-
posição legal diversa. Isso que dizer que haverá no máximo 
dois recursos, como, por exemplo: cabe um recurso da pri-
meira decisão, que levará o processo a ser decidido em 
segunda instância, e outro recurso para combater a decisão 
proferida na segunda instância, que levará o processo a ser 
decidido em terceira instância. Vale lembrar que outras leis 
específicas podem disciplinar processos com mais de três 
instâncias ou com menos instâncias recursais.
O §1º do art. 56 disciplina que “o recurso será dirigido à 
autoridade que proferiu a decisão, aqueles, se não a recon-
siderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade 
superior”. Vale repetir: antes de ser encaminhado o recurso 
à autoridade superior, a autoridade que proferiu a decisão 
recorrida terá de manifestar-se quanto à possibilidade de 
reconsideração (possibilidade de modificar a decisão que 
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ela própria proferiu), no prazo de cinco dias, contudo, se não 
houver reconsideração, o recurso será encaminhado para 
autoridade superior – recurso hierárquico. 
O prazo para interpor recurso, não havendo disposição 
específica, é de dez dias contados da ciência ou divulgação 
oficial da decisão recorrida, restando à autoridade decidir o 
recurso no prazo de trinta dias (podendo ser prorrogado por 
igual período mediante justificativa) a partir do recebimento 
do recurso.
O prazo de 10 dias para interpor recurso é preclusivo, 
desse modo o recurso interposto fora do prazo não será 
reconhecido. O art. 58 da lei em estudo arrola os legitimados 
para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem 
parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indi-
retamente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representati-
vas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos 
ou interesses difusos.
Questão relevante a respeito do provimento do recurso 
é disciplinado no art. 63, o qual estabelece a seguinte regra:
Art. 63. O recurso não será conhecido quando in-
terposto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
Contudo, o §2º do art. 63 possibilita, em decorrência 
da autotutela administrativa, que “o não conhecimento do 
recurso não impede a Administração de rever de ofício o 
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administra-
tiva”.
Em regra, a lei estabelece a inexigibilidade de caução 
para interposição de recurso administrativo. Essa inexigibili-
dade é disposta nos seguintes termos (§2º do art. 56):
§2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso 
administrativo independe de caução.
Consoante se consta, a lei deixou oportunidade para 
outras leis específicas adotarem ou não a necessidade de 
depósito de valores como garantia como condição para a 
interposição de recursos em processos administrativos.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal entende ser 
inconstitucional a existência, mesmo que estabelecida em 
lei, de caução como condição de admissibilidade de recur-
sos em processos administrativos concernentes a tributos. 
Para o STF, a exigência dessa ordem configura ofensa ao 
art. 5º, LV, da Constituição: “aos litigantes, em processo judi-
cial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
sos a ela inerentes”.
Esse posicionamento foi cristalizado na redação da 
Súmula Vinculante n. 21, que tem a seguinte redação:
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrola-
mento prévios de dinheiro ou bens para admissibili-
dade de recurso administrativo.
Decorre, então, que, se alguma lei estipular exigên-
cia de depósito ou arrolamento de bens como condição de 
admissibilidade de recursos em processo administrativo, 
será inconstitucional nessa parte.
O art. 61 dispõe que: salvo disposição legal em contrá-
rio, o recurso não tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que, 
em regra, o recurso só possui efeito devolutivo (será apre-
ciado por outra autoridade), isso significa que a Administra-
ção não fica impedida de praticar o ato que esteja sendo 
revisionado por outra esfera administrativa.
Como exemplo, temos a interdição de um estabeleci-
mento comercial realizado pelos fiscais da vigilância sanitá-
ria. Nesse exemplo, se o interessado entrar com um recurso 
questionando o ato de interdição, o estabelecimento conti-
nuará fechado até a decisão do recurso (efeito devolutivo), 
se esse tivesse efeito suspensivo o estabelecimento seria 
primeiro reaberto, e posteriormente decidido o recurso.
Contudo, o efeito suspensivo pode ser excepcional-
mente concedido conforme disciplina o parágrafo único do 
art. 61, a saber: “havendo justo receio de prejuízo de difícil 
ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade 
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a 
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso”.
O art. 64 estabelece que o órgão competente para deci-
dir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, 
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for 
de sua competência. E no caso da decisão recorrida ocorrer 
gravame à situação do recorrente (reformatio in pejus), este 
deverá ser cientificado para que formule suas alegações 
antes da decisão.
De forma diversa, o art. 65 que dispõe sobre a revisão 
do processo administrativo não se admite o agravamento 
das sanções (reformatio in pejus). Os processos administra-
tivos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qual-
quer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos 
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar 
a inadequação da sanção aplicada (art. 65).
DECISÃO DE RECURSO CONTRA SÚMULA DO STF
Caso o recorrente alegar que a decisão administrativa 
contrariou enunciado de súmula vinculante editada pelo STF, 
“caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se 
não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso 
à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inapli-
cabilidade da súmula, conforme o caso” (§3º do art. 56).
Não reconsiderada a decisão que contrariou o enun-
ciado de súmula vinculante, a autoridade encaminhará o 
recurso ao órgão competente para decidir o recurso, a qual 
explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da 
súmula, conforme o caso (art. 64-A). 
Finalmente, se o interessado entender que a admi-
nistração violou enunciado de súmula vinculante, poderá 
propor reclamação perante o STF, no entanto deverá pri-
meiramente esgotar as vias administrativas (art. 7º da Lei 
n. 11.417/2006).
Nos termos do art. 64-B se “acolhida pelo Supremo 
Tribunal Federal à reclamação fundada em violação de 
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autori-
dade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do 
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recurso, que deverão adequar às futuras decisões adminis-
trativas em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza-
ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal”.
CONTAGEM DOS PRAZOS
Os prazos começam a correr a partir da data da 
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do 
começo e incluindo-se o do vencimento.
Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil 
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver 
expediente oueste for encerrado antes da hora normal.
Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de 
data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia 
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o 
último dia do mês.
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, 
os prazos processuais não se suspendem.
LEI N. 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999
Regula o processo administrativo 
no âmbito da Administração Pública 
Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o 
processo administrativo no âmbito da Administração Federal 
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da 
Administração.
§1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos 
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, 
quando no desempenho de função administrativa.
§2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – órgão – a unidade de atuação integrante da estru-
tura da Administração direta e da estrutura da Administração 
indireta;
II – entidade – a unidade de atuação dotada de perso-
nalidade jurídica;
III – autoridade – o servidor ou agente público dotado 
de poder de decisão.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre 
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiên-
cia.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão 
observados, entre outros, os critérios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a 
renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo 
autorização em lei;
III – objetividade no atendimento do interesse público, 
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, 
decoro e boa-fé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressal-
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposi-
ção de obrigações, restrições e sanções em medida superior 
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte-
resse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito 
que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garan-
tia dos direitos dos administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para pro-
piciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos 
direitos dos administrados;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresenta-
ção de alegações finais, à produção de provas e à interpo-
sição de recursos, nos processos de que possam resultar 
sanções e nas situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, 
ressalvadas as previstas em lei;
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, 
sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma 
que melhor garanta o atendimento do fim público a que se 
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante 
a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam asse-
gurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o 
cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administra-
tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos 
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhe-
cer as decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes 
da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo 
órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, 
salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 4º São deveres do administrado perante a Adminis-
tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e 
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
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CAPÍTULO IV 
DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de 
ofício ou a pedido de interessado.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo 
casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formu-
lado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o repre-
sente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento 
de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e 
de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu repre-
sentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa 
imotivada de recebimento de documentos, devendo o ser-
vidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas.
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão 
elaborar modelos ou formulários padronizados para assun-
tos que importem pretensões equivalentes.
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de inte-
ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, pode-
rão ser formulados em um único requerimento, salvo pre-
ceito legal em contrário.
CAPÍTULO V 
DOS INTERESSADOS
Art. 9º São legitimados como interessados no processo 
administrativo:
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu-
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do 
direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm 
direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão 
a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no 
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente consti-
tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administra-
tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão espe-
cial em ato normativo próprio.
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce 
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como pró-
pria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente 
admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
rão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua 
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes 
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, 
social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo 
aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegia-
dos aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão 
ser publicados no meio oficial.
§1º O ato de delegação especificará as matérias e 
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a 
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, 
podendo conter ressalva de exercício da atribuição dele-
gada.
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo 
pela autoridade delegante.
§3º As decisões adotadas por delegação devem men-
cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão edi-
tadas pelo delegado.Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por 
motivos relevantes devidamente justificados, a avocação 
temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-
mente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulga-
rão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando 
conveniente, a unidade fundacional competente em matéria 
de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o 
processo administrativo deverá ser iniciado perante a autori-
dade de menor grau hierárquico para decidir.
CAPÍTULO VII 
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 18. É impedido de atuar em processo administra-
tivo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, 
testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem 
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o 
terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com 
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe-
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, 
abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o 
impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou 
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com 
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, 
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição 
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO VIII 
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen-
dem de forma determinada senão quando a lei expressa-
mente a exigir.
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§1º Os atos do processo devem ser produzidos por 
escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realiza-
ção e a assinatura da autoridade responsável.
§2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma 
somente será exigido quando houver dúvida de autentici-
dade.
§3º A autenticação de documentos exigidos em cópia 
poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§4º O processo deverá ter suas páginas numeradas 
seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias 
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na 
qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário 
normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o 
curso regular do procedimento ou cause dano ao interes-
sado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do 
órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos admi-
nistrados que dele participem devem ser praticados no prazo 
de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser 
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se prefe-
rencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interes-
sado se outro for o local de realização.
CAPÍTULO IX 
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o 
processo administrativo determinará a intimação do interes-
sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
dade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, hora e local em que deve comparecer;
IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou 
fazer-se representar;
V – informação da continuidade do processo indepen-
dentemente do seu comparecimento;
VI – indicação dos fatos e fundamentos legais perti-
nentes.
§2º A intimação observará a antecedência mínima de 
três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§3º A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
cesso, por via postal com aviso de recebimento, por tele-
grama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do 
interessado.
§4º No caso de interessados indeterminados, desco-
nhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser 
efetuada por meio de publicação oficial.
§5º As intimações serão nulas quando feitas sem 
observância das prescrições legais, mas o comparecimento 
do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa 
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a 
direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será 
garantido direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro-
cesso que resultem para o interessado em imposição de 
deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos 
e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
CAPÍTULO X 
DA INSTRUÇÃO
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi-
guar e comprovar os dados necessários à tomada de deci-
são realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão 
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos inte-
ressados de propor atuações probatórias.
§1º O órgão competente para a instrução fará constar 
dos autos os dados necessários à decisão do processo.
§2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos inte-
ressados devem realizar-se do modo menos oneroso para 
estes.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo 
as provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto 
de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante 
despacho motivado, abrir período de consulta pública para 
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se 
não houver prejuízo para a parte interessada.
§1º A abertura da consulta pública será objeto de divul-
gação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou 
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para 
oferecimento de alegações escritas.
§2º O comparecimento à consulta pública não confere, 
por si, a condição de interessado do processo, mas confere 
o direito de obter da Administração resposta fundamentada, 
que poderá ser comum a todas as alegações substancial-
mente iguais.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori-
dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada 
audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em 
matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de 
participação de administrados, diretamente ou por meio de 
organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública 
e de outros meios de participação de administrados deve-
rão ser apresentados com a indicação do procedimento ado-
tado.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, 
a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas 
poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participa-
ção de titulares ou representantes dos órgãos competentes, 
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que 
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão 
competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta 
Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e 
dados estão registrados em documentos existentes na pró-
pria Administração responsável pelo processo ou em outro 
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órgão administrativo, o órgão competente para a instrução 
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das res-
pectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e 
antes da tomada da decisão, juntar documentos e parece-
res, requerer diligências e perícias, bemcomo aduzir alega-
ções referentes à matéria objeto do processo.
§1º Os elementos probatórios deverão ser considera-
dos na motivação do relatório e da decisão.
§2º Somente poderão ser recusadas, mediante deci-
são fundamentada, as provas propostas pelos interessados 
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro-
telatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de infor-
mações ou a apresentação de provas pelos interessados ou 
terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, men-
cionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, 
poderá o órgão competente, se entender relevante a maté-
ria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir 
a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli-
citados ao interessado forem necessários à apreciação de 
pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela 
Administração para a respectiva apresentação implicará 
arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou 
diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias 
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um 
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo 
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou compro-
vada necessidade de maior prazo.
§1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de 
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento 
até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem 
der causa ao atraso.
§2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar 
de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter pros-
seguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo 
da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo 
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos 
administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo 
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá soli-
citar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e 
capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o 
direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo 
se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração 
Pública poderá motivadamente adotar providências acaute-
ladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo 
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e 
documentos que o integram, ressalvados os dados e docu-
mentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à 
privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente 
para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o 
pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e for-
mulará proposta de decisão, objetivamente justificada, enca-
minhando o processo à autoridade competente.
CAPÍTULO XI 
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente 
emitir decisão nos processos administrativos e sobre soli-
citações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo adminis-
trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para 
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente 
motivada.
CAPÍTULO XII 
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva-
dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, 
quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou 
sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou 
seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
cesso licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre 
a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e 
relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo.
§1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, 
podendo consistir em declaração de concordância com fun-
damentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, 
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-
mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou 
garantia dos interessados.
§3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e 
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata 
ou de termo escrito.
CAPÍTULO XIII 
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO 
PROCESSO
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação 
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado 
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§1º Havendo vários interessados, a desistência ou 
renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
§2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme 
o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a 
Administração considerar que o interesse público assim o 
exige.
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Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto 
o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da 
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato 
superveniente.
CAPÍTULO XIV 
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios 
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeita-
dos os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo 
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro paga-
mento.
§2º Considera-se exercício do direito de anular qual-
quer medida de autoridade administrativa que importe 
impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta-
rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os 
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser con-
validados pela própria Administração.
CAPÍTULO XV 
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em 
face de razões de legalidade e de mérito.
§1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu 
a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco 
dias, o encaminhará à autoridade superior.
§2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso 
administrativo independe de caução.
§3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa 
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autori-
dade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside-
rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade 
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da 
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 
2006).
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo 
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal 
diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi-
nistrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte 
no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
mente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no 
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou 
interesses difusos.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias 
o prazo para interposição de recurso administrativo, contado 
a partir da ciênciaou divulgação oficial da decisão recorrida.
§1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso 
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta 
dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão compe-
tente.
§2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá 
ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requeri-
mento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos 
do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que 
julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso 
não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de 
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a auto-
ridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de 
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para 
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para 
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando inter-
posto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
§1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente 
a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para 
recurso.
§2º O não conhecimento do recurso não impede a 
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não 
ocorrida preclusão administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso 
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou par-
cialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua com-
petência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste 
artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, 
este deverá ser cientificado para que formule suas alega-
ções antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado 
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o 
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabili-
dade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, 
de 2006).
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a 
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula 
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao 
órgão competente para o julgamento do recurso, que deve-
rão adequar as futuras decisões administrativas em casos 
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas 
esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei n. 
11.417, de 2006).
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem 
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido 
ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias 
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção 
aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá 
resultar agravamento da sanção.
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CAPÍTULO XVI 
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data 
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do 
começo e incluindo-se o do vencimento.
§1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia 
útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver 
expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo 
contínuo.
§3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se 
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia 
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o 
último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
provado, os prazos processuais não se suspendem.
CAPÍTULO XVII 
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade 
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em 
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o 
direito de defesa.
CAPÍTULO XVIII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69. Os processos administrativos específicos con-
tinuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas 
subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer 
órgão ou instância, os procedimentos administrativos em 
que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei n. 
12.008, de 2009).
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) 
anos; (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
II – pessoa portadora de deficiência, física ou 
mental; (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
III – (Vetado) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose 
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversí-
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, 
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopa-
tia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte 
deformante), contaminação por radiação, síndrome de imu-
nodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em 
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 
tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído 
pela Lei n. 12.008, de 2009).
§1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, 
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à auto-
ridade administrativa competente, que determinará as pro-
vidências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei n. 12.008, 
de 2009).
§2º Deferida a prioridade, os autos receberão identifi-
cação própria que evidencie o regime de tramitação prioritá-
ria. (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
§3º (Vetado) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
§4º (Vetado) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
cação.
Brasília 29 de janeiro de 1999;
178º da Independência e 111º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Renan Calheiros 
Paulo Paiva
E X E R C Í C I O S
PROCESSO ADMINISTRATIVO – LEI N. 9.784/1999
1. (ESAF/ AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/ 2010) 
A esposa de um servidor público é advogada e fez a 
defesa administrativa de uma empresa autuada pela 
fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. Os 
honorários que ela pactuou com essa empresa, para a 
realização da defesa, foi com base no resultado (con-
trato de êxito). Esse servidor é a autoridade competen-
te para apreciar a defesa e julgar a autuação. Neste 
caso esse servidor:
a. pode dar-se por suspeito se alguém arguir sua sus-
peição.
b. não está impedido, mas pode dar-se por suspeito, 
por razões de foro íntimo.
c. deve, necessariamente, dar-se por suspeito.
d. está impedido de atuar no feito.
e. não está impedido de atuar no feito nem obrigado 
a dar-se por suspeito, ainda que alguém argua a 
sua suspeição.
2. (ESAF/ MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIO-
NAL/ ANALISTA/ 2012) O desatendimento, pelo parti-
cular, de intimação realizada pela Administração Públi-
ca Federal em processo administrativo
a. não importa o reconhecimento da verdade dos fa-
tos, mas constitui renúncia a direito pelo adminis-
trado, se se tratar de direito disponível.
b. opera extinção do direito de defesa, por opção do 
próprio particular.
c. importa o reconhecimento da verdade dos fatos, 
mas não constitui renúncia automática a direito pelo 
administrado, tratando-se de direito indisponível.
d. importa o reconhecimento da verdade dos fatos, e 
a renúncia a direito pelo administrado.
e. não importa o reconhecimento da verdade dos fa-
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Com base na Lei n. 9.784/1999, que regula o processo 
administrativo em âmbito federal, julgue os itens que 
se seguem.
3. (CESPE/ STJ/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ ÁREA: JU-
DICIÁRIA/ 2012) Os processos administrativos de que 
resultem sanções podem ser revistos a qualquer tem-
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po, a pedido ou de ofício; dessarevisão pode resultar o 
agravamento da sanção, diferentemente do que ocorre 
na esfera judicial.
4. (CESPE/ STJ/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ ÁREA: JU-
DICIÁRIA/ 2012) Os preceitos dessa lei aplicam-se à 
administração pública direta e indireta no âmbito do 
Poder Executivo federal, mas não alcançam os Pode-
res Legislativo e Judiciário da União, que dispõem de 
autonomia para editar atos acerca de sua organização 
e funcionamento quando no desempenho de função 
administrativa.
Com base na Lei n. 9.784/1999, que regula o processo 
administrativo no âmbito da administração pública fe-
deral, julgue os itens subsecutivos.
5. (CESPE/ STJ/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2012) No 
processo administrativo, a norma administrativa deve 
ser interpretada de forma a garantir o atendimento do 
fim público a que se destine, vedada a aplicação retro-
ativa de nova interpretação.
6. (CESPE/ STJ/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2012) A ad-
ministração pode anular seus próprios atos por motivo 
de conveniência ou oportunidade.
7. (CESPE/ STJ/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2012) A Lei 
n. 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos Poderes 
Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de 
funções de natureza administrativa.
8. (FCC/ TRE-SP/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ ÁREA 
ADMINISTRATIVA/ 2012) Determinado cidadão 
apresentou requerimento a órgão público, que restou 
indeferido pela autoridade competente, de forma fun-
damentada e observado o prazo legal para o exame 
do pleito. Ao tomar ciência da decisão, o cidadão, de 
acordo com a Lei n. 9.784/1999, que regula o processo 
administrativo no âmbito federal, 
a. não possui direito a recurso, podendo, contudo, im-
pugnar o ato judicialmente, com a interposição de 
mandado de segurança. 
b. poderá apresentar recurso, dirigido ao superior hie-
rárquico daquele que proferiu a decisão, mediante 
o oferecimento de caução. 
c. poderá apresentar recurso, dirigido à autoridade 
que proferiu a decisão, que poderá reconsiderá-la, 
no prazo de 5 dias, ou, em caso negativo, encami-
nhá-lo à autoridade superior. 
d. não possui direito a recurso, mas apenas a pedido 
de reconsideração, dirigido à autoridade que prati-
cou o ato, desde que fundamentado em elementos 
novos ou adicionais em relação àqueles que foram 
considerados na decisão original. 
e. poderá apresentar recurso ou pedido de reconside-
ração, no prazo de 5 dias, à autoridade que proferiu 
o ato ou ao superior hierárquico, respectivamente, 
ao qual será atribuído efeito suspensivo mediante 
o recolhimento de caução.
9. (FCC/ TRE-PE/ ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA 
ADMINISTRATIVA/ 2011) Nos termos da Lei n. 
9.784/1999, que regula o processo administrativo no 
âmbito da Administração Pública Federal, os atos do 
processo administrativo não dependem de forma de-
terminada senão quando a lei expressamente a exigir. 
Sobre o tema, é correto afirmar: 
a. Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma 
somente será exigido quando houver dúvida de au-
tenticidade. 
b. A autenticação de documentos exigidos em cópia 
não poderá ser feita pelo órgão administrativo. 
c. Os atos do processo não podem, em qualquer hi-
pótese, ser concluídos depois do horário normal de 
funcionamento da repartição. 
d. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão 
ou autoridade responsável pelo processo e dos ad-
ministrados que dele participem devem ser pratica-
dos no prazo de quinze dias. 
e. Os atos do processo administrativo devem realizar-
-se exclusivamente na sede do órgão, sob pena de 
serem considerados inexistentes.
10. (FCC/ TRE-SP/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2012) De-
terminada autoridade administrativa detectou, em pro-
cedimento ordinário de correição, vício de forma em 
relação a determinado ato administrativo concessório 
de benefício pecuniário a servidores. Diante dessa 
situação, foi instaurado procedimento para anulação 
do ato, com base na Lei Federal n. 9.784/1999, que 
regula o processo administrativo no âmbito da Admi-
nistração Pública federal, no qual, de acordo com os 
preceitos da referida Lei, o ato
a. poderá ser convalidado, em se tratando de vício 
sanável e desde que evidenciado que não acarre-
ta lesão ao interesse público.
b. não poderá ser anulado, por ensejar direito adqui-
rido aos interessados, exceto se comprovado dolo 
ou má-fé. 
c. deverá ser revogado, operando-se os efeitos da 
revogação desde a edição do ato, salvo se decor-
rido o prazo decadencial de 5 anos. 
d. poderá ser anulado, revogado ou convalidado, a 
critério da Administração, independentemente da 
natureza do vício, de acordo com as razões de in-
teresse público envolvidas.
e. poderá ser convalidado, desde que não transcorri-
do o prazo decadencial de 5 anos e evidenciada a 
existência de boa-fé dos beneficiados.
Acerca de direito administrativo, julgue os itens a 
seguir.
11. (CESPE/ TRE-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA: 
JUDICIÁRIA/ 2010) Entre os princípios que orien-
tam a condução do processo administrativo, está o 
da verdade formal, segundo o qual a administração 
pública deve decidir a controvérsia fundamentando-se 
somente nas provas produzidas no processo.
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De acordo com o que estabelece a lei que regulamen-
ta o processo administrativo no âmbito da administra-
ção pública federal, julgue o próximo item.
12. (CESPE/ TRE-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA: 
JUDICIÁRIA/ 2010) O administrado tem o direito de 
ter ciência da tramitação dos processos administrati-
vos nos quais figure na condição de interessado, bem 
como o direito de ter vista dos autos e o de obter có-
pias de documentos neles contidos, mediante autori-
zação prévia da autoridade hierarquicamente superior.
Tendo em vista as disposições gerais da lei que regula 
o processo administrativo no âmbito da administração 
pública federal (Lei n. 9.784/1999), julgue os itens a 
seguir.
13. (CESPE/ MPU/ ANALISTA PROCESSUAL/ 2010) 
O processo administrativo pauta-se por uma série de 
princípios que devem ser observados pelas autorida-
des, entre os quais se inclui o impulso de ofício, que 
lhes permite adotar as medidas necessárias à ade-
quada instrução do processo.
14. (CESPE/ MPU/ANALISTA PROCESSUAL/ 2010) A 
referida lei estabelece normas básicas sobre o pro-
cesso administrativo no âmbito da administração pú-
blica direta e indireta, e seus preceitos também se 
aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciá-
rio, quando no desempenho de função administrativa.
Acerca da Lei n. 9.784/1999 – marco legal referente 
ao processo administrativo – e de aspectos relaciona-
dos a esse tema, julgue os itens:
15. (CESPE/ TCU/ TÉCNICO FEDERAL DE CONTRO-
LE EXTERNO/ 2009) A lei em apreço regulamenta o 
processo administrativo no âmbito da União, dos esta-
dos e dos municípios, visando, entre outros aspectos, 
à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor 
cumprimento dos fins da administração. 
16. (CESPE/ TCU/ TÉCNICO FEDERAL DE CONTRO-
LE EXTERNO/ 2009) A competência é irrenunciável e 
se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atri-
buída como própria. Como exceção, pode ser objeto 
de delegação a decisão a ser proferida em recursos 
administrativos.
17. (CESPE/ TCU/ TÉCNICO FEDERAL DE CONTRO-
LE EXTERNO/ 2009) Segundo jurisprudência recente 
do STF, é inconstitucional a exigência de depósito pré-
vio da multa aplicada pela administração pública como 
condição de admissibilidade do recurso na esfera ad-
ministrativa.
18. (CESPE/ TRT-17ª/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ 2009) 
Em regra, o recurso da decisão proferida em processo 
administrativo não tem efeito suspensivo. Isso signi-
fica, salvo disposição legal em contrário, que a deci-
são proferida pela autoridade pode ser imediatamente 
cumprida, mesmo quando houver recurso pendente de 
julgamento da parte que teve seus interesses afeta-
dos.
19. (ESAF/

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