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ELETROTÉCNICA 2016-1 Aula #4 Capacitores O QUE SÃO CAPACITORES? PARA QUE SERVEM? Capacitores são elementos de circuito que se caracterizam: – pela capacidade de armazenamento de cargas elétricas; – pela oposição que apresentam a variações bruscas de tensão. Algumas aplicações dos capacitores: • em linhas de transmissão/distribuição e indústrias (correção do fator de potência) • em circuitos de temporização e supressão de transientes • em filtros, retificadores (CA – CC) e inversores (CC – CA) • em sistemas convencionais de ignição automotiva • em rádio e TV (sintonia, multiplicador de tensão) • em instrumentos de medida • sistemas de alarme e automatização CONCEITO DE CAPACITÂNCIA O fenômeno da capacitância ocorre quando há dois corpos condutores (armaduras) próximos entre si, eletricamente carregados e separados por um isolante (dielétrico). + V - 𝐶 = 𝑄 𝑉 (𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑, 𝐹) 1 farad é igual a uma carga de 1 coulomb (6,242 x 1018 e) depositada em suas placas por uma diferença de potência de 1 volt entre elas Unidade: Farad (F) Submúltiplos mais comuns: microfarad (µF) = 10-6 F nanofarad (nF) = 10-9 F picofarad (pF) = 10-12 F Chama-se capacitor o elemento especialmente projetado para apresentar capacitância. DE QUE DEPENDE A CAPACITÂNCIA? • O valor da capacitância depende: – das dimensões das armaduras – da distância entre as armaduras – do dielétrico utilizado Exemplo: Capacitor de placas planas e paralelas, tendo o vácuo por dielétrico: 𝐶 = ɛ0 ∙ 𝐴 𝑑 ɛ0 = 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑣á𝑐𝑢𝑜 = 8,85 𝑥 10 −12 𝐹/𝑚 POR QUE USAR DIELÉTRICOS? O uso de dielétricos permite obter maiores valores de capacitância em invólucros com pequenos volumes. Constante dielétrica (𝑘) – característica de cada dielétrico – indica quantas vezes a capacitância de um capacitor usando este dielétrico é maior que a de um capacitor idêntico sem dielétrico (vácuo) – grandeza adimensional Rigidez dielétrica – indica a máxima tensão que um dielétrico pode suportar sem perder suas propriedades isolantes – determina a tensão de trabalho do capacitor – expressa em kV/mm 𝑘 = 𝐶𝑑 𝐶0 DIELÉTRICOS – ALGUMAS CARACERÍSTICAS Eletrotécnica - 2015/1 Material Constante dielétrica (k) Rigidez dielétrica (kV/cm) Vácuo 1,0 0,8 Ar 1,00059 30 Porcelana 5,6 70 Óleos 4,6 140 Baquelite 4,9 150 Borracha 2,7 270 Papel (parafinado) 3,0 500 Teflon 2,1 600 Vidro 4 a 9 900 Mica 5,4 2000 ALGUNS TIPOS DE CAPACITORES RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS BÁSICAS A capacitância (C) mede o grau de oposição que um elemento apresenta à variação da tensão que lhe é aplicada. Esta equação mostra que: 1. Só existe corrente no capacitor se houver sua tensão variar com o tempo 2. Variações bruscas na tensão de um capacitor produzem correntes elevadas Símbolo: i + V - C Equação: 𝑖 = 𝐶 𝑑𝑉 𝑑𝑡 capacitores se comportam como circuitos-abertos em CC* capacitores se opõe a variações bruscas de sua tensão ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES Em série: Em paralelo: 1 𝐶𝑇 = 1 𝐶1 + 1 𝐶2 + 1 𝐶3 A capacitância equivalente de uma associação de capacitores em série sempre será menor que qualquer das capacitâncias da associação 𝐶𝑇 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 A capacitância equivalente de uma associação de capacitores em paralelo sempre será maior que qualquer das capacitâncias da associação ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES Carga em série: Carga em paralelo: 𝐶 = 𝑄 𝑉 𝑄𝑇 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 +⋯+ 𝑄𝑁 𝑄𝑇 = 𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄3 = ⋯ = 𝑄𝑁 Indutores CONCEITO DE INDUTÂNCIA Uma corrente i percorrendo um enrolmento gera um campo magnético Fluxo magnético em uma espira (𝜙) O número de linhas que corta a área delimitada pela espira. Fluxo magnético total em um enrolamento de N espiras (Φ) Φ = 𝑁𝜙 Φ é diretamente proporcional à corrente i que gera o campo magnético 𝑁𝜙 = 𝐿𝑖 Indutância é a constante de proporcionalidade entre o fluxo total e a corrente que gerou o campo magnético Indutância1 1 Falando de forma mais rigorosa, está é chamada de auto-indutância INDUTÂNCIA Símbolo: i + V - L Unidade: Henry (H) Submúltiplos comuns: milihenry (mH) = 10-3 H microhenry (µH) = 10-6 H Exemplos de indutores DE QUE DEPENDE A INDUTÂNCIA? A indutância de uma bobina depende: – da geometria* do enrolamento; – da existência ou não de núcleo e do material com que é feito. * O termo geometria engloba as dimensões do enrolamento e o número de espiras e de camadas, a compactação entre espiras, etc. bobina de 2 camadas, núcleo de ar bobina de 3 camadas, núcleo de ferro enrolamento toroidal, núcleo de ferrite RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS BÁSICAS i + V - L Lei de Faraday A variação do fluxo magnético em uma bobina de N espiras provoca o surgimento de uma tensão induzida V. 𝑉 = 𝑁 𝑑𝜙 𝑑𝑡 𝑉 = 𝑁 𝑑𝜙 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 𝑁𝜙 = 𝑑 𝑑𝑡 𝐿𝑖 𝑉 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 Esta equação mostra que: 1. Só existe tensão no indutor se houver variação temporal de sua corrente. 2. Variações bruscas na corrente de um indutor produzem tensões elevadas Indutores se comportam com curto-circuitos em CC* indutores se opõe a variações bruscas de sua corrente APLICAÇÕES DE INDUTORES • formação de campos magnéticos (máquinas elétricas) • transformadores • filtros e osciladores • rádio e TV (sintonia) • instrumentos de medida • sistemas de alarme e automatização Exemplo de Aplicação ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES Em série: Em paralelo: A indutância equivalente de uma associação de indutores em série sempreserá maior que qualquer das indutâncias da associação A indutância equivalente de uma associação de indutores em paralelo sempre será menor que qualquer das indutâncias da associação 𝐿𝑒𝑞 = 𝐿1 + 𝐿2 + 𝐿3 1 𝐿𝑒𝑞 = 1 𝐿1 + 1 𝐿2 + 1 𝐿3 Indutor Capacitor Equações 𝑉 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 ∴ 𝑖 = 1 𝐿 𝑉𝑑𝑡 𝑡 0 𝑉 = 1 𝐶 𝑖𝑑𝑡 𝑡 0 ∴ 𝑖 = 𝐶 𝑑𝑉 𝑑𝑡 Característica Principal Não permite variações bruscas de sua corrente Não permite variações bruscas de sua tensão Comportamento em CC (regime permanente) Curto-circuito Circuito aberto Comportamento em CA (regime permanente) Em baixas frequências: baixa oposição Em altas frequências: alta oposição Em baixas frequências: alta oposição Em altas frequências: baixa oposição Associação Em série: 𝐿𝑒𝑞 = 𝐿1 + 𝐿2 + 𝐿𝑛 Em paralelo: 1 𝐿𝑒𝑞 = 1 𝐿1 + 1 𝐿2 + 1 𝐿𝑛 Em série: 1 𝐶𝑇 = 1 𝐶1 + 1 𝐶2 + 1 𝐶𝑛 Em paralelo: 𝐶𝑇 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶𝑛 Fontes de Alimentação O QUE SÃO FONTES DE ALIMENTAÇÃO? Elementos cuja função é abastecer de energia (alimentar) os circuitos elétricos. Fornecem uma tensão entre seu terminais de saída. FONTES de CC FONTES de CA FONTES IDEAIS X FONTES REAIS Ligação de carga aos terminais de saída da fonte À medida que a carga exige mais corrente, a tensão na saída de uma fonte real diminui. Característica VxA da fonte Tensão nominal:aquela que existe quando a fonte está em aberto (sem carga conectada a seus terminais de saída). CIRCUITO EQUIVALENTE DE FONTE REAL Exemplo: Fonte CC V Lei das Tensões de Kirchoff: U = En – Uint = En – rint x I Para baixas correntes a fonte se comporta como ideal (V≅En) Para correntes altas a queda de tensão interna (rint x I) aumenta e a tensão na saída diminui. ASSOCIAÇÃO DE FONTES Em série – aumento da tensão nos terminais da associação Em paralelo – estabilização da tensão nos terminais da associação Em qualquer dos casos é importante verificar a polaridade das fontes ELEMENTOS ESPÚRIOS Os fenômenos de resistência, capacitância e indutância podem manifestar-se quando não são desejados. Nesses casos, produzem perdas (elétricas e/ou magnéticas). Exemplo típico: queda de tensão nos condutores (fios e cabos) devido à sua resistência Cabo Fio Consequências da queda de tensão: • Lâmpadas brilham menos • Chuveiro aquece menos • Queima de motores • Avaria ou mal funcionamento de equipamentos 220V 180V Condutores longos e de bitola inadequada Queda de tensão 40V ELEMENTOS ESPÚRIOS Proteções Elétricas Eletrotécnica - 2015/1 Eletrotécnica - 2015/1 Eletrotécnica - 2015/1 Proteções Elétricas • Importante salientar: – 6 mA é a maior corrente que a maioria dos indivíduos pode ser exposta por um intervalo reduzido de tempo sem sofrer consequências graves – Uma corrente maior que 11 mA pode casar contração involuntária dos músculos, não permitindo que a pessoa solte o condutor. – Correntes mais altas percorrendo o corpo por mais de um segundo podem fazer o músculo cardíaco entrar em fibrilação – Em torno de 70% dos incêndios residenciais são causados por instalações elétricas mal dimensionadas ou defeituosas Eletrotécnica - 2015/1
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