Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Yumara Vasconcelos Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Contabilida- de pela Fundação Visconde de Cairu (FVC). Gra- duada em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de Salvador (UCSAL). Escritora. Possui grande experiência na coordenação acadêmica de cursos a distância, dirigindo projetos nessa modalidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 85 Registro contábil Débito e crédito Os registros contábeis são realizados com base no método de partidas dobradas. Toda aplicação ou investimento tem uma ou mais origens de re- cursos; dito de outra forma: o total de débitos deve coincidir com o total de créditos. As aplicações são representadas no sistema patrimonial pelos ativos. As origens ou fontes de recursos são representadas pelo passivo (capital de terceiros) e patrimônio líquido (capital próprio). As fontes de recursos podem ser de capital próprio ou de terceiros. Palavras-chave associadas ao débito e crédito Débito Crédito Destino, aplicação, utilização Ativo Origem, fonte de recursos Passivo e patrimônio líquido As contas de ativo possuem saldo devedor. O total da coluna de débitos, pela lógica da própria movimentação, é maior que o total da coluna de cré- ditos. A diferença entre débitos e créditos é que produz os saldos. Contas de ativo Débito Crédito Coluna devedora Coluna credora Saldo O saldo da conta é obtido pela diferença entre o valor total da coluna de débito e o total da coluna de créditos. Um saldo se forma a partir da movimentação da conta. Denominamos de “movimentação” qualquer modificação ocorrida na conta por meio das transações ou eventos contábeis. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 86 Registro contábil Debitamos uma conta de ativo sempre que adicionamos ou inserimos itens ao patrimônio e creditamos sempre que utilizamos seus recursos, ou simplesmente, baixamos os respectivos itens. Por exemplo, ao adquirir- mos bens (móveis, utensílios, equipamentos, imóveis etc.) devemos debitar a conta de ativo correspondente pelo custo de aquisição do bem. Ao bai- xarmos os mesmos devemos realizar o lançamento a crédito. O crédito de uma conta de ativo pode dizer respeito também à utilização de recursos. Por exemplo, o registro de um recebimento deve ser feito a débito na conta caixa (ou bancos conforme a situação) e o registro de um pagamento utili- zando os recursos de caixa deve ser feito a crédito na referida conta. Creditamos uma conta de passivo sempre que reconhecemos uma obri- gação (dívida) e debitamos quando a amortizamos (pagamento). Sempre que assumirmos um compromisso, devemos lançá-lo a crédito no passivo. Por exemplo, ao comprarmos a prazo devemos creditar a conta fornece- dores, retratando esse compromisso. Ao amortizarmos a dívida, devemos debitá-la no ativo. Contas de ativo Débito Crédito Ingresso de recursos Utilização de recursos Saldo Contas de passivo Débito Crédito Pagamento/baixa de obrigações Lançamento de obrigações Saldo Outros exemplos: Bancos (ativo) Débito Crédito Recebimentos via depósito Pagamentos Saldo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 87 Empréstimos (passivo) Débito Crédito Pagamento das parcelas devidas Obtenção do empréstimo e seu reconhecimento Saldo Como se vê, a movimentação nas contas de ativo é contrária à movimen- tação bancária, o que gera alguma confusão no entendimento. As contas de passivo e patrimônio líquido, como representam origens de recursos, têm saldo credor. Contas de ativo Débito Crédito Aumento de saldo (entradas) Diminuição de saldo (baixas, retiradas) Saldo devedor Contas de passivo ou patrimônio líquido Débito Crédito Diminuição de saldo Aumento de saldo Saldo credor Vejamos algumas situações de débito e crédito: Situações de débito Situações de crédito Ingresso de ativos por meio de depósitos, � recebimento de vendas e dividendos. Injeção de recursos na entidade oriundos � dos sócios (movimento de entrada na conta Bancos ou Caixa). Empréstimos recebidos de terceiros (mo- � vimento de entrada na conta Bancos). Inserção de ativos no patrimônio da en- � tidade (movimento de entrada na conta do ativo). Reconhecimento de direitos (movimento � de entrada na conta do ativo). Reconhecimento de uma dívida (emprés- � timos, financiamentos, compras a prazo). Saque em dinheiro (movimento de saída � na conta Bancos). Cheques emitidos e apresentados pelos � favorecidos (movimento de saída na con- ta Bancos). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 88 Registro contábil Exemplos de aplicação do método de partidas dobradas: Exemplo 1. Aquisição de máquinas e equipamentos por R$3.000,00 a prazo. Ativo: Máquinas e equipamentos Débito Crédito R$3.000 Partida Inserção de patrimônio. Aplicação / destinação de recursos. Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Através de paga- mento a prazo. Passivo: Contas a pagar Débito Crédito R$3.000 Contrapartida Fonte de recursos: capital de terceiros. Tivemos duas contas envolvidas nesse registro: uma de ativo e outra de pas- sivo, mas observe que a importância debitada correspondeu àquela creditada. Débito (conta de ativo) Crédito (conta de passivo) R$3.000 R$3.000 A aquisição em questão, aplicação de recursos, teve como origem o capi- tal de terceiros (passivo). Ao comprarmos a prazo estamos nos financiando com o capital de terceiros. O passivo corresponde a recursos comprometidos com terceiros. As contas de passivo comunicam esse compromisso. Aplicou- -se o método de partidas dobradas: total de débitos = total de créditos ou simplesmente, total de aplicações = total de origens. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 89 Obs.: A inserção de bens é feita debitando-se o valor correspondente na conta de ativo e creditando-se a(s) conta(s) que evidenciam a forma de fi- nanciamento (pagamento). Exemplo 2. Compra de mercadorias para revenda por R$20.000,00 para pagamento em 30, 60, 90 e 120 dias (parcelas iguais): Ativo: Estoque Débito Crédito R$20.000 Partida Inserção dos bens adquiridos em estoque. Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? (Ou seja, qual a conta que financiou a compra?) Resposta: foi a conta contas a pagar visto que a compra foi realizada a prazo. Se fosse à vista, seria a conta caixa, por exemplo. Passivo: Contas a pagar Débito Crédito R$20.000 Contrapartida Fonte de recursos: capital de terceiros.Débito Crédito R$20.000 R$20.000 Novamente, nota-se, em função da aplicação do método das partidas dobradas que os totais de crédito e débito têm que equivaler-se, ou seja, o resultado de um (passivo) deve ser o mesmo que o do outro (ativo). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 90 Registro contábil Exemplo 3. Pagamento da 1.a parcela (R$5.000,00) referente à compra de mercado- rias pelo total de R$20.000,00. Como no exemplo 2 já foi lançada a entra- da das mercadorias na conta estoque (e sua contrapartida na conta contas a pagar), agora contabilizaremos o pagamento desta aquisição. Como se pagou R$5.000,00 com dinheiro do caixa, então devemos creditar o valor correspondente nesta conta: Caixa Débito Crédito Saldo R$5.000 O crédito na conta caixa teve como contrapartida a baixa do valor na conta de passivo correspondente: contas a pagar.A amortização da dívida foi a aplicação ou destinação dos recursos retirados do caixa. Débito aplicação, destinação Crédito origem, fonte Contas a pagar Débito Crédito R$5.000 R$20.000 Saldo R$15.000 Contrapartida Saldo inicial. Exemplo 4. Compra de material de limpeza por R$200,00 para uso imediato a prazo. Despesa de material de limpeza Débito Crédito R$200 Destinação de recursos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 91 Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Quem financiou a compra? Contas a pagar Débito Crédito R$200 Contrapartida Saldo inicial As contas de resultado são compostas por contas de receitas, despesas e custos. A movimentação das contas de resultado tem a mesma orientação lógica apresentada anteriormente, ou seja, o “débito” corresponde à destina- ção de recursos e o “crédito”, à origem. As contas de receita são registradas a crédito porque as receitas são fontes essenciais de recursos (elemento de sustentação do negócio) e têm como correspondente o ingresso de ativos, bancos, caixa e/ou contas a receber. As contas de despesa são destinações, nem sempre geram desembolsos ime- diatos e são incorridas com o propósito de gerar receita. São exemplos de despesas que não geram desembolso: compra de material de experiente para uso imediato por meio de car- � tão de crédito; despesa de depreciação, amortização e exaustão; � serviços de manutenção prestados à entidade para pagamento em 30 � dias após a execução do serviço. Contas de resultado Débito Crédito Reconhecimento de despesas e custos uso/destinação de recursos Reconhecimento de receitas fonte-mãe de recursos Exemplo 5. Compra de móveis e utensílios por R$8.200,00, com 50% do valor com pagamento a prazo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 92 Registro contábil Móveis e utensílios Débito Crédito R$8.200 Ingresso do bem no patrimômino da entidade. Qual foi a forma de pagamento (origem de recursos)? Tendo em vista que 50% do pagamento foi à vista, então, o equivalente (R$4.100) sairá da conta caixa (crédito) e os outros 50% serão lançados na conta contas a pagar (re- conhecimento da dívida). Débito aplicação destinação Compra de móveis e uten- sílios partida Crédito origem fonte forma de financiamento da operação recursos de caixa (50%) e contas a pagar (50%) contrapartida A conta contas a pagar representa o capital de terceiros. Tivemos no exemplo em questão: um débito correspondente ao somató- rio de dois créditos (na conta caixa e na conta contas a pagar). Aplicou-se novamente o método de partidas dobradas. Contas a pagar Débito Crédito Saldo inicial R$4.100 Capital de terceiros. Caixa Débito Crédito Saldo inicial R$4.100 Recursos disponíveis na própria entidade. Exemplo 6. Constituição de uma empresa com capital inicial de $56.000,00, em di- nheiro. A conta capital social apresenta o investimento inicial dos sócios, fonte primordial de recursos (capital próprio). A referida conta pertence ao patrimônio líquido, possuindo, portanto, saldo credor. O registro é feito em Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 93 dois momentos, o de subscrição e integralização. A subscrição reflete o compromisso dos sócios em integralizar o capital (investimento inicial) pac- tuado em contrato pelos sócios. A integralização é o momento em que se dá a contribuição efetiva dos sócios para a sociedade (entrega de bens e/ou direitos). Subscrição compromisso contratual Integralização entrega de bens e/ou direitos (dinheiro, máqui- nas, terrenos, imóveis etc.) para formação do patrimônio da entidade Lançamento 1: subscrição Patrimônio líquido Capital social Débito Crédito R$56.000 Patrimônio líquido. Patrimônio líquido Capital a integralizar Débito Crédito R$56.000 Esta conta representa o compromisso dos sócios em integralizar. A conta capital a integralizar é também conhecida na literatura como “capital a realizar”. Apesar de integrar o patrimônio líquido, possui saldo devedor. Após a subscrição, o passo seguinte é registrar a integralização de capital. A integralização pode se dar de diferentes formas: em dinheiro, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos ou qualquer outro bem. Ou seja, os sócios podem contribuir na sociedade de diferentes maneiras. Neste caso, a integralização foi em dinheiro. Lançamento 2: integralização Os registros apresentados a seguir dizem respeito à integralização de ca- pital social, em dinheiro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 94 Registro contábil Bancos Débito Crédito R$56.000(1) Capital a integralizar Débito Crédito R$56.000 R$56.000(1) A conta capital a integralizar, nesse momento, deixa de apresentar saldo, pois o capital foi totalmente integralizado. Como se vê, a conta “capital a integralizar” é uma importante conta de controle. Após a integralização de capital inicia-se a movimentação financeira, ou seja, as transações corriquei- ras que vitalizam o negócio (compras, pagamentos, recebimentos etc.). Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é o relatório contábil que relaciona as aplicações e as origens de recursos empregados em uma entidade, ou seja, os ativos, passivos e patrimônio líquido. Quais as aplicações da entidade (ativo)? De que maneira estas aplicações foram financiadas (passivo)? Recursos próprios (patrimônio líquido)? No Balanço Patrimonial o somatório dos saldos das contas de ativo cor- responde à soma dos saldos do passivo (capital de terceiros) e do patrimônio líquido (capital próprio). Ativo Passivo e Patrimônio Líquido Aplicações Origens IE SD E Br as il S. A . Na verdade, o Balanço Patrimonial corresponde a uma fotografia instantâ- nea da situação patrimonial (situação estática, ou seja, de um dado momento). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 95 Balancete de verificação O balancete de verificação é um instrumento interno que serve para veri- ficação da exatidão dos lançamentos feitos na Contabilidade. Consiste na re- lação das contas patrimoniais e de resultado, acompanhadas dos respectivos saldos, posicionadas a débito e a crédito, segundo a natureza dos saldos. Contas de ativo, de despesas e custos saldo devedor Contas de passivo, patrimônio líquido e receita saldo credor O balancete de verificação possui os seguintes elementos: identificação da empresa; � data a que se refere o balancete; � abrangência; � relação de contas (grupos); � saldo destas, com indicação se tais saldos são devedores ou credores; � total dos saldos devedores e credores. � A análise desta modalidade de balancete pode ensejar ajustes ou corre- ções. Deste balancete provém o Balanço Patrimonial. Da denominação Utiliza-se a expressão “balancete de verificação”, pois o balancete tem como primeira função ou aplicação verificar se o total de saldo credor coinci- de com o total de saldo devedor, ou seja, se o método das partidas dobradas foi corretamente aplicado. Da periodicidade O balancete de verificação deve ser elaborado mensalmente. Entretan- to, nada impede que seja elaborado e emitido em intervalos menores de tempo. Quanto menor o período de abrangência do balancete, melhor para o contador a fim de realizar a verificação da exatidão dos lançamentos. O balancete é uma peça de conferência cujo nível de detalhamento deveser consentâneo (adequado) com seu propósito. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 96 Registro contábil Diferença entre balanço e balancete O balanço atende tanto a fins internos quanto externos enquanto que o balancete, em geral, é uma peça de trabalho do contador e alguns usuários internos da Contabilidade, embora possa eventualmente servir a usuários externos. O balancete é um relatório denso porque apresenta o movimento de todas as contas do sistema de informações contábeis. O balancete deve conter assinatura do contador responsável bem como o número de seu re- gistro no órgão de classe. Modelos de balancete: Modelo básico: Empresa: _____________________________ CNPJ: _________________________________ Período de abrangência: 01/01 a 31/12/XX Balancete de Verificação em 31/12/XX Descrição das contas Saldo Devedor Credor Total Modelo detalhado: Descrição das contas Saldo do mês Anterior Movimentos do mês Saldo do final do mês Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor A diferença entre os modelos é a quantidade e o nível de detalhes das informações disponibilizadas para o usuário. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 97 Lançamentos contábeis Utilizamos o recurso da conta “T” por motivação didática. A conta T resume a movimentação ocorrida na conta representando, portanto, a pró- pria conta. Deste ponto em diante, apresentaremos o lançamento em deta- lhes, indicando a origem das contas envolvidas no plano de contas. Conhe- cer o plano de contas da empresa é essencial à prática dos lançamentos, a fim de que a classificação seja adequada. Desconsidere a incidência de tributos e juros. O objetivo é praticar o ra- ciocínio de débito e crédito na transcrição do registro contábil. Lançamento de constituição de uma empresa Ao constituirmos uma empresa, após estudo do negócio, definimos um capital. Esse capital recebe diferentes nomes: capital, capital inicial, capital social. Esse capital representa o investimento inicial necessário para o desen- volvimento do empreendimento. Na sociedade por quotas de responsabili- dade limitada, inicialmente deve ser feito o lançamento de subscrição de ca- pital. O documento que legitima ou dá lastro ao registro é o contrato social. Nele os sócios disciplinam a relação entre si bem como a relação entre eles e a entidade, definindo o investimento necessário (capital social), a participa- ção de cada sócio e sua consequente responsabilidade de integralização. Subscrição (compromisso formado pelos sócios). � Débito Patrimônio líquido Capital social Capital a integralizar sócio X Capital a integralizar sócio Y Crédito Patrimônio líquido Capital social Capital subscrito Debitamos a conta capital a integralizar para registrar o compromisso dos sócios em contribuir para a constituição do patrimônio da entidade, cre- ditando, em contrapartida a conta capital social subscrito. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 98 Registro contábil Integralização do capital em dinheiro � (contribuição para a formação do patrimônio da entidade). Débito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) Crédito Patrimônio líquido Capital social Capital a integralizar sócio X Capital a integralizar sócio Y Debitamos a conta banco, uma vez que a integralização foi feita em di- nheiro, via depósito bancário, creditando, em contrapartida a conta capital a integralizar. Saldo igual a zero para a conta “capital a integralizar” significa que o compromisso dos sócios foi honrado em sua totalidade. Integralização (utilizando também outros bens – � dinheiro, imóveis e máquinas e equipamentos). Débito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) Ativo não circulante Imobilizado Imóveis Ativo não circulante Imobilizado Máquinas e equipamentos Crédito Capital social Capital a integralizar sócio X Capital a integralizar sócio Y Debitamos as contas que representam a forma de integralização dos sócios a crédito da conta capital a integralizar. Os sócios podem contribuir com outros bens, não exclusivamente dinheiro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 99 Lembre-se: os sócios podem contribuir de diferentes formas para a consti- tuição da sociedade. Suponha que a empresa constituída seja de natureza comercial e que a primeira ação dos gestores tenha sido a aquisição de um imóvel para sediar as operações. Aquisição de um imóvel por meio de financiamento a longo prazo. � Débito Ativo não circulante Imobilizado Imóveis Crédito Passivo circulante Financiamentos Banco _______ (nome da entidade financeira) Debitamos a conta imóveis e creditamos, em contrapartida, a conta de passivo que representa o financiamento. O próximo passo é fazer as aquisições necessárias para desenvolvimento das atividades. Compra de mercadorias à vista para revenda (desconsiderando a � incidência de tributos). Débito Ativo circulante Estoque Mercadorias Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) Debitamos a conta estoque, inserindo as mercadorias no patrimônio da entidade, e creditamos a conta banco, representando o desembolso realizado. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 100 Registro contábil Compra de mercadorias a prazo para revenda (desconsiderando a � incidência de tributos). Débito Ativo circulante Estoque Mercadorias Crédito Passivo circulante Fornecedores Fornecedor __________ (nome do fornecedor) Debitamos a conta estoque, desta vez, em contrapartida da conta Forne- cedores, uma vez que a operação foi a prazo. Compra de mercadorias, parte à vista e a outra parte a prazo. � Débito Ativo circulante Estoque Mercadorias Crédito Passivo circulante Fornecedores Fornecedor __________ (nome do fornecedor) Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _________ (nome da entidade financeira) Debitamos a conta estoque, a crédito da forma de pagamento. Desta vez, combinando uma parcela à vista (saída da conta bancos) e outra a prazo (fornecedores) Aquisição de móveis e utensílios a prazo. � Débito Ativo não circulante Imobilizado Móveis e utensílios Crédito Passivo circulante Fornecedores Fornecedor __________ (nome do fornecedor) Debitamos o valor do bem na conta de ativo, móveis e utensílios e cre- ditamos na conta que representa a forma de pagamento (fornecedores). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 101 Aquisição de móveis e utensílios, 50% a prazo. � Débito Ativo não circulante Imobilizado Máquinas e equipamentos Crédito Passivo circulante Fornecedores Fornecedor __________ (nome do fornecedor) Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) Neste exemplo, apenas parte do pagamento foi à vista. Assim, debitamos a conta de ativo pelo valor integral do bem e creditamos a conta fornece- dores e bancos. Faremos agora a amortização de parte das dívidas com fornecedores. Amortização de dívidas com fornecedores. � Amortizar uma dívida significa pagá-la, honrá-la. Débito Passivo circulante Fornecedores Fornecedor __________ (nome do fornecedor) Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) O lançamentode débito na conta fornecedores significa “baixa” da dívida (via pagamento). A contrapartida, a crédito, é a conta bancos, representan- do desembolso. Embora tenhamos utilizado neste, e em outros exemplos, a conta “bancos”, é importante destacar que poderíamos ter utilizado a conta “caixa”. Optamos pela conta “bancos” por ser a opção mais empregada. A conta “caixa” é geralmente utilizada para movimentações de pequeno valor, até mesmo por uma questão de segurança. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 102 Registro contábil Amortização do financiamento realizado. � Débito Passivo não circulante Financiamentos Banco _______ (nome da entidade financeira) Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da entidade financeira) Debitamos a conta que representa o financiamento a crédito da conta bancos. Débito amortização da dívida Crédito desembolso Uma vez estruturada as atividades, vamos contabilizar a primeira venda. Atribuiremos valores para que se consiga entender o registro. Venda de mercadorias que custaram � R$200,00 por R$400,00, a prazo. Primeiro devemos reconhecer a receita (conta de resultado). A receita re- presenta uma fonte de recursos. É a sua geração que assegura a dinâmica do negócio. Por esta razão é lançada (registrada) a crédito. O total de recei- ta gerada compõe a equação do lucro, por isso é denominada de conta de resultado: Lucro (ou prejuízo) = receita - despesas - custos Débito Ativo circulante Direitos realizáveis Clientes Valor ($) R$400,00 Crédito Contas de resultado Receita de vendas Após o reconhecimento da receita, temos que dar baixa nos estoques, afinal é preciso registrar o fato em toda a sua extensão. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 103 Débito Contas de resultado Custo das mercadorias vendidas Valor ($) R$200,00 Crédito Ativo circulante Estoque Mercadorias A baixa dos estoques é feita pelo valor de aquisição, uma vez que o regis- tro de entrada foi feito por este valor. Se a operação fosse à vista, o lançamento seria feito como segue: Débito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco_______ (nome da entida- de financeira) Valor ($) R$400,00 Crédito Contas de resultado Receita de vendas Para cobertura de despesas de pequeno valor (fotocópias, alimentação, transporte etc.) os sócios resolveram constituir um fundo fixo de caixa. O fundo fixo de caixa é uma modalidade de caixa constituído com um valor, fixado segundo as necessidades de desembolso da empresa em curto intervalo de tempo. Trata-se de um valor estudado e planejado para cober- tura de despesas específicas. A criação do fundo fixo evita a movimentação da conta bancária para movimento de pequenos valores. Débito Ativo circulante Disponibilidades Caixa Fundo fixo Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco_________ Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 104 Registro contábil A quantia sacada para formar o fundo fixo é entregue ao responsável pelo controle do fundo. O valor determinado como fundo fixo é suficiente apenas para cobertura de pequenos gastos. Para grandes valores, deve-se utilizar a conta bancária. Após determinar a quantia do fundo fixo, deve-se fixar um valor de repo- sição, a fim de evitar que o caixa fique zerado. Assim, ao atingir esse valor de reposição, a quantia gasta deve ser reposta. Naturalmente, essa reposição somente ocorrerá após a prestação de contas, momento em que as despesas serão reconhecidas. Débito Contas de resultado Despesa de_______ Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco _______ (nome da instituição financeira) A conta fundo fixo, uma vez constituída, não receberá movimentação, exceto na hipótese de aumento ou redução do fundo fixo. Os sócios poderiam, em vez de constituir um fundo fixo, criar um caixa rotativo. O caixa rotativo não possui um saldo fixo de referência. Na verdade, o saldo do caixa rotativo depende do volume de ingressos e saídas do caixa (entradas e pagamentos). O lançamento de constituição é feito como segue: Débito Ativo circulante Disponibilidades Caixa Caixa rotativo Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco __________ (nome da entidade financeira) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 105 Depreciação. � À medida que as atividades são desenvolvidas, os bens empregados no suporte a essa atividade se desgastam, ensejando uma perda de valor. A perda de valor por parte de um bem em função desse desgaste é conside- rada como despesa. Esse registro é lastreado pelo princípio da confrontação das receitas com as despesas (Deliberação 29/86, CVM). A despesa é reconhecida à medida que o bem se desgasta para gerar receita. O desgaste dos bens ao longo do tempo para gerar resultado é chamado de depreciação. O registro da depreciação é, geralmente, feito mensalmente, procedi- mento coerente com a orientação do Princípio da Oportunidade (que orien- ta à prática dos registros com tempestividade). Os saldos das contas depre- ciadas não são modificados. A depreciação acumulada é contabilizada em conta à parte. Porém, nem todos os bens são depreciáveis (somente os bens tangíveis). Alguns bens não são depreciados, mesmo sendo tangíveis, por tenderem à valorização. É o caso das obras de arte. A conta terrenos é outro exemplo de bem que não é depreciado. Somente a construção é depreciada, não o terreno. Também não são depreciáveis obras de arte, ouro. Débito Contas de resultado Despesa de depreciação Crédito Ativo não circulante Imobilizado Depreciação acumulada A conta depreciação acumulada tem saldo credor, apesar de integrar o ativo não circulante, imobilizado. A depreciação reflete a perda de valor ou utilidade em função do uso, ação da natureza ou obsolescência. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 106 Registro contábil A depreciação é calculada com base no tempo de vida útil do bem (quadro 1). Quadro 1 – Taxas de depreciação Descrição do bem Tempo de vida útil Taxa anual de depreciação A a ut or a. Máquinas e equipamentos 10 anos 10%Instalações Móveis e utensílios Veículos 5 anos 20%Sistemas de processamento de dados Existem diferentes métodos para cálculo da depreciação. O mais comum e empregado pelas entidades é o método das quotas constantes. O cálculo da taxa, por este método, é feito por regra de três, demonstrado a seguir: Se em 10 anos a depreciação é de 100% Em 1 ano a depreciação será de ? Leia-se: se em 10 anos a depreciação é de 100%, em 1 ano a depreciação será de? 10 x = 100 10010 10 A taxa de depreciação anual será de 10% ao ano. Vale ressaltar que existem outros métodos de depreciação, os quais não serão abordados. Exaustão. � Em face do uso para fins agrícolas, observa-se com o tempo, o esgota- mento do solo. Neste caso, esse “desgaste” recebe o nome de exaustão e tem o mesmo tratamento contábil da depreciação. Débito Contas de resultado Despesa de exaustão Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 107 Crédito Ativo não circulante Imobilizado Exaustão acumulada O conceito de exaustão relaciona-se à perda de valor de direitos decor- rentes da exploração de recursos naturais bem como dos bens aplicados nesta exploração. Amortização. � Os direitos que a entidade possui estão sujeitosà amortização. A amor- tização corresponde à perda de valor do capital aplicado na compra de di- reitos de propriedade comercial ou industrial ou qualquer outro com tempo limitado de duração (prazo legal, contratual). Exemplos: direito de uso da marca, patentes. Em virtude do “prazo limitado” para exercício desse direito, deve-se pro- ceder a sua amortização, a qual é feita de forma proporcional ao prazo (Prin- cípio da Competência). Débito Contas de resultado Despesa de amortização Crédito Ativo não circulante Imobilizado Amortização acumulada O quadro 2 faz analogia entre os conceitos. Quadro 2 – Depreciação, exaustão e amortização A a ut or a. Conceito Objeto Depreciação Bens físicos sujeitos a desgaste. Exaustão Recursos naturais (minerais ou florestais) e bens aplicados na explora-ção destes recursos. Amortização Direitos com prazo de duração limitado. A prática contábil prevê inúmeras situações de lançamentos contábeis. Selecionamos alguns deles para aplicação didática. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 108 Registro contábil Aplicações financeiras. � Débito Ativo circulante Aplicações financeiras Crédito Ativo circulante Disponibilidades Bancos Banco ___________ (nome da entidade financeira) Rendimento de aplicações financeiras. � Débito Ativo circulante Disponibilidades Aplicações financeiras Crédito Contas de resultado Rendimentos Obs: considere a aplicação com prazo de resgate não superior a 90 dias. Exemplo de contabilização Transações Evento 1 Constituição da empresa (comércio) com um investimento inicial de R$200.000,00 em dinheiro. Nota de orientação O registro é feito em dois momentos: o de subscrição e o de integralização. Evento 2 Compra de um imóvel (edifício) no valor de R$50.000,00 em dinheiro. Neste imó- vel as atividades serão desenvolvidas. A taxa de depreciação desse bem é de 4% ao ano. Evento 3 Aquisição de um terreno (situado ao lado do imóvel adquirido), por meio de fi- nanciamento, no valor de R$100.000,00 com o objetivo de abrigar a expansão do negócio, conforme planejamento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 109 Transações Evento 4 Aquisição de móveis e utensílios por R$10.000,00, a prazo. A taxa de deprecia-ção desse bem é de 10% ao ano. Evento 5 Compra de máquinas e equipamentos por R$8.000,00 à vista. A taxa de depre-ciação desse bem é de 10% ao ano. Evento 6 Pagamento de 10% das obrigações contraídas junto a fornecedores (do saldo apurado até o momento). Evento 7 Compra, à vista, de mercadorias necessárias para composição de estoque no va-lor de R$20.000,00. Evento 8 Emissão de um cheque para a constituição do caixa da empresa. A finalidade do caixa é dar cobertura a pequenos gastos apenas. Valor do cheque destinado ao caixa: R$2.000,00. Evento 9 Vendas de mercadorias que custaram R$5.000,00 por R$10.000,00 50% a prazo. Nota de orientação Neste lançamento, inicialmente devemos reconhecer a receita para, em seguida, baixarmos as mercadorias vendidas do estoque. Pelo valor vendido, reconheceremos a receita (sequência de lançamento 9a): Débito – contas a receber (50%) e bancos (50%) Crédito – receita de vendas Pelo custo de aquisição, baixaremos as mercadorias vendidas do estoque da entidade, pelo custo de aquisição (sequência de lançamento 9b): Débito – CMV (custo das mercadorias vendidas) Crédito – estoque (dando “saída” ao que foi vendido) Solução: Capital social Débito Crédito (1a) R$200.000 Saldo R$ 200.000 Capital a integralizar Débito Crédito (1a) R$200.000 (1b) R$200.000 Saldo zero Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 110 Registro contábil Bancos Débito Crédito (1b) R$200.000 (2) R$50.000 (9a) R$5.000 (5) R$8.000 (6) R$1.000 (7) R$20.000 (8) R$2.000 R$205.000 R$81.000 Saldo R$124.000 Imóveis Débito Crédito (2) R$50.000 Saldo R$50.000 Terrenos Débito Crédito (3) R$100.000 Saldo R$100.000 Financiamentos Débito Crédito (3) R$100.000 Saldo R$100.000 Móveis e utensílios Débito Crédito (4) R$10.000 Saldo R$10.000 Fornecedores Débito Crédito (6) R$1.000 (4) R$10.000 Saldo R$9.000 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 111 Máquinas e equipamentos Débito Crédito (5) R$8.000 Saldo R$8.000 Estoque Débito Crédito (7) R$20.000 (9b) R$5.000 Saldo R$15.000 Caixa Débito Crédito (8) R$2.000 Saldo R$2.000 Receita de vendas Débito Crédito (9a) R$10.000 (a) R$10.000 Saldo R$10.000 Custo das mercadorias vendidas Débito Crédito (9b) R$5.000 Saldo R$5.000 (b) R$5.000 Contas a receber Débito Crédito (9a) R$5.000 R$5.000 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 112 Registro contábil Cálculo da depreciação dos bens (evento 10): Bem Cálculo 10a) Móveis e utensílios Depreciação anual: R$10.000 x 10% ao ano = R$1.000 Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$1.000/12 = R$83,33 10b) Máquinas e equipa- mentos Depreciação anual: R$8.000 x 10% ao ano = R$800 Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$800/12 = R$66,67 10c) Edifício Depreciação anual: R$50.000 x 4% ao ano = R$2.000 Depreciação mensal: Depreciação anual / 12 = R$2.000/12 = R$166,67 Despesa de depreciação Débito Crédito (10a) R$83,33 (10b) R$66,67 (10c) R$166,67 Saldo R$316,67 (c) R$316,67 Depreciação acumulada Débito Crédito (10a) R$83,33 (10b) R$66,67 (10c) R$166,67 Saldo R$316,67 Esta conta integra o ativo imobilizado e possui saldo credor. O saldo de depreciação acumulada corresponde ao somatório de todas as parcelas depreciadas. Uma vez levantados os saldos, o passo seguinte é a apuração do resulta- do. Inicialmente as contas de resultado (de receita, despesas e custo) devem ser “zeradas”. Para zerar uma conta de receita basta debitar o saldo acumu- lado no final do período e para zerar uma conta de despesa, basta creditar o saldo correspondente. A contrapartida dos lançamentos de encerramento é feita na conta denominada de Apuração do Resultado do Exercício (ARE). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 113 Apuração do Resultado do Exercício Débito Crédito (b) R$5.000 (a) R$10.000 (c ) R$316,67 R$5.316,67 R$10.000 Saldo (d) R$4.683,33 Lucro (prejuízo) Débito Crédito (d) R$4.683,33 Lucro: R$4.683,33 Como a conta Apuração do Resultado do Exercício é também uma conta de resultado deverá ser encerrada contra a conta lucros. Essa conta era apresentada no Balanço Patrimonial, no grupo patrimônio líquido. Atu- almente, o lucro remanescente, após a constituição das reservas, deverá ser distribuído. As contas de resultado são encerradas ao término de cada período contra a conta apuração do resultado do exercício, que também será encerrada contra a conta lucros ou prejuízos, conforme a situação. Preparemos o balancete de verificação inicial, antes da apuração do resul- tado do exercício. Esse balancete é importante porque sua análise enseja a identificação de erros. 1.º Obtenha os saldos das contas. 2.º Transporte cada saldo para modelo de balancete. 3.º Verifique os saldos e a existência de eventuais diferenças. Constatan-do-se diferenças, analise a movimentação das contas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 114 Registro contábil Balancete de verificação inicial. Descrição das contas Saldo Devedor Credor Bancos 124.000 Caixa 2.000 Contas a receber 5.000 Estoque 15.000 Móveis e utensílios 10.000 Máquinas e equipamentos 8.000 Imóveis 50.000 Depreciação acumulada (saldo credor) 316,67 Terrenos 100.000 Fornecedores 9.000 Financiamentos 100.000 Capital social 200.000 Receita de vendas 10.000 Custo das mercadorias vendidas 5.000 Despesa de depreciação (total) 316,67 Total 319.316,67 319.316,67 Quando o somatório de débitos não equivale ao somatório de créditos, algo foi registrado erroneamente. Nesse caso, é recomendado que sejam re- visados. Persistindo a diferença não se deve avançar nos lançamentos. De- tecte o erro e proceda à correção. Hoje em dia, com os sistemas informatizados, a pesquisa de lançamento ficou muito mais fácil. Por exemplo, levantamentos eletrônicos podem ser feitos utilizando eventuais diferenças. É importante destacar que nem todos os erros são detectáveis na análise superficial do balancete (erros qualitati- vos). É preciso realizar os registros com atenção. Ampliando seus conhecimentos Depreciação, amortização e exaustão (VASCONCELOS, 2009) Os bens que integram o grupo imobilizado possuem um tempo de vida útil econômico (exceto terrenos). Ao longo dos anos (do tempo de vida útil), Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 115 os bens se desgastam em função do uso, ação do tempo ou obsolescência. A Contabilidade traduz essa perda de valor econômico por meio do registro da depreciação. A depreciação reflete a perda na avaliação de direitos que possuem por objeto bens tangíveis sujeitos a desgastes ou perda de utilidade em face do uso, ação da natureza ou desatualização tecnológica. Geralmente as empresas optam por adotar os prazos de vida útil admitidos pela legislação fiscal. O Regulamento de Imposto de Renda (RIR/99) determi- na os critérios básicos de depreciação (arts. 305 a 323). As taxas são calculadas como segue: Depreciação de edifícios Se em 25 anos a depreciação é de 100% Em 1 ano ? A taxa de depreciação anual será de 4% ao ano. Se o bem é depreciado 100% dentro de seu prazo de vida útil, em 1 ano, qual será a taxa de depreciação? Essas taxas são definidas admitindo-se uso normal do bem em um turno de 8 horas. A Receita Federal apresenta uma lista extensa de bens e suas res- pectivas taxas (Instrução Normativa SRF 162/98 e 130/99). Máquinas, equipa- mentos, móveis, utensílios e instalações possuem uma taxa anual de depre- ciação de 10%, pois seu prazo de vida útil é de 10 anos. Os veículos possuem um prazo de vida útil de 25 anos, e consequentemen- te, uma taxa de 4%. A depreciação é tratada contabilmente como despesa no transcorrer da vida útil do bem. Debita-se despesa de deprecição e credita- -se depreciação acumulada (do bem). Não é feita qualquer alteração no valor original do bem. A depreciação é acumulada numa conta redutora, que é a depreciação acumulada. Móveis e utensílios (-) Depreciação acumulada O registro da depreciação é feito mensalmente. A contabilização da amor- tização e a exaustão seguem o mesmo raciocínio. A amortização representa a perda de valor dos recursos aplicados na aquisição de direitos de proprieda- des comerciais, de serviços ou industriais e quaisquer outros com o tempo de duração limitado, via prazo contratual ou legal. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 116 Registro contábil A exaustão representa a perda de valor ou esgotamento dos recursos na- turais explorados pela entidade e dos bens aplicados na atividade de explo- ração. Uma jazida mineral tende ao esgotamento ao longo dos anos em que é explorada. Os conceitos de depreciação, amortização e exaustão retratam eventos que, apesar de não gerarem desembolso, podem afetar em níveis dis- tintos a produtividade das operações da entidade. Atividades de aplicação 1. Analise as assertivas e classifique-as em VERDADEIRA ou FALSA. A depreciação corresponde ao desgaste de bens tangíveis por )( uso, ação do tempo ou obsolescência. A exaustão diz respeito à exploração dos recursos naturais. )( A amortização diz respeito ao desgaste de bens físicos. )( O balancete apresenta a relação das contas, patrimoniais e de )( resultado, com seus respectivos saldos. O encerramento da conta “apuração do resultado do exercício” é )( feito a cada período. 2. Sobre débito e crédito, assinale a alternativa correta: a) O débito relaciona-se ao “destino”, “utilização” e “aplicação” de re- cursos e o crédito, à origem ou fontes de recursos, as que viabiliza- ram a aplicação. b) O crédito relaciona-se ao “destino”, “utilização” e “aplicação” de re- cursos e o débito, à origem ou fontes de recursos, as que viabiliza- ram a aplicação. c) O débito é realizado exclusivamente no caso de contabilização de despesas. d) O crédito é realizado exclusivamente no caso de contabilização de despesas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Registro contábil 117 3. Sobre a natureza dos saldos é correto afirmar que: a) as contas de passivo e despesa têm saldo devedor. b) as contas de ativo e patrimônio líquido têm saldo devedor. c) as contas de ativo e despesa têm saldo devedor. d) as contas de passivo e ativo têm saldo credor. 4. Explique o mecanismo de “débito” e “crédito”. 5. Sobre exaustão é verdadeiro afirmar: a) é sinônimo de depreciação. b) é sinônimo de amortização. c) tem como objeto os direitos com prazo de duração limitada. d) tem como objeto recursos naturais explorados e bens utilizados na atividade dessa exploração. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
Compartilhar