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Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu HIPÓXIA Redução do fornecimento de oxigênio = hipóxia Interrupção do fornecimento de oxigênio = anóxia A carência do O2, molécula que funciona como último aceptor de elétrons da cadeia respiratória causa lesão celular justamente pela redução da respiração aeróbica oxidativa. O oxigênio serve para a respiração celular, que gera energia em forma de ATPs. Além de oxigênio, essa formação também necessita de glicose, gordura ou proteína. A célula sem O2, perde seu receptor final de elétrons na cadeia respiratória, passando a realizar, agora, respiração anaeróbica. Diversas lesões produzem obstruções vasculares que leva a redução do fluxo sanguíneo ou até mesmo a sua parada, dependendo da intensidade e duração do fenômeno e da suscetibilidade à privação de oxigênio e nutrientes, as células degeneram ou morrem. Em hipóxia as células sofrem modificações metabólicas progressivas que originam respostas adaptativas, podendo causar lesões reversíveis ou dependendo da intensidade lesões irreversíveis. Diante da Hipóxia as células procuram se adaptar. Isso ocorre mediante a maneira de utilizar energia. Sendo que esta adaptação é feita mediante AMP cinases, com isto acelera-se processos de glicólise, aumentam a translocação do transporte de glicose, acelerando a captação de glicose, inibem gliconeogênese e síntese de ácidos graxos, triglicerídeos e esteroídes. Lesões Reversíveis – Cessado a hipóxia, a célula recompõe a atividade metabólica reajustando o equilíbrio hidroeletrolítico e voltando ao normal. As lesões reversíveis ocorrem devido a redução na síntese de ATP não compensado pela produção de energia via glicólise no citosol, desta forma surgem alterações como: redução das bombas eletrolíticas dependentes de ATP, levando a retenção de sódio no citosol, com aumento de osmolaridade e expansão isosmótica no citoplasma leva a degeneração hidrópica. Assim, sódio e água acumulam-se também nos retículos, cujas vesículas ficam dilatadas. Nas mitocôndrias a câmara externa se expande e a interna contrai Há alteração da permeabilidade de outros íons, como o cálcio que alcançam o citosol e ativam proteínas cinases , as quais levam ao desarranjo do citoesqueleto, resultando em achatamento das microvilosidades O acúmulo de AcetilCoA (devido a cadeia respiratória estar parcialmente inativa e haver um acúmulo de NADH e FADH) favorece a síntese dos ácidos graxos o que leva ao acúmulo de triglicerídeos sob a forma de pequenas gotas no citosol favorecendo a esteatose, este efeito só não é mais intenso pois vai haver adaptação da célula e redução na expressão de genes para síntese de ácidos graxos. Lesões Irreversíveis – Se a hipóxia persistir, as pertubações eletrolíticas e a síntese de proteínas e lipídeos passam a agredir as membranas citoplasmáticas e as organelas, agravando progressivamente as condições da Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu célula, as alterações tornam-se irreversíveis e a célula morre. Até o aparecimento de lesões irreversíveis podem ser encontrados progressivamente as seguintes modificações : as membranas se alteram pela perda de moléculas estruturais e pela incapacidade de repor os componentes perdidos. A membrana plasmática perde sua organização estrutural, alterando o funcionamento de seus receptores e seu mecanismo de transdução. A membrana se torna mecanicamente frágil podendo se romper. Os lisossomos tornam-se tumefeitos e perdem progressivamente a capacidade de conter suas hidrolases que são liberadas no citoplasma e iniciam o processo de autólise, devendo considerar que quando as enzimas lisossomais vão para o citosol a célula já está morta (passando por um processo de necrose), não sendo então isto a causa da irreversibilidade da célula. Existe um ponto no qual a lesão é considerada irreversível e este é o ponto de não retorno. Do ponto de vista estrutural vai haver depleção acentuada de ATP, cessação da glicólise anaeróbica com acúmulo de lactato e conversões de grandes quantidades de nucleotídeos em nucleosídeos e bases orgânicas Obs: Existem diferenças na resistência das células à hipoxia e a anóxia. A lesão irreversível mais grave pela hipóxia é a necrose. No entanto, a mais moderada leva a apoptose Lesão por reperfusão - Tecidos mantidos em isquemia prolongada mostram agravamento de lesão quando são reoxigenados. Isso tem sido explicado pela formação de radicais livres do oxigênio. Hipóxia de pequena proporção induz lesões degenerativas que se recuperam rapidamente após reperfusão. Já a degeneração mais intensa provocada por hipóxia intermediária se agrava com a reoxigenação. Lesões produzidas por anóxia duradoura são pouco alteradas por reperfusão, mas com a oxigenação ocorre ampliação da lesão nas suas margens. ATP Glicose (glicólise) ----- Piruvato ----- AcetilCoa (entra no ciclo de Krebs) ----- NADH, FADH, CO2 E GTP ----- O CO2 é descartado ----- NADH E FADH ----- (moléculas carreadoras de elétrons) ----- ADP + P (na presença de O2) ----- ATP (fosforilação oxidativa) Explicação: Quando a glicose está dentro da célula, ela é metabolizada no citoplasma, no processo chamado de glicólise. O produto final é o piruvato, com saldo positivo de ATP. O piruvato vira acetilCoa, que entra no ciclo de Krebs. Várias reações químicas ocorrem e é formado NADH, FADH, GTP e CO2. O CO2 é descartado , e o GTP forma ATP. NADH e FADH são moléculas carreadoras de elétrons, que, na membrana interna da mitocôndria atuam na cadeia de transporte de elétrons. É aqui que ocorre a fosforilação oxidativa. Vários ATPs são formados e o oxigênio é necessário como receptor final de elétrons. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu (Desta forma a maior parte do ATP é produzido de forma aeróbica) Na falta de oxigênio os efeitos são: 1. O nível de ATP vai cair. Existem várias estruturas celulares que dependem de ATP e ficarão prejudicadas. Um exemplo é a bomba de sódio e potássio. Ela bombeia três sódios para fora e dois potássios para dentro, contribuindo para o equilíbrio osmótico e polaridade. Seu transporte é ativo, contra o gradiente de concentração, e gasta energia para isso, sendo uma ATPase. Se a célula entra em hipóxia, então, uma consequência é a disfunção da bomba de sódio e potássio. Consequentemente vai haver acúmulo de sódio intracelular. O acúmulo de sódio atrai água do líquido intersticial . Como a membrana é permeável à água ocorre transporte passivo por osmose. Sendo assim, essa célula vai encher de água. Ocorre então, acúmulo intracelular de água o que é chamado de degeneração hidrópica. (Esta lesão é reversível, sendo assim se os níveis de oxigênio voltarem ao normal a célula consegue reagir e voltar ao seu perfeito funcionamento). (A célula dificilmente morre apenas pela causa da degeneração hidrópica, sendo que outros eventos devem acontecer na célula para que a leva a se romper e sofrer morte celular). 2. A segunda consequência é a alteração dos níveis de acetilCoa, que aumentam consideravelmente já que não estão sendo gastos. Isto ocorre, pois acumula NADH e FADH, e como feedback o ciclo inteiro fica travado. Esse excesso de acetilCoa acaba indo para outra via, a via dos ácidos graxos, que produz triglicerídeos (gordura). A célula então acumula gordura, causando esteatose. É uma lesão reversível, por enquanto, pois a quantidade de gordura é mínima. 3. A terceira consequência é o aumento da glicólise, no intuito de ter mais ATP. Dessa maneira, forma-se mais piruvato. Esse excesso de piruvato vira ácido lático, que diminui o pH intracelular. Isso mata a célula. Pois toda célula, por mínimo que seja, fabrica proteína, nem que seja apenas para uso interno.Realizando assim, processos de síntese proteica. Esse processo é vital. Quando o pH cai, a cromatina condensa, não sendo possível ler o DNA. Sendo assim, a síntese proteica cai demais e a célula não suporta. A tendência é de necrose, lesão irreversível. Em cada célula autossômica temos 46 cromossomos, que são 46 moléculas de DNA condensadas. 4. A quarta consequência é relacionada ao cálcio. O nível de cálcio deve ser bem regulado, então geralmente a bomba joga cálcio pra fora da célula. Sem a bomba de cálcio, que é ATPase, os níveis citosoicos de cálcio irão aumentar. O cálcio em excesso ativam as fosfolipases,que são capazes de alterar a estrutura da membrana plasmática. Além disso, ocorre ativação de proteases plasmáticas, que alteram a conformação do citoesqueleto, responsável pela sustentação e estrutura da célula. Ocorre desacoplamento de ribossomos, e a síntese proteica acaba Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu piorando. É então uma lesão do tipo irreversível, levando a necrose celular. OBS: Essas consequências não são necessariamente em sequência. Além disso, cada célula tem um tempo de morte diferente. Depende também da quantidade de oxigênio que está faltando. Qual é o momento que, se eu passar, eu não volto mais? Chama-se ponto de não retorno. É quando começo a mexer com pH e cálcio. Contudo isto também é um ponto variável. RADICAIS LIVRES As células geram energia reduzindo o oxigênio molecular em água. Durante este processo, pequenas quantidades de formas reativas do oxigênio parcialmente reduzidas são produzidas como um produto não desejado da respiração mitocondrial. Algumas dessas formas são radicais livres que danificam os lipídios, as proteínas e os ácidos nucleicos. Elas são chamadas de espécies reativas de oxigênio. São moléculas com elétrons desemparelhados no orbital externo. Essa molécula se torna instável, e para se estabilizar precisa compartilhar elétrons. A principal fonte de radicais livres é o oxigênio. Quando ele é oxidado (nas fases intermediárias), três espécies reativas são geradas: superóxido (O2), o peróxido de hidrogênio (água oxigenada, H2O2) hidroxil (-OH-). Além disto, o oxigênio pode gerar ainda outros produtos reativos denominados espécies reativas derivadas do oxigênio (ERDO). Radicais livres e ERDO são produzidos no metabolismo normal da célula. A eficiência do sistema de transporte de elétrons, a pouca disponibilidade de metais de transição livres no citoplasma e os mecanismos antioxidantes controlam a produção e o efeito dos radicais livres gerados naturalmente nas células. O equilíbrio entre produção e inativação de radicais livres impede o aparecimento de lesões. Os sistemas antioxidantes são vitaminas, glutationas, superoxido dismutase e catalases. Elas limpam os radicais livres, estabilizando-os. O problema é o excesso de radicais: ou tá chegando muito, ou o antioxidante está pouco. O diabético tem deficiência de metabolismo proteico, e esse sistema antioxidante fica prejudicado. O cigarro, as radiações e os conservantes (nitrosamina, hidrocarbonetos - muito encontrado em defumados) geram muitos radicais livres, além das radiações ionizantes. A medicina ortomolecular sugere suplementos, mas não existe exatamente uma comprovação nisso. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu Caso seja ultrapassada a capacidade do sistema antioxidante as lesões acontecem nas moléculas que compõe as células do corpo, como lipídeo, carboidrato, proteína , RNA e DNA. O radical livre compromete o DNA, pois se liga em um nucleotídeo e atrapalha a leitura do DNA, alterando a produção de uma proteína e mudando toda sequência de eventos à frente. Os radicais podem comprometer as cadeias de ácidos graxos, alterando a estrutura da membrana plasmática. As lesões são então causadas pelas alterações estruturais e funcionais das moléculas. Obs: Existe um mecanismo que barra a alteração do DNA, as proteínas de reparo. De novo, o problema é o excesso, chega um ponto que é impossível realizar o reparo. Os radicais livres podem então ser criados nas células de várias maneiras: Absorção de energia radiante (como luz ultravioleta, raios X, radiações ionizantes); Metabolismo enzimático de substâncias químicas exógenas ou drogas; As reações de redução-oxidação que ocorrem durante os processos metabólicos normais. Metais de transição como o ferro e o cobre que doam ou aceitam elétrons livres durante as reações intracelulares e catalisam a formação de radicais livres. O oxido nítrico (NO), importante mediador químico gerado por células endoteliais, macrófagos, neurônios e outros tipos celulares. Ele pode atuar como radical livre e também pode ser convertido a um ânion altamente reativo, como em NO2 e NO3 Os efeitos dessas espécies reativas são amplos, mas três reações são particularmente relevantes para a lesão celular: Peroxidação lipídica das membranas; Modificação oxidativa das proteínas; Lesões no DNA. As células desenvolvem múltiplos mecanismos para remover os radicais livres reduzindo, assim, o grau deleção. Os principais sistemas enzimáticos e não- enzimáticos que contribuem para a desativação das reações de radicais livres incluem: Antioxidantes que bloqueiam o início da formação dos radicais livres ou os inativa, cessando a lesão causada por eles. Exemplos incluem vitaminas lipossolúveis A e E, como o acido ascórbico no citosol. O próprio ferro e o cobre podem catalisar a formação de espécies reativas de oxigênio. Uma série de enzimas que agem como sistema de recolhimento (eliminador) de radicais livres e que degradam peróxido de hidrogênio e anion superoxido (superoxido dismutase). ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu VARIAÇÕES DA TEMPERATURA Aumento da temperatura Queimaduras: a gravidade depende da extensão e da profundidade das lesões. Com o calor vai haver liberação de histaminas dos mastócitos o qual produz uma vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Possuem dificuldade de cicatrização e são propícias à infecção. Isso porque para cicatrizar preciso de processo inflamatório e boa oxigenação. A queimadura lesa vasos, deixando a região mal irrigada. É uma área onde o sistema imunológico não tem acesso da forma que deveria. A nutrição, a oxigenação e o acesso são deficientes. Efeitos podem ser minimizados se a queimadura estiver sendo tratada. Lesão direta da parede vascular que pode aumentar o edema, produzindo hemorragia e levar a trombose de pequenos vasos, resultando em isquemia e necrose. Ação direta sobre as células produzindo degeneração hidrópica quando a temperatura ultrapassa 52 graus. Logo possuem: dificuldade de cicatrização e irrigação e facilidade para infecção. Efeitos sistêmicos = com a temperatura elevada, pode haver elevação progressiva da temperatura corporal, gerando hipertermia. Quando a temperatura corporal atinge ou ultrapassa 40 graus, há vasodilatação periférica, fechamento de anastomoses arteriovenulares, abertura de capilares e sequestro de grande quantidade de sangue na periferia, iniciando um quadro de insuficiência circulatória periférica. A hipóxia decorrente da insuficiência circulatória causa lesões no SNC, podendo o paciente apresentar meningismo e convulsões, facilitados pelo abaixamento do limiar de excitabilidade dos neurônios induzidas pelas altas temperaturas Hipertermia: se a temperatura passa de 40 graus Celsius. Para resolver esta situação, o corpo responde com desidratação (que ocorre através da sudorese) e vasodilatação. A desidratação leva à redução da volemia e a vasodilataçãomexe na resistência vascular periférica, o que faz com que a pressão caia. O indivíduo se sente mal e cansado, sinal de que está faltando oxigênio. A diminuição da pressão é o que leva a hipóxia. Logo causam: desidratação, vasodilatação, queda de pressão que leva a hipóxia. Hipertermia maligna = doença autossômica dominante na qual a exposição a anestesias dispara liberação de cálcio no retículo sarcoplasmático, causando tremores e excessiva produção de calor, lactato e de CO2. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu Diminuição da temperatura Lesões que dependem da rapidez com que ocorre o abaixamento da temperatura. Um membro submetido por tempo indeterminado a baixa temperatura apresenta vasoconstrição, hipóxia e lesões degenerativas decorrentes da redução do oxigênio. Se o resfriamento persistir, a vasoconstrição aumenta e a anóxia se agrava levando a necrose na extremidade do membro atingido, este processo tende a ser progressivo. Com o aumento da intensidade do frio, desaparece o controle nervoso da vasomotricidade, instalando-se a vasodilatação arteriolar e venular. Com isto surge hipertermia e aumento da quantidade de sangue no leito capilar e nas vênulas, mas a velocidade circulatória diminui, razão pela qual a hipóxia se acentua. Se a água congela no interior das células ocorre desequilíbrio eletrolítico grave que altera funções vitais , conduzindo a morte celular. Cristalização de água intracelular é o principal mecanismo de morte celular no congelamento rápido. Pela vasoconstrição a região atingida fica pálida, se a temperatura eleva, torna-se vermelha por causa da vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e quimiotaxia de células fagocitárias. Efeitos sistêmicas do frio: O organismo tenta se adaptar produzindo maior quantidade de calor. Essa produção é temporária, se não há proteção adequada, a temperatura corporal começa a abaixar instalando-se a hipotermia. Nessa situação, há vasoconstrição periférica, palidez acentuada e redução progressiva da atividade metabólica de todos os órgãos, especialmente do encéfalo e medula espinhal. A causa de morte no resfriamento é geralmente falência cardiorespiratória por inibição dos antros bulbares que comandam a respiração e a circulação. Vasoconstrição: diminui a irrigação do membro que está no frio e pode gerar hipóxia. Hipotermia: A temperatura ideal para enzimas é de 36 graus. Se abaixar a temperatura para menos de 33 graus, essas enzimas param de funcionar. Ocorre diminuição drástica de atividade enzimática generalizada, o que diminui a atividade metabólica. Isto se ela for sistêmica sendo capaz de levar a hipóxia. PRESSÃO ATMOSFÉRICA Mergulho em grandes profundidades (aumento da PA) Temos pouco O2 dissolvido no sangue, cerca de 5%. Se for colocado sobre pressão o gás se mistura ao líquido. Então, no mergulho a pressão aumenta, assim os gases acabam se misturando na corrente sanguínea e a quantidade de gás dissolvido aumenta. Quando a pessoa volta para a superfície, os gases que estavam dissolvidos voltam para o estado gasoso e acaba acontecendo embolia gasosa na corrente sanguínea. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu Quando encontra vasos de pequenos calibres, ocorre hipóxia. A descompressão rápida causa embolia gasosa que causa obstruções vasculares. O nome disso é síndrome da descompressão. Pode ser evitada se a pessoa subir lentamente. Se houver descompressão rápida ---- Formação de êmbolos gasosos ---- Obstruções vasculares ---- Hipóxia (SÍNDROME DA DESCOMPRESSÃO) Grandes altitudes (diminuição da PA) Em locais mais altos o ar é mais rarefeito, vai haver redução da tensão de oxigênio nos alvéolos pulmonares, o que levará a hipóxia, desta forma o organismo reage com a vasoconstrição periférica. A hipóxia lesa o endotélio vascular e favorece o aparecimento de edema. Há ainda, taquipneia na tentativa de compensar a baixa tensão do oxigênio. Depois de um tempo o corpo se adapta e há produção maior de hemácias, mitocôndrias e uma rede vascular mais aberta. Grandes Altitudes ---- Ar rarefeito ---- diminui oxigênio na corrente sanguínea --- Hipóxia RADIAÇÕES As lesões produzidas por radiação ionizantes decorrem: da inalação ou ingestão de poeira ou alimentos que contém partículas radioativas e também à exposição a radiação com fins terapêuticas ou diagnóstico. As radiações ionizantes lesam os tecidos por dois mecanismos: - Ação direta sobre as macromoléculas, especialmente proteínas, lipídeos, carboidratos e ácidos nucleicos, nos quais podem produzir quebras, novas ligações e ionização de radicais, alterando a função dessa moléculas. - Ação indireta. Produzindo radicais livres a partir da ionização da água, oxigenação dos tecidos e substâncias radiosensibilizantes. Raio X, alfa, beta, gama, onda eletromagnética: Quando a radiação é onda, a pior é a de maior frequência e menor comprimento de onda, porque maior é a penetração. Os tecidos mais sensíveis são o epitélio, aparelho reprodutor, medula óssea. Todos com altos níveis mitóticos e alta proliferação. São mais sensíveis porque passam a mutação para frente. Quando há acidente em usinas, ocorre bastante queimadura, câncer de pele, leucemia, distúrbios em gametas. Dentro da célula, além de alterações no DNA, pode alterar a permeabilidade da membrana, o funcionamento de proteínas, estrutura e o citoesqueleto. Lesão indireta: radiação ionizante, que ioniza o oxigênio e produz radicais livres. No caso do raio X uma exposição repetida não será prejudicial. Sendo assim, para o paciente, a possibilidade é mínima em virtude da dose e do tempo de exposição. Mas em grávida, pelo feto já ser mais sensível é recomendado Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu apenas em casos extremos. O técnico que trabalha neste ofício deve utilizar proteção e também limitar as horas de trabalho. Luz solar O infra-vermelho age na pele, gerando calor e queimaduras. O ultra-violeta A, B e C varia o comprimento de onda, sendo que eles são muito próximos. Melanina é produzida por uma enzima chamada tirosinase. A UVA e a UVB aumentam então a melanina. A longo prazo gera lesões pigmentadas (nevos, lentigo solar, melanoma). Ocorre envelhecimento precoce porque a fibra elástica é degradada (ultravioleta fragmenta elastina). A UVA e UVB podem também levar a lesões de DNA sendo capazes com o tempo de causar câncer (melanomas e carcinomas). Os raios UVB tem ação melanogênica, induzem pigmentação e são responsáveis pelo fenômeno de fotossensibilização. A UVC é barrada pela camada de ozônio, mas com os problemas climáticos a sua incidência torna-se cada vez maior. Aumentando a probabilidade de câncer. Seu efeito principal é no DNA, o que a torna a mais propensa aos cânceres. A luz fluorescente se for exposta demais pode gerar problemas. Agentes Químicos: Todos esses agentes são físicos, mas existem também os agentes químicos, que podem causar intoxicações e lesões. Estes apresentam importância clínica variada pois dependem da substância e da dose. Também por onde entrou, tempo de exposição e a pessoa em si (idade, sistema imunológico e metabólico). Cigarro libera o monóxido de carbono que compete pela ligação com a hemoglobina. O chumbo compete com o cálcio, sendo assim pode haver incorporação de chumbo nos ossos. O chumbo também diminui a incorporação de ferro pelas hemácias, dificultando a captação de oxigênio e levando a graus variados de anemia. Este elemento pode levar até 30 anos para sair do organismo. NECROSE Ocorre quando o dano às membranas é muito severo, de modo que as enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula eos componentes celulares extravasam. Admite-se que um tecido seja classificado como necrosado quando este representa apenas uma área restrita que se encontra circundando por tecido vivo, ou seja, um tecido necrosado se restringe a apenas uma área de necrose contida em um organismo vivo. E caracterizada ainda por causar inflamação no tecido circunjacente. Ex: o infarto do miocárdio gera uma área restrita de tecido morto no contexto de um organismo vivo. A necrose é sempre causada por um fator externo e patológico, como uma isquemia, por exemplo. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu Morte celular por autólise – célula morre e os lisossomos perdem capacidade de reter as enzimas passando a liberá-las. (não é a liberação de enzimas lisossomais que causa a morte celular). Morte suja que induz processo inflamatório e libera material da matriz Aspectos microscópicos (alterações nucleares e alterações citoplasmáticas). Etiologia (achados microscópicos) : Agentes químicos, físicos ou biológicos. Passos da necrose: 1. O núcleo se contrai e condensa, você enxerga ele menor e mais corado; esse aspecto chama-se picnose nuclear. 2. Você também pode ver o material fragmentado e espalhado, pois tudo está sendo digerido (o material e o envoltório nuclear) chama-se carcinorexe 3. Por último, você pode ver (ou melhor, não ver) uma ausência total de núcleo; chama-se cariólise. Causas Os agentes agressores produzem necrose por: redução de energia, quer por obstrução vascular, quer por inibição dos processos respiratórios da célula. Produção de radicais livres. Ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da célula. Agressão direta à membrana citoplasmática, criando canais hidrofílicos pelos quais a célula perde eletrólitos. Tipos Depois de instalada a isquemia e a carência de ATP, e a célula ter sofrido qualquer mecanismo de lesão irreversível, o tecido entra em necrose. A massa de células em necrose pode apresentar diversos padrões morfológicos: Necrose coagulativa ou isquêmica : acontece principalmente nos órgãos parenquimatosos (sólidos). Implica a preservação do contorno básico da célula por pelo menos alguns dias. Os tecidos afetados apresentam uma textura firme, de modo que as células que o compõem apresentem uma delimitação visível, uma vez que suas proteínas estruturais não sofreram ação de hidrolases. Presumivelmente, a lesão ou o aumento subsequente da acidose intracelular desnatura não somente as proteínas estruturais, mas também as enzimas, bloqueando, assim, a proteólise celular. Macroscopicamente a área atingida é esbranquiçada. Quase sempre a região necrosada é circundada por um halo avermelhado. Ex: no infarto agudo do miocárdio, as células acidófilas, coaguladas, sem núcleo podem persistir por semanas. Finalmente, as células do miocárdio necrosadas são removidas por fragmentação e fagocitose dos restos celulares por leucócitos removedores e pela ação de enzimas lisossômicas proteolíticas trazidas pelos leucócitos que migram para a região. Este tipo de necrose é característica geral dos Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu tecidos quando submetidos a morte por hipóxia, exceto as células que compõem o tecido nervoso. Necrose liquefativa: neste tipo de necrose, independente da patogenia, a liquefação digere completamente as células mortas. O resultado final é a transformação do tecido em uma massa viscosa de odor e cor característicos. Se o processo for iniciado por uma inflamação aguda, o material geralmente é um amarelo cremoso devido a presença de leucócitos mortos, sendo chamado de pus. Ex: é comum este tipo de necrose em certas infecções bacterianas focais ou fúngicas; por razões desconhecidas, a morte das células nervosas leva a este tipo de necrose. Abscesso cheios de secreção purulenta é exemplo de necrose liquefativa. Sendo assim: a autólise é mais rápida e apresenta consistência fluida Necrose caseosa: do latim, caseus = queijo. É uma forma distinta de necrose coagulativa, encontrada mais frequentemente em focos de tuberculose. O termo caseosa é derivado da aparência macroscópica semelhante a queijo branco da área de necrose. Ao contrário da necrose de coagulação, a arquitetura está completamente destruída. Macroscopicamente a principal característica é a transformação das células necróticas em uma massa homogênea. Sendo assim: a consistência apresenta-se amolecida e a arquitetura está completamente destruída. Necrose Lítica – É a denominação que se dá a necrose de hepatócitos nas hepatites virais, os quais sofrem lise. Necrose gomosa – É uma variedade de necrose por coagulação no qual o tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como uma borracha, ou fluido e viscoso como goma. Comum na sífilis no terceiro estágio. Esteatonecrose (necrose gordurosa): descreve áreas de destruição de gordura que ocorre tipicamente como resultado da liberação de lipases pancreáticas ativadas no parênquima pancreático e na cavidade peritoneal (como o que ocorre na pancreatite aguda). Este extravasamento faz com que enzimas pancreáticas ativadas quebrem as membranas dos adipócitos e os ésteres de triglicerídios contidos nestas células. Os ácidos graxos liberados se combinam com o cálcio e produzem áreas brancas visíveis (saponificação) que permitem que o cirurgião e o patologista identifiquem as lesões (por eles chamados de lesões em pingo de vela). Sendo assim apresentam aspectos semelhantes a parafina derretida. EVOLUÇÃO DAS NECROSES Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu 1. Regeneração: recuperação do padrão morfológico e funcional. Logo após a necrose, vai haver indução do processo inflamatório para que ele limpe a área necrosada. Esse próprio processo inflamatório estimula a proliferação celular por mitose. Então os critérios para a regeneração são: capacidade proliferativa e uma área bem nutrida (irrigada). 2. Cicatrização: substituição por tecido conjuntivo fibroso. Por exemplo, no músculo cardíaco eu não consigo fazer mitose apesar dele ser irrigado, então tudo o que eu posso fazer é depositar tecido conjuntivo fibroso. Obs: Agora vamos supor o fígado de um alcoólatra, todo dia uma área grande é necrosada, regenero metade e cicatrizo metade. Todo dia, porém necrosa de novo. Ao final estará todo fibroso, o que se chama de cirrose. ➝ Regenerar é curar. Cicatrizar às vezes sim às vezes não. Se o infarto do miocárdio for muito pequeno, ele não atrapalha nada. Mas se for grande, atrapalha tudo, então não curou. 3. Encistamento: a limpeza acaba demorando por algum motivo que seja, e não consigo remover 100% o tecido em decomposição. Vai haver depósito de fibra colágena, o que acaba encistando a área de necrose. A reação inflamatória com exsudação de fagócitos se desenvolve apenas na periferia da lesão, ocorrendo proliferação conjuntiva e formação de uma cápsula que encista o tecido necrosado, o qual vai sendo absorvido lentamente, permanecendo no seu interior um material progressivamente mais líquido Obs.: não confunda com cisto. Você encapsula, mas não resolve o problema. O organismo continua tentando limpar, e às vezes ocorre curetagem e tiram a cápsula. 4. Eliminação: só acontece se a necrose estiver em uma área que possui comunicação com o meio externo. Por exemplo: na luz do intestino. Não resolve o problema, o foco, mas elimina temporariamente. 5. Calcificação: deposição de sais de cálcio. Ajuda ou piora? Imagina uma placa aritomatosa: ela diminui a vasodilatação e acaba comprometendo um pouco a vascularização. Por outro lado, pode não fazer diferença nenhuma. 6. Gangrena: quando a área de necrose sofre açãode algum agente exógeno. O principal é a bactéria. Geralmente ocorre em necrose isquêmica que ficam em extremidades. Muito comum na diabetes, por exemplo. Geralmente amputa-se. APOPTOSE Apoptose é o que chamamos de morte celular programada. Na verdade, a célula ativa um determinado mecanismo que faz com que ela morra. É uma Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu seleção negativa. Ocorre na fase embrionária, na resposta imune, no retorno de um órgão hipertrofiado e hiperplásico ao normal, nas células contaminadas por vírus e nas células mutadas. Pode ser desencadeada por estímulos endógenos que agem em receptores de membranas ou por estímulos exógenos gerados após diferentes agressões, como irradiações, estresse oxidativo, agressão química e hipóxia. Existem duas vias uma intrínseca e outra extrínseca: a extrínseca acontece principalmente pelo reconhecimento de antígenos de células estranhas, onde o linfócito tcd8 expressa a granzima que induz a caspases. E a intrínseca é a através da P53. Mecanismo de ativação: As caspases são enzimas citoplasmáticas que quando são ativadas induzem a apoptose. Isso porque elas promovem a degradação do citoesqueleto pela ativação das proteases e também promovem a ativação de endonucleases, enzimas que degradam material nuclear. A P53 é uma proteína nuclear que é por si um fator de transcrição (que estimula a transcrição de genes), chamada de guardiã ou vigia do DNA. Se eu tiver uma lesão qualquer no DNA (uma troca de base, por exemplo), ela percebe e detecta o problema. Então, a primeira coisa que ela faz é paralisar o ciclo celular. A segunda coisa é ativar o reparo de DNA para tentar corrigir. Se conseguir corrigir, libera o ciclo para ele recomeçar. Se não conseguir corrigir ela induz apoptose. OBS: Como? Com muitos estudos perceberam que quando a célula sofria uma lesão mitocondrial ela entrava em apoptose. Descobriram que dentro da cadeia transportadora de elétrons existe uma proteína chamada de citocromo C que é capaz de ativar a caspase. Se ele sai da mitocôndria para o citoplasma, ele ativa a caspase. O P53 ativa a BAX (proteína que fica na membrana da mitocôndria), que abre poros na membrana mitocondrial, fazendo com que o citocromo C saia para o citoplasma, ative a caspase e assim ocorre a apoptose. Numa célula tumoral a apoptose não está acontecendo, e geralmente há algum problema na P53. Fases da Apoptose: 1. Sinalização: a célula sofre uma mutação. Sendo esta mutação a nível molecular. A P53 está trabalhando, mesmo que eu não a veja, com uma série de cascatas até ativar as caspases. 2. Efetora: as especializações de membrana somem porque o citoesqueleto está sendo degradado. O caminho daqui pra frente não tem volta. Já houve perda de volume e da morfologia celular. A membrana, porém, está íntegra, e não ocorre autólise. Ocorre então, perda da morfologia e volume, perda das especializações de membrana e degradação do núcleo. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu 3. Degradação: célula passa a emitir pequenos brotos, chamados de corpúsculos (corpos) apoptóticos, isto ocorre pela envaginação da membrana. 4. Fagocítica: fagocitose dos corpos apoptóticos, feita pelas células vizinhas ou pelo macrófago tecidual. É a mesma membrana da célula original, mas possivelmente ocorreram modificações moleculares que fizeram com que a fagocitose fosse possível. ➝ A apoptose pode ser fisiológica ou patológica (com agressão). ➝ A necrose pega uma região grande e é uma morte “suja”, enquanto a apoptose pode ser pontual e é “limpa”. PIGMENTAÇÕES ENDÓGENAS Bilirrubina: é um derivado da hemoglobina. Não possui uma função clara e específica e sempre é fabricado. Sendo assim, preciso jogar fora em algum momento. Sua origem é da hemocaterese no baço: pego a hemácia velha e a metabolizo. A hemoglobina possui quatro cadeias polipeptídicas e um grupo heme. A bilirrubina vem é da quebra enzimática desse grupo heme. Primeiro forma-se a biliverdina (produto intermediário verde), que depois através da biliverdina redutase vira bilirrubina. Esta é a não conjugada, difícil de eliminar por ser pouco solúvel em meio aquoso. Formação: Baço (hemocaterese) ---- Grupo heme (heme oxidase) ---- Biliverdina (biliverdina redutase) ---- bilirrubina não conjugada Transporte: Bilirrubina é transportada para corrente sanguínea com o auxilio da albumina Captação: Ela entra dentro do hepatócito e é quando ocorre a conjugação. Conjugação Hepática: Bilirrubina não conjugada + ácido glicurônico ----- Bilirrubina conjugada Excreção: Sendo assim, ela sai pela via biliar e é excretada via intestinal . Porém, o que está no intestino é reabsorvido, cai na corrente sanguínea e é excretado via renal também. Icterícia: sinal clínico que demonstra que o nível de bilirrubina no sangue está alto. É percebível através da pele, esclera, mucosa e na maioria dos tecidos em especial no fígado e nos rins. Tem que olhar a origem, que pode ser, por exemplo, no pâncreas (devido à via biliar). O recém nascido às vezes nasce com um grau mínimo de icterícia, já que a sua degradação de hemácias pode ser muito grande e o fígado está imaturo. Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu A luz ultravioleta quebra a bilirrubina, e é por isso que a criança fica em observação. Melanina: a melanina possui tonalidades variadas. É fabricada no epitélio dentro de uma célula chamada de melanócito. Ele é capaz de converter a tirosina em melanina através da enzima tirosinase. Essa melanina não fica restrita ao melanócito; ela sai, e depende de outra célula captá-la. A variação da cor depende da quantidade de melanina e de tirosinase. Melanócito ---- Tirosina (tirosinase) ---- Melanina Hiperpigmentações melânicas Nevos: são popularmente conhecidos como pintas de pele. Se for mácula, apenas a cor muda, mas o relevo permanece igual. Se for nódulo (ou pápula), o relevo muda. A coloração dela tende a ser uniforme, a lesão é bem delimitada e o crescimento é extremamente lento. Se eu olhar no microscópio, vejo um acúmulo de melanócitos e um pequeno aumento do seu índice proliferativo. Tenho mais melanina devido ao fato de ter mais melanócito. A chance de evoluir para uma malignização é baixa. Efélides ou sardas: pontos pigmentados múltiplos e pequenos, em mácula. Se eu olhar no microscópio, não vejo mais melanócitos, apenas mais melanina. Não tem nada de patológico. Diminui com passar dos anos. Aumento da quantidade de melanina sem proliferar. Necessário tomar cuidado com o sol. Evolução benigna. Melasma: manchas máculas. Geralmente as grávidas acabam por fatores hormonais desenvolvendo essas manchas (ao tomar sol), e logo depois somem (ou não). Estas manchas são mal delimitadas. Também, na imensa maioria dos casos, se eu olhar no microscópio não tem nada de maligno, apenas mais melanina. Geralmente ocorria com o uso de anticoncepcional antigamente. Lentigo solar: surge pela exposição prolongada e excessiva ao sol. Possuem um padrão mais irregular. Apresenta crescimento mais rápido com lesões mal delimitadas com proliferação de melanócitos e depósito de melanina. Existe a possibilidade de malignização, é a que possui maior potencial de se tornar um câncer. Crescimento rápido. Melanoma: o padrão de crescimento é rápido. Na lesão, existem várias cores, os limites são irregulares. Se eu olhar no microscópio, vejo muitos melanócitos irregulares e totalmente atípicos. É o câncer de pele mais raro e mais invasivo, em alguns pacientes pode-se apresentar com dor (processo inflamatório). Hipopigmentação melânica Resumo de Patologia (DAD)Gabriela Carvalho Abreu Vitiligo: considerado uma doença imune; o corpo produz anticorpos contra os melanócitos. Manchas brancas e possui padrões variados. Cuidado com a pré-disposição genética e a cura é dependente do tratamento. Albinismo: doença de herança genética (autossômica recessiva). Não possui melanina, mas possui melanócito; então o problema está na tirosinase. Na África, existem regiões em que ocorrem muitas relações co-sanguíneas, então existem muitos albinos. Não possuem a proteção da melanina e podem desenvolver câncer mais facilmente. Existem vários graus. TRABALHO SOBRE ESTEATOSE HEPÁTICA A esteatose hepática ou fígado gordo, como é conhecido popularmente, é o acúmulo excessivo de gordura no fígado que leva à inflamação das células do fígado que podem levar ao surgimento de sintomas como dor abdominal, pele amarelada e vômitos, por exemplo. Mobilização de lipídeos do tecido adiposo: para mobilizar lipídeos estocados no tecido adiposo existe a enzima lipase hormônio sensível, assim chamada porque é regulada por dois hormônios: as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que a ativam; e a insulina, que a inibe. Na falta de insulina, por exemplo no jejum, e no diabetes mellitus, a lipase hormônio sensível fica intensamente ativada, e remove abundante quantidade de triglicerídeos dos adipócitos. Estes são lançados no plasma na forma de ácidos graxos livres (não como triglicérides), e são captados pelos hepatócitos. No citoplasma dos hepatócitos são esterificados com glicerol, originando novamente triglicérides, ou são queimados a acetil CoA. O excesso de acetil CoA leva a esterificação das moléculas de acetil CoA duas a duas, dando os ácidos aceto-acético e beta hidroxi-butírico (também chamados corpos cetônicos). No jejum prolongado e no diabetes descompensado a grande produção destes ácidos (cetose) leva a acidose metabólica. Lipase lipoproteínica: situa-se nos capilares do tecido adiposo e retira lipídeos de quilomícrons e VLDL. Lipase hormônio sensível: situa-se nos adipócitos, mobiliza lipídeos e é ativada pela adrenalina e inibida pela insulina. Quando e como ocorre a esteatose hepática? A esteatose hepática não é uma doença. É uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu consequência de diversas desordens metabólicas. No ser humano, é observada principalmente em três situações: 1. Desnutricão crônica. 2. Diabetes mellitus descompensado. 3. Alcoolismo crônico. Para entender como, vejamos os mecanismos básicos da esteatose: O hepatócito normalmente sintetiza lipídeos e os exporta para o tecido de armazenamento, que é o tecido adiposo. Em condições normais de boa alimentação e metabolismo não há acúmulo de triglicérides no hepatócito. A esteatose pode decorrer de duas alterações básicas e não mutuamente exclusivas: a) Excesso de oferta de ácidos graxos ao fígado. Há chegada de lípides (na forma de ácidos graxos livres) em excesso ao hepatócito, provenientes do tecido adiposo, excedendo a capacidade do hepatócito de processá los e reexportá-los. Este mecanismo é observado tanto no jejum ou desnutrição como no diabetes descompensado. Ambos causam intensa mobilização de ácidos graxos no tecido adiposo. A ativação da lipase hormônio sensível é excessiva devido principalmente à falta de insulina. Lembrar que o indivíduo que não come nada não produz insulina nenhuma e o mesmo ocorre no diabetes juvenil ou tipo 1. A quantidade de ácidos graxos que aportam ao fígado é muito maior que a capacidade de metabolização pelos hepatócitos, ou de síntese de VLDL. Em consequência, há esterificação e acúmulo no citoplasma dos hepatócitos na forma de triglicérides (esteatose). b) Deficiência na produção de lipoproteínas, basicamente do tipo VLDL. A deficiência de produção de VLDL pelos hepatócitos dificulta a exportação de triglicérides do fígado para outros tecidos. Isto pode ocorrer por: 1. Diminuição na síntese de proteinas. 2. Diminuição na síntese de fosfolípides.Na inanição há falta tanto de aminoácidos como de colina na dieta. O aminoálcool colina é indispensável para síntese de fosfolípides, porque participa da 'cabeça' polar da molécula. A colina pode ser sintetizada no organismo, mas isto exige uma reação de transmetilação envolvendo a metionina, que é um aminoácido essencial. Portanto, a falta de metionina se traduz em deficiência de colina. Como os triglicérides não podem ser empacotados em VLDL, não podem ser exportados, e acumulam no hepatócito dando esteatose. Por quê o alcoólatra tem esteatose ? Resumo de Patologia (DAD) Gabriela Carvalho Abreu • O alcoólatra é frequentemente um desnutrido crônico. • O álcool é tóxico e potencialmente lesivo aos hepatócitos. • O metabolismo do álcool produz acetil CoA em excesso, que acaba sendo utilizado para síntese de ácidos graxos pelo hepatócitos e, portanto, de triglicérides. Além disso, o metabolismo de grandes quantidades de etanol consome grande parte do NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) que é utilizado como aceptor de elétrons no ciclo de Krebs. Vejamos como. O álcool é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase acetaldeído. Este sofre a ação da enzima acetaldeído desidrogenase, produzindo acetilCoA. Nas duas reações, há liberação de elétrons e íons H+ que são captados (aceitos) por NAD+, formando NADH + H+. Como há muito álcool para ser metabolizado, há produção de NADH em excesso, com consumo de NAD+. Fica faltando NAD+ para aceitar elétrons no ciclo de Krebs. Com isto, o ciclo de Krebs como um todo é inibido, levando a acúmulo de acetilCoA (que é quebrado no ciclo de Krebs para dar CO2 e água). O excesso de acetilCoA (que é matéria-prima para a síntese de lípides) é desviado para síntese de ácidos graxos, causando esteatose. Obesidade: o processo inflamatório crônico gera uma proliferação celular desordenada que pode gerar resistência à insulina.
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