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Resumo Patologia (Hipóxia, Radicais Livres, Etiopatogênese das lesões, Necrose, Apoptose, Pigmentações)

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Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
HIPÓXIA 
Redução do fornecimento de oxigênio = hipóxia 
Interrupção do fornecimento de oxigênio = anóxia 
A carência do O2, molécula que funciona como último aceptor de elétrons da 
cadeia respiratória causa lesão celular justamente pela redução da respiração 
aeróbica oxidativa. 
O oxigênio serve para a respiração celular, que gera energia em forma de 
ATPs. Além de oxigênio, essa formação também necessita de glicose, gordura 
ou proteína. 
A célula sem O2, perde seu receptor final de elétrons na cadeia respiratória, 
passando a realizar, agora, respiração anaeróbica. 
 
Diversas lesões produzem obstruções vasculares que leva a redução do fluxo 
sanguíneo ou até mesmo a sua parada, dependendo da intensidade e duração 
do fenômeno e da suscetibilidade à privação de oxigênio e nutrientes, as 
células degeneram ou morrem. Em hipóxia as células sofrem modificações 
metabólicas progressivas que originam respostas adaptativas, podendo causar 
lesões reversíveis ou dependendo da intensidade lesões irreversíveis. 
Diante da Hipóxia as células procuram se adaptar. Isso ocorre mediante a 
maneira de utilizar energia. Sendo que esta adaptação é feita mediante AMP 
cinases, com isto acelera-se processos de glicólise, aumentam a translocação 
do transporte de glicose, acelerando a captação de glicose, inibem 
gliconeogênese e síntese de ácidos graxos, triglicerídeos e esteroídes. 
 
Lesões Reversíveis – Cessado a hipóxia, a célula recompõe a atividade 
metabólica reajustando o equilíbrio hidroeletrolítico e voltando ao normal. As 
lesões reversíveis ocorrem devido a redução na síntese de ATP não 
compensado pela produção de energia via glicólise no citosol, desta forma 
surgem alterações como: redução das bombas eletrolíticas dependentes de 
ATP, levando a retenção de sódio no citosol, com aumento de osmolaridade e 
expansão isosmótica no citoplasma leva a degeneração hidrópica. Assim, sódio 
e água acumulam-se também nos retículos, cujas vesículas ficam dilatadas. 
Nas mitocôndrias a câmara externa se expande e a interna contrai 
Há alteração da permeabilidade de outros íons, como o cálcio que alcançam o 
citosol e ativam proteínas cinases , as quais levam ao desarranjo do 
citoesqueleto, resultando em achatamento das microvilosidades 
O acúmulo de AcetilCoA (devido a cadeia respiratória estar parcialmente 
inativa e haver um acúmulo de NADH e FADH) favorece a síntese dos ácidos 
graxos o que leva ao acúmulo de triglicerídeos sob a forma de pequenas gotas 
no citosol favorecendo a esteatose, este efeito só não é mais intenso pois vai 
haver adaptação da célula e redução na expressão de genes para síntese de 
ácidos graxos. 
 
Lesões Irreversíveis – Se a hipóxia persistir, as pertubações eletrolíticas e a 
síntese de proteínas e lipídeos passam a agredir as membranas 
citoplasmáticas e as organelas, agravando progressivamente as condições da 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
célula, as alterações tornam-se irreversíveis e a célula morre. Até o 
aparecimento de lesões irreversíveis podem ser encontrados progressivamente 
as seguintes modificações : as membranas se alteram pela perda de moléculas 
estruturais e pela incapacidade de repor os componentes perdidos. A 
membrana plasmática perde sua organização estrutural, alterando o 
funcionamento de seus receptores e seu mecanismo de transdução. A 
membrana se torna mecanicamente frágil podendo se romper. Os lisossomos 
tornam-se tumefeitos e perdem progressivamente a capacidade de conter suas 
hidrolases que são liberadas no citoplasma e iniciam o processo de autólise, 
devendo considerar que quando as enzimas lisossomais vão para o citosol a 
célula já está morta (passando por um processo de necrose), não sendo então 
isto a causa da irreversibilidade da célula. Existe um ponto no qual a lesão é 
considerada irreversível e este é o ponto de não retorno. 
Do ponto de vista estrutural vai haver depleção acentuada de ATP, cessação 
da glicólise anaeróbica com acúmulo de lactato e conversões de grandes 
quantidades de nucleotídeos em nucleosídeos e bases orgânicas 
 
Obs: Existem diferenças na resistência das células à hipoxia e a anóxia. A 
lesão irreversível mais grave pela hipóxia é a necrose. No entanto, a mais 
moderada leva a apoptose 
 
Lesão por reperfusão - Tecidos mantidos em isquemia prolongada mostram 
agravamento de lesão quando são reoxigenados. Isso tem sido explicado pela 
formação de radicais livres do oxigênio. Hipóxia de pequena proporção induz 
lesões degenerativas que se recuperam rapidamente após reperfusão. Já a 
degeneração mais intensa provocada por hipóxia intermediária se agrava com 
a reoxigenação. Lesões produzidas por anóxia duradoura são pouco alteradas 
por reperfusão, mas com a oxigenação ocorre ampliação da lesão nas suas 
margens. 
 
ATP 
 
Glicose (glicólise) ----- Piruvato ----- AcetilCoa (entra no ciclo de Krebs) ----- 
NADH, FADH, CO2 E GTP ----- O CO2 é descartado ----- NADH E FADH ----- 
(moléculas carreadoras de elétrons) ----- ADP + P (na presença de O2) ----- 
ATP (fosforilação oxidativa) 
 
Explicação: 
 
Quando a glicose está dentro da célula, ela é metabolizada no citoplasma, no 
processo chamado de glicólise. O produto final é o piruvato, com saldo positivo 
de ATP. O piruvato vira acetilCoa, que entra no ciclo de Krebs. Várias reações 
químicas ocorrem e é formado NADH, FADH, GTP e CO2. O CO2 é 
descartado , e o GTP forma ATP. NADH e FADH são moléculas carreadoras 
de elétrons, que, na membrana interna da mitocôndria atuam na cadeia de 
transporte de elétrons. É aqui que ocorre a fosforilação oxidativa. Vários ATPs 
são formados e o oxigênio é necessário como receptor final de elétrons. 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
 
(Desta forma a maior parte do ATP é produzido de forma aeróbica) 
 
Na falta de oxigênio os efeitos são: 
 
1. O nível de ATP vai cair. Existem várias estruturas celulares que 
dependem de ATP e ficarão prejudicadas. Um exemplo é a bomba de 
sódio e potássio. Ela bombeia três sódios para fora e dois potássios para 
dentro, contribuindo para o equilíbrio osmótico e polaridade. Seu 
transporte é ativo, contra o gradiente de concentração, e gasta energia 
para isso, sendo uma ATPase. Se a célula entra em hipóxia, então, uma 
consequência é a disfunção da bomba de sódio e potássio. 
Consequentemente vai haver acúmulo de sódio intracelular. O acúmulo 
de sódio atrai água do líquido intersticial . Como a membrana é 
permeável à água ocorre transporte passivo por osmose. Sendo assim, 
essa célula vai encher de água. Ocorre então, acúmulo intracelular de 
água o que é chamado de degeneração hidrópica. 
(Esta lesão é reversível, sendo assim se os níveis de oxigênio voltarem 
ao normal a célula consegue reagir e voltar ao seu perfeito 
funcionamento). (A célula dificilmente morre apenas pela causa da 
degeneração hidrópica, sendo que outros eventos devem acontecer na 
célula para que a leva a se romper e sofrer morte celular). 
 
2. A segunda consequência é a alteração dos níveis de acetilCoa, que 
aumentam consideravelmente já que não estão sendo gastos. Isto 
ocorre, pois acumula NADH e FADH, e como feedback o ciclo inteiro fica 
travado. Esse excesso de acetilCoa acaba indo para outra via, a via dos 
ácidos graxos, que produz triglicerídeos (gordura). A célula então 
acumula gordura, causando esteatose. É uma lesão reversível, por 
enquanto, pois a quantidade de gordura é mínima. 
 
3. A terceira consequência é o aumento da glicólise, no intuito de ter mais 
ATP. Dessa maneira, forma-se mais piruvato. Esse excesso de piruvato 
vira ácido lático, que diminui o pH intracelular. Isso mata a célula. Pois 
toda célula, por mínimo que seja, fabrica proteína, nem que seja apenas 
para uso interno.Realizando assim, processos de síntese proteica. Esse 
processo é vital. Quando o pH cai, a cromatina condensa, não sendo 
possível ler o DNA. Sendo assim, a síntese proteica cai demais e a 
célula não suporta. A tendência é de necrose, lesão irreversível. Em 
cada célula autossômica temos 46 cromossomos, que são 46 moléculas 
de DNA condensadas. 
 
4. A quarta consequência é relacionada ao cálcio. O nível de cálcio deve 
ser bem regulado, então geralmente a bomba joga cálcio pra fora da 
célula. Sem a bomba de cálcio, que é ATPase, os níveis citosoicos de 
cálcio irão aumentar. O cálcio em excesso ativam as fosfolipases,que 
são capazes de alterar a estrutura da membrana plasmática. Além disso, 
ocorre ativação de proteases plasmáticas, que alteram a conformação 
do citoesqueleto, responsável pela sustentação e estrutura da célula. 
Ocorre desacoplamento de ribossomos, e a síntese proteica acaba 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
piorando. É então uma lesão do tipo irreversível, levando a necrose 
celular. 
 
OBS: Essas consequências não são necessariamente em sequência. 
Além disso, cada célula tem um tempo de morte diferente. Depende 
também da quantidade de oxigênio que está faltando. 
 
 Qual é o momento que, se eu passar, eu não volto mais? 
Chama-se ponto de não retorno. É quando começo a mexer com pH e 
cálcio. Contudo isto também é um ponto variável. 
 
RADICAIS LIVRES 
 
As células geram energia reduzindo o oxigênio molecular em água. Durante 
este processo, pequenas quantidades de formas reativas do oxigênio 
parcialmente reduzidas são produzidas como um produto não desejado da 
respiração mitocondrial. Algumas dessas formas são radicais livres que 
danificam os lipídios, as proteínas e os ácidos nucleicos. Elas são chamadas 
de espécies reativas de oxigênio. 
São moléculas com elétrons desemparelhados no orbital externo. Essa 
molécula se torna instável, e para se estabilizar precisa compartilhar elétrons. A 
principal fonte de radicais livres é o oxigênio. 
 
Quando ele é oxidado (nas fases intermediárias), três espécies reativas são 
geradas: 
 superóxido (O2), 
 o peróxido de hidrogênio (água oxigenada, H2O2) 
 hidroxil (-OH-). 
 
Além disto, o oxigênio pode gerar ainda outros produtos reativos denominados 
espécies reativas derivadas do oxigênio (ERDO). Radicais livres e ERDO são 
produzidos no metabolismo normal da célula. 
 
A eficiência do sistema de transporte de elétrons, a pouca disponibilidade de 
metais de transição livres no citoplasma e os mecanismos antioxidantes 
controlam a produção e o efeito dos radicais livres gerados naturalmente nas 
células. O equilíbrio entre produção e inativação de radicais livres impede o 
aparecimento de lesões. 
 
Os sistemas antioxidantes são vitaminas, glutationas, superoxido dismutase e 
catalases. Elas limpam os radicais livres, estabilizando-os. 
O problema é o excesso de radicais: ou tá chegando muito, ou o antioxidante 
está pouco. O diabético tem deficiência de metabolismo proteico, e esse 
sistema antioxidante fica prejudicado. O cigarro, as radiações e os 
conservantes (nitrosamina, hidrocarbonetos - muito encontrado em defumados) 
geram muitos radicais livres, além das radiações ionizantes. A medicina 
ortomolecular sugere suplementos, mas não existe exatamente uma 
comprovação nisso. 
 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
Caso seja ultrapassada a capacidade do sistema antioxidante as lesões 
acontecem nas moléculas que compõe as células do corpo, como lipídeo, 
carboidrato, proteína , RNA e DNA. 
 O radical livre compromete o DNA, pois se liga em um nucleotídeo e 
atrapalha a leitura do DNA, alterando a produção de uma proteína e 
mudando toda sequência de eventos à frente. 
 Os radicais podem comprometer as cadeias de ácidos graxos, alterando 
a estrutura da membrana plasmática. As lesões são então causadas 
pelas alterações estruturais e funcionais das moléculas. 
 Obs: Existe um mecanismo que barra a alteração do DNA, as proteínas 
de reparo. De novo, o problema é o excesso, chega um ponto que é 
impossível realizar o reparo. 
 
Os radicais livres podem então ser criados nas células de várias maneiras: 
 Absorção de energia radiante (como luz ultravioleta, raios X, radiações 
ionizantes); 
 Metabolismo enzimático de substâncias químicas exógenas ou drogas; 
 As reações de redução-oxidação que ocorrem durante os processos 
metabólicos normais. 
 Metais de transição como o ferro e o cobre que doam ou aceitam 
elétrons livres durante as reações intracelulares e catalisam a formação 
de radicais livres. 
 O oxido nítrico (NO), importante mediador químico gerado por células 
endoteliais, macrófagos, neurônios e outros tipos celulares. Ele pode 
atuar como radical livre e também pode ser convertido a um ânion 
altamente reativo, como em NO2 e NO3 
 
Os efeitos dessas espécies reativas são amplos, mas três reações são 
particularmente relevantes para a lesão celular: 
 Peroxidação lipídica das membranas; 
 Modificação oxidativa das proteínas; 
 Lesões no DNA. 
 
As células desenvolvem múltiplos mecanismos para remover os radicais livres 
reduzindo, assim, o grau deleção. Os principais sistemas enzimáticos e não-
enzimáticos que contribuem para a desativação das reações de radicais livres 
incluem: 
 Antioxidantes que bloqueiam o início da formação dos radicais livres ou 
os inativa, cessando a lesão causada por eles. Exemplos incluem 
vitaminas lipossolúveis A e E, como o acido ascórbico no citosol. 
 O próprio ferro e o cobre podem catalisar a formação de espécies 
reativas de oxigênio. 
 Uma série de enzimas que agem como sistema de recolhimento 
(eliminador) de radicais livres e que degradam peróxido de hidrogênio e 
anion superoxido (superoxido dismutase). 
 
 
 
ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
 
 VARIAÇÕES DA TEMPERATURA 
Aumento da temperatura 
 Queimaduras: a gravidade depende da extensão e da 
profundidade das lesões. Com o calor vai haver liberação de 
histaminas dos mastócitos o qual produz uma vasodilatação e 
aumento da permeabilidade vascular. Possuem dificuldade de 
cicatrização e são propícias à infecção. Isso porque para 
cicatrizar preciso de processo inflamatório e boa oxigenação. A 
queimadura lesa vasos, deixando a região mal irrigada. É uma 
área onde o sistema imunológico não tem acesso da forma que 
deveria. A nutrição, a oxigenação e o acesso são deficientes. 
Efeitos podem ser minimizados se a queimadura estiver sendo 
tratada. 
Lesão direta da parede vascular que pode aumentar o edema, produzindo 
hemorragia e levar a trombose de pequenos vasos, resultando em isquemia e 
necrose. 
Ação direta sobre as células produzindo degeneração hidrópica quando a 
temperatura ultrapassa 52 graus. 
Logo possuem: dificuldade de cicatrização e irrigação e facilidade para 
infecção. 
 
Efeitos sistêmicos = com a temperatura elevada, pode haver 
elevação progressiva da temperatura corporal, gerando 
hipertermia. Quando a temperatura corporal atinge ou ultrapassa 
40 graus, há vasodilatação periférica, fechamento de 
anastomoses arteriovenulares, abertura de capilares e sequestro 
de grande quantidade de sangue na periferia, iniciando um 
quadro de insuficiência circulatória periférica. A hipóxia 
decorrente da insuficiência circulatória causa lesões no SNC, 
podendo o paciente apresentar meningismo e convulsões, 
facilitados pelo abaixamento do limiar de excitabilidade dos 
neurônios induzidas pelas altas temperaturas 
 
Hipertermia: se a temperatura passa de 40 graus Celsius. Para resolver esta 
situação, o corpo responde com desidratação (que ocorre através da sudorese) 
e vasodilatação. A desidratação leva à redução da volemia e a vasodilataçãomexe na resistência vascular periférica, o que faz com que a pressão caia. O 
indivíduo se sente mal e cansado, sinal de que está faltando oxigênio. A 
diminuição da pressão é o que leva a hipóxia. 
Logo causam: desidratação, vasodilatação, queda de pressão 
que leva a hipóxia. 
Hipertermia maligna = doença autossômica dominante na qual a 
exposição a anestesias dispara liberação de cálcio no retículo 
sarcoplasmático, causando tremores e excessiva produção de 
calor, lactato e de CO2. 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
Diminuição da temperatura 
 
Lesões que dependem da rapidez com que ocorre o abaixamento da 
temperatura. Um membro submetido por tempo indeterminado a baixa 
temperatura apresenta vasoconstrição, hipóxia e lesões degenerativas 
decorrentes da redução do oxigênio. Se o resfriamento persistir, a 
vasoconstrição aumenta e a anóxia se agrava levando a necrose na 
extremidade do membro atingido, este processo tende a ser progressivo. Com 
o aumento da intensidade do frio, desaparece o controle nervoso da 
vasomotricidade, instalando-se a vasodilatação arteriolar e venular. Com isto 
surge hipertermia e aumento da quantidade de sangue no leito capilar e nas 
vênulas, mas a velocidade circulatória diminui, razão pela qual a hipóxia se 
acentua. Se a água congela no interior das células ocorre desequilíbrio 
eletrolítico grave que altera funções vitais , conduzindo a morte celular. 
Cristalização de água intracelular é o principal mecanismo de morte celular no 
congelamento rápido. Pela vasoconstrição a região atingida fica pálida, se a 
temperatura eleva, torna-se vermelha por causa da vasodilatação, aumento da 
permeabilidade vascular e quimiotaxia de células fagocitárias. 
 
Efeitos sistêmicas do frio: O organismo tenta se adaptar produzindo maior 
quantidade de calor. Essa produção é temporária, se não há proteção 
adequada, a temperatura corporal começa a abaixar instalando-se a 
hipotermia. Nessa situação, há vasoconstrição periférica, palidez acentuada e 
redução progressiva da atividade metabólica de todos os órgãos, 
especialmente do encéfalo e medula espinhal. A causa de morte no 
resfriamento é geralmente falência cardiorespiratória por inibição dos antros 
bulbares que comandam a respiração e a circulação. 
 
 Vasoconstrição: diminui a irrigação do membro que está no frio e 
pode gerar hipóxia. 
 
 Hipotermia: A temperatura ideal para enzimas é de 36 graus. Se 
abaixar a temperatura para menos de 33 graus, essas enzimas 
param de funcionar. Ocorre diminuição drástica de atividade 
enzimática generalizada, o que diminui a atividade metabólica. 
Isto se ela for sistêmica sendo capaz de levar a hipóxia. 
 
 PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
Mergulho em grandes profundidades (aumento da PA) 
 
 Temos pouco O2 dissolvido no sangue, cerca de 5%. Se for 
colocado sobre pressão o gás se mistura ao líquido. Então, no 
mergulho a pressão aumenta, assim os gases acabam se 
misturando na corrente sanguínea e a quantidade de gás 
dissolvido aumenta. Quando a pessoa volta para a superfície, os 
gases que estavam dissolvidos voltam para o estado gasoso e 
acaba acontecendo embolia gasosa na corrente sanguínea. 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
Quando encontra vasos de pequenos calibres, ocorre hipóxia. A 
descompressão rápida causa embolia gasosa que causa 
obstruções vasculares. O nome disso é síndrome da 
descompressão. Pode ser evitada se a pessoa subir lentamente. 
 
Se houver descompressão rápida ---- Formação de êmbolos gasosos ---- 
Obstruções vasculares ---- Hipóxia (SÍNDROME DA DESCOMPRESSÃO) 
 
Grandes altitudes (diminuição da PA) 
 Em locais mais altos o ar é mais rarefeito, vai haver redução da 
tensão de oxigênio nos alvéolos pulmonares, o que levará a 
hipóxia, desta forma o organismo reage com a vasoconstrição 
periférica. A hipóxia lesa o endotélio vascular e favorece o 
aparecimento de edema. Há ainda, taquipneia na tentativa de 
compensar a baixa tensão do oxigênio. Depois de um tempo o 
corpo se adapta e há produção maior de hemácias, mitocôndrias 
e uma rede vascular mais aberta. 
Grandes Altitudes ---- Ar rarefeito ---- diminui oxigênio na corrente sanguínea ---
Hipóxia 
 
 RADIAÇÕES 
 
As lesões produzidas por radiação ionizantes decorrem: da inalação ou 
ingestão de poeira ou alimentos que contém partículas radioativas e também à 
exposição a radiação com fins terapêuticas ou diagnóstico. 
As radiações ionizantes lesam os tecidos por dois mecanismos: 
- Ação direta sobre as macromoléculas, especialmente proteínas, lipídeos, 
carboidratos e ácidos nucleicos, nos quais podem produzir quebras, novas 
ligações e ionização de radicais, alterando a função dessa moléculas. 
- Ação indireta. Produzindo radicais livres a partir da ionização da água, 
oxigenação dos tecidos e substâncias radiosensibilizantes. 
 
Raio X, alfa, beta, gama, onda eletromagnética: 
 
Quando a radiação é onda, a pior é a de maior frequência e menor 
comprimento de onda, porque maior é a penetração. Os tecidos mais sensíveis 
são o epitélio, aparelho reprodutor, medula óssea. Todos com altos níveis 
mitóticos e alta proliferação. São mais sensíveis porque passam a mutação 
para frente. Quando há acidente em usinas, ocorre bastante queimadura, 
câncer de pele, leucemia, distúrbios em gametas. Dentro da célula, além de 
alterações no DNA, pode alterar a permeabilidade da membrana, o 
funcionamento de proteínas, estrutura e o citoesqueleto. 
Lesão indireta: radiação ionizante, que ioniza o oxigênio e produz radicais 
livres. 
No caso do raio X uma exposição repetida não será prejudicial. Sendo assim, 
para o paciente, a possibilidade é mínima em virtude da dose e do tempo de 
exposição. Mas em grávida, pelo feto já ser mais sensível é recomendado 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
apenas em casos extremos. O técnico que trabalha neste ofício deve utilizar 
proteção e também limitar as horas de trabalho. 
 
Luz solar 
 
O infra-vermelho age na pele, gerando calor e queimaduras. 
 O ultra-violeta A, B e C varia o comprimento de onda, sendo que eles 
são muito próximos. Melanina é produzida por uma enzima chamada 
tirosinase. A UVA e a UVB aumentam então a melanina. A longo prazo 
gera lesões pigmentadas (nevos, lentigo solar, melanoma). Ocorre 
envelhecimento precoce porque a fibra elástica é degradada (ultravioleta 
fragmenta elastina). A UVA e UVB podem também levar a lesões de 
DNA sendo capazes com o tempo de causar câncer (melanomas e 
carcinomas). 
 Os raios UVB tem ação melanogênica, induzem pigmentação e são 
responsáveis pelo fenômeno de fotossensibilização. 
 A UVC é barrada pela camada de ozônio, mas com os problemas 
climáticos a sua incidência torna-se cada vez maior. Aumentando a 
probabilidade de câncer. Seu efeito principal é no DNA, o que a torna a 
mais propensa aos cânceres. 
 A luz fluorescente se for exposta demais pode gerar problemas. 
 
Agentes Químicos: 
 
 Todos esses agentes são físicos, mas existem também os agentes 
químicos, que podem causar intoxicações e lesões. Estes apresentam 
importância clínica variada pois dependem da substância e da dose. 
Também por onde entrou, tempo de exposição e a pessoa em si (idade, 
sistema imunológico e metabólico). Cigarro libera o monóxido de 
carbono que compete pela ligação com a hemoglobina. O chumbo 
compete com o cálcio, sendo assim pode haver incorporação de chumbo 
nos ossos. O chumbo também diminui a incorporação de ferro pelas 
hemácias, dificultando a captação de oxigênio e levando a graus 
variados de anemia. Este elemento pode levar até 30 anos para sair do 
organismo. 
 
NECROSE 
Ocorre quando o dano às membranas é muito severo, de modo que as 
enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula eos 
componentes celulares extravasam. Admite-se que um tecido seja classificado 
como necrosado quando este representa apenas uma área restrita que se 
encontra circundando por tecido vivo, ou seja, um tecido necrosado se 
restringe a apenas uma área de necrose contida em um organismo vivo. E 
caracterizada ainda por causar inflamação no tecido circunjacente. Ex: o infarto 
do miocárdio gera uma área restrita de tecido morto no contexto de um 
organismo vivo. A necrose é sempre causada por um fator externo e 
patológico, como uma isquemia, por exemplo. 
 
Resumo de Patologia (DAD) 
Gabriela Carvalho Abreu 
 
 Morte celular por autólise – célula morre e os lisossomos perdem 
capacidade de reter as enzimas passando a liberá-las. (não é a 
liberação de enzimas lisossomais que causa a morte celular). 
 Morte suja que induz processo inflamatório e libera material da matriz 
 Aspectos microscópicos (alterações nucleares e alterações 
citoplasmáticas). 
 
Etiologia (achados microscópicos) : 
 
Agentes químicos, físicos ou biológicos. 
Passos da necrose: 
1. O núcleo se contrai e condensa, você enxerga ele menor e mais corado; 
esse aspecto chama-se picnose nuclear. 
2. Você também pode ver o material fragmentado e espalhado, pois tudo 
está sendo digerido (o material e o envoltório nuclear) chama-se 
carcinorexe 
3. Por último, você pode ver (ou melhor, não ver) uma ausência total de 
núcleo; chama-se cariólise. 
 
Causas 
 
Os agentes agressores produzem necrose por: redução de energia, quer por 
obstrução vascular, quer por inibição dos processos respiratórios da célula. 
Produção de radicais livres. Ação direta sobre enzimas, inibindo processos 
vitais da célula. Agressão direta à membrana citoplasmática, criando canais 
hidrofílicos pelos quais a célula perde eletrólitos. 
 
Tipos 
 
Depois de instalada a isquemia e a carência de ATP, e a célula ter sofrido 
qualquer mecanismo de lesão irreversível, o tecido entra em necrose. A massa 
de células em necrose pode apresentar diversos padrões morfológicos: 
 
 Necrose coagulativa ou isquêmica : acontece principalmente nos órgãos 
parenquimatosos (sólidos). Implica a preservação do contorno básico da 
célula por pelo menos alguns dias. Os tecidos afetados apresentam uma 
textura firme, de modo que as células que o compõem apresentem uma 
delimitação visível, uma vez que suas proteínas estruturais não sofreram 
ação de hidrolases. Presumivelmente, a lesão ou o aumento 
subsequente da acidose intracelular desnatura não somente as 
proteínas estruturais, mas também as enzimas, bloqueando, assim, a 
proteólise celular. Macroscopicamente a área atingida é esbranquiçada. 
Quase sempre a região necrosada é circundada por um halo 
avermelhado. Ex: no infarto agudo do miocárdio, as células acidófilas, 
coaguladas, sem núcleo podem persistir por semanas. Finalmente, as 
células do miocárdio necrosadas são removidas por fragmentação e 
fagocitose dos restos celulares por leucócitos removedores e pela ação 
de enzimas lisossômicas proteolíticas trazidas pelos leucócitos que 
migram para a região. Este tipo de necrose é característica geral dos 
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Gabriela Carvalho Abreu 
 
tecidos quando submetidos a morte por hipóxia, exceto as células que 
compõem o tecido nervoso. 

 Necrose liquefativa: neste tipo de necrose, independente da patogenia, a 
liquefação digere completamente as células mortas. O resultado final é a 
transformação do tecido em uma massa viscosa de odor e cor 
característicos. Se o processo for iniciado por uma inflamação aguda, o 
material geralmente é um amarelo cremoso devido a presença de 
leucócitos mortos, sendo chamado de pus. Ex: é comum este tipo de 
necrose em certas infecções bacterianas focais ou fúngicas; por razões 
desconhecidas, a morte das células nervosas leva a este tipo de 
necrose. Abscesso cheios de secreção purulenta é exemplo de necrose 
liquefativa. 
Sendo assim: a autólise é mais rápida e apresenta consistência fluida 
 
 Necrose caseosa: do latim, caseus = queijo. É uma forma distinta de 
necrose coagulativa, encontrada mais frequentemente em focos de 
tuberculose. O termo caseosa é derivado da aparência macroscópica 
semelhante a queijo branco da área de necrose. Ao contrário da necrose 
de coagulação, a arquitetura está completamente destruída. 
Macroscopicamente a principal característica é a transformação das 
células necróticas em uma massa homogênea. 
Sendo assim: a consistência apresenta-se amolecida e a arquitetura está 
completamente destruída. 
 
 Necrose Lítica – É a denominação que se dá a necrose de hepatócitos 
nas hepatites virais, os quais sofrem lise. 
 
 Necrose gomosa – É uma variedade de necrose por coagulação no qual 
o tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como uma 
borracha, ou fluido e viscoso como goma. Comum na sífilis no terceiro 
estágio. 
 
 Esteatonecrose (necrose gordurosa): descreve áreas de destruição de 
gordura que ocorre tipicamente como resultado da liberação de lipases 
pancreáticas ativadas no parênquima pancreático e na cavidade 
peritoneal (como o que ocorre na pancreatite aguda). Este 
extravasamento faz com que enzimas pancreáticas ativadas quebrem as 
membranas dos adipócitos e os ésteres de triglicerídios contidos nestas 
células. Os ácidos graxos liberados se combinam com o cálcio e 
produzem áreas brancas visíveis (saponificação) que permitem que o 
cirurgião e o patologista identifiquem as lesões (por eles chamados de 
lesões em pingo de vela). 
Sendo assim apresentam aspectos semelhantes a parafina derretida. 
 
EVOLUÇÃO DAS NECROSES 
 
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1. Regeneração: recuperação do padrão morfológico e funcional. Logo 
após a necrose, vai haver indução do processo inflamatório para que ele 
limpe a área necrosada. Esse próprio processo inflamatório estimula a 
proliferação celular por mitose. 
Então os critérios para a regeneração são: capacidade proliferativa e 
uma área bem nutrida (irrigada). 
 
2. Cicatrização: substituição por tecido conjuntivo fibroso. Por exemplo, no 
músculo cardíaco eu não consigo fazer mitose apesar dele ser irrigado, 
então tudo o que eu posso fazer é depositar tecido conjuntivo fibroso. 
Obs: Agora vamos supor o fígado de um alcoólatra, todo dia uma área 
grande é necrosada, regenero metade e cicatrizo metade. Todo dia, 
porém necrosa de novo. Ao final estará todo fibroso, o que se chama de 
cirrose. 
➝ Regenerar é curar. Cicatrizar às vezes sim às vezes não. Se o infarto do 
miocárdio for muito pequeno, ele não atrapalha nada. Mas se for grande, 
atrapalha tudo, então não curou. 
 
3. Encistamento: a limpeza acaba demorando por algum motivo que seja, e 
não consigo remover 100% o tecido em decomposição. Vai haver 
depósito de fibra colágena, o que acaba encistando a área de necrose. 
A reação inflamatória com exsudação de fagócitos se desenvolve 
apenas na periferia da lesão, ocorrendo proliferação conjuntiva e 
formação de uma cápsula que encista o tecido necrosado, o qual vai 
sendo absorvido lentamente, permanecendo no seu interior um material 
progressivamente mais líquido 
Obs.: não confunda com cisto. Você encapsula, mas não resolve o 
problema. O organismo continua tentando limpar, e às vezes ocorre 
curetagem e tiram a cápsula. 
 
4. Eliminação: só acontece se a necrose estiver em uma área que possui 
comunicação com o meio externo. Por exemplo: na luz do intestino. Não 
resolve o problema, o foco, mas elimina temporariamente. 
 
5. Calcificação: deposição de sais de cálcio. Ajuda ou piora? Imagina uma 
placa aritomatosa: ela diminui a vasodilatação e acaba comprometendo 
um pouco a vascularização. Por outro lado, pode não fazer diferença 
nenhuma. 
 
6. Gangrena: quando a área de necrose sofre açãode algum agente 
exógeno. O principal é a bactéria. Geralmente ocorre em necrose 
isquêmica que ficam em extremidades. Muito comum na diabetes, por 
exemplo. Geralmente amputa-se. 
 
 
 
APOPTOSE 
 
Apoptose é o que chamamos de morte celular programada. Na verdade, a 
célula ativa um determinado mecanismo que faz com que ela morra. É uma 
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seleção negativa. Ocorre na fase embrionária, na resposta imune, no retorno 
de um órgão hipertrofiado e hiperplásico ao normal, nas células contaminadas 
por vírus e nas células mutadas. Pode ser desencadeada por estímulos 
endógenos que agem em receptores de membranas ou por estímulos 
exógenos gerados após diferentes agressões, como irradiações, estresse 
oxidativo, agressão química e hipóxia. 
Existem duas vias uma intrínseca e outra extrínseca: a extrínseca acontece 
principalmente pelo reconhecimento de antígenos de células estranhas, onde o 
linfócito tcd8 expressa a granzima que induz a caspases. E a intrínseca é a 
através da P53. 
 
Mecanismo de ativação: 
 
 As caspases são enzimas citoplasmáticas que quando são ativadas 
induzem a apoptose. Isso porque elas promovem a degradação do 
citoesqueleto pela ativação das proteases e também promovem a 
ativação de endonucleases, enzimas que degradam material nuclear. 
 
 A P53 é uma proteína nuclear que é por si um fator de transcrição (que 
estimula a transcrição de genes), chamada de guardiã ou vigia do DNA. 
Se eu tiver uma lesão qualquer no DNA (uma troca de base, por 
exemplo), ela percebe e detecta o problema. Então, a primeira coisa que 
ela faz é paralisar o ciclo celular. A segunda coisa é ativar o reparo de 
DNA para tentar corrigir. Se conseguir corrigir, libera o ciclo para ele 
recomeçar. Se não conseguir corrigir ela induz apoptose. 
 
OBS: Como? Com muitos estudos perceberam que quando a célula sofria 
uma lesão mitocondrial ela entrava em apoptose. Descobriram que dentro 
da cadeia transportadora de elétrons existe uma proteína chamada de 
citocromo C que é capaz de ativar a caspase. Se ele sai da mitocôndria 
para o citoplasma, ele ativa a caspase. 
 
 O P53 ativa a BAX (proteína que fica na membrana da mitocôndria), que 
abre poros na membrana mitocondrial, fazendo com que o citocromo C 
saia para o citoplasma, ative a caspase e assim ocorre a apoptose. 
Numa célula tumoral a apoptose não está acontecendo, e geralmente há 
algum problema na P53. 
 
Fases da Apoptose: 
 
1. Sinalização: a célula sofre uma mutação. Sendo esta mutação a nível 
molecular. A P53 está trabalhando, mesmo que eu não a veja, com uma 
série de cascatas até ativar as caspases. 
 
2. Efetora: as especializações de membrana somem porque o 
citoesqueleto está sendo degradado. O caminho daqui pra frente não 
tem volta. Já houve perda de volume e da morfologia celular. A 
membrana, porém, está íntegra, e não ocorre autólise. Ocorre então, 
perda da morfologia e volume, perda das especializações de membrana 
e degradação do núcleo. 
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3. Degradação: célula passa a emitir pequenos brotos, chamados de 
corpúsculos (corpos) apoptóticos, isto ocorre pela envaginação da 
membrana. 
 
4. Fagocítica: fagocitose dos corpos apoptóticos, feita pelas células 
vizinhas ou pelo macrófago tecidual. É a mesma membrana da célula 
original, mas possivelmente ocorreram modificações moleculares que 
fizeram com que a fagocitose fosse possível. 
 
➝ A apoptose pode ser fisiológica ou patológica (com agressão). 
➝ A necrose pega uma região grande e é uma morte “suja”, enquanto a 
apoptose pode ser pontual e é “limpa”. 
 
 
PIGMENTAÇÕES 
 
 ENDÓGENAS 
 
Bilirrubina: é um derivado da hemoglobina. Não possui uma função clara e 
específica e sempre é fabricado. Sendo assim, preciso jogar fora em algum 
momento. Sua origem é da hemocaterese no baço: pego a hemácia velha e a 
metabolizo. A hemoglobina possui quatro cadeias polipeptídicas e um grupo 
heme. A bilirrubina vem é da quebra enzimática desse grupo heme. Primeiro 
forma-se a biliverdina (produto intermediário verde), que depois através da 
biliverdina redutase vira bilirrubina. Esta é a não conjugada, difícil de eliminar 
por ser pouco solúvel em meio aquoso. 
 
Formação: Baço (hemocaterese) ---- Grupo heme (heme oxidase) ---- 
Biliverdina (biliverdina redutase) ---- bilirrubina não conjugada 
 
Transporte: Bilirrubina é transportada para corrente sanguínea com o auxilio 
da albumina 
 
Captação: Ela entra dentro do hepatócito e é quando ocorre a conjugação. 
 
Conjugação Hepática: Bilirrubina não conjugada + ácido glicurônico ----- 
Bilirrubina conjugada 
 
Excreção: Sendo assim, ela sai pela via biliar e é excretada via intestinal . 
Porém, o que está no intestino é reabsorvido, cai na corrente sanguínea e é 
excretado via renal também. 
 
 Icterícia: sinal clínico que demonstra que o nível de bilirrubina no sangue 
está alto. É percebível através da pele, esclera, mucosa e na maioria 
dos tecidos em especial no fígado e nos rins. Tem que olhar a origem, 
que pode ser, por exemplo, no pâncreas (devido à via biliar). O recém 
nascido às vezes nasce com um grau mínimo de icterícia, já que a sua 
degradação de hemácias pode ser muito grande e o fígado está imaturo. 
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A luz ultravioleta quebra a bilirrubina, e é por isso que a criança fica em 
observação. 
 
Melanina: a melanina possui tonalidades variadas. É fabricada no epitélio 
dentro de uma célula chamada de melanócito. Ele é capaz de converter a 
tirosina em melanina através da enzima tirosinase. Essa melanina não fica 
restrita ao melanócito; ela sai, e depende de outra célula captá-la. A variação 
da cor depende da quantidade de melanina e de tirosinase. 
 
Melanócito ---- Tirosina (tirosinase) ---- Melanina 
 
Hiperpigmentações melânicas 
 
 Nevos: são popularmente conhecidos como pintas de pele. Se for 
mácula, apenas a cor muda, mas o relevo permanece igual. Se for 
nódulo (ou pápula), o relevo muda. A coloração dela tende a ser 
uniforme, a lesão é bem delimitada e o crescimento é extremamente 
lento. Se eu olhar no microscópio, vejo um acúmulo de melanócitos e 
um pequeno aumento do seu índice proliferativo. Tenho mais melanina 
devido ao fato de ter mais melanócito. A chance de evoluir para uma 
malignização é baixa. 
 
 Efélides ou sardas: pontos pigmentados múltiplos e pequenos, em 
mácula. Se eu olhar no microscópio, não vejo mais melanócitos, apenas 
mais melanina. Não tem nada de patológico. Diminui com passar dos 
anos. Aumento da quantidade de melanina sem proliferar. Necessário 
tomar cuidado com o sol. Evolução benigna. 
 
 Melasma: manchas máculas. Geralmente as grávidas acabam por 
fatores hormonais desenvolvendo essas manchas (ao tomar sol), e logo 
depois somem (ou não). Estas manchas são mal delimitadas. Também, 
na imensa maioria dos casos, se eu olhar no microscópio não tem nada 
de maligno, apenas mais melanina. Geralmente ocorria com o uso de 
anticoncepcional antigamente. 
 
 Lentigo solar: surge pela exposição prolongada e excessiva ao sol. 
Possuem um padrão mais irregular. Apresenta crescimento mais rápido 
com lesões mal delimitadas com proliferação de melanócitos e depósito 
de melanina. Existe a possibilidade de malignização, é a que possui 
maior potencial de se tornar um câncer. Crescimento rápido. 
 
 Melanoma: o padrão de crescimento é rápido. Na lesão, existem várias 
cores, os limites são irregulares. Se eu olhar no microscópio, vejo muitos 
melanócitos irregulares e totalmente atípicos. É o câncer de pele mais 
raro e mais invasivo, em alguns pacientes pode-se apresentar com dor 
(processo inflamatório). 
 
 
 
Hipopigmentação melânica 
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 Vitiligo: considerado uma doença imune; o corpo produz anticorpos 
contra os melanócitos. Manchas brancas e possui padrões variados. 
Cuidado com a pré-disposição genética e a cura é dependente do 
tratamento. 
 
 Albinismo: doença de herança genética (autossômica recessiva). Não 
possui melanina, mas possui melanócito; então o problema está na 
tirosinase. Na África, existem regiões em que ocorrem muitas relações 
co-sanguíneas, então existem muitos albinos. Não possuem a proteção 
da melanina e podem desenvolver câncer mais facilmente. Existem 
vários graus. 
 
TRABALHO SOBRE ESTEATOSE HEPÁTICA 
 
A esteatose hepática ou fígado gordo, como é conhecido popularmente, é o 
acúmulo excessivo de gordura no fígado que leva à inflamação das células do 
fígado que podem levar ao surgimento de sintomas como dor abdominal, pele 
amarelada e vômitos, por exemplo. 
 
Mobilização de lipídeos do tecido adiposo: para mobilizar lipídeos estocados no 
tecido adiposo existe a enzima lipase hormônio sensível, assim chamada 
porque é regulada por dois hormônios: as catecolaminas (adrenalina e 
noradrenalina) que a ativam; e a insulina, que a inibe. Na falta de insulina, por 
exemplo no jejum, e no diabetes mellitus, a lipase hormônio sensível fica 
intensamente ativada, e remove abundante quantidade de triglicerídeos dos 
adipócitos. Estes são lançados no plasma na forma de ácidos graxos livres 
(não como triglicérides), e são captados pelos hepatócitos. No citoplasma dos 
hepatócitos são esterificados com glicerol, originando novamente triglicérides, 
ou são queimados a acetil CoA. O excesso de acetil CoA leva a esterificação 
das moléculas de acetil CoA duas a duas, dando os ácidos aceto-acético e 
beta hidroxi-butírico (também chamados corpos cetônicos). No jejum 
prolongado e no diabetes descompensado a grande produção destes ácidos 
(cetose) leva a acidose metabólica. 
 
Lipase lipoproteínica: situa-se nos capilares do tecido adiposo e retira lipídeos 
de quilomícrons e VLDL. 
 
Lipase hormônio sensível: situa-se nos adipócitos, mobiliza lipídeos e é ativada 
pela adrenalina e inibida pela insulina. 
 
Quando e como ocorre a esteatose hepática? A esteatose hepática não é uma 
doença. É uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em 
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consequência de diversas desordens metabólicas. No ser humano, é 
observada principalmente em três situações: 
 
1. Desnutricão crônica. 
2. Diabetes mellitus descompensado. 
3. Alcoolismo crônico. 
 
Para entender como, vejamos os mecanismos básicos da esteatose: 
 
O hepatócito normalmente sintetiza lipídeos e os exporta para o tecido de 
armazenamento, que é o tecido adiposo. Em condições normais de boa 
alimentação e metabolismo não há acúmulo de triglicérides no hepatócito. A 
esteatose pode decorrer de duas alterações básicas e não mutuamente 
exclusivas: 
 
a) Excesso de oferta de ácidos graxos ao fígado. Há chegada de lípides (na 
forma de ácidos graxos livres) em excesso ao hepatócito, provenientes do 
tecido adiposo, excedendo a capacidade do hepatócito de processá los e 
reexportá-los. 
Este mecanismo é observado tanto no jejum ou desnutrição como no diabetes 
descompensado. Ambos causam intensa mobilização de ácidos graxos no 
tecido adiposo. A ativação da lipase hormônio sensível é excessiva devido 
principalmente à falta de insulina. Lembrar que o indivíduo que não come nada 
não produz insulina nenhuma e o mesmo ocorre no diabetes juvenil ou tipo 1. A 
quantidade de ácidos graxos que aportam ao fígado é muito maior que a 
capacidade de metabolização pelos hepatócitos, ou de síntese de VLDL. Em 
consequência, há esterificação e acúmulo no citoplasma dos hepatócitos na 
forma de triglicérides (esteatose). 
 
b) Deficiência na produção de lipoproteínas, basicamente do tipo VLDL. A 
deficiência de produção de VLDL pelos hepatócitos dificulta a exportação de 
triglicérides do fígado para outros tecidos. Isto pode ocorrer por: 
 
1. Diminuição na síntese de proteinas. 
2. Diminuição na síntese de fosfolípides.Na inanição há falta tanto de 
aminoácidos como de colina na dieta. O aminoálcool colina é indispensável 
para síntese de fosfolípides, porque participa da 'cabeça' polar da molécula. A 
colina pode ser sintetizada no organismo, mas isto exige uma reação de 
transmetilação envolvendo a metionina, que é um aminoácido essencial. 
Portanto, a falta de metionina se traduz em deficiência de colina. Como os 
triglicérides não podem ser empacotados em VLDL, não podem ser 
exportados, e acumulam no hepatócito dando esteatose. 
 
Por quê o alcoólatra tem esteatose ? 
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• O alcoólatra é frequentemente um desnutrido crônico. 
• O álcool é tóxico e potencialmente lesivo aos hepatócitos. 
• O metabolismo do álcool produz acetil CoA em excesso, que acaba sendo 
utilizado para síntese de ácidos graxos pelo hepatócitos e, portanto, de 
triglicérides. Além disso, o metabolismo de grandes quantidades de etanol 
consome grande parte do NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) que é 
utilizado como aceptor de elétrons no ciclo de Krebs. Vejamos como. 
O álcool é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase 
acetaldeído. Este sofre a ação da enzima acetaldeído desidrogenase, 
produzindo acetilCoA. Nas duas reações, há liberação de elétrons e íons H+ 
que são captados (aceitos) por NAD+, formando NADH + H+. Como há muito 
álcool para ser metabolizado, há produção de NADH em excesso, com 
consumo de NAD+. Fica faltando NAD+ para aceitar elétrons no ciclo de Krebs. 
Com isto, o ciclo de Krebs como um todo é inibido, levando a acúmulo de 
acetilCoA (que é quebrado no ciclo de Krebs para dar CO2 e água). O excesso 
de acetilCoA (que é matéria-prima para a síntese de lípides) é desviado para 
síntese de ácidos graxos, causando esteatose. 
 
Obesidade: o processo inflamatório crônico gera uma proliferação celular 
desordenada que pode gerar resistência à insulina.

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