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09 Schumpeter Aula 1

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Schumpeter – Aula 1
História do Pensamento Econômico – Prof. Bruno Aidar
BI Ciência e Economia – 3º Período
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Onde estudar?
COSTA, Achyles Barcelos da. O desenvolvimento econômico na visão de Joseph Schumpeter. Cadernos IHU Idéias, São Leopoldo, v. 5, n. 47, p. 1-16, 2006. 
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Contexto
Disputa entre neoclássicos (teoria do equilíbrio parcial e geral) e marxistas (crise do capitalismo).
Quais são os fatores determinantes do desenvolvimento econômico capitalista?
Inovação e progresso técnico é a resposta de Schumpeter.
Quais são as causas das mudanças econômicas?
Quais são os impactos da evolução do capitalismo?
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Joseph Alois Schumpeter (1883-1950)
Nasce em 1883 em Triesch, parte do império austro-húngaro.
Falece nos EUA em 1950, onde se estabelece desde 1925. 
Professor da Universidade de Harvard entre 1932 e 1950.
Formação com neoclássicos e marxistas austríacos.
Advogado no Cairo, Ministro das finanças e dono de um banco falido na Áustria.
Obras principais:
Teoria do desenvolvimento econômico (1911)
Ciclos econômicos (1939)
Capitalismo, socialismo e democracia (1942)
História da análise econômica (1954)
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Fluxo circular – situação inicial
Pressupostos do modelo inicial: propriedade privada, livre empresa, concorrência pura e livre, ausência de incerteza quanto ao futuro.
Vida econômica lenta e monótona. Sistema produtivo rotineiro e auto-reprodutivo.
Preocupação principal do “fluxo circular” é igualar oferta e demanda dos preços e quantidades dos bens.
Equilíbrio estático ou lentamente mutável:
Incrementos na produtividade.
Aperfeiçoamentos do processo de trabalho.
Mudanças tecnológicas contínuas e graduais. 
Agentes econômicos adaptam-se ao ambiente.
Sucessão adaptativa dos agentes às ocorrências de ordem econômica que agem sobre eles.
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Modelo inspirado na interpretação do equilíbrio geral de Walras e do equilíbrio parcial de Marshall (Natura non facit saltum: a natureza não se desenvolve pulando etapas).
Aproximação com a física e a estática.
Tempo previsível. Negócios anteriores determinam negócios posteriores.
Não há modificações dos parâmetros do modelo. 
Mudanças na população, nível de consumo, preferências dos consumidores, poupança e investimento são contínuas ou friccionais. Suas alterações não afetam o sistema.
Dinheiro e crédito apenas facilitam as trocas, atuando como numerário. Dinheiro é apenas um “véu monetário” e crédito apenas substitui o dinheiro como meio de pagamento. Não há entesouramento.
Alterações são quantitativas, contínuas e previsíveis.
Resultado: equilíbrio ou situação estacionária, sem desenvolvimento econômico.
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Desenvolvimento econômico
Ruptura e descontinuidades caracterizam o desenvolvimento econômico.
Fluxo circular é sistematicamente rompido pela capacidade de transformação própria da máquina capitalista, impulsionando a expansão econômica.
Negócios anteriores não determinam os negócios posteriores.
Transformações deixam de ser quantitativas para serem qualitativas.
Adaptações dão lugar às inovações, alteram os parâmetros do sistema.
Não conhece equilíbrio e situação estacionária.
Alterações são qualitativas, descontínuas e imprevisíveis.
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Aproximação com a biologia e a história: evolução histórica, variedade e seleção das firmas (“espécies”).
Tempo é imprevisível: não é possível saber ex-ante (de antemão) quando o telefone ou o chip seriam inventados.
“Adicione sucessivamente quantas carruagens quiser, com isso nunca terá uma estrada de ferro” (Schumpeter).
Teoria neoclássica de equilíbrio é incapaz de descrever de forma realista o capitalismo.
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Origem das inovações
Inovação é uma nova combinação dos recursos econômicos ou uma mudança das funções de produção.
“Impulso fundamental que aciona e mantém em movimento a máquina capitalista”.
A origem das inovações não está nos consumidores que se adaptam aos movimentos econômicos. 
Consumidores são educados pelos produtores, são ensinados a querer coisas novas.
Produtor é quem inicia a mudança econômica.
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Ideia de destruição criadora
O desenvolvimento econômico por meio de inovações é um fenômeno interno/endógeno ao sistema capitalista.
Segundo Schumpeter, o processo de inovação é um “processo de mutação industrial (...) que incessantemente revoluciona a estrutura econômica desde o seu interior, destruindo incessantemente a antiga, criando incessantemente uma nova. Esse processo de destruição criadora é o fato essencial a respeito do capitalismo”.
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Tipos de inovações
Introdução de um novo bem ou produto
Energia elétrica, automóvel, computador, celular
Introdução de um novo método de produção
Fordismo, taylorismo, toyotismo
Abertura de um novo mercado
Ex-colônias, China
Nova fonte de matérias-primas ou de produtos semi-manufaturados
Aço, petróleo, biocombustível
Nova forma de organização da indústria (ex.: torna ou deixa de ser monopólio)
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Condições da inovação
Empresário inovador é aquele capaz de criar coisas novas, é o criador de novas combinações de recursos. É o “herói” da análise schumpeteriana sobre o capitalismo. 
O empresário não precisa necessariamente ter a propriedade do capital, mas deve ter a capacidade de liderança, previsão e iniciativa para realizar a ação inovadora.
Lucros são o prêmio que a sociedade paga aos inovadores pelo acesso a novos bens e serviços. Desaparecem à medida que surgem concorrentes imitando essas inovações.
Necessidade de crédito para financiar os investimentos a serem realizados pelo empresário.
Teoria tradicional (ex-ante): poupança prévia cria capacidade de investimento.
Teoria schumpeteriana (ex-post): bancos criam novo poder de compra a partir do nada. Lucros provenientes das inovações permitem pagar o financiamento criado pelos bancos.
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Movimentos cíclicos
Inovações causam desequilíbrios, gerando ondas de desenvolvimento econômico.
Investimentos são descontínuos gerando fases de prosperidade e depressão, com aumento e queda na produção e no emprego.
Processo de concorrência possui ganhadores e perdedores, não é jogo de “ganha-ganha”.
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Expansão: período de difusão das inovações.
Inovação de produto ou processo gera lucros extraordinários.
Imitadores entram no mercado, para aproveitar as oportunidades.
Novos investimentos, crescimento das empresas e aumento do emprego.
Crise: 
Inovações levam à obsolescência os produtos e processos antigos.
Antigas empresas perdem espaço no mercado, perdem também a capacidade instalada e reduzem o nível de emprego.
Aumento da incerteza nos negócios piora ainda mais a situação.
Possibilidade de depressão econômica.
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Bibliografia utilizada
COSTA, Achyles Barcelos da. O desenvolvimento econômico na visão de Joseph Schumpeter. Cadernos IHU Idéias, São Leopoldo, v. 5, n. 47, p. 1-16, 2006. 
POSSAS, Mario Luiz. A dinâmica da economia capitalista: uma abordagem teórica. São Paulo: Brasiliense, 1987. Seção: “Inovações e dinâmica capitalista em Schumpeter”, p. 169-182.

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