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Unioeste
História do Pensamento Econômico
Guilherme Teotonio Marynowski
Mercantilistas, fisiocratas e os liberais clássicos.
Toledo, Paraná
2023
1) Explique as diferenças das principais ideias econômicas (bem como aponte a obra dos seus principais expoentes) dos Mercantilistas, Fisiocratas e dos liberais clássicos.
R: 
O estudo da história do pensamento econômico é cada vez mais interessante porque novas ideias, novos problemas e novos valores exigem uma reconsideração de questões básicas e uma reavaliação das teorias dos economistas mais antigos. Na nossa pesquisa, vamos ver como o pensamento econômico evoluiu a partir do mercantilismo. No século XVI, os problemas econômicos e o pensamento econômico podem ser identificados naturalmente até a antiguidade. 
Entretanto, discutir as ideias econômicas da idade média, dos gregos antigos, dos romanos e dos egípcios e as encontradas na bíblia tornaria nossa pesquisa muito longa. 
Vamos falar algumas das escolas de pensamento econômico, Esse método fornecerá uma perspectiva das escolas e o quadro social que criaram. Nosso trabalho auxiliará a elucidação dos principais pontos à medida que estudaremos as ideias dos economistas líderes da escola. 
O estudo dos economistas ilustrará as características das escolas com quem estiveram ligados. Excitações de seus escritos indicarão a essência de seu pensamento.
Vamos começar pela escola mercantilista, Os mercantilistas consideravam o ouro e a prata como a forma mais desejável de riqueza. Alguns mercantilistas chegavam a acreditar que os metais preciosos eram o único tipo de riqueza digno. Todos avaliavam o ouro em lingotes como meio de alcançar poder e riqueza. Para acumular esse metal, propunha-se uma obtenção de excedentes exportações necessárias para um país que deseja receber pagamentos em moeda. Mesmo que um país estivesse em guerra, os bens seriam exportados ao inimigo caso fossem pagos em ouro. Os mercantilistas promoveram o nacionalismo e o militarismo. Armadas fortes e frotas mercantis representavam uma exigência absoluta.
	Os mercantilistas advogavam a importação de matérias-primas sem tarifas caso não pudessem ser produzidas internamente. A proteção para os bens manufaturados e para as matérias-primas que podiam ser produzidas internamente é a restrição do movimento de saída de matérias-primas.
	Os capitalistas mercantes queriam dominar e explorar as colônias e ter o monopólio do comércio colonial. Eles queriam que as colônias ficassem dependentes e submissas para sempre à sua pátria mãe para que eles pudessem se beneficiar.
As nações europeias interviam na economia por meio da cobrança de impostos e unificação das moedas. Na teoria mercantilista, a base de sustentação da economia eram os estoques de ouro e prata, o comércio e a indústria. A nação que não tivesse minas, deveria obter aqueles metais preciosos através do comércio. 
Os principais expoentes da escola mercantilista, foram;
Thomas Mun (1571-1641) foi um escritor e comerciante inglês que viveu no século XVII. Ele é conhecido por sua obra “England’s Treasure by Forraign Trade” (Tesouro da Inglaterra pelo Comércio Estrangeiro), publicada por seu filho em 1664. 
Nesta obra, Mun defende que a riqueza de uma nação não está na quantidade de ouro e prata que ela possui, mas sim na sua capacidade de exportar mais do que importar. Ele argumenta que o comércio exterior é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país e que a balança comercial favorável é essencial para a prosperidade da nação. 
Jean Baptiste Colbert (1619-1683) foi um político francês que viveu no século XVII. Ele foi o principal ministro do rei Luís XIV e é considerado um dos principais expoentes do mercantilismo. Colbert defendia a intervenção do Estado na economia e a proteção da indústria nacional. Ele implementou uma série de medidas para estimular a produção industrial na França, como a criação de companhias comerciais e manufatureiras e a regulamentação da produção e do comércio de mercadorias. 
Colbert foi um defensor da acumulação de metais preciosos que acreditou que a força de um Estado depende de suas finanças, que por sua vez, dependem da coleta de impostos; as receitas tributárias são maiores, se o dinheiro for abundante.
Gerard de Malynes (falecido em 1641) foi um comerciante de ascendência inglesa, nascido em Antuérpia em uma data desconhecida. Ele foi comissário de comércio nos Países Baixos por volta de 1586 e, posteriormente, mudou-se para Londres, onde foi frequentemente consultado sobre questões comerciais pelo Conselho Privado durante os reinados de Elizabeth I e James I 1. Ele publicou uma série de panfletos sobre dinheiro e preços e era fortemente influenciado pela literatura escolástica. 
Charles Davenant (1656-1714) foi um economista, político e panfletário mercantilista inglês, Davenant foi considerado um mercantilista iluminista, um eclético que tentou combinar o velho e o novo, um homem que previu o argumento do laissez-faire mais do que qualquer outro mercantilista influente.
Davenant focou em esclarecer que a riqueza de um paíz é o que ele produz, não seu ouro e prata.
William Petty (1623-1687) foi um economista e cientista político inglês do século XVII. Ele é considerado um dos principais autores do período mercantilista. Petty foi um dos primeiros defensores do laissez-faire na economia, embora concebesse a atividade estatal como elemento complementar de alocação de recursos. Ele também separou a ciência econômica da análise moral, enterrando de uma vez por todas as teorias de preço justo. Para ele, o valor do bem é um dado de mercado, equivale ao preço pelo qual a mercadoria é de fato vendida.
A fisiocracia foi uma reação ao mercantilismo e às características feudais do antigo regime na França. Os fisiocratas se opunham a quase todas as restrições feudais, mercantilistas e governamentais. Eles achavam que a indústria, o comércio e as profissões eram úteis, mas estéreis porque simplesmente reproduziam valor consumido na forma de matérias-primas e subsistência dos trabalhadores. Somente a agricultura e possivelmente a mineração eram produtivas, pois criavam um excedente produto líquido acima dos custos de produção. Os fisiocratas acreditavam que como somente a agricultura gerava excedente, somente esses deveriam pagar impostos. Todos os impostos cobrados de outras pessoas seriam transferidos para eles. De qualquer forma, o imposto direto era preferível a impostos indiretos que aumentavam à medida que eram transferidos para outros. 
Eles se opunham ao consumo de produtos de luxo, Os camponeses seriam beneficiados com as ideias dos fisiocratas se todas as suas obrigações onerosas com os senhores de Terra pudessem ser eliminadas.
Os principais expoentes da escola fisiocrata foram François Quesnay e Anne Robert Jacques Turgot.
François Quesnay (1694-1774) foi o fundador e líder da escola fisiocrata, Ele também atuou como médico-cirurgião, escritor, enciclopedista e filósofo. Para Quesnay, a sociedade era análoga ao organismo físico. A circulação de riqueza e de bens na economia era como a circulação de sangue no corpo.
Seu famoso Tableau économique (em português, “Quadro econômico”) é um modelo econômico descrito por François Quesnay em 1759 que estabeleceu as bases da teoria econômica dos fisiocratas. O quadro econômico é creditado como a “primeira formulação precisa” de sistemas interdependentes na economia e da origem da teoria do multiplicador na economia. Ele é um diagrama circular que mostra as relações entre os diferentes setores da economia e como o excedente produzido pela agricultura é distribuído entre os diferentes setores. O quadro econômico foi uma das principais contribuições de Quesnay para a teoria econômica e é considerado uma das primeiras representações gráficas da economia. 
Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781) foi um economista e estadista francês cuja obra é considerada um elo entre a fisiocracia e a escola britânica de economia clássica. Ele estudou na Universidade de Sorbonne e foi trabalharna administração real. Turgot é considerado um dos principais representantes da escola de pensamento econômico conhecida como Fisiocracia.
A maior contribuição de Turgot no campo da teoria econômica foi a apresentação correta da lei de rendimentos decrescentes que aparece em seu Observations sur um Mêmoire de M. de Saint-Péravy, escrito em 1767. nunca se pode imaginar, afirmava ele, que a duplicação de despesas na agricultura duplicará o produto. 
Vamos falar agora sobre a escola clássica, suas diferenças e seus precursores.
A Escola Clássica começou em 1776 com a publicação do trabalho de Adam Smith intitulado “A Riqueza das Nações”. O cenário histórico era o início da Revolução Industrial. Os dogmas clássicos ou liberais foram aceitos por muitos anos, e alguns até os dias atuais.
Algumas características do corpo deste corpo de ideiass podem ser brevementes resumidas como;
O primeiro princípio da escola clásscia era o laissez-faire. O melhor governo é aquele que menos governa. As forças do mercado competitivo livre orientam as produções, a troca e a distribuição.
 Os economistas clássicos, com a importante exceção de Ricardo, enfatizavam a existência de harmonia de interesses. Na busca dessa harmonia, ou de seus próprios interesses, cada indivíduo servia melhor aos interesses da sociedade. Os clássicos ressaltavam a importância de todas as atividades econômicas, especialmente a indústria.
 	Eles afirmavam que a riqueza derivava do comércio. Os fisiocratas consideravam a agricultura como fonte de toda riqueza, enquanto a escola clássica acrescentava a indústria ao comércio e à agricultura e considerava os três produtivos. A escola clássica realizou enormes contribuições fornecendo um método de análise da economia e das leis econômicas que nela operam. Os economistas clássicos visavam a promoção do máximo crescimento e desenvolvimento econômico, com base na crença do desejo individual de acumular riqueza como fim em si mesmo. 
	Trabalho árduo e consumo limitado eram os meios de aumentar o capital de cada um. O estímulo para a aquisição ilimitada justificava-se pelo desejo inerente à natureza humana. Os clássicos consideravam a economia como um todo, adotando uma abordagem macroeconômica.
Os principais expoentes da Escola Clássica incluem Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus e John Stuart Mill. 
Adam Smith, fundador da escola clássica inglesa, é considerado o “pai da política”, sendo a sua principal obra “A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas” . A doutrina mercantilista, que vigorou entre o século XV e meados do século XVIII, era fundada na crença de que um país seria mais rico quanto maiores fossem sua população e seu estoque de metais preciosos. Portanto, o Estado deveria fomentar o comércio, a indústria e a agricultura com o objetivo de estimular as exportações e obter um superávit comercial nas transações com seus parceiros, pois os pagamentos internacionais eram feitos em ouro ou prata .
Adam Smith elaborou um forte argumento para contribuir com a expansão do comércio e redução de controles comerciais que caracterizaram o período mercantilista, capaz de promover o aumento da produção de cada país por meio da especialização e, com as trocas, aumentar o consumo e o bem-estar da população.
David Ricardo é outro importante expoente da Escola Clássica. Ele é conhecido por suas contribuições à teoria do valor-trabalho e à teoria das vantagens comparativas. Sua principal obra é “Princípios de Economia Política e Tributação”, publicada em 1817.
Thomas Malthus é conhecido por sua teoria populacional, na qual ele argumenta que o crescimento populacional tende a superar a capacidade de produção de alimentos, levando a fome e à miséria. Sua principal obra é “Ensaio sobre o Princípio da População”, publicada em 1798.
John Stuart Mill foi um filósofo e economista inglês que também foi um importante expoente da Escola Clássica. Ele é conhecido por suas contribuições à teoria do utilitarismo e à teoria da liberdade individual. Sua principal obra é “Princípios de Economia Política”, publicada em 1848.
Basicamente então;
Os mercantilistas, fisiocratas e liberais clássicos são três escolas de pensamento econômico que surgiram em diferentes momentos da história e têm ideias distintas sobre como a economia deve funcionar.
Os mercantilistas acreditavam que a riqueza de uma nação dependia de sua capacidade de acumular metais preciosos, como ouro e prata. Para isso, defendiam o controle do Estado na economia através de monopólios, altos impostos e proteção aos grêmios de profissões. Eles também defendiam o protecionismo comercial, com o objetivo de estimular as exportações e obter um superávit comercial nas transações com seus parceiros .
Os fisiocratas, por outro lado, acreditavam que a riqueza provinha apenas das terras agrícolas. Eles defendiam o liberalismo econômico, ou seja, a não-intervenção do Estado na economia. Para eles, a terra era a única fonte de riqueza e a agricultura era a única atividade produtiva .
Os liberais clássicos, por sua vez, defendiam a liberdade individual com restrições de poder do Estado. Eles acreditavam que o livre mercado e o funcionamento do mercado poderiam permitir uma alocação eficiente de recursos. Adam Smith, um dos principais expoentes da Escola Clássica, defendeu a ideia de que a riqueza de uma nação deriva do trabalho produtivo de seus habitantes e do livre comércio.
Em resumo, as principais diferenças entre essas três escolas de pensamento econômico são: os mercantilistas defendiam o controle do Estado na economia e o protecionismo comercial; os fisiocratas defendiam o liberalismo econômico e acreditavam que a riqueza provinha apenas das terras agrícolas; e os liberais clássicos defendiam a liberdade individual com restrições de poder do Estado e acreditavam no livre mercado como forma de permitir uma alocação eficiente de recursos.
2) Qual a principal diferença destes em relação ao marxismo?
R: 
O marxismo é uma teoria social, política e econômica baseada nas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels. Segundo o marxismo, a história da humanidade é a história da luta de classes, onde a classe dominante explora a classe trabalhadora. O marxismo defende a abolição da propriedade privada e a criação de uma sociedade sem classes, onde os meios de produção são propriedades comum.
Em contraste, o liberalismo clássico é uma filosofia política e uma doutrina econômica cuja principal característica é a defesa da liberdade individual, com limitação do poder do Estado pelo império da lei (ou pela rule of law anglo-saxã), a igualdade de todos perante a lei, o direito de propriedade, e, em política econômica, prega a livre iniciativa .
A fisiocracia é uma escola de pensamento econômico que surgiu entre os economistas franceses do século XVII e pregava que as riquezas eram provenientes apenas das terras agrícolas e do seu desenvolvimento. Essa teoria foi aceita e pregada por muito tempo, e acredita-se que ela tenha sido uma das primeiras teorias econômicas. Uma das contribuições mais importantes dos fisiocratas foi que a riqueza nacional era oriunda do trabalho produtivo, o que entra em contraposição do que era pregado no mercantilismo .
O mercantilismo foi adotado na Europa entre os séculos XV e XVIII. O mercantilismo primava pelo fortalecimento do Estado e pelo enriquecimento da burguesia. É o precursor do capitalismo e dá início à expansão dos mercados consumidores .
Em resumo, enquanto o marxismo defende a abolição da propriedade privada e a criação de uma sociedade sem classes, o liberalismo clássico defende a liberdade individual e o direito de propriedade. A fisiocracia defende que as riquezas são provenientes apenas das terras agrícolas, enquanto o mercantilismo prioriza o comércio e a indústria.
Referências Bibliográficas:
Oser, J., & Blanchfield, W. C. (1983). História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas. 
Spengle, et al Essays in Economic Thought: Aristotle to Marshall. Chicago: Rand McNally, 1960.
Stark, W. The Historyof Economics in its Relation to social Development. London: Routle-
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SINGER, Paul I. Desenvolvimento econômico e evolução urbana São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1968.
. Marx e mercado. In: ROCHA BARROS, A.L. et al Ensaios críticos sobre o capitalismo e o socialismo São Paulo, Editora A. Garibaldi, 1997. 
Toda Matéria. (s.d.). Fisiocracia. Recuperado de https://www.todamateria.com.br/fisiocracia/
Toda Matéria. (s.d.). Liberalismo Econômico. Recuperado de https://www.todamateria.com.br/liberalismo-economico/

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