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Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 1 Aterramento do sistema A terra é um grande depósito de energia, por essa razão pode fornecer ou receber elétrons, neutralizando uma carga positiva ou negativa. Nas instalações elétricas prediais, o aterramento é extremamente necessário, pois faz exatamente isso, ou seja, estabelece essa ligação com a terra, estabilizando a tensão em caso de sobrecarga de energia, evitando, dessa forma, um curto-circuito nos aparelhos da instalação. Em instalações elétricas prediais, a ausência ou falta de aterramento é responsável por muitos acidentes elétricos com vítimas. Também é importante ressaltar que, independentemente de sua finalidade (proteção ou funcional), o aterramento deve ser único em cada local da instalação. Existem basicamente dois tipos principais de aterramento: o aterramento por razões funcionais, que deve ser realizado para garantir o funcionamento correto dos equipamentos ou para permitir o funcionamento seguro e confiável da instalação; e o aterramento de proteção, que consiste na ligação à terra das massas metálicas, e cujo objetivo é a proteção contra choques elétricos por contato indireto. Durante atividades de manutenção em instalações elétricas prediais, eventualmente, também poderá ser feito um aterramento de trabalho provisório, que deve ser desfeito no final dos trabalhos. De acordo com a NBR 5410, a seleção e a instalação dos componentes dos aterramentos devem ser tais que: O valor da resistência de aterramento obtida não se modifique consideravelmente ao longo do tempo. Eles resistam às solicitações térmicas, termomecânicas e eletromecânicas. Sejam adequadamente robustos ou possuam proteção mecânica apropriada para fazer face às condições de influências externas como: temperatura ambiente, altitude, presença de água, presença de corpos sólidos, presença de substâncias corrosivas ou poluentes, solicitações mecânicas, presença de flora e mofo, presença de fauna, influências eletromagnéticas, eletrostáticas ou ionizantes, radiações solares e raios. O aterramento da caixa do medidor, bem como do quadro de distribuição de energia e dos aparelhos eletrodomésticos que serão utilizados na edificação, é uma importante medida de segurança, caso ocorram alguns defeitos. Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 2 Aterramento da entrada consumidora A entrada consumidora deve possuir um ponto de aterramento destinado ao condutor neutro do ramal de entrada e da caixa de medição, quando for metálica. O condutor de proteção destinado ao aterramento da instalação interna do cliente - PE (NBR 5410) não deve ser interligado com a haste de aterramento da entrada consumidora. O aterramento deve ser feito sob a caixa de medição à distância de 0,5 m dela. O condutor de aterramento deve ser de cobre nu, tão curto e retilíneo quanto possível, sem emenda, e não ter dispositivo que possa causar sua interrupção. Deve ser protegido mecanicamente por eletroduto. Barramento equipotencial (beq) Toda instalação elétrica deverá ter um barramento equipotencial em cobre no qual interligam-se todos os terras. Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 3 Aterramento do quadro de distribuição de energia Para realizar o aterramento, a fiação do terra deverá vir do barramento equipotencial das instalações. Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 4 Aterramento dos aparelhos eletrodomésticos O aterramento dos aparelhos eletrodomésticos é uma medida de segurança em caso de defeitos, quando o fio fase, que está sempre energizado, toca acidentalmente esses equipamentos. O fio terra deve ser, no mínimo, da mesma seção (diâmetro) do fio fase até a bitola 16 mm'' e metade da seção acima dessa bitola. Também é importante destacar que a tubulação de água não deve ser utilizada como terra. Dispositivos de proteção para baixa tensão A sobrecarga nas redes elétricas pode ser originada tanto por um raio como pela própria concessionária de energia, em manobras técnicas e atividades de manutenção das redes, por exemplo. O nível da sobrecarga pode variar e é imprevisível, e demanda soluções de projeto para proteger as instalações elétricas nessas situações. Porém é importante lembrar que não existe garantia total contra os possíveis danos. Os dispositivos de proteção disponíveis no mercado amenizam o risco, mas não o eliminam completamente. Assim, para mais eficiência no sistema de proteção, é necessário fazer um bom dimensionamento da rede, uma especificação correta dos dispositivos e, depois, uma manutenção periódica das instalações. Existem, no mercado, dispositivos de proteção para as instalações e de proteção para as pessoas da edificação. Normalmente, as pessoas costumam confundir os dois tipos de proteção. O para-raios, por exemplo, é específico para proteção de pessoas, ele não protege equipamentos, que geralmente queimam. Já os dispositivos de proteção para baixa tensão servem para proteger a instalação em casos de curtos-circuitos, ou quando há excesso de corrente elétrica (sobrecarga). Os dispositivos de proteção mais comum são os disjuntores termomagnéticos. Cada circuito terminal da instalação elétrica predial deve ser ligado a um dispositivo de proteção, que pode ser um disjuntor termomagnético (DTM), um disjuntor diferencial residual (DR) ou interruptor diferencial residual (IDR). Os disjuntores termomagnéticos de baixa tensão são os dispositivos mais usados atualmente em quadros de distribuição. Esses disjuntores oferecem proteção aos fios do circuito, desligando-o automaticamente quando da ocorrência de uma sobrecorrente provocada por um curto-circuito ou sobrecarga; permitem manobra manual, como um Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 5 interruptor, seccionam somente o circuito necessário, em uma eventual manutenção. O DR é um dispositivo de segurança de uso recomendado pela NBR 5410. Trata-se de um dispositivo supersensível às menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios descascados, ou por uma criança que introduza o dedo ou qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele interrompe a corrente assim que identifica anomalias. É possível instalar um único DR na caixa de medição ou um para cada circuito da instalação, nesse caso, colocados no quadro geral de distribuição. O IDR deverá ser utilizado em conjunto com um disjuntor termomagnético, pois não possui proteção contra curto-circuito ou sobrecarga. Universidade Anhanguera-Uniderp Curso de Arquitetura e Urbanismo Instalações Elétricas e Especiais Profa. Ana Cláudia de Oliveira Pedro Andrêo 6 A norma recomenda a utilização de proteção diferencial residual (disjuntor) de alta sensibilidade em circuitos terminais que sirvam a: Tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e (ou) revestimentos não isolantes e áreas externas. Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentosde uso em áreas externas. Aparelhos de iluminação instalados em áreas externas; Circuitos de tomadas de corrente em banheiros. Os circuitos que não se enquadram nas recomendações e exigências aqui apresentadas serão protegidos por disjuntores termomagnéticos. Na proteção com DR, deve-se tomar cuidado com o tipo de aparelho a ser instalado. Chuveiros, torneiras elétricas e aquecedores de passagem com carcaça metálica e resistência nua apresentam fugas de corrente muito elevadas, que não permitem que o DR fique ligado. Isso significa que esses aparelhos representam um risco à segurança das pessoas, devendo ser substituídos por outros com carcaça de material isolante e resistência blindada. Na escolha do tipo de proteção, é importante considerar também o fator econômico, sempre observando e respeitando as recomendações e os parâmetros restritivos da NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Procedimento), da ABNT. Para dimensionar o dispositivo de proteção (disjuntor) de um circuito é necessário saber a potência a ser instalada em cada circuito e calcular sua corrente. Para dimensionar o disjuntor ou interruptor DR geral do quadro de distribuição, é preciso saber a potência elétrica total instalada na edificação e calcular a corrente do circuito de distribuição. Para dimensionar o disjuntor aplicado no quadro de medição, é necessário saber a potência total instalada que determinou o tipo de fornecimento e o tipo de sistema de distribuição da companhia de eletricidade local. De posse desses dados, consulta-se a norma de fornecimento da companhia fornecedora de eletricidade local para saber a corrente nominal do disjuntor a ser empregado. É muito importante utilizar disjuntores ou fusíveis adequados nas instalações elétricas. A capacidade desses equipamentos é dada em ampère (A), que indica a intensidade de carga elétrica que pode passar por eles. A utilização de disjuntores com capacidade acima do necessário poderá danificar as instalações e os aparelhos elétricos; por outro lado, se a amperagem desses dispositivos de proteção for abaixo do indicado, ocorrerá o desarme dos disjuntores ou a queima excessiva de fusíveis, às vezes, sem necessidade. Fonte: CARVALHO JUNIOR, Roberto de. Instalações elétricas e o projeto de arquitetura. 6. ed. São Paulo: Blucher, 2015.
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