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www.tsm.com.br ANTENAS MATERIAL ELABORADO E DE PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA DE . AN TE N AS 1 www.tsm.com.br ANTENAS INTRODUÇÃO Pode-se definir uma antena como qualquer dispositivo que transmite e recebe ondas eletromagnéticas. Esta atua como um transdutor entre o meio irradiado (espaço) e o meio guiado (cabo coaxial, guia de onda). Por um lado a antena recebe a energia eletromagnética da linha de transmissão e transforma em energia capaz de se propagar no espaço. Essa energia pode ser direcionada para uma região do espaço. Dependendo dessa distribuição a antena vai ser classificada dentro de uma família (yagi, painel setorial, parabólica...). Por outro lado, a antena recebe a energia disponível no espaço e a transforma em energia capaz de se propagar numa linha de transmissão. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO A abertura de uma LT que transporta uma onda eletromagnética guiada provoca o aparecimento de linhas de campo magnético e elétrico variáveis capaz de se propagar no espaço. PARÂMETROS Os parâmetros das antenas podem ser divididos em dois grandes grupos: Parâmetros de transmissão: Diz respeito à forma que a antena distribui a energia irradiada no espaço: Diagrama de irradiação, diretividade. Parâmetros de reflexão: Diz respeito à capacidade da antena absorver e re-irradiar a energia a ela enviada: Impedância, ROE, Perda de Retorno. AN TE N AS TEOREMA DA RECIPROCIDADE: UMA ANTENA SE COMPORTA IGUALMENTE EM RECEPÇÃO E EM TRANSMISSÃO www.tsm.com.br 2 PARÂMETROS DIAGRAMA DE IRRADIAÇÃO Indica a distribuição no espaço da energia irradiada pela antena. O diagrama é tridimensional, ou seja, uma antena vai irradiar para todas as direções do espaço. Entretanto a energia estará sendo irradiada com intensidades diferentes para cada sentido (não confundir diagrama tridimensional com omnidirecional). Representações: 3D, Planos E, H (retangular, polar.) Representação tridimensional 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 -40 -20 0 -180 -120 -60 0 60 120 180 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 G an ho N or m al is ad o ângulo Representação bidimensional na forma polar Representação bidimensional na forma retangular Os diagramas de irradiação dos planos E e H da antena são, na verdade, cortes do diagrama 3D. Estes cortes contêm, em ambos, a direção de propagação, além dos vetores campo elétrico (plano E) e campo magnético (plano H). A representação retangular é utilizada para antenas com feixe mais estreito (por exemplo, antenas parabólicas). Cabe ressaltar a diferença entre planos E, H e planos horizontal (azimute) e vertical (tilt). Por exemplo, para um painel setorial o plano horizontal (azimute) representará: O plano H se a antena é de polarização vertical; O plano E se a antena é de polarização horizontal. AN TE N AS 3 www.tsm.com.br PARÂMETROS DIAGRAMAS DE IRRADIAÇÃO TÍPICOS Tipo de Antena Diagrama Tridimensional Diagrama Vertical (Elevação) Diagrama Horizontal (Azimute) Irradiador Isotrópico G = 0 dBi G = - 2,15 dBd Plano Elétrico Plano Magnético Dipolo de Meia Onda G = 2,15 dBi G = 0 dBd Plano Elétrico Plano Magnético Yagi de 5 elementos G = 8 dBi G = 5,85 dBd Plano Magnético Plano Elétrico Omnidirecional de seis dipolos G = 9,5 dBi G = 7,35 dBd Plano Elétrico Plano Magnético AN TE N AS Painel Setorial Polarização Vertical G = 12,5 dBi G = 11,35 dBd Plano Magnético Plano Elétrico www.tsm.com.br 4 PARÂMETROS DIAGRAMA DE IRRADIAÇÃO – INFORMAÇÕES RELEVANTES Feixe de meia potência: range de direções em que o ganho da antena cai pela metade em relação ao maior ganho obtido. Também chamado de ângulo de meia potência ou ângulo de –3 dB. O feixe de meia potência é um dos parâmetros mais relevantes na caracterização de uma antena, pois define a região de maior atividade da antena. Essa informação é primordial para planejamentos de setorização, repetição e outras soluções comumente implementadas em sistemas de rádio comunicações. À medida que o feixe de meia potência se estreita, a antena está concentrando a energia irradiada num range menor de direções, aumentando a diretividade. Feixe entre nulos: margem de direções em que a radiação do lóbulo principal cai a zero. Indica os limites do mesmo. 0 60120 180 240 300 - 3 dB - 3 dB 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 Feixe de meia potência Feixe entre nulos Nível de lóbulos secundários: relação entre o máximo de irradiação dos lóbulos secundários e o máximo de irradiação do lóbulo principal (LP). Relação frente-costas: relação entre as amplitudes do LP e a amplitude deslocada 180° do mesmo. Essa informação se torna muito relevante a partir do momento que se trabalha em rádio enlaces com alto nível de interferência. Neste caso se busca a minimização destes lóbulos para que as fontes interferentes adjacentes ao rádio enlace exerçam pouca influência. Quanto mais baixo o nível de lóbulos secundários, melhor vai ser a relação sinal ruído do rádio enlace. A priori, à medida que aumenta a diretividade da antena, o nível de lóbulos secundários diminuem, e a relação frente-costas aumenta. P m P o p Relação frenteRelação frente--costascostas Nível de lóbulos secundáriosNível de lóbulos secundários P m P o p Relação frenteRelação frente--costascostas Nível de lóbulos secundáriosNível de lóbulos secundários AN TE N AS 5 www.tsm.com.br PARÂMETROS DIAGRAMA DE IRRADIAÇÃO – FUNÇÃO DIRETIVIDADE Função diretividade: razão entre a densidade de potência irradiada pela antena e a densidade de potência irradiada por uma antena isotrópica, a uma mesma distância. A antena isotrópica é uma antena fictícia que irradia igualmente em todas direções do espaço. O valor da função diretividade, em uma certa direção, pode ser maior ou menor que a função diretividade de uma antena isotrópica. Diretividade: valor máximo da função diretividade. Define o ganho da antena. Em geral a diretividade e o ganho de uma antena são expressos em escala logarítmica. A unidade usada será o dBi quando a referência for o dipolo isotrópico e dBd quando a referência for o dipolo de meia onda. Para conversão de unidades: dBi = valor em dBd + 2,15 Na análise do diagrama de irradiação de uma antena, a função diretividade é normalizada, ou seja, a mesma é dividida pelo módulo da diretividade (máximo da função). Na prática isso significa que a função diretividade passa a ter um valor máximo de 1 (ou 0 dB numa escala logarítmica). IMPEDÂNCIA E ADAPTAÇÃO AN TE N AS Os dispositivos de RF são caracterizados pela suas impedâncias terminais. A impedância expressa a relação entre tensão e corrente nos terminais de um dispositivo. O parâmetro impedância é composto de duas partes: uma resistiva (parte real), que dissipa e uma reativa (parte imaginária) que armazena energia. No caso de sistemas de RF, os padrões de impedância mais utilizados são: 50 Ohms (Rádio) e 75 Ohms (TV). jXRZ += www.tsm.com.br 6 ANTENAS IMPEDÂNCIA E ADAPTAÇÃO – ROE E PERDA DE RETORNO No caso em que não se cumpra a relação entre as impedância terminais, parte da potência enviada pelo rádio para antena será refletida, causando um descasamento de impedâncias. A adaptação (casamento) de impedâncias é dada por duas grandezas: - ROE: Relaçãode Onda Estacionária (VSWR); - Perda de Retorno (Return Loss) Potência Incidente Potência Refletida Potência Útil Linha de Transmissão Antena Conector da AntenaGerador de RF Potência Incidente Potência Refletida Potência Útil Linha de Transmissão Antena Conector da AntenaGerador de RF O DESCASAMENTO DE IMPEDÂNCIA GERA EFEITOS INDESEJADOS NO SISTEMA DE RF COMO: PERDA DA EFICIÊNCIA DO ENLACE (MENOR ALCANCE) E DIMINUIÇÃO DA VIDA ÚTIL DO RÁDIO (DEVIDO A AQUECIMENTO CAUSADO PELA POTÊNCIA REFLETIDA). ROE: Índice que expressa a amplitude do coeficiente de reflexão. Para que uma antena esteja perfeitamente adaptada o ROE deve ser igual a 1 ao longo de toda a banda. Na prática a relação de onda estacionária não é igual a 1 ao longo de toda a banda (a antena é uma estrutura estática e seu comportamento varia com a freqüência). Perda de Retorno (RL): expressa a mesma medida, porém em escala logarítmica. - ROE = 1,2:1 Î 99% da energia é irradiada, 1% é refletida; - ROE = 1,5:1 Î 96% da energia é irradiada, 4% é refletida; - ROE = 2,0:1 Î 90% da energia é irradiada, 10% é refletida. - RL = -40 dB Î ROE ≈ 1,2:1; - RL = -30 dB Î ROE ≈ 1,5:1; - RL = -20 dB Î ROE ≈ 2,0:1. GANHO É o parâmetro que une as características de diagrama de irradiação com as características de impedância. O ganho dá a informação da capacidade da antena concentrar a energia recebida numa determinada direção, ponderada pela capacidade da mesma absorver a energia enviada pelo rádio e irradiá-la. DG t ⋅=η EficiênciaEficiência DiretividadeDiretividade AN TE N AS 7 www.tsm.com.br PARÂMETROS LARGURA DE BANDA Margem de freqüência em que a antena é operativa, ou seja, seus parâmetros não variam demasiadamente. Toma-se, a priori, a largura de banda em relação a diretividade, porém somente será válida se o ROE (ou a perda de retorno) estiverem satisfatórias ao longo da faixa considerada. POLARIZAÇÃO É a figura que descreve o campo elétrico em um ponto fixo do espaço. Casos: - Linear (yagis, parabólicas vazadas, omnidirecionais); - Circular: helicoidais, painéis com polarização circular, parabólicas para comunicação via satélite). ISOLAÇÃO POR POLARIZAÇÃO CRUZADA (CROSS POLARIZATION) AN TE N AS Parâmetro que mede a “pureza” de polaridade do campo elétrico irradiado por uma antena. O campo elétrico de uma antena linear (polarização vertical ou horizontal) pode ser decomposto em dois vetores perpendiculares. A isolação por polarização cruzada indica a relação entre as amplitudes desses dois vetores. É desejável ter a maior isolação possível, assim os espúrios provenientes de outras fontes não co-polares serão altamente atenuados. Campo Elétrico Co - Polar Campo Elétrico “Cross-Polar ” Direção de Propagação Campo Elétrico Co - Polar Campo Elétrico “Cross-Polar ” Direção de Propagação www.tsm.com.br 8 FAMÍLIAS DE ANTENAS INTRODUÇÃO Os tipos de antenas são infinitos, porém podem ser concentrados em alguns grupos ou famílias. Essas famílias são definidas basicamente pelas características do diagrama de irradiação, o que definirá também sua aplicabilidade (antenas para setorização, para estações móveis, para longas distâncias). A seguir descreveremos algumas das famílias mais utilizadas: Arranjo Colinear de Dipolos Omnidirecionais; Painéis de Baixo Perfil (Flat); Painéis Setoriais; Parabólicas Sólidas; Parabólicas Vazadas; Yagis. ARRANJOS COLINEARES Utilização: cobertura de sistemas em baixa freqüência. Seu feixe horizontal é de 360° e apresenta um ripple (variação) no ganho, no plano horizontal, devido à presença de um mastro refletor. Vantagens: Configuração do diagrama (conforme a disposição dos dipolos). Desvantagens: grandes dimensões, alto nível de lóbulos secundários Polarização: Vertical ou Horizontal. Diagrama típico: Tipo “rosca”. O aumento do ganho é obtido através do empilhamento de dipolos. O diagrama afina à medida que aumenta o ganho. A alimentação dos dipolos é feita, geralmente, através de divisores de potência. Ganhos típicos: De 2,15 a 8 dBi Freqüências típicas: Entre 100 MHz e 400 MHz. AN TE N AS 9 www.tsm.com.br FAMÍLIAS DE ANTENAS OMNIDIRECIONAIS Utilização: cobertura de sistemas celulares, equipamentos que requerem mobilidade, etc. Seu feixe horizontal é de 360° e o feixe vertical se estreita à medida que aumenta o ganho. Vantagens: boa relação custo-benefício. Desvantagens: maior sujeição a captação de ruídos, dificuldade de implementar sistema de down-tilt. Polarização: Vertical ou Horizontal. Diagrama típico: Tipo “rosca”. O aumento do ganho é obtido através do empilhamento de dipolos. O diagrama afina à medida que aumenta o ganho. Ganhos típicos: De 2,15 a 15 dBi Freqüências típicas: Acima de 400 MHz. PAINÉIS DE BAIXO PERFIL (FLAT) Utilização: links ponto a ponto ou ponto- multiponto, para ponta do cliente. Vantagens: estética adequada, facilidade na montagem e alinhamento. Desvantagens: baixo ganho. Polarização: Vertical ou Horizontal, Circular Diagrama típico: Tipo “pincel” (plano vertical e horizontal semelhante). Abertura dos planos E e H parecidos. Ganhos típicos: De 8 a 25 dBi Freqüências típicas: Acima de 2 GHz. PAINÉIS SETORIAIS AN TE N AS Utilização: ERB’s, POP’s, pontos de acesso (em áreas com maior tráfego), aplicações específicas, etc. Vantagens: flexibilidade na configuração do cluster, maior isolação de ruídos provenientes de outras direções, iluminação de pontos específicos (indoor). Desvantagens: pior relação custo-benefício. Polarização: Vertical ou Horizontal, +/- 45° (GSM, sistema de telefonia celular) Diagrama típico: Tipo “leque” (plano horizontal semelhante a um leque aberto) Maior abertura no plano horizontal, para setorização. Seu feixe horizontal varia de 60° a 120°. Ganhos típicos: De 9 a 18 dBi Freqüências típicas: Acima de 800 MHz. www.tsm.com.br 10 FAMÍLIAS DE ANTENAS PARABÓLICAS – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Consiste em uma antena (alimentador) que ilumina um refletor parabólico. Este re- irradia essa energia na direção de máximo ganho. Seu ganho é elevado, conseqüentemente possui pequeno ângulo de abertura. São utilizados para enlaces de grandes distâncias. Refletor Parabólico Alimentador Ponto Focal Refletor Parabólico Alimentador Ponto Focal Fora de Centro Focal Point Off - Set Refletor Parabólico Alimentador Ponto Focal Refletor Parabólico Alimentador Ponto Focal Fora de Centro Focal Point Off - Set PARABÓLICAS SÓLIDAS Utilização: enlaces de grandes distâncias ou que exijam uma alta performance do diagrama de irradiação. Os feixes são estreitos devido à alta diretividade das antenas. Vantagens: maior imunidade a ruídos, maior ganho com menos área. Desvantagens: maior custo. Polarização: Vertical ou Horizontal, Circular (Satélite). Diagrama típico: Tipo “pincel”. Maior relação frente-costas e nível de lóbulos secundários. O aumento da diretividade é obtido pelo aumento da área do prato. Ganhos típicos: Acima de 20 dBi. Freqüências típicas: Acima de 2,4 GHz. Desvantagem: Maior carga de vento. 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 PARABÓLICAS VAZADAS Utilização: enlaces de grandes distâncias, para faixa alta de UHF. Para atingir tais ganhos os pratos parabólicos são muito grandes,e a área de ventos dos mesmos passa a ser um problema. Vantagens: alto ganho, pouca carga de ventos para as torres. Desvantagens: dificuldade de transporte. Ganhos típicos: Entre 17 e 35 dBi. Freqüências típicas: Entre de 800 MHz e 2,4 GHz. AN TE N AS 11 www.tsm.com.br FAMÍLIAS DE ANTENAS YAGIS São antenas compostas de um refletor (simples ou grade) um dipolo (simples ou dobrado) e diretores. Utilização: enlaces de grandes distâncias e baixas freqüências (VHF, UHF baixa). Vantagens: peso, facilidade de transporte e montagem, baixa carga de vento. Desvantagens: limitação no ganho (o incremento no ganho para antena acima de 17 dBi fica inviável fisicamente). Polarização: Vertical ou Horizontal. Diagrama típico: Tipo “pincel”. O aumento da diretividade é obtido pelo aumento do número de elementos e, posteriormente, pelo agrupamento de várias antenas por um divisor de potências. Ganhos típicos: Entre 6 e 25 dBi. Freqüências típicas: Entre de 30 MHz e 2,4 GHz. As yagis de freqüências acima de 1,5 GHz necessitam o uso de radome, para proteção da água da chuva. ANOTAÇÕES AN TE N AS