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24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 1/60 Antenas Prof. Rodrigo Martins de Souza Descrição Você vai entender os conceitos e princípios de funcionamento dos principais tipos de antenas, bem como os seus parâmetros fundamentais. Propósito A definição e o reconhecimento dos tipos de antena e seus parâmetros fundamentais é essencial para o engenheiro escolher a solução mais adequada para cada caso de uso de radiocomunicações. Objetivos Módulo 1 Antenas e mecanismos de radiação Identificar os principais tipos de antena e seus mecanismos de radiação. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 2/60 Módulo 2 Distribuição de corrente em uma antena �lamentar delgada Reconhecer a distribuição da corrente elétrica e a geração da onda eletromagnética em uma antena filamentar delgada. Módulo 3 Parâmetros fundamentais de antenas Reconhecer os parâmetros fundamentais de uma antena. Introdução Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo a seguir e compreenda os conceitos de antenas. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 3/60 1 - Antenas e mecanismos de radiação Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais tipos de antena e seus mecanismos de radiação. Os principais tipos de antenas e seus mecanismos de radiação Neste vídeo, você entenderá sobre os principais conceitos e princípios de funcionamento de uma antena, bem como as formas de categorização principais e os seus usos na área de telecomunicação. Conceitos básicos sobre antenas Neste vídeo, você entenderá sobre os principais conceitos de antenas, suas linhas de transmissão e seus circuitos. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 4/60 Se em um circuito elétrico composto de dois fios condutores paralelos for gerada uma corrente elétrica com determinadas características, ondas eletromagnéticas serão criadas no término desses fios. Essas ondas, no entanto, serão ineficientes para um sistema de radiocomunicação, pois sua irradiação não tem uma direção definida e acabam se cancelando mutualmente no tempo e no espaço. Uma forma de melhorar a irradiação nesse caso é, no final de cada fio, fazer uma pequena dobra de 90° em sentidos contrários. Somente com essa pequena intervenção as ondas serão propagadas em uma direção única e não mais serão destrutivas no espaço. Podemos melhorar a eficiência ainda mais se a dobra final, em cada fio, tiver do comprimento de onda . Criamos uma antena simples com dois filamentos de 1/4 cada, totalizando , conforme vemos na imagem. Nessa configuração, a antena irradia uma onda que interage de forma construtiva no tempo, fazendo-a propagar no espaço com menos perdas de energia. Essa antena é conhecida como dipolo (polo positivo e negativo) de meia onda. A seguir veja uma antena que irradia uma onda de forma mais eficiente: Modelo simples de antena. Para o gerador de corrente (transmissor), a antena tem o mesmo comportamento de um circuito ressonante em série composto de um capacitor, um indutor e uma resistência. O capacitor (C) representa o campo elétrico, o indutor (L) o campo magnético e a resistência (R) está relacionado com o próprio fio condutor e a antena. Esse conjunto transmissor antena será ressonante, isto é, os campos elétricos e magnéticos gerados irão se complementar quando a antena tiver o tamanho correspondente a um múltiplo do comprimento de onda do sinal transmitido, conforme vemos a seguir: 1/4 (λ) λ 1/2λ × 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 5/60 Antena com funcionando como um circuito ressonante. Para cada antena existe um conjunto de frequências a serem irradiadas para que essa ressonância funcione de forma satisfatória, chamada de largura de banda ou BW (band witdh). Veja quais são esses tipos de frequência: Frequências menores Tipo de frequência em que a antena será curta e o campo elétrico gerado (reatância capacitiva) será maior que o magnético, fazendo a impedância equivalente do circuito (RLC) ser capacitiva. Frequências maiores Tipo de frequência que terá o efeito inverso, com uma indutância (campo magnético) maior e a impedância equivalente será indutiva. A frequência central da largura de banda é exatamente a que representa a melhor ressonância do sistema, com menos perdas entre os campos elétrico e magnético e um maior ganho. Quanto mais distante desta , menor será o grau de ressonância do sistema, introduzindo perdas e diminuindo o ganho final. Em uma antena do tipo banda larga, considera-se que o sistema radiante é satisfatório quando ele consegue irradiar pelo menos 90% da potência entregue pelo transmissor. A largura de banda então é definida encontrando-se as frequências mais alta e mais baixa que atendem a esse critério. Entenda melhor na próxima imagem. 1/2λ (f0) f0 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 6/60 Largura de banda em relação ao ganho de uma antena. Considerando que a frequência mais baixa da faixa de operação é e a frequência mais alta é , podemos definir, conforme imagem anterior, a largura de banda em porcentagem (adimensional): A largura de banda medida em termos de frequência também pode ser representada como a diferença entre as duas frequências limítrofes, da seguinte forma: O ganho de uma antena é medido em decibéis . Cabe lembrar que decibéis representa uma ordem de grandeza, uma relação logarítmica comparando instâncias de mesma medida. Por exemplo, comparar a potência do sinal de entrada de uma antena em relação a potência de saída irradiada por ela. Podemos definir, neste exemplo, o ganho da antena, em decibéis , pela seguinte relação: Ao produzir os campos elétricos pelo gerador de tensão senoidal na antena, são gerados os campos magnéticos. Entretanto, por um tempo, eles não estão devidamente sincronizados e ortogonais, havendo uma dominância do elétrico. Essa região é chamada de campo próximo e vai f1 f2 BW(%) = 100 ⋅ f2 − f1 f0 BW = f2 − f1 (dB) (E) (S) Ga (dB) Ga = 10 log( S E ) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 7/60 a uma distância de 10 comprimentos de onda. Depois desse ponto, teremos o campo distante, local onde os campos elétrico e magnético já se tornam ortogonais e a onda de rádio se propaga com as características de radiação esperadas. Vimos algumas características e princípios de funcionamento de uma antena simples. Vamos avançar o nosso estudo e explorar os principais tipos de antena. Tipos de antena quanto ao diagrama de radiação Neste vídeo, você conhecerá mais sobre os tipos de antenas quanto ao diagrama de radiação e como o sistema de coordenadas esféricas pode ser utilizado nesse caso. Com o desenvolvimento das telecomunicações, vários formatos e tipos de antenas foram criados para atender a demandas distintas de telecomunicação. A principal característica observada é a forma como a onda é irradiada no espaço ao redor da antena. A distribuição dessa irradiação no espaço é representada por um diagrama de radiação da antena. Essa radiação ocorre no espaço tridimensional e para representá-la são utilizados, em geral, dois diagramas: um vertical e outro horizontal, que nada mais são que cortes nessa distribuição tridimensional. Podemos representá-los utilizando coordenadas esféricas ou cartas polares, com a antena posicionada na origem e o diagrama da radiação uma função de e , conforme a imagem a seguir:r, θ φ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 8/60 Sistema de coordenadas esféricas utilizadas nos diagramas de radiação. Para fazer o diagrama horizontal (plano ) basta fixarmos em . Já o diagrama vertical (plano )fixamos o ângulo em . Na imagem a seguir vemos os cortes no sólido tridimensional da radiação de uma antena, gerando os diagramas: Diagrama de radiação vertical e horizontal de uma antena. Uma forma de classificar as antenas é em relação à direção de radiação representada pelo seu diagrama. Confira os tipos! Antenas direcionais x, y θ 90∘ z,x φ 0∘ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 9/60 O diagrama de radiação apresenta um lóbulo com maior ganho ou intensidade em uma direção. Com isso, ela irradia e recebe de forma mais eficiente na direção desejada. É utilizada, por exemplo, em enlaces de rádio ponto a ponto, com um receptor-transmissor em cada lado da telecomunicação. Veja na imagem uma antena direcional no formato Yagi, com um lóbulo maior na direção 0°. Diagrama de radiação de uma antena direcional Yagi. Antenas omnidirecionais A intensidade de radiação da onda é distribuída em várias direções, privilegiando um plano em geral. Esse tipo de antena possui um diagrama quase circular no plano horizontal. É utilizada em comunicações do tipo multiponto, como as estações de rádio FM ou as redes celulares (vimos exemplo de uma antena monopolo na imagem “Diagrama radiação vertical e horizontal de uma antena”). Antenas isotrópicas A potência de radiação é igualmente distribuída em todas as direções e, por isso, os diagramas vertical e horizontal são uniformes (formato de circunferência). Esse é um modelo conceitual utilizado como referência para definir o desempenho de uma antena real. Se for a potência irradiada em uma antena isotrópica, em um ponto qualquer a uma distância da antena teremos a seguinte densidade de potência (medida em Watts por metro quadrado): Uma vez definida uma antena isotrópica, podemos agora introduzir a ideia de ganho relativo de uma antena real, medido em dBi (este i é exatamente do isotrópico). Vimos que o ganho de uma antena, expresso P r S Sr = P 4πr2 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 10/60 em decibéis, é definido como a ordem de grandeza da atenuação da potência ou energia de entrada da antena em relação ao que ela irradia, mas esse valor é adimensional. Por definição, o ganho de uma antena isotrópica é 0 dBi. Para se ter uma medida padrão de ganho da antena real, utiliza-se como base o ganho de uma antena isotrópica na seguinte relação: Uma outra antena de referência e não conceitual, já vista no início do nosso estudo, é o dipolo de meia onda. Podemos então mensurar o ganho de uma antena também em relação a um dipolo de meia onda. Esse ganho será medido em dBd (este d é de dipolo). Se medirmos o ganho de um dipolo de meia onda, em relação ao isotrópico, chegamos à seguinte relação: Para converter um ganho de uma antena de dBi para dBd podemos utilizar a seguinte relação: Veja graficamente a comparação das radiações das antenas de referência: Comparação entre os diagramas de radiação das antenas. G(dBi) = 10 log(G(dB)) ou então G(dB) = 10 G(dBi) 10 G( dipolomeiaonda ) = 2.14dBi = 0dBd G(dBi) = G(dBd) + 2.14dB 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 11/60 Tipos de antena quanto ao mecanismo de radiação Neste vídeo, você conhecerá mais sobre os tipos de antena quanto ao mecanismo de radiação em relação à frequência da onda que irradia. Existem diversas formas de categorizar os tipos de antenas. Já vimos a principal forma de categorização, quanto ao formato do diagrama de radiação. Outra classificação importante é referente a seu desempenho em relação à frequência da onda que irradia. Vamos conferir os tipos: Estes tipos de antena possuem dimensões menores que 1/10 do tamanho do comprimento de onda de operação. São antenas de construção simples, de baixa eficiência de radiação e diretividade. Um exemplo desse tipo de antena é a monopolo utilizada para recepção de rádio AM. Estes tipos de antenas operam em uma faixa de frequência curta ou em uma única frequência, que chamamos de ressonância, e possui ganho baixo ou moderado, podendo ser direcionais. Um exemplo desse tipo de antena é a dipolo utilizada para comunicação VHF (very high frequency, em português frequência muito alta) ou HF (high frequency, que significa frequência alta). Antenas eletricamente curtas Antenas ressonantes Antenas de banda larga 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 12/60 Estes tipos de antenas possuem performance aceitável para sua largura de banda, isto é, a pior potência de irradiação da banda (menor e maior frequência) tem no mínimo 90% da potência em relação à melhor (frequência central). Elas possuem ganho baixo ou moderado, mas constante, e uma largura de banda grande — ou seja, podem operar em várias frequências. Um exemplo desse tipo é a antena dipolo dobrado, que opera em HF e VHF, utilizada em sistemas de comunicação com embarcações. Estes tipos de antenas têm como característica o fato de a irradiação da onda ocorrer na abertura entre a estrutura da antena, diferentemente dos tipos de antenas anteriores, em que as ondas são geradas pela distribuição de corrente elétrica através da estrutura da antena. As antenas de abertura são utilizadas principalmente na faixa de micro-ondas, cujo comprimento da onda mede centímetros. São antenas com alto ganho que varia com a frequência. Se analisarmos os tipos classificados anteriormente, podemos notar que os três primeiros são compostos por antenas formadas por elementos lineares e delgados, apenas o último possui outras características construtivas. Isso tem a ver com a forma que a onda eletromagnética é gerada nesse último em relação aos três primeiros. Ou seja, as formas ou mecanismos de radiação dependem diretamente do formato das antenas. Teremos dois tipos: Antenas lineares delgadas Antenas que também são conhecidas como filamentares e são formadas por fios condutores lineares cuja seção transversal são da ordem de em relação ao comprimento de onda de operação. Essa característica facilita a análise do mecanismo de geração da onda eletromagnética, pois considera que as correntes elétricas seguem em direção única, linear, facilitando a definição das equações de campo e propriedades de radiação das antenas. Antenas de abertura 10−3 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 13/60 Antenas de abertura Antenas em que o mecanismo de radiação das ondas eletromagnéticas é diferente. As correntes se distribuem sob uma área ou abertura no espaço dentro das antenas, gerando campos eletromagnéticos com características e equações mais complexas, com uma análise matemática mais rebuscada quando comparadas com as antenas lineares delgadas. Os tipos mais conhecidos de antenas de abertura são as antenas parabólicas e de fendas. Elas são muito utilizadas em comunicações por micro-ondas, cujos comprimentos de ondas são bem menores que no caso anterior, impossibilitando a construção de antenas filamentares. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em uma antena do tipo banda larga, as frequências limítrofes da largura de banda são aquelas cuja potência irradiada é 90% da potência máxima. Se a largura de banda possui e a potência máxima é conseguida com a frequência de assinale a alternativa que indica as frequências mínima e máxima de operação dessa antena. 500kHz 15MHz, (f1) (f2) A e f1 = 14, 75MHz f2 = 15, 25MHz B f e 1 = −250kHz f2 = 250kHz C e f1 = 14, 5MHz f2 = 15, 5MHz 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 14/60 Parabéns! A alternativa A está correta. A potência máxima de operação é conseguida com a frequência central da largura de banda (fo). Se a largura de banda é de , então teremos: Questão 2Uma antena diretiva Yagi possui um ganho de Assinale a alternativa que indica a ordem de grandeza em dB de quanto essa antena é mais potente que uma antena do tipo dipolo de meia onda. D e f1 = 13, 5MHz f2 = 16, 5MHz E e f1 = 16MHz f2 = 17MHz 500kHz fo = 15, 0MHz BW = f2 − f1 BW = 500kHz → 1/2BW = 0, 25MHz f1 = 15, 0MHz − 1/2BW → f1 = 14, 75MHz f2 = 15, 0MHz + 1/2BW → f2 = 15, 25MHz 12dBi. A 9, 86dB B 12dB C 14, 14dB D 19, 72dB E 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 15/60 Parabéns! A alternativa E está correta. A questão faz referência ao dipolo de meia onda. Dessa forma, a primeira coisa a fazer é saber quantos essa antena tem. Utilizaremos a seguinte relação: Para saber quantas vezes uma antena é mais potente que a outra em dB, utilizaremos a seguinte relação: 2 - Distribuição de corrente em uma antena �lamentar delgada Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a distribuição da corrente elétrica e a geração da onda eletromagnética em uma antena �lamentar delgada. 9, 68dB dBd G(dBi) = G(dBd) + 2, 14dB G(dBd) = G(dBi) − 2, 14dB G(dBd) = 12 − 2, 14 = 9, 86dBd G(dB) = 10 G(dBd) 10 → G(dB) = 10 9,86 10 → G(dB) = 10 9,86 10 → G(d 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 16/60 Entendendo a antena �lamentar delgada Neste vídeo, você compreenderá a diferença de uma antena filamentar delgada de uma antena de abertura, bem como suas características. O dipolo hertziano Existem dois mecanismos principais para a geração da irradiação de uma onda eletromagnética. Entenda: As distribuições de corrente elétrica se dão na abertura da antena, e este é utilizado em antenas abertas para a faixa de operação de micro-ondas. Tal mecanismo é mais complexo e demanda um maior aprofundamento matemático e físico para a definição do comportamento da antena e da onda irradiada. É baseado em geração de ondas eletromagnéticas derivadas da corrente elétrica que flui em um elemento condutor onde é aplicado um gerador de tensão variável (senoidal). Esse é o modelo que iremos nos aprofundar em nosso estudo. Chamamos esse condutor de filamentar delgado. Filamentar pois tem o formato de um fio e delgado pois sua seção transversal é extremamente fina, comparada ao comprimento de onda. O seu diâmetro (d) deve ser da ordem de . A primeira aproximação que abordaremos é com um fio de tamanho bem pequeno comparado ao comprimento de onda. Ou seja, além de fino, ele tem um tamanho dL « Nos primeiros experimentos para comprovar a existência das ondas eletromagnéticas, Hertz utilizou exatamente um modelo de onda nesse formato. Por isso o chamamos de dipolo hertiziano. 10−3λ λ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 17/60 Vamos considerar um dipolo hertiziano alimentado por uma corrente senoidal uniforme ao longo da antena de tamanho dL. Podemos considerar a corrente da seguinte forma: Porém, uma corrente pode ser vista também como um conjunto de elétrons de carga deslocando-se no condutor com uma velocidade . Dessa forma, se elétrons se movem em um tempo ao longo dessa pequena antena hertziana, podemos escrever a corrente da seguinte forma: Trocando esse valor na expressão anterior, conseguimos encontrar a velocidade instantânea dos elétrons: Derivando a velocidade em relação ao tempo, temos por definição a aceleração dos elétrons, da seguinte forma: Eq. 1 A aceleração (ou desaceleração) dos elétrons é importante, pois é ela que gera o campo elétrico tangencial que, por sua vez, gerará a radiação da onda. Avançaremos o nosso estudo e observaremos como se comporta o campo elétrico desse dipolo. Campo elétrico em um dipolo hertziano i = Io sen(wt) q v N dL/v i = dq dt = Nqv dL Io sen(wt) = Nqv dL → v = dLIo sen(wt) Nq a = dv dt = dLI0 Nq d sen(wt) dt → a = dLI0w cos(wt) Nq 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 18/60 Pela lei de Coulomb, podemos chegar ao campo elétrico radial criado por uma carga q a uma distância de : Eq. 2 Esse campo elétrico é criado independentemente da aceleração dos elétrons causada pelo gerador de tensão senoidal. Em um sistema de coordenadas esféricas, podemos definir um ponto no espaço pelas componentes e sendo o ângulo em relação ao eixo x (que define a posição em um mesmo plano da carga) e em relação ao eixo z (que é o eixo do fio), conforme imagem Sistema de coordenadas esféricas utilizadas nos diagramas de radiação. Então, podemos definir o vetor campo elétrico em um ponto formado pelas 3 componentes: É o campo na direção radial. É o campo na direção da variação de . É o campo na direção da variação de . Perceba que na direção , pela simetria e tamanho do fio, não há variação de campo elétrico. Basta então definir a variação do eixo . Este é o componente tangencial nesse sistema esférico. Esse componente tangencial é gerado exclusivamente pela aceleração devido à aplicação da tensão senoidal de frequência , não sendo influenciada pela carga da corrente. Ao acelerar a partícula, gerará uma frente de onda que será percebida em um ponto P, a uma distância , no tempo de . Podemos considerar ainda que o campo elétrico tangencial terá o mesmo valor modular do radial pela tangente do ângulo . Dessa forma, podemos chegar ao valor do campo elétrico tangencial pela seguinte relação: r dL Er = −q 4πε0r2 P r,φ θ φ θ E P Er Eφ φ Eθ θ φ θ f r t = r/c θ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 19/60 Eq. 3 Podemos perceber na imagem a seguir, no triângulo CDE, que a tangente do ângulo é a relação dos catetos EC/DE: Campo elétrico tangencial em um ponto P em coordenadas esféricas. Pela imagem é fácil notar que: AB é a distância percorrida pelo elétron acelerado durante o tempo dt (movimento retilíneo acelerado) e depois sem a aceleração (movimento uniforme), no período t. Então teremos: Eθ = Er tan(θ) EC = AB sen(θ) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 20/60 Considerando dt muito pequeno, chegamos ao valor: A distância é o deslocamento da frente de onda a ser percebida em que viaja à velocidade da luz durante o período em que o elétron é acelerado Então podemos dizer que: Trocando os valores de e nas equações 3 e 2, chegamos à seguinte equação: Considerando que , ficamos com a seguinte equação do campo elétrico tangencial em um ponto a uma distância e um ângulo do centro do dipolo hertziano: Atualizando a carga, que será composta por elétrons de carga q, teremos: Eq. 4 AB = Desloc Acelerado + Desloc VelocContinua = adt2 2 + (t − dt)adt AB = adt2 2 + (t − dt)adt = adt2 2 + at + tdt2 AB = atdt → EC = AB sen(θ) = atdtsen(θ) DE P , c, (dt). DE = cdt CE DE Eθ = Er tan(θ) → Eθ = −q 4πε0r2 EC DE Eθ = −q 4πε0r2 a.t.dtsen (θ) c.dt t = r/c P r θ ET (θ,r) = −q 4πε0r2 a ⋅ r ⋅ dt sen(θ) c2 ⋅ dt ET (θ,r) = −qa sen(θ) 4πε0c2r N ET (θ,r) = −Nq asen(θ) 4πε0c2r 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 21/60 Observe que o campo elétrico tangencial é diretamente proporcional à aceleração dos elétrons, que está ligada à frequência do gerador de tensão e da onda irradiada. Outro ponto importante a notar é que, diferentemente do campo elétrico radial gerado pela carga dos elétrons (lei de Coulomb), que varia com o inverso do quadrado da distância r (Equação 2), este campo elétrico tangencial varia com o inverso da distância. Exatamente essa diferença que cria o campo próximo, com a forte presença do campo elétrico que gerou a onda e o campo distante, onde essa força elétrica da carga praticamente é nula por conta do quadrado da distância. Com a equação do campo elétrico tangencial em função da aceleração (Equação4), em conjunto com a definição da aceleração do final (Equação 1), podemos definir o campo elétrico tangencial de um dipolo hertziano em função do tempo como sendo: Eq. 5 Introduzimos o termo para indicar o atraso da frequência da onda irradiada, percebida a uma distância r da antena, em relação à frequência do gerador de tensão. Esse resultado de campo elétrico tangencial irradiado de um dipolo hertziano será importante para a definição da equação da onda irradiada mais adiante. O importante agora é entendermos como a corrente se comporta no interior da antena. Com base nesse resultado podemos definir o campo elétrico gerado por uma antena filamentar delgada de tamanho L. Para tal, basta observarmos que ela se comporta como uma série de dipolos hertzianos dL que geram o mesmo campo. O campo elétrico resultante será o somatório dos campos de cada dL Hertziano, ou seja: Eθ(t) = −I0dL w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) (t − r/c) Eθ(t) = ∑ nDipolosHz −I0dL w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) → Eθ(t) = −I0 w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) ∑ nDipolosHz dL Eθ(t) = −I0L w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 22/60 Corrente em uma antena �lamentar delgada Podemos considerar uma antena filamentar delgada como a composição de vários elementos de tamanho infinitesimal em série, ou seja, uma série de dipolos hertzianos. Vamos considerar um condutor de tamanho (L), da ordem de grandeza de comprimentos de onda de operação da antena. Veja um exemplo na próxima imagem: Condutor de tamanho L que forma o fio delgado. Ao ser aplicado um gerador de tensão senoidal nesse condutor, os elétrons irão se deslocar de um polo a outro, em um movimento de ida e volta que respeitará a frequência da voltagem aplicada. Ao se deslocarem, os elétrons gerarão uma corrente J, que criará um campo magnético H ao redor do fio conforme a 2ª equação de Maxwell: Escrevendo o rotacional com a aplicação das derivadas discretas, temos que: (λ) ∇XH = J 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 23/60 Como consideramos o fio delgado, ou seja, extremamente fino, não existem componentes da corrente elétrica J nos eixos x e y. Dessa forma não haverá também campo magnético no eixo z (perpendicular ao plano xy). A componente do campo magnético no eixo z é nula . O valor de L é muito maior que o valor de d. Isso indica que o campo magnético é constante no eixo z. Temos então que: Trocando os valores das considerações anteriores na equação do rotacional, temos que: Voltando à equação original, temos que: Isso quer dizer que a corrente induzida no fio pelo campo magnético gerado pela corrente inicial acompanha a mesma direção do eixo z, não havendo correntes nas direções x e y. A tensão aplicada obedece a uma função senoidal do tipo: Em consequência, a corrente I também seguirá uma função senoidal que varia no tempo da mesma forma (com um deslocamento representado por ): ∇XH = ( ∂Hz ∂y − ∂Hy ∂z )→x + ( ∂Hx ∂z − ∂Hz ∂x )→y + ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y )→z (Hz = 0) ∂Hy ∂z = 0 e ∂Hx ∂z = 0 ∇XH = ( 0 ∂y − 0)→x + (0 − 0 ∂x )→y + ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y )→z → ∇XH = ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y →J = ∇XH = ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y )→z = Jz −→ V (t) = Vmax sen(2πft) ϕ I(t) = Imax sen(2πft + ϕ) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 24/60 É possível reescrever a equação acima, trocando a frequência pelo inverso do período da onda. Se a onda se move em uma velocidade c, após um período T ela caminhará uma distância . Veja: Por fim, percebe-se que nas extremidades do fio a corrente é sempre nula, pois é o momento em que há troca de sentido do movimento dos elétrons devido à voltagem. Além disso, não há continuação do condutor após a extremidade, não havendo possibilidade de haver corrente elétrica. Se a distribuição de corrente é uma senoide que varia com o tempo, mas as extremidades são sempre fixas (corrente nula), elas serão ondas estacionárias, isto é, em um ponto qualquer da antena, não haverá variação da corrente no tempo. Então podemos definir a distribuição da corrente J em função de z, da seguinte forma (conforme imagem Condutor de tamanho L que forma o fio delgado): Por fim, temos que uma antena simétrica filamentar com tamanho L, cujo diâmetro é muito menor que o comprimento de onda (delgada) e cujo gerador de tensão senoidal é aplicado em um ponto central, podemos definir a distribuição da corrente elétrica I no eixo do condutor (z) pela seguinte expressão: Para Para Perceba que, para valores de z iguais a ou , a função seno será zero (corrente nula nas extremidades). Para z igual a zero (ou seja, corrente no ponto onde é aplicado o gerador de tensão) o valor de seno dependerá do comprimento da antena (L) havendo troca de sentido da corrente nesse ponto. Veja na próxima imagem: λ = cT I(t) = Imax sen(2π t T + ϕ) zk I(z) = Imax sen(2 π λ z + ϕ) z < 0 I(z) = Imax sen (2 πλ ( L 2 + z)) z ≥ 0 I(z) = Imax sen (2 πλ ( L 2 − z)) L/2 −L/2 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 25/60 Distribuição de corrente em um filamento de tamanho L. A distância entre seus valores máximos é exatamente o comprimento de onda, sendo nulos para valores de z iguais a meio comprimento de onda e múltiplos ímpares. A corrente flui no sentido do eixo para valores positivos e contrário nos negativos. Confira na imagem a seguir gráficos com a distribuição da corrente para antenas de tamanhos múltiplos de meio comprimento de onda. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 26/60 Distribuição de corrente para L do tamanho do comprimento de onda. Distribuição de corrente para L do tamanho do 3/2 comprimentos de onda. Demonstração do campo elétrico máximo de uma antena �lamentar delgada O campo elétrico irradiado por uma antena filamentar delgada de tamanho L é dado por: Podemos utilizar essa fórmula para calcular o valor máximo do campo elétrico percebido a uma distância de 1 km de uma antena filamentar delgada de 1 comprimento de onda cuja corrente máxima do oscilador é de 12 A. Perceba que o valor máximo ocorrerá quando o seno e o cosseno da equação for 1 (eles são independentes, então não há contradição). A antena tem 1 comprimento de onda, isto é, . Expressando w em função do comprimento de onda e , teremos o seguinte: Eθ(t) = −I0L w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) L = λ (w = 2πf f = c/λ) Eθ(t) = −I0L w sen(θ) 4πε0c2r cos(w(t − r c )) → EMáx = −I0L w1 4πε0c2r 1 EMáx = −I0L 2πc 4πε0c2rλ → EMáx = − I0L 2ε0crλ → EMáx = − I0 2ε0cr 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 27/60 Trocando os dados do problema na equação acima (considerando as constantes c = e ) calculamos o valor máximo para o campo elétrico: Teoria na prática Chegamos à conclusão sobre a equação que descreve a distribuição de corrente em uma antena filamentar delgada de tamanho L, conforme a seguinte expressão: e Analisando fisicamente, concluímos que a corrente nos extremos da antena é nula, pois não é possível haver corrente além da antena. Utilizando a expressão acima, deveremos chegar à mesma conclusão. Para comprovarmos isso, basta trocar o z pela posição dos extremos da antena (L/2 e -L/2). Obtemos os seguintes valores de corrente I(z): para o extremo inferior e para o extremo superior . 3 ⋅ 108m/s ε0 = 8, 85 ⋅ 10 −12C 2/Nm2 EM áx = − 12 2 ⋅ (8, 85 ⋅ 10(−12)) (3 ⋅ 108)103 = −12 5, 31 = −2, 26V /m _black I(z) = Imax sen(2 π λ ( L 2 + z)) para z < 0 I(z) = Imax sen(2 π λ ( L 2 − z)) para z ≥ 0 I(−L/2) = Imax sen(2 π λ ( L 2 + ( −L 2 ))) = Imax sen(0) = 0 (−L/2) I(L/2) = Imax sen(2 π λ ( L 2 − ( −L 2 ))) = Imax sen(0) = 0 (L/2) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html#28/60 Comprovando matematicamente que a expressão condiz com a realidade física e a corrente é nula nos extremos. Mão na massa Questão 1 Assinale a alternativa que indica o módulo da componente radial do campo elétrico percebido a 2 metros, em um ângulo de , de uma carga pontual de com aceleração de . Considere o valor da permissividade elétrica do meio como sendo . Parabéns! A alternativa D está correta. Como se trata do componente radial do campo elétrico, tanto o ângulo como a aceleração não influenciam em seu valor. Esse valor depende apenas da carga e da distância (lei de Coulomb). Então teremos que: Mostrar solução 45∘ 6, 0 ⋅ 10−9C 300m/s2 8, 85 ⋅ 10−12C 2/Nm2 A 26,9 V/m B 1,39 V/m C 2,69 V/m D 13,48 V/m E 6,9 V/m 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 29/60 Questão 2 Em uma antena filamentar delgada de meia onda, é gerada uma corrente alternada senoidal da forma . Considerando o comprimento de onda da onda irradiada de , assinale a alternativa que representa a coordenada z da antena onde se dará o valor absoluto de maior corrente. Parabéns! A alternativa E está correta. Como se trata de uma antena de meia onda, o ponto máximo da corrente se dará no z = 0, pois a distribuição da corrente será meia onda com ponto máximo em z = 0 e mínimos na extremidade da antena (-2 m e +2 m). Questão 3 Er = −q 4πε0r2 → Er = −6 ⋅ 10−9 4π8, 85 ⋅ 10−1222 → Er = −6 ⋅ 4 ⋅ 3, 14 ⋅ 8, − 13, 48V /m → |Er| = 13, 48V /m i(t) = 6 sen ( π6 t) 4m A z = 4 m B z = 2 m C z = -2 m D z = -4 m E z = 0 m 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 30/60 Assinale a relação que representa o valor do campo elétrico tangencial máximo, no vácuo, percebido a uma distância de uma antena filamentar delgada de meia onda que possui um tamanho e corrente elétrica máxima . Parabéns! A alternativa E está correta. Assista ao vídeo para conferir a resolução do exercício. Questão 4 Uma antena filamentar delgada de 1 comprimento de onda possui 2 metros e sua corrente é distribuída ao longo da antena conforme a equação: Assinale a alternativa que indica o valor máximo da corrente elétrica e em que ponto(s) ela ocorre. r L I0 A EMáx = −I0 L 4πε0c2r B EMáx = −I0 L4πε0cr C EMáx = −I0 L 2πε0c2r D EMáx = −I0 L 4πε0crλ E EMáx = −I0 L 2ε0crλ I(z) = 5 sen(π + zπ/4) para z < 0. I(z) = 5 sen(π − zπ/4) para z > 0. Imáx 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 31/60 Parabéns! A alternativa E está correta. valor máximo de corrente será dado quando a senoide chegar ao valor de seja, . Importante lembrar que a antena de 1 comprimento de onda possui dois máximos em e . Com essa informação já é possível solucionar o problema, já que temos que o comprimento de onda é de 2 metros, isto é e . Questão 5 Assinale a alternativa que indica quantos pontos de máxima corrente, independentemente do sentido, existem em uma antena filamentar delgada de comprimentos de onda . A e ocorre em .Imáx = 2, 5A z = 0 B e ocorre em .Imáx = 5A z = 0 C e ocorre em e Imáx = 5A z = +1 z = −1 D e ocorre em e Imáx = 2, 5A z = +1/2 z = −1/2 E e ocorre em e .Imáx = 5A z = +1/2 z = −1/2 O 1.Ou Imáx = 5A +λ/4 −λ/4 z = +1/2 z = −1/2 n (λ) A 2n B 2nλ C n 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 32/60 Parabéns! A alternativa A está correta. Trata-se de antena filamentar delgada com 4 comprimentos de onda. Isso quer dizer que e a antena varia de a . Em cada lado do eixo teremos comprimentos de onda. Em cada comprimento de onda existem 2 máximos: 1 positivo e 1 negativo. Então teremos máximos na parte superior do eixo z e máximos no eixo inferior, totalizando máximos. Questão 6 A distribuição da corrente em uma antena filamentar delgada de meia onda, com 4 metros de comprimento, se comporta conforme a seguinte equação: Assinale a alternativa que indica o valor da corrente elétrica nos pontos e . D nλ E n/2 L = nλ nλ/2 −nλ/2 z n/2 n n 2n I(z) = 2 sen(π + zπ/2) para z < 0. I(z) = 2 sen(π − zπ/2) para z > 0. z = 1 z = −1 A e I(1) = −2A I(−1) = 2A B e I(1) = 2A I(−1) = −2A C e I(1) = 0A I(−1) = 0A D e I(1) = 2A I(−1) = 2A 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 33/60 Parabéns! A alternativa D está correta. Para utilizaremos a seguinte equação: Para utilizaremos a seguinte equação: Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O campo elétrico tangencial, em coordenadas esféricas, gerado por uma antena filamentar delgada de meia onda com 3 metros de comprimento é dado pela seguinte equação: Assinale a alternativa que melhor representa o módulo desse campo no tempo de 2 segundos, em um ponto que está localizado a 1 quilômetro, no mesmo plano xy da antena. Considere o valor da permissividade elétrica do meio como sendo e a velocidade da luz no meio E e .I(1) = 1A I(−1) = 1A z = 1 I(z) = 2 sen(π − zπ/2) → I(1) = 2 sen(π − 1π/2) → I(1) = 2 I(1) = 2A z = −1 I(z) = 2 sen(π + zπ/2) → I(−1) = 2 sen(π − 1π/2) → I(−1) Eθ(t) = −4000 sen(θ) ε0c 2r cos(t π 6 ) 8, 85 ⋅ 10− 12c2/Nm2 3 ⋅ 108m/s 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 34/60 Parabéns! A alternativa C está correta. Se o ponto se encontra no mesmo plano da antena, o valor de . (lembrando que esse ângulo é o ângulo do ponto com o eixo z, sendo a direção positiva desse eixo). Aplicando os valores na fórmula do campo elétrico tangencial teremos: Trocando o valor das constantes e c teremos: A Eπ/2(2) = −2, 51 ⋅ 10−3V /m B Eπ/2(2) = −5, 02 ⋅ 10−6V /m C Eπ/2(2) = −2, 51 ⋅ 10−6V /m D E0(2) = 0V /m E Eπ(2) = −2, 51V /m θ = π/2 θ 0∘ Eθ(t) = −4000 sen(θ) ε0c2r cos(t π 6 ) → Eπ/2(2) = −4000 sen(π/2) ε0c210 3 c Eπ/2(2) = −4 1 ε0c2 1 2 → Eπ/2(2) = −2 ε0c2 ε0 Eπ/2(2) = −2 8, 85 ⋅ 10−12(3 ⋅ 108) 2 → Eπ/2(2) = −2 8, 85 ⋅ 10−12 ⋅ 9 ⋅ Eπ/2(2) = −2 79, 65 ⋅ 104 → Eπ/2(2) = −0, 0251 ⋅ 10 −4 → Eπ/2(2) = −2, 51 ⋅ 10 −6V /m 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 35/60 Questão 2 Sobre a distribuição de corrente elétrica em uma antena filamentar delgada, avalie as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta. I – O modelo de distribuição de corrente aplicado a uma antena filamentar delgada pode ser extrapolado para se mensurar a distribuição de corrente em um fio com maior diâmetro considerando essa uma composição, em paralelo, de antenas filamentares delgadas. II – O termo filamentar delgado é aplicado a antenas que são construídas por fios condutores lineares cujo diâmetro é da ordem de do comprimento de onda da onda irradiada. III – Considera-se que as correntes elétricas que percorrem uma antena filamentar delgada seguem no eixo z da antena, não possuindo componentes nos eixos x e y, o que facilita a construção de um modelo matemático que descreve sua distribuição. Parabéns! A alternativa D está correta. Em um fio de maior diâmetro haverá componentes da corrente no plano xy, sendo possível as tratar de forma independente para então considerá-la uma composição em paralelo. Filamentar vem do termo fio ou filamento e delgado é fino em relação ao comprimento de onda ou . O modelo matemático que descreve a corrente como uma senoide só é possível devido à 10−3 A Apenas a afirmativa I está correta. B Apenas a afirmativa II está correta. C As afirmativas I e II estão corretas. D As afirmativas II e III estão corretas. E Apenas a afirmativa III está correta. (d ≪ λ d ≈ 10−3λ) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 36/60 consideração de que ela não possui componentes em outro sentido que não o da antena. 3 - Parâmetrosfundamentais de antenas Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os parâmetros fundamentais de uma antena. Apresentação dos parâmetros de antenas Neste vídeo, você compreenderá o que são e para que servem os parâmetros fundamentais de uma antena, bem como seu padrão de irradiação e largura de feixe, diretividade, ganho e largura de banda, polarização e impedância. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 37/60 Padrão de irradiação e largura de feixe Chamamos de parâmetros fundamentais de uma antena o conjunto de características básicas que definem o seu desempenho em relação a sua eficiência e forma de propagar a onda eletromagnética. Existem diversos parâmetros, alguns correlacionados, e exploraremos os de maior relevância para a escolha da antena mais adequada a cada tipo de aplicação. O primeiro parâmetro é o padrão de irradiação, que descreve a forma como a irradiação da onda eletromagnética se propaga no espaço ao redor da antena. Ele pode ser definido por uma função de onda e representado graficamente por um diagrama de irradiação. A melhor maneira de representar esse diagrama de irradiação é em relação à intensidade de potência dos campos eletromagnéticos no espaço, uma vez que a intensidade da potência do campo magnético tem o mesmo formato do campo elétrico e são relacionados por uma constante. Outra consideração a observar é que essa potência de irradiação no espaço, além de depender da distância e da posição do ponto em relação à antena e , varia de acordo com a potência entregue pela linha de transmissão. Uma forma de isolar essa variável é definir o diagrama de potência de forma normatizada, dividindo o valor real pela potência máxima. Teremos então que: Perceba que esse valor é adimensional, medido em dB. Chamamos essa função de de intensidade de irradiação normatizada. Quando uma antena irradia de forma igual e sem perdas para todas as direções, teremos uma antena conceitual do tipo isotrópica e, por definição, será igual a 1 para todos os valores de e . Outra forma de medir a intensidade de radiação de uma antena é em , normatizando-a, nesse caso, pelo valor da intensidade irradiada por uma antena isotrópica. Observe um exemplo de diagrama de irradiação normatizado vertical (para ) de uma antena direcional genérica. (r, Φ θ) Pn(Φ, Θ) = P(r, Φ, Θ) Pmáx Pn Ф Θ dBi Φ = 90∘ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 38/60 Diagrama de radiação de uma antena direcional em coordenadas polares. Perceba que o diagrama possui um lóbulo principal , dois lóbulos secundários menores (à direita do eixo z, do mesmo lado do principal) e alguns lóbulos traseiros (à esquerda do eixo z). Um bom projeto de antena direcional busca minimizar os lóbulos secundários e traseiros de forma que a potência recebida pela antena seja prioritariamente irradiada na direção do lóbulo principal. Ele possui um valor máximo de intensidade de irradiação de , que é a direção de propagação principal da onda, no qual ficará posicionado o receptor. Importante observar que a escala do gráfico de é logarítmica. Ou seja, a cada o valor da intensidade da irradiação dobra. A partir do valor máximo, diminuindo 3 encontramos o ponto chamado de largura de feixe de meia potência (LFMP) ou somente largura de feixe. Observando a imagem anterior, na posição de (máxima -3 dB), teremos a metade da intensidade de rradiação máxima da antena. Na vertical desse ponto (meia potência, no caso ) encontraremos os ângulos e , cuja diferença nos dá a largura de feixe deste rádio de . Outro parâmetro interessante no diagrama é a largura de feixe do primeiro nulo, que corresponde aos pontos de potência zero, os quais definem os limites do lóbulo principal. Na imagem essa largura de feixe do 1º nulo é de 90° aproximadamente (45° a 135°). (θ = 90∘) 13dB Pn 3dB dB 10dB 10dB Θ = 63∘ Θ = 117∘ 54∘ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 39/60 Diretividade Logicamente que, para uma antena direcional, quanto mais potência for irradiada para seu lóbulo principal, melhor a eficiência da antena. Em outras palavras, quanto menor forem os lóbulos secundários e traseiros, maior será o lóbulo principal, dando mais alcance e potência na direção principal da antena. Podemos mensurar esse aspecto da antena por meio de um parâmetro chamado de diretividade. Para entender esse parâmetro é importante compreender o conceito de ângulo sólido e esferorradianos. A irradiação da onda se dá em um espaço tridimensional, sendo os diagramas de irradiação apenas cortes (em geral horizontal e vertical) dessa imagem em 3D. Utilizamos coordenadas esféricas para descrever essa distribuição tridimensional, conforme a próxima imagem. Em um plano bidimensional, podemos definir o valor de um arco de uma circunferência de raio como sendo o ângulo que o descreve vezes o raio r. Quando o arco é completo, sob o ângulo de , temos o valor da circunferência ( . Da mesma forma, se quisermos descobrir o valor do ângulo em radiano basta, então, dividir o arco pelo raio. Vamos agora estender o raciocínio para o espaço tridimensional. Temos que definir a área de uma superfície localizada a uma distância e delimitada pelos ângulos bem pequenos, podemos definir essa área como o produto dos seus lados da seguinte forma: Agora imaginemos o ângulo tridimensional que define o setor em azul da imagem. Ele depende do valor dos dois ângulos e e do valor de Aplicando o mesmo raciocínio do espaço bidimensional, podemos definir o valor desse ângulo sólido em esferorradianos, dividindo o valor da área pelo quadrado da distância , deste modo: Entenda melhor na próxima imagem: r Θ 2π 2πr) dS r dS = (r ⋅ dΘ) ⋅ (r ⋅ sen(Θ) ⋅ dΦ) = r2 ⋅ sen(Θ) ⋅ dΘ ⋅ dΦ dΘ dФ r. (dΩ), dS r dΩ = dS r2 = r2 ⋅ sen(Θ) ⋅ dΘ ⋅ dΦ r2 = sen(Θ) ⋅ dΘ ⋅ dΦ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 40/60 Definindo o ângulo sólido em um sistema de coordenadas esféricas. Com as duas equações anteriores podemos encontrar a área de uma superfície esférica delimitada por um ângulo sólido : Se quisermos encontrar o valor do ângulo sólido, em esferorradiano de uma superfície esférica total, teremos: A fim de definir o padrão de ângulo sólido de uma antena, cuja irradiação é dada pela função , como o ângulo sólido necessário para representar a potência total irradiada pela antena, se esta fosse constante (esférica) e igual à radiação máxima (do lóbulo principal), vamos fazer: S Ω SΩ = ∬ Ω dS = ∬ Ω r2 ⋅ sen(Θ) ⋅ dΘ ⋅ dΦ = r2∬ Ω dΩ = r2Ω SΩ = r 2Ω (sr), Ωesfera = ∫ esfera dΩ = ∬ Θ=π;Φ=2π Θ=0;Φ=0 sen(Θ) ⋅ dΘ ⋅ dΦ Ωesfera = 4π(sr) ΩP P(Θ, Φ) ΩP = ∬ Pn(Θ, Φ)dΩ 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 41/60 Para encontrarmos o valor da potência normalizada média de uma antena, temos que dividir a potência total irradiada na antena pelo ângulo sólido da esfera. Teremos o seguinte: Define-se então o ganho diretivo de uma antena em uma direção determinada como a relação entre a potência irradiada nessa direção pela potência média da antena: Chamamos de diretividade o máximo ganho diretivo da antena. Essa é exatamente a direção do lóbulo maior. Como estamos trabalhando com potência normalizada, nessa direção, o valor da função . Então o valor da diretividade máxima de uma antena normalizada será: Em outras palavras, podemos calcular a diretividade relacionando o campo irradiado por uma antena na direção do lóbulo principal (potência máxima) com o campo irradiado por uma antena isotrópica com a mesma potência. Em relação ao isotrópico, pode ser definido em decibéis como: A diretividade é inversamente proporcional ao padrão de ângulo sólido de uma antena. Ou seja, quanto menor esse ângulo,mais potência estará presente na direção do lóbulo principal e menores serão os demais lóbulos, como podemos visualizar na imagem a seguir. Podemos descrever a diretividade como a capacidade de uma antena em concentrar a energia irradiada numa determinada direção. Veja na próxima imagem: Pn(Θ, Φ)média = ∬ Pn(Θ, Φ)dΩ ∬ dΩ = Ωp 4π D(Θ, ⊕) Gd(Θ, Φ) = Pn(Θ, Φ) Pn(Θ, Φ)me ́dia Pn = 1 D = Gd(Θ, Φ)Máx = Pn(Θ, Φ)Máx Pn(Θ, Φ)Me ́dia = 1 Pn(Θ, Φ)Me ́dia = 4π Ωp D(dBi) = 10 log( PMax PIso ) = 10 log(D) 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 42/60 Diferentes diretividades e padrão de ângulo sólido de antenas. Ganho, largura de banda e e�ciência Agora, vamos nos aprofundar no parâmetro ganho de uma antena direcional, considerando também a eficiência da antena nos seus diversos aspectos. Um tipo de antena direcional bastante utilizada com excelente ganho diretivo são as antenas do tipo parabólicas. O ganho de uma antena parabólica é máximo na direção da irradiação do seu lóbulo principal. Podemos definir o seu ganho relativo à antena isotrópica (dBi) pela seguinte relação: Em que: é o diâmetro da parabólica. é a frequência da onda irradiada. é a eficiência global da antena. A eficiência global é definida como um produto de fatores de eficiência relacionados ao ambiente e a detalhes construtivos da antena. Existem fatores relacionados à impedância, ao grau de iluminação da antena, à superfície de chegada, ao transbordamento, entre outros. Uma antena parabólica usualmente possui um grau de eficiência global considerado aceitável entre 50% e 75%. GMáx = 10 log(η(π ⋅ d λ ) 2 ) d λ η 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 43/60 Um outro parâmetro interessante em antenas do tipo parabólica é a área efetiva da antena , que incorpora o grau de eficiência global e o diâmetro. Podemos então definir o ganho relativo ( em relação à área efetiva da antena da seguinte forma: Podemos relacionar o ganho de uma antena com a sua diretividade. Perceba que são conceitos muito próximos, pois comparam potência de uma antena real com a potência de uma antena isotrópica. De maneira simplista, pode-se pensar que o ganho de uma antena está relacionado com a sua eficiência em irradiar uma potência recebida em conjunto com o fato de como ela dá diretividade a essa radiação. Então chegamos nesta relação: Em que é a eficiência da antena. Outro parâmetro importante para antenas é a largura de banda. Junto com o ganho e o diagrama de irradiação, é importante para categorizarmos e entendermos os princípios de funcionamento das antenas. A largura de banda é a faixa de frequência para qual o funcionamento de uma antena é considerado satisfatório. Em geral possui uma frequência central e as frequências superior e inferior de funcionamento. Podemos indicar a largura de banda de diversas formas, por exemplo: Intervalo de frequências A largura da banda é indicada como um intervalo de frequências, definindo a frequência superior e inferior. Fração A largura da banda é indicada como uma fração, tal qual 5:1, que indica que a frequência superior é 5 vezes maior que a inferior. Percentual (Aef) dBi) GMáx = 10 ⋅ log( 4π ⋅ Aef λ2 ) G(θ,ϕ) = η.D(θ,ϕ) η 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 44/60 A largura da banda é indicada como um percentual, indicando quantos por cento a mais ou a menos da frequência central a antena funcionará. Quando indicamos a largura da banda como percentual, dizemos que, se uma antena possui uma largura de banda de 10%, significa que a frequência superior é 10% maior que a central e a inferior 10% menor. Por fim, podemos definir a eficiência de uma antena comparando a potência entregue (potência de entrada) com a potência irradiada. Em modelos reais sempre haverá perdas de potência, em razão de impedâncias, perdas ôhmicas e dielétricas. Definimos a eficiência de radiação como: Polarização Ao ser irradiada por uma antena, a onda eletromagnética se propaga em todas as direções do espaço. Porém, em geral, existe uma direção principal de propagação, na qual a potência irradiada possui um maior valor. Nessa direção principal, os vetores de campo elétrico e magnético seguem perpendiculares entre si e perpendiculares em relação à direção de propagação. Porém, embora a direção de propagação da onda seja a mesma (considerando a direção principal em que se tem a potência máxima), os vetores de campo elétrico e magnético podem variar de sentido, no tempo e no espaço. Podemos entender a polarização de uma onda como a equação geométrica que descreve a variação, ao longo do tempo, da posição do vetor campo elétrico da onda irradiada. Veja a diferença entre os tipos de polarização: Vertical Se a onda tiver uma polarização linear vertical, o vetor do campo elétrico sempre estará no mesmo eixo. Uma onda desse tipo, que se propaga em direção ao eixo y, terá o campo elétrico variando no tempo e no espaço sempre na direção z (estando o eixo z (erad) erad = Pradiada Pentrada = Pentrada − Pperdida Pentrada = 1 − Pperdida Pentrada 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 45/60 vertical). Logicamente, o campo magnético, perpendicular ao elétrico, variará no eixo x. Horizontal Se for uma antena com polarização linear horizontal, cuja direção de propagação da onda é o eixo y, o vetor de campo elétrico ficará variando no eixo x. Além das polarizações lineares já apresentadas, podemos ter o vetor do campo elétrico rotacionando no tempo e no espaço. Imagine um observador parado na antena, olhando a onda na direção de sua propagação (no eixo y), conforme vemos na imagem a seguir. Se o vetor do campo elétrico descrever uma circunferência, dizemos que se trata de uma polarização circular. Com o passar do tempo, o vetor poderá girar para a direita ou para a esquerda. Dessa forma, teremos uma polarização circular à direita ou uma polarização circular à esquerda. Para um observador olhando em perspectiva no espaço tridimensional, o campo elétrico descreve uma espiral. Uma última possibilidade é que o vetor do campo elétrico descreva uma elipse ao se deslocar no tempo e no espaço. A diferença em relação ao anterior é que o módulo do valor máximo do campo elétrico variará enquanto o vetor roda, descrevendo uma elipse e não uma circunferência. Teremos então uma polarização elíptica à esquerda ou à direita. As antenas transmissoras e receptoras devem possuir o mesmo tipo de polarização para que haja a possibilidade de comunicação, mesmo que os demais parâmetros sejam compatíveis. Caso sejam diferentes, deve haver um elemento junto à antena que realize a correção para torná-las compatíveis. Entenda melhor na próxima imagem. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 46/60 Polarização linear vertical e horizontal. Impedância Em um projeto de antenas, um fator importante para a eficiência do sistema rádio é observar a impedância dos elementos que o constitui. A impedância é a capacidade de um condutor em resistir ao fluxo de corrente elétrica. Como estamos analisando as antenas, vamos observar a fronteira da antena com o sistema de radiocomunicação, principalmente a diferença de impedância do circuito de transmissão e da antena propriamente dita. Se houver diferenças significativas de impedância entre esses elementos, a energia gerada pelo transmissor sofrerá perdas que poderão impactar na eficiência geral da irradiação da antena. Para entender o que ocorre nas fronteiras desses elementos, imagine uma onda que se propaga em um líquido. Ao alcançar a borda desse líquido, a onda é refletida e volta em direção oposta. Quando existem diferenças significativas de impedância, essa reflexão ocorre, por exemplo, entrea linha de transmissão e a antena. Ao refletir, essa onda retorna na linha de transmissão e interage com a onda primária que está sendo transmitida. Essas ondas refletivas são chamadas de ondas estacionárias. Elas ficam na linha de transmissão e podem gerar uma grande perda de potência para o sistema de irradiação. Uma forma de observar a compatibilidade dessas impedâncias é saber qual a relação de ondas estacionárias (ROE) da seguinte forma: Onde: é a relação de ondas estacionárias. é a impedância da antena percebida pela linha de transmissão. é a impedância característica da linha de transmissão. Quanto maior for essa diferença de impedância, maior será a potência refletida e menor será a potência recebida efetivamente pela antena. Considera-se, experimentalmente, que esse ROE deve ter o valor menor que 1,5. Quanto mais próximo de 1, melhor. ROE = zl zo ROE Zl Zo 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 47/60 Uma vez sabendo o ROE, é possível definir o valor do coeficiente de reflexão pela seguinte relação: A potência refletida é proporcional ao quadrado do coeficiente de reflexão. A seguir, temos alguns valores da potência refletida para diferentes ROE: ROE T 1,1 0,091 0,0081 1,5 0,2 0,04 2,0 0,33 0,11 2,5 0,45 0,185 Tabela: Potência refletida na linha de transmissão pela relação de ondas estacionárias. Rodrigo Martins de Souza. Análise da diretividade de uma antena isotrópica A diretividade, ou o ganho diretivo, pode ser calculado pela seguinte relação: Em uma antena isotrópica, por definição, a radiação é constante em qualquer direção. Ou seja: Por também ser uma constante, a terá o mesmo valor , pois teremos: τ T = ROE − 1 ROE + 1 T 2 D(Θ, Φ) = Pn(Θ, Φ)máx Pn(Θ, Φ)média Pn(Θ,ϕ) = Pmáx = k (constante) Pméd k 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 48/60 Então, teremos que a diretividade de uma antena isotrópica é: Interessante observar ainda que, com a diretividade da isotrópica sendo 1, podemos encontrar o ângulo sólido padrão aplicando a seguinte relação: O ângulo sólido padrão de uma isotrópica é , exatamente o ângulo sólido que representa a esfera, o que faz sentido, pois, por definição, a isotrópica possui a potência irradiada igualmente distribuída em todos os sentidos. Teoria na prática Para definir a largura de feixe de meia potência, indicamos que era necessário encontrar o ponto de máximo ganho e diminuir 3 unidades de decibéis, assim chegamos ao ponto que representa a meia potência. Vamos comprovar matematicamente essa indicação. Calcule a relação de potência entre dois pontos A e B do diagrama de radiação, sendo que A está 3 decibéis antes de B. Sabemos que a equação que representa o ganho em decibéis é dada por: Pn(Θ, Φ)média = ∬ Pn(θ, Φ)dΩ ∬ dΩ = ∬ kdΩ ∬ dΩ = k ∬ dΩ ∬ dΩ = k D(Θ, Φ) = Pn(Θ, Φ)máx Pn(Θ, Φ)média = k k = 1 D(Θ, Φ) = 4π Ωp → Ωp = 4π D(Θ, Φ) = 4π 1 = 4π 4π _black 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 49/60 Concluímos que a potência do ponto B é cerca de 2 vezes a potência do ponto A. Por esse motivo, o ponto A (3 dB antes de B) é onde encontramos a largura de feixe de meia potência quando o ponto B for o de máxima. Mão na massa Questão 1 Sobre a diretividade e o padrão de ângulo sólido respectivo, observe a imagem a seguir onde são mostrados dois diagramas horizontais de radiação, de duas antenas distintas, e o respectivo ângulo sólido que representa a antena isotrópica equivalente. Em seguida, avalie as afirmativas e marque a alternativa correta. I – O diagrama da direita possui um ângulo sólido e área verde maior indicando que possui uma maior diretividade em relação a outra. G(dB) = 10 log (PB/PA) 3 = 10 log (PB/PA) 0, 3 = log (PB/PA) (PB/PA) = 10 0,3 PB/PA = 1, 99 Mostrar solução 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 50/60 II – O diagrama da esquerda, que possui um ângulo sólido menor, possui uma maior diretividade, concentrando a potência de radiação no seu lóbulo principal. III – A antena que possui o diagrama da esquerda, onde há um ângulo sólido maior, possui uma menor diretividade por contar com lóbulos secundários e traseiros maiores que a outra, indicando perda de potência no lóbulo principal. Parabéns! A alternativa D está correta. Assista ao vídeo a seguir e confira a resolução do exercício. Questão 2 Assinale a alternativa que representa o valor da área da superfície esférica delimitada por um ângulo sólido de esferorradianos em uma esfera cujo raio é de 10 metros (considere o valor de ). A Somente a alternativa I está correta. B Somente a alternativa II está correta. C As alternativas I e II estão corretas. D As alternativas II e III estão corretas. E As alternativas I e III estão corretas. π/4 π = 3, 14 A 314m2 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 51/60 Parabéns! A alternativa C está correta. Aplicando a equação, teremos: Questão 3 Uma antena do tipo parabólica possui uma área efetiva de e irradia uma onda na frequência de . Assinale a alternativa que representa o ganho máximo dessa antena. Considere a velocidade da luz no meio como . B 31, 4m2 C 78, 4m2 D 7, 84m2 E 784m2 SΩ = r 2Ω → Sπ/4 = 10 2 ⋅ π/4 = 100 ⋅ 3, 14/4 = 25 ⋅ 3, 14 = 78 0, 5m2 2, 4GHz 3 ⋅ 108m/s A 4 dBi B 1,4 dBi C 2,6 dBi D 13 dBi 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 52/60 Parabéns! A alternativa E está correta. Com a frequência de , teremos o seguinte comprimento de onda: Aplicando a equação, teremos: Questão 4 No Brasil usualmente se utilizam antenas parabólicas com 1,7 m de diâmetro para captar sinais de TV via satélite. Esses sinais funcionam, em sua maioria das vezes, na frequência de 3,7 GHz e possuem uma eficiência total em torno de 70%. Assinale a alternativa que representa o ganho máximo em dBi desse tipo de antena. E 26 dBi 2, 4GHz λ = v f = 3 ⋅ 108 2, 4 ⋅ 109 = 0, 125m GMáx = 10 ⋅ log( 4π ⋅ Aef λ2 ) → GMáx = 10 ⋅ log( 4π ⋅ 0, 5 0, 1252 ) → 10 ⋅ log(402, 76) → GMáx = 10 ⋅ 2, 6 = 26dBi A 17,4 dBi B 69,6 dBi C 6,9 dBi D 3,48 dBi 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 53/60 Parabéns! A alternativa E está correta. Com a frequência de , teremos o seguinte comprimento de onda: Aplicando a equação, teremos: Questão 5 Uma antena dipolo de meia onda e eficiência de 97% possui uma diretividade de 9 dBi. Assinale a alternativa que indica o ganho dessa antena. E 34,8 dBi 3, 7GHz λ = v f = 3 ⋅ 108 3, 7 ⋅ 109 = 0, 081m GMáx = 10 ⋅ log(η(π ⋅ d λ ) 2 ) → GMáx = 10 ⋅ log(0, 7( log (0, 7(65, 93)2) → GMáx = 10 ⋅ log(3043, 16) = 34, 8dBi A 8,73 dBi B 87,3 dBi C 9,27 dBi D 92,7 dBi 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 54/60 Parabéns! A alternativa A está correta. Será utilizada a equação: . Substituindo os dados indicados pelo problema teremos: Questão 6 Analise as alternativas a seguir sobre a polarização de antenas e marque a correta. E 9 dBi G(θ,ϕ) = η ⋅ D(θ,ϕ) G(θ,ϕ) = η ⋅ D(θ,ϕ) = 0, 97 ⋅ 9 = 8, 73dBi A Antenas que possuem polarização linear vertical são aquelas cujo lóbulo principal está na direção z, ou ângulo ( heta=0) no diagrama de irradiação ortogonal. B Podemos entender a polarização como sendo a função que descreve a variação da posição do vetor campo elétrico no tempo e espaço em relação a uma direção de propagação da onda. C Uma antena com polarização circular é aquela cujo vetor do campo elétrico não é perpendicular ao sentido de propagação da onda. D As antenas transmissoras e receptoras não precisam ter a mesma polarização. Se a onda possuir a mesma frequência e formato,já é possível realizar a comunicação com eficiência. E 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 55/60 Parabéns! A alternativa B está correta. A polarização não tem relação direta com o diagrama de radiação. Os campos elétricos sempre são perpendiculares à direção de propagação da onda. Para que a comunicação ocorra, as antenas devem ter o mesmo tipo de polarização. Podemos entender a polarização como a equação que descreve a posição do vetor do campo elétrico no tempo e espaço referente a uma determinada direção de propagação. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma antena genérica possui uma impedância de 5 Ohms. Indique o maior valor da impedância da linha de transmissão para que a potência refletida por conta das ondas estacionárias seja de no máximo 4% da potência de entrada. As antenas de polarização elíptica são aquelas cujos lóbulos principais dos diagramas de radiação são descritos por uma função elíptica. A 3,33 Ohms B 7,5 Ohms C 15 Ohms D 8,66 Ohms E 5 Ohms 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 56/60 Parabéns! A alternativa B está correta. Para que se tenha uma potência refletida de temos que ter um coeficiente de reflexão de 0,2 (pois o quadrado dele será ). Para um coeficiente de 0,2, podemos calcular o ROE esperado utilizando a seguinte fórmula: Com o ROE definido, podemos encontrar o valor esperado da impedância da linha de transmissão (Zo) utilizando a relação: Questão 2 A seguir é apresentado um diagrama horizontal de radiação de uma antena direcional genérica. 4%, (T ) 0, 04 = 4% T = ROE − 1 ROE + 1 → 0, 2 = ROE − 1 ROE + 1 → 0, 2ROE + 0, 2 = ROE ROE = zl zo → 1, 5 = zl 5 → Zl = 7, 5 Ohms 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 57/60 Assinale a alternativa que representa a potência máxima da antena e a sua largura de feixe. Parabéns! A alternativa D está correta. Observando o diagrama apresentado, percebe-se que o lóbulo principal alcança seu valor de potência máximo em 90° (direção do eixo horizontal). Na escala apresentada no centro do diagrama, esse valor corresponde a 15 dB. Para determinar a largura de feixe, devemos encontrar os pontos do diagrama que estão -3 dB da potência máxima. No caso, 12 dB. Em 12 dB, o diagrama de potência da antena encontra os pontos que correspondem ao ângulo de 75° e 105°. Diminuindo o valor desses ângulos, encontramos a largura de feixe de 30°. Considerações �nais O crescimento substancial da quantidade de dados e informações do mundo moderno trouxe uma grande demanda por soluções que permitissem a comunicação a distância de forma eficiente. Os sistemas baseados em rádio são uma parte importante das tecnologias que vieram atender a tais necessidades. E o elemento essencial para que a A Potência máxima de 90 dB e largura de feixe de 60°. B Potência máxima de 1 dB e largura de feixe de 60°. C Potência máxima de 12 dB e largura de feixe de 30°. D Potência máxima de 15 dB e largura de feixe de 30°. E Potência máxima de 15 dB e largura de feixe de 15°. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 58/60 telecomunicação por rádio funcione com qualidade é o elemento de irradiação da onda eletromagnética: a antena. Em nosso estudo, percebemos as diferenças entre os principais tipos de antenas. Vimos como é realizada a geração da onda nesse elemento, observando a distribuição da corrente elétrica em estruturas simplificadas que constituem as antenas filamentares delgadas. Desbravamos os principais parâmetros que definem como e por que as ondas são irradiadas, permitindo comparar soluções e definir características necessárias para atender às diversas situações e aplicações. Com tal entendimento, você poderá avançar em seus estudos para ter as condições necessárias ao desenvolvimento de projetos de antenas de acordo com as demandas e especificidades apresentadas. Podcast Ouça agora um bate-papo e aprenda mais sobre o princípio de funcionamento de antenas, os principais tipos e as aplicações das antenas, a antena filamentar delgada e a polarização. Explore + O projeto de antenas bem como o de implantação de enlaces são áreas que contam com diversos sistemas otimizados, auxiliando os profissionais na simulação de enlaces ou na definição da melhor estrutura de uma antena para determinada aplicação. Existem softwares com licenças do tipo Trial e OpenSources que apresentam simulações interessantes para quem está dando os primeiros passos na área e para engenheiros com mais experiência. 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 59/60 Alguns exemplos que podem ser encontrados na internet: AN-Sof da Antenna Simulador, comercial com versão trial. NEC Lab, uma ferramenta baseada no Código Eletromagnético Numérico (NEC2) que aplica inteligência artificial (IA) para projetar antenas. Se não quiser baixar aplicativos ou desenvolver códigos mais complexos, um caminho interessante é criar uma conta em aplicativos no modelo de serviço em nuvem, que disponibilizam diversas ferramentas simples para visualizar diagramas de radiação ou mais complexas que simulam enlaces rádios sobre mapas geoprocessados de terrenos reais. Um exemplo deste tipo de plataforma é a ferramenta CloudRF. Já conhece a plataforma online OpenCourseWare do Massachusetts Institute of Technology (MIT)? Existem diversos materiais interessantes para complementar os estudos nas áreas de exatas como engenharia e tecnologia da informação que podem ser acessados gratuitamente. Entre lá e busque sobre antenas. Você encontrará vários papers e materiais didáticos sobre o tema. Referências ANDERSEN, J. B.; RAPPAPORT, T. S.; YOSHIDA, S. Propagation measurements and models for wireless communications channels. IEEE Communications Magazine, v. 33, n. 1, p. 42-49, jan. 1995. INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERS. IEEE. 145- 2013 - IEEE standard for definitions of terms for antennas. 6 mar. 2014. Consultado na internet em: 9 fev. 2023. STUTZMAN, W. L. THIELE, G. A. Antenna theory and design. USA: John Wiley & Sons, 2012. Material para download 24/03/2024, 16:41 Antenas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/05571/index.html# 60/60 Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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