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5 Apostila Obrigacoes Pagamento em consignacao e subrogacao

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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES 
(Apontamentos das obras de Silvio de Salvo Venosa e Pablo Stolze)
PAGAMENTOS ESPECIAIS
Segundo Carlos Roberto Gonçalves os pagamento especiais são meios indiretos de pagamento, quais sejam, a consignação em pagamento, o pagamento com sub-rogação, a imputação do pagamento e a dação em pagamento.
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (arts. 334/345, C Civil)
Conceito ( Consignação é o depósito judicial da dívida. Tal depósito é feito ou porque há dúvida com relação ao credor, ou porque esse é incapaz de receber, ou ainda, porque o credor se recusa em aceitar o pagamento ou não quer quitar a obrigação. É um modo indireto do devedor se liberar da obrigação. (Clóvis Beviláqua)
“O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação. É meio indireto de pagamento, ou pagamento especial, incluindo-se nesta última categoria, também, o pagamento com sub-rogação, a imputação do pagamento e a dação em pagamento.” (Carlos Roberto Gonçalves)
“A consignação em pagamento, também chamada oferta real, há de consistir no efetivo oferecimento da res debita. Não basta a promessa ou a declaração de que a coisa ou soma devida se encontra à disposição do credor”. (Caio Mário da Silva Pereira)
“A consignação em pagamento é o instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo devedor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional”. (Pablo Stolze)
 
Interesse do devedor em extinguir a obrigação: (Sílvio de Salvo Venosa)
a consignação como uma forma de pagamento, extinguindo a obrigação (art. 334 C Civil);
a decisão judicial da consignação vai dizer se o pagamento feito desse modo em juízo terá o condão de extinguir a obrigação;
meio de imputação da mora ao credor e uma faculdade às mãos do devedor.
“um modo indireto do devedor se liberar da obrigação consiste no depósito judicial da coisa devida.” (Clóvis Beviláqua)
“A mora do devedor, por si só, não impede a propositura da ação de consignação em pagamento, se ainda não provocou conseqüências irreversíveis, pois tal ação pode ser utilizada tanto para prevenir como para emendar a mora.” (Carlos Roberto Gonçalves)
A consignatória gera três efeitos imediatos:
evita discussão sobre o culpado pelo atraso;
demonstra que o devedor queria cumprir a obrigação;
retira o trabalho pela guarda da coisa a ser prestada.
HIPÓTESES DA CONSIGNAÇÃO: (art. 335 C Civil)
se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma ( o credor, que sem justo motivo, não puder ou recusar-se a receber o pagamento ou dar quitação, incorre em mora. Surge, nesse instante, uma faculdade do devedor, pois apenas está provando não ser faltoso, já que a mora é da outra parte. Exemplo: numa locação ex locato, o locador muitas vezes não quer receber o valor da locação para ter motivo para o despejo. Aqui, o depósito vale como pagamento. Este inciso ainda prevê a hipótese de consignação no caso do credor negar-se em ofertar a quitação. O devedor, então, retém o pagamento (art. 319 C Civil) ou deposita em juízo (inciso I, do art. 335, C Civil). 
OBS.: A segunda hipótese é a melhor porque evita a alegação de impontualidade.
se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos ( a dívida quérable, em que o credor deve ir buscar o crédito no domicílio do devedor, ao contrário da dívida portable, em que o devedor deve ir efetuar o pagamento. Aqui, a inércia do credor faz com que incida em mora, devendo o devedor depositar o numerário. (inciso II, do art. 335, C Civil). 
se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil ( A dívida portable, o devedor deve levá-la ao domicílio do credor. Se, porém, este for incapaz de receber, for desconhecido, estiver declarado ausente ou residir em local incerto ou de difícil acesso, exigindo esforço extraordinário, pode o devedor depositar o numerário. (inciso III, do art. 335, C Civil). 
se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento ( dúvida sobre quem deve receber o objeto do pagamento. Nessa hipótese, para que o devedor não pague mal, melhor é que deposite em juízo. Exemplo: o depósito é justo quando o casal de locadores se separa e os dois exigem o pagamento por parte do inquilino. (inciso IV, do art. 335, C Civil). 
se pender litígio sobre o objeto do pagamento ( Pendendo litígio sobre o objeto do pagamento, deve o mesmo ser depositado. (inciso IV, do art. 335, C Civil) Não paira dúvida sobre a pessoa que o deve receber, porém o litígio garante o bom pagamento por parte do devedor. O artigo 344 do Código Civil esclarece que, caso o devedor pague para um dos litigantes, assume o risco de pagar mal e ser obrigado a pagar duas vezes.
	
REQUISITOS (art. 336 C Civil):
Quanto às pessoas: a ação deve ser proposta contra o credor ou seu representante, devendo figurar no pólo ativo o devedor ou terceiro que tenha jurídico interesse, muito embora possa até não ter interesse na demanda. Exemplo: é o caso da nora que paga a locação do sogro, pois para o credor é indiferente quem efetua o pagamento.
Quanto ao objeto: a prestação oferecida precisa ser íntegra, isto é, precisa consistir na entrega do bem combinado na quantidade e qualidade dispostas pelas partes. Exemplo: não cabe consignação da diferença quando o pagamento precisa ser do total. Nesse caso estão incluídos os juros vencidos e os legalmente devidos.
Quanto ao tempo: a consignação deve ser efetuada no tempo convencionado ou precisa vir acompanhada dos encargos da mora, quando em atraso. Em havendo inadimplemento absoluto, isto é, quando as prestações forem inúteis ao credor, o mesmo pode recusar o recebimento. Se o prazo foi estipulado em benefício do devedor, e normalmente o é, o pagamento pode ser anterior ao vencimento. Se, porém, o prazo foi estipulado em benefício do credor, o devedor precisa aguardar a data aprazada para efetuar o pagamento.
Quanto ao lugar: segundo artigo 337 do Código Civil o depósito deve ser feito no lugar convencionado entre as partes.
Objeto da consignação:
qualquer coisa objeto da obrigação pode ser consignada (art. 341 C Civil);
obrigações ilíquidas não podem ser objeto de consignação, enquanto não se tornarem líquidas;
obrigações puramente de fazer ou não fazer, por sua natureza, não permitem a consignação;
imóvel edificado pode ser consignado com o depósito das chaves do mesmo simbolizando o depósito da coisa consignada.
Hipóteses de consignação:
a mora do credor com a recusa, sem justa causa; a dívida portable; a dívida quérable (art. 335);
as situações jurídicas em que o credor se torna desconhecido;
devedor em dúvida quanto a quem pagar;
a hipótese de litígio entre credor e terceiro;
outras situações de consignação na lei: art. 535, parágrafo único e as previsões em leis extravagantes.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A consignação como modalidade de pagamento com seus requisitos efetuados por via do diploma
processual nos arts. 890 a 900 do CPC.
OBS.: O art. 890 do CPC admite a consignação “nos casos previstos em lei”.
Finalidade e Objeto: A ação de consignação em pagamento tem por finalidade obter a liberação judicial de uma obrigação. Busca, dessa forma, duas situações jurídicas: cumprir a obrigação e receber a quitação pelo cumprimento. Somente pode ser objeto da consignação em pagamento a obrigação de pagar determinada quantia e a obrigação de entregar, excluindo-se a obrigação de fazer. Quando se fala em obrigação de pagar uma quantia, deve-se destacar duas situações distintas:
quando esta quantia se relaciona a uma verba locatícia: a ação de consignação de pagamentoserá aquela da Lei de Locação;
quando esta quantia se relaciona a qualquer outra verba: a ação de consignação em pagamento será aquela regida pelo Código de Processo Civil.
Requisito Essencial: O requisito específico da consignatória em pagamento é a mora do credor somente poderá ser proposta a ação de consignação em pagamento quando o credor estiver em mora. Considera-se o credor em mora quando sua ação ou omissão for considerada ilícita. Estando o devedor em mora, dependendo do tipo da obrigação, o credor pode se recusar ao cumprimento da obrigação.
Para que haja a consignação em pagamento basta que o autor delimite a sua obrigação.
A ação de consignação em pagamento é um procedimento especial,inserido no processo de conhecimento, havendo cognição exauriente; portanto, admite discussão de toda matéria de fato e de direito.
Hipóteses de Cabimento: Pode-se dividir as ações de consignação em pagamento em dois grandes grupos:
Casos em que existe impossibilidade real de pagamento: situações em que o devedor quer cumprir sua obrigação, mas este cumprimento está obstaculizado, como, por exemplo, o credor se recusa a receber; inércia do credor em obrigação querable; ausência do credor; credor desconhecido; credor inacessível (essa inacessibilidade pode ser material ou jurídica) etc.
Insegurança no cumprimento da obrigação: são hipóteses em que o devedor, em tese, pode cumprir a obrigação; entretanto, existe o fundado risco de que este cumprimento seja questionado no futuro, como, por exemplo, se o credor se recusa a dar a quitação. Há o risco de o credor, no futuro, alegar que a dívida não foi quitada; fundado receio de incapacidade do credor etc.
CONDIÇÕES DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Legitimidade: A legitimidade ATIVA, em regra, pertence ao devedor. Entretanto, o Código de Processo Civil dispõe que pode propor a consignatória o devedor ou um terceiro. Este terceiro somente pode propor a consignatória se tiver um interesse jurídico no cumprimento da obrigação, por exemplo, o cessionário de uma obrigação.
Com relação à legitimidade PASSIVA, a ação será proposta em face do credor. Muitas vezes pode se ter um credor-réu não individualizado ou, ainda, ser o fundamento da consignatória a dúvida a respeito de quem seja o credor.
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO: A regra do sistema processual é de que a consignatória deverá ser proposta no local do cumprimento da obrigação, excepcionando a regra geral do Processo Civil (domicílio do réu). A posição dominante da doutrina é de que essa regra excepciona, até mesmo, a eleição do foro, ou seja, ainda que as partes tenham elegido um foro para dirimir as dúvidas, a consignatória deverá ser proposta no local do cumprimento da obrigação. Isto se deve ao fato de a consignatória ter por objeto o depósito judicial da obrigação.
PROCEDIMENTOS
Consignatória extrajudicial: O Código de Processo Civil prevê (art. 890, § 1.º) que o devedor pode depositar, perante uma instituição financeira oficial, o valor devido, caso em que o credor será notificado por carta com aviso de recebimento para, no prazo de 10 dias, levantar o dinheiro ou impugnar o depósito. Se levantar o dinheiro ou permanecer inerte, considera-se quitada a obrigação. Caso ocorra impugnação, o devedor deverá propor a ação de consignação em pagamento no prazo de 30 dias (art. 890, § 3.º).
A consignação extrajudicial tem caráter optativo, ou seja, se o devedor quiser poderá propor diretamente a ação de consignação em pagamento. Essa consignação extrajudicial somente é admitida quando houver uma obrigação de pagar, ficando excluída a obrigação de entrega. E, ainda, apenas é admissível quando se tratar de credor certo; não se admite, a título de exemplo, a consignação extrajudicial quando o devedor tem dúvidas quanto à pessoa do credor.
Embora se trate de dispositivo do Código de Processo Civil, a consignação extrajudicial é de direito material, ou seja, o Código está regulando uma forma alternativa de cumprimento de obrigação. 
OBS.: admite-se a consignação extrajudicial para pagamento de aluguel, visto ser uma norma puramente de direito material.
Ação de consignação em pagamento: Como qualquer demanda, o primeiro ato será a petição inicial, que irá submeter-se às regras dos arts. 282 e 283 do Código de Processo Civil. 
O autor, na petição inicial, deve justificar porque está propondo a ação de consignação em pagamento e, ainda, deve individualizar o bem a ser consignado. Por força de lei, admite-se a consignatória judicial de obrigações alternativas. Neste caso, o autor está se colocando à disposição para cumprir a obrigação, podendo o réu optar pela obrigação, não havendo a necessidade da individualização do bem.
Proposta a demanda, o juiz, admitindo a inicial, deve determinar que o bem seja depositado.
Há duas exceções a este depósito prévio:
quando o devedor tiver proposto a consignação extrajudicial (neste caso, o depósito já ocorreu);
quando se tratar de obrigação alternativa (há necessidade de que o réu escolha o bem a ser depositado).
Depositado o bem, o réu é citado para responder, salvo no caso de obrigação alternativa, onde o réu é citado para escolher. O prazo para esta escolha é de cinco dias, desde que o contrato não disponha em sentido diverso.
Se o réu não indicar o bem, o direito de indicação passa a ser do autor.
Admite-se, em ação de consignação em pagamento, a reconvenção, visto que, embora sendo um procedimento especial, a partir da defesa segue-se o procedimento ordinário.
Ao contestar, o réu poderá alegar uma das matérias dispostas no próprio Código. Este elenco é meramente exemplificativo, ou seja, o réu poderá alegar toda matéria de fato e de direito, seja processual ou material. 
A única restrição que o Código de Processo Civil faz é que, se o réu alegar insuficiência do depósito, ele deve informar qual o valor devido.
Caso haja alegação de insuficiência do depósito, o réu poderá levantar o valor já depositado e o autor terá 10 dias para complementar. 
Nas obrigações em que a mora do devedor produz rescisão contratual o autor não poderá complementar o depósito.
A partir daqui seguem-se as regras do procedimento ordinário, com exceção da sentença. Se a demanda versar sobre insuficiência do depósito, caso o juiz entenda que o depósito não foi integral, sempre que possível, ele condenará o autor ao pagamento da diferença.
OBS.: O Código autoriza a consignação de prestações periódicas, ou seja, o autor poderá propor uma única ação e, no decorrer da demanda, poderá depositar as parcelas em juízo no prazo de cinco dias do vencimento da parcela. Poderá inclusive consignar até a sentença, visto que, tecnicamente, os depósitos posteriores serão analisados somente pelo tribunal.
No caso de dúvida quanto aos credores, o juiz profere uma decisão declarando que o devedor cumpriu a obrigação, seguindo o processo entre os sujeitos que, teoricamente, seriam os pretensos credores.
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (arts. 346/351 C Civil)
O pagamento é a forma mais pura de extinção das obrigações, pelo próprio cumprimento. 
No caso do pagamento com sub-rogação, o pagamento não foi efetuado pelo devedor ao credor, mas sim, por uma terceira pessoa que não é o devedor, muito embora a obrigação se extinga em relação ao credor satisfeito.
Remanesce, porém, uma relação jurídica entre o terceiro e o devedor, sendo chamada sub-rogação. Exemplo: no caso da locação, o fiador é tão responsável pelo cumprimento da locação quanto o locatário, muito embora o locatário seja o principal devedor. O fiador pode, esponte própria, pagar ao credor a dívida e se sub-rogar, na qualidade de credor, em relação ao devedor locatário. A dívida, em vez de ser extinta, é substituída em relação aos pólos da ação. Não há, portanto, uma extinção, mas sim uma substituição do pólo ativo da relação jurídica, pois o credor passa a ser outro, remanescendo o mesmo devedor.
“Na linguagem jurídica fala-se de sub-rogação, em geral,para designar determinadas situações em que uma coisa se substitui a outra coisa ou uma pessoa a outra pessoa. Há um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso” (Inocêncio Galvão Telles apud Carlos Roberto Gonçalves)
“No pagamento com sub-rogação, um terceiro, e não o primitivo devedor, efetua o pagamento, substituindo o credor originário da obrigação e passando a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o primeiro.” (Sílvio de Salvo Venosa)
“Trata-se de uma forma especial de pagamento, disciplinada a partir do art. 346, CC, por meio da qual a dívida é cumprida por terceiro que se sub-roga no direito do credor originário.” (Pablo Stolze)
OBS.: O credor originário sai da relação e o terceiro que pagou o substitui na relação.
“Em doutrina, procura-se explicar de que maneira opera a sub-rogação, pois que, sendo o seu fundamento o pagamento e este o meio de extinguir a obrigação, parece estranho que, solvido o débito, ao credor originário, subsista não obstante o vínculo obrigacional, com substituição do sujeito ativo.” (Caio Mário da Silva Pereira)
Origem histórica ( institutos romanos como as formas embrionárias da moderna subrogação: o beneficium cedentarum actionum (benefício de cessão de ações) e a sucessio in locum creditoris (sucessão no lugar do credor).
Conceito e Natureza Jurídica ( Sub-rogação é a substituição do credor, que recebe o pagamento, por quem paga a dívida ou fornece a quantia para o pagamento.
“O pagamento com sub-rogação tem a acentuada afinidade com a cessão de crédito, como formas de transmissão do direito de crédito, a ponto de o art. 348 do Código Civil mandar aplicar a uma das hipóteses de sub-rogação convencional (art. 347, I) o disposto quanto àquela (art. 348). Alguns autores chegam a denominar o instituto ora em estudo cessão ficta.” (Gianturco apud Carlos Roberto Gonçalves)
ATENÇÃO: Não existe identidade entre o pagamento com sub-rogação e cessão de crédito, mas sim pontos de contato. Dentre outras razões porque a cessão de crédito pode ser gratuita.
Natureza jurídica e institutos afins:
os pontos de contato com a cessão de crédito;
a sub-rogação pode operar mesmo sem anuência do credor e até mesmo contra sua vontade;
a sub-rogação não extingue o crédito, mas este se transfere ao terceiro por vontade das partes ou por força de lei;
na sub-rogação, a sobrevivência da relação jurídica com a mudança do sujeito ativo.
A sub-rogação pode derivar por força de lei, sendo chamada sub-rogação legal, ou por vontade das partes, sub-rogação convencional. A hipótese da fiança é uma hipótese de sub-rogação legal. Dois familiares ou amigos podem estipular que um deles pagará a dívida pelo outro ao credor, sub-rogando-se nos direitos.
Existem acessórios que seguem a dívida, de natureza real ou fidejussória, sendo que tais acessórios remanescem no caso de sub-rogação, pois o pagamento não extingue a obrigação. Em havendo, portanto, uma hipoteca na obrigação, transfere-se para o novo credor em relação ao devedor. Neste caso, temos a grande vantagem da sub-rogação, já que a dívida transfere ao novo credor que a pagou ao antigo credor com todos os acessórios e garantias que a guarnecem, não sendo necessário estabelecerem-se novas anuências.
O Prof. Silvio Rodrigues, citando Cole Capitant, diz que ambos, e mais Pothier, acreditam que a sub-rogação é uma ficção de direito, pois a obrigação sobrevive com principal e acessórios, muito embora tenha ocorrido o pagamento em relação ao pagador primígeno. Apesar dos três verificarem a hipótese dessa ficção, acreditam que o Direito moderno não precisa recorrer à ficção do Direito romano.
O Prof. Silvio Rodrigues acaba concluindo que a sub-rogação é um instituto autônomo, não se encaixando em nenhuma das classificações jurídicas e seus institutos, anteriormente vistos.
ESPÉCIES DE SUB-ROGAÇÃO ( A sub-rogação pode ser legal ou convencional, dependendo da fonte da qual derive. 
A sub-rogação legal tem por fonte a lei,porque o próprio legislador contempla a hipótese em que terceiros saldam os débitos de outrem, conferindo-lhes a qualidade de credores. Essa sub-rogação independe da vontade dos interessados. Já a sub-rogação convencional é a que emana da vontade das partes, tendo caráter puramente contratual.
	
Sub-rogação legal (Essa espécie de sub-rogação está estribada na idéia de uma convenção tácita entre o credor e o sub-rogado, segundo a qual o credor cede ao sub-rogado os direitos que tinha em face do devedor. O artigo 346 do Código Civil estabelece as hipóteses de sub-rogação legal:
a existência de mais de um credor do mesmo devedor;
do adquirente que deseja excluir a hipoteca do bem que vai receber;
o devedor que paga a salvo de uma situação difícil e embaraçosa.
“Diz-se legal a sub-rogação que decorre da vontade da lei, pura e simplesmente, sem que para sua verificação seja necessário intervir a vontade das partes, ou o acordo, quer do credor quer do devedor. Com imposição da lei, a sub-rogação legal ocorre mesmo contra a vontade do devedor ou do credor, e nisto residem a maior força e o maior interesse deste instituto, e sua afirmação essencial de benefício ao solvens. Pelo direito brasileiro dá-se a sub-rogação de pleno direito (Código Civil de 2002, art. 346).” (Caio Mário da Silva Pereira)
A hipótese do inciso I é aquela em que, em havendo dois ou mais credores em relação ao débito, aquele que paga em nome do devedor se sub-roga em todas as preferências dos demais credores. Ex.: em havendo dois credores, sendo um deles credor hipotecário e outro credor quirografário, pode o credor quirografário pagar ao hipotecário, passando a ser credor hipotecário.
A hipótese prevista no inciso II diz respeito à sub-rogação legal quando o adquirente do imóvel hipotecado paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre o imóvel. Nesse caso, o adquirente paga a dívida do alienante para elidir a execução sobre o imóvel, remanescendo a sub-rogação. Essa hipótese é inútil e rara. Apenas tem utilidade quando existe mais de uma hipoteca, pois, caso contrário, o adquirente sub-rogado terá seu crédito assegurado por seu próprio imóvel. No caso de hipoteca, caso resgate a primeira, adquire preferência sobre os outros credores hipotecários. A hipótese é rara porque ninguém adquire o imóvel sem a certidão negativa de ônus reais.
Também há sub-rogação legal, conforme o inciso III, quando o terceiro interessado, na qualidade de solidário, paga a dívida na qual podia ser compelida a fazê-lo no todo ou em parte. Nesse caso, o devedor solidário, que paga a totalidade da dívida, paga muito além do que deve, incluindo débitos de co-obrigados. Ele se sub-roga nos direitos do credor. O mesmo ocorre em relação a coisas indivisíveis, como a fiança, já mencionada.
Sub-rogação convencional ( A sub-rogação convencional ocorre por iniciativa do credor, pois este, independentemente da vontade do devedor, procura alguém para assumir o seu crédito. Também pode acontecer por iniciativa do devedor, sem a ciência do credor, para que alguém venha a saldar a dívida sub-rogando-se nos direitos da obrigação. Sempre precisa ocorrer a sub-rogação contemporânea ao pagamento; caso contrário o pagamento extingue a obrigação. Surgindo obrigação nova, não haverá sub-rogação, mesmo que os acessórios sejam idênticos, pois a obrigação morta não ressuscita.
“Diz-se convencional a sub-rogação que se origina da declaração da vontade, seja do devedor, seja do credor, isto é, o pagamento é acompanhado da declaração no propósito de operar a transferência. A Lei prevê dois casos de sub-rogação convencional (Código Civil de 2002, arts. 347 e 348).” (Caio Mário da Silva Pereira)
De acordo com o inciso I do artigo 347 a sub-rogação é convencional quando o credor recebe o pagamento de terceiro, que expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Aqui temos o instituto análogo à cessão de crédito, atéporque pode ter valor especulativo.
O artigo 347, em seu inciso II, apresenta a hipótese de uma terceira pessoa emprestar ao devedor a quantia para solver a dívida, remanescendo o mutuante nos direitos do credor satisfeito, independente da vontade do credor. O devedor passa a transmitir um bem que, na realidade, encontra-se em patrimônio alheio. O credor primitivo não pode se opor, já que, por questão lógica, o que ele quer é a satisfação de seu crédito. Para que ocorra esta última espécie de sub-rogação, é necessário que a mesma seja simultânea ao pagamento, que o empréstimo quite a dívida anterior e que o pagamento sub-rogue o mutuante nos direitos do antigo credor.
Efeitos da sub-rogação:
a persistência da obrigação (art. 349 C Civil);
inexistência de finalidade especulativa na sub-rogação;
a hipótese de pagamento parcial ao credor originário no art. 351 C Civil;
o sub-rogado parcial assume o risco da insolvência do devedor.

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