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Aula 04 Direito Administrativo p/ INSS - Analista do Seguro Social - Serviço Social - 2016 Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Aula 04: Improbidade Administrativa SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 04 2 2) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 2 A. SUJEITOS ATIVOS (QUEM COMETE A IMPROBIDADE) 3 B. SUJEITOS PASSIVOS (VÍTIMAS DA IMPROBIDADE) 7 C. . NATUREZA DAS SANÇÕES COMINADAS E CUMULAÇÃO DE INSTÂNCIAS 8 D. DESCRIÇÃO LEGAL DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 16 I. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTA EM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 19 II. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSA PREJUÍZO AO ERÁRIO 26 III. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 31 E. DECLARAÇÃO DE BENS 37 F. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E PROCESSO JUDICIAL 39 I. ÂMBITO ADMINISTRATIVO 39 II. ÂMBITO JUDICIAL 42 G. JUÍZO COMPETENTE 45 H. PRESCRIÇÃO 47 3) RESUMO 49 4) QUESTÕES 53 5) REFERÊNCIAS 64 Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1) Introdução à aula 04 Bem vindos à nossa aula 04 de Direito Administrativo para o INSS - Analista do Seguro Social Nesta aula abordaremos um ponto muito importante do nosso curso: ³10 Lei nº 8.429/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa�´� Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos à luta! 2) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O fundamento constitucional para a responsabilização pelos atos de improbidade administrativa encontra-se no §4º do art. 37 da Constituição Federal. Veja: Esse dispositivo alcança a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes, em todos os entes da Federação. É uma norma constitucional de eficácia limitada. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Em 1992, ocorreu sua necessária regulamentação, mediante a edição da Lei nº 8.429/92, de caráter nacional, ou seja, de observância obrigatória para a União, os estados, o DF e os municípios. 1. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de ato de improbidade. A Constituição Federal nos diz: Veremos a seguir que em todas as modalidades está presente a suspensão dos direitos políticos. Gabarito: Certo. Vamos aos principais pontos dos atos de improbidade. a. Sujeitos ATIVOS (quem comete a improbidade) Neste tópico, veremos quem são as pessoas que podem praticar atos de improbidade administrativa e, consequentemente, sofrer as penalidades. Observe que essas serão as pessoas que terão legitimidade para figurar no polo passivo da ação judicial de improbidade administrativa. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita As normas da Lei nº 8.429/92 são endereçadas precipuamente aos agentes públicos, considerado seu sentido bastante amplo, abrangendo todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades passíveis de ser enquadradas como sujeito passivo de atos de improbidade administrativa. ATENÇÃO!!! Não é preciso ser servidor público ou ter vínculo empregatício para enquadrar-se como sujeito ativo da improbidade administrativa. Contudo, uma pessoa que não seja agente público não tem como praticar um ato de improbidade administrativa isoladamente. Para sua conduta ser enquadrada na Lei nº 8.429/92 e sofrer as sanções nela estabelecidas, deve ocorrer uma das seguintes hipóteses: 1. a pessoa induz um agente público a praticar ato de improbidade; 2. a pessoa pratica um ato de improbidade junto com um agente público, ou seja, concorre para a prática do ato; 3. a pessoa se beneficia, de forma direta ou indireta, de um ato de improbidade que não praticou. CUIDADO: Está sujeito às sanções de improbidade aquele que apenas se beneficia, direta ou indiretamente, de um ato de improbidade. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2. (CESPE-2015-STJ) Membros do Ministério Público não podem sofrer sanções por ato de improbidade administrativa em razão de seu enquadramento como agentes políticos e de sua vitaliciedade no cargo. Pessoal, esse assunto foi um dos mais comentados em 2015, pois o STJ decidiu que O STJ decidiu que é possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no art.12 da Lei 8.429/92. STJ. 1ª Seção. MS 20.335-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/4/2015 (Info 560). Gabarito: Errado 3. (CESPE ± 2015 ± FUB - Assistente em Administração) Julgue o item subsecutivo , com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992. Organização privada que não possua a maior parte do seu patrimônio formada por capital público poderá ser vítima de improbidade administrativa, caracterizando-se como sujeito passivo. O parágrafo único do art. 1º da lei 8429/92 traz que: Art. 1 Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorridoou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Gabarito ± Certo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 4. (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) Um terceiro que pratique, juntamente com um agente público, ato do qual decorra prejuízo ao erário não estará sujeito às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Como acabamos de ver, está sujeito às sanções de improbidade aquele que se beneficia, direta ou indiretamente, de um ato de improbidade. Gabarito: Errado. 5. (CESPE ± 2015 ± FUB ± Administrador) No que tange à improbidade administrativa e ao processo administrativo federal, julgue o seguinte item. Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, verifica-se que os órgãos da administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos entes federados configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela improbidade administrativa. Vejamos como a lei 8.429/92 trata o assunto: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Gabarito ± Certo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b. Sujeitos PASSIVOS (vítimas da improbidade) Sob uma perspectiva geral ou mediata, os atos de improbidade administrativa vitimam a sociedade brasileira, globalmente considerada. Entretanto, um particular pessoa física ou uma empresa privada que nenhuma relação específica tenha com o Poder Público, não pode ser diretamente alvo de um ato de improbidade administrativa. As entidades que podem ser diretamente atingidas por atos de improbidade administrativa (vítimas imediatas do ato) são: 1. a administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios; 2. empresa incorporada ao patrimônio público e entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual; 3. entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, bem como aquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se a sanção patrimonial, nesses casos, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 6. (CESPE - 2011 - EBC - Analista) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência. Os empregados públicos estão dentro daqueles que se submetem DRV�DWRV�GH�LPSURELGDGH��SRLV�D�H[SUHVVmR�³DJHQWHV�S~EOLFRV´�GHYH�VHU� entendida em sentido amplo. Vimos acima que não é necessário sequer ser agente público para praticar ato de improbidade. Por isso, o item está errado. c. . Natureza das sanções cominadas e cumulação de instâncias O art. 37, §4º, CF, acima transcrito, traz um rol de consequências mínimas atribuídas à prática de atos de improbidade administrativa, não sendo, portanto, taxativo. Por essa razão, há previsão legal de outras sanções. A Lei nº 8.429/92 estabelece sanções de natureza administrativa (perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público, proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios), civil (ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos direitos políticos). Grosso modo, pode-se dizer que essa lei só prevê sanções de natureza cível (em contraposição à H[SUHVVmR�³VDQomR�SHQDO´�� Veja a redação dos arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 8.429/92: Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como se vê, se houver lesão ao patrimônio público dar-se-á o integral ressarcimento do dano, além de outras sanções previstas na lei. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio, além das demais sanções previstas. Além disso, a indisponibilidade dos bens do agente público recairá sobre os bens que assegurem o integral ressarcimento do dano ou sobre o acréscimo patrimonial. E se aquele que lesou o patrimônio púbico falecer, os filhos respondem pela improbidade? Conforme preceitua o art. 8º do referido diploma legal, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite do valor da herança. Como tratamos da indisponibilidade dos bens, saiba que a jurisprudência do STJ tem se posicionado no sentido da DESNECESSIDADE de prova de periculum in mora concreto, ou seja, de que os réus estariam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que serefere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris. (REsp 1.203.133/MT) ATENÇÃO!!! A Lei nº 8.429/92 não estabelece sanções penais pela prática de improbidade administrativa. Entretanto, as penalidades nela cominadas são aplicáveis independentemente de outras sanções, previstas em outras leis. Assim, um mesmo ato enquadrado na Lei nº 8.429/92 pode corresponder também a um crime previsto em outra lei (p. ex.: a corrupção passiva é crime previsto no Código Penal e pode ser caracterizada como ato de improbidade, incorrendo no agente na sanção penal e nas previstas na Lei nº 8.429/92). Nesse caso, serão instaurados, em regra, processos concomitantes. E se o processo administrativo absolver o agente público, pode o processo penal condenar? Sim, meus caros, pois há a independência das instâncias. MUITA ATENÇÃO: A vinculação entre o resultado de uma esfera na outra só acontece quando o Poder Judiciário absolve com fundamento na inexistência do fato ou na ausência de autoria. Veja que esse tema é muito cobrado em provas: 7. (CESPE-2015-STJ-Analista Judiciário ± Administrativa) Os sucessores da pessoa que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer-se ilicitamente poderão sofrer as consequências das sanções patrimoniais previstas na Lei de Improbidade Administrativa até o limite do valor da herança. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Conforme preceitua o art. 8º do referido diploma legal, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite do valor da herança. Gabarito: Certo. 8. (CESPE ± 2015 ± FUB - Conhecimentos básicos) Com base nas disposições contidas nas Leis n.º 8.112/1990 e n.º 8.429/1992, julgue os itens subsequentes. Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de forma culposa, a realização de despesas não autorizadas em lei. Nessa hipótese, embora tenha sido cometido ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se exige o ressarcimento integral do dano, haja vista a inexistência de dolo na conduta do servidor. O art. 5º da Lei 8.429/92 dispõe que: ³$UW�� �� 2FRUUHQGR� OHVmR� DR� patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á R�LQWHJUDO�UHVVDUFLPHQWR�GR�GDQR´� Gabarito ± Errada. 9. (CESPE ± 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Acerca de improbidade administrativa e controle da administração pública, julgue item a seguir. Embora possa corresponder a crime definido em lei, o ato de improbidade administrativa, em si, não constitui crime. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Tecnicamente é incorreto dizer que o ato de improbidade administrativa é crime, pois corresponde a uma espécie de ilícito e não de natureza criminal e sim cível. Lembre-se que para uma conduta ser considerada crime é preciso que a lei assim o defina. Gabarito ± Certo. 10. (CESPE ± 2015 ± DPU - Defensor Público Federal de Segunda Categoria) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo. A lei de improbidade permiti uma interpretação exemplificativa do rol que é exigido. Gabarito ± Errado. 11. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato. Por óbvio o item está correto. 12. (CESPE ± 2011 ± TJ/ES) Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja meramente exemplificativa. O rol previsto na legislação é exemplificativo, portanto podem ser enquadrados outros atos que não estejam previstos em lei. Gabarito: Errado. 13. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) O agente público deverá ressarcir integralmente o dano causado ao Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita patrimônio público somente se restar comprovado que sua ação ou omissão foi dolosa. Conforme acabamos de ver na lei: Percebeu? Ação poderá ser dolosa ou culposa! Gabarito: Errado. 14. (CESPE - 2012 - ANAC - Analista Administrativo) Caso morra um agente público que tenha cometido ato ilícito previsto na referida lei, a punição a que ele tiver sido submetido será extinta, não acarretando, portanto, nenhum ônus aos seus sucessores. Conforme preceitua o art. 8º do referido diploma legal, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da lei até o limite do valor da herança. Gabarito: Errado. 15. (CESPE ± 2013 ± MI) A liberação de verba pública para terceiros sem a devida observância das formalidades legais configura ato de improbidade administrativa que enseja enriquecimento ilícito do agente público e prejuízo ao erário. Não há caso de enriquecimento ilícito, apenas prejuízo ao erário, o que configura o erro da questão. Gabarito: Errado. 16. (CESPE ± 2015 ± DPU - Defensor Público Federal de Segunda Categoria) Em relação a improbidade administrativa e responsabilidade civil do servidor público federal, julgue o item subsequente. Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A responsabilidade civil do servidor público pela prática, no exercício de suas funções, de ato que acarrete prejuízo ao erário ou a terceiros pode decorrer tanto de ato omissivo quanto de ato comissivo, doloso ou culposo. É indispensável você lembrar-se das seguintes informações na hora da prova. 1- Quando ocorrer o Descumprimento de algum princípio administrativo, restará provado o dolo.2- Quando ocorrer o Enriquecimento Ilícito, este estará regado de dolo. 3- Já nos casos em que ocorrer Lesão ao Erário, este terá dolo ou culpa. A Lei 8.112/93 dispõe em seu art. 112 o seguinte: ³Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prHMXt]R�DR�HUiULR�RX�D�WHUFHLURV´. Gabarito ± Certo. 17. (CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico) De acordo com a jurisprudência do STJ, estando presente o fumus boni iuris, no que concerne à configuração do ato de improbidade e à sua autoria, dispensa-se, para que seja decretada a indisponibilidade de bens, a demonstração do risco de dano. Como acabamos de ver o STJ tem se posicionado no sentido da DESNECESSIDADE de prova de periculum in mora concreto, ou seja, de que os réus estariam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris. Gabarito: Certo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 18. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário) O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas não por improbidade administrativa, visto que esta não abrange particulares. O terceiro beneficiado também responderá! A Lei nº 8.429/92 estabelece sanções de natureza administrativa (perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público, proibição de receber do Poder Público benefícios fiscais ou creditícios), civil (ressarcimento ao erário, perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, multa civil) e política (suspensão dos direitos políticos). Grosso modo, pode-se dizer que essa lei só prevê sanções de QDWXUH]D�FtYHO��HP�FRQWUDSRVLomR�j�H[SUHVVmR�³VDQomR�SHQDO´�� Gabarito: Errado. 19. (CESPE - 2013 - MC - Atividade Técnica de Suporte - Direito) As penas aplicadas ao agente público que cometer improbidade administrativa não poderão ser cumuladas. Como vimos, se um ato é repreensível tanto na esfera administrativa quanto civil e/ou penal, as sanções podem ser acumuladas. Resposta: Errado. 20. (CESPE - 2013 - MC - Atividade Técnica de Suporte - Direito) Se um agente público, que tiver enriquecido ilicitamente, vier a falecer no decorrer de um processo administrativo relativo a ato de improbidade contra a administração pública, os sucessores desse agente passarão a responder pela atitude praticada por ele, mas a responsabilidade será limitada ao quinhão no valor da herança. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Conforme nos vimos, meus caros, a cobrança vai até os limites das forças da herança deixada aos sucessores. Os sucessores respondem, mas devem ter esse limite respeitado. Resposta: Certo. d. Descrição legal dos atos de improbidade administrativa Os atos de improbidade administrativa são classificados em 3 grandes grupos pela Lei nº 8.429/92, em ordem decrescente de gravidade das condutas e sanções: que importam em enriquecimento ilícito, que causam prejuízo ao erário e que atentam contra os princípios da administração pública. ATENÇÃO!!! Para que se configure a prática de ato de improbidade administrativa, seja ele descrito no art. 9º (enriquecimento ilícito), 10 (prejuízo ao erário) ou 11 (violação aos princípios da administração) da Lei nº 8.429/92, deve estar caracterizado o dolo do agente na prática desses atos (EREsp 875.163). Somente no caso do ato de improbidade previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92 é que o STJ admite a culpa grave. Veja o seguinte trecho do julgamento da AIA 30 pelo STJ: 2. Não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Por isso mesmo, a jurisprudência do STJ considera indispensável, para a caracterização de improbidade, que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas do artigo 10. (AIA . 30/AM, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/09/2011, DJe 28/09/2011) Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 21. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista ± Processual) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de improbidade administrativa cuja configuração prescinde da presença de elemento doloso. Como acabamos de ver: Para que se configure a prática de ato de improbidade administrativa, seja ele descrito no art. 9º (enriquecimento ilícito), 10 (prejuízo ao erário) ou 11 (violação aos princípios da administração) da Lei nº 8.429/92, deve estar caracterizado o dolo do agente na prática desses atos (EREsp 875.163). A questão está errada tão somente pela palavra prescinde, que significa despensa. Gabarito: Errado. 22. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Administrativa) Constituem improbidade administrativa não apenas os atos que geram enriquecimento ilícito, mas também os que atentam contra os princípios da administração pública. Gabarito: Correto A Lei 8429, além dos casos de enriquecimento ilício e prejuízo ao erário, traz, na Seção III, casos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública. "Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente >���@´� Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 23. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) De acordo com a legislação, para que determinado ato seja caracterizado como ato de improbidade administrativa, é necessário ter havido lesão ao erário, em virtude de ação ou omissão, desde que na modalidade culposa. Para que se configure a prática de ato de improbidade administrativa deve estar caracterizado o dolo do agente na prática desses atos (EREsp 875.163). Somente no caso do ato de improbidade de lesão ao erário é que o STJ admite a culpa grave. Gabarito: Errado. 24. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), requer o exercício de função específica (administrativa),não se admitindo sua extensão à atividade judicante. Pessoal, essa questão refere-se ao julgado: REsp 1249531 / RN de 05/12/2012. Nesse julgado aplicou-se a lei de improbidade a um juiz que não atuou em sua atividade com imparcialidade e aplicou-se a lei de improbidade, mesmo sendo a atividade judicante, ou seja, a atividade finalística do Poder Judiciário. Gabarito: Errado. Vamos, sem demora, ao primeiro grupo: Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita i. Ato de improbidade administrativa que importa em ENRIQUECIMENTO ILÍCITO Segundo o art. 9º da Lei nº 8.429/92, o ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito é aquele que visa auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades passíveis de ser enquadradas como sujeito passivo de atos de improbidade administrativa. Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas: 1. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 2. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa por preço superior ao valor de mercado; 3. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 4. utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 5. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 6. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer dessas entidades; 7. adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 8. aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; 9. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; 10. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; 11. incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa; Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 12. usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial dessas entidades. No caso de enriquecimento ilícito, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, I, da Lei nº 8.429/92): 1. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 2. ressarcimento integral do dano, quando houver; 3. perda da função pública; 4. suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos; 5. pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; 6. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos. 25. (CESPE ± 2015 ± MEC - Conhecimentos Básicos para os Postos 9, 10, 11 e 16) Com base nas Leis n.º 8.112/1990 e n.º 8.429/1992, julgue o item a seguir. O agente público que, no exercício de suas funções, enriquece ilicitamente deve perder os bens acrescidos irregularmente ao seu patrimônio. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O art. 6° da lei 8.429/92 detHUPLQD� TXH�� ³$UW�� �� 1R� FDVR� de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro EHQHILFLiULR�RV�EHQV�RX�YDORUHV�DFUHVFLGRV�DR�VHX�SDWULP{QLR´� Gabarito ± Certo. 26. (CESPE ± 2015 ± FUB - Conhecimentos básicos) Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, com base na legislação aplicável ao caso. A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito. A Lei de improbidade Administrativa 8.429 estabelece da seguinte forma: Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presentede quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público. Gabarito ± Certo. 27. (CESPE ± 2011- MMA) Considere que um servidor público requisite, seguidamente, para proveito pessoal, os serviços de funcionários de uma empresa terceirizada de serviços de limpeza, contratada pelo órgão em que o servidor exerce função de chefia. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Nessa situação, esse fato é caracterizado como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito. Tal conduta caracteriza enriquecimento ilícito, conforme expresso no art. 9º da Lei 8429/92: Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; Gabarito: Certo. 28. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista) Os atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito sujeitam seus autores, entre outras sanções, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. Veja o art. 12, da lei de improbidade: Gabarito: certo. Art. 12. I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 29. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento ± Direito) Considerando que um servidor público federal utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição da autarquia federal, ele estará sujeito, entre outras sanções, à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos. O Item é correto. Como vimos no rol exemplificativo de condutas que importam enriquecimento ilícito: 4. utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; Entre as sanções aplicadas no caso de enriquecimento ilícito está a suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos; Segue o art. da lei: LEI 8429/92 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos. 30. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento ± Direito) A Constituição Federal indica que as sanções aplicáveis aos atos de improbidade são a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. Trata-se de elenco taxativo, que não permite, pela legislação infraconstitucional, a ampliação das penalidades. Gabarito: Incorreto! Art. 37 § 4º CF - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. A enumeração do art. acima transcrito da CF não é taxativa e sim um rol de consequências mínimas atribuídas à pratica de atos de improbidade. Deve-se notar que as penalidades cominadas na lei 8429/92 são aplicáveis independente de outras sanções previstas em outras leis. ii. Ato de improbidade administrativa que CAUSA PREJUÍZO AO ERÁRIO De acordo com o art. 10 da Lei nº 8.429/92, consiste em qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades passíveis de ser enquadradas como sujeito passivo de atos de improbidade administrativa. Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas: 1. facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades passíveis de serem vítimas de atos de improbidade administrativa; 2. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial dessas entidades, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 3. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita de qualquer dessas entidades, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; 4. permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer dessas entidades, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 5. permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 6. realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 7. conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 8. frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 9. ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; 10. agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; 11. liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 12. permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; 13. permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades passíveis de serem vítimas de atos administrativos, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 14. celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; 15. celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. No caso de prejuízo ao erário, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, II, da Lei nº 8.429/92): 1. ressarcimento integral do dano; 2. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; 3. perda da função pública; 4. suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; 5. pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; 6. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 31. (CESPE ± 2015 ± FUB - Conhecimentos Básicos - Nível Intermediário) À luz do disposto na Constituição Federal de 1988 acerca da administração pública, julgue o item a seguir. A pretensão de se aplicar sanção ao agente por ato de improbidade administrativa é imprescritível. Os atos imprescritíveis são aqueles que causarem prejuízo ao erário. Conforme estabelece o art. 37 § 5º da CF. Já o art. 142 da lei 8.112/90 dispõe que: Art. 142. ³$� DomR� disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertêncLD´ Gabarito ± Errado. 32. (CESPE ± 2015 ± FUB - Assistente em Administração) Julgue o item subsecutivo , com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992. Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as formalidades necessárias, ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causado dano ao erário, não comete improbidade administrativa. O art. 10, inc. II da lei 8429/92 preconiza que: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente [...] II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Gabarito ± Errado. 33. (CESPE ± 2015 ± FUB - Assistente em Administração) Julgue o item subsecutivo, com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992. O pagamento de despesa sem prévio empenho caracteriza ato de improbidade administrativa, da mesma forma que o pagamento de despesa antes da sua liquidação. A Lei nº 8429/92, em seu art. 10, inc. VI e IX o seguinte: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente [...] VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento. Gabarito ± Certo. 34. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica. Pertence ao rol exemplificativo de prejuízo ao erário frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente. Portanto item errado. 35. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados ± Analista) Em caso de ato de improbidade, o ressarcimento do poder público só será Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: DanielMesquita cabível se o ato causar prejuízo ao erário ou ao patrimônio público. Questão simples! Por que o poder público iria ressarcir se não houve prejuízo ao erário ou ao patrimônio publico? Não haveria motivo! Para haver ressarcimento é necessário o prejuízo. Gabarito: certo. iii. Ato de improbidade administrativa que ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92, abrange qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições. Além disso, o art. 4º do referido diploma legal determina que os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. Rol EXEMPLIFICATIVO de condutas: 1. praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; 2. retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 3. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; 4. negar publicidade aos atos oficiais; 5. frustrar a licitude de concurso público; 6. deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 7. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. No caso de violação aos princípios da administração pública, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (art. 12, III, da Lei nº 8.429/92): 1. ressarcimento integral do dano, se houver; 2. perda da função pública; 3. suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos; 4. pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; 5. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos. IMPORTANTE observar, quanto às sanções previstas para as três modalidades de improbidade (prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e violação a princípios), o art. 21 da Lei nº 8.429/92 assim prevê: Perceba: só é necessária a comprovação da existência de dano ao patrimônio público para aplicar a sanção de ressarcimento, as demais sanções independem de dano. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Perceba: mesmo que as contas do agente público tenham sido APROVADAS pelo TCU, ele pode ser condenado por ato de improbidade e se sujeitar às sanções da Lei nº 8.429/92. Além disso, para a fixação das penas a serem concretamente aplicadas, o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente (art. 12, parágrafo único, da Lei nº 8.429/92). 36. (CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Acerca de improbidade administrativa e controle da administração pública, julgue item a seguir. A sanção de perda da função pública decorrente de sentença em ação de improbidade administrativa não tem natureza de sanção administrativa. Vamos aqui fazer um paralelo para não confundir a perda da função pública com demissão! São duas coisas similares, mas existe diferença. Demissão ± é uma sanção administrativa, ou seja, expulsão do servidor do cargo que antes ocupava. Produz efeitos para o órgão do qual o funcionário fazia parte. Já a da função pública é uma sanção civil, ou seja, a perda da capacidade do individuo de agir como agente público. Lembrando que se estende a toda a administração e não somente ao órgão onde atuava. Gabarito ± Certo. 37. (CESPE/STF/Técnico/2008) Os atos de improbidade administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao erário público. Questões de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 38. (CESPE/TJ-CE/Analista/2008) A aprovação das contas do agente público por Tribunal de Contas afasta a possibilidade de incidência em ato ímprobo pelo servidor que o praticou. Esses dois itens cobram os incisos do art. 21 da Lei nº 8.429/92, acima transcrito. O primeiro item está errado, pois as sanções de improbidade podem ser aplicadas independentemente do dano. O segundo item também está errado, pois as sanções da lei podem ser aplicadas quando o tribunal de contas aprova as contas do agente público. 39. (CESPE ± 2013 ± MI) Atos que atentem contra os princípios da administração pública constituem atos de improbidade administrativa, independentemente de implicarem malversação de recursos públicos. A assertiva está correta, a malversação de recursos públicos não é requisito para a configuração de atos de improbidade administrativa. Gabarito: Certo. 40. (CESPE ± 2013 ± ANTT) A aplicação das sanções por improbidade administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. A assertiva está correta, seguindo o preceituado no artigo 21, inciso II, da Lei 8429/92. Gabarito: Certo. 41. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) Frustrar a licitude de concurso público configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Vimos com base no art. 11 da Lei nº 8.429/92, abrange qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, um rol exemplificativo de condutas que atentam contra esses princípios e frustrar a licitude de concursos públicos está entre essas condutas. Gabarito: Certo. 42. (CESPE - 2012 - AGU ± Advogado) É necessária a comprovação de enriquecimento ilícito ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público para a tipificação de ato de improbidade administrativaque atente contra os princípios da administração pública. Como acabamos de ver: Gabarito: Errado. 43. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) Se condenado por improbidade administrativa, o servidor público que, para beneficiar um amigo, tiver deixado de praticar, indevidamente, ato de ofício deverá realizar o ressarcimento integral do dano causado e perderá sua função pública, sendo vedada a suspensão de seus direitos políticos. Vamos lá! Deixar de praticar ato de ofício é violação aos princípios da administração pública, de acordo com a gravidade do fato, o servidor poderá ser condenado a: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1. ressarcimento integral do dano, se houver; 2. perda da função pública; 3. suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos!!! 4. pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; 5. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos. A questão está errada por desconsiderar a suspensão dos direitos políticos. Gabarito: Errado. 44. (CESPE ± 2013- Analista/ MPU) A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os princípios da administração pública. Conforme visto anteriormente, segundo o art. 11 da Lei 8429/92, qualquer ato que atente contra os princípios da administração pública constituem improbidade administrativa, logo está incorreta. Gabarito: Errado. 45. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento ± Direito) A aplicação das sanções da Lei de Improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo em relação à pena de ressarcimento. Questão correta. Como vimos nos art. 21 da lei: Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. e. Declaração de bens A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. São excluídos da declaração apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. E qual é a sanção para aquele que não declara? Observe a redação legal, meus amigos: Você viu bem: DEMISSÃO SERÁ A SANÇÃO APLICADA! O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a referida exigência. § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. Questão de concurso Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 46. (CESPE/TCEES/Procurador/2009) Servidor público estadual que, notificado para apresentar a declaração anual de bens, recusar-se a apresentá-la, dentro do prazo especificado, será punido com a pena de demissão, conforme previsto na lei de regência. Com base no que acabamos de estudar, fica fácil concluir que a questão está certa. 47. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres - Direito) A aplicação das sanções por improbidade administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas. Essa frase, um pouco sem contexto fica difícil de julgar isoladamente, mas as questões que trazem letra fria da lei algumas vezes são assim. Graças ao conhecimento que você tem do artigo 21, II da Lei 8429/92, você poderia acertar. Ela está em acordo com essa disposição. Traduzindo um pouco, esse inciso quer dizer que a aplicação de sanção por improbidade independe de real dano ao patrimônio público. As contas adequadas e corretas muitas vezes mascaram irregularidades que são repreensíveis. Até por que a lei não repreende apenas condutas que envolvam lesão ao erário. Resposta: Certo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita f. Procedimento administrativo e processo judicial i. Âmbito administrativo Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Entretanto, constitui crime a representação contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente, cuja pena é a de detenção, de 6 a 10 meses, e multa (art. 19 da Lei nº 8.429/92). OBS: além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, mediante a instauração de um processo administrativo disciplinar. A comissão encarregada da instrução do processo administrativo deve dar conhecimento da existência dele ao Ministério Público e ao tribunal de contas competente, os quais poderão designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Veja a redação do art. 15 da Lei nº 8.429/92: Isso não quer dizer que o Ministério Público pode interferir na realização do processo administrativo a cargo da Administração Pública. Se o MP achar que as coisas não estão indo bem, ele pode adotar as providências de sua alçada, como Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao MinistérioPúblico e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita instaurar inquérito civil ou criminal, mas não pode ter qualquer participação no processo administrativo em si. 48. (CESPE/MP-RN/2009) É crime a representação por ato de improbidade administrativa contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia tem conhecimento de que este é inocente. O item trata da representação irresponsável por ato de improbidade (art. 19 da Lei nº 8.429/92), por isso está correto. 49. (CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal) Se o suposto autor do ato alegar que não tinha conhecimento prévio da ilicitude, o ato de improbidade restará afastado, por ser o desconhecimento da norma motivo para afastá-lo. Veja o que diz a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto Lei 4.567/42): Jamais esqueça isso! Pois em qualquer matéria o CESPE pode cobrá-lo! Gabarito: Errado. 50. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Apenas o Ministério Público (MP) poderá representar à autoridade Questões de concurso Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita administrativa competente para que seja instaurada investigação devida para apurar a prática de ato de improbidade. Como vimos: Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Gabarito: Errado. 51. (CESPE ± 2011 ± PC/ES) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sem prejuízo de representar também ao Ministério Público. Você já sabe que qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. Gabarito: Certo. 52. (CESPE ± 2006- DPE/DF) O juiz responsável pela tramitação de ação de improbidade administrativa deve, expressamente, decidir se recebe ou não a inicial apresentada, sendo esse ato imprescindível para a regularização da marcha processual nas ações de improbidade administrativa. A questão encontra respaldo legal, conforme art. 17, § 8o, da Lei 8.429/99: ³5HFebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de LPSURELGDGH��GD�LPSURFHGrQFLD�GD�DomR�RX�GD�LQDGHTXDomR�GD�YLD�HOHLWD´� Portanto, está correta. Gabarito: Certo. Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita ii. Âmbito judicial Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente, em sede de ação cautelar, a decretação do sequestro (incide sobre bens específicos, quantos sejam necessários para assegurar o êxito da execução) dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, seguindo-se o rito previsto no Código de Processo Civil. Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. É importante ressaltar que o Ministério Público não depende de representação para pedir ao Poder Judiciário as medidas cautelares cabíveis, não dependendo de qualquer provocação até mesmo para atuar visando a apurar a prática de ato de improbidade administrativa (ver art. 22 da Lei nº 8.429/92). A ação principal (ação judicial de improbidade administrativa), que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar. OBS: Maria Sylvia Di Pietro considera essa ação como uma espécie de ação civil pública, posição que vem sendo adotada pelo Ministério Público, com ampla aceitação da jurisprudência, sendo aplicável, residualmente, a Lei nº 7.347/85 (lei da ação civil pública). ATENÇÃO!!! Como podemos perceber, há uma legitimação ativa concorrente para propor a ação de improbidade Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 64 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita administrativa: Ministério Público e pessoa jurídica contra a qual o ato de improbidade foi praticado. No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica interessada poderá abster-se de contestar o pedido ou atuar ao lado do autor, como litisconsorte, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. Conforme informação já exposta, caso tenha sido efetivada medida cautelar, o prazo para ajuizamento da ação principal é de 30 dias, contados da efetivação da medida cautelar. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. ATENÇÃO: Há um juízo prévio da existência de fundamentos suficientes para sustentar a demanda. Após o recebimento da inicial, o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. OBS: da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. OBS: em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o Direito Administrativo p/ INSS ʹ Analista do Seguro Social. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 64 Twitter: @danielmqt
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