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DESAPOSENTAÇÃO paulo cesar silva

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DESAPOSENTAÇÃO
Principio da Reserva do Possível
Mínimo existencial
Dignidade da Pessoa Humana
Principio da Solidariedade
Desaposentação
O BEM ESTAR DO APOSENTADO E 
A DESAPOSENTAÇÃO 
 Inicialmente cabe esclarecer que a Previdência Social está inserida 
no nosso ordenamento jurídico no Capítulo da Ordem Social na 
Constituição Federal.
Consta do artigo 194 que:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas 
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social.
 Diz ainda o artigo 195 o seguinte: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
 Como podemos observar quando se fala em Seguridade social se 
está falando de um direito social, aqueles chamados de primeira 
geração ou ainda direito positivo do qual se espera do Estado uma 
ação e não uma omissão.
 Todavia a Previdência, diferentemente dos demais direitos sociais –
assistência e saúde - a Constituição prevê que será organizada sob 
forma de regime geral, de caráter contributivo, 
 é o que se depreende do artigo 201 da Constituição Federal:
 Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, 
e atenderá, nos termos da lei.
 Este caráter contributivo atribuído ao Regime Geral de Previdência 
deve ser encarado como a parcela contributiva do segurado e dos 
demais entes contributivos dentre eles os órgãos Públicos.
 Dentro deste conceito mínimo de compreensão 
da Ordem Social estabelecida na Constituição 
Federal de 1988 é que poderemos então analisar 
a questão do bem estar do aposentado na atual 
conjuntura e a perspectiva de uma verdadeira 
melhora na situação financeira do aposentado e 
com isto poder falar em bem estar, caso 
contrário só é possível falar em estar do 
aposentado mas jamais em bem estar.
PRINCIPIO DA RESERVA DO 
POSSIVEL
 Classicamente, o orçamento público foi tido 
meramente como o documento contábil que 
continha a previsão das receitas e a autorização 
das despesas a serem realizadas pelo Estado, 
desvinculado de planos governamentais e dos 
interesses coletivos.
 O orçamento público e os demais elementos 
financeiros tinham nesse contexto o objetivo de 
manter o equilíbrio financeiro e evitar ao áximo 
a expansão dos gastos
 No Estado Social e Democrático de Direito, o orçamento 
instrumentaliza as políticas públicas e define o grau de 
concretização dos valores fundamentais constantes do texto 
constitucional. 
 Dele depende a concretização dos direitos fundamentais.
 Nesse cenário, a Constituição de 1988 alçou o orçamento público a 
importante instrumento de governo, tanto para o desenvolvimento 
econômico quanto para o desenvolvimento social e político.
 Em face do princípio da legalidade da despesa pública, ao 
administrador público é imposta a obrigação de observar as 
autorizações e limites constantes nas leis orçamentárias. 
 Sob pena de crime de responsabilidade previsto pelo art. 85, VI da
 CF/88, é vedado ao administrador realizar qualquer despesa sem 
previsão orçamentária, nos termos do art. 167, II da CF/88.
Direitos Fundamentais e o 
Orçamento
 Neste contexto surge então, o que a doutrina 
costuma chamar de direitos Fundamentais de 
defesa e os direitos fundamentais de prestações.
 Recentemente, com a moderna teoria dos 
direitos fundamentais, o entendimento 
doutrinário e jurisprudencial foi alterado
 Passou-se a assumir, pois, nas hipóteses de 
direitos fundamentais – sejam eles direitos de 
defesa ou direitos a prestações – a possibilidade 
de intervenção do Poder Judiciário na 
implementação de políticas públicas
Teoria da reserva do possível
 Tal hipótese foi mencionada em julgamento promovido pelo 
Tribunal Constitucional alemão, em decisão conhecida como 
Numerus Clausus (BverfGE n.º 33, S. 333No caso, a Corte alemã 
analisou demanda judicial proposta por estudantes que não
 haviam sido admitidos em escolas de medicina de Hamburgo e 
Munique em face da política de limitação do número de vagas em 
cursos superiores adotada pela Alemanha em 1960. A pretensão foi 
fundamentada no artigo 12 da Lei Fundamental daquele Estado, 
segundo a qual “todos os alemães têm direito a escolher livremente 
sua profissão, local de trabalho e seu centro de formação”.
 Ao decidir a questão o Tribunal Constitucional entendeu que o 
direito à prestação positiva – no caso aumento do número de vagas 
na universidade – encontra-se sujeito à reserva do possível, no 
sentido daquilo que o indivíduo pode esperar, de maneira racional, 
da sociedade. 
 Ou seja, a argumentação adotada refere-se à razoabilidade da 
pretensão.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
 O que caracteriza o ser humano, e o faz 
dotado de especial é que ele nunca pode 
ser meio para os outros, mas fim em si 
mesmo. Como diz Kant, "o homem, e, 
duma maneira geral, todo o ser racional, 
existe como fim em si mesmo, não só 
como meio para o uso arbitrário desta ou 
daquela vontade 
Dignidade da pessoa humana
 Conseqüentemente, cada homem é fim em si 
mesmo. E se o texto constitucional diz que a 
é fundamento República Federativa do Brasil, 
importa concluir que o Estado existe em função 
de todas as pessoas e não estas em função do 
Estado. Aliás, de maneira pioneira, o legislador 
constituinte, para reforçar a idéia anterior, 
colocou, topograficamente, o capítulo dos 
direitos fundamentais antes organização do 
Estado 
Principio da Solidariedade
 Aristóteles já afirmara que amar alguém é amar-
se a si mesmo e que o sentido o amor-próprio 
do filósofo grego "depende satisfação dos 
amigos, na medida em que o amigo é um outro 
eu" 
 porque, segundo o pensador grego, "todos os 
sentimentos de amizade por terceiros são 
extensões dos sentimentos que o homem nutre 
por si mesmo
 O Principio da solidariedade é reconhecido como 
a viga mestra da Previdência Social tanto no 
regime geral como nos regimes próprios, este é 
o entendimento esculpido no artigo 40 da 
Constituição, após a EC/41, ao referir 
expressamente “um caráter contributivo e 
solidário”
 Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime 
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto 
neste artigo
SOLIDARIEDADE
 Neste contexto do alegado Principio da 
solidariedade é que surge a celeuma da 
possibilidade da Desaposentação 
(reaposentação)
Desaposentação
Origem
 Pode-se afirmar que o primeiro vestígio deste 
instituto surgiu com a Lei 6.903/81 que em seu 
artigo 9º previu a possibilidade Juizes 
temporários da União optar pelo benefío que 
julgar melhor, dispondo:
 Art. 9º Ao inativo do Tesouro Nacional ou da Previdência Social que estiver 
no exercício do cargo de Juiz temporário e fizer jus à aposentadoria nos 
termos desta Lei, é lícito optar pelo benefício que mais lhe convier, 
cancelando-se aquele excluído pela opção
DESAPOSENTAÇÃO
Conceito
 Wladimir Novaes Martines
 “desaposentação é o ato administrativo formal 
vinculado, provocado pelo interessao no 
desfazimentoda concessão do benefício, uma 
declaração constitutiva. Em poucas palavras: 
renúnciaque corresponde a revisão jurídica do 
deferimento da prestação anteriormente 
deferida ao segurado pelo RGPS”
DESAPOSENTAÇÃO
Conceito
 Társis Nametala Jorge
 “(...) cancelamento de aposentadoria já 
concedida para contagem de tempo de 
contribuição posterior à aposentadoria futura, no 
próprio RGPS ou em outro regime (RPPS) com 
renda inicial superior”.
DESAPOSENTAÇÃO
Fontes
 É importante deixar claro que não existe 
legislação que preveja a desaposentação 
ou mesmo a proíba.
 Trata-se de uma criação doutrinária e 
jurisprudencial
DESAPOSENTAÇÃO
embasamento legal
 O ponto de partida para se falar em 
desaposentação é o benefício de origem 
ser absolutamente legítima (sem vícios).
 Benefício indevido caberá a suspensão e 
subsequente cessação.
 A desaposentação não se confunde com 
revisão de benefício (trata-se de 
concessão de novel benefício)
DESAPOSENTAÇÃO
supedâneo
 Expressão volitiva;
 A procuração que confere poderes a outrem 
deve possuir poderes específico para 
desaposentação.
 A aposentadoria é direito perssonalíssimo e 
subjetivo, logo é renunciável
 Em geral todos os benefícios são renunciáveis 
(vontade do agente) exceção beneficios por 
incapacidade
DESAPOSENTAÇÃO
Repercusões
 Extinção do primeiro benefício;
 Inclusão da contribuições vertidas pós 
aposentação;
 A primeira aposentação deve cessar exata 
e subsequentemente ao momento da 
concessão do segundo beneficio (sem 
intervalo), caso contrário corre-se risco 
de, por exemplo, não deixar pensão
DESAPOSENTAÇÃO
Direito de renúncia
 Antes de mais nada é necessário analisar 
algumas características da aposentadoria:
 Direito perssonalissimo;
 Direito subjetivo;
 Direito patrimonial; 
 Direito perssonalíssimo
Passivel de renuncia
RENÚNCIA
Efeitos
 Aspecto sbjetivo
 As concessões são exercidas conforme 
vontade manifestada pelo segurado
 A aposentadoria é voluntária;
 O ato constitutivo positivo;
 O ato descontitutivo negativo (opção é do 
titular do direito)
 Preservando o SEGURANÇA JURÍDICA, um ato extintivo opera efeitos 
posteriores a sua cristalização ( efito “ex nunc” )
RENÚNCIA 
Óbices
 A Previdência Social já criou um instituto 
de óbice à renúncia através do Decreto 
3.048/99 que dispõe:
 Art.181-B.As aposentadorias por idade, tempo de 
contribuição e especial concedidas pela previdência 
social, na forma deste Regulamento, são irreversíveis e 
irrenunciáveis 
DESAPOSENTAÇÃO
Óbices para o INSS
 Ato Jurídico Perfeito
 Direito adquirido
 Por isso não é passível de 
desconstituição
 Já perfaz o patrimônio 
jurídico do beneficiário 
não podendo ser 
desconstituído
DESAPOSENTAÇÃO
Óbices para INSS
 Existência de vedação Normativa –
artigo 181-B, Decreto 3.048/99;
 IN 20, artigo 456 com a mesma 
redação;
 Existência de vedação normativa- Lei 
8.213/91, artigo 18, §2º
 Art.181-B.As aposentadorias por 
idade, tempo de contribuição e 
especial concedidas pela previdência 
social, na forma deste Regulamento, 
são irreversíveis e irrenunciáveis
 § 2º O aposentado pelo Regime Geral 
de Previdência Social–RGPS que 
permanecer em atividade sujeita a 
este Regime, ou a ele retornar, não 
fará jus a prestação alguma da 
Previdência Social em decorrência do 
exercício dessa atividade, exceto ao 
salário-família e à reabilitação 
profissional, quando empregado
DESAPOSENTAÇÃO
Óbices para o INSS
 Beneficio de caráter 
alimentar é 
irrenunciável e 
irreversível;
 Necessidade de 
previsão legal;
 Revisão travestida de 
desaposentação
 Ofensa ao Princípio 
da Solidariedade;
DESAPOSENTAÇÃO
Desarticulando os óbices
 Ato juridico perfeito e o 
direito adquirido:
Não podem ser 
interpretados em 
desfavor do segurado
Se o que se está buscando 
é melhorar a situação do 
segurado, isto não está 
violando seu direito
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e 
rurais, além de outros que visem à melhoria 
de sua condição social:
XXIV - aposentadoria;
 CF artigo 5º
XXXVI - a lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada 
Como pode-se alegar direito 
adquirido ou ato juridico 
perfeito se nem mesmo 
existe lei prevendo a 
desaposentação ou 
mesmo proibindo
DESAPOSENTAÇÃO 
Desarticulando os óbices
 Existência de vedação normativa:
O artigo 84, IV, da CF prevê:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução
Como se verifica o Decreto é “escravo” da 
lei e não pode se sobrepor à ela
O decreto delimita a atuação da 
administração e não do segurado, 
nunca podendo tirar direitos legalment 
previsto
 Possibilidade de renúncia 
do beneficio:
AGRAVO INTERNO. MATÉRIA 
CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. 
IMPOSSIBILIDADE. RESERVA DE PLENÁRIO. 
INAPLICABILIDADE. APOSENTADORIA. 
RENÚNCIA. POSSIBILIDADE. 
PRECEDENTES. 1. (...) 2. Decidida a 
questão sob o enfoque da legislação federal 
aplicável ao caso, inaplicável a regra da 
reserva de plenário prevista no artigo 97 da 
Constituição da República. 3. Possível a 
renúncia à aposentadoria, pois direito 
disponível, ainda que para a obtenção de 
outro benefício, mais vantajoso . 4. Agravo 
ao qual se nega provimento. (AgRg no REsp 
1089445 / SC
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL
2008/0209246-9 , Ministro CELSO LIMONGI, 
data da pubilaçã/fonte DJe 06/09/2010 )
DESAPOSENTAÇÃO
Desarticulando os óbices
 Existência de vedação 
legal, artigo 18, § 2º, 
da Lei 8.213/91
§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de 
Previdência Social–RGPS que permanecer 
em atividade sujeita a este Regime, ou a ele 
retornar, não fará jus a prestação alguma 
da Previdência Social em decorrência do 
exercício dessa atividade, exceto ao salário-
família e à reabilitação profissional, quando 
empregado. 
 Quando ocorre a 2ª 
aposentadoria, mais 
vantojosa, ele não 
está mais aposentado 
(renúncia) portanto 
tem direito à todos os 
benefícios do INSS. 
DESAPOSENTAÇÃO
 Benefício de caráter 
irrenunciável e 
irreversível:
A situação descrita na súmula 379 
do STF não se aplica a 
desaposentação
 Tal argumento não se 
aplica em detrimento 
do segurado.
 No caso de 
desaposentaçãoa 
renúncia implica em 
situação mais 
vantajosa para o 
segurado
DESAPOSENTAÇÃO
Desarticulando os óbices
 Necessidade de 
previsão legal.
 O principio da 
legalidade proíbe o 
INSS de realizar 
qualquer manobra 
que esteja previsto 
em lei
 Não é possivel negar 
a integração da 
norma (lacunas 
legais);
 Ainda que existam 
lacunas elas poderam 
ser sanadas pela 
integração da norma: 
costumes, analogia...
DESAPOSENTAÇÃO
Desarticulando os óbices
 Ofensa ao Princípio da 
Solidariedade.
 As contribuições vertidas 
pós 1ª aposentação são 
destinadas à seguridade e 
não exclusivamente ao 
segurado
 Nem mesmo o principio 
da solidariedade pode 
autorizar a expropriação 
do patrimônio do 
segurado;
 Isto também ofende o 
principio 
retributivo/contributivo do 
artigo 201, I, da CF/88
DESAPOSENTAÇÃO
 O segurado enquanto esteve aposentado tinha 
este direito garantido pelas contribuições já 
alcançadas à Previdência;
 Para o novo benefício ela apenas está utilizando 
contribuições posteriores regularmente pagas ao 
sistema previdenciário;
 Das contribuições posteriores eles também 
banca a saúde, assistência e previdência. 
DESAPOSENTAÇÃO
Institutos analógicos viabilizador
 Renúncia da aposentadoria por invalidez para 
receber benefício mais benéfico;
 Pensão por morte possibilidade de renúncia de 
uma pensão e opção por outra mais vantajosa;
 É admitida a possibilidade de desaposentaçãoquando se trata reversão para outro regime 
previdenciário, sem necessidade de devolução 
por que os institutos se compensam 
DESAPOSENTAÇÃO
Legislação ´prevendo renúncia
 Apresentado pelo Deputado Inaldo Leitão, o Projeto n. 7.154, 2002, tem o objetivo 
acrescentar ao art. 54 da Lei n. 8.213, 24 julho 1991, parágrafo único do seguinte 
teor: "As aposentadorias por tempo contribuição e especial concedidas pela Social, 
na forma da , poderão, a qualquer tempo, ser renunciadas pelo Beneficiário, ficando 
assegurada a contagem do tempo contribuição que serviu base para a concessão do 
beneficio .“
 Em sua redação final (Projeto n. 7.154-C, 2002), perante a Comissão Constituição 
e Justiça e Cidadania, a matéria foi deslocada para a seção que cuida da contagem 
recíproca tempo serviço (arts. 94 a 99 da n. 8.213/1991), mediante alteração do 
art. 96, com nova redação a um dos incisos e acréscimo parágrafo único, a saber:
 "Art. 96.....................................
 ...................................................
 III – não será contado por um regime previdenciário o tempo contribuição utilizado 
para fins aposentadoria concedida por outro, salvo na hipótese ao ;
 ........................
 Parágrafo único. Na hipótese à aposentadoria devida pelo Regime Geral da Social, 
somente será contado o tempo correspondente a sua percepção para fins obtenção 
por outro regime previdenciário, mediante indenização da respectiva contribuição, 
com os acréscimos previstos no inciso IV do caput deste artigo."
 Se for transformada em Lei , as alterações entrarão em vigor na data sua 
publicação, por força do que prevê seu art. 2º. Se for transformada em , a nova 
redação do referido inciso III consistirá no acréscimo uma exceção à regra geral: 
"salvo na hipótese do ".
DESAPOSENTAÇÃO
Projeto de Lei no Senado
 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2010
 Acrescenta § 9º e § 10º ao art. 57, da Lei nº
 8.213, de 24 de julho de 1991.
 O CONGRESSO NACIONAL decreta:
 Art. 1º. O art. 57, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que
 dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, passa a vigorar
 acrescido dos seguintes parágrafos § 9º e § 10º:
 “Art. 57 ...........................................................................................
 § 9º- As aposentadorias por tempo de contribuição, especial e por
 idade, concedidas pela Previdência Social, poderão, a qualquer tempo, ser
 renunciadas pelo Beneficiário, ficando assegurada a contagem do tempo de
 contribuição que serviu de base para a concessão do benefício.
 § 10º- Após renunciada a aposentadoria o segurado poderá
 solicitar nova aposentadoria considerando os tempos de contribuição anterior
 e posterior à renúncia, sem prejuízo no valor de seu benefício.
 Art. 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Projeto de Lei no SENADO 
justificativa
 JUSTIFICATIVA
 Não há Lei que diga respeito a nenhuma 
proibição nesse sentido, e o princípio 
constitucional é o de que ninguém será obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei. É sabido por todos de que o
Egrégio Tribunal de Contas da União tem, 
reiteradamente, proclamado o direito de o 
funcionário público renunciar à aposentadoria já 
concedida para obter outra mais proveitosa em 
cargo público diverso.
TIPOS DE SISTEMAS 
PREVIDENCIÁRIOS
 Sistema de capitalização:
Cotização individual/coletiva 
definida. 
Com quantidade de cotas 
pré-definidas
Destinadas a cobrir as 
necessidades 
prevideniárias de seus 
integrantes
Ex. Fundos de pensão
 Repartição Simples
Trabalhadores d ativa 
garantem os aposentados 
e demais beneficiários do 
sistema.
TIPOS DE SISTEMAS 
PERVIDENCIÁRIOS
 No sistema de repartição simples não há 
para onde devolver, pois não existe um 
fundo de capitalização;
 Só haveria desequilíbrio financeiro e 
atuarial, se adotássemos o modelo de 
capitalização
DESAPOSENTAÇÃO 
obrigação de devolução dos valores
 Wladimir Novaes Martinez, 
Marina Vasques Duarte:
“É essencial a devolução dos 
beneficios recebidos durante o 
gozo do primeiro beneficio”.
“É necessário apagarmos a 
primeira aposentação, 
retornando assim para o status 
quo ante”
 Castro, Lazzari, Freudenthal e 
Orione:
O primeiro beneficio foi concedido 
regularmente;
Paradigma com e reversão;
O tempo de contribuição é direito 
incorporado ao patrimônio 
jurídico da segurado;
Orione: “ Somente seria possível 
devolver em sistema de 
capitlização, o nosso sistema é 
solidário de repartição simples”
DESAPOSENTAÇÃO
Jurisprudência atual no STJ
 PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. 
DEVOLUÇÃO DE VALORES. DESNECESSIDADE. 1. A renúncia à 
aposentadoria, para fins de aproveitamento do tempo de 
contribuição e concessão de novo benefício, seja no mesmo regime 
ou em regime diverso, não importa em devolução dos valores 
percebidos, "pois enquanto perdurou a aposentadoria pelo regime 
geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram 
indiscutivelmente devidos" (REsp 692.628/DF, Sexta Turma, Relator 
o Ministro Nilson Naves, DJU de 5.9.2005). Precedentes de ambas 
as Turmas componentes da Terceira Seção. 2. Recurso especial 
provido 
(Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO , data da 
publicação/fonte DJe 26/04/2010, órgão julgador T5 - QUINTA 
TURMA )
DESAPOSENTAÇÃO
 PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR COM ARRIMO 
NO ART. 557 DO CPC. MATÉRIA NOVA. DISCUSSÃO. NÃO-CABIMENTO. 
PRECLUSÃO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES 
RECEBIDOS. NÃO-OBRIGATORIEDADE. 1. É permitido ao relator do recurso 
especial valer-se do art. 557 do Código de Processo Civil, quando o 
entendimento adotado na decisão monocrática encontra-se em consonância 
com a jurisprudência dominante desta Corte Superior de Justiça. 2. Fica 
superada eventual ofensa ao art. 557 do Código de Processo Civil pelo 
julgamento colegiado do agravo regimental interposto contra a decisão 
singular do Relator. Precedentes. 3. Em sede de regimental, não é possível 
inovar na argumentação, no sentido de trazer à tona questões que sequer 
foram objeto das razões do recurso especial, em face da ocorrência da 
preclusão. 4. A renúncia à aposentadoria, para fins de concessão de novo 
benefício, seja no mesmo regime ou em regime diverso, não implica em 
devolução dos valores percebidos, pois, enquanto esteve aposentado, o 
segurado fez jus aos seus proventos. Precedentes. 5. Agravo regimental 
desprovido. 
(Relatora Ministra LAURITA VAZ ,órgão julgador T5 - QUINTA TURMA , DJe 
25/05/2009 )
DESAPOSENTAÇÃO
Jurisprudência
 PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
DIREITO DE RENÚNCIA. CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE 
CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVA APOSENTADORIA EM 
REGIME DIVERSO. NÃO-OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DE VALORES 
RECEBIDOS. EFEITOS EX TUNC DA RENÚNCIA À APOSENTADORIA. 
JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A renúncia à 
aposentadoria é perfeitamente possível, por ser ela um direito patrimonial disponível. 
Sendo assim, se o segurado pode renunciar à aposentadoria, no caso de ser indevida 
a acumulação, inexiste fundamento jurídico para o indeferimento da renúncia quando 
ela constituir uma própria liberalidade do aposentado. Nesta hipótese, revela-se 
cabível a contagem do respectivo tempo de serviço para a obtenção de nova 
aposentadoria, ainda que por outro regime de previdência. Caso contrário, o tempo 
trabalhado não seria computado em nenhum dos regimes, o que constituiria uma 
flagrante injustiça aos direitos do trabalhador. 2. O ato de renunciar ao benefício, 
conforme também já decidido por esta Corte, tem efeitos ex tunc e não implica a 
obrigação dedevolução das parcelas recebidas, pois, enquanto esteve aposentado, o 
segurado fez jus aos seus proventos. Inexistindo a aludida inativação onerosa aos 
cofres públicos e estando a decisão monocrática devidamente fundamentada na 
jurisprudência desta Corte, o improvimento do recurso é de rigor. 3. Agravo 
regimental improvido. 
(Relator Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA , órgão relator T6 - SEXTA TURMA , 
data da publicação/fonte DJe 20/10/2008 )

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