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Dicas para a Prova:
● Plano de Metas: Argumentos que justificariam um esforço de industrialização.
 Motivos para a incapacidade das taxas serem robustas de crescimento: 1) Grande elemento de limitação do crescimento era o comportamento do Balanço de Pagamentos da periferia. Problema de equilibrio no balanço de pagamentos. Muita dependência do saldo comercial para manter o equilíbrio externo e se tem um problema para mantê-lo positivo, pois as elasticidades do que se exporta e do que se importa é diferente. A estrutura de exportação da periferia é dominada por baixa elasticidade renda, e as importações por alta elasticidade renda. Se há um aumento da renda, há a maior compra de bens materiais. Mesmo no melhor dos mundos, a tendência é que o crescimento não seja destinado para comprar mais bens básicos, e sim para comprar mais bens materiais. Por isso o café tem baixa elasticidade-renda, porque mesmo que se ganhe mais não se vai comprar mais. A tendência dos países como o Brasil é de ser estacionária, pois vendíamos café e comprávamos bens sofisticados, e assim queríamos comprar mais bens de alta elasticidade-renda, quando se começa a crescer. A trajetória de importações não acompanha a de exportações, fazendo com que existisse uma tendência de déficit na balança comercial.
Para superar esse problema, havia a necessidade de trocar esse produto por um de maior elasticidade-renda. 2) Problema relacionado com as estruturas de mercado que dominavam o comercio internacional. Isto é: o centro rico e desenvolvido mais eficiente e produtivo iria transferir renda para a periferia porque essa maior eficiencia e produtividade seria expressa em queda dos preços dos bens manufaturados, enquanto a periferia produziria bens mais caros, na relação de troca transferiria renda dos ricos para os pobres. Eficiente e produtivo, queda de preço, queda de preço, manda para a periferia, renda dos ricos para os pobres. O problema é que a estrutura de mercado que domina é o oligopólio, não fazendo com que se refletisse em queda de preço pois não haveria a transferência automática via comercio. Os países tinham grande poder de mercado com a estrutura de oligopólio, conseguindo colocar margem nos preços.
● Anos 60 : Explicações para a estagnação. 
Do ponto de vista de uma agenda econômica para o Brasil pros anos 60 existiam 2 setores: um da macroeconomia ( questão da inflação em consequência da decisão ao longo do plano de metas de financiar as estruturas pelo Estado) e a questão social ( vinda da exclusão gerada pelo plano de metas, e a economia mais sofisticada produtivamente ). 
Antigamente a legislação permitia que o cidadão votasse a candidato de presidência de uma chapa e vice para outra chapa, o que não acontece mais hoje em dia. Quem ganha a eleição é Jânio Quadros (Vice – João Goulart), que conquista corações e mentes no campo da economia sobre o argumento de que a economia brasileira vivia uma desordem fiscal, inflação, o que era fruto de uma negligencia sobre o instrumento econômico, que teria gerado essa desordem.
O presidente então era do partido do tipo liberal e o vice eleito era vinculado ao partido dos trabalhadores, tornando a convivência muito complexa. No começo do governo, Janio entrega uma carta de renuncia ao congresso nacional. A interpretação mais usada em relação àquele contexto é de que na realidade Jânio quadros achou que o congresso nacional não ia aceitar a renuncia deles. Janio queria que o congresso avaliando os risco a tomada de poder por um político vinculado ao mundo de trabalho e em visita a um pais comunista, leva o congresso a rejeitar a renuncia, e Janio voltaria no poder mais forte do que teria saído. O fato é que o congresso aceita a renuncia para a surpresa de Janio. O Brasil passa então a viver com um regime diferente, o parlamentarismo como solução a este impasse. A trajetória de problemas e crises limita e muito que a política economia avançasse devido a enorme incerteza e instabilidade. 
João Goulart toma posso e Celso Furtado lança o Plano Trienal e futuramente seria criticado por não gerar desenvolvimento. Nesse quadro de incerteza economia e institucional, parece um dado para tornar mais complexa a situação econômica, o resultado do PIB. Começa a aparecer questão entre matriz tecnologia e mercado de trabalho, ou que a aversão ao risco era tão grande que os empresários pararam de investir. O PIB despenca, e ai há 3 explicações: política contracionista do plano trienal, esgotamento do ciclo de investimentos do plano de metas e crise institucional elevando a aversão ao risco inibindo os investimentos produtivos.
● PAEG: Explicações para a inflação e seu remédio. 
O quadro macro era marcado por uma inflação que anualizada chegava ao patamar de 100% ao ano, independente da formação do macroeconomista, não existe economista responsável que possa ficar indiferente a uma inflação nesse patamar. A dupla Campos e Bulhões apresenta um diagnostico que a inflação no período era marcantemente de demanda, explicada por 3 elementos: desequilíbrio fiscal crônico (déficit publico, herança do programa de metas), politica monetária que confirmava o desequilíbrio fiscal que era expansionista e alguns salários ( setor públicos) sendo aumentados acima da produtividade. 
Repetindo: Inflação marcada de 100% ao ano, segundo campos e bulhões era inflação de demanda por três explicações: desequilíbrio fiscal, politica monetária expansionista e salários aumentados acima da produtividade.
Quando a inflação passa a ser muito presente na economia do Brasil em muitos momentos de sua trajetória, o Brasil tem uma distribuição de renda ruim, então com o plano se tenta melhorar isso, ou seja ampliar a fatia que gera renda do trabalho, seria justo socialmente. O diagnostico era claro de que a participação do salário na renda era pequena, então era necessário que se fizesse uma melhoria disso. O aumento real nos salários iria aprofundar a desordem nos preços. 
Uma das ancoras importantes que o PAEG vai utilizar, é que se a inflação é de demanda e se irá comprometer o preço salário. Comprar menos, desordem de preços relativos arrojando o preço salário. O povo nada fez, pois era uma ditadura, não havia eleição, e havia a grande repressão. 
A outra grande ancora do PAEG foi a âncora fiscal, que a relação déficit/PIB do Brasil em 63 era de 4% em 66 é de 1%. Sob o argumento de que inflação tem a ver com demanda, se escolhe as medidas que vão determinar o seu controle. O arranjo que o PAEG inaugura vai querer comprar a estabilidade com menos crescimento. A terceira ancora era a ancora monetária, e Roberto campos não conseguiu controlar o credito como ele querida, e a inflação desse ponto de vista sai de 5% ao ano e em 76 esta na casa de 25% ao ano. Resumão: Inflação de demanda, desequilíbrio fiscal, inflação do credito, salários acima da produtividade. Combate: arrocho salarial, corte de gastos publico e tentativa de corte contracionista. 
● Milagre Econômico: Superação das restrições macroeconômicas para o crescimento.
Delfim neto passa a então tomar conta da economia. Crescimento da produção pode conviver com dois limites: Trade-off expresso pela curva de Philips, e pelo balanço de pagamentos. Isto é, O limite do trade-off é que o crescimento econômico pode ser limitado pelo mesmo, uma vez que a curva relaciona inflação com desemprego, e se a economia vai crescer, e ao crescer usa os recursos disponíveis e a isso se estabelece uma situação de escassez relativa dos recursos em alguma hora, uma situação em que o desemprego esta baixo, e isso é que quase todas as maquinas e matérias primas estão sendo usados, no ponto de vista de escassez o que ocorre é uma pressão no nível de preço, isso é inflação. O outro elemento é o BP, que resta para o equilíbrio externo a conta corrente, o que resta é melhorar o balanço com saldo comercial positivo, o problema é que para ter esse saldo, depende de elevar as exportações, e se entra num regime de crescimento robusto, e esse crescimento pressiona as importações,quando se tem mais dinheiro você compra mais de fora, porém nada garante que se vá aumentar as exportações. Se ocorrer aumento dos importados mas não necessariamente mais exportados isso pode comprometer o balanço de pagamentos. Heranças do PAEG:
A inflação não é problema pois tem excesso de capacidade ociosa, tem controle de preços, e isenção para tratores e fertilizantes. O arranjo foi intervencionista, para garantir que o regime de crescimento não seria comprometido pelo regime de preços. 
Balanço de pagamentos: conjuntura de liquidez favorável que garantiu fluxo financeiro. O gestor não deve contar com isso, mas se na conjuntura os fluxos financeiros estão entrando no balanço de pagamentos melhor. 
Conjuntura: comercio mundial se expandindo e preços de importantes comodities, levaram o Brasil a ter um bom desempenho de exportações. O mundo estava crescendo, e o Brasil tinha um bom desempenho por vender esses produtos. Delfim preserva as minidesvalorizações que é uma proteção de defesa macroeconômica, torna as exportações mais competitivas desfavorecendo as importações. 
Fatores importantes na superação das restrições macroeconômicas. 
OCIOSIDADE 
CONTROLOU PREÇO
ICENSAO FISCAL AGRICOLA
 BP:
Conta financeira
Comercio mundial crescendo
Melhora do preço das comodities
Controle de preço
● II PND: Padrão de política econômica que deveria ter sido utilizado no enfrentamento aos desequilíbrios do Balanço de Pagamentos.
Mix de regime de política econômica composto de 3 elementos:
- Para ajudar no equilíbrio do balanço de pagamentos -> Desvalorização Cambial, Para tornar as exportações mais competitivas e comprometer as importações 
- Para ajudar no equilíbrio externo e evitar a passagem cambial para o preço doméstico -> Controle da Demanda com política fiscal contracionista que evidentemente geraria um crescimento menor.
- Se a decisão do produtor de política econômica é em alguma medida preservar a trajetória de crescimento do produto vigente antes do choque do petróleo, evidentemente que isso poderia pressionar o balanço de pagamentos que a conta petróleo apareceria como um problema a ser resolvido ( se eu continuo o meu risco de crescimento e o insumo fundamental da energia esta mais caro, em alguma medida eu preciso encontrar uma equação para resolver o risco da conta corrente )
- Quadro muito difícil, é um choque de oferta muito impactante então hoje ser mais ortodoxo na política econômica dado o risco da conta petróleo, a forma indireta de evitar uma crise cambial é reduzir o nível de atividades para reduzir a conta petróleo e evitar crise no balanço de pagamentos.
De outro lado, para ser mais coerente com essa opção mais ortodoxa, evidentemente que eu teria que induzir a economia a redução do seu nível de atividade domestica por dois motivos. 1º: a redução do nível de atividades evidentemente reduz a pressão de importar petróleo o que indiretamente ajuda no BP e 2º: uma redução da DA impede o risco da passagem da desvalorização cambial para os preços domésticos. Desse ponto de vista estou deslocando a IS-LM para a esquerda. E o equilíbrio externa vai se dar num nível de renda menor.
● Crise anos 80: Explicações para a estagflação.
E em 1980, havia uma tese de que a inflação daquela época vinha da inflação antiga, ganhando o nome de inflação inercial. Vinha de um processo autônomo de realimentação cuja origem era a transferência da inflação do passado para o futuro. A economia brasileira começava a conviver com a indexação dos contratos na economia e os agentes começaram a se defender do risco de inflação futura que era a forma de realimentar a inflação futura pela inflação passada, eles usavam isso para se prevenir da inflação futura. 
Entre 1981 e 1983 vem à conta das politicas contracionistas, vive-se uma recessão em que o PIB cai em media 2%. Ou seja há uma defasagem temporal. Algo se mostrou bastante especifico e curioso na economia brasileira. Existe uma troca entre inflação e nível de atividade que seria algo presente nas macroeconomias de qualquer país do mundo, tradução: uma economia que convive algum tempo com um processo de crescimento econômico a induz a conviver com escassez relativa de recursos na curva de Philips que esta expressa em redução de desemprego, que comprime a oferta e potencializa o aumento de preços. Em contrapartida uma economia em abundante oferta de recursos mostrada por desemprego elevado, limita o aumento de preço.
Colocando ainda mais elementos de confirmação de que é importante estudar em economia brasileira do que diz respeito à questão inflacionaria tendo em vista a negação dos princípios da curva de Philips tradicional, mostravam que a inflação tinha algo de especifico, que a inflação tem algo a ver com o passado, frutos dos contratos que contaminam a inflação no futuro.
 ● Plano Cruzado: Congelamento x Dispersão dos preços relativos.
Os dois últimos grupos eram os mais fortes que assumiram que duas questões eram reconhecidas como fato, dois elementos que seriam reconhecidos como presentes para explicar a inflação no período: 1) a inflação tinha uma característica de ser realimentada pela inflação do passado, o processo de preços estava contaminado pelo automatismo que era a inflação do passado alimenta a inflação do futuro, tinham canais de transmissão que os agente olham pra trás e vem os preços para projetar pro futuro 2 ) o processo era a expressão formal da proliferação de contratos de indexação da economia, na verdade a inflação do presentes era alimentada pela inflação do passado e isso era possível pela grande indexação dos contratos. Esse era o mecanismo de transmissão da inflação. 
Porém, o país sofria com um dos seus maiores vilões que eram os desequilíbrios dos preços relativos da economia. Após o congelamento, muitos empresários ficaram com os preços de seus produtos abaixo daqueles que geravam uma rentabilidade satisfatória, podendo até ficar abaixo do seu custo de produção, prejudicando sua produção e venda. Algumas outras empresas saíram em vantagem porque remarcaram seus preços antes da notícia do congelamento. Como resultado desses problemas, tivemos uma crise de abastecimento, ou seja, os consumidores possuíam dinheiro mas não encontravam produtos nos pontos de venda.