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REVISÃO 
LICITAÇÕES 
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO 
LEIS DE LICITAÇÕES PÚBLICAS COMENTADAS – RONNY CHARLES 
I. Conceito e finalidades; 
II. Legislação e competência sobre licitação; 
III. Princípios da licitação; 
IV. Quem está obrigado a licitar; 
V. Os pressupostos da licitação; 
VI. Licitação dispensável (casos especiais): 
1. Licitação dispensável pelo valor e restrição ao fracionamento do objeto contratual; 
2. Emergência ou calamidade pública: o problema da emergência “fabricada”; 
3. Licitação deserta; 
4. Contratação de órgão da Administração; 
5. Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento. 
VII. Licitação inexigível: 
1. Aquisição com fornecedor exclusivo; 
2. Serviços técnicos, de natureza singular a serem prestados por empresas ou profissionais 
 especializados; 
3. Profissional do artístico; 
4. Credenciamento. 
VIII. Justificação de dispensas e inexigibilidades; 
IX. Modalidades: 
1. Concorrência; 
2. Tomada de preços; 
3. Convite; 
4. Concurso; 
5. Leilão. 
X. Etapas interna e externa da licitação: 
1. Requisitos para instauração das licitações; 
2. Vedações nas licitações; 
XI. Fases externas da licitação; 
 
 
 
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XII. Tipos de licitação; 
XIII. Institutos importantes: 
1. Projeto básico; 
2. Projeto executivo; 
3. Registro de preços; 
XIV. Revogação e anulação de licitação: repercussões jurídicas. 
 
 
I. CONCEITO E FINALIDADES: 
 Preconiza o art. 37, XXI, CF/88 XXI: 
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá 
as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 Assim, ao contrário dos particulares, que dispõem de ampla liberdade 
quando pretendem adquirir, alienar, locar bens, contratar a execução de obras e 
serviços, o Poder Público, para fazê-lo, necessita adotar um procedimento 
preliminar rigorosamente determinado e preestabelecido na conformidade da lei. 
Tal procedimento denomina-se licitação. 
 A licitação estriba-se na ideia de competição e visa atender ao princípio 
da impessoalidade (art. 37, caput, da CF/88). O autor sustenta que o referido 
baluarte, avalizado pelo princípio da igualdade, impõe a necessidade de licitação 
em qualquer circunstância que se destine a investir terceiros no desfrute de 
situação jurídica especial a que mais de um poderia aspirar. 
 Os termos do art. 3º da Lei 8.666/93 estabelecem os objetivos do 
procedimento: 
 
 
 
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A licitação destina-se a garantir a observância do (1) princípio 
constitucional da isonomia, (2) a seleção da proposta mais 
vantajosa para a administração e a (3) promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e 
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
são correlatos. 
 São, pois, finalidades da licitação: (1) concretizar o princípio constitucional 
da isonomia; (2) concretizar o princípio da eficiência e economicidade, por meio 
da seleção da proposta mais vantajosa à Administração; (3) promover o 
desenvolvimento sustentável. 
_______________________________________________________________ 
II. LEGISLAÇÃO E COMPETÊNCIA SOBRE LICITAÇÃO: 
 A competência para legislar sobre licitações e contratos incumbe aos 
quatro entes políticos: União, Estados, DF e Município. A União é competente 
para legislar sobre normas gerais de licitação, sendo franqueada aos demais 
entes a possibilidade de legislarem sobre aspectos específicos. 
 O que seriam normas gerais de licitação? 
 Bandeira de Mello enumera três hipóteses em que as normas de licitação 
ostentam cariz genérico. São elas: 
a) Preceitos que estabelecem os princípios, os fundamentos, as diretrizes e 
os critérios básicos para as ulteriores leis específicas; 
b) Preceitos que podem ser aplicados uniformemente em todo o território 
nacional, por se adscreverem a aspectos nacionalmente indiferenciados. 
c) Preceitos de proteção ao interesse público, que somente poderiam ser, 
por razões técnicas ou geográficas, editados pelo ente central. 
Fora dessa seara, os entes locais estão autorizados a legislar sobre 
licitações e contratos da melhor forma que atenda às suas peculiaridades. Nesse 
 
 
 
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sentido, decidiu o STF que “lei municipal pode proibir que os agentes políticos 
do município (e seus parentes) mantenham contrato com o Poder Público 
municipal”. Afirmou a Corte que a norma municipal objetada teria sido “editada 
com base no art. 30, II, da CF e estaria de acordo com os princípios da 
impessoalidade e da moralidade administrativa, bem como teria a função de 
prevenir eventuais lesões ao interesse público e ao patrimônio do município, sem 
restringir a competição entre os licitantes” (STF. 2ª Turma. RE 423560/MG, rel. 
Min. Joaquim Barbosa, 29/05/2012). 
_______________________________________________________________ 
III. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO: 
 O art. 3º da Lei n.º 8.666/93 enumera os seguintes princípios da licitação: 
a) Legalidade: repercute na exigência de adstrição do procedimento aos 
termos da lei, franqueando direito subjetivo a todos os participantes e 
demais interessados à fiel observância dos trâmites legais; 
b) Impessoalidade: veda a adoção de favoritismos ou perseguições; 
c) Moralidade: impõe o dever de agir conforme os padrões de ética; 
d) Igualdade: decorre na impossibilidade de se estabelecer regras 
tendentes a restringir ou frustrar o caráter competitivo da licitação; 
e) Publicidade: determina o dever de transparência, em prol não apenas 
dos participantes, mas de toda a coletividade; 
f) Probidade administrativa: desdobramento da moralidade, mas cujo 
desrespeito redunda em ato de improbidade a ser atacado por ação 
própria; 
g) Vinculação ao instrumento convocatório: necessidade de a 
Administração respeitar as “regras do jogo”, estabelecidas no edital ou 
carta-convite; 
 
 
 
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h) Julgamento objetivo: impede que a licitação seja decidida sob o influxo 
de subjetivismos, impressões ou propósitos pessoais ou sentimentos dos 
membros da comissão julgadora. 
 
 
_______________________________________________________________ 
ATENÇÃO – APLICAÇÃO POSITIVA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE: 
 O princípio da igualdade consagrado na Lei Geral de Licitações, mas de 
matriz constitucional, não apenas veda a adoção de práticas desarrazoadamente 
discriminatórias, como também impõe medidas destinadas a recompor 
materialmente um estado de desigualdade congênito. 
 Assim, não fere, mas, bem ao revés, concretiza o princípio da igualdade 
as regras da Lei n.º 8.666/93 que estabelecem determinadas situações jurídicas 
de vantagem a empresas brasileiras ou de porte econômico apequenado (ME e 
EPP). 
_______________________________________________________________ 
IV. QUEM ESTÁ OBRIGADO A LICITAR: 
 Por força do art. 37, caput e inciso XXI, da Constituição Federal, estão 
obrigadasà licitação pública tanto as pessoas de Direito Público de capacidade 
política quanto às entidades de suas Administrações indiretas, isto é: autarquias, 
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações 
governamentais. 
 A EC n.º 19/98 alterou a redação do art. 22, XXVII, da CF/88, fazendo nele 
constar o seguinte comando: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
 
 
 
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empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1°, III. 
 
 Por sua vez, a norma inserta no sobredito art. 173, §º, III, da CF/88 está 
expressa nos seguintes termos: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção 
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
dispondo sobre: 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e 
alienações, observados os princípios da administração pública. 
 Segundo o autor, a interpretação sistemática dos referidos dispositivos 
assenta claramente a distinção entre as estatais prestadoras de serviço público 
e as exploradoras de atividade econômica. Isso porque, em que pese o inciso 
XXVII do art. 22 ter silenciado, o art. 173, §1º, III foi expresso ao se referir apenas 
às empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de 
atividade econômica em sentido estrito. 
 Assim, em resumo, as estatais: (1) prestadoras de serviços públicos 
continuam e continuarão a serem regidas pela Lei n.º 8.666/93, já que não foram 
alcançadas pela dicção dos mencionados artigos; (2) exploradoras de 
atividade econômica passarão a ser regidas futuramente pela lei a que se 
refere o mencionado art. 22, XXVII, a ser editada na conformidade do art. 173, 
§1º, III. 
 Todavia, em face da inexistência atual da lei referida, questão que merece 
relevo é a de se saber se sociedades de economia mista e empresas públicas 
 
 
 
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exploradoras de atividade econômica estão, atualmente, obrigadas ao dever de 
licitar, já que o art. 173, §1º, II, da CF/88 as declarou “sujeitas ao regime próprio 
das empresas privadas. 
 Segundo o autor, as estatais devem licitar, independentemente de 
serem prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade 
econômica. Isso porque, a par da dicção do art. 173, §1º, II, cujo teor lhes insere 
na seara privada de mercado, a CF/88, em vários outros dispositivos, determina 
o dever de licitar a TODOS os integrantes da Administração (art. 5, LXXIII; art. 
14, §9º; art. 49, IX; art. 52; art. 53; art. 54; e art. 71). Todavia, importa pontuar 
que a licitação não pode se erguer como óbice à própria atividade negocial 
desenvolvida pela estatal, pois do contrário sua criação e finalidades 
restariam desafiadas. O dever de licitar, portanto, deve ser abalizado no 
contexto concorrencial, a fim de que as atividades empreendidas pelas 
empresas do Estado sejam efetivas e expeditas, satisfazendo, assim, as 
exigências do mercado econômico. 
 Alguns autores, na linha de Celso Antônio Bandeira de Mello, advertem 
que o dever de licitar das sociedades de economia mista e empresas públicas 
exploradoras de atividade econômica se adstringiria aos bens e serviços 
vinculados às atividades-meio, dispensando-as, pois, da sujeição ao 
procedimento licitatório apenas para aquisição de bens e serviços relacionados 
às suas atividades-fim. 
 Em relação aos Serviços Sociais Autônomos, impera consignar que o 
TCU, no Acórdão n.º 1.337/2003, alterou o entendimento anterior, passando a 
compreender que esses entes privados não se subordinam de forma estrita aos 
termos da Lei n.º 8.666/93, podendo possuir regulamentos próprios, que, 
contudo, devem ser compatíveis com a lei. 
 Da mesma forma, as OSCIP’s, em regra, não precisam se submeter ao 
regime licitatório para a realização de suas contratações ordinárias. Contudo, 
quando firmam termo de parceria, submetem-se ao regulamento próprio para 
contratação com empregos de recursos públicos, devendo observar os princípios 
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e 
eficiência. 
 
 
 
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As Organizações Sociais (OS’s), na mesma toada, não estão sujeitas à 
rigidez da Lei Geral de Licitações. O art. 17 da Lei Federal n.º 9.637/98, todavia, 
impõe o dever de a organização publicar, em até noventa dias, contados da 
assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio, contendo os 
procedimentos que adotará para a contratação de obras, serviços e compras, 
com recursos provenientes do Poder Público. 
_______________________________________________________________ 
 V. OS PRESSUPOSTOS DA LICITAÇÃO: 
 A realização de qualquer licitação depende da ocorrência de certos 
pressupostos, catalogados em três espécies: 
a) Pressuposto lógico: a existência de pluralidade de objetos e de 
ofertantes. Se o objeto for singular ou se o fornecedor for exclusivo, não 
será possível a competição. A singularidade apresenta-se sob três 
formas: 1) singular em sentido absoluto: é o bem de que só exista uma 
unidade; 2) singular em razão de evento externo: ainda que haja várias 
unidades, uma apenas se destaca por conta de elementos a ela 
exteriores, como, por exemplo, um prédio cuja localização lhe 
particulariza; 3) singular em razão da natureza íntima do objeto: é o bem 
de natureza artística, técnica ou científica, caracterizada pelo estilo ou 
cunho pessoal do autor, como, por exemplo, um projeto de arquitetura. 
b) Pressuposto jurídico: a utilidade da licitação como meio para se galgar 
determinado resultado, concernente ao interesse público. Quando nem 
mesmo em tese a licitação não possa cumprir tal função, seria descabido 
realizá-la. Embora fosse logicamente possível, seria ilógico fazê-lo em 
face do interesse jurídico público a que se tem que atender. Exemplifica 
tal hipótese a desnecessidade de licitar em casos de calamidade pública 
e urgência. 
c) Pressuposto fático: a existência de interessados em disputar o certame, 
sob pena de restar deserta a licitação. 
 
 
 
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_______________________________________________________________ 
 VI. LICITAÇÃO DISPENSÁVEL (CASOS ESPECIAIS): 
 Embora a realização de contratos pela Administração Pública exija, em 
regra, a obediência ao certame licitatório (princípio da obrigatoriedade), o 
legislador, autorizado pela ressalva contida no art. 37, XXI, da CF/88, 
estabeleceu hipóteses de adjudicação direta do objeto contratual pretendido. 
Faltaria à hipótese algum dos pressupostos mencionados por Celso Antônio 
Bandeira de Mello. 
 No caso da dispensa, em regra, a competição é possível, sendo, contudo, 
desnecessária por entender o legislador que o procedimento seria 
inconveniente. Sendo assim, nos casos enumerados no art. 24 da Lei n.º 
8.666/93, terá o gestor a discricionariedade para realizar ou não a licitação. 
 
1. Licitação dispensávelpelo valor e restrição ao fracionamento do 
objeto contratual: 
Segundo o art. 24, I e II, é dispensável para contratação de obras e 
serviços de engenharia de valor limitado a R$ 15.000,00 (10% do teto da 
modalidade convite – art. 23, I, “a”), bem como de outros serviços e compras 
cuja importância não exceda R$ 8.000,00 00 (10% do teto da modalidade convite 
– art. 23, II, “a”). 
 Na esteira de Lucas Rocha Furtado, alerta-se para IMPOSSIBILIDADE 
de se fracionar ou desmembrar partes de obra, compra ou serviço, afim de 
que o valor possa ser enquadrado dentro dos limites de dispensa. Não que 
seja absolutamente vedado o fracionamento, ex vi do art. 23, §1º, da Lei n.º 
8.666/93. O que se proíbe é o fracionamento com intuito de enquadrar possíveis 
partes do objeto do futuro contrato dentro de valores que legitimassem a 
dispensa de licitação ou a adoção de modalidade de licitação menos rigorosa. 
 Impõe-se consignar, ainda, que os percentuais acima deduzidos são 
dobrados, passando a 20% dos valores da modalidade convite, caso os 
contratantes sejam consórcios públicos, sociedade de economia mista, 
 
 
 
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empresas públicas ou fundações e autarquias, qualificadas como Agências 
Executivas (art. 24, §1º). 
2. Emergência ou calamidade pública: o problema da emergência 
“fabricada”: 
O art. 24, IV, da Lei n.º 8.666/93 estatui a possibilidade de dispensa de 
licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando 
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança ou a saúde da coletividade. A autorização para 
dispensa, contudo, é condicionada à contratação do que seja estritamente 
necessário ao atendimento da situação emergencial, limitando-se o prazo para 
conclusão da parcela contratada a 180 dias consecutivos, ininterruptos e 
improrrogáveis. 
A emergência, de que trata o art. 24, IV, da Lei n.º 8.666/93, instaura, 
portanto, uma situação grave, que obriga a Administração à adjudicação direta 
do objeto contratual tendente a evitar ou mitigar os riscos provocados pelo dano 
iminente e suas eventuais consequências. 
Tal emergência associa-se, via de regra, a um evento inesperado, 
inusitado, imprevisível, ou até mesmo previsível, mas de gravidade excepcional, 
para o qual a Administração não se planejou, nem contribuiu por meio de uma 
conduta comissiva ou omissiva. Nestes casos, está-se diante da chamada 
emergência real, cuja causa remonta a fatores de ordem objetiva. 
Contudo, a emergência também pode decorrer de um planejamento 
deficiente, de falta de diligência, inércia, ou incúria ou má administração. São os 
casos da chamada emergência ficta ou fabricada, cuja causa diz com fatores 
subjetivos. 
A autorização para dispensa de licitação de que trata o art. 24, IV, 
entretanto, NÃO leva em consideração a causa da emergência, mas sim a 
falta de tempo para seguir o procedimento normal e rotineiro de solução 
da crise, a fim de afastar o risco de dano iminente e efetivo ou amenizar 
suas consequências nocivas. 
 
 
 
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O TCU, em tempos passados, não admitia a contratação direta com base 
no art. 24, IV, da Lei n.º 8.666/93, quando a emergência fosse “fabricada” pelo 
gestor, ganhando relevo, assim, a causa da situação de crise, para fins de 
dispensa de licitação. 
“2. Responder ao ilustre Consulente, quanto à caracterização 
dos casos de emergência ou de calamidade pública, em tese: 
a) que, além da adoção das formalidades previstas no art. 26 e 
seu parágrafo único da Lei nº 8.666/93, são pressupostos da 
aplicação do caso de dispensa preconizado no art. 24, inciso IV, 
da mesma Lei: 
a.1) que a situação adversa, dada como de emergência ou 
de calamidade pública, não se tenha originado, total ou 
parcialmente, da falta de planejamento, da desídia 
administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis, 
ou seja, que ela não possa, em alguma medida, ser atribuída 
à culpa ou dolo do agente público que tinha o dever de agir 
para prevenir a ocorrência de tal situação; 
a.2) que exista urgência concreta e efetiva do atendimento a 
situação decorrente do estado emergencial ou calamitoso, 
visando afastar risco de danos a bens ou à saúde ou à vida de 
pessoas; 
a.3) que o risco, além de concreto e efetivamente provável, se 
mostre iminente e especialmente gravoso; 
a.4) que a imediata efetivação, por meio de contratação com 
terceiro, de determinadas obras, serviços ou compras, segundo 
as especificações e quantitativos tecnicamente apurados, seja o 
meio adequado, efetivo e eficiente de afastar o risco iminente 
detectado;” 
 
 
 
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Contudo, atualmente predomina, tanto no âmbito do TCU como do STJ, a 
posição da doutrina majoritária. Marçal Justen Filho (JUSTEN FILHO, Marçal. 
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12ª edição. São 
Paulo: Saraiva, 2008, p. 294) se pronuncia neste sentido: 
“Isso não significa afirmar a possibilidade de sacrifício de 
interesses curados pelo Estado em consequência da desídia do 
administrador. Havendo risco de lesão a interesses, a 
contratação deve ser realizada, punindo-se o agente que não 
adotou as cautelas necessárias. A questão apresenta relevância 
especialmente no tocante à comumente denominada 
‘emergência fabricada’, em que a Administração deixa de 
tomar tempestivamente as providências necessárias à 
realização da licitação previsível. Assim, atinge-se o termo final 
de um contrato sem que a licitação necessária à nova 
contratação tivesse sido realizada. Isso coloca a Administração 
diante do dilema de fazer licitação (e cessar o atendimento a 
necessidade impostergáveis) ou realizar a contratação direta 
(sob a invocação da emergência). O que é necessário é verificar 
se a urgência existe efetivamente e, ademais, se a contratação 
é a melhor possível nas circunstâncias. Deverá fazer-se a 
contratação pelo menor prazo e com o objetivo mais limitado 
possível, visando a afastar o risco de dano irreparável. 
Simultaneamente, deverá desencadear-se a licitação 
indispensável. Ou seja, a desídia administrativa não poderá 
redundar na concretização de danos irreparáveis aos valores 
buscados pelo Estado, mas se resolverá por outra via. 
Comprovando-se que, mediante licitação formal e comum, a 
Administração teria obtido melhor resultado, o prejuízo sofrido 
deverá ser indenizado pelo agente que omitiu as providências 
necessárias. Ademais disso, deverá punir-se exemplarmente o 
agente público que omitiu o desencadeamento da licitação.” 
 
 
 
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O mesmo defende Joel de Menezes Niebuhr (NIEBUHR, Joel de 
Menezes. Licitação Pública e Contrato Administrativo. Curitiba: Zênite, 2008, p. 
76.): 
“Para os fins de dispensa, o vocábulo emergência quer significar 
necessidade de contratação que não pode aguardar os trâmites 
ordinários de licitação pública, sob pena de perecimento de 
interesse público, consubstanciado pelo desatendimento de 
alguma demanda social ou pela solução de continuidade de 
atividade administrativa. Com o escopo de evitar tais gravames, 
autoriza-se a contratação direta, com dispensa de licitação 
pública. 
A priori, a situação de urgência não deve ser provocada pela 
incúria da Administração Pública, que tem o dever de planejar e 
prever todas as suas demandas. É obrigatório que ela controle 
seus estoques, procedendo à licitação pública antes que os 
produtos visadoscorram o risco de faltar. No entanto, se o 
interesse público demanda realizar a contratação direta, sem 
que possa aguardar a conclusão de licitação, é forçoso 
reconhecer a licitude da dispensa, mesmo que a desídia de 
agente administrativo tenha dado causa à demanda. Não é 
razoável desautorizar a dispensa e, com isso, prejudicar o 
interesse público, que, sem o objetivo a ser contratado, acabaria 
desatendido. Tanto mais, para evitar tais situações, é imperativo 
que sobre os ombros do agente administrativo relapso recaia 
forte reprimenda, para o efeito de desencorajar comportamentos 
similares, desde que respeitados os princípios informadores do 
processo administrativo, entre os quais os do devido processo 
legal, da ampla defesa e do contraditório, previstos nos incisos 
LIV e LV do artigo 5º da Constituição Federal.” 
Diógenes Gasparini (GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 8ª 
edição. São Paulo: Saraiva, 2003, pp. 470 e 471.) igualmente considera válida a 
 
 
 
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dispensa de licitação, com amparo no artigo 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993, 
quando a emergência decorre de uma negligência da Administração: 
“A emergência, como hipótese de dispensabilidade de licitação 
consignada no inciso IV do art. 24 do Estatuto Federal Licitatório, 
é caracterizada pela necessidade imediata ou urgente do 
atendimento do acontecido ou por acontecer, pois, se não for 
assim, será inútil qualquer medida posterior. Só o pronto 
atendimento pode evitar situações causadoras de prejuízos e 
salvaguardar a segurança das pessoas, obras, bens e 
equipamentos ou reduzir as consequências quando os fatos já 
aconteceram. O conserto do reservatório de água da cidade cujo 
vazamento ameace sua segurança e a restauração do 
equipamento de balsa, destruído por uma enchente anormal do 
rio, são casos de emergência. Nessas hipóteses, diz-se que a 
emergência é real, pois seu surgimento não decorreu de 
qualquer comportamento, comissivo ou omissivo, da 
Administração Pública. Portanto, não é emergência real a 
situação que deve ser resolvida de imediato, quando dela já se 
tinha conhecimento muito tempo antes (compra de distintivos, 
hoje, para com eles serem agraciados amanhã aos funcionários 
que completaram 20 anos de serviço público). Nessa hipótese, 
diz-se que a emergência é ficta, ou fabricada. Em tais casos, 
há negligência, não urgência. Apesar disso, contrata-se, e pela 
negligência responderá a autoridade omissa, depois de 
devidamente apurados todos os fatos.” 
Como dito, o ponto de vista doutrinário, segundo o qual o artigo 24, inciso 
IV, da Lei nº 8.666/1993 comporta também as situações de emergência ficta ou 
fabricada, acabou sendo acolhido pelo TCU. 
No voto que fundamenta a Decisão nº 138/1998 do Plenário, afirmou o 
relator: 
 
 
 
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“(...) 7. Os textos da lei e da doutrina acima transcritos não 
deixam dúvida de que o planejamento não é fator impeditivo ou 
autorizativo para que os administradores públicos procedam à 
dispensa de licitação por questões emergenciais, fundamentada 
no dispositivo legal acima referido [art. 24, IV, da Lei n.º 
8.666/93]. 
8. Sobre o tema, Lúcia Valle de Figueiredo e Sérgio Ferraz, 
citando Antonio Carlos Cintra do Amaral, afirmam ("in" Dispensa 
e Inexigibilidade de Licitação, 2ª edição, Editora Revista dos 
Tribunais, 1992, São Paulo-SP): “Mais adiante, vai distinguir a 
emergência real, resultante do imprevisível, daquela resultante 
da incúria ou inércia administrativa. A ambas se dá idêntico 
tratamento, no que atina à possibilidade de contratação direta. 
Porém, não exime o responsável pela falha administrativa de 
sofrer sanções disciplinares compatíveis”. 
8. Obviamente, como se depreende do acima transcrito, não 
pode o administrador incorrer em DUPLO ERRO: além de 
não planejar as suas atividades, permitir que a sua desídia 
cause maiores prejuízos à Administração e/ou a terceiros. 
9. Enfatizo, dessa forma, que a dispensa de licitação, com 
fundamento no art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, se 
caracteriza como uma inadequação aos procedimentos normais 
de licitação, constituindo-se, sob esse prisma, num poder-dever 
e não numa faculdade para o administrador, sob pena de ser 
responsabilizado pelos prejuízos que a sua inércia venha a 
causar, independentemente de qualquer planejamento. (...) 
13. Diante do exposto, forçoso é reconhecer que a ausência de 
planejamento e a dispensa de licitação devem ser tratadas como 
irregularidades independentes e distintas. Sob essa ótica, é 
aconselhável examinar se a dispensa da licitação se deu em 
observância aos requisitos exigidos pelo inciso IV do art. 24 da 
Lei 8.666/93 e em seguida analisar o contexto em que a mesma 
 
 
 
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ocorreu, ou seja, se aconteceu em razão de fatos 
supervenientes causados ou não por incúria do administrador.” 
Portanto, em suma, atualmente não se leva mais em consideração a 
causa da emergência de que trata o artigo 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993, 
bastando que se demonstre a gravidade da situação de crise, pois do contrário 
os administrados seriam duplamente punidos pela má gestão do administrador. 
Assim, o risco de dano iminente e grave, por si só, autoriza a contratação direta 
com esteio no dispositivo referido. 
Deve-se registrar que, em caso de emergência “fabricada”, há 
necessidade de se responsabilizar o gestor que deu causa ao contexto de crise. 
Nesse sentido, transcreve-se a Orientação Normativa nº 11/2009 da AGU: 
ON 11/09 da AGU: “A contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 
24 da Lei nº 8.666, de 1993, exige que, concomitantemente, seja apurado se 
a situação emergencial foi gerada por falta de planejamento, desídia ou má 
gestão, hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma 
da lei”. 
Por fim, ressalte-se que o TCU, embora admita a contratação direta por 
emergência “fabricada”, declina vários requisitos que devem ser observados: 
1. Fundado risco de grave dano; 
2. Exiguidade de tempo para se desenvolver o normal procedimento 
licitatório; 
3. Restrição do objeto do contrato às obras, aos bens e aos serviços 
estritamente necessários à eliminação do perigo concreto; e 
4. Limitação da duração do contrato ao período suficiente para a 
observância do procedimento normal e rotineiro de solução da crise (por 
exemplo, até o encerramento da licitação), não podendo ultrapassar cento e 
oitenta dias a contar do surgimento da situação emergencial. 
3. Licitação deserta: 
Verifica-se a hipótese de licitação deserta (art. 24, V, da Lei n.º 8.666/93) 
quando não acudirem interessados ao certame, sendo a repetição do 
 
 
 
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procedimento desvantajosa em relação à contratação direta, que deverá, caso 
seja levada a cabo, obedecer todas as condições preestabelecidas no 
instrumento convocatório anterior. 
Impõe-se mencionar que, no âmbito da advocacia pública federal, há 
Orientação Normativa da AGU no sentido de que essa situação de dispensa de 
licitação não pode ser utilizada nas situações em que o certame deserto tenha 
sido instaurado na modalidade convite. 
Entretanto, o ponto que merece, de fato, destaque refere-se à 
possibilidade ou impossibilidade de se adjudicar diretamente o objeto contratado, 
com base no art. 24, V, em casos de serviços contínuos. 
Seria possível prorrogar, com esteio no art. 57, II, a prestação de um 
serviço contínuo, contratadoinicialmente em razão de a licitação primitiva 
ter restado deserta? 
Não há dispositivo legal que vede tal expediente. Uma vez firmado um 
contrato de serviço contínuo, mesmo que através de dispensa de licitação, o 
regramento de seus prazos deve respeitar as normas que lhes são próprias, 
admitindo-se prorrogações para tais contratos, com fulcro no art. 57, II. 
Importa pontuar, todavia, que a prorrogação de um serviço contínuo 
sempre envolve um juízo de “vantajosidade” para Administração Pública. Dessa 
forma, embora não haja impedimento legal para a prorrogação de contrato 
inicialmente formalizado com base no art. 24, V, deve ela ser precedida de 
justificativa formal que destaque o custo-benefício positivo da continuação da 
avença, bem como a impossibilidade de novo certame ser realizado, sem que 
dele decorra prejuízos à Administração. 
4. Contratação de órgão da Administração: 
Dispõe o art. 24, VIII, que é dispensável a licitação para aquisição, por 
pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que 
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei n.º 
8.666/93, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no 
mercado. 
 
 
 
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Portanto, respeitados os requisitos e limites do dispositivo acima 
mencionados, quando o Estado pretende bem ou serviço disponível em seu seio 
organizacional, é difícil compreender que os busque externamente àquilo que 
está a seu alcance e que pode obter sem o necessário e dispendioso certame 
licitatório. 
A pessoa jurídica de público interno, contudo, NÃO pode valer-se da 
autorização legal encartada no inciso VIII do art. 24 para contratar estatais 
exploradoras de atividade econômica. É que esses entes da Administração 
indireta estão inseridos em um meio concorrencial privado, não podendo ser a 
eles disponibilizados benefícios não extensíveis às demais empresas integrantes 
do mercado. 
5. Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento: 
Conforme disciplina o art. 24, XI, é dispensável a licitação para 
contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
consequência de rescisão contratual, atendendo-se, para tanto, à ordem de 
classificação da licitação anterior e às condições oferecidas pelo licitante 
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. 
É certo que os demais licitantes imediatamente classificados abaixo do 
licitante vencedor não são obrigados a aceitar dar continuidade à execução do 
contrato. Mas se aceitarem, não lhes é dado barganhar alterações nas condições 
já fixadas na avença anteriormente encetada com o primeiro classificado do 
certame. 
É muito importante asseverar que essa hipótese de contratação direta 
se refere à situação em que já tenha ocorrido o início da execução do 
objeto. Na circunstância em que houve vencedor no procedimento 
licitatório, porém este não assinou o contrato, não aceitou ou retirou o 
termo equivalente, NÃO é possível a adjudicação direta, sob o fundamento 
da contratação de remanescente. Nesse caso, a Administração poderá 
convocar os licitantes remanescentes, na forma do art. 64, §2º, para fazê-lo no 
lugar do vencedor. 
 
 
 
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E mais: ainda que tenha sido iniciada a execução do objeto sem 
cobertura contratual, NÃO pode o gestor público utilizar-se do comando 
encartado no art. 24, XI, pois a incidência desse dispositivo exige o início 
da execução FORMAL do contrato pelo licitante vencedor (FCC, PGE/RN, 
3ª fase, 2015). 
_______________________________________________________________ 
VII. LICITAÇÃO INEXIGÍVEL: 
 Diferentemente da dispensa, em que a competição é possível, na 
inexigibilidade, a competição é inviável, tornando inócuo o procedimento 
licitatório, cuja razão de ser é, justamente, fomentar a disputa entre os 
interessados, a fim de angariar a melhor proposta. Em outras palavras, a 
utilização da licitação, nesses casos, não cumpriria com o interesse público, 
sendo, bem ao revés, mero formalismo prejudicial à economicidade 
administrativa e à celeridade na satisfação de necessidades públicas. Faltaria, 
pois, o pressuposto jurídico mencionado por Celso Antônio Bandeira de Mello. 
 Cumpre salientar que a relação dos casos de inexigibilidade, ao 
contrário dos casos de dispensa, não é exaustiva. O que os incisos I a III do 
art. 25 estabelecem é, simplesmente, uma prévia e já resoluta indicação de 
hipóteses nas quais a competição seria inviável, sem, contudo, excluir outras 
situações não catalogadas, mas igualmente possíveis. 
1. Aquisição com fornecedor exclusivo: 
Dispõe o art. 25, I, da Lei n.º 8.666/93 que é inexigível a licitação para 
aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos 
por fornecedor exclusivo. O dispositivo disciplina, ainda, a vedação à preferência 
por marcas e a necessidade de comprovação da exclusividade, por meio de 
certidão fornecidas pelas autoridades competentes. 
José dos Santos Carvalho Filho aduz que a exclusividade pode ser 
absoluta ou relativa, sendo certo que ambas autorizam a contratação direta. A 
primeira refere-se à existência de um único fornecedor no país, ao passo que a 
segunda diz com a exclusividade na praça onde deva ocorrer a aquisição do 
 
 
 
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bem. Seria viável, por exemplo, que um Município pequeno, onde exista apenas 
um posto de combustível, adquirisse gasolina para os carros oficiais em outras 
cidades, a pretexto de satisfazer o princípio da obrigatoriedade da licitação? 
Óbvio que não. 
Por sua vez, com relação à noção de “praça”, Diógenes Gasparini 
esclarece: 
É mister distinguir a noção de praça quando se trata de produção 
de bem da praça comercial. Esta é aferível em função do vulto 
do contrato. Se a licitação for do tipo convite, considerar-se-á a 
exclusividade da localidade da futura contratação; se for tomada 
de preços, levar-se-á em consideração a exclusividade no 
registro cadastral; se for concorrência, exclusivo é o que for 
único no país. 
 No que tange à escolha de marcas, conforme já assentado, ela deve ser 
evitada, em razão de tolher o caráter competitivo da licitação e, 
consequentemente, a consecução da melhor proposta para Administração. Tal 
assertiva, no entanto, não pode ser interpretada de forma incondicional ou 
absoluta, pois, em situações excepcionais, o objeto pretendido pela 
Administração depende impreterivelmente da escolha de uma marca. Portanto, 
em situações específicas, a vedação contida no inciso I do art. 25 não constitui 
óbice a escolha de marcas, mediante adjudicação direta por exclusividade do 
fornecedor. 
2. Serviços técnicos, de natureza singular a serem prestados por 
empresas ou profissionais especializados: 
Assevera o art. 25, II, da Lei n.º 8.666/93 que a licitação é inexigível para 
contratação dos serviços técnicos enumerados no art. 13 da mesma lei, desde 
que possuam natureza singular e devam ser executados por profissionais de 
notória especialização. A norma estabelece, contudo, a impossibilidade de 
contratação, com base nesse inciso, de serviços de publicidade e divulgação. 
 
 
 
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Assim, a inexigibilidade ora descrita pressupõe a presença CUMULATIVA 
dos seguintes requisitos: 
(i) Tratar-se de serviço técnico, constante do art. 13 da Lei n.º 
8.666/93; 
(ii) Referir-se a profissional ou empresade notória especialização; 
(iii) Restar caracterizada a natureza singular do serviço a ser 
prestado. 
É importante anotar que a “notória especialização” exigida é conceito 
relativo, pois pode variar de acordo com a localidade da prestação contratual. 
Assim, determinado profissional pode deter atributos ou específica formação que 
lhe franqueie status de notório especialista em uma pequena cidade ou região, 
embora seu trabalho e reputação sejam inteiramente desconhecidos na capital 
ou no país. Essa relatividade deve ser respeitada e apurada no caso concreto. 
O objeto singular, por sua vez, caracteriza-se por guardar certo grau de 
complexidade maior do que o normal. Celso Antônio Bandeira de Mello aduz que 
um serviço deve ser havido como singular quando nele tem de interferir, como 
requisito de satisfatório atendimento da necessidade administrativa, um 
componente criativo de seu autor, envolvendo o estilo, o traço, a engenhosidade, 
a especial habilidade, a contribuição intelectual ou a argúcia de quem o executa. 
O referido inciso não justifica, portanto, a contratação de serviços 
rotineiros, como o patrocínio de causas jurídicas de massa ou multitudinárias, 
cujo grau de dificuldade não extrapole os esforços cotidianos de um causídico 
de capacidade intelectual mediana. A singularidade imposta pelo art. 25 restringe 
a hipótese a serviços específicos, delimitados e extraordinários, que requeiram 
expertise não verificada nos quadros da Administração. 
Nesse ponto, impera mencionar que os assessoramentos jurídicos, 
naturais à advocacia pública, e o patrocínio ou defesa habitual das diversas 
causas jurídicas propostas em favor ou contra os entes administrativos 
caracterizam-se como atividades próprias da carreira funcional, para cujo o 
ingresso é necessária a prévia aprovação em concurso público, na forma do art. 
37, II, da CF/88. 
 
 
 
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Questão FCC, TCE/PI, 2014: 
O Governo do Estado do Piauí, em face de centenas de ações visando a obrigá-lo à entrega de 
medicamentos e próteses, o que extrapolaria sua previsão orçamentária, contrata sem licitação o 
escritório de advocacia paulista Muricy & Menezes, de atuação geral mas com experiência provada em 
inúmeras demandas na área da saúde e, especificamente, em relação à hipótese que originou sua 
contratação pelo governo piauiense. Como Assessor Jurídico do Tribunal de Contas do Piauí, examine 
a legalidade ou não dessa contratação, propondo em parecer as medidas extrajudiciais e judiciais 
cabíveis. 
Padrão de resposta (FCC): 
I. Analisar a questão sob o ângulo da presunção de que prévia licitação produz a melhor contratação, 
com obediência à isonomia, à impessoalidade e à moralidade. Complementarmente, argumentar que a 
ausência de licitação deve ser, sempre, precedida de procedimento administrativo prévio, não se tratando 
de contratação informal, só possível em situações-limite, o que ocorre nos autos. Apontar ainda que a 
representação judicial dos Estados é de responsabilidade de seus Procuradores (art. 132 da CF/88; art. 
12, I, do CPC), pelo que só em situações excepcionais, diante de singularidades, justificar-se-ia a 
contratação de advogados externos aos quadros públicos. 
II. O não enquadramento dos fatos na inexigibilidade prevista no art. 25, II e parágrafo 1º, da Lei n.º 
8.666/93, porque: (i) não haveria notória especialização, já que se trata de escritório de advocacia com 
atuação geral; (ii) a inexigibilidade de licitação decorre legalmente da inviabilidade de competição, o que, 
em regra, não ocorre no segmento da prestação de serviços advocatícios; (iii) não se caracteriza o 
requisito, ínsito à inexigibilidade pela notória especialização, de que o escritório contratado mostrar-se-ia 
“essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato” – art. 25, §1º, 
da Lei n.º8.666/93; (iv) não há situação jurídica singular, mas mera advocacia de massa, relativa a 
inúmeros casos repetitivos, com provimentos jurisdicionais similares, sem justificativa para que essa 
advocacia não seja prestada pelos próprios Procuradores Judiciais do Estado. 
III. O parecer, ao próprio Tribunal de Contas do Piauí, subsidiará o julgamento administrativo da 
contratação, propondo-se à Assembleia Legislativa do Estado o reconhecimento de sua nulidade, pelo 
não preenchimento dos requisitos legais à inexigibilidade de licitação. Deverá ser proposto, também, o 
encaminhamento oportuno ao Ministério Público, pelo TC do Piauí, para ajuizamento da ação civil pública 
cabível, bem como para o exame de eventuais sanções criminais aplicáveis (art. 89 da Lei n.º 8.666/93). 
 
 
 
 
 
 
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3. Profissional do setor artístico: 
A seu turno, o inciso III do art. 25 preconiza ser inexigível a licitação para 
contratação de profissional do setor artístico, desde que seja consagrado pela 
crítica especializada ou pela opinião pública. A inviabilidade de competição, 
nessa hipótese, decorre da impossibilidade de se realizar uma aferição 
minimamente objetiva do conteúdo a ser contratado, dada a subjetividade natural 
ao gosto pelas artes. 
4. Credenciamento: 
 Conforme já registrado, a licitação é inexigível quando houver 
inviabilidade de competição, sendo as três hipóteses referidas no art. 25 da Lei 
n.º 8.666/93 meramente exemplificativas, pois o legislador não teria como prever 
todas as situações em que a competição seria impossível. 
Nesse contexto, o instituto jurídico denominado “credenciamento” é uma 
hipótese de inexigibilidade de licitação, em razão da inviabilidade de competição 
pela necessidade da contratação de todos (leia-se, o maior número possível de 
interessados). Ou seja, se a Administração pretende mediante chamamento 
público contratar todos, entre eles não haverá competição, bastando que 
cumpram as exigências legais e contratuais. É o que demonstra Jorge Ulisses 
Jacoby Fernandes: 
“Se a Administração convoca todos os profissionais de 
determinado setor, dispondo-se a contratar todos os que tiverem 
interesse e que satisfaçam os requisitos estabelecidos, fixando 
ela própria o valor que se dispõe a pagar, os possíveis licitantes 
não competirão, no estrito sentido da palavra, inviabilizando a 
competição, uma vez que a todos foi assegurada a contratação. 
É a figura do ‘credenciamento’, que o Tribunal de Contas da 
União vem recomendando para a contratação de serviços 
médicos, jurídicos e de treinamento.” 
O sistema de credenciamento traz muitas vantagens para a 
Administração, desburocratizando suas ações pela diminuição do número de 
 
 
 
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processos licitatórios e pelo melhor uso dos recursos disponíveis. Nesse sentido, 
as lições de Sônia Y. K. Tanaka: 
“A vantagem do referido sistema é justamente essa: após a 
avaliação de toda a documentação encaminhada pelos 
interessados, estes restarão credenciados junto à Administração 
Pública, que poderá, a qualquer momento e independentemente 
de qualquer outro procedimento, contratá-los para a prestação 
dos serviços que se fizerem necessários, observadas as 
condições estabelecidas no instrumento convocatório, inclusive 
o preço.” 
 O exemplo mais comum de “credenciamento” é a contratação de hospitais 
privados para prestação de serviços ao SUS. A Administração torna público o 
instrumento convocatório, pretendendo contratar o maior número de hospitais 
interessados que aceitem as condições contratuais e cumpram as exigências 
legais. 
Uma analogia didática seria a relação LICITAÇÃO XCONCURSO 
PÚBLICO – CREDENCIAMENTO X EXAME DA OAB. Na primeira, há 
viabilidade e necessidade de competição, em razão de o número de vagas ser 
limitado; na segunda, não há competição, bastando que os candidatos cumpram 
os requisitos exigidos no edital. 
 
_______________________________________________________________ 
VIII. JUSTIFICAÇÃO DE DISPENSAS E INEXIGIBILIDADES: 
 Mesmo nas hipóteses de adjudicação direta do objeto contratual, a 
Administração Pública deve obediência aos princípios do Direito Administrativo, 
notadamente o da moralidade e o da publicidade. Nesse contexto, o art. 26 da 
Lei n.º 8.666/93 exige expressamente a obediência “condicionantes de eficácia” 
e a certos “elementos de instrução”. 
a) Condicionantes de eficácia: as dispensas (excluindo as de pequeno 
valor) e as inexigibilidades devem ser justificadas e comunicadas, dentro 
 
 
 
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do prazo de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e 
publicação na imprensa oficial no prazo de 5 (cinco) dias. 
b) Elementos de instrução: o parágrafo único do art. 26 reclama, em 
processos de contratação direta, os seguintes requisitos: (i) 
caracterização da situação emergencial ou calamitosa (quando for o 
caso); (ii) razão da escolha do fornecedor ou executante; (iii) justificativa 
do preço; (iv) documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos 
quais os bens serão alocados (quando for o caso). 
Destacam-se as exigências de apresentação da razão da escolha do 
fornecedor ou executante e a justificativa de preços, cabíveis em todas as 
hipóteses de dispensa e inexigibilidade. A caracterização da situação 
emergencial e a aprovação dos projetos de pesquisa serão necessárias apenas 
nas respectivas hipóteses. 
Reitere-se, ainda, que o comando encartado no caput do art. 26 exclui as 
hipóteses dos incisos I e II do art. 24, que tratam da dispensa para contratação 
de objeto de “pequeno valor”, da obediência aos condicionantes de eficácia. 
 
_______________________________________________________________ 
IX. MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 Nos termos do art. 22 da Lei n.º 8.666/93, são modalidades de licitação: 
(i) a concorrência; (ii) a tomada de preços; (iii) o convite; (iv) o concurso; (v) e o 
leilão. Celso Antônio Bandeira de Mello adverte, ainda, que a Lei n.º 10.520/2002 
estabeleceu uma sexta modalidade de licitação (o “pregão”), mas que, por 
razões didáticas, será abordada em material próprio. 
1. Concorrência: 
É a modalidade licitatória genérica destinada a transações de maior vulto, 
precedida de ampla publicidade, à qual podem afluir quaisquer interessados que 
preencham as condições estabelecidas. 
 
 
 
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Dispõe o art. 23 que será obrigatória a utilização da concorrência para 
obras e serviços de engenharia cujo valor seja superior a R$ 1.500.000,00 (um 
milhão e quinhentos mil reais), bem como para compras e outros serviços cuja 
importância esteja acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). 
Todavia, embora a concorrência tenha vocação para contratos de maior 
expressão econômica, em algumas hipóteses, será ela OBRIGATÓRIA, 
independentemente do valor a ser contratado. São estas as hipóteses: 
(i) Na compra de bens imóveis; 
(ii) Nas alienações de bens imóveis para as quais não haja adotado a 
modalidade leilão; 
(iii) Nas concessões de direito real de uso; 
(iv) Nas licitações internacionais, via de regra; 
(v) Nos contratos de empreitada integral; 
(vi) Nas concessões de obra ou serviço público; 
(vii) Para efetuar-se o registro de preços. 
_______________________________________________________________ 
ATENÇÃO – Licitações de “alta complexidade técnica”, de “grande vulto” 
e de “imenso vulto”: 
 Nos termos do art. 30, §9º, da Lei Geral de Licitações, entende-se por 
“licitação de alta complexidade técnica” aquela cujo objeto envolva “alta 
especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do 
objeto a ser contratado”, ou para garantir que não haja risco de 
comprometimento da “continuidade da prestação de serviços públicos 
essenciais”. 
 Por sua vez, as licitações de “grande vulto” são aquelas em que, na forma 
do art. 6, V, da Lei n.º 8.666/93, os valores estimados para o objeto contratual 
 
 
 
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excedam em 25 vezes o limite a partir do qual é exigida a modalidade 
concorrência para obras e serviços de engenharia (25 x 1,5mi = R$ 37,5 mi). 
 Em ambas as situações – licitações de “alta complexidade técnica” e de 
“grande vulto” – a Administração poderá exigir dos licitantes a metodologia da 
execução, que será, para fins de aceitação ou recusa, avaliada ANTES da 
análise dos preços (art. 30, §8º). 
 Por fim as licitações de “imenso vulto” são aquelas em que o valor 
estimado do objeto da licitação ou de um conjunto de licitações “sucessivas ou 
simultâneas” exceda em 100 vezes o limite previsto para obrigatoriedade de 
concorrência para obras e serviços de engenharia (100 x 1,5mi = R$ 150 mi). 
Nessa espécie de licitação, o procedimento será iniciado, obrigatoriamente, por 
uma AUDIÊNCIA PÚBLICA concedida pela autoridade responsável, com 
antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para publicação do edital 
e divulgada pelos mesmos meios previstos para licitação (art. 39). 
_______________________________________________________________ 
2. Tomada de preços: 
A tomada de preços, por sua vez, destina-se a transações de vulto médio, 
da qual participam pessoas previamente inscritas em cadastro administrativo, 
bem aqueles que preencham as condições exigidas para o cadastramento até o 
terceiro dia anterior à data fixada para o recebimento das propostas. 
Dispõe o art. 23 que será utilizada a tomada de preços para obras e 
serviços de engenharia cujo valor esteja compreendido entre R$ 150.000,00 
(cento e cinquenta mil reais) e R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil 
reais), bem como para compras e outros serviços cuja importância esteja 
alocada entre R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e R$ 650.000,00 (seiscentos e 
cinquenta mil reais). Ressalta-se, contudo, que nas hipóteses em que é 
possível a tomada de preços, é facultada a utilização da concorrência. 
Quanto aos não cadastrados que pretendam afluir ao certame, na esteira 
de Marçal Justen Filho, importa pontuar que o prazo de três dias se refere à 
apresentação da documentação necessária ao cadastramento, não podendo 
 
 
 
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ser eles prejudicados pela eventual demora da Administração no processamento 
do cadastro. 
Caso seja indeferido o cadastro e, consequentemente, a participação no 
procedimento licitatório, poderá o pretenso licitante interpor recurso 
administrativo, que terá efeito suspensivo, eis que o referido indeferimento 
equivalerá a uma inabilitação (art. 109, §2º) 
3. Convite: 
O convite é a modalidade licitatória cabível perante relações que 
envolvam os valores mais baixos, na qual Administração convoca pelo menos 
três pessoas que operam no ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou não, e 
afixa em local próprio cópia do instrumento convocatório, estendendo o mesmo 
convite aos cadastrados na área de atuação referente ao futuro ajuste, para que, 
caso queiram, manifestem interesse até 24 horas antes da apresentação das 
propostas. 
Celso Antônio Bandeira de Mello entende que, mesmo os não 
cadastrados, simetricamente ao disposto em relação à tomada de preços, terão 
direito a disputar o convite se, tomandoconhecimento dele, requerem o 
cadastramento no prazo de três dias antes do recebimento das propostas. 
Dispõe o art. 23 que será utilizado o convite para obras e serviços de 
engenharia cujo valor não supere R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), 
bem como para compras e outros serviços cuja importância se limite a R$ 
80.000,00 (oitenta mil reais). Ressalta-se, contudo, que nas hipóteses em que 
é possível o convite, é facultada a utilização de tomada de preços ou 
concorrência. 
Mesmo que não se atinja o número mínimo de três licitantes, por 
limitações de mercado ou desinteresse dos convidados, o certame poderá ser 
realizado, desde que tais circunstâncias sejam justificadas no processo; caso 
contrário haveria invalidade e o convite teria que ser repetido (art. 22, §7º) 
Por outro lado, se existirem na praça mais de três interessados, a cada 
novo convite realizado para o objeto idêntico ou assemelhado deverá ser 
 
 
 
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convidado pelo menos mais um, enquanto não existirem convidados 
cadastrados não convocados nas últimas licitações (art. 22, §6º). 
4. Concurso: 
É a modalidade prevista na legislação para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante prêmios ou remuneração aos vencedores, 
conforme critérios apresentados pelo edital, que deve ser publicado na imprensa 
oficial com antecedência mínima de 45 dias. 
_______________________________________________________________ 
ATENÇÃO – Duas regras muito cobradas sobre a modalidade concurso: 
(i) O julgamento do concurso é realizado por comissão especial integrada 
por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da 
matéria, sejam ou NÃO servidores públicos (art. 51, §5º) 
(ii) Os tipos de licitação – “menor preço”, “melhor técnica”, “técnica e 
preço” ou “maior lance ou oferta” – NÃO se aplicam ao concurso, na 
forma do art. 45, §1º, da Lei n.º 8.666/93. 
_______________________________________________________________
Leilão: 
É a modalidade licitatória utilizável para venda de bens moveis inservíveis 
para a Administração ou legalmente apreendidos ou adquiridos por força de 
execução judicial. O leilão serve ainda para venda de bens imóveis cuja 
aquisição haja derivado de procedimento judicial ou dação em pagamento, a 
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação. 
A utilização do leilão é restrita aos casos em que o valor isolado ou global 
de avaliação deles NÃO exceder o limite fixado para compras por tomada de 
preços (art. 17, §6º). 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
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Quadro comparativo: 
CONCORRÊNCIA, TOMADA DE PREÇOS e CONVITE 
Quesitos 
 
 Modalidades 
CONCORRÊNCIA TOMADA DE PREÇOS CONVITE 
Vulto econômico e 
complexidade 
Maiores; Médios; Menores; 
 
Universo de 
participantes 
Quaisquer interessados; Cadastrados ou os que 
requeiram cadastramento 
até três dias antes do 
recebimento das 
propostas; 
Convidados ou os que 
manifestarem interesse 
até 24 horas antes do 
recebimento das 
propostas. 
 
Prazo mínimo entre a 
publicação do 
instrumento 
convocatório e a data 
fixada para 
recebimento das 
propostas 
Em regra, 30 dias corridos. 
Contudo, será de, pelo 
menos, 45 dias corridos se 
se tratar de concorrência a 
ser decidida pelo critério 
“melhor técnica” ou “técnica 
e preço”, ou, ainda, se 
estiver preordenada a 
contrato de empreitada 
integral; 
Em regra, 15 dias corridos. 
Contudo, será de, pelo 
menos, 30 dias corridos se 
se tratar de concorrência a 
ser decidida pelo critério 
“melhor técnica” ou 
“técnica e preço; 
5 dias úteis. 
Forma de publicação 
do instrumento 
convocatório 
Publicação do edital na 
imprensa; 
Publicação do edital na 
imprensa; 
Afixação da carta-convite 
em local próprio da 
repartição. 
 
 
Comissão julgadora 
Permanente ou especial, 
composta de pelo menos 
três membros, sendo que 
dois deverão ser 
obrigatoriamente servidores 
qualificados; 
Permanente ou especial, 
composta de pelo menos 
três membros, sendo que 
dois deverão ser 
obrigatoriamente 
servidores qualificados; 
A comissão pode ser 
substituída por um único 
servidor nas unidades 
administrativas 
pequenas e que contem 
com pessoal escasso. 
Obs. 1: É possível substituir uma modalidade menos complexa por outra mais complexa. Assim, nas 
hipóteses em que seja cabível o convite, também o serão a tomada de preços e a concorrência; e nas hipóteses 
em que seja cabível a tomada de preços, também o será a concorrência. O inverso não é permitido; 
 
 
 
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Obs. 2: Celso Antônio Bandeira de Mello aduz que foi proposital a omissão da lei em não se referir ao prazo 
mínimo entre a publicação do edital e o recebimento das propostas nos casos de tomada de preço preordenada 
a contrato de empreitada integral. Assim, segundo o autor, quando a execução contratual deva se operar por 
empreitada integral, a modalidade cabível é apenas a concorrência. 
Obs. 3: Ainda em relação ao interregno entre a publicação do edital e a apresentação de propostas, importa 
acentuar a forma de contagem dos dias, que destoa no convite: dias ÚTEIS. Nas demais modalidades, os dias 
são contados de forma corrida. 
Obs. 4: É vedada a criação de outras modalidades ou a combinação das referidas na Lei n.º 8.666/93 (art. 
22, §8º). 
 
_______________________________________________________________ 
X. ETAPAS INTERNA E EXTERNA DA LICITAÇÃO: 
 As licitações possuem uma etapa interna e uma externa. A primeira é 
aquela em que a promotora do certame, em seu recinto, pratica todos os atos 
condicionais à sua abertura, antes, pois, de implementar a convocação dos 
interessados. A segunda, por sua vez, deflagra-se com a publicação do edital ou 
do convite, momento em que se tornam conhecidas as condições de participação 
e disputa; nesse instante, irrompe-se a oportunidade de relacionamento entre a 
Administração e os que se propõem a afluir ao certame. 
 Na fase interna da licitação, avultam dois temas: o dos requisitos para 
instaurá-la e o das vedações. A etapa externa, por outro lado, compõe-se das 
chamadas “fases da licitação”, que serão abordadas, pela relevância, no tópico 
XI. 
1. Requisitos para instauração das licitações: 
É necessária a observância dos seguintes requisitos, para ser instaurado 
o procedimento licitatório destinado à contratação de: 
a) Obras ou serviços: 
 
 
 
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(i) Projeto básico, isto é, o conjunto de elementos definidores do 
objeto suficientes para a estimativa de seu custo final e prazo de 
execução; 
(ii) Orçamento que detalhe a composição dos custos unitários; 
(iii) Recursos orçamentários previstos, para assegurar o pagamento 
das obrigações a serem saldadas no exercício; 
(iv) Quando for o caso, estar o produto da obra nas metas do Plano 
Plurianual. 
 
b) Compras: 
(i) Adequada caracterização do objeto; 
(ii) Indicação de recursos orçamentários, para acobertar a obrigação. 
 
2. Vedações nas licitações: 
 
a) Quanto ao OBJETO, é vedado: 
(i) Incluir nele a obtenção de recursos financeiros para sua 
execução, salvo no caso de empreendimentos a serem 
executados e explorados no regime de concessão, que 
obedecerá a legislação específica (art. 7º, §3º). 
(ii) Incluir nele o fornecimento de materiaissem previsão de 
quantitativos ou que não correspondam às previsões do projeto 
básico ou executivo (art. 7º, §4º). 
(iii) Incluir nele bens e serviços sem similaridade, ou indicar marcas 
ou características e especificações exclusivas, salvo quando 
tecnicamente justificável fazê-lo (art. 7º, §5º). 
 
b) Quanto aos pretensos LICITANTES, é vedado participar do certame: 
 
 
 
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(i) Membro da comissão de licitação, assim como o servidor do 
órgão ou entidade responsável pela licitação ou contratante de 
seu objeto; 
(ii) Os que estiverem impedidos, em decorrência de sanções 
administrativas; 
(iii) O autor do projeto básico ou executivo, seja pessoa física ou 
jurídica; 
(iv) A empresa, ainda que em consórcio, da qual o autor do projeto 
seja dirigente, gerente, responsável técnico, subcontratado ou 
detentor de mais de 5% do capital com direito a voto ou 
controlador. 
FASE INTERNA DA LICITAÇÃO 
REQUISITOS VEDAÇÕES 
Obras e serviços Compras Ao objeto Aos participantes 
1. Projeto básico; 1. Caracterização do 
objeto; 
1. Impossibilidade, em 
regra, de incluir no objeto a 
obtenção de recursos 
financeiros; 
1. Impossibilidade de 
participar membro da 
comissão de licitação ou 
servidor por ela 
responsável; 
2. Orçamento do objeto, 
com detalhamento dos 
valores unitários; 
2. Previsão de recursos 
orçamentários; 
2. Impossibilidade de incluir 
no objeto o fornecimento de 
materiais não quantificados 
ou cuja quantidade não 
esteja conforme os projetos 
básico ou executivo; 
2. Impossibilidade de 
participarem os impedidos; 
3. Previsão de recursos 
orçamentários; 
 3. Impossibilidade, em 
regra, de incluir no objeto 
bens sem similaridade, ou 
indicar marcas e 
especificações exclusivas. 
3. Impossibilidade de 
participar o autor dos 
projetos básico ou 
executivo; 
 
 
 
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4. Inclusão no PPA, se 
for o caso. 
 4. Impossibilidade de 
participar empresa da qual 
o autor dos projetos básico 
ou executivo tenha poder 
de decisão gerencial ou 
técnica. 
Obs. 1: A previsão orçamentária de que trata o inciso III do § 2º do art. 7º da Lei de Licitações NÃO significa 
disponibilidade financeira. Na linha de Joel de Menezes Niebuhr, o dispositivo exige apenas que se disponha 
dos recursos no exercício financeiro correspondente ao contrato, isto é, que haja previsão dos recursos na 
respectiva lei orçamentária. Cumpre insistir — porque deveras frequente é a confusão — que a Administração 
não precisa dispor, à época da licitação, do montante necessário para arcar com o contrato; ela precisa apenas 
indicar que há previsões no orçamento para realizar os pagamentos futuros (STJ. 2ª Turma. REsp 1.141.021-
SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/08/2012); 
Obs. 2: Atentar para o fato de que a Lei n.º 8.666/93 não exige como requisito para instauração do 
procedimento licitatório a prévia aprovação do PROJETO EXECUTIVO, pois este pode ser desenvolvido 
concomitantemente com a execução das obras e serviços (Art. 7º, §1º). A doutrina, inclusive, critica bastante 
essa previsão legal, pois, segundo sustenta, a prévia aprovação também do projeto executivo, como requisito 
para deflagração do certame, tornaria o procedimento mais seguro e previsível. 
Obs. 3: A violação das vedações importa nulidade do certame e responsabilização de quem lhe tenha dado 
causa (art. 7º, §6º); 
Obs. 4: A vedação à participação direta ou indireta do autor dos projetos básico e executivo não obsta a que a 
licitação inclua em seu objeto a elaboração do projeto EXECUTIVO como encargo do licitante. 
 
_______________________________________________________________ 
 
XI. FASES EXTERNAS DA LICITAÇÃO: 
 Conforme acima anunciado, o procedimento licitatório divide-se em duas 
etapas: a interna e a externa. Na interna, importam dois temas: requisitos para 
instauração das licitações e vedações nas licitações. Na externa, por sua vez, 
estudam-se as fases propriamente ditas do certame. São elas: 
 
 
 
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1. Edital: 
Ato pelo qual são convocados os 
interessados e estabelecidas as condições 
que irão reger a licitação; 
2. Habilitação: 
Ato pelo qual são admitidos os proponentes 
aptos; 
3. Julgamento: 
Ato pelo qual são ordenadas as propostas 
admitidas; 
4. Homologação: 
Ato pelo qual se confirma a regularidade do 
desenvolvimento do procedimento anterior; 
5. Adjudicação: 
Ato pelo qual é selecionado o proponente que 
haja apresentado a proposta havida como 
satisfatória. 
Obs. 1: Na modalidade convite inexiste a fase de habilitação, ante o pequeno vulto do bem ou serviço do 
certame. Esta é presumida. A própria entidade licitadora convoca, por escrito, três fornecedores que de 
antemão repute habilitados. 
Obs. 2: Na modalidade concorrência a habilitação realiza-se no bojo de uma dada licitação específica 
para ela. Na tomada de preços a habilitação decorre do registro cadastral, sendo, por isso, 
inespecífica para uma ou outra licitação, mesmo que seja solicitada por ocasião de determinado certame 
e em vista dele. 
Obs. 3: É possível que o objeto pretendido pela Administração seja adjudicado por mais de um 
licitante. Isso ocorrerá nos casos em que seja justificável a divisão da execução de uma obra, de vulto 
notável, em diversos lotes licitados em uma só concorrência. A referida possibilidade também poderá 
acontecer na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou 
complexo (art. 23, §7º). Tais práticas tendem a ampliar a competitividade e potencializar a eficiência e rapidez 
porventura necessárias. 
Obs. 4: É pressuposto da habilitação a regularidade fiscal. Todavia, segundo Bandeira de Mello, a exigência 
de débitos fiscais só pode ser inabilitante se o montante deles puder comprometer a “garantia do 
cumprimento das obrigações” que possam resultar da eventual avença. Isso porque, nos termos do art. 
37, XXI, da CF/88, as exigências de qualificação dos pretensos licitantes devem se limitar à garantia do 
cumprimento das obrigações a serem satisfeitas no futuro contrato. Desse modo, a regularidade fiscal não 
pode irromper o limite do estritamente necessário ao cumprimento dessas relações jurídicas. Ressalva-se 
 
 
 
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desse raciocínio, contudo, os débitos com a Seguridade Social, que, mesmo mínimos, justificam a inabilitação 
do participante, eis que para eles há comando constitucional específico (art. 195, §3º). 
Obs. 5: A qualificação técnica é um dos elementos para habilitação do licitante. Quanto a esse particular, 
embora o art. 30, II e §1º, I, da Lei n.º 8.666/93 refira-se apenas à capacidade técnica-profissional, exigindo 
das pessoas que irão assumir a execução contratual experiência em serviço similar, o STJ, na esteira de 
Marçal Justen Filho, assentou que, além disso, o edital poderá exigir também que a própria empresa já 
tenha atuado em serviço similar. Cuida-se da chamada qualificação técnica operacional, que se soma 
à qualificação técnica profissional, para fins de habilitação (informativo 533). 
Obs. 6: Nos consórcios, para efeitos de qualificação técnica, é ADMITIDO o somatório dos quantitativos de 
cada empresa, ao passo que, para fins de qualificação-econômico-financeira, é ADMITIDO o somatório dos 
valores de cada qual, porém na proporção da respectiva participação. 
Obs. 7: Nos termos do art. 32, §1º, da Lei n.º 8.666/93, a exigênciados documentos comprobatórios de 
habilitação pode ser dispensada, total ou parcialmente, no leilão, concurso, convite e no fornecimento de 
bens para pronta entrega. 
Obs. 8: Se à licitação comparecer apenas um interessado, deve-se apurar normalmente sua habilitação. Se 
habilitado, sua proposta será examinada tal como ocorreria se outros disputantes existissem. Não há óbice 
algum a que lhe seja adjudicado o objeto da licitação, em sendo regular a sua proposta, pelo fato de 
inexistirem outros interessados. O mesmo ocorrerá se vários comparecerem, mas apenas um for 
habilitado. 
Obs. 9: É possível que um licitante já habilitado sofra, em momento posterior, mutações detrimentosas em 
sua capacitação. É dizer: fato superveniente à habilitação pode alterar a capacidade do licitante, 
eliminando-a em quaisquer de seus aspectos ou reduzindo-a a níveis inferiores ao exigido. É o que 
ocorre, por exemplo, com a decretação de falência posterior à fase de habilitação. 
Obs. 10: O instituto da LICITAÇÃO FRUSTADA ocorre quando todas as propostas colhidas no procedimento 
restem desclassificadas, em razão de estarem em desconformidade com o edital. Nessa situação, nos termos 
do art. 48, §3º, poderá a Administração fixar o prazo de oito dias, ou três dias no caso de convite, para que 
os respectivos autores apresentem outras, escoimadas dos vícios anteriormente verificados (CUIDADO! Não 
confundir com LICITAÇÃO DESERTA, sendo esta a que não comparecem interessados). 
Obs. 11: A jurisprudência tem perfilhado o entendimento segundo o qual a adjudicação da licitação NÃO 
confere direito subjetivo do primeiro classificado à assinatura do contrato. O instituto franqueia apenas 
 
 
 
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o direito a que o primeiro classificado seja contratado, caso a Administração leve a cabo seu intento em 
relação ao objeto pretendido. 
Obs. 12: Segundo o TCU, nos serviços de natureza divisível, a adjudicação deve se operar por item, e 
não por preço global. Isso significa, por exemplo, que em licitações para contratação de serviços 
terceirizados de “limpeza, vigilância e portaria”, ainda que seja realizado apenas um procedimento licitatório, 
o julgamento deve ser feito item por item. Esse entendimento parte da premissa segundo a qual a excelência 
em determinado segmento a ser prestado não redunda, necessariamente, na qualidade do outro serviço. Não 
seria vantajoso para Administração, por exemplo, contratar uma empresa que melhor fornecesse limpeza, 
mas que tivesse desempenho desastroso na segurança. Essa concepção potencializa, a um só tempo, a 
competitividade da licitação e a eficiência no serviço público (FCC, PGE/RO, 2ª fase, 2011). 
Obs. 13: As leis de licitações editadas após a Lei n.º 8.666/93, em geral, adotaram a inversão das fases de 
habilitação e julgamento, classificando-se primeiro as propostas, para só então proceder-se à análise dos 
documentos de capacitação. Tal inversão tem por escopo acelerar o procedimento, porquanto não será 
necessária a análise dos documentos de todos os licitantes, mas apenas do licitante vencedor, analisando-
se, em ordem, os dos demais apenas se os melhores colocados restarem inabilitados. A referida inversão de 
fases é uma tendência legislativa que pretende não repetir o vício de morosidade da Lei n.º 8.666/93. São 
exemplos de leis que adotam a inversão de fases (julgamento -> habilitação): Lei n.º 8.987/95 (Lei Geral de 
Concessões), Lei n.º 10.520/02 (Pregão), Lei n.º 11.079/04 (PPPs), Lei n.º 12.462/11 (RDC). Contudo, 
CUIDADO: nas leis de serviços públicos – Lei n.º 8.987/95 e Lei n.º 11.079/04 – a inversão de fases é uma 
FACULDADE DO ADMINISTRADOR. 
 
_______________________________________________________________ 
 
XII. TIPOS DE LICITAÇÃO: 
Inicialmente, cumpre alertar que, vez por outra, cobram-se em concursos 
públicos questões confundindo os TIPOS de licitação com as MODALIDADES 
de licitação. Portanto, adverte-se, de logo, que concorrência, tomada de preço, 
convite, concurso e leilão NÃO são tipos de licitação, mas sim modalidades. Da 
mesma forma, “menor preço”, “melhor técnica”, “técnica e preço” e “melhor lance” 
NÃO são modalidades de licitação, mas sim tipos. 
 
 
 
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O termo “tipos”, de fato, é confuso, razão pela qual Celso Antônio 
Bandeira de Mello, tecendo críticas a ele, afirma ser mais adequado falar-se em 
“critérios de julgamento” da licitação. 
 1. Menor preço: 
Proposta mais barata ou com melhores 
condições de pagamento; 
 
 
2. Melhor técnica: 
Proposta que resulta de negociação entre a 
Administração e o licitante que tenha 
apresentado índice técnico 
comparativamente mais elevado do que os 
demais, para que este concorde em 
rebaixar a cotação que havia feito até o 
montante da proposta de menor preço 
dentre as ofertadas; 
 
3. Técnica e preço: 
Proposta que resulta da média ponderada 
das notas atribuídas aos fatores técnica e 
preço, valorados na conformidade dos 
critérios editalícios; 
 
4. Maior lance ou oferta: 
Proposta ofertada em alienação de bens ou 
concessão de direito real de uso, sendo 
vencedora a mais volumosa. 
Obs. 1: Celso Antônio Bandeira de Mello adverte que nem sempre o preço nominalmente mais baixo é o 
“menor preço”. Segundo o autor, devem ser considerados rendimentos e condições de pagamento, por 
serem estes critérios relevantes na definição objetiva da melhor aquisição; 
Obs. 2: O critério “melhor técnica”, embora o nome indique o contrário, também leva em conta o preço das 
ofertas, em um segundo momento de negociação. Assim, por exemplo, se nenhum dos autores das 
propostas tecnicamente melhor alocadas aquiescer em reduzir o preço, terminará por ser escolhida a de 
menor preço, conquanto tecnicamente inferior a todas as demais. 
Obs. 3: A regra geral é a do julgamento pelo “menor preço”, visto que tanto a licitação de “melhor técnica” 
quanto a de “técnica e preço” só tem cabimento em três hipóteses: (i) para serviços de natureza 
predominantemente intelectual (art. 46); (ii) para contratação de bens e serviços de informática (art. 45, 
 
 
 
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§4)º; (iii) excepcionalmente, para fornecimento de bens e execução de obra ou prestação de serviço de 
grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e domínio restrito (art. 46, §3º). 
 
 
_______________________________________________________________ 
XIII. INSTITUTOS IMPORTANTES: 
1. Projeto básico: 
O projeto básico é o documento que inicialmente define o objeto e os 
objetivos da licitação, bem como a sua necessidade e viabilidade orçamentária. 
Na esteira de Jessé Torres Pereira Jr, o projeto básico é ato-condição para 
abertura da licitação, vale dizer, é requisito de validade insubstituível para 
implementação das normas constitucionais voltadas para o controle externo dos 
atos administrativos. 
Questão polêmica é a de saber se o projeto básico é indispensável, 
mesmo que o objeto da licitação não corresponda a obra ou serviço de 
engenharia, já que todos os dispositivos que identificam o conteúdo necessário 
do instituto referem-se a obras. 
Na linha do autor mencionado, Ronny Charles defende que a confecção 
do projeto básico não deve ser imposta apenas por sua existência formal, mas 
sim valorizada pelo seu conteúdo, pela função de descrever o objeto e as 
nuances relativas à contratação, de forma a fomentar o planejamento e a permitir 
a fiscalização e o controle do ato negocial administrativo. 
Desse modo, não havendo compatibilidade entre o objeto a ser 
contratado

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