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www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito do Trabalho – Aula 05 Rafael Tonassi 1 Férias Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída; II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos. § 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. § 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. § 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. § 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito do Trabalho – Aula 05 Rafael Tonassi 2 § 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho. Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. § 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. § 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. § 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. Súmula nº 171 do TST FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT) Súmula nº 261 do TST FÉRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO DE DEMISSÃO. CONTRATO VIGENTE HÁ MENOS DE UM ANO O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais. Relação de trabalho – Estágio Esta modalidade de prestação de serviços pode ser definida como o período durante o qual o estudante exerce uma atividade prática de aprendizagem dos conhecimentos adquiridos na instituição de ensino, em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares, podendo ser realizado no estabelecimento de ensino, na comunidade em geral ou em empresas públicas ou privadas, sob responsabilidade e coordenação/supervisão da instituição de ensino. Na prática encontramos verdadeiros contratos de trabalho que preenchem todos os requisitos do art. 3.° da CLT, recebendo a falsa chancela de estágio com o único e exclusivo escopo de inadimplir os encargos trabalhistas e subtrair desta forma os direitos do hipossuficiente. OJ 366, SDI-1 - ESTAGIÁRIO. DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO DE ESTÁGIO. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ou INDIRETA. PERÍODO POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE - Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado na vigência da Constituição Federal de 1988, é inviável o www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito do Trabalho – Aula 05 Rafael Tonassi 3 reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Administração Pública direta ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/1988, bem como o deferimento de indenização pecuniária, exceto em relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST, se requeridas. Relação de trabalho – Trabalho voluntário A Lei 9.608/1998,em seu art. 1.°, regulamenta o exercício do trabalho voluntário, excluindo de forma expressa a existência de vínculo empregatício nesta hipótese, vejamos: Art. 1.° Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Considerando que o serviço voluntário é prestado a título gratuito, sem o recebimento de qualquer remuneração, não será possível reconhecer-se o vínculo empregatício do trabalhador voluntário com o tomador de serviços (Lei 9.608/1998, art. 1.º, parágrafo único). Trabalho prisional O art. 5.°, XLVII, c, da Constituição da República proíbe a condenação de trabalho forçado em nosso país, todavia constitui um dever do preso que não esteja ali provisoriamente, prestar serviços internos ou externos, respeitadas suas aptidões e capacidades, sob pena de lhe ser imputada a prática de falta grave, como determinam os arts. 31, 39, V, e 50, VI, da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal). Art. 31. O condenado á pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. Art. 39. Constituem deveres do condenado: (...) - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; Art. 50. Comete falta grave o condenado á pena privativa de liberdade que: (...) - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Associado de cooperativa O legítimo associado de cooperativa não possui vínculo de emprego com sua cooperativa nem com seus tomadores de serviço, haja vista o que dispõe o parágrafo único do art. 442 da CLT e o art. 90 da Lei 5.764/1971. Entretanto, para que não se caracterize o vínculo de emprego, é indispensável que não estejam presentes os requisitos do art. 3.° da CLT, pois se isto ocorrer estaremos diante de uma verdadeira relação de emprego, em que se pretende a simulação de um contrato de coo- perativismo com o intuito de burlar a aplicação da CLT e fraudar o pagamento de encargos trabalhistas aplicáveis ao contrato de trabalho. Com o advento da Lei 12690/12, restou expressamente proibida a contratação de cooperativa para a realização de moa de obra subordinada, sendo devida uma multa de R$ 500,00 ( quinhentos reais ) para cada trabalhador flagrado nesta condição Lei 12.690/2012 Art. 5º - A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordinada. Art. 7º - A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir: II - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários; Cabo eleitoral Para essas hipóteses, com o intuito de se furtarem das responsabilidades www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito do Trabalho – Aula 05 Rafael Tonassi 4 trabalhistas aplicáveis a qualquer cidadão, a classe política brasileira determinou, no art. 100 da Lei 9.504/1997, que não gera vínculo de emprego a prestação de serviços para o candidato ou partido. Art. 100. A contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes. Médico-residente Trata-se de um curso de pós-graduação com ingresso obrigatório por meio de processo seletivo destinado à especialização do profissional, tendo regulamentação própria pela Lei 6.932/1981 e pelo Decreto 80.281/1977. Vejamos o teor do art. 4.°-A da Lei 6.932/1981, com a redação dada pela MP 521/2010: Art. 4.°-A. Ao médico-residente é assegurada bolsa no valor de R$ 2.338,06 (dois mil, trezentos e trinta e oito reais e seis centavos), em regime especial de treinamento em serviço de sessenta horas semanais. (Incluído pela Medida Provisória n.° 521, de 2010) § 1.° O médico-residente é filiado ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS como contribuinte individual. (Incluído pela Medida Provisória n.° 521, de 2010) JOGO DO BICHO A exploração do jogo do bicho é uma contravenção penal, assim sendo, não é possível reconhecer o vínculo entre o contraventor e aquele que lhe presta serviços (apontador). OJ-SDI1-199 TST - JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO - É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico. REQUISITOS CARACTERIZADORES DA RELAÇÃO DE EMPREGO Podemos relacionar os requisitos caracterizadores da relação de emprego enumerados em seguida. • pessoalidade; • não eventualidade ou habitualidade • onerosidade; • subordinação; - Casos especiais - Religiosos / indíos / policiais militares É comum surgirem na Justiça do Trabalho, discussões acerca da natureza das relações jurídicas que envolvem trabalhadores e templos religiosos, nestes casos estes negam a existência da Relação de Emprego, sob o argumento que o Reclamante teria servido à igreja em razão de sua fé e vocação religiosa, tendo o trabalho cunho religioso, destinado à assistência espiritual e divulgação de uma ideologia, logo, não podendo ser considerado Empregado, mas sim, um trabalho por vocação divina, se submetendo ao Evangelho e não à igreja. Outro caso atípico é o do policial militar que realiza vigilância privada, nestes casos será cabível a decretação de vínculo eis que a proibição de prestação de afazeres de segurança particular por Policial Militar é de cunho interno do comando da PM (cabível punição interna quanto aos deveres funcionais de Servidor Público), podendo tal entendimento ser aplicado por analogia a bombeiros e policiais civis. SUM-386 TST - POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EM- PREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA - Preenchidos os requisitos do art. 3° da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. Quanto aos indígenas, o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) em seu Art. 14 estabelece que não haverá discriminação entre estes e os demais trabalhadores, logo, aplicando-se aos índios todos os direitos e garantias das leis trabalhistas e www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 1ª FASE Direito do Trabalho – Aula 05 Rafael Tonassi 5 da Previdência Social se caracterizados os elementos do Vínculo de Emprego. Todavia, pelos próprios ditames do dispositivo acima citado, temos que verificar o grau de integração do índio na sociedade para a caracterização do vínculo empregatício, vejamos: Índios Isolados - Contrato de Trabalho Nulo. Índios Em vias de integração - Contrato de Trabalho válido se precedido de prévia aprovação do órgão de proteção ao índio. Índios Integrados - Contrato de Trabalho válido.
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