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Demanda Agregada A curva de demanda agregada é a soma horizontal das curvas de demanda. Deve-se ter em mente que as demandas individuais xi(p,mi) são uma função dos preços e da renda. Assim, a curva de demanda agregada deverá ser: )1(,, I i ii mpxMpx A demanda agregada dependerá, então, dos preços, da renda agregada e da distribuição de renda. Problemas a serem contemplados: (i) problema do econometrista, (ii) problema do teórico positivo e (iii) problema do teórico normativo. Problema do econometrista – quando a demanda agregada pode ser expressa, à semelhança da demanda individual, como uma função dos preços e do nível agregado de riqueza? Problema do teórico positivo – quando a demanda agregada satisfaz o axioma fraco da preferência revelada? Essa é uma característica a ser atendida pela demanda, ou seja, que a demanda compensada seja negativamente inclinada, mas que, na verdade está relacionada com um pressuposto de racionalidade. Isso é importante se pretendemos utilizar alguma análise a partir do agente representativo positivo. Problema do teório normativo – quando a demanda agregada pode ter relevância normativa. Assim como se faz uma análise do agente representativo positivo, para se aferir consequências normativas a partir da demanda agregada, é necessária a existência do agente representativo normativo. Agregação das Demandas Individuais X,xi p Na figura 1, há duas curvas de demanda individual, representadas em azul e uma curva de demanda agregada, representada em negro. A curva de demanda agregada é a soma horizontal das duas curvas. Na figura 1, o consumidor 2 tem o mais alto preço de reserva, representado por r2. O consumidor 1 tem o mais baixo preço de reserva, representado por r1. Assim, o mais alto preço de reserva da demanda agregada é representado pelo consumidor 1. Toda a variação da demanda agregada entre r2 e r1 é fruto de variação da demanda do consumidor 2. Essa variação da demanda é denominada de variação na margem intensiva, ou seja, o consumidor individual deseja consumir mais ou menos quando o preço varia. x1 (p,m1) x2 (p,m2) x1 x2 x1 +x2 r2 r1 Figura 1 – Agregação da demanda Quando o preço chega a r1, a demanda agregada varia em razão do aumento da quantidade consumido pelo consumidor 2 e pela entrada no mercado do consumidor 1. A esse segundo efeito, denomina-se de margem extensiva. p X(p,m) X p Elasticidade Uma importante característica das análises de demanda é procurar entender como ela se comporta frente a variações nos preços e da renda. Uma forma que utilizamos para entender essa variação é conhecer a inclinação da curva de demanda. Nas aulas anteriores, encontramos que as curvas de demanda compensadas obedecem à lei da demanda compensada em que a quantidade varia inversamente com o preço. Para essa análise utilizamos a ideia de inclinação, dx/dp. No entanto, uma análise mais interessante seria conhecer a sensibilidade com relação a variações. Alguns problemas do uso da inclinação são: (i) a variabilidade com relação a unidades de medida, assim, se medirmos os preços em reais e as quantidades em quilogramas obteremos uma determinada inclinação, mas se a quantidade estiver em toneladas, a inclinação será outra; e (ii) a invariabilidade no que se refere a proporções. Suponha que a demanda varie uma unidade quando o preço varia um real. Pela inclinação, isso é indiferente se o consumo atual é 10 ou 100. Para atenuar esses problemas, desenvolveu-se a ideia de elasticidade que é um valor que independe da unidade de medida, mas depende das proporções. )4( )3( )2( x p dp dx x p p x p p x x Quando o valor da elasticidade é maior do que um, diz-se que a demanda é elástica, quando é menor do que um, diz-se que a demanda é inelástica e quando é igual a um, a demanda tem elasticidade unitária. A ideia de elasticidade da demanda está diretamente relacionada à variação da receita. Pensemos que a receita de uma empresa é definida pelo preço multiplicado pela quantidade, sabendo-se que a quantidade é uma função do preço, então: dp dq ppq dp dR pqpR .)( )(. Colocando-se q(p) em evidência, tem-se: )5(1 1)(.1)( pq dp dR pq dp dq q p pq dp dR A equação (5) afirma que sempre que a demanda for inelástica |ε|<1, a receita varia na mesma direção da variação do preço, ou seja, um aumento do preço provoca um aumento da receita. Quando a demanda é elástica |ε|>1, diminuições de preço aumentam a receita. P (q ) Receit a Q(dp/dq) Denomina-se receita marginal a variação da receita com relação a quantidade: )6( 1 11 pdq dp p q p dq dp qqp dq dR Mais uma vez, a receita marginal será positiva se a demanda for elástica e negativa se a demanda for inelástica. Elasticidade-Renda da Demanda Assim como há a elasticidade preço da demanda, também tem a elasticidade renda da demanda que é representada por: )7( q m dm dq Pela curva de Engel, a elasticidade renda da demanda de bens inferiores será negativa e a de bens normais será positiva. Há ainda os bens de luxo que devem ter elasticidade renda da demanda superior a 1. A lei de Engel afirma que a elasticidade renda da demanda por alimentos é menor do que um. No geral, há uma tendência para a aglomeração das elasticidades renda em torno a 1. )8(11.. por ''' 2211 2 2 2 1 1 1 2 222 1 111 2211 2211 2211 2211 ss m m x x s m m x x s m xp s m m x x m xp x x m xp m m m xp m xp mDividindo mxpxp mxpxp mxpxp ii i A equação (8) mostra que se a elasticidade da demanda de um bem é menor do que 1, haverá outro bem com elasticidade maior do que 1. A soma das elasticidades renda ponderadas pelas proporções dos seus respectivos gastos deve ser igual a 1.
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