Buscar

Ciência Política - PODER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CIÊNCIA POLÍTICA 
O PODER 
 
 
Não há sentido em perguntar o que aconteceu 
primeiro: novas reflexões transformaram a 
realidade ou novos acontecimentos 
transformaram a forma de pensar o mundo? As 
mudanças resultam do revezamento entre 
inovações representativas e transformações 
 concretas, uma agindo sobre a outra. Uma 
dinâmica difícil de congelar numa relação causal 
unívoca. 
UM TEMA INEVITÁVEL: O PODER 
 Os homens tendem a querer sempre e cada vez 
mais aumentar seu poder. 
 Os homens tendem a querer sempre e cada vez 
mais aumentar seu poder. 
 Júlio Mosquera avalia como uma “verdade 
incontestável” o fato de que “qualquer um de 
nós deseja o poder nas mínimas coisas. Seja 
em casa, na escola, no trabalho, na conversa 
de bar com os colegas, buscamos diariamente 
a autoridade de agir e mandar”. 
 
 
 Darcy Azambuja constata: “Tão longe no passado 
quanto possa atingir nosso conhecimento, 
encontra-mos o homem vivendo em sociedade e 
submetido a um poder, seja qual for seu nome, 
forma ou finalidade”. 
 
 “Atualmente, o Poder é considerado como uma 
das variáveis fundamentais, em todos os setores 
de estudo da política”. (BOBBIO) 
A IDÉIA DE PODER 
 A palavra “poder” se origina do radical latino 
potere que por sua vez deriva de potes e potest 
que significa “posse”. Os gregos, num sentido 
semelhante, se referiam a “poder” através de 
dínamis de onde temos “dinamite”, 
“dinamismo”, além de outros tais como: poder 
inerente; força física; energia; potência; 
potestade; fortaleza; habilidade; autoridade; 
dinamismo; braço; milagre; capacidade 
financeira; exército; soberano; alto 
funcionário, etc. 
 
 Quem tem poder possui uma aptidão 
diferenciada para alterar e até transformar 
radicalmente uma situação material ou 
emocional; é capaz de fazer diferença, “marcar 
a história” ou, no exemplo hipotético, “fazer 
correr”. Poder é, por isso, capacidade, 
possibilidade ou autorização para tal. Por 
outro lado, algo (objeto, ser animal ou 
instituição) ou alguém destituído de poder 
está propenso ao domínio por estar fragilizado 
(despoissuído) e vulnerável ao desejo alheio, 
literalmente “nas mãos do outro”, sujeito aos 
infortúnios da vida. 
 
 
 De uma forma ampla podemos compreender 
“poder” como a capacidade de gerar resul-tados 
esperados; aquela habilidade de transformar 
desejo em realização, como Hobbes, filósofo 
clássico coloca, “o meio presente de se obter 
algum bem aparentemente futuro”, sublinhando a 
relação entre poder e intencionalidade. Há, por 
isso, uma identificação direta de poder com a 
idéia de força (potência) e capacidade de domínio 
sobre algo ou alguém. 
 
 
 
 O termo “poder”, enfim, remete a significados tais 
como: sucesso de desejos prévios; capacidade de 
mudança de um comportamento alheio na 
direção que convém; tornar o outro submisso aos 
interesses próprios; dominar uma situação 
material ou simbólica em busca do que interessa. 
PODER COMO FENÔMENO SOCIAL 
 
 Busquemos o olhar específico do pesquisador 
político: há vários poderes atuando sobre o 
homem que necessitam ser desconsiderados do 
campo de pesquisa, como por exemplo, o poder 
natural (físico, químico etc...) ou o poder próprio 
(o poder que uma pessoa exerce sobre si mesma). 
 
 
 
 O poder que diz respeito ao cientista político é o 
PODER SOCIAL. 
 
 Segunda Saldanha, o poder tem aspecto 
relacional. É um “fenômeno de polaridade: 
implica um eixo que interliga o mandar e o 
obedecer”. 
 
 
 
 
 “[...] O Poder que nos interessa analisar em 
relação ao estudo da política é o que uma pessoa 
ou grupo tem ou exerce sobre outra pessoa ou 
grupo”. Numa relação de poder, “A” com “B” por 
exemplo, sempre estão inseridos os recursos e 
habilidades do agente detentor do poder (“A”) e, 
também, as disposições e valores (que atuam 
dentro de uma lógica tipo “escala”) por parte dos 
que interagem ou estão “sujeitos” o poder (“B”). 
(BOBBIO) 
 
 
 
 Para Norberto Bobbio, o fenômeno do poder 
apresenta “relação triádica”. Ressalta que além da 
pessoa ou grupo que exerce o poder e do(s) 
sujeito(s) (“A” e “B”) é fundamental considerar o 
meio ou a área de atividade na qual o poder está 
inserido, ou seja, a “esfera de poder”. Sem a 
presença destes três elementos não seria possível 
uma sustentação para o poder político. 
 
 
 [...] não existe Poder, se não existe, ao lado do 
indivíduo ou grupo que é induzido a comportar-se 
tal como aquele deseja. [...] Se tenho dinheiro, 
posso induzir alguém a adotar um certo 
comportamento que eu desejo, a troco de 
recompensa monetária. Mas, se me encontro só 
ou se o outro não está disposto a comportar-se 
dessa maneira por nenhuma soma de dinheiro, o 
meu Poder desvanece. [...] O Poder social não é 
uma coisa ou a sua posse: é uma relação entre 
pessoas. 
 
 
 Em síntese, o fenômeno do poder se sustenta em 
função de três componentes básicos: o agente 
dententor do poder, o “sujeito” ou “dominado” 
(partes elementares múltiplas da relação, sejam 
pessoas, grupos ou instituições que definem o 
alcance do processo) e a esfera do poder 
(dimensão essencial que dita o significado da 
relação e referências de sua legitimidade). Sem a 
“esfera”, como lembra Bobbio30, o poder 
desvanece. 
 
 1. Trata-se de um processo. 
 2. Apresenta sempre, em maior ou menor 
grau, certo antagonismo (questão da 
conflitualidade). 
 3. Em terceiro lugar, como que resultado das 
características já apontadas, o poder também 
tem em sua natureza uma assimetria. 
 4. Em quarto lugar, todo poder em exercício 
(ação de “A”) provoca relativa voluntariedade 
ou disposição da parte “subjugada” (o “B”). 
“Para que haja poder, é preciso que o primeiro 
comportamento determine o segundo”. 
 
 
 Segundo Corsetti, portanto, numa ação de 
dominação está presente uma submissão 
consentida, pois a resignação tende a se apoiar na 
lógica da opção pelo “mal menor”; na tentativa de 
preservar um valor maior, opta-se por abrir mão 
de uma liberdade (autonomia) ou um 
determinado bem pessoal, situado num nível 
inferior na escala subjetiva. 
O PODER QUE INTERESSA À CIÊNCIA 
POLÍTICA 
 Temos três tipos clássicos de poder na 
sociedade: o poder econômico; poder 
ideológico e poder político. 
 
 Sendo foco do estudo da Ciência Política, o poder 
político é exercido mediante a posse legal da 
capacidade de coerção (violência), seja moral ou 
física. Está, por isso, diretamente relacionado ao 
Estado e ao governo. 
 
 Uma vez que o poder político carrega consigo as 
características de ser um fenômeno social 
(aspecto relacional), seria mais apropriado 
afirmar que o foco da Ciência Política reside nas 
“relações de poder”. 
 
 O poder político toma forma dentro da chamada 
Sociedade Política, composta por insti-tuições, 
mecanismos e órgãos do Estado voltados ao 
gerenciamento da sociedade pela via da coerção 
legal. 
 
 
 
Darcy Azambuja, a princípio, propõe: “a 
possibilidade efetiva que tem o Estado de obrigar 
os indivíduos a fazer ou não fazer alguma coisa, e 
seu objetivo deve ser o bem público. Quando o 
poder, no seu exercício, não visa o bem público, 
não é mais o poder do Estado, não é mais um 
direito, não obriga jurídica e moralmente; é 
apenas força, a violência de homens que estão no 
governo”. 
 
 
 A sociedade envolve os aparatos administrativos 
criados com a finalidade de executar as ordens 
dos detentores do poder político a fim de que se 
mantenha a ordem social estabilizada. No caso 
brasileiro, a Sociedade Política é constituída pelo: 
Poder público; Poder executivo; Poder legislativo; 
Poder judiciário; Ministério público e Conselhos 
de direitos. A Sociedade Política torna possível a convivência 
jurídica das pessoas diferentes e desiguais 
(especialmente quanto ao poder econômico), 
justamente por estar baseada no poder político, 
cuja principal tarefa é obrigar, inclusive com 
violência (restritiva e punitiva), a que todos 
respeitem e cumpram o Direito comum. Com isto 
em mente compreendemos a asserção de Max 
Weber que definiu o Estado como aquele que tem 
o monopólio legítimo da força. 
 
 
 O poder político precisa ser compreendido 
enquanto inserido numa “esfera de poder”. Esta, 
no caso, se manifesta na relação entre Estado e 
Sociedade Civil (sociedades primárias). Entende-
mos como sociedades primárias aqueles grupos 
familiares, coligações por afinidades e outras 
associações de cunho variado que têm seus 
códigos de conduta particulares e certas 
liberdades ainda não previstas em lei (Direito 
comum), mas que, muitas vezes, se mobilizam 
para tal. 
 
 
 A Sociedade Civil engloba as esferas: “vida 
privada” (família, escola, trabalho e outros 
assuntos pessoais); “iniciativa privada” ou 
mercado (refere-se às relações de produção e de 
comercialização dos bens de consumo, sejam de 
caráter material, informativo ou tecnológico) e o 
“terceiro setor” (assim denominado por não se 
enquadrar no setor público nem na iniciativa 
privada; está entre o governo e o mercado). 
 
 A possibilidade de recorrer à força para exercer 
domínio é o que distingue o poder político das 
outras formas de poder. No entanto, isso não 
significa que ele se mantenha pleno apenas por 
possuir este diferencial. 
 
 Como Norberto Bobbio explica, o elemento 
“força” é condição necessária, mas não suficiente 
para a existência do poder político. O autor 
pretende apontar a necessidade da legalidade e da 
legitimidade para o seu uso. 
 
 Para uma dominação eficaz, o poder político 
faz uso, além da força legítima, de 
mecanismos e recursos próprios do poder 
econômico e do poder ideológico (riqueza e 
manipulação do imaginário social). Por outro 
lado, grupos com interesses econômicos ou 
ideológicos procuram se inserir e conquistar 
poder político para ampliarem seus interesses. 
 Os poderes sociais não atuam de forma pura. 
Os recursos circulam de esfera; são “tomados” 
de empréstimo como instrumentos para 
interesses de outra ordem. 
 
 Para o filósofo clássico John Locke: 
 O poder político é aquele poder que cada homem 
possuía no estado de natureza e entregou às mãos 
da sociedade [...]. Como o fim e a medida desse 
poder, quando estava nas mãos de cada um dos 
homens no estado de natureza, era a preservação 
de todos os membros de sua sociedade, isto é, de 
toda a humanidade em geral, ele não pode ter 
outro fim ou medida, ao passar para as mãos dos 
magistrados, que não o de preservar as vidas, 
liberdades e posses dos membros dessa 
sociedade. 
PODER E AUTORIDADE 
 Não é apenas a possibilidade do uso da força 
que difere e dá sustentação ao poder político. 
Um agente político no exercício do poder 
conta e depende de outros meios para ter 
sucesso em sua dominação. Força e violência, 
unicamente, não explicam a eficácia do poder 
político; outras variáveis ou ingredientes 
precisam ser considerados. O fato é que a 
análise do poder nos conduz a noção de 
“autoridade”, conceito que ao ser explorado 
traz explicações à questões pertinentes sobre 
tipos e fundamentos do poder. 
 
 Podemos conceber “autoridade” como uma 
“relação de poder estabilizado e 
institucionalizado, em que os próprios súditos 
prestam uma obediência incondicional”. Dizer 
que um poder está estabilizado e 
institucionalizado significa dizer que ele não 
depende de subjetividades (não está preso a 
fatores emocionais). 
 
 Aquele que assume a função de “autoridade” o faz 
dentro dos critérios propostos pela ordem 
estabelecida que o instituiu para tal. 
 
 
 A existência de uma autoridade pressupõe a 
racionalidade de um “poder legítimo”; dentro de 
uma determinada relação de poder está 
reconhecido a capacidade de mando e obediência, 
com claras finalidades e limites. 
 
 Ter autoridade é ter poder para agir ou mandar, 
com direito a sanção (castigo). 
 
 Então, qual o segredo para o exercício de um poder 
eficaz? 
 Bobbio afirma que: 
 Antes de tudo, é necessário que A [dominador] tenha à 
sua disposição recursos que podem ser empregados 
para exercer o Poder. Os recursos deste tipo são 
numerosos: riqueza, força, informação, 
conhecimento, prestígio, legitimidade, popularidade, 
amizade, assim como ligações íntimas com pessoas 
que tem altas posições no Poder. Mas não basta. A 
capacidade de A depende também da habilidade 
pessoal de converter em Poder os recursos à sua 
disposição. Nem todos os homens ricos têm a mesma 
habilidade em empregar recursos econômicos para 
exercer Poder. 
 
 
 Portanto há que se ter recursos, habilidade e 
contar com a disposição do “dominado”. 
 
 Habilidade é saber articular com sabedoria os 
recursos a disposição, usando-os na hora certa e 
na combinação exata que a relação exige. 
 
 Os recursos que dispõe o mandatário são variados. 
Podem ser: a coerção/força (alto grau de 
constrangimento, de aliciamento); a barganha 
(propostas de recompensas futuras ou troca de bens 
em função da obediência); a influência pela persuasão 
(convencimento racional); o condicionamento 
(através de ações e técnicas psicológicas consegue a 
obediência num grau inconsciente) e, por último, pelo 
exercício do direito que o cargo ou a função lhe 
confere. A fonte destes recursos pode emergir da 
posse de: bens materiais (dinheiro e propriedades); 
conhecimento técnico e científico; inteligência 
(sabedoria de manipulação dos recursos); posição 
social (oportuniza acessos ao poder); habilidades 
pessoais (coragem, oratória, carisma, organização, 
força física); filiação a grupos ou organizações 
poderosas etc. 
 
 
 Numa relação de poder, a obediência pela via do 
reconhecimento legal é a aceitação de que o poder 
de mando é legítimo, o que remete à noção de 
“autoridade”, antes definida. A pessoa ou 
instituição está reconhecidamente autorizada a 
exercer o comando, possuindo o poder de sanção 
sobre os transgressores. Mas recursos e 
habilidade ainda não garantem por completo que 
“A” tenha poder sobre “B”. É necessário que B 
tenha disposição (percepção e interesse pelo 
ganho futuro que o moverá a cooperar ou se 
resignar). 
 
 
 A disposição da parte envolvida 
na relação de poder (o “B”) é um 
elemento fundamental e possui 
alto grau explicativo para quem 
está preocupado em entender a 
lógica do poder eficaz. 
 
 
 
 Eduardo Corsetti, afirma que legitimidade pode 
ser definida, na política, como aquilo que faz 
referência “a substância do que existe, o sentido 
daquilo que normalmente se coloca para alguns 
como justiça, isto é, a compatibilidade de uma 
ação ou prática com a configuração de valores 
prevalecentes numa dada comunidade”. 
 
 
“Na medida em que houver legitimidade, a 
possibilidade do governo e da Política 
funcionarem é maior”, observa Eduardo Corsetti, 
acrescentando em seguida: 
 As pessoas analisam um governo quanto à sua 
legitimidade, não só examinando como chegou ao 
poder, mas pelo que faz. Se as ações ou omissões 
violam os seus valores básicos, este governo não é 
legítimo. A legitimidade diz respeito não apenas 
aos atos e objetos dos governos, mas compromete 
as ações individuais e suas personalidades. 
 
 
 MAX WEBER aponta três tipos de poders: 
 1.Poder legal - Está fundado na racionalidade. É 
específico da sociedade moderna que construiu a 
crença na legitimidade dos ordenamentos 
jurídico cujo papel principal é definirexpressamente a função e os limites dos 
detentores do poder. A fonte do poder é a lei, a 
qual todos estão sujeitos. Exerce domínio através 
do seu aparelho administrativo que é a burocracia 
(funcionários dotados de poderes hierárquicos). 
 
 
 2.Poder tradicional - Baseia-se na crença de um 
tipo de poder sacro, supra-racional, existente 
“desde sempre”. A fonte do poder é a tradição que 
aponta os “temores imemoráveis”. O exercício 
deste poder se dá, genericamente, pelo “patriarca” 
(a personificação da tradição) que tem servidores 
ligados diretamente a ele, mantendo uma relação 
com seus “súditos”. 
 
 3.Poder carismático - Este tipo de legitimação do 
poder está fundado na pessoa do líder a quem é 
atribuido um caráter sacro ou força heróica 
(reconhecimento de uma sagração, “poder do 
espírito”, da palavra, imagem etc.). Por ser uma 
“pessoa poderosa” cujo porquê a mente racional 
não consegue explicitar, a obediência 
incondicional se justifica. A dedicação é plena e 
movida por laços afetivos e total confiança diante 
do líder (profeta, herói de guerra ou grande 
demagogo). Relação de discipulado. O exercício 
deste poder se dá por pessoas que possuam 
dedicação pessoal ou determinado carisma 
(“dom”). 
 
 
 É preciso um “poder de influência” capaz de agir 
sobre a disposição dos “comandados”. Por mais 
força que se tenha, sem reciprocidade, não há 
dominação. Neste sentido, a chave de tudo reside 
nos valores que um indivíduo possui; eles atuam 
como critério balisador das decisões (acatar ou 
não as ordens), atuando como agentes, no foro 
íntimo, que permitem ou proibem acatar a 
proposta das autoridades. 
 
 
 Valores são, sinteticamente, os escrúpulos da 
pessoa. Como Bobbio explica, o poder deriva não 
só de quem o possui (de seus recursos e 
habilidade), mas também das disposições dos 
dominados que se pautam em valores. 
 
 Para que alguém realize o comportamento 
pretendido por outro, depende, em última 
análise, da sua escala de valores. 
 Se o que realmente importa é vantagem 
financeira, estará disposto (vulnerável) a 
comportamentos “negociáveis” que 
interessam a outros. Se um valor religioso 
pauta rigidamente as decisões éticas de uma 
pessoa, não há soma de dinheiro que a leve a 
aceitar propostas tidas como indecentes. 
 Aplica-se ao trabalho, relações pessoais, 
cuidados com a saúde, posturas diante da 
corrupção, das leis, enfim, de decisões 
corriqueiras. Portanto, o sucesso de quem tem 
poder depende da escala de valores que 
prevalece no sistema social onde busca exercer 
domínio. 
 
 De tudo o que se disse até agora 
fica evidenciado que o Poder 
não deriva simplesmente da 
posse ou do uso de certos 
recursos mas também da 
existência de determinadas 
atitudes dos sujeitos implicados 
na relação. (BOBBIO) 
A EMERGÊNCIA DA SOCIEDADE 
CIVIL – HOBBES E LOCKE 
 
 PERCEBER QUE A EMERGÊNCIA POLÍTICA DA 
SOCIEDADE CIVIL É UM PASSO MUITO 
IMPORTANTE NA TRAJETÓRIA DO ESTADO 
MODERNO ATÉ SUA CONDIÇÃO FINAL 
(CONTEMPORÂNEO) DE ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO. 
 
 
 É IMPORTANTE ENTENDER QUE O 
ABSOLUTISMO DA IDADE MÉDIA ERA 
RESULTADO DA UNIÃO DO ESTADO (REI) COM A 
IGREJA (CRISTIANISMO), O QUE LEGITIMAVA O 
PODER DO REI COMO UM SER QUE 
REPRESENTAVA O DIVINO NA TERRA, FAZENDO 
DELE O DETENTOR DE PODER DE VIDA E DE 
MORTE SOBRE AS PESSOAS. 
ABSOLUTISMO 
 
 É UMA TEORIA POLÍTICA QUE DEFENDE QUE 
UMA PESSOA (EM GERAL, UM MONARCA) DEVE 
OBTER UM PODER ABSOLUTO, ISTO É, 
INDEPENDENTE DE OUTRO ÓRGÃO, SEJA ELE 
JUDICIAL, LEGISLATIVO, RELIGIOSO OU 
ELEITORAL. OS TEÓRICOS DE RELEVO 
ASSOCIADOS AO ABSOLUTISMO INCLUEM 
AUTORES COMO MAQUIAVEL, JEAN BODIN, 
JAIME I DE INGLATERRA, BOSSUET E THOMAS 
HOBBES. 
MERCANTILISMO 
 
 O MERCANTILISMO É UM CONJUNTO DE IDÉIAS 
ECONÔMICAS QUE CONSIDERA A 
PROSPERIDADE DE UMA NAÇÃO OU ESTADO 
INDEPENDENTE DO CAPITAL QUE POSSA TER. 
 OS MERCANTILISTAS PRECONIZAM O 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO POR MEIO 
DO ENRIQUECIMENTO DAS NAÇÕES GRAÇAS AO 
COMÉRCIO EXTERIOR, O QUE PERMITE 
ENCONTRAR SAÍDA AOS EXCEDENTES DA 
PRODUÇÃO. 
 
 
 
 
 O ESTADO ADQUIRE UM PAPEL PRIMORDIAL 
NO DESENVOLVIMENTO DA RIQUEZA 
NACIONAL, AO ADOTAR POLÍTICAS 
PROTECIONISTAS, E EM PARTICULAR 
ESTABELECENDO BARREIRAS TARIFÁRIAS E 
MEDIDAS DE APOIO À EXPORTAÇÃO. 
 MERCANTILISMO É O NOME DADO A UM 
CONJUNTO DE PRÁTICAS ECONÔMICAS 
DESENVOLVIDO NA EUROPA NA IDADE 
MODERNA, ENTRE O SÉCULO XV E O FINAL DO 
SÉCULO XVIII. 
 
 CONSISTIU NUMA SÉRIE DE MEDIDAS 
TENDENTES A UNIFICAR O MERCADO INTERNO 
E TEVE COMO FINALIDADE A FORMAÇÃO DE 
FORTES ESTADOS-NAÇÃO. 
 SEGUNDO HUNT, O MERCANTILISMO 
ORIGINOU-SE NO PERÍODO EM QUE A EUROPA 
ESTAVA A PASSAR POR UMA GRAVE ESCASSEZ DE 
OURO E PRATA, NÃO TENDO, PORTANTO, 
DINHEIRO SUFICIENTE PARA ATENDER AO 
VOLUME CRESCENTE DO COMÉRCIO. (HUNT, E. K.. 
História do pensamento econômico; tradução de José Ricardo 
Brandão Azevedo. 7a. edição - Rio de Janeiro : Campus, 1989) 
 
 
 
 AS POLÍTICAS MERCANTILISTAS PARTILHAVAM 
A CRENÇA DE QUE A RIQUEZA DE UMA NAÇÃO 
RESIDIA NA ACUMULAÇÃO DE METAIS 
PRECIOSOS (OURO E PRATA). 
 SIGNIFICOU O INCREMENTO DAS 
EXPORTAÇÕES E DA RESTRIÇÃO DAS 
IMPORTAÇÕES (PROCURA DE UMA BALANÇA 
COMERCIAL FAVORÁVEL – esforço para exportar 
mais do que importar, desta forma entraria mais 
moedas do que sairia, deixando o país em boa 
situação financeira). 
 
A REFORMA PROTESTANTE 
 
 ATÉ 1531, EXISTIA APENAS O CATOLICISMO 
COMO FÉ CRISTÃ; 
 EM 1531, OCORRE A REFORMA PROTESTANTE NA 
INGLATERRA; 
 A REFORMA FOI UM ACONTECIMENTO 
EXTREMAMENTE RELEVANTE PARA A EUROPA; 
 
 
 SEUS EFEITOS PROVOCARAM MUITAS 
MUDANÇAS NO ABSOLUTISMO DE VÁRIOS 
PAÍSES E DISPUTAS POLÍTICAS QUE 
RESULTARAM NAS REVOLUÇÕES LIBERAIS DOS 
SÉCULOS XVII E XVIII, DAS QUAIS SURGEM OS 
DIREITOS CIVIS. 
 FOI NA INGLATERRA QUE A REFORMA 
PROVOCA PRIMEIRAMENTE O ABALO NO 
PODER QUE UNIA O CATOLICISMO À 
MONARQUIA 
 
 
 
 HENRIQUE VIII QUERIA SE SEPARAR DE SUA 
ESPOSA, CATARINA DE ARAGÃO (A QUAL ERA 
DA FAMÍLIA REAL ESPANHOLA) E SE CASAR COM 
ANA BOLENA, UMA PLEBÉIA. 
 
 IMPEDIDO PELO PAPA OU PELAS LEIS DO 
CATOLICISMO, DECLARA A SEPARAÇÃO ENTRE A 
IGREJA INGLESA E A CATÓLICA, FUNDANDO A 
IGLEJA ANGLICANA, SENDO NOMEADO SEU 
CHEFE EM 1534. 
HENRIQUE VIII DE HOLLYWOOD 
HENRIQUE VIII DE VERDADE 
RAINHA CATARINA 
FIQUE ANTENADO!!! 
 A ALTA IDADE MÉDIA, TAMBÉM CONHECIDA 
COMO IMPÉRIO BIZANTINO (DO ANO 476 AO 
ANO 1000) NÃO É UMA REFERÊNCIA EXCLUSIVA 
DO DOMÍNIO DO REI, MAS UM MOMENTO DE 
GRANDE EXPANSÃO DO COMÉRCIO MARÍTIMO. 
ISSO É FUNDAMENTAL PARA SE ENTENDER A 
RELAÇÃO ENTRE A REFORMA PROTESTANTE E O 
SURGIMENTO DOS DIREITOS CIVIS. 
 
 A RELIGIÃO PROTESTANTE SE ESPALHA 
RAPIDAMENTE PELA EUROPA. 
 OS DOGMAS DA IGREJA CATÓLICA ERAM OS 
PRINCIPAIS IMPEDIMENTOS DO 
ENRIQUECIMENTO DOS COMERCIANTES 
MARÍTIMOS – O PRINCIPAL MOTIVO DE 
ADESÃO À NOVA RELIGIÃO. 
 A LEI DA GANÂNCIA ERA A GARANTIA DOS 
PRIVILÉGIOS ECONÔMICOS DA NOBREZA E DO 
CLERO, O QUE PROIBIA QUE A BURGUESIA 
COMERCIAL ENRIQUECESSE. 
 
 
 OS COMERCIANTES MARÍTIMOS, QUE HÁ 
SÉCULOS ARISCAVAM SUAS VIDAS EM LONGAS E 
DIFÍCIEIS VIAGENS ENRIQUECENDO O REI E O 
CLERO, ERAM IMPEDIDOS DE ENRIQUECEREM 
POR CONTA DA LEI RELIGIOSA, QUE AFIRMAVA 
SER PECADO QUERER MAIS DO QUE O 
NECESSÁRIO PARA VIVER. 
 
PRESTE ATENÇÃO!!! 
 
 O PROTESTANTISMO SE INSERE NUM 
CONTEXTO DE CONFLITOS DE INTERESSE, 
INVERTENDO OS DOGMAS RELIGIOSOS EM 
TORNO DA RIQUEZA. 
 
SE PARA O CATOLICISMO O PECADO ERA 
ENRIQUECER, PARA O PROTESTANTISMO, O 
PECADO ERA PERMANECER POBRE TENDO 
CONDIÇÕES PARA ENRIQUECER... 
 
 
 A NOVACONCEPÇÃO DE PECADO FOI A 
BANDEIRA DE LUTA DA EMERGENTE 
BURGUESIA COMERCIAL CONTRA O 
ABSOLUTISMO CATÓLICO NA EUROPA. 
 ESSA LUTA ENTRE REI E BURGUESIA OU 
CATÓLICOS E PROTESTANTES DEU ORIGEM À 
REVOLUÇÃO INGLESA, DIVIDIDA EM PURITANA 
(1642) E GLORIOSA (1688) – DESSA ÚLTIMA 
SURGEM OS PRIMEIROS DIREITOS CIVIS DA 
ERA LIBERAL. 
DIREITOS CIVIS 
 SÃO AS PROTEÇÕES E PRIVILÉGIOS DE PODER 
PESSOAL DADOS A TODOS OS CIDADÃOS POR 
LEI. 
 EXEMPLOS DE DIREITOS CIVIS E LIBERDADES 
INCLUEM O DIREITO DE SER RESSARCIDO EM 
CASO DE DANOS POR TERCEIROS, O DIREITO À 
PRIVACIDADE, O DIREITO AO PROTESTO 
PACÍFICO, 
 
 
 O DIREITO À INVESTIGAÇÃO E JULGAMENTO 
JUSTOS EM CASO DE SUSPEIÇÃO DE CRIME E 
DIREITOS CONSTITUCIONAIS MAIS 
GENERALISTAS, COMO O DIREITO AO VOTO, O 
DIREITO À LIBERDADE PESSOAL, O DIREITO À 
LIBERDADE DE IR E VIR, O DIREITO À 
PROTEÇÃO IGUALITÁRIA E, AINDA, O HABEAS 
CORPUS, O DIREITO DE PERMANECER EM 
SILÊNCIO (NÃO RESPONDER A 
QUESTIONAMENTO), E O DIREITO A UM 
ADVOGADO. 
ERA LIBERAL CLÁSSICA 
 
 LIBERALISMO TRADICIONAL OU LIBERALISMO 
LAISSEZ-FAIRE OU LIBERALISMO DE MERCADO 
É UMA FORMA DE LIBERALISMO QUE DEFENDE 
AS LIBERDADES INDIVIDUAIS, IGUALDADE 
PERANTE A LEI, LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL 
DO GOVERNO, DIREITO DE PROPRIEDADE, 
DIREITOS NATURAIS, PROTEÇÃO DAS 
LIBERDADES CIVIS E RESTRIÇÕES FISCAIS AO 
GOVERNO. 
 
 
 LAISSEZ-FAIRE É PARTE DA EXPRESSÃO EM 
LÍNGUA FRANCESA "LAISSEZ FAIRE, LAISSEZ 
ALLER, LAISSEZ PASSER", QUE SIGNIFICA 
LITERALMENTE "DEIXAI FAZER, DEIXAI IR, 
DEIXAI PASSAR". 
 
 ALGUNS AUTORES DO LIBERALISMO CLÁSSICO 
FORAM JOHN LOCKE, ADAM SMITH, LUDVIG 
VON MISES, DAVID RICARDO, VOLTAIRE, 
MONTESQUIEU. 
A REVOLUÇÃO INGLESA 
 A REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO XVII 
REPRESENTOU A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE 
CRISE DO SISTEMA DA ÉPOCA MODERNA, 
IDENTIFICADO COM O ABSOLUTISMO. O 
PODER MONÁRQUICO, SEVERAMENTE 
LIMITADO, CEDEU A MAIOR PARTE DE SUAS 
PRERROGATIVAS AO PARLAMENTO E 
INSTAUROU-SE O REGIME PARLAMENTARISTA 
QUE PERMANECE ATÉ HOJE. 
 
 O PROCESSO COMEÇOU COM A REVOLUÇÃO 
PURITANA DE 1642 E TERMINOU COM A 
REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688. AS DUAS 
FAZEM PARTE DE UM MESMO PROCESSO 
REVOLUCIONÁRIO, DAÍ A DENOMINAÇÃO DE 
REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO XVII E NÃO 
REVOLUÇÕES INGLESAS. 
 ESSE MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO CRIOU AS 
CONDIÇÕES INDISPENSÁVEIS PARA A 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL DO SÉCULO XVIII, 
LIMPANDO TERRENO PARA O AVANÇO DO 
CAPITALISMO. 
 
 
 
 
 DEVE SER CONSIDERADA A PRIMEIRA 
REVOLUÇÃO BURGUESA DA HISTÓRIA DA 
EUROPA: ANTECIPOU EM 150 ANOS A 
REVOLUÇÃO FRANCESA. 
 
A REVOLUÇÃO PURITANA 
 
 O PROTESTANTE OLIVER CROMWELL 
(ESCOCÊS), COM O APOIO DOS PROTESTANTES 
E DA CÂMARA DOS COMUNS DA GRÃ-
BRETANHA, INICIA UMA GUERRA CIVIL 
CONTRA CARLOS I (DINASTIA STUART). 
 EM 1649, O PARLAMENTO CONDENA CARLOS I À 
MORTE. 
 VITÓRIA MILITAR DOS PROTESTANTES. 
 
 
 
ATENÇÃO!!! 
 
 O PARLAMENTO INGLÊS ERA COMPOSTO PELOS 
NOBRES (PARTIDÁRIOS DO REI), NA CÂMARA 
DOS LORDES E PELOS COMUNS 
(REPRESENTANTES DA BURGUESIA 
COMERCIAL), NA CÂMARA DOS COMUNS. 
 A PARTIR DE 1660, O PARLAMENTO DIVIDIU-SE 
EM CONSERVADORES E LIBERAIS (TORIES E 
WHIGS) . 
 
 
 
 
 CROMWELL INICIA SEU GOVERNO DESPÓTICO 
EM 1653, COM O APOIO DO EXÉRCITO E DA 
BURGUESIA PURITANA, INDO ATÉ SUA MORTE, 
EM 1660. 
 COM A MORTE DE CROMWELL, NA INGLATERRA 
EM CRISE POLÍTICA, RESTAURA-SE A 
MONARQUIA, COM CARLOS II. 
 ACIRRA-SE O CONFLITO ENTRE COROA E 
PARLAMENTO. 
A REVOLUÇÃO GLORIOSA 
 O REI CARLOS II, EMBORA TOLERANTE, NÃO 
CONTEVE O ACIRRAMENTO DOS CONFLITOS 
RELIGIOSOS E DE PROPRIEDADE E EM 1681, 
DISSOLVEU O PARLAMENTO INGLÊS. 
 O PARLAMENTO ERA A ÚNICA VIA 
INSTITUCIONAL DE LUTA DA BURGUESIA POR 
SEUS INTERESSES. 
 APROFUNDOU-SE A CRISE POLÍTICA. 
 
 
 DEVIDOS AOS MUITOS ABUSOS REAIS, UNEM-SE 
OS CONSERVADORES E OS LIBERAIS PARA 
DEPOR O REI (JAIME II), CONVENCENDO SEU 
GENRO, GUILHERME DE ORANGE, DA 
HOLANDA A APOIÁ-LOS. 
 EM 1688, O PARLAMENTO CONVOCOU MARIA 
STUART, FILHA DE JAIME II E MULHER DE 
GUILHERME DE ORANGE, GOVERNADOR DAS 
PROVÍNCIAS UNIDAS, PARA OCUPAR O TRONO. 
FOI UM MOVIMENTO PACÍFICO. 
 
 
 JAIME II REFUGIOU-SE NA FRANÇA E UM NOVO 
PARLAMENTO PROCLAMOU GUILHERME E 
MARIA REI E RAINHA DA INGLATERRA. 
 O LEMA DA BANDEIRA DO REI GUILHERME 
FORAM: “EM DEFESA DA LIBERDADE, DO 
PARLAMENTO E DA RELIGIÃO PROTESTANTE”. 
 A REVOLUÇÃO GLORIOSA É A REFERÊNCIA 
POLÍTICA DO TRIUNFO HISTÓRICO DO 
LIBERALISMO (PROTESTANTISMO) SOBRE O 
ABSOLUTISMO (CATOLICISMO). 
 
BILL OF RIGHTS 
 
 UM DOCUMENTO POLÍTICO E JURÍDICO, 
DIRIGIDO AO REI EM 13 TÓPICOS COM 
OBJETIVO DE LIMITAR O PODER REAL E 
ASSEGURAR OS DIREITOS CIVIS DA BURGUESIA 
COMERCIAL. 
DIREITOS CIVIS E A TEORIA DO 
CONTRATO SOCIAL 
 
 OS DIREITOS CIVIS EMERGENTES DAS 
REVOLUÇÕES LIBERAIS DO SÉCULOS XVII E 
XVIII ERAM CONCEBIDOS POLÍTICA E 
JURIDICAMENTE COMO DIREITOS NATURAIS (À 
VIDA, À LIBERDADE E À PROPRIEDADE), 
SAGRADOS. 
 
 
 A TEORIA DO CONTRATO SOCIAL PARTE DO 
PRESSUPOSTO DE QUE O INGRESSO DO SER 
HUMANO NA SOCIEDADE NÃO DERIVA DE UM 
PROCESSO HISTÓRICO E SIM QUE O SER 
HUMANO DEVE DEIXAR A SOCIEDADE 
NATURAL E INGRESSAR NA SOCIEDADE 
POLÍTICA: 
 
UM CERTO DIA, AS PESSOAS DESISTEM DE VIVER 
NUM MUNDO SEM REGRAS E RESOLVEM CRIAR 
LEIS PARA REGULAMENTAR SUAS VIDAS. 
FIQUE ATENTO! 
 
TODA SOCIEDADE SEMPRE VIVEU SOB NORMAS E 
REGRAS. A TEORIA DO CONTRATO SOCIAL FOI 
APENAS UMA CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA DA 
ERA LIBERAL CLÁSSICA. 
THOMAS HOBBES – 1588 - 1679 
 
 HOBBES FOI CONTEMPORÂNEO DA 
REVOLUÇÃO PURITANA. 
 
 A PARTIR DE SUAS ANÁLISES SOBRE OS 
INTERESSES RELIGIOSOS QUE IMPULSIONAVAM 
O CONFLITO ENTRE CATÓLICOS E 
PROTESTANTES, FORMULOU SUA TEORIA DO 
CONTRATO SOCIAL. 
 
 
 HOBBES DEFENDE QUE NO ESTADO DE 
NATUREZA OU JUSNATURALISMO (SEM 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-JURÍDICA 
ESTABELECENDO AS REGRAS DE 
CONVIVÊNCIA), O SER HUMANO SERIA INFELIZ, 
VIVENDO EM CONSTANTE ESTADO DE GUERRA. 
 O ESTADO DE GUERRA SE DERIVA 
EXCLUSIVAMENTE DA IGUALDADE E DA 
LIBERDADE, CONSIDERADOS NEGATIVOS POR 
HOBBES. 
FIQUE ANTENADO! 
 
PARA HOBBES 
 A IGUALDADE ERA O FATOR QUE LEVAVA À 
GUERRA, BASTAVA QUE DUAS PESSOAS 
QUISESSEM A MESMA COISA, PARA QUE 
VIVESSEM EM ACIRRADA DISPUTA. 
 
 A LIBERDADE ERA UM BEM QUE CABENDO A 
TODOS, RESULTARIA EM DISPUTA PELA 
LIDERANÇA E À GUERRA. 
O HOMEM É LOBO DO HOMEM 
 ESSA FRASE DE HOBBES DÁ OSIGNIFICADO DE 
SUA PERCEPÇÃO DA NATUREZA HUMANA. 
 
 PARA ELE, NUNCA SE SABE O QUE O OUTRO 
ESTÁ PENSANDO, POR ISSO, A MELHOR DEFESA 
É O ATAQUE. 
ATENÇÃO!!! 
 
 O PACTO ESTABELECIDO COMO CONTRATO 
SOCIAL, QUE FIRMA OS FUNDAMENTOS 
POLÍTICO-JURÍDICOS DA ORGANIZAÇÃO 
SOCIAL, FUNDAM A VIDA POLÍTICA CIVIL DA 
SOCIEDADE (HOBBES, 1997) 
 
JOHN LOCKE – 1632 - 1704 
 
 CONTEMPORÂNEO DA REVOLUÇÃO GLORIOSA 
DE 1688, SUA TEORIA REFLETE A LUTA PELA 
LIBERDADE DE COMÉRCIO QUE CONDUZIU A 
BURGUESIA COMERCIAL AO CENTRO DAS 
DECISÕES DE PODER NA INGLATERRA DA ERA 
LIBERAL CLÁSSICA. 
LEMBRE-SE! 
 O MARCO INICIAL DA ERA LIBERAL CLÁSSICA 
FOI A REVOLUÇÃO GLORIOSA. 
 
 SEPULTADO O ABSOLUTISMO E INSTITUÍDO 
UM GOVERNO MONÁRQUICO MODERADO 
(COM PODERES LIMITADOS PELA SUPREMACIA 
LEGAL DO PARLAMENTO), COMO ATÉ NOS DIAS 
ATUAIS. 
 
 
 
 LIBERAL, LOCKE TEORIZOU DIFERENTE DE 
HOBBES. 
 
 PARA LOCKE, OS MOTIVOS DE UM CONTRATO 
SOCIAL ERAM OS ANSEIOS POR LIBERDADE, 
DEVIDO AO CONTEXTO POLÍTICO DOS 
COMERCIANTES DE SEU TEMPO. 
PRESTE ATENÇÃO!!! 
 SE PARA HOBBES, LIBERDADE E IGUALDADE 
ERAM NEGATIVOS, PARA LOCKE ERAM 
DIREITOS NATURAIS INDISPENSÁVEIS E 
INALIENÁVEIS. 
 
 PARALOCKE OS HOMENS NÃO ERAM UMA 
AMEAÇA AOS SEUS SEMELHANTES. 
 
PENSE!!! 
 PELA TEORIA LIBERAL DO CONTRATO SOCIAL, 
OS DIREITOS NATURAIS (IGUALDADE, 
LIBERDADE E PROPRIEDADE) ERAM DÁDIVAS 
DA NATUREZA E NÃO BENS ADVINDOS DAS 
RELAÇÕES SOCIAIS. 
 
 MAS A PROPRIEDADE ERA UM BEM NATURAL??? 
 
 
 
 SEGUNDO O CONTRATO SOCIAL DE JOHN 
LOCKE, A PROPRIEDADE DERIVA DE UM 
ESFORÇO FÍSICO, O QUAL É UM PRODUTO DA 
VIDA, LOGO, UM BEM NATURAL. 
 
 TORNAM-SE DIREITOS INVIOLÁVEIS DA 
SOCIEDADE CIVIL: A VIDA, A HONRA, A 
LIBERDADE, A IGUALDADE E PRINCIPALMENTE 
A PROPRIEDADE PRIVADA. 
OS PRIMEIROS DIREITOS CIVIS 
 ALÉM DA BILL OF RIGHTS, A DECLARAÇÃO DOS 
DIREITOS DA VIRGÍNIA (1776) E A DECLARAÇÃO 
DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO 
(1789). 
 
 O LIBERALISMO NO OCIDENTE SE CONSOLIDA 
COM A INDEPENDÊNCIA DOS EUA, EM 1776 E A 
REVOLUÇÃO FRANCESA, EM 1789.

Outros materiais

Outros materiais