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Fosfatidilcolina e Glutationa

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Fosfatidilcolina e Glutationa: campeões das membranas celulares*. 
Autores: Dan Schwartz e Sheryl Leventhal 
A fosfatidilcolina (FC) desempenha um papel fundamental na estrutura e biologia das 
membranas celulares por conter duas partes distintas: hidrofóbica (aversão à água) e 
hidrofílica (predileção pela água). Essa molécula compõe a estrutura de bicamada lipídica das 
membranas celulares, que transportam nutrientes a partir do meio tanto para fora como para 
dentro da célula, além de proteger de substâncias potencialmente tóxicas metais como 
pesados, etc. 
No universo da sinalização e comunicação celular, a FC ocupa outro cargo muito importante, 
servindo como o principal precursor da acetilcolina, neurotransmissor envolvido na memória. 
Seu derivado químico, o ácido fosfatídico, é essencial para diversas vias de sinalização de 
lipídios na célula e está envolvido na ativação de diversas enzimas-chave. 
A suplementação de FC mostrou-se eficaz na proteção contra o aparecimento de alterações 
morfológicas das membranas celulares, particularmente as que revestem os neurônios. 
Embora o mecanismo exato ainda não seja compreendido, a literatura científica sugere 
diferentes rotas pelas quais a fosfatidilcolina possa atuar. 
Shea e equipe (2002), administraram uma mistura de vitamina E, FC e piruvato em ratos, que 
mostrou um efeito neuroprotetor maior comparado com a administração isolada de vitamina 
E. Houve aumento dos neurônios corticais e da proteção contra processos oxidativos que 
aceleram os danos ao DNA. A proteção neurodegenerativa foi comprovado em outro estudo 
da equipe de Shea (2003), cuja formação de espécies reativas de oxigênio nos ratos tratados 
com a mistura foi reduzida, ao comparar com a vitamina E isolada. 
No fígado, a FC desempenha um importante papel no suporte às células parenquimatosas, que 
fazem parte do processo de destoxificação. São 33mil m
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 de membranas de células 
fosfolipídicas que dependem da FC para sua estabilidade, ou seja, as enzimas hepáticas 
necessitam de um local equilibrado para que realizem suas centenas de reações químicas 
complexas, que englobam o processamento e eliminação de toxinas e outros resíduos 
corporais (Kidd, 1996). 
Diversos estudos clínicos europeus apontam para a FC como potente restauradora da função 
hepática, particularmente em pacientes com lesão hepática grave. Um estudo realizado 
durante 5 anos com 650 indivíduos com lesão hepática, demonstrou efeitos reparadores da FC, 
por exemplo, a normalização da função da enzima hepática e a reversão de danos no "fígado 
gorduroso" (Wallnoefer & Hanusch, 1973; Kidd, 1996). Uma pesquisa feita mais tarde por 
Sorrentino e equipe, mostrou melhora substancial em parâmetros hepáticos em pacientes 
com lesão hepática que ingeriram grandes doses de FC via oral e complexo B, comparado aos 
indivíduos que ingeriram complexo B isoladamente. 
Ao reforçar as estruturas lipídicas que fazem parte do processo de desintoxicação do corpo, FC 
garante boa proteção ao consumo de substâncias tóxicas da vida moderna. Devido à exposição 
a metais pesados, pesticidas, fungos, vírus e bactérias, o corpo é "bombardeado" com uma 
ampla variedade de elementos tóxicos. O excesso de exposição faz com que as membranas 
celulares se rompam, criando "aberturas" estruturais que impedem a atuação adequada de 
enzimas. A glutationa, um antioxidante formado a partir do enxofre, é produzida naturalmente 
no corpo, tem uma finalidade semelhante à FC, ao "limpar" toxinas e removê-las do corpo. 
Espécies reativas de oxigênio estão presentes em uma série de doenças crônicas como câncer, 
artrite, neurodegeneração, entre outras. A glutationa reforça a integridade da membrana 
celular por literalmente transportar essas moléculas reativas para passar pelo processo de 
desintoxicação, evitando a lesão das membranas (Hayes e McLellan , 1999). assim, glutationa e 
FC trabalham sinergicamente para melhorar a destoxificação corporal e preservar a 
integridade das membranas celulares. Não são descritos efeitos colaterais pela suplementação 
desses dois compostos. 
*Texto adaptado de: Phosphatidylcholine and Glutathione: Champions of Cell Membranes. 
Dan Schwartz and Sheryl Leventhal, MD, with concepts adapted from Patricia Kane, PhD PK. 
Neurolipid Keto Membrane Stabilizing protocol" NRF 2012. Acesse o texto original em: 
http://hudsonvalleyfunctionalmedicine.org/sites/default/files/PC_gstHVFM_final2012.pdf

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