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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS – FDA CURSO DE DIREITO PERÍODO:7º DISCIPLINA : DIREITO TRIBUTÁRIO II Prof. Dr. Manoel Cavalcante de Lima Neto MÓDULO II – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Federalismo fiscal - (sistema misto) Partilha de competência tributária e partilha do produto da arrecadação Competências tributárias (repartição das fontes de receitas) - Fixação dos tributos para as pessoas políticas – União, Estados, DF e Municípios; (Separação vertical do poder tributário) Repartição do produto da arrecadação. (Federalismo cooperativo) Competência tributária Exercício do poder de tributar (situa-se no plano constitucional) – 145, 148, 149, 149-A, 153, 154, 155, 156, 195, 212, § 5º, 239, 240, CF. Poder tributário juridicamente delimitado que confere a aptidão para criar tributos; "A competência, engloba, portanto, um amplo poder político no que respeita a decisões sobre a criação do tributo e sobre a amplitude da incidência, não obstante o legislador esteja submetido a vários balizamentos..." - Luciano Amaro, p. 93. Normas com duplo comando: 1) habilitam a pessoa política a criar o tributo; 2) proíbem as demais pessoas políticas de instituí-lo (RC, p. 465). Capacidade tributária ativa - Situa-se no plano legislativo – eleição das pessoas componentes do vínculo obrigacional; Classificação da competência C. Privativa - atribuída para cobrar imposto exclusivamente pela CF (Também Empréstimo Compulsórios, Contribuições; Contribuição social para o custeio da previdência; Contribuição para Custeio de Iluminação Pública). C. Comum - referente às taxas e contribuições de melhoria [+ contribuições sociais para previdência dos servidores de cada ente federativo]. C. Residual - Competência atribuída à União referente a outros impostos que podem ser instituídos sobre situações não previstas (art. 154, I) e para instituir outras contribuições para custeio da seguridade social (art. 195, § 4º); C. Ordinária (todos os outros tributos) e C. Extraordinária (154, II) - Imposto de guerra; C. Cumulativa – art. 147 – Territórios e Distrito Federal. Faz referência a "impostos". Entende-se que contempla os demais tributos (Sabbag, p. 344). Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. Transferência de competência administrativa da União – art. 153, § 4º, III, CF) – ITR. Lei nº 11.250/2005 – Autoriza a celebração de convênios entre a União e o Distrito Federal e Municípios – delegação das atribuições de fiscalização e cobrança do tributo. Características da competência tributária 4.1. Compreende a competência legislativa plena - A competência para legislar sobre matéria tributária é concorrente (art. 24, I, da CF. Normas gerais pela União (§ 1º) e competência suplementar para os Estados (§ 2º). Não existindo normas geral o Estado exerce a competência legislativa plena (§ 3º). A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (§ 4º). Compete ao Município "suplementar a legislação federal e a estadual no que couber" - art. 30, da CF, em assuntos de interesse local. 4.2. A distribuição de receita não altera a competência; 4.3. A competência tributária é indelegável; [Salvo a “competência administrativa”, cujas atribuições podem ser delegadas.] 4.4. O não exercício da competência não a defere a pessoa política diversa. [imprescritibilidade/irrenunciabilidade] 4.5. Facultatividade da competência tributária 4.5.1. A opinião doutrinária majoritária defende que o exercício da competência tributária é facultativo. 4.5.2. Inconstitucionalidade do art. 11 da LRF (A Constituição não fez essa ressalva e não poderia ser veiculada por lei complementar; o princípio federativo e o da autonomia estadual e municipal impedem que lei complementar estipule como as pessoas políticas exercitarão suas competências tributárias – Carraza, p. 619). 4.5.3. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) instituiu duas limitações: a primeira (art. 11) exigiu a efetiva instituição e arrecadação dos tributos previstos na Constituição; a segunda condicionou a concessão de benefícios à estimativa orçamentária e a previsão de compensação (art. 14). 4.5.3.1. Questionou-se a constitucionalidade do art. 11 da LRF por ofensivo ao art. 160, da CF que prescreve: "É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos". 4.5.3.2. No tocante ao parágrafo único do art. 11 - que veda a realização de transferências voluntárias para o ente que se revelar negligente com a arrecadação de seus próprios impostos -, o Tribunal também indeferiu a cautelar pleiteada por entender juridicamente irrelevante a alegação de ofensa ao art. 160 da CF, uma vez que a norma atacada cuida de transferências voluntárias que não são incompatíveis com restrições impostas aos entes beneficiários das mesmas. ADInMC 2.238-DF, rel. Min. Ilmar Galvão, 9.5.2002.(ADI-2238) 4.5.4. Transferências voluntárias são os recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e Municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos similares cuja finalidade é a realização de obras e/ou serviços de interesse comum e coincidente às três esferas do governo. Repartição do produto da arrecadação 5.1. Participação direta - a) arrecadação pelo ente beneficiado de um tributo de competência alheia (ex. IR de servidores do Estado e Municípios - arts. 157, I e 158, I, CF); ITR por convênio - art. 153, § 4º, III e 158, II, CF); b) repasse pelo ente competente de parcela do produto arrecadado ao beneficiado (ICMS, IPVA - 158, III e IV, CF). 5.2. Participação indireta - Fundos de participação - FPE, FPM - art. 159, I, CF. 5.3. Previsão constitucional - arts. 157 a 162, da CF. 5.4. CTN - Art. 6º, Parágrafo único - "Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. 5.5. RE nº 572762/SC - proposta da Súmula vinculante nº 30 do STF - "É inconstitucional lei estadual que, a título de incentivo fiscal, retém parcela do ICMS pertencente aos municípios".
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