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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DIREITO AMBIENTAL

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL
UNIVERSO – PLANETA TERRA – ESPAÇO – TEMPO – VIDA
PRIMEIRA FASE: A evolução histórica da Terra e da humanidade passou por muitas transformações, no entanto a proteção da natureza, apesar de antiga não tem surtido os efeitos desejados, sendo que na primeira fase - RELIGIOSIDADE: o homem era julgado por aquilo que fizesse contra a natureza, já que o meio ambiente era criação divina. Vê-se nessa fase que o homem é mero procurador de Deus na Terra, devendo prestar-lhe contas de suas atitudes praticadas contra a natureza. Nessa fase a natureza não se restringe apenas aos animais, englobando tudo que há na terra (minérios, vegetais, micro-organismos, ar, água, etc).
SEGUNDA FASE: Renato Guimarães Júnior salienta que: “o homem conseguiu sair da Idade da Pedra para ingressar na Era das Civilizações somente quando associou noções de Direito aos conhecimentos sobre Ecologia”. Nessa fase os povos da antiguidade começam a valorizar suas terras que eram banhadas por rios, pois com o transbordamento os húmus adubavam as margens, tornando-as mais férteis para a plantação. A partir daí as cidades passam a ser edificadas em torno dos rios, ou seja, o homem passou a se adequar às variáveis dos cursos das águas.
TERCEIRA FASE: Surge o documento conhecido como Confissão Negativo no Livro dos Mortos: Trata esse documento do testamento do morto, já que era muito comum a prática de agressões contra os animais, escravos, lavouras, águas, terras, etc. Tal documento era uma confissão que o morto deveria levar consigo para comprovar seu respeito para com aquilo que era sagrado aos deuses. A partir desse documento histórico foram inseridos outros na legislação existente à época, como por exemplo, o Código de Hamurabi, a Magna Carta, etc.
 O HISTÓRICO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL
A proteção jurídica do meio ambiente no Brasil pode ser dividida em três períodos:
PRIMEIRO PERÍODO: Começa com o descobrimento (1500) e vai até a vinda da Família Real portuguesa (1808). Nesse período, havia algumas normas isoladas de proteção aos recursos naturais que se escasseavam, por exemplo o Pau Brasil, o ouro, etc. Surgiram normas como o regimento do Pau Brasil de 1605 que protegia o pau brasil como propriedade real, impondo penas severas a quem cortasse árvores dessa natureza sem autorização; Alvará de 1675 que proibia as sesmarias nas terras litorâneas, onde havia madeiras; Carta Régia de nascentes e encostas, declaradas propriedades da coroa; Regimento das Madeiras de 1799, que estabelecia regras para a derrubada de árvores.
SEGUNDO PERÍODO: Inicia com a vinda da Família Real (1808) e vai até a criação da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (1981). Tal período caracteriza-se pela exploração desregrada do meio ambiente, cujas questões eram solucionadas pelo Código Civil. Surgiu nesse período a fase fragmentária, em que o legislador procurou proteger categorias mais amplas dos recursos naturais, limitando sua exploração desordenada (protegia-se o todo a partir das partes). Tutelava-se somente aquilo que tinha interesse econômico.
TERCEIRO PERÍODO: Começa com a criação da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de
31/08/1981), dando ensejo à fase holística, que consistia em proteger de maneira integral o meio ambiente por meio de um sistema ecológico integrado. Tanto Portugal como no Brasil Colônia já havia a preocupação com o meio ambiente. Naquela época visava-se a proteção das florestas em decorrência da derrubada de árvores de madeira de lei para a exportação a Portugal, onde escasseava esse tipo de recurso. Naquela época era comum a extração indiscriminada de madeira, principalmente o pau-brasil. Foi com as Ordenações Afonsinas, seguidas pelas Ordenações Manuelinas, em 1521 que surgiu a preocupação à proteção à caça e às riquezas minerais, mantendo-se como crime o corte de árvores frutíferas, entre outros. Com a criação do Governo-Geral no Brasil vários regimentos mantiveram a proteção, sobretudo da madeira, que era muito escassa em Portugal. No Brasil já havia o Regimento sobre o pau-brasil que por sua vez continha vários tipos penais ecológicos. Em seguida,
adveio o Alvará para Construção. Após a criação das capitanias hereditárias. Com a vinda da família real (1808) a proteção do meio ambiente intensificou, mediante a promessa de libertação do escravo que denunciasse o contrabando de pau-brasil. Várias providências foram tomadas para a proteção florestal. Foram criadas a Constituição de 1824 e o Código Criminal de 1830, na Monarquia. A República também protegia o meio ambiente com o advento do Código Civil de 1916. Posteriormente foram criados o Código Florestal, o Código de Águas e o Código de Caça. Entre inúmeras legislações infraconstitucionais disciplinando regras para a proteção ambiental.
MEIO AMBIENTE NA ATUALIDADE – CONTEXTO MUNDIAL
Mais recente os povos do mundo tiveram olhos voltados ao meio ambiente. Foram surgindo várias organizações não governamentais defendendo o meio ambiente em que vivemos contra atos lesivos praticados por quem quer que seja. Há representantes em todos os países e pretendem alertar ao Poder Público em especial, a comunidade, de modo geral quanto à necessidade de proteger o sistema ecológico de agentes nocivos à saúde e qualidade de vida desta e gerações futuras.
Nas décadas de 1980 e 1990 houve enorme desenvolvimento em nosso país no que tange à proteção ao meio ambiente. Vários livros e artigos foram publicados. Inúmeras leis foram publicadas nesse período. Houve também uma repercussão benéfica com a divulgação pela mídia de algumas decisões judiciais favoráveis às ações civis públicas impetradas pelo Ministério Público. Foi com a Lei 7.347/85 que a defesa do meio ambiente se fortaleceu, já que ela criou a a ação civil pública, instrumento poderoso colocado à disposição do cidadão, de modo geral, e em particular, do Ministério Público.
O Brasil sempre está na vanguarda das discussões ambientais. Há muitos juristas e ambientalistas preocupados com o meio ambiente. A questão ambiental é preocupação mundial, já que a questão em foco é a vida ou saúde de um povo. Por essas e outras razões, é que o meio ambiente deve ser preocupação central do homem, pois toda a agressão a ele poderá trazer consequências irreversíveis às presentes e futuras gerações.
SIRVINKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 10º ed. Saraiva: 2012.

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