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TC 2 Hanei Bredow

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Hanei Verner Bredow 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMPREGO DO MÉTODO DE EDABO (EVAPORAÇÃO DIRETA DE ÁGUA EM 
BANHO DE ÓLEO) PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE EM MILHO, ARROZ E 
FEIJÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Curso em Engenharia Agrícola II 
apresentado ao Curso de Engenharia Agrícola 
da Universidade de Santa Cruz do Sul - 
UNISC. 
 
Orientadora: Profª Débora Chapon Galli 
 
 
 
 
 
Santa Cruz do Sul 
2015 
2 
 
 
 
 
Hanei Verner Bredow 
 
 
 
 
 
EMPREGO DO MÉTODO DE EDABO (EVAPORAÇÃO DIRETA DE ÁGUA EM 
BANHO DE ÓLEO) PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE EM MILHO, ARROZ E 
FEIJÃO 
 
 
Trabalho de Curso em Engenharia Agrícola II 
apresentado ao Curso de Engenharia Agrícola 
da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. 
 
 
MSc. Débora Chapon Galli 
Professora Orientadora – UNISC 
 
 
 
MSc. Fernando Machado Pfeifer 
Professor examinador – UNISC 
 
 
 
MSc. Maurício Henrique Lenz 
Professor examinador - UNISC 
 
 
 
Santa Cruz do Sul 
2015 
3 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus por ter me dado sabedoria para desenvolver as etapas propostas. 
A minha esposa, pelo companheirismo e força em todas as etapas do curso. 
Assim como aos meus pais e família, pelo incentivo e apoio em todos os momentos. 
Ao curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul por 
ter me possibilitado a realização deste projeto. 
A professora orientadora, Débora Chapon Galli, pelo auxílio, disponibilidade 
de tempo e material para estudo. 
Ao professor Marcelino Hoppe, pelo auxílio nos cálculos e a todos os 
professores, que de uma forma ou outra contribuíram com o desenvolvimento do 
trabalho. 
Aos agricultores que se dispuseram a colaborar com a pesquisa, ao 
responder o questionário e disponibilizar os grãos, fundamentais ao 
desenvolvimento do trabalho. 
Aos colegas do curso, Jonas, Robson e Renan, que me auxiliaram a 
desenvolver os trabalhos, e a todos os demais que me ajudaram no decorrer da vida 
acadêmica. 
E, da mesma forma a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a 
realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
RESUMO 
 
 O teor de água nos grãos está diretamente relacionado a qualidade dos 
mesmos, influenciando no seu metabolismo e no de organismos associados, como 
fungos, os quais poderão causar sua deterioração e problemas à saúde, pela 
produção de micotoxinas. Contudo, em pequenas propriedades rurais a utilização de 
determinadores de umidade nem sempre é viável, em função do custo para sua 
aquisição, se comparado ao volume de produção. Com base nisto está sendo 
difundido em algumas regiões do país o método para determinação do grau de 
umidade em grãos através da Evaporação Direta da Água com Banho de Óleo, 
conhecido como EDABO. O presente trabalho objetivou avaliar a efetividade deste 
método em relação ao método padrão em estufa a 105 ± 3ºC e com equipamento da 
marca Motomco em amostras de arroz, feijão e milho, além de avaliar a eficiência de 
balança digital de cozinha em relação à de precisão. Primeiramente desenvolveu-se 
o determinador por EDABO e adquiriu-se uma balança digital. Os resultados 
encontrados indicam que, com relação aos testes em grãos de arroz, a eficiência do 
método não pode ser comparada ao método padrão em estufa, sendo que o grau de 
umidade fica superestimado e estes diferem estatisticamente entre si, tanto com 
balança digital de cozinha, quanto em balança de precisão e com o Motomco. Com 
relação à cultura do feijão, as médias encontradas no método EDABO e na estufa 
não diferiram entre si, nos testes com as duas balanças, mas estes diferiram em 
relação ao equipamento que opera através de método indireto. Em grãos de milho, 
os resultados mostraram que as médias encontradas com balança de precisão não 
diferiram estatisticamente em relação à estufa, diferentemente da balança comercial 
e do equipamento Motomco. Portanto, a partir dos ensaios conclui-se que o método 
EDABO é efetivo, especialmente para grãos de feijão, podendo ser difundido entre 
os agricultores, principalmente para determinar o ponto ideal de colheita e monitorar 
a umidade na secagem e armazenamento. Em todos os testes realizados o método 
se apresentou mais preciso do que o equipamento que opera através de método 
indireto, sendo que o custo final de aquisição dos materiais e montagem do conjunto 
ficou em R$ 114,95. 
 
Palavras-chave: grãos, grau de umidade, qualidade 
 
 
5 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The water content in the grains is directly related to its quality, influencing their self 
metabolism and associated organisms such as fungi, which may cause deterioration 
and health problems, by the production of mycotoxins. However, in small farms using 
moisture determiners is not always feasible due to the cost of acquisition is 
compared to volume production. Based on this, is being broadcast in some regions 
the method to determinate the moisture content in grains by direct evaporation with 
an oil bath, known as EDABO. This study purposes to evaluate the effectiveness of 
this method compared to standard method at 105 ± 3 ° C and with the equipment 
Motomco brand in samples of rice, beans and corn, as well as evaluating the digital 
scale efficiency kitchen with regard to accuracy. First, was developed a determiner by 
EDABO and was acquired a digital scale. The results indicate, about the tests on rice 
grains, its efficacy can not be compared to the standard method in the greenhouse, 
and the moisture content is overestimated and these differ statistically from each 
other, both with digital kitchen scale, as in precision scale and the Motomco 
equipament. Regarding the bean crop averages found in EDABO, the method and 
the stove did not differ in tests with both scales, but these differed in relation of the 
equipment that operates by the indirect method. In corn grains, the results showed 
that the average found with precision scale did not differ statistically in relation to the 
greenhouse, unlike the trade balance and Motomco equipment. Therefore, from the 
tests it was concluded that the EDABO method is effective, especially for beans and 
can be spread among farmers, especially to determine the ideal harvest and monitor 
humidity drying and storage. In all tests the method introduced more precise than the 
equipment that operates through indirect method. However the final cost of purchase 
and installation method was R$ 114,95. 
 
 
Key words: grain, moisture content, quality. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Produção brasileira de grãos nas últimas safras ..................................... 15 
Quadro 2 - Umidade ideal e máxima para colheita de grãos de determinadas culturas
 .................................................................................................................................. 17 
Quadro 3 - Umidade máxima (%) recomendada para a armazenagem a granel, em 
condições padronizadas* .......................................................................................... 18 
Quadro 4 - Valores médios de teor de água dos grãos de milho armazenados com 
14,5 e 18,0% (b.u.) em silos tipo bolsa, nas temperaturas de 25, 30 e 35 ºC, durante 
180 dias ..................................................................................................................... 34 
Quadro 5 - Temperatura para determinação de umidade pelo método EDABO ....... 41 
Quadro 6 – Análise estatística do experimento em grãos de arroz ...........................59 
Quadro 7 - Comparação entre os graus médios de umidade em arroz, nos quatro 
tratamentos ............................................................................................................... 61 
Quadro 8 – Análise estatística do experimento em grãos de feijão ........................... 63 
Quadro 9 - Comparação entre os graus médios de umidade em feijão, nos quatro 
tratamentos ............................................................................................................... 65 
Quadro 10 – Análise estatística do experimento em grãos de milho ......................... 67 
Quadro 11 - Comparação entre os graus médios de umidade em milho, nos quatro 
tratamentos ............................................................................................................... 68 
Quadro 12 - Tempo decorrido para a realização dos ensaios com EDABO ............. 71 
Quadro 13 - Custo dos itens utilizados para a implementação do método EDABO .. 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Partes componentes de grãos de mono e dicotiledôneas ......................... 19 
Figura 2 - Pressão de vapor e transferência de água entre grãos e ar. .................... 23 
Figura 3 - Colônias de Aspergillus niger em grão de milho ....................................... 27 
Figura 4 - Diferentes tipos de grãos, fungos associados e suas respectivas 
micotoxinas ............................................................................................................... 30 
Figura 5 - Armazenamento de grãos em silos metálicos ........................................... 31 
Figura 6 - Armazenamento de grãos em sacarias ..................................................... 32 
Figura 7- Armazenamento de grãos em paiol ........................................................... 32 
Figura 8- Armazenamento de grãos em silo graneleiro ............................................. 33 
Figura 9 - Armazenamento de grãos em silos bolsa ................................................. 34 
Figura 10 - Estufa para determinação de umidade, sob pressão atmosférica .......... 37 
Figura 11– Esquema do método de destilação em tolueno ...................................... 38 
Figura 12 - Determinador de umidade de grãos Brown Duvel................................... 39 
Figura 13 - Equipamento EDABO fabricado artesanalmente .................................... 40 
Figura 14 - Equipamento EDABO com auxílio de utensílios domésticos .................. 40 
Figura 15 - Determinador de umidade DUPEA ......................................................... 42 
Figura 16– Medidor de umidade universal com princípio de funcionamento por 
resistência elétrica dos grãos .................................................................................... 44 
Figura 17- Determinador de umidade Motomco, (a), Farmex, (b) pelo método 
dielétrico .................................................................................................................... 45 
Figura 18 – Quarteador de amostras ........................................................................ 48 
Figura 19 - Termômetro digital portátil com 5 sensores Penta III .............................. 51 
Figura 20 - Estrutura para quatro amostras por batelada .......................................... 52 
Figura 21 - Leiteira 2 litros ......................................................................................... 53 
Figura 22 - Conjunto leiteira, termômetro, óleo e grãos ............................................ 54 
Figura 23 - Balança digital de cozinha ...................................................................... 55 
Figura 24 - Balança de precisão Gehaka .................................................................. 55 
Figura 25 - Conjunto de itens utilizados para os ensaios .......................................... 56 
Figura 26 - Comparação entre as umidades de grãos de arroz nos quatro 
tratamentos, por repetição......................................................................................... 60 
Figura 27 – Variação de tempo para a temperatura ser atingida em grãos de arroz 62 
 
8 
 
 
 
Figura 28 - Comparação entre as umidades de grãos de feijão nos quatro 
tratamentos, por repetição......................................................................................... 64 
Figura 29 - Variação de tempo para a temperatura ser atingida em grãos de feijão . 66 
Figura 30 - Comparação entre as umidades de grãos de milho nos quatro 
tratamentos, por repetição......................................................................................... 67 
Figura 31 - Variação de tempo para a temperatura ser atingida em grãos de milho . 69 
Figura 32 - Relação de tempo decorrido para determinação de umidade pelo método 
EDABO, em grãos de arroz, feijão e milho ................................................................ 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15 
2.1 Produção de grãos no Brasil ............................................................................... 15 
2.2 Perdas na produção de grãos no Brasil .............................................................. 15 
2.2.1 Perdas na colheita ............................................................................................ 16 
2.2.2 Perdas no transporte ........................................................................................ 17 
2.2.3 Perdas na armazenagem ................................................................................. 18 
2.3 Características e/ou propriedades dos grãos e relação com os processos de 
conservação .............................................................................................................. 19 
2.3.1 Estrutura dos grãos .......................................................................................... 19 
2.3.2 Teor de água ou grau de umidade ................................................................... 20 
2.3.2.1 Modos de expressão da umidade dos grãos ................................................. 20 
2.3.3.1.1 Umidade expressa em base úmida (bu) ..................................................... 21 
2.3.2.1.2 Umidade expressa em base seca (b.s.) ..................................................... 21 
2.3.2.2 Mudança de base .......................................................................................... 22 
2.3.3 Massa porosa ................................................................................................... 22 
2.3.4 Condutibilidade térmica .................................................................................... 22 
2.3.5 Equilíbrio higroscópico dos grãos ..................................................................... 23 
2.3.6 Massa específica granular ................................................................................ 24 
2.3.7 Ângulo de repouso ........................................................................................... 24 
2.4 Grãos armazenados e associação fúngica.......................................................... 25 
2.4.1 Classificação dos fungos em função do momento do ataque .......................... 25 
2.4.2 Grãos armazenados e intoxicação por micotoxinas ......................................... 26 
2.4.2.1 Aflatoxinas .....................................................................................................28 
2.4.2.2 Ocratoxinas ................................................................................................... 28 
2.4.2.3 Tricotecenos .................................................................................................. 29 
2.4.2.4 Zearalenonas ................................................................................................ 29 
2.5 Armazenamento de grãos ................................................................................... 30 
2.5.1 Formas de armazenamento de grãos .............................................................. 30 
2.5.1.1 Silo metálico .................................................................................................. 31 
2.5.1.2 Armazenagem em sacarias ........................................................................... 31 
 
10 
 
 
 
2.5.1.3 Armazenamento em paióis ............................................................................ 32 
2.5.1.4 Silos graneleiros ............................................................................................ 33 
2.5.1.5 Armazenamento em silos bolsa .................................................................... 33 
2.6 Determinação do grau de umidade dos grãos ..................................................... 35 
2.6.1 Métodos para determinação do grau de umidade ............................................ 35 
2.6.1.1 Métodos diretos ............................................................................................. 35 
2.6.1.1.1 Estufa ......................................................................................................... 36 
2.6.1.1.2 Estufa sob pressão atmosférica ................................................................. 36 
2.6.1.1.3 Estufa a vácuo ............................................................................................ 37 
2.6.1.2 Destilação ...................................................................................................... 37 
2.6.1.2.1 Tolueno ...................................................................................................... 38 
2.6.1.2.2 Brown Duvel ............................................................................................... 38 
2.6.1.2.3 EDABO ....................................................................................................... 39 
2.6.1.2.3.1 Procedimento para determinação da umidade do grão pelo método 
EDABO ...................................................................................................................... 41 
2.6.1.2.4 DUPEA ....................................................................................................... 42 
2.6.1.3 Métodos químicos ......................................................................................... 43 
2.6.1.4 Métodos indiretos .......................................................................................... 43 
2.6.1.4.1 Método de resistência elétrica .................................................................... 43 
2.6.1.4.2 Método dielétrico (capacitância) ................................................................. 44 
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 46 
3.1 Local do experimento .......................................................................................... 46 
3.2 Materiais .............................................................................................................. 46 
3.2.1 Amostras de grãos ........................................................................................... 46 
3.2.2 Equipamentos e demais materiais utilizados .................................................... 46 
3.3 Métodos ............................................................................................................... 47 
3.3.1 Preparo das amostras ...................................................................................... 47 
3.3.1.1 Determinação de matérias estranhas e impurezas das amostras de arroz ... 48 
3.3.1.2 Determinação de matérias estranhas e impurezas das amostras de feijão .. 48 
3.3.1.3 Determinação de matérias estranhas e impurezas das amostras de milho .. 49 
3.3.2 Determinação da umidade ............................................................................... 50 
3.3.2.1 Método direto – estufa ................................................................................... 50 
3.3.2.2 Método direto - EDABO ................................................................................. 52 
 
11 
 
 
 
3.3.2.3 Método indireto – equipamento Motomco ..................................................... 56 
3.3.3 Análise dos dados ............................................................................................ 57 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 58 
4.1 Caracterização dos procedimentos para determinação da umidade nas 
propriedades visitadas .............................................................................................. 58 
4.2 Resultados dos ensaios realizados ..................................................................... 58 
4.2.1 Determinação da umidade em grãos de arroz ................................................. 59 
4.2.2 Determinação da umidade em grãos de feijão ................................................. 63 
4.2.3 Determinação da umidade em grãos de milho ................................................. 66 
4.3 Análise dos custos para implementação do método EDABO .............................. 71 
5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 73 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75 
APÊNDICE A - Caracterização da propriedade (arroz, feijão e milho) ...................... 81 
APÊNDICE B – Valores encontrados nos ensaios realizados em grãos de arroz, 
feijão e milho, através dos métodos estufa, EDABO e com equipamento Motomco . 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Brasil é considerado como uma potência mundial na produção de grãos. A 
cada ano o país vem se consolidando e atingindo índices cada vez maiores. Isto 
pode se confirmar através da análise na evolução produtiva das lavouras brasileiras 
de grãos, sendo que na safra 2012/2013 o setor colheu 12,7% a mais que na 
anterior (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB, 2013). 
Conforme levantamentos mais recentes, para o ano agrícola 2013/2014 a 
soma de tudo que foi colhido ficou em 3,4% maior do que na safra 2012/13. Para a 
safra 2014/2015 a estimativa é de aumento de colheita em 2,57% (CONAB, 2015a). 
Entretanto grande parte desta produção acaba se perdendo, devido a 
inúmeros fatores, que se iniciam desde o momento da colheita, passam pelo 
transporte, descarga, secagem, armazenamento, beneficiamento e se estendem até 
o momento da comercialização ou consumo. 
Estes danos podem ser tanto quantitativos como qualitativos, ou seja, perda 
física da massa de grãos ou na qualidade dos mesmos, respectivamente. Uma das 
principais causas destes problemas está relacionada à falta de controle no grau de 
umidade. Este fator deve ser observado já desde a pré-colheita, evitando assim 
perdas de peso, pelo excesso de secagem dos grãos na lavoura, ou pela colheita 
em momento que os mesmos não estejam em sua maturidade fisiológica. 
O grau de umidade também deve ser analisado durante as fases 
subsequentes à colheita, retirando-se amostras representativas dos lotes, evitando 
assim que ocorra redução de qualidade e quantidadeda massa de grãos durante os 
processos seguintes. 
Um dos problemas que afetam os grãos sem controle do grau de umidade 
são as infestações por colônias de fungos, que encontram neste cenário um habitat 
adequado para seu desenvolvimento, visto que com o excesso de água livre a 
temperatura desta massa acaba se elevando, acarretando em condições ideais ao 
crescimento destes microrganismos. 
Com o desenvolvimento fúngico, ocorre o aumento dos defeitos metabólicos e 
o surgimento de micotoxinas que, conforme Sakata, Sabbag e Maia (2011), 
compreendem um conjunto complexo de substâncias tóxicas produzidas por fungos 
e que se desenvolvem em ambientes favoráveis. 
13 
 
 
 
Estas micotoxinas são responsáveis por um grande número de doenças, 
ocasionadas pela ingestão de produtos contaminados, podendo acometer tanto 
animais como os seres humanos. Deste modo o monitoramento da umidade dos 
grãos deve compreender todas etapas da colheita e pós-colheita. 
A análise da umidade pode ser realizada por métodos diretos e indiretos. Os 
primeiros, de uso principalmente em nível laboratorial, incluem o emprego de estufa, 
sob pressão atmosférica ou a vácuo, além de determinadores por destilação ou por 
infravermelho. Baseadas no sistema de destilação, mas de menor custo que os 
equipamentos comerciais, foram desenvolvidas técnicas como a Evaporação Direta 
da Água em Banho de Óleo (EDABO) e o Determinador de Umidade por 
Equivalência de Água (DUPEA), no entanto há poucas pesquisas sobre seu 
emprego e sua aplicação ainda é incipiente. 
Os métodos indiretos estimam o grau de umidade em função da resistência 
ou capacitância elétrica do produto. Equipamentos baseados nestes princípios são 
os mais utilizados devido à sua agilidade e rapidez com que se têm os resultados, 
porém podem ser imprecisos quando descalibrados. 
Considerando-se que, grande parte da produção brasileira de grãos é oriunda 
da agricultura familiar, ou seja, de pequenas propriedades rurais, a utilização destes 
equipamentos nem sempre é viável. Um dos grandes empecilhos refere-se ao custo 
para sua aquisição e calibração periódica, se comparado com o volume de 
produção. Outro fator que restringe a implementação de práticas objetivas de 
monitoramento do grau de umidade dos grãos é a falta de conhecimento técnico por 
parte dos agricultores. 
Neste contexto, enfatiza-se o problema de como executar de modo prático, 
confiável e de baixo custo tal procedimento em nível de pequena propriedade, de 
forma que a produção de grãos possa ser utilizada de forma segura, assim como 
obter maior valorização no momento em que o produtor rural fosse comercializar a 
sua safra, visto que este produto teria uma melhor qualidade devido à inserção de 
boas práticas de armazenagem. 
Nesse sentido, o objetivo geral do presente trabalho foi avaliar a efetividade 
do método de evaporação direta em banho de óleo (EDABO) para determinação do 
grau de umidade em grãos. 
14 
 
 
 
Os objetivos específicos foram: construir o determinador de umidade de grãos 
por EDABO; analisar a umidade de amostras de grãos de milho, arroz e feijão 
coletadas em pequenas propriedades; comparar os resultados obtidos através do 
método padrão em estufa, EDABO e equipamento que opera através de método 
indireto; calcular o custo do equipamento por EDABO; confrontar a eficiência da 
utilização de balança comercial em relação à balança de precisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 Produção de grãos no Brasil 
 
Segundo Galli (2014a), grãos são matérias-primas e ou ingredientes para 
outros produtos, que podem ser utilizados tanto para consumo humano como 
animal. Este termo engloba os cereais, as leguminosas e outros. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), o 
Brasil é produtor de grande quantidade de produtos agrícolas e é apto a produzir a 
maior parte dos grãos que existem no planeta. Com este cenário a cada ano a 
produção brasileira de grãos vem aumentando em todas as regiões produtoras do 
país. Conforme dados da Conab (2012), Conab (2013) e Conab (2015), que se 
encontram no Quadro 1, fica evidente esta evolução durante as cinco últimas safras. 
 
Quadro 1 - Produção brasileira de grãos nas últimas safras 
Safra Produção total (t) 
2010/11 162.803.000 
2011/12 165.895.900 
2012/13 187.093.800 
2013/14 193.554.800 
2014/15* 198.537.000* 
*estimativa de produção 
Fonte: Adaptado de Conab (2012), Conab (2013) e Conab (2015). 
 
Entretanto, muito desta produção acaba sendo perdida nas diversas etapas 
da cadeia produtiva (IBGE, 2005). 
 
2.2 Perdas na produção de grãos no Brasil 
 
As perdas de grãos pode ser quanti ou qualitativas e ocorrem desde que o 
grão ainda se encontra na lavoura, por debulha, ataque de pragas, durante a 
colheita devido às más regulagens em colhedoras, no transporte até as unidades 
armazenadoras de grãos e na própria armazenagem (ELIAS, 2003). 
Segundo a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro,1999), 
estimam-se perdas quantitativas em torno de 20% da produção do milho colhido no 
16 
 
 
 
Rio Grande do Sul, provocada pelo ataque de insetos e ratos, além de perdas 
qualitativas, devido à colheita no período incorreto e ao armazenamento 
inadequado. Estes problemas ocorrem principalmente devido ao fato de que 
aproximadamente 70 % do milho produzido no Rio Grande do Sul são armazenados 
de forma inadequada e consumidos no local de produção, especialmente em 
pequenas propriedades, sendo utilizados in natura ou na forma de ração. 
Para quantificar as perdas que ocorrem nos grãos, deve-se distinguir dois 
tipos de danos que, de modo geral, podem ser classificados em perda física ou 
quebra e em perda de qualidade (d’ARCE, 20--). 
Para d’Arce (20--), perda física ou quebra, ocorre quando o produto sofre uma 
perda de peso pelos danos causados pelo ataque de insetos, injúrias provocadas 
por operações de colheita, que podem ocorrer devido ao grau de umidade 
inadequado para as operações, roedores e pássaros, entre outros. 
Ainda de acordo com d’Arce (20--), perda de qualidade é aquela que ocorre 
quando as qualidades intrínsecas, essenciais do produto, são alteradas, 
principalmente, pela ação de fungos, os quais causam fermentações, modificações 
sensoriais, como alterações do gosto e cheiro natural do produto, e redução do valor 
nutricional dos grãos. Todas estas alterações ocorrem, principalmente pelo 
inadequado controle de umidade dos grãos. 
 
2.2.1 Perdas na colheita 
 
Um momento responsável pela perda de boa parte da massa de grãos no 
Brasil é a hora da colheita. O fator primordial é a definição do momento exato desta, 
que é definido pelo teor de água médio da matéria-prima, pois se a safra for colhida 
antes do estádio adequado ocorrerá diminuição na qualidade da mesma, além de 
dificultar as operações de colheita (GALLI, 2014a). 
Entretanto, segundo Figueiredo et al. (2013), se o inverso ocorrer, ou seja, se 
os grãos permanecerem por período superior ao necessário na lavoura, haverá 
perda de peso, por debulha, e proporcionará a oportunidade aos insetos de 
consumirem parte da massa de grãos por maior prazo de tempo. Poderá também 
ocorrer acamamento de plantas, ataque de agentes bióticos e abióticos de 
deterioração. 
17 
 
 
 
Já para Elias (2003), a colheita realizada na faixa de umidade ideal para cada 
cultura (Quadro 2), minimiza as perdas, por outro lado requer uso da secagem 
artificial. Entretanto em caso de não haver disponibilidade desecador, aconselha-se 
esperar a redução da umidade para valores mais próximos possíveis a 13%. 
Entretanto os efeitos da alta umidade dos grãos no armazenamento são mais 
prejudiciais do que as perdas ocorridas antes da colheita, em especial os 
relacionados à qualidade e aos efeitos sanitários do metabolismo microbiano 
(ELIAS, 2003). 
 
Quadro 2 - Umidade ideal e máxima para colheita de grãos de determinadas culturas 
Espécie Grau de umidade ideal (%) Grau de umidade máximo (%) 
Milho 26 35 a 40 
Soja 18 35 a 40 
Feijão 16 50 
Arroz 24 28 a 30 
Trigo 20 40 
Sorgo 20 36 a 38 
Fonte: Santos et al. (2007). 
 
Portanto é necessário que haja controle deste parâmetro para que ocorra a 
menor perda de qualidade e quantidade possível de grãos (PINTO, 2005). 
 
2.2.2 Perdas no transporte 
 
Vários são os motivos que geram perdas no transporte da produção, podendo 
ser citadas as péssimas condições de algumas rodovias e o sucateamento dos 
meios de transporte utilizados para o carregamento dos grãos até as unidades 
armazenadoras (CORREA e RAMOS, 2010). 
Para Caneppele e Sardinha (2014) uma das causas de perdas no transporte 
do milho é o excesso de carga dos caminhões, pois os fretistas com o intuito de 
aumentar o lucro acabam excedendo o limite de peso da carga. 
Estudo de Caneppele e Sardinha (2014) destaca que as perdas mais 
significativas foram constatadas no momento do carregamento e no transporte até 
as unidades armazenadoras, com índice de 0,5% de perdas na cultura do milho. 
18 
 
 
 
2.2.3 Perdas na armazenagem 
 
Conforme dados da Agrocult Consultoria e Treinamento em Armazenagem, 
citados por Pontes (2010), o Brasil perde a cada safra uma média de 20% da 
produção em função de armazenamento inadequado. 
Segundo Eifert et al. (20--), as culturas, de modo geral, possuem níveis de 
umidade adequados para que ocorra o armazenamento de forma segura, mantendo 
assim a qualidade do produto oriundo do campo. Estes valores estão expostos no 
Quadro 3. 
 
Quadro 3 - Umidade máxima (%) recomendada para a armazenagem a 
granel, em condições padronizadas* 
 
Grão 
Meses de armazenamento 
6 12 24 60 
1. Feijão 14,5 13,5 12,5 11,5 
2. Milho 14,0 13,0 12,0 11,0 
3. Trigo, sorgo, arroz, centeio, aveia, triticale 13,5 12,5 11,5 10,5 
4. Azevém 13,0 12,0 11,0 10,0 
5. Soja 12,5 11,5 10,5 9,5 
6. Amendoim 12,0 11,0 10,0 9,0 
7. Canola/colza 9,0 8,0 7,0 7,0 
*20ºC e 65% de umidade relativa, em sistema de armazenagem com termometria e aeração controladas. 
Fonte: Adaptado de Elias (2003). 
 
Para Elias (2003), existem dois fatores primordiais a serem observados 
durante o armazenamento dos grãos, a temperatura e a umidade, inibindo o 
desenvolvimento de pragas e fungos. Segundo o autor, estes parâmetros limitam a 
produção e a sobrevivência de muitas espécies de insetos, sendo que a umidade 
dos grãos menor que 9% inibe a reprodução da maioria das pragas. 
Entretanto, ainda de acordo com Elias (2003), o limite de umidade de 9% em 
grãos é difícil de ser mantido devido ao equilíbrio higroscópico entre a umidade 
relativa ambiente (atmosférica) e a da massa de grãos. Com relação as pragas de 
armazenamento, o autor destaca que a reprodução destas é favorecida quando a 
umidade dos grãos estiver entre 12 e 15%. Acima disto, são favorecidos os fungos e 
bactérias. 
 
19 
 
 
 
2.3 Características e/ou propriedades dos grãos e relação com os processos 
de conservação 
 
Para Faroni (1998), os grãos possuem características intrínsecas e 
extrínsecas específicas para cada espécie. O estudo destas é de fundamental 
importância para a manutenção da qualidade do produto e para entender como 
ocorre a transferência de umidade e calor de um espaço para outro. 
 
2.3.1 Estrutura dos grãos 
 
Como relatam Santos et al. (2007), os grãos são compostos de três partes, a 
casca, a endosperma e o gérmen, tanto em dicotiledôneas, como monocotiledôneas, 
conforme Figura 1. 
 
Figura 1 - Partes componentes de grãos de mono e dicotiledôneas 
 
Fonte: Santos et al. (2007) 
 
Para Corrêa e Silva (2008) o conhecimento sobre estrutura, composição e 
propriedades físicas dos grãos e derivados deve ser pré-requisito para o estudo 
sobre secagem e armazenamento destes produtos. 
Segundo Santos et al. (2007), a casca é o componente mais externo e fibroso 
do grão, tendo como funções proteger a parte interna, regular a entrada e saída de 
água e gases (oxigênio e gás carbono) e servir de barreira para ataque de doenças 
e pragas. Portanto, não se deve danificá-la na colheita, transporte, secagem e/ou 
armazenagem. 
Ainda conforme Santos et al. (2007), endosperma é a maior parte presente no 
grão. É neste local que se encontram as reservas de nutrientes, inclusive para o 
GÉRMEN 
GÉRMEN 
20 
 
 
 
consumo humano como o amido no arroz e trigo, a proteína no feijão e soja, e os 
óleos no girassol e amendoim, além de fazer com que ele germine e se desenvolva. 
 De acordo com Santos et al. (2007), o gérmen é constituído por elevado teor 
de óleo e proteína, e uma certa quantidade de amido, além de possuir alto valor 
nutritivo, sendo normalmente a estrutura mais visada e atacada pelas pragas. 
 
2.3.2 Teor de água ou grau de umidade 
 
Para Elias (2003), a água contida nos grãos determina sua umidade, visto que 
a água é uma substância e a umidade é uma propriedade. Assim, a origem do 
conceito de teor de água ou grau de umidade está no fato de os grãos serem 
constituídos por uma certa quantidade de água e de sua fração de matéria seca. 
Esta água presente nos grãos é o fator mais importante e determina não apenas a 
qualidade, mas seu autometabolismo e o de organismos associados, os quais 
poderão prejudicar seu valor. 
A água está sempre presente nos grãos. Do ponto de vista químico e físico, 
sua ação solvente favorece as reações enzimáticas e os ataques microbianos, 
quando o teor d'água ultrapassa um certo limite (MILMAN, 2002). Em concordância 
Elias (2003) descreve que as condições de elevada umidade dos grãos e a 
temperatura do ar ambiente aumentam o seu metabolismo, o que favorece o 
crescimento microbiano e das pragas, acelerando a sua atividade. 
Conforme Santos et al. (2007), a fixação das moléculas de água é variável 
conforme a espécie do grão, variando conforme a composição química e as 
condições ambientais, como temperatura e umidade. 
A umidade está entre os fatores que mais contribuem para a degradação de 
grãos e sementes e é indispensável que haja controle sobre este importante 
componente (FARONI, 1998). 
 
2.3.2.1 Modos de expressão da umidade dos grãos 
 
Para Pimentel e Fonseca (2011), a umidade nos grãos é expressa de dois 
modos: em base úmida (b.u.) e base seca (b.s.). 
21 
 
 
 
2.3.3.1.1 Umidade expressa em base úmida (bu) 
 
A umidade do grão pode ser definida como a relação entre a massa de água 
presente e a massa total de grãos e é expressa em porcentagem (%) (SANTOS et 
al., 2007). 
Para Silva e Rufato (2001), a umidade contida nos grãos em base úmida (U) 
(Eq.1) é a razão entre o peso da água (Pa) presente na amostra e o peso total (Pt) 
(Eq.2) desta amostra. 
 
U = 100 (Pa / (Pt) (1) 
 
 Pt = (Pms + Pa) (2) 
Sendo que: 
U = grau de umidade (%) em b.u; 
Pa = peso da água; 
Pt = peso total da amostra; e 
Pms = peso da matéria seca. 
 
2.3.2.1.2 Umidade expressa em base seca (b.s.) 
 
Já a porcentagem de umidade em base seca (bs) (Eq. 3) é determinada pela 
razão entre o pesoda água (Pa) e o peso da matéria seca (Pms) (PIMENTEL e 
FONSECA, 2011). 
 
U’ = 100 ( Pa / Pms) (3) 
Sendo que: 
U’ = grau de umidade (%) em b.s. 
Em regra a porcentagem em base úmida (b.u.%) é usada em designações 
comerciais e no estabelecimento de preços. No entanto, o grau de umidade em base 
seca (decimal) é comumente utilizado em trabalhos de pesquisa e em cálculos 
específicos (SILVA e RUFATO, 2001). 
 
22 
 
 
 
2.3.2.2 Mudança de base 
 
Conforme Pimentel e Fonseca (2011), no caso de haver necessidade de 
conversão para passar de um modo para o outro, podem-se utilizar as Equações 4 
(conversão de b.u. para b.s) e 5 (conversão de b.s. para b.u.). 
 
 U' = [U / (100-U)].100 (4) 
 
U = [U' / (100 + U')].100 (5) 
Sendo: 
U = % b.u. e U'= % b.s. 
 
2.3.3 Massa porosa 
 
Os grãos quando armazenados formam uma massa porosa constituída por 
estes e pelo ar intersticial. O espaço ocupado pelo ar intergranular é de 40% a 45%. 
O oxigênio existente neste ambiente é utilizado no processo respiratório dos grãos 
(d’ARCE, 20--). 
Já para Faroni (1998), a porosidade é devida à natureza coloidal do próprio 
grão e à presença de espaços intergranulares na massa de grãos. A extensão da 
porosidade depende do tamanho e da forma do grão, elasticidade, estado da 
superfície, idade do lote, peso, grau de compactação, período de estocagem e 
distribuição da umidade na massa. 
 
2.3.4 Condutibilidade térmica 
 
Outro atributo importante a se observar durante o armazenamento dos grãos 
é a condutibilidade térmica. Sabe-se que algumas substâncias apresentam 
determinada condutibilidade térmica, que é medida pela intensidade do calor que 
passa de uma região mais quente para uma mais fria (FARONI 1998; d’ARCE 2004). 
Em uma massa de grãos o calor se propaga de um ponto para outro por 
condução, convecção e irradiação. O calor em uma massa de grãos é propagado 
por condução de grão para grão que se encontra em contato, é também conduzido 
23 
 
 
 
por microconvecção, em decorrência do fluxo de ar intergranular que se desloca. A 
massa de grãos é um bom isolante, oferecendo uma resistência ao fluxo de calor da 
ordem de 1/3 da resistência da cortiça (d’ARCE, 20--). 
 
2.3.5 Equilíbrio higroscópico dos grãos 
 
Conforme d’Arce (20--) os grãos, como qualquer material higroscópico, 
mantêm equilíbrio de sua umidade com determinada umidade relativa do ar, a uma 
dada temperatura. Isto é, eles têm a capacidade de ceder ou absorver umidade de 
acordo com a umidade relativa do ar contido no espaço intersticial da massa de 
grãos. Portanto os grãos em contato com um ambiente onde a umidade relativa 
oscila, ganharão ou perderão umidade. 
Já para Milman (2002) e Elias (2003), a higroscopicidade dos grãos é sua 
propriedade de trocar água entre si e com o meio circundante, dependendo das 
pressões de vapor (PV). As diferenças de pressão de vapor entre os grãos e o ar 
determinam, por exemplo, se ao entrarem em contato com o ar no armazenamento 
os grãos permanecerão em equilíbrio higroscópico, ganharão ou perderão água, 
conforme Figura 2. 
 
Figura 2 - Pressão de vapor e transferência de água entre grãos e ar. 
 
Fonte: Elias (2003). 
 
No ponto de equilíbrio, a pressão de vapor d'água dentro do grão é igual à 
pressão de vapor d'água contido no ar. Quando o grão e o ar que o envolve 
apresentam diferentes pressões de vapor, a umidade se movimenta da substância 
com maior pressão de vapor para aquela que possui menor pressão até atingir um 
ponto de equilíbrio. Neste ponto cessa o transporte da umidade (d’ARCE 20--; 
RESENDE et al., 2006). 
Ainda de acordo com d’Arce (20--), devido a esta propriedade, que se 
constitui numa das características mais importantes, o teor de água dos grãos 
24 
 
 
 
armazenados em recipientes permeáveis pode ser frequentemente alterado pelas 
oscilações da umidade relativa do ar atmosférico. Logo em recipientes 
hermeticamente fechados, dá-se o fenômeno inverso, isto é, a umidade relativa do 
ar do recipiente é que será afetada pela umidade do grão. 
Elias (2003) explica que em equilíbrio higroscópico, a umidade crítica dos 
grãos, para o desenvolvimento de microrganismos associados, é de 14%, enquanto 
para os insetos e ácaros está entre 8 e 10%. 
 
2.3.6 Massa específica granular 
 
Conforme explicam Corrêa e Silva (2008) esta característica, também 
conhecida como peso hectolítrico (PH) ou densidade granular, pode ser definida 
como a razão entre a massa e o volume de determinada quantidade de produto, 
incluindo os espaços intergranulares e corresponde à massa de 100 litros do 
produto. 
A aplicabilidade deste conceito se dá no momento da comercialização, 
dimensionamento de silos, secadores, depósitos e sistemas de transportes, podendo 
também ser utilizado para determinar graus de umidade e danos causados por 
insetos e pragas nos grãos armazenados (CORRÊA e SILVA, 2008). 
 
2.3.7 Ângulo de repouso 
 
Para Corrêa e Silva (2008), ângulo de repouso pode ser definido como o 
ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal e é altamente 
influenciado pelo grau de umidade, pelo tamanho, pela forma e pela constituição 
externa do grão. Este atributo é importante para a determinação da capacidade 
estática dos silos, da capacidade de correias transportadoras e do dimensionamento 
de moegas, dutos e rampas de descarga de grãos. 
Outros atributos como velocidade terminal, tamanho e forma, condutividade 
térmica, difusividade térmica, calor específico, resistência elétrica, além de 
propriedades dielétricas, também são importantes no estudo dos grãos 
armazenados (CORRÊA e SILVA, 2008). 
 
25 
 
 
 
2.4 Grãos armazenados e associação fúngica 
 
O grau de umidade dos grãos é um ponto crítico para a qualidade do produto 
armazenado. Grãos com alto grau de umidade tornam-se vulneráveis a serem 
colonizados por altas populações, tanto de insetos quanto fungos. Os fungos têm 
sido assinalados como uma das principais causas da perda da qualidade de grãos e 
sementes, durante a semeadura e colheita, bem como no armazenamento (BENTO, 
2011). 
Já para Elias (2003) os fungos estão entre as principais causas de 
deterioração dos grãos armazenados, sendo superados apenas pelos insetos. 
Elias (2003) salienta que é importante conhecer os prejuízos causados pelos 
fungos, mas é de fundamental importância que se conheçam as condições para o 
seu desenvolvimento. A umidade e temperatura elevadas, aliadas a métodos 
inadequados de armazenamento e manuseio dos grãos são fatores combinados que 
resultam em maior desenvolvimento fúngico, causando as maiores perdas na 
produção de grãos. 
 
2.4.1 Classificação dos fungos em função do momento do ataque 
 
Conforme Bento (2011) os fungos presentes nos grãos são classificados 
conforme suas exigências de água em dois grupos, podendo ser fungos de campo e 
de armazenamento. 
Bento (2011) destaca que os fungos de campo colonizam os grãos e 
sementes ainda no campo e necessitam de elevada umidade relativa do ar (90%) e 
elevados teores de água nos grãos (20% a 21%) para o seu desenvolvimento, 
demonstrando assim a importância da colheita no momento adequado. Nesse grupo, 
predominam as espécies dos gêneros Alternaria, Cladosporium, Helminthosporium e 
Fusarium. 
Quanto aos fungos de armazenamento, Bento (2011) cita que os mesmos 
requerem umidades entre 13 e 18%, sendo pouco frequentes durante o crescimento 
da planta no campo e nos grãosrecém-colhidos. 
26 
 
 
 
No entanto, segundo Elias (2003), a contaminação por fungos pode ocorrer 
antes da colheita, enquanto as plantas estão crescendo no campo, ou depois que o 
grão for colhido, antes do seu armazenamento, ou durante ele. 
Para Lorini, Miike e Scussel (2002), fungos de armazenamento são aqueles 
que atacam produtos com umidade de 15% e em umidade relativa entre 70 e 90% 
durante a armazenagem. 
Entretanto Elias (2003), aponta uma exceção, o milho armazenado úmido, na 
espiga, em caixotes, que pode ser atacado por um típico fungo de campo. Em 
contraponto com o que diz Bento (2011), para Elias (2003), a maioria dos fungos 
requer umidade alta nos grãos, de 22 a 23% (em base úmida), que se equilibra com 
umidade relativa de 90 a 100%. 
Em torno de cem espécies de fungos já foram isolados em grãos e como já 
citado estes necessitam um mínimo e um ótimo de umidade relativa e de 
temperatura para se desenvolverem (ELIAS, 2003). 
A faixa de umidade relativa que os fungos suportam é mais importante do que 
a temperatura ótima. O tipo de grão e a danificação mecânica limitam a 
armazenagem de grãos com umidades mais elevadas. O mínimo de umidade para a 
germinação de esporos é 65%, todavia alguns exigem 93%. Diminuir-se a umidade 
relativa do ar no ambiente de armazenamento para valores abaixo de 65%, significa 
reduzir a atividade da maioria dos fungos (ELIAS, 2003). 
 
2.4.2 Grãos armazenados e intoxicação por micotoxinas 
 
Conforme Fepagro (1999), Silva (2005) e Freire et al. (2007) os grãos 
(mofados ou ardidos) são normalmente contaminados por fungos toxicogênicos dos 
gêneros Aspergillus (Figura 3), Penicillium e Fusarium, que dependendo das 
condições de manejo de cultura, colheita e de armazenagem podem produzir 
micotoxinas, resultantes de seus metabolismos secundários produzidos por uma 
variedade de fungos, sendo estes metabólitos patogênicos para homens e animais. 
27 
 
 
 
Figura 3 - Colônias de Aspergillus niger em grão de milho
 
Fonte: Elias (2003). 
 
Freire et al. (2007) destacam que estes compostos podem causar efeitos 
danosos para a saúde humana e animal, sendo capazes de induzirem efeitos 
carcinogênicos, hepatotóxicos e mutagênicos. Ainda conforme os autores, cerca de 
25% de todos os produtos agrícolas produzidos no mundo estão contaminados com 
alguma micotoxina. 
Conforme Amaral et al. (2006) a presença destes metabólitos em alimentos é 
um sério problema para saúde pública e para a qualidade dos alimentos. 
Com estes problemas desencadeados observou-se a necessidade de 
análises para avaliação da qualidade de grãos e subprodutos oriundos dos mesmos, 
com isso estudos passaram a ser desenvolvidos no Brasil, e têm sido comprovado 
que muitos alimentos, rações e ingredientes apresentam níveis de contaminação por 
micotoxinas, muitas vezes superior ao permitido pela legislação brasileira, bem como 
pela internacional (FREIRE et al., 2007). 
Vários fatores concorrem para a contaminação dos grãos por fungos e a 
consequente produção de micotoxinas, mas principalmente a armazenagem de 
grãos com umidade superior a 12-13 % ou de espigas com palha que tenham 
umidade acima de 22 % (FEPAGRO, 1999). 
Ainda segundo Fepagro (1999) a qualidade de grãos para consumo humano e 
animal depende em grande parte da colonização por fungos e posterior síntese de 
28 
 
 
 
micotoxinas e da rápida deterioração decorrente, afetando a qualidade sensorial e 
nutricional do alimento. 
Existem mais de 500 micotoxinas conhecidas, as mais estudadas são as 
aflatoxinas, as ocratoxinas, as fumonisinas, a citrinina, a zearalenona e os 
tricotecenos (FEPAGRO, 1999). 
Para Lorini, Miike e Scussel (2002), embora cerca de 300 diferentes 
micotoxinas já tenham sido identificadas em laboratório, um número menor é 
considerado como sendo de importância na contaminação dos grãos, sendo que 
estes são muito preocupantes, pois causam sérios problemas, tanto para unidades 
armazenadoras, quanto para os criadores de animais que se alimentam destes 
produtos intoxicados. 
Segundo a Fepagro (1999) as micotoxinas são incolores, inodoras e insípidas, 
sendo impossível a sua detecção sem exames laboratoriais. 
 
2.4.2.1 Aflatoxinas 
 
De acordo com a Fepagro (1999), as aflatoxinas têm uma estrutura química 
semelhante à dicumarina, causando hemorragias, que levam a morte em caso de 
intoxicações agudas. As intoxicações causadas por estas toxinas caracterizam-se 
pelo retardamento no crescimento, baixa imunidade, traduzida por facilidade de 
contrair infecções e falhas nos programas de vacinação, lesam o fígado e causam 
câncer. 
 
2.4.2.2 Ocratoxinas 
 
Segundo Silva (2005) estas substâncias são produzidas pelas espécies de 
fungos Aspergillus alutaceus, A. alliaceus, entre outras, e ocorrem tanto em cereais 
como em leguminosas. Promovem acumulação de gordura no fígado e sérios danos 
renais, principalmente em suínos e cães. Normalmente, retardam a maturação 
sexual em galinhas e diminuem a produção de ovos. 
 
 
29 
 
 
 
2.4.2.3 Tricotecenos 
 
Ainda conforme Pinto (2005) e Silva (2005), os tricotecenos são toxinas 
produzidas por fungos do gênero Fusarium, que podem causar sérios problemas de 
saúde, podendo afetar tanto homens como animais. Estas micotoxinas ocorrem em 
grãos como o milho, trigo, cevada e outros. Os principais transtornos que ocorrem 
devido a ingestão de produtos contendo estas micotoxinas são vômitos, 
hemorragias, recusa do alimento, necrose da epiderme, aleucia tóxica alimentar 
(ATA), redução do ganho de peso, da produção de ovos e leite, interferência com o 
sistema imunológico e morte (SILVA, 2005). 
 
2.4.2.4 Zearalenonas 
 
Silva (2005) destaca que as zearalenonas são toxinas produzidas por fungos 
da espécie Fusarium graminearum e ocorrem principalmente em grãos de milho. 
Intoxicações com este tipo de toxina podem gerar hiperestrogenismo, aborto, 
natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade, efeminização dos 
machos com desenvolvimento de mamas, pois a mesma age como hormônio 
feminino (PINTO, 2005). 
Conforme Pinto (2005), as micotoxinas causam determinados problemas aos 
que consomem o alimento contaminado e cada grão, de acordo com a sua 
composição física e química, é atacado por diferentes tipos de fungos associados a 
suas toxinas e suas respectivas complicações, conforme é exemplificado na Figura 
4. 
 
30 
 
 
 
Figura 4 - Diferentes tipos de grãos, fungos associados e suas respectivas 
micotoxinas 
 
Fonte: Food Ingredients Brasil (2009). 
 
2.5 Armazenamento de grãos 
 
O armazenamento é utilizado desde a antiguidade para evitar a falta de 
alimento por diversas razões, entre as principais está a sazonalidade dos cultivos, 
devido às limitações climáticas ou ao tempo de desenvolvimento das culturas 
(BORDIGNON, 2009). 
Ainda de acordo com Bordignon (2009), as civilizações têm desenvolvido 
meios de conservar seus alimentos (grãos e sementes) por um tempo maior, para 
que a oferta de alimentos não reduzisse com a sazonalidade dos plantios e para que 
o produto permaneça viável por período maior, principalmente pelo controle da 
umidade. 
 
2.5.1 Formas de armazenamento de grãos 
 
Conforme Pimentel e Fonseca (2011), as formas para armazenamento de 
milho, e consequentemente de diversos tipos de grãos, podem ser a granel, em silos 
metálicos, de alvenaria ou concreto conforme Figura 5, em armazéns convencionais 
(sacarias) como mostra a Figura 6, em paióis, Figura 7, ou ainda em armazéns 
graneleiros (Figura 8) e em sistemas de armazenagem temporária, como silo bolsa 
31(Figura 9). Para cada forma de armazenamento existem normas para a adequada 
manutenção da qualidade dos grãos. 
 
2.5.1.1 Silo metálico 
 
Utilizado em nível de fazenda, coletor, intermediário e terminal. Em 
propriedades agrícolas d’Arce (20--) destaca que os silos metálicos são em geral de 
média e pequena capacidade, constituídos de chapas lisas ou corrugadas, de ferro 
galvanizado ou alumínio, fabricados em série e montados sobre um piso de 
concreto. A umidade ideal para o armazenamento dos grãos nestas condições são 
as mostradas no Quadro 3. 
 
Figura 5 - Armazenamento de grãos em silos metálicos 
 
Fonte: Teixeira et al. (2005). 
 
2.5.1.2 Armazenagem em sacarias 
 
Sistema grandemente difundido entre agricultores, principalmente familiares. 
Em silos granelizados, comumente conhecidos como tipo piscinas, esta sacaria é 
utilizada como barreira para grãos a granel (BERWANGER, 2010). 
 
32 
 
 
 
Figura 6 - Armazenamento de grãos em sacarias 
 
Fonte: Berwanger (2010). 
 
2.5.1.3 Armazenamento em paióis 
 
Os paióis são geralmente utilizados em pequenas propriedades, para 
armazenamento de grãos em espiga, com palha, como no caso do milho, ou em 
casca, como é o caso do amendoim. Este tipo de construção é de fácil 
implementação, porém, neste sistema também é importante que esteja bem seco e 
que o local de armazenamento seja bem ventilado para que possa haver controle de 
umidade adequado (ELIAS, 2003; PIMENTEL e FONSECA, 2011). 
 
 Figura 7- Armazenamento de grãos em paiol 
 
Fonte: Pimentel e Fonseca (2011). 
 
33 
 
 
 
2.5.1.4 Silos graneleiros 
 
Estas unidades são caracterizadas por apresentarem fundo em forma de V 
possuindo equipamento automático para carga e descarga (d’ARCE, 20--). 
Ainda conforme d’Arce (20--), este tipo de estrutura apresenta algumas 
limitações funcionais, entre elas a necessidade de manter a massa de grãos com 
grau de umidade mais baixo que no silo elevado, emprego frequente da aeração 
mecânica e dificuldades na descarga do produto armazenado. 
 
Figura 8- Armazenamento de grãos em silo graneleiro 
 
Fonte: Castanho (2013). 
 
2.5.1.5 Armazenamento em silos bolsa 
 
Esta forma de armazenagem (Figura 8) é bastante difundida em fronteiras 
agrícolas, sendo utilizada como reguladora de fluxo, a espera de lugar mais 
adequado para a massa de grãos, principalmente onde as condições de umidade 
são controladas inicialmente com algum tipo de secagem (PATURCA, 2014). 
 
34 
 
 
 
Figura 9 - Armazenamento de grãos em silos bolsa 
 
Fonte: Marcher Brasil (20--). 
 
Costa et al. (2010) verificaram que não houve variação do teor de água dos 
grãos de milho armazenados nos silos bolsa, demonstrando a possibilidade do uso 
desta técnica por parte dos agricultores, conforme mostra o Quadro 4. 
 
Quadro 4 - Valores médios de teor de água dos grãos de milho armazenados com 
14,5 e 18,0% (b.u.) em silos tipo bolsa, nas temperaturas de 25, 30 e 35 ºC, durante 
180 dias 
Temperatura 
Período de armazenamento (dias) 
0 30 60 90 135 180 Média ± DP* 
25 
14,5 14,7 14,6 15 15 14,3 14,7 ± 0,28 
18,0 18,0 18,0 18,0 19 18,3 18,2 ± 0,40 
30 
14,5 14,6 14,7 15,0 15,3 14,7 14,8 ± 0,30 
18 17,6 19,0 19,0 19,0 19,3 18,7 ± 0,68 
35 
14,5 14,6 15,0 14,7 15,2 14,5 14,8 ± 0,29 
18, 0 18,7 16,5 18,0 19,0 18,0 18,0 ± 0,86 
* DP – Desvio Padrão 
Fonte: Costa et al. (2010). 
 
Independentemente do método de armazenagem os efeitos negativos da falta 
de controle de umidade nos grãos são enormes, devendo assim, todos produtores, 
desde pequenas propriedades em nível de agricultura familiar, como para aqueles 
detentores de médias e grandes áreas de produção determinar o grau de umidade 
dos grãos nas diversas etapas de produção (ELIAS, 2003). 
 
35 
 
 
 
2.6 Determinação do grau de umidade dos grãos 
 
Segundo Elias (2009), a determinação do grau de umidade é um 
procedimento fundamental na colheita, secagem e armazenagem de grãos. Através 
de estudos valores de umidade considerados seguros para um adequado 
armazenamento foram definidos e hoje são conhecidos e devem ser respeitados 
para que a qualidade dos grãos se mantenha durante a estocagem, conforme já 
especificado no Quadro 3. 
Ainda conforme Elias (2009), o tempo de armazenagem diminui de modo 
inversamente proporcional ao grau de umidade, a medida em que este aumenta. 
A determinação do grau de umidade dos grãos na colheita definirá as 
operações e a qualidade do produto nas etapas subsequentes, como a secagem, a 
armazenagem e a comercialização (GALLI, 2014a). 
 
2.6.1 Métodos para determinação do grau de umidade 
 
Segundo Elias (2003), Santos et al. (2007), Silva et al. (2008) e Elias (2009), 
existem muitos métodos de determinação da umidade dos grãos, sendo 
classificados em duas categorias, diretos e indiretos. 
 
2.6.1.1 Métodos diretos 
 
Moritz et al. (2012) relatam que os métodos diretos determinam o grau de 
umidade pela remoção do conteúdo de água, empregando estufa, destilação, 
infravermelho ou Karl Fisher. 
A determinação é baseada na perda de peso sofrida pelos grãos de uma 
amostra de peso conhecido, devida à retirada da água livre que contém, obtendo-se 
o resultado pela relação entre o peso da água removida e o peso da amostra inicial, 
em geral expressa em percentagem (ELIAS, 2003; ELIAS, 2009). 
Para Silva et al. (2008) através dos métodos diretos, a massa de água 
extraída do produto é relacionada com a massa de matéria seca (umidade em base 
seca) ou com a massa total do material original (umidade em base úmida). 
36 
 
 
 
Embora sejam considerados métodos-padrão, os métodos diretos exigem 
muito tempo e trabalho meticuloso para sua execução, sendo normalmente usados 
em laboratórios de análise de controle de qualidade, em pesquisas e para calibração 
dos métodos indiretos. Os principais são os métodos da estufa, destilação, 
infravermelho (ELIAS, 2003; SILVA et al., 2008) e evaporação (EDABO) (SILVA et 
al., 2008). 
 
2.6.1.1.1 Estufa 
 
Elias (2009) ressalta que a determinação do grau de umidade dos grãos pelo 
método da estufa (sob pressão atmosférica ou a vácuo) é feita com base na 
secagem de uma amostra de grãos, de massa conhecida, calculando-se o teor de 
água através da massa perdida na operação de secagem. A razão entre a perda de 
massa da amostra retirada da estufa e sua massa original, multiplicada por 100, 
fornece o grau de umidade em porcentagem, em base úmida. 
O método de referência para a determinação da umidade de grãos deve ser o 
da estufa (BRASIL, 2013). 
O tempo de secagem da amostra e a temperatura da estufa são variáveis e 
dependem do tipo e das condições em que se encontra o produto e da estufa 
utilizada e devem ser observadas as normas técnicas para determinação de 
umidade de grãos, visto que este método é tido como método padrão (SILVA et al., 
2008). 
Existem duas formas para a determinação da umidade dos grãos através do 
método da estufa, podendo ser sob pressão atmosférica ou a vácuo. 
 
2.6.1.1.2 Estufa sob pressão atmosférica 
 
Segundo Elias (2009), este método consiste em pesar ao menos três 
amostras, entre 15 a 25 gramas de produto em cápsulas, previamente resfriadas em 
dessecador após uma hora em estufa, e colocá-las em estufa a 105±3 Cº, por 24 
horas. Após este procedimento retirar as amostras e depositar em um dessecador, 
até que sua temperatura entre em equilíbrio com a temperatura ambiente, pesando-
as a seguir. O resultado será a diferença entre a massa inicial de grãos menos a 
37 
 
 
 
agua subtraída da amostra. A Figura 10 mostraum modelo de estufa sob pressão 
atmosférica. 
 
Figura 10 - Estufa para determinação de umidade, sob pressão atmosférica 
 
Fonte: Galli, 2014b. 
 
O método de estufa, a 105 ± 3ºC, com circulação natural de ar, durante 24h, 
sem trituração da amostra, é o oficial para determinação do grau de umidade de 
grãos e sementes no Brasil (BRASIL, 2009). 
 
2.6.1.1.3 Estufa a vácuo 
 
As amostras dos grãos são primeiramente moídas e colocadas em estufa a 
aproximadamente 100ºC, então são mantidas sob pressão de 25 mm de Hg, durante 
aproximadamente cinco horas. A seguir, elas são retiradas e, como nos processos 
anteriores, pesadas após atingirem a temperatura ambiente. A perda de peso 
representará a quantidade de água da amostra, ou seja, a diferença de peso da 
amostra inicial menos a massa total após os procedimentos, resultará na 
percentagem de umidade (ELIAS, 2009). 
 
2.6.1.2 Destilação 
 
Silva et al. (2008) e Elias (2009) destacam que neste método a água é 
removida pela fervura dos grãos em banho de óleo vegetal ou em tolueno, cuja 
38 
 
 
 
temperatura de ebulição é muito superior à da água. O vapor d'água oriundo da 
amostra é condensado, recolhido e seu peso ou volume é determinado. Existem dois 
métodos de destilação para o caso de grãos, Tolueno e Brown-Duvel. 
 
2.6.1.2.1 Tolueno 
 
Para Silva e Rufato (2001), Silva et al. (2008) e Elias (2009), neste método a 
amostra é moída, pesada (5 a 20 g) e após destilada em tolueno à temperatura de 
aproximadamente 110ºC, até perder toda a água. Tal operação dura cerca de duas 
horas e em muitos casos, o tolueno pode ser substituído pelo xileno, cujo ponto de 
ebulição é de aproximadamente 138ºC, contudo existe o inconveniente que ambos 
são materiais inflamáveis. A Figura 11 mostra o esquema do equipamento e seus 
componentes. 
 
Figura 11– Esquema do método de destilação em tolueno 
 
 Fonte: Silva e Rufato (2001) e Silva et al. (2008). 
 
2.6.1.2.2 Brown Duvel 
 
De acordo com Silva et al. (2008), este aparelho pode ser constituído por 
vários módulos e a umidade é determinada pelo processo de destilação, como no 
processo anterior, entretanto, diferente do método tolueno, não há necessidade de 
39 
 
 
 
moer a amostra. O tamanho da amostra, a temperatura e o tempo de exposição 
variam com o tipo de grão. 
Neste método a água é removida pelo aquecimento, até o ponto de ebulição, 
pela mistura de grãos e óleo vegetal, sendo que a temperatura de ebulição do óleo é 
muito superior à da água. O vapor d’água oriundo da destilação da amostra é 
condensado e seu volume determinado, definindo por este valor o grau de umidade. 
O Brown Duvel comercial (Figura 12) possui um sistema termométrico que desliga 
automaticamente a fonte de aquecimento quando o óleo atinge uma temperatura 
específica para cada tipo de produto (SILVA et al., 2008). 
 
Figura 12 - Determinador de umidade de grãos Brown Duvel 
 
Fonte: Silva et al. (2008). 
 
2.6.1.2.3 EDABO 
 
Apesar dos vários tipos de determinadores de umidade (diretos ou indiretos) 
disponíveis no mercado, eles são, em geral, de custos relativamente altos e muitas 
das vezes os fornecedores não oferecem a devida assistência técnica. Como 
necessitam de calibração periódica, e por causa das dificuldades de operação e 
custo de um sistema-padrão, foi desenvolvido o método de determinação EDABO 
(Evaporação Direta da Água em Banho de Óleo), uma variação do método de 
40 
 
 
 
destilação, de baixo custo e de mesma precisão do método-padrão (SILVA e 
RUFATO, 2001; SILVA et al., 2008; ELIAS, 2009). 
Segundo Silva et al. (2008) e Elias (2009), este determinador pode ser 
construído com os recursos de uma carpintaria simples (Figura 13), ou ainda pode 
ser feito com auxílio de utensílios domésticos ou de laboratório, conforme Figura 14, 
sendo os equipamentos necessários: um termômetro até 200ºC; uma balança com 
capacidade para pesar 500 g com precisão de 0,5 g; óleo vegetal; um recipiente, 
podendo ser uma leiteira com capacidade para um litro, com resistência a altas 
temperaturas para depositar os grãos junto com o óleo; um aquecedor a álcool ou 
fogareiro convencional a gás. 
Figura 13 - Equipamento EDABO fabricado artesanalmente 
 
 Fonte: Silva et al. (2008). 
 
Figura 14 - Equipamento EDABO com auxílio de utensílios domésticos 
 
Fonte: Silva et al. (2008). 
41 
 
 
 
2.6.1.2.3.1 Procedimento para determinação da umidade do grão pelo método 
EDABO 
 
Inicialmente deve se fazer amostragem correta do lote dos grãos a se 
determinar a umidade, em seguida, com o auxílio de uma balança de precisão pesar 
100 g do grão e colocar em um recipiente com aproximadamente 10 cm de diâmetro 
e 20 cm de altura, resistente a altas temperaturas, dotado de tampa perfurada (tipo 
ralo), com um furo maior para inserir um termômetro graduado até 200°C. A seguir 
adicionar óleo de soja até cobrir a camada de grãos, quando este procedimento 
estiver terminado deve-se proceder a pesagem do recipiente, com o produto (grãos) 
mais óleo e o termômetro e anotar a massa inicial, que vai ser definida como Mi 
(ELIAS, 2009; SAMPAIO, 2010). 
Em seguida deve-se aquecer o conjunto, por aproximadamente 15 minutos, 
até atingir a temperatura indicada, como descrito no Quadro 5, pois cada grão tem 
uma temperatura adequada, para que a água livre seja evaporada. Após estes 
procedimentos, retirar a fonte de calor, esperar que cesse o borbulhamento e, por 
pesagem, obter a massa final (Mf). O resultado de Mi - Mf é o grau de umidade em 
porcentagem, em base úmida (ELIAS, 2009; SAMPAIO, 2010). 
 
Quadro 5 - Temperatura para determinação de umidade pelo método EDABO 
PRODUTO TEMPERATURA (Cº) 
Feijão 175 
Arroz em casca 200 
Arroz beneficiado 195 
Milho 195 
Sorgo 195 
Soja 135 
Trigo 190 
Café em coco 200 
Fonte: Adaptado de Silva et al. (2008) e Elias (2009). 
 
Conforme Fonseca (20--), a utilização deste método está sendo incentivada 
em municípios de Minas Gerais, através de demonstrações realizadas por parte de 
extensionistas rurais de órgão estadual de assistência técnica e extensão rural. 
42 
 
 
 
Segundo o autor os técnicos da Emater-MG, recomendam a utilização do 
equipamento devido ao baixo custo de aquisição. 
Para Silva et al. (2014), o método EDABO é simples e fácil de ser executado. 
 
2.6.1.2.4 DUPEA 
 
O determinador de umidade por equivalência de água (DUPEA) foi 
desenvolvido por Silva et al. (1984). É de fácil construção e baixo custo (LUZ, 
BAUDET e TROGER, 1993). 
Para Santos, Freire e Prado (1985) neste método a determinação da umidade 
é feita retirando a água contida no produto, através de aquecimento em banho de 
óleo vegetal com temperaturas específicas para cada material. A diferença de 
massa da amostra é determinada em uma balança simples, pela reposição de certo 
volume de água equivalente ao removido durante o aquecimento, como mostra a 
Figura 15. 
 Santos, Freire e Prado (1985), através da análise de regressão, constataram 
que a curva de calibração obtida no método DUPEA não diferiu do método padrão 
com estufa. 
 
Figura 15 - Determinador de umidade DUPEA 
 
Fonte: Santos, Freire e Prado (1985). 
 
43 
 
 
 
Conforme Luz, Baudet e Troger (1993), o método de destilação a óleo é tão 
confiável quanto os métodos que utilizam estufa, e por ser um método de baixo 
custo e de fácil construção, pode ser recomendado para calibrar os aparelhos 
eletrônicos. Entretanto conforme os autores o método DUPEA não possui 
confiabilidade para determinação de umidade de sementesde arroz, feijão e milho. 
 
2.6.1.3 Métodos químicos 
 
Conforme Elias (2003), o método químico mais preciso é o Karl Fisher, mas, 
além desse podem ser citados o do Carbureto de Cálcio e do Dicromato. Entretanto, 
o alto custo para aquisição e o elevado tempo para determinação inviabiliza o seu 
uso por grande parte dos agricultores. 
 
2.6.1.4 Métodos indiretos 
 
Moritz et al. (2012), esclarecem que os métodos indiretos utilizam as 
propriedades elétricas dos grãos, capacitância ou resistência, para a determinação 
do grau de umidade. 
Já para Silva et al. (2008), nestes incluem-se, principalmente, os métodos 
elétricos. Os equipamentos classificados nesta categoria utilizam uma propriedade 
do grão que varia com o seu grau de umidade e são sempre calibrados segundo um 
método direto adotado como padrão oficial. 
Devido a rapidez na determinação da umidade, os determinadores elétricos 
ou eletrônicos são usados no controle da secagem, da armazenagem e em 
transações comerciais dos grãos. O valor apresentado nos resultados por estes 
equipamentos é dado em base úmida, ou seja, mostra a relação percentual entre a 
quantidade de água e a massa total da amostra (SILVA et al., 2008). 
 
2.6.1.4.1 Método de resistência elétrica 
 
Silva et al. (2008) e Elias (2009) relatam que a resistência ou condutividade 
elétrica de um material biológico varia com o seu teor de água. No caso de grãos, o 
44 
 
 
 
grau de umidade (U) é inversamente proporcional ao logaritmo da resistência que 
estes oferecem à passagem de uma corrente elétrica. 
Ainda de acordo com Silva et al. (2008), sabe-se que a resistência elétrica de 
um material varia de acordo com a temperatura e que, ao contrário dos metais, um 
aumento na temperatura promove diminuição da resistência elétrica no carbono. 
Como os grãos são constituídos basicamente desse material, quem for usar um 
determinador com base no princípio da resistência elétrica deve tomar alguns 
cuidados com a temperatura das amostras, pois temperatura alta resulta em uma 
baixa resistência elétrica, que por sua vez significa umidade elevada, pois poderão 
induzir a erros nas leituras. 
Portanto, torna-se necessário fazer a correção da temperatura e cada tipo de 
grão, num mesmo aparelho, deverá ser submetido a uma pressão específica, que é 
expressa nos catálogos dos equipamentos (Figura 16) (SILVA et al., 2008). 
 
 Figura 16– Medidor de umidade universal com princípio de funcionamento por 
resistência elétrica dos grãos 
 
Fonte: Silva et al. (2008). 
 
2.6.1.4.2 Método dielétrico (capacitância) 
 
As propriedades dielétricas dos grãos dependem, principalmente, de seu grau 
de umidade. A capacidade de um condensador é influenciada pelas características 
dos materiais colocados entre suas armaduras ou placas. Assim, determinando as 
45 
 
 
 
variações da capacidade elétrica do condensador, cujo dielétrico é representado por 
uma massa de grãos, pode-se indiretamente determinar seu teor de água. Estes 
equipamentos (como os exemplificados na Figura 17) são de fácil operação, 
entretanto de alto custo para aquisição (SILVA et al., 2008). 
 
Figura 17- Determinador de umidade Motomco, (a), Farmex, (b) pelo método 
dielétrico 
 
Fonte: Motomco Group (2014), (a), Farmex (2010) (b). 
 
Outros equipamentos também são utilizados, mas os mais comumente 
empregados são os que foram vistos até aqui. 
Como citado por Berwanger (2010), o alto custo para aquisição de 
determinadores de umidade é um dos fatores que dificultam a aquisição dos 
mesmos. 
Berwanger (2010), em estudo realizado em pequenas propriedades de 
agricultores familiares, comprovou que estes se utilizam de métodos empíricos para 
a determinação de umidade nos grãos, tanto para definir a hora da colheita, quanto 
para o armazenamento, acarretando sérios riscos e prejuízos aos produtores rurais. 
 
 
 
 
 
 
(a) 
(b) 
46 
 
 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
 
3.1 Local do experimento 
 
O trabalho foi realizado no Laboratório de Processamento de Grãos do Curso 
de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa do Cruz (UNISC), Santa Cruz do 
Sul – RS. 
 
3.2 Materiais 
 
3.2.1 Amostras de grãos 
 
Foram coletadas amostras de arroz, feijão e milho em propriedades 
produtoras de Cerro Branco e Novo Cabrais, sendo que para cada cultura foi 
coletada uma amostra composta e cada produtor disponibilizou um tipo de grão. 
Além disso foi aplicado um questionário (Apêndice A), a fim de caracterizar os 
procedimentos usados por cada produtor para monitorar a umidade de colheita, a 
secagem e o armazenamento. 
Para cada tipo de grão foram necessários 2 quilogramas (kg) para que fosse 
suficiente aos procedimentos analíticos. 
Após a coleta estas foram identificadas e dispostas em embalagens PET. 
 
3.2.2 Equipamentos e demais materiais utilizados 
 
Para a execução do experimento foram utilizados os seguintes equipamentos e 
materiais: 
 Estufa marca Odontobras, modelo EL – 1.3, dessecadores e cápsulas de 
alumínio; 
 Concha plástica para grãos; 
 Termômetro digital portátil com 5 sensores Penta III, da marca Full Gauge; 
 Balança de precisão marca Gehaka, modelo 1000, pesa de 0,50 g a 1.010g, 
com precisão de 0,01g; 
47 
 
 
 
 Balança digital de cozinha SF-400 – capacidade de até 10 kg; graduação de 
1 em 1 grama; diâmetro do prato de 14 cm; peso do equipamento 360 gramas; 
alimentação com 2 pilhas AA. 
 Medidor de umidade marca Motomco 999FB, previamente calibrado; 
 Quarteador utilizado para a homogeneização dos grãos marca Eagri. 
 Para a montagem do determinador de umidade (EDABO): 
 Tarros de alumínio, com capacidade de 2 litros com tampas e alças 
para suspensão; 
 Óleo de soja; 
 Termômetros, modelo digital espeto, capacidade de leitura de 
temperaturas entre -50ºC e 300ºC, com haste de aço inoxidável de 125 mm; 
 Embalagens de leite em pó; 
 Álcool; 
 Estopa; 
 Estrutura para suportar o peso do conjunto embalagem: 
 Madeira com dimensões de 2x10x100 cm; 
 Barra de ferro 3/8 com 1 metro. 
 
3.3 MÉTODOS 
 
3.3.1 Preparo das amostras 
 
As porções foram homogeneizadas em quarteador de amostras (Figura 18). 
 
 
48 
 
 
 
Figura 18 – Quarteador de amostras 
 
Fonte: Eagri (2012). 
 
3.3.1.1 Determinação de matérias estranhas e impurezas das amostras de arroz 
 
Seguindo orientação de Brasil (2009), retiraram-se as matérias estranhas e 
impurezas utilizando-se peneira de crivos oblongos de 1,75 x 22,00mm, executando 
movimentos contínuos e uniformes durante 30 segundos. 
Ainda de acordo com Brasil (2009), os grãos em casca, inteiros ou quebrados, 
que vazaram na peneira foram considerados impurezas. 
As impurezas e matérias estranhas que ficaram retidas na peneira foram 
catadas manualmente e adicionadas às que vazaram na peneira. Para definir o 
percentual destes juntou-se o que foi considerado matéria estranha e impurezas 
(MEI) (BRASIL, 2009). 
 
3.3.1.2 Determinação de matérias estranhas e impurezas das amostras de 
feijão 
 
Para a determinação das matérias estranhas e impurezas das amostras de 
feijão foi observado o que preconiza Brasil (2008) utilizando-se uma peneira de 
crivos circulares de 5,00mm de diâmetro executando movimentos contínuos e 
uniformes durante 30 segundos e observando-se os seguintes critérios: 
Com relação à separação das impurezas, o procedimento realizado foi a 
catação manual de películas, vagens, inclusive as vagens não debulhadas, e outras 
49 
 
 
 
partículas oriundas da cultura do feijoeiro que não eram grãos ou pedaços de

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