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Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 1 GOVERNANÇA, ÉTICA E TRANSPARENCIA NAS EMPRESAS ÉTICA A ética, com já visto nesta disciplina, constitui um conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização, em termos gerais, é uma preocupação com o bom comportamento, traduzindo-se numa obrigação de se considerar não apenas o bem estar pessoal como também o bem estar de outras pessoas. Também podemos interpretar a Ética como um código de moral de uma pessoa ou organização que estabelece os padrões de conduta considerados corretos ou adequados pela sociedade. O comportamento ético é aquele que é aceito como bom e certamente em oposição ao mau e errado. As organizações que praticam a ética se beneficiam pelo menos em três aspectos: a) Aumentam a produtividade, devido a garantia de saúde e bem estar dos funcionários; b) Melhoram a saúde organizacional por meio da imagem pública positiva que atrai mais consumidores; c) Minimiza a regulamentação governamental, pois se a organização é confiável quanto às suas ações éticas, há menor pressão em relação a legislações que regulem os negócios. EMPRESA OBJETIVO LUCRO ESSENCIAL COMPORTAMENTO ÉTICO COMPETITIVIDADE Ética do lucro Empresa Capital Trabalho Comunidade Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 2 ÉTICA ABSOLUTA X ÉTICA RELATIVA VISÃO ÉTICA X VISÃO ANTIÉTICA RSO ÉTICA E CULTURA ORGANIZACIONAL Segundo Edgar Schein, cultura é um conjunto de premissas que um grupo aprendeu a aceitar como resultado da solução de problemas de adaptação ao ambiente e de integração interna. Essas premissas funcionam suficientemente bem para serem consideradas válidas e podem ser ensinadas a novos integrantes como sendo a forma correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a esses problemas de adaptação externa e integração interna. ARTEFATOS, LINGUAGEM E HÁBITOS HISTÓRIAS, MITOS E HERÓIS ESTUDO DA CULTURA ENTENDIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES VALORES E CRENÇAS Ética Cultura Transparência Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 3 A cultura de qualquer grupo social abrange os seguintes componentes principais: - artefatos – arquitetura, utilização do espaço, maneira como as pessoas se vestem, disponibilidade de recursos, etc; - tecnologia – é o repertório de conhecimentos utilizados pelas pessoas e organizações para resolver problemas (estado-da-arte); - símbolos – compreendem comportamentos e objetos eu carregam e transmitem mensagens e significados dentro de uma cultura organizacional (cerimônias, rituais, imagens, hábitos e linguagem); - Valores – estão no íntimo da cultura organizacional. Os valores compreendem crenças, preconceitos, ideologia e todos os tipos de atitudes e julgamentos compartilhados pelos integrantes da organização. GOVERNANÇA CORPORATIVA: O CONCEITO Em virtude dos diversos casos de escândalos financeiros (como no caso da empresa norte americana Enron), as empresas de capital aberto passaram a priorizar em suas administrações o conceito de Governança Corporativa.Isto porque cada vez mais os investidores exigem transparência na gestão financeira assim como mecanismos de monitoramento e controle das decisões estratégicas advindas dos altos executivos, uma vez que os investidores sempre procuram meios de responsabilizar os executivos pelas decisões e resultados obtidos. A Governança Corporativa é fundamentalmente um mecanismo para organizar o relacionamento entre os proprietários e os executivos de alto nível, cujos interesses podem estar em conflito, por diversas razões, mas tem se expandido. Iniciou-se primeiramente, traçando regras e padrões de relacionamento entre os acionistas e a alta administração, no entanto, o conceito tem se expandido constantemente, e por isso, atualmente além de ser um mecanismo de controle objetivo dos acionistas, também tem incorporado questões como ética, transparência, maximização do controle interno em todas as áreas da organização, abarcando toda a empresa ao invés de se limitar à gestão financeira e de negociação das ações na bolsa de valores, por isso a governança corporativa é sustentada pelos conceitos: ética, transparência, prestação de contas, equidade e cumprimento de leis. Ainda de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o IBGC, em um texto atualizado, define a governança corporativa como: “sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo com a sua longevidade.” (texto atual divulgado pelo IBGC). Vários elementos se destacam na governança corporativa: Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 4 GOVERNANÇA CORPORATIVA É necessário enfatizar que os benefícios da implantação da governança são visíveis nos próprios resultados organizacionais. Por isso, outros tipos de organizações começam a implantar os conceitos da governança em sua prática de gestão (Exemplo: empresas de capital fechado, governos, fundações e organizações não governamentais). FUNÇÕES DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Em suma as funções da governança corporativa seriam: - contribuir com um conjunto de regras que padronizam o comportamento organizacional, objetivando obter uma relação mútua de confiança e redução dos conflitos de interesses; - melhorar aos investidores o processo de fiscalização pela maior transparência das informações, aumentando a segurança,redução os riscos dos investimentos; - aumentar o valor da sociedade e melhorar seu desempenho; - facilitar o acesso ao capital; - favorecer a perenidade da organização; - introduzir questões éticas na ação organizacional, em ambiente interno e externo. ÁGIOS E DESÁGIOS DE GOVERNANÇA – CRIAÇÃO DE VALOR Em virtude adoção das práticas da governança corporativa, Os mercados registraram mudanças em relação à valorização das organizações e de suas respectivas ações. Os investidores se dispõem a pagar ágios de governança pelas ações das companhias que possuem um sistema de governança de alta qualidade. Na direção oposta, são aplicados deságios de governança, pela ausência percebida de adesão às boas práticas. Auditoria Independente Propriedade (sócios) Conselho de Administração Gestão Insiders Outsiders / outsiders relacionados Código de conduta e conflito de interesses Conselho Fiscal Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 5 ISO 26000 No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na Fiesp, em São Paulo. A ISO 26000 é a primeira norma internacional de responsabilidade social empresarial. Foi desenvolvida com o objetivo de traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes, origens e localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade. Sua criação foi cogitada pela primeira vez em 2001 durante uma reunião do comitê de política de consumidores da ISO (Copolco). Para sua criação diversos setores da economia participaram liderados pelo engenheiro da Suzano Papel e Celulose Jorge Cajazeiro. A norma é entendida como um instrumento oficial capaz de integrar a forma como as organizações lidam com o mundo a sua volta e considera que os stakeholders são agentes fundamentais para o sucesso das organizações. Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizarem-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, a norma tem uso voluntário, que não visa e nem é destinada para fins de certificações, por esta a razão o texto da norma nunca inclui textos com a expressão “deve”, mas sim “convém que” o objetivo é incentivar um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas. A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte ou localização, sobre: - conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social; - histórico, tendências e características da responsabilidade social; - princípios e práticas relativas à responsabilidade social; - os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; - integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência; - identificação e engajamento de partes interessadas; - comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social. Segundo a norma ISO 26000 os benefícios que a RS pode trazer para a organização são diversos, tais como: Melhorias das práticas de gestão de risco da organização, estímulo a um processo decisório que leve em conta às expectativas da sociedade, melhoria da reputação da organização, geração de inovação, melhoria da competitividade incluindo acesso a financiamento e status de parceiro preferencial, melhoria do relacionamento da organização com suas partes interessadas, aumento da fidelidade, envolvimento, motivação, participação e moral dos empregados, melhoria da saúde e segurança dos Administração UNIP – Aula 3 Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 6 trabalhadores, eficiência no uso de recursos, maior confiabilidade e prevenção ou redução de possíveis conflitos com consumidores referentes a produtos ou serviços. BIBLIOGRAFIA DA AULA: CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 15a. reimpressão. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Governança Corporativa. Disponível em: www.ibgc.gov.br. Acessado em: 05/01/2011. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana revolução digital. 2ed. São Paulo: Atlas, 2002. NESTOR, Stilpon (2000). International Efforts to Improve Corporate Governance: Why and How. Paris: Organization for Economic Cooperation and Development (October) http://www.oecd.org/daf/corporateaffairs/governance/. Princípios da Governança Corporativa, 2004. Disponível em: http:// Organization for economic co-operation and development (OECD). www.oecd.org. Para a norma ISO 26000: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_gen erico_imagens-filefield-description%5D_65.pdf
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