BIOELETROGÊNESE CARDÍACA

ED G A R M ACÁRI O M E DU FES 9 6 28 . BI O ELTR O GÊ NE S E CARDÍA CA 1 . Pote nc i al d e re pou s o ................................................................ ................................ ............. 1 2 . Pote nc i ai s de aç ão c ardí ac os ................................................................................................ . 2 a. P ote nci a l de a çã o r áp i do ................................................................................................ ..... 2 b. Pot e n c i a l d e aç ão l e nto ................................................................ ................................ ....... 3 c . P e rí odo r efratá ri o do pot e n c i al d e aç ão c ar día co ................................................................ .. 3 3 . Ca nai s i ô ni c o s c ardí acos ................................ ................................................................ ........ 4 a. ca nal de só d i o ................................................................................................ .................... 4 b. c anai s d e c ál ci o .................................................................................................................. 4 c . ca nai s de p otáss i o ................................ ................................ ................................ ............... 5 d. bomba s e tr oca do r e s i ôn i cos ................................................................ ............................... 5 4 . Automat i smo c ardí aco ................................ ................................ ................................ .......... 6 5 . Propaga çã o da ati v i dad e e létri ca no cor aç ão .......................................................................... 6 O nó sinoatri a l (NSA) está no AD , nas proxi m i dades d a desembo ca du r a d a V C S e é o l o ca l da g ênese ca r dí a ca esp o nt â nea . As fi b r a s d o NS A estão con ec tada s di r et a m ente à s fi b r a s muscu l a r es a tri a i s, de mod o q ue q ual q uer PA qu e se i nic i e no N SA se p r op a g ue de i m edi a to par a o m . a tr i a l . O nó a tr i oven tri cular ( NAV) est á no AD, pr ó x i m o a o se i o c oron a r i a no , na sup e r fí c i e end o c á r dic a d a po r çã o i nfer i or do sept o IA. O fe i x e de Hi s é um tec i do especi a l i za do na c on du ç ã o do NAV à m u scul a tura ven tr i cul a r . O po tenci a l de r epo us o da c él ul a mi ocá r dic a é -90 m V e sã o r ec o nh ec i das 5 f a ses do po tenci a l de a ç ã o t í pic o de c é l ula cardí a ca vent r i c ul a r : \uf0b7 Fase 0: ocorr e desp olari za ç ã o r á pi da F a se 1: r e p olari za çã o tr a ns i tó r ia e r á p i d a \uf0b7 Fase 2: f a se d e pl a tô \uf0b7 Fase 3: r e p olari za çã o ta r dia e m a i s a centu a da qu e a da f a se 1 \uf0b7 Fase 4: r e st a ur a ç ã o do po ten ci al de r e po uso 1 . Po t e ncial d e re po us o O po ten ci a l de r epo u so é i m po r tant e pa r a a a ti va ç ã o no r mal do c or a çã o po i s v a l ores m eno s nega ti vos provo ca m i n a ti v a çã o de ca n a i s de s ód i o d e p end en tes de v olta g em . Se ina tiv a do s, não p od em ser a ci on a do s par a desp o l a r i zaç ã o , o q ue to r na a c él ul a m i o cá r d i ca meno s ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 ex ci tá ve l . Vê - se, a ss i m, a i m po r tânci a da m a nu ten çã o do p o ten ci a l de r epo u so en tre -80 e - 90 mV . O po tenci a l tr a ns m e m bra na dep end e 1. da s con centra ç ões de í on s nas du a s f a ce s da m e m bra n a ( po tenci a l de equ i líbri o des tes í on s) e 2. da s c o nd ut â nci a s da m e mbr a n a a estes í on s a cada mome nt o . O í on m a i s i m po r tante p a r a o po tenci a l de r epo us o é o p o tá ssio. C o nst r uind o -se um g r á fi co com uma l i nh a con tí nu a r ef er ent e à r elaç ã o ent r e con c ent r a ç ã o e xter na de po tássio e o po tenci a l de m em bra n a , ob ser va -se qu e el a se so brepõ e à l i nh a tr a ce j a da re fe r e nt e a o po tenci a l de Ner nst par a esse í o n. I ss o r e vel a qu e a ci m a de 7 n M é como se o po tássio f o ss e o ún i co re sp on sá vel p el a det er m i naç ã o d o p ot enci a l de r epo us o d o mi o cá r dio. O po ten c i a l de r epo us o d epen de muit o m a i s d o K d o q ue d o N a e t em val or p r óxi m o a o po tenci a l d e equ i l í br i o d o po tássi o . Par a c o ncent r a ç ões meno r e s, h á uma d i fer e nç a e nt r e a s li nh a s, o q ue most r a a pa r tic i p a ç ã o de o u tr os í on s ness a s c o nd i ções. O q ue expl i ca i sso é a ex i stên ci a de u m ca n a l de p ot á ssio cham a do I k1 ( ca n a l de po tássio r etif i c a do r de i nfl uxo) qu e dim i nu i a con du tâ nci a do po tássio qu a n do e ste está em bai x a s con c ent r a ç ões , l ev a nd o a um po ten c i a l me no s nega ti vo (desp o l a r i za) . Nessa fa i x a d e con ce nt r a çã o , o N a tem c on tri bu i ç ã o si g ni f i c a t i va p ara o po tenci a l de r epo us o. H á , po r tant o, co nt r a ç ã o m i ocá r dica em hipe r po ta ssemi a e hipo po ta ssemi a . 2 . P ot enc i ais de ação c ar dí acos O s po ten ci a i s de a ç ã o d o NS A e do N AV p os su em a m p l i tud e s m eno r es q ue o s de ou tra s r eg i ões, i st o é, o s PA va r iam e m dif e r ent es r e g i õ es do c ora ç ã o. N os nó s é de cer c a de 60 m V e no s mi o c á r dios de 120 mV . A va r iaç ã o das con du tânci a s do s í on s va r i a o po tenci a l tra nsmem br a na . Desse m od o, o p ot enci a l tr a ns m e m bra na é defi n i do pela r el a çã o e nt r e a s con du tânci a s e est á ma i s p r ó x i m o do po te nci a l de eq uilíbri o do íon qu e tiver con du tânci a predo m i nante em dado m om ent o. a . Po tenci a l de a ç ã o r á pido É c a r a c ter í stic o do s m i ocá r di o s d e tr a bal h o a tr i a l e vent r i cular, do f ei x e de H i s e da s f i br a s de Pu r ki nje. Os m ec a nismos envo l vi do s em su a g ê nes e sã o: 1. f a se 0: a a bertura de ca n a i s de só dio dep e n den te de v ol tag e m I Na pr ovo c a i nfl uxo ma ci ç o d e só dio, l eva nd o o po tenci a l tr a nsmem br a na e m d i r e ç ã o a o po tenci a l d e equ i l í br i o d o sód i o 2. f a se 1: a a ber tu r a do c a nal de po tá ss i o tr a ns i ent e de ef l uxo I to 1 pr omove r á pida e tra nsitó r i a r epo l ari z a ç ã o. Assi m , o a ument o da cond utânci a de po tássio a pr oxi ma o po tenci a l tr a nsmem b r a na do po ten ci a l de equ i líbri o do po tá ssio e o a f a st a do po tenci a l do só dio. E ss e c a nal a br e e f e cha r a pida me nt e, da í o c a r á ter tr a ns i tó r i o . Na s fi br a s de Pu r ki nje par ec e ha ve r pa r ti c i paç ã o do c a na l de c l or eto I t o2 . ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 3. Fase 2: n a fa se d e p l a tô , a s co r r e nt es desp o l a r i zant es d e Na e d e Ca são q ua se equ i va l ent es às re po l a r i zantes d e K e d e C l , o q ue si g nif i c a d i zer qu e a so m a d a con du tânci a da q uel es é pra ti c a m ente i g u a l à so m a des tes. Po r tanto , o ef l uxo efeti vo de ca rga é peq u eno , r a zã o pel a qu a l o po ten ci a l tr a nsmem br a na per ma nece qu a se est á vel . O s c a n a i s envo l v i d os sã o: \uf0b7 C a na l de cá l c i o do ti po L (I C a, L ): l ent a e prog r ess i va d i m i nu i ç ã o da c orr ente d e cá l c i o devido a su a i n a ti va ç ã o \uf0b7 C a na l de só dio d epend e nt e de volta g em ( I Na ): i n a ti va çã o l ent a \uf0b7 T r oca do r só dio-c á l ci o ( I Na/Ca ): cor r e nt e de i nfl uxo \uf0b7 R e tif i ca do r de i nfl uxo (I K1 ) per m a nece a ber to du r a nt e o r epo us o e se fe cha qu a se i nst a nea me n te com a desp ola r i zaçã o da f a se 0. Su a i nati v a çã o c on tr i bu i par a d i m i n ui r o e f l uxo \uf0b7 B omba de só dio-po tássio ( I Na/K ) carr e i a c o r r ent e r epo l a r i za nt es de bai x a a m pli tu de dura nt e o c i c l o c a r dí a co \uf0b7 C a na l d e p ot á ssio tra ns i ent e d e ef l uxo ( I to1 ) não s ofr e i nati v a ç ã o comp l e ta, em bo r a sej a r á pi da 4. f a se 3: volta a p r edo mi nânci a da con du tâ nci a do po tássio provo ca da po r ca n a i s de po tá ssio d epen de nt es de vo l tag em de f orm a a tr a s a da ( r e tif i c a do r es r et a r dado s I Kr , I Ks e I K u r ) i nd uz i do s pela des po l a r i z a ç ã o d a f a se 0 . E ssa f a se é um do s d eter m i nant es da du r a çã o do PA e su a va r i a bil i dade se deve à s p ec uli a r i d a des do s diver sos tipo s de ca na i s r e tif i c a do r es r eta r dado s. 5. f a se 4: em c é l ula s com po ten ci a l de r epo us o estável , e xi st e cor r ent e ef etiva nu l a . b. Po tencia l de a ç ã o l ent o A d espo l a r i za ç ã o da f a se é r e a liza d a pe l os ca na i s de c á l c i o do tipo L I Ca, L qu e po ssu em a ti v a ç ã o l ent a e d ensidade de cor r ente b em i nfer i or a de I Na . Al ém disso , du r a nte t od o o PA l ent o, h á par ti ci p a ç ã o d o t r oc a do r Na / C a . A r e po l a r i zaç ã o é f ei t a p el os c a nai s d e po tá ss i o I K r e I Ks . Esse PA l e nt o é c a r a c ter í st i co d os NSA e NAV e não p o ssu i f a ses 1 e 2. Na desp ola r i zaç ã o há m a i or con du tânci a de cá lci o e n a r e po lar i za çã o, m a i or c on du tâ ncia de po tá ss i o, send o e ss es do i s í on s o s p r i nci p a i s a to r es do P A l ent o. N ã o há p a r tic i pa ç ã o d o s ód i o , po i s o p ot e n ci a l d e me m b r a n a com v a l o r es m eno s neg a t i vos ( em t orno de -60 m V) provo ca inati va ç ã o de I Na . c. Períod o r ef r a tário do po ten ci a l de a ç ã o cardíaco A r ef r a tivi da de s e r e l a ci on a c om a i nati v a ç ã o d os c a nai s i ôn i cos r esp on sávei s pel a des po l a r i za ç ã o do PA. O per í od o r e f r a t ári o a bs olut o (PR A ) é a quele e m qu e não se p od e evoca r seg un do po te n ci a l de a ç ã o po i s a i nd a nã o ocorr eu r epo l a rizaç ã o sufi c i ent e. O p eríod o r ef r a t á r i o r e l a t i vo ( PRL ) se r ef er e a o p eríod o ent r e o fi m d o PR A e o i n í ci o d a f a se 4 . D u r a n te o PR L , u m est í m ulo su pra l i m i ar é c a pa z de g e r ar po ten ci a l de a ç ã o , po r ém com m eno r tax a de desp ol a r i z a ç ã o (a m pl i tu de) e m e n or ve l oci d a de de prop a g a ç ã o qu e o PA no r m a l . O p er í od o r ef r a tá r i o efe tivo (PR E ) é a qu e l e necessário pa r a qu e do i s PA sucess i vo s p os sa m ser est i m ula d os c o m es tí m ulo de i nt ensi d a de l i m i a r . ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 Q ual a i m port ânci a dos perí odos ref r atá rios no múscu l o c ar dí aco? C omo o per í od o r ef r a tá r i o do c ora ç ã o é m a i or qu e no a x ôn i o, n ã o o c o r r e so m a çã o tem po r a l . A l ém di ss o, a f r e qu ê ncia má x i m a de oco r r ê nc i a de po ten ci a l d e aç ã o é me n or qu e n o a xôn i o . Iss o se tr a du z e m fun ci o nam ento si ncr on i zado com a c on tr a ç ã o vent r i c ula r . Se oco r r e m PA com a l ta freq uên ci a , a c on tr a ç ã o vent r i cul a r é l og o r ec r u ta da, ma s sem enchim ento sa tisf a tó r i o da câ m a ra vent r i c u l ar du r a nte a diá st ole. A r el a ç ã o ent r e a f r equên ci a do PA e a c on tra çã o si ncr on i zada do c ora ç ã o g ara nt e a ef i ci ênc i a da bo m ba c a r d í a c a . 3 . Canais i ôni cos cardí acos C a na i s i ôn i cos s ã o p r oteína s integr a i s d e m e mbr a na que form a m po r os a qu os os sel e tivos a í on s esp ec í fi cos e qu e po dem a br i r e f e cha r e m r esp os ta a di f er e nt es estím ulos. O s c a n a i s po dem cl a ss i f i ca do s seg un do a for m a de a ti v a ç ã o : \uf0b7 m ud a nça n o p ot enci a l de m em br a na (c a nai s d epen den tes de vo l ta g em ) : p os su em r esí du os d e a m i no á c i do s b á si cos po si tiva m ente ca r r e g a do s qu e se compo r ta m como sen so r d e vo l ta g em e promovem mud a nça co nform a ci o nal e a bertur a d o po r o d o ca na l (si c ) \uf0b7 l i gaç ã o de um í on ou mol écul a (c a nai s a tiv a do s po r l i g a nt es) \uf0b7 estim ula ç ã o m ec â nic a ( m eca no a ti v a do s) Al ém disso , po d em ser c l a ss i f i ca d os de a cordo c o m a sel etiv i da de i ôn i c a ( de Na , de K, de C a) e seg un do a dir eç ã o de cor r ent e de c á tion s : \uf0b7 i nfl uxo: incl ui o s ca na i s d e C a e de Na, que p er m i tem o i nf l uxo d e c á ti o ns du r a n te a des po l a r i za ç ã o \uf0b7 ef l uxo: i ncl ui ca n a i s de K, Na e/ ou C a , qu e promovem ef l uxo de cá ti on s d u r a n te a r epo l a rizaç ã o a . c a na l de só dio O i nfl uxo d e sód i o pel os ca n a i s de só dio d epen den tes d e volta g em I Na s ã o a ca usa da r á pida des po l a r i za ç ã o da fa se 0 do PA r á p i do ca r dí a c o. A su a a ber tu r a se i nic i a e m -60 m V, a l c a nça o má x i m o em - 30 m V e r eve r te su a di r eç ã o em +10 m V. E l e se a br e po r um cur to perí o do de tempo e tão l ogo se f e cha, to r na n do-se i nativ a do . Esse est a do per m a nece a té q ue a me m b r a n a se r e p olari za . b. ca n a i s de c á l c i o O pri n c i pal e xpr esso no c ora ç ã o é o c a nal de c á l c i o ti po L I Ca, L , qu e é a tiva d o em po ten ci a i s me no s neg a tivos, en tre -30 e -20 mV . O L vem do i ng l ê s l arg e and l ong l ast i ng , p ois per m i te g r a nd e pass a g e m d e c á l c i o e p o ssu i ina tivação l e nt a . A corr e nt e g e r a da po r es se c a n a l é r esp on sá vel po r ma nt er o l on g o per í od o de desp ola r i zaç ã o da f a se 2 d o PA a tr i a l e vent r i c ula r e ta m bém pel a f a se 0 do PA l ent o d a s cé l ul a s do NAV e NSA. Po ss ui du a s form a r de i nati va ç ã o: ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 \uf0b7 dep end en te de voltag em , em to r no de +70 m V \uf0b7 dep end en te de C a , e m qu e há l i g a ç ã o do í on com a ca lmod uli na l i gada a o pr óp r i o ca na l . Esse me c a nism o ev i ta so bre c a rga de C a i nt r a c el ul a r po r m ec a nism o d e r etr o a lim ent a ç ã o neg a ti va . Al ém di ss o, o I Ca, L po de ser sofr er a ç ã o do SNA s i m páti co ( a tiva ç ã o \u03b2 -a dre nér g i c a ) e par a ssi m pá tic o (a ti v a çã o m u sca r í n i c a ). Essa r e g ul a çã o da fr e q uên c i a e da con tr a ti l i da de ca r d í a c a se dá pel a fosfo r i laçã o do ca n a l , a u m ent a nd o o i nfl uxo do í on , o u pel a des fosfo r i l a ç ã o, qu e r edu z a cor r ent e de i nfl uxo . c. c a na i s de po tássio São os pri nci pa i s a to r es nas co r r ent es r epo l a riza n tes, per m i tind o o ef l uxo de K. São cl a ssi f i c a do s em 3 c a teg or i a s: i. c a nai s de K dep end ent es de volta g em (K v ) : i ncl ui \uf0b7 c a nal de po tá ss i o tr a ns i e n te de ef l uxo I t o 1 , r esp on sá vel pel a r e po l a r i zaç ã o i ni c i a l da fa se 1. \uf0b7 c a nai s I K r , I K s e I K u r , que prod uz em a r epo l ari za ç ã o da f a se 3 do PA. ii. c a nai s reti f i c a do r es de i nf l uxo K ir tem a prop r i eda de de r eti f i c a ç ã o do i nfl uxo: a corr ent e de i nfl uxo de K a tiva da p or uma h i per po l a r i za ç ã o é m a i or qu e a de e fl uxo de K a tiva da po r uma desp ol a r i za ç ã o d e K de m esm a a m pl i tu de. Iss o é r esp on sáve l pel a ca pa ci d a de de estabil i zar o po ten c i a l de m e mbr a na em va l or es pr óxi m o s a o po ten ci a l de equ i l í br i o d o K. A Ach ati va ca nai s d e p ot á ssio do N SA, N AV e cél ula s atr i a i s, perm i ti nd o o ef l uxo de K. A hiper po l a r i z a ç ã o r esulta nt e dim i nu i a f r equ ênci a c a r día c a e a ve l ocida de de prop a g a çã o do p o ten ci a l de a çã o no NSA e NAV. Ex i stem a i nd a ca na i s sens í vei s a AT P qu e, e m con diç õ es de bai x a di sp on i b i l i dade de ATP se a brem e perm i tem a c a r d i op r ot eç ã o na i sq u em i a m i ocá r di ca . Os ca nai s de po tássio sen sí vei s a ATP estão pr esen tes no sar c ol e m a e na M I d a m i tocô nd r i a . iii. C a na i s de fug a (va zam ento ) de po tá ss i o I Kp c o nt r i buem pa r a a r e p ol a riza çã o da me m b r a n a e estabe l e ci m ent o do po tenci a l di a stó l i c o d. bo mba s e tr oca do r es i ôn i c os A f un ç ã o el etr ogêni ca da N a / K-A T Pa se é essen cial p a r a a m a nu tenção do p ot enci a l d e r epo us o das cél u l a s ca r d í a c a s. A bo mba de C a do R S ( SER C A) é um a b omba qu e, em c on jun to c o m a Ca - ATP a se sarco l e m a l PM C A é r esp on sável p ela r em oçã o do C a c i tos óli c o. O r ec ept or de r i a no di na R yR 2 é r esp on sáve l pel a l i ber a çã o do C a do R S. O t r oca d or Na / Ca é u m cot r a nsp o r ta do r el etro g ê nico q ue, em con diç ões n or ma i s, u sa a energ i a d o g r a dient e de Na pa r a tra nsp orta r Na pa r a o i nt er i o r da c él ul a e r em o ve r o C a i nt r a c e l ular. E ss e t r oca do r , ent ã o, c on tri bu i pa r a a des pola r i zaç ã o da mem br a na. ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 4 . A ut omati s m o cardíaco As cél ula s do NAV, NSA e das f i br a s de Pu r ki nje não necessita m de e st i m ulo ex ter no pa r a i nic i a r PA e não po s su em p o ten c i a l de r epo uso f i x o. Apó s a r epo l a r i za ç ã o a o fi na l do PA, seg ue-se uma des po l a r i za çã o lent a cha m a d a desp ol a r i z a ç ã o di a stó lic a l ent a ( D D L ) ou f a se 4 do s PA a uto m á t i cos . A D D L é ca usada pe l o vaza m ento d e sód i o p a r a o i nt er i or da c él ul a p or me i o d e c a n a i s m a r c a - p a sso ( I f ). Esses c a nai s s ã o p er me á vei s a o sód i o e a o po tássi o. Apó s a r epo l a rizaç ã o hiper p ola r i z a nt e c a us a da pel os ca nai s de po tássio cheg a um m oment o em qu e o i nfl uxo d e só dio su pera a a tiv i dade d o s ca na i s d e p o tá ss i o, q ue aos po ucos se to r nam i nati vo s. Esse des equ i l í br i o ca us a a DD L . É i nt er essante n ot a r qu e o s ca na i s ma r c a -passo se ab r em e m mome n to de hiper po l a r i zaç ã o, i st o é, em um m oment o em qu e o po te nci a l e st á próxi m o a o po ten c i a l de e qu ilí br i o do p ot á ssio e a fa st a do do p ot enci a l do só dio. Isso é c r uci a l par a qu e ha j a um i nf l uxo de só dio p r op orc i on a l m ent e m a i or que o de po tá ss i o. A D D L se esten d e a té ce r to l i m i a r , qu a nd o os ca na i s I Ca, L sã o a t i va do s e se i nic i a a des po l a r i za ç ã o d a f a se 0 . As cél u l a s d o N SA p os su em D D m a i s i ncl i n a da ( i e . m a i s r á p i da) , de mod o a a l ca nça r o p ot enci a l l i m i a r m a i s c edo qu e a s c él ul a s do NAV e da s f i bra s de Pu r ki nje. Ass i m , o esti m ulo sinus a l a tin g e o NAV e a s f i bra s de Purki nj e a ntes qu e e ss es a tinjam seu po tenci a l l i m i a r . A fase 0 das cél ula s des sa s estrut ur a s sã o ca usadas p or d espo l a r i za çã o su pra l i m i ar desen ca d ea d a p or c or r e nt e s i ôn i c a s l oc a i s (c o r r ent es e l etr ot ô nic a ) . A f r equ ênci a de g er a ç ã o de i mpu l so dep end e do tempo necess á r i o p a r a qu e a D D a tinj a o po tenci a l l i m i a r (PL ). E sse tempo depen de da i ncl i naç ã o da f a se 4 (qu a nt o m a i s i ncl i na d a , ma i or o tem po ) , do nível do po te nci a l di a stó l i c o m á x i m o (PD M ) (qu a nt o m a i s neg a tivo, m a i or o tem p o) e do nível do po ten ci al l i m i ar ( q uanto m ais a l to o PL, m a i or o tempo). 5 . Pr opagação da at i v i dad e el étr ica no coraç ão As c él ula s do m . c a r dí a c o estão a c op l a das ent r e si po r j un ções c omun i ca nt es. As gap j un cti on s for ma m vi a s d e ba i xa re s i stên ci a ent r e a s cé l ul a s con tíg u a s, o qu e c r i a um si nc í ci o f un ci on a l . Seis m oléc ula s de p r ot eí n a c on ex i na f o r m a m um hemi c a nal ; um hemica n a l de uma c él ul a e o ut r o de c él ula con tíg ua fo r m am um c o néxon . E ssas estrutu r a s estão pre sen tes no s discos i nt er c a l a r es. O PA g er a do no m a r ca -pa sso é con du zido pel a s vi a s i nt er no dai s anter i or , m éd i a e po ster i or a té o NAV. E ss a s v i a s s ã o cél ul a s c on du tora s esp ec i a l i za das, sem el h a ntes à s fi b r a s de Pu r k i nje, po r ém de con du ç ã o m a i s l e n ta qu e essas. Acon tece que a c on du ç ã o d o PA sofr e r e t a r do no NAV e no feixe AV , que p enet r a o tec i do f i b r os o AV. A r a zã o pa r a tal é qu e a s cé l ul a s dess es teci do s po ss uem m eno s jun ções d o ti po g a p, o que o fer ece cer ta r esi stên ci a à p a ssagem de í on s. E sse r eta r do no dal é impo r tant e par a o enchi m ent o vent r i c ular to tal , a nt es que oco r r a a sísto l e. Apó s passar pel o f ei x e AV ( ou fei x e de Hi s), a fr e n te de a ti va ç ã o c hega a os r a m os esqu e r do e dir ei to e se prop a g a m p elas fi br a s d e P ur ki n j e su ben d ocá r dic a s. Essas fi br a s p e net r a m o mi o c á r dio e fi ca m c on ti nu a s com a s fi b r a s mus cul a r es do cor a çã o . A c on tra ç ã o se ini ci a na fa c e end ocá r dic a do m i oc á r di o e na po r ç ã o i nfe r i or do sep to IV, p r op a g a nd o -se em d i r eç ã o a o epic á r d i o e à po r ç ã o su peri or do sep t o IV. A re po l a r i zaç ã o o cor r e em sen t i do c o n trá r i o, d o ED G A R M A CÁRI O M ED U FES 9 6 epic á r d i o em di r eç ã o a o end ocá r dio. Isso é e xpl i ca do pel o tempo de du r a ç ã o do PA: a s c é l u l a s su ben d ocá r dic a s po ssu em PA de maior d ur a çã o qu e a s su bep i c á r d i c a s. Po de-se fa l ar em on da de r epo l a rizaç ã o po r qu e uma área que pri m e i r o r e po l a r i z a i nd uz a r epo lar i z a çã o de r egiã o vi zinh a , po r m ei o do fl uxo de c orr entes l oca i s. É i mportante no ta r qu e a s m a ssas vent r i c ul a r e a tr i a l est ã o sep a radas pe l o esq uel eto fi br oca r til a gino so do a nel AV, send o o f ei x e de Hi s a ún i c a c o m un i ca çã o el étr i ca e n tr e e l a s. M a i s a i nd a , o f ei x e de H i s só r eali za m pr op a g a ç ã o no sen ti d o a nt er óg r a do , i sto é , em dir e çã o a o á pic e do cor a çã o. Isso a ss eg ur a , e m c o njun to com o i sola m e n to do esq uel eto fi br os o, qu e o á tr i o não seja r e est i m ula do . Um ex em pl o de con diç ã o pato l ógi ca é a sí n dr o m e de pré - ex ci ta ç ã o, ca usada por uma vi a a n ôma la AV, or i g i na d a de r esqu í ci o de fi br a s muscula r es qu e deveri am ter s i do s ub s tituído po r teci do fi br os o. A síst ole vent r i c u l a r o cor r e a nt es de o vent r í c u l o estar chei o. O tra ta m ent o é fe i to com a b l açã o , q ue ut i l i za ca tet er es par a ca uteri za r , com ener g i a de r a di of r e qu ê n c i a , a v i a el é tr i c a a nô mala . Sen tido d r ômi c o: sent i do de prop a g a çã o do sinal elé tr i c o a par ti r do nó s i nu sa l a té o s vent r í c u l os Sen tido a nt i dr o m i c o: é o sent i do de prop a g a ç ã o a pa r ti r de a p l i c a ç ã o e m vent r í c ulo Pr o pag a ç ã o a nt er óg r a d a é fe i t a c o m vel oc i dade m a i or e fa tor de seg ur a nça m a i or . F i si olog i c a m ente é m a i s f a vorá ve l q ue a r et r ograda. F a to r de seg ura nça de pr op a g a ç ã o de no si no AV é bai x o po r i ss o é v u l ner á vel . Os po ten ci a i s de a çã o sã o m eno r es, com m eno r ampli tu de. B l oq uei o a v int er m i tent e sã o os m a i or es ca nd i da to s a i m pla nta çã o de m arca p a sso Ino trop i smo Lusitr op i smo Ef ei to cr on ot r óp i co po si ti vo : veloci dade e fo r ç a a u m ent a m ... c a tecola m i nas a ument a m a fr e qu ê n c i a do no si no a tr i al Dr oo trop i sm o: vel oci dade de con du ç ã o do po ten ci a l de a ç ã o no nó a tri ventr i c ul a r Un r ep: a ument o da f r equên ci a c a r dí a c a no pó s -ca r g a Pr e c a r ga a f o r ça c on tra a qu a l o sa r côme r o te m de con trair que é a do vol u m e di a stó l i co fi na l . A for ça tem de se r m a i or qu e a VD F e a da a o r ta j u nt os par a have r ej eç ã o ef i c i ent e, qu e é de 50% pr a mais, a f r a ç ã o de e je çã o. Pós c a r g a é prsã o da aror ta. Hi per trofi a con c ênt r i ca : hipe r ten sã o g e r a i ns ufucinci a cardí a c a C ora ç ã o de a t l eta sofr e hiper trof i a ex cêntr i c a , com m el ho r a d afu não c a r díaca.

BIOELETROGÊNESE CARDÍACA

UFES

Fisiologia I

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