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Resumo Direito e Processo Penal Militar - 05

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Direito e Processo Penal Militar 
Data: 29/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
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Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Penas Principais / Pena Privativa de Liberdade / Pena de Impedimento / Penas 
Restritivas de Direitos / Suspensão / Reforma / Penas Acessórias / Aplicáveis 
aos Oficiais / Perda de Posto e Patente / Maneiras de Perda do Posto e Patente 
/ Indignidade para o Oficialato / Incompatibilidade com o Oficialato / Aplicáveis 
às Praças / Exclusão das Forças Armadas 
2º Horário. 
 Aplicáveis aos Civis / Perda da Função Pública / Inabilitação para o exercício da 
Função / Aplicáveis a Militares e Civis / Suspensão do Exercício do Poder 
Familiar, Tutela e Curatela / Suspensão dos Direitos Políticos / Medidas de 
Segurança / Pessoais / Detentivas / Não Detentivas / Proibição de Frequentar 
Determinados Lugares / Exílio Local / Cassação de Licença para Dirigir / 
Patrimoniais / Confisco / Interdição da Estabelecimento / Aplicação da Pena / 
Agravantes e Atenuantes 
 
1º Horário 
 
1. Penas Principais 
 
1.1. Pena Privativa de Liberdade 
As penas privativas de liberdade são reclusão, detenção e prisão, sendo as 
primeiras as mais graves e praticamente não há distinção entre elas, como ocorre no 
direito penal comum. 
No direito penal militar esta distinção torna-se ainda mais dificultosa, pois a 
regra é que a pena privativa de liberdade seja cumprida em regime fechado, não 
havendo progressão de regime. A única diferença que o CPM apresenta é no tocante 
aos limites genéricos destas penas. O art. 58, CPM faz esta distinção formal entre a 
reclusão e a detenção, sendo os limites traçados absolutos, que devem ser respeitados 
em qualquer situação. 
Mínimos e máximos genéricos 
Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o 
mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 29/11/2011 
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Os limites estabelecidos são de no mínimo 1 ano e no máximo 30 anos para 
reclusão, enquanto para a detenção o mínimo é de 30 dias e o máximo é de 10 anos, 
não podendo ser ultrapassados em hipótese alguma. 
A pena privativa de liberdade tem tratamento diferenciado quando aplicada a 
militar e a civil. Quando aplicada a militar, pelo art. 59, CPM, se for de reclusão ou 
detenção até 2 anos é convertida em prisão que é cumprida em estabelecimento 
militar, sendo, igualmente pena privativa de liberdade. 
Pena até dois anos imposta a militar 
Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é 
convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão 
condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) 
I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; 
II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos 
que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo 
superior a dois anos. 
Separação de praças especiais e graduadas 
Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão, 
atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou 
não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação especial. 
Essa conversão é feita justamente para que o militar cumpra a pena em âmbito 
militar, ficando o oficial em recinto de estabelecimento militar e o praça em 
estabelecimento penal militar. Exemplo: presídio da Marinha, que tem militares 
cumprindo penas de detenção, reclusão, prisão e prisão administrativa. 
 O art. 59, CPM não trata do sursis, apesar de pena de até 2 anos autorizar a 
hipótese, mas, se convertida em prisão, será cumprida efetivamente em 
estabelecimento militar. 
Caso a pena para o militar seja superior a 2 anos, o art. 61, CPM fixa que a pena 
a ele aplicada será mantida (reclusão ou detenção) e o seu cumprimento será em 
penitenciária militar, ou em estabelecimento prisional civil se não houver aquela. 
Pena superior a dois anos, imposta a militar 
Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a 
militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento 
prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme a 
legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. 
(Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) 
A competência para execução na esfera militar é do juiz auditor, observadas as 
regras da Justiça Militar. A lei não faz distinção e indo o militar cumprir a pena em 
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estabelecimento prisional civil, este será submetido às regras da LEP (art. 2º, parágrafo 
único, LEP c/c súmula 192, STJ). 
LEP, Art. 2º, Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório 
e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a 
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. 
 
STJ, Súmula nº 192. Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução 
das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, 
quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. 
Entretanto, na realidade, é necessário que o militar perca a condição de militar 
para que venha a cumprir pena em estabelecimento civil e, não havendo penitenciária 
militar, permanece em estabelecimento militar, sujeito à disciplina das leis castrenses1. 
A súmula 192, STJ fixa as competências para a execução da penas: se o presídio 
for militar, a execução cabe ao juiz auditor do STM, enquanto se o presídio for 
estadual, caberá ao juiz estadual executar a pena. 
 
Questão – DPU – 2004 
A pena de reclusão superior a dois anos, somente será cumprida pelo oficial em 
estabelecimento prisional civil após ser declarada a perda do posto ou da patente. 
R: Certo. A perda da condição de militar se dá mediante decisão do STM, através 
da perda do posto e da patente, ou por decisão administrativa, o que autoriza o 
cumprimento da pena em estabelecimento prisional civil.Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 
Se no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao cumprimento 
de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusão, não houver penitenciária 
militar, a execução da pena deverá ser cumprida em estabelecimento civil 
comum, ficando a sua execução a cargo do juízo de execuções penais, sob a égide 
da legislação penal comum. 
R: Certo. 
Como se observa, as questões parecem contradizer-se, mas, em ambos os 
casos, deve-se responder que a assertiva está correta, pois uma entra na discussão 
acerca da necessidade de perda do posto e patente e a outra traz a literalidade da lei. 
 
1
 Uma frase dita pelo professor como macete para recordação do tema em questões de prova é que 
“militar não se mistura”. 
 Direito e Processo Penal Militar 
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Observação: A Lei 11.671/08 trata da transferência de presos para presídios 
federais. 
Já o civil condenado pela Justiça Militar da União, qualquer que seja a pena, 
cumprirá a reprimenda em estabelecimento prisional comum, submetendo-se à LEP, 
conforme dispõe o art. 62, CPM. 
Pena privativa da liberdade imposta a civil 
Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento 
prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, 
de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei 
nº 6.544, de 30.6.1978) 
Excepcionalmente, o civil cumprirá pena em estabelecimento militar, o que 
ocorre no caso de crimes praticados em tempo de guerra, se a sentença declarar que 
esta situação se dá em benefício da segurança nacional. 
Cumprimento em penitenciária militar 
Art. 62, Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá 
o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, 
se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a sentença. (Redação 
dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) 
A doutrina entende que esta situação do parágrafo único não tem aplicação, 
pois os crimes contra a segurança nacional não são crimes militares, mas sim crimes 
políticos previstos na Lei 7.170/83 e de competência da Justiça Federal comum (art. 
109, IV, CRFB). 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar 
e da Justiça Eleitoral; 
 
1.2. Pena de Impedimento 
Trata-se de pena restritiva de liberdade, como dispõe o art. 63, CPM. 
Pena de impedimento 
Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da 
unidade, sem prejuízo da instrução militar. 
Importante destacar que a pena de impedimento aplica-se exclusivamente ao 
crime de insubmissão do art. 183, CPM. 
Insubmissão 
 Direito e Processo Penal Militar 
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Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo 
que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de 
incorporação: 
Pena - impedimento, de três meses a um ano. 
O impedimento é caso em que o militar fica no quartel pelo tempo 
determinado na pena, que varia de 3 meses a 1 ano. Durante o processo, o insubmisso 
fica em menagem2 obrigatoriamente, que é uma medida cautelar que impõe a 
permanência no quartel por 60 dias no máximo, tempo este que será descontado da 
pena imposta ao final. 
 
1.3. Penas Restritivas de Direitos 
 
1.3.1. Suspensão 
Está prevista no art. 64, CPM. Implica o afastamento, licenciamento ou 
agregação temporários do militar condenado e não conta como tempo de serviço. 
Ademais, neste período, o militar deixa de receber salário. 
Pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função 
Art. 64. A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função 
consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do 
condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento 
regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer 
efeito, o do cumprimento da pena. 
Pode atingir tanto o militar quanto o civil, havendo crítica doutrinária quanto à 
aplicação com relação ao último, apesar de ser aplicada a letra da lei. 
Deve-se atentar para a situação estabelecida no parágrafo único, art. 64, CPM, 
aplicável ao militar de reserva, aposentado ou reformado, em que a suspensão é 
convertida em detenção de 3 meses a 1 ano, caso em que deve-se aplicar o 
mecanismo do art. 59, CPM. Trata-se de conversão odiosa, pois pena privativa de 
direito é convertida em privação da liberdade. 
Caso de reserva, reforma ou aposentadoria 
Art. 64, Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver 
na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será 
convertida em pena de detenção, de três meses a um ano. 
 
Pena até dois anos imposta a militar 
 
2
 A menagem será estudada em direito processual militar. 
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Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é 
convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão 
condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) 
I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; 
II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos 
que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo 
superior a dois anos. 
Exemplo: cabe pena de suspensão no caso do crime do art. 204, CPM. 
Exercício de comércio por oficial 
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administraçãoou 
gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como 
acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade 
limitada: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. 
Com relação ao civil, de qualquer forma, o tratamento ocorrerá de acordo com 
a LEP. 
 
1.3.2. Reforma 
É a transferência compulsória para a inatividade, somente sendo aplicada ao 
militar estável, estando prevista no art. 65, CPM. 
Pena de reforma 
Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não 
podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem 
receber importância superior à do soldo. 
O militar reformado é transferido para a reserva e recebe remuneração 
limitada a 1/25 do soldo (é parcela da remuneração e não esta em si) por ano de 
serviço, não podendo retornar à ativa, motivos que caracterizam a reprimenda como 
pena. Ante esta situação, há quem critique esta pena, tendo em vista afetar a família 
do condenado, que não tem qualquer relação com o crime praticado. 
Cumpre destacar que a pena de reforma não implica na perda de posto, nem 
na exclusão das Forças Armadas, não devendo ser confundida com exclusão. 
 
2. Penas Acessórias 
Têm como pressuposto a aplicação de uma pena principal, pois não são 
substitutivas, mas cumulativas àquela. 
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O tema está disciplinado no rol taxativo do art. 98, CPM, tendo natureza de 
restritivas de direitos em sua maioria. 
Penas Acessórias 
Art. 98. São penas acessórias: 
I - a perda de posto e patente; 
II - a indignidade para o oficialato; 
III - a incompatibilidade com o oficialato; 
IV - a exclusão das forças armadas; 
V - a perda da função pública, ainda que eletiva; 
VI - a inabilitação para o exercício de função pública; 
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; 
VIII - a suspensão dos direitos políticos. 
Função pública equiparada 
Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em empresa 
pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que participe a 
União, o Estado ou o Município como acionista majoritário. 
 
2.1. Aplicáveis aos Oficiais 
 
2.1.1. Perda de Posto e Patente 
 
Posto é o cargo do militar, enquanto patente é o título de oficial possuído por 
ele. 
O art. 99, CPM dispõe que se o oficial for condenado à pena privativa de 
liberdade perde automaticamente o posto e a patente. Mas, na realidade, o oficial 
vitalício tem estabilidade e necessita decisão do STM neste sentido. 
Perda de posto e patente 
Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de 
liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações. 
 Trata-se de pena acessória que depende de representação do Procurador-
Geral de Justiça Militar, não sendo, pois, automática com relação à condenação, 
apesar do disposto no art. 107, CPM. 
Imposição de pena acessória 
Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena 
acessória deve constar expressamente da sentença. 
 
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2.1.1.1. Maneiras de Perda do Posto e Patente 
a) Administrativa: o oficial pratica falta disciplinar grave, submetendo-se ao 
Conselho de Justificação, que o declara indigno ou incompatível com oficialato, mas a 
perda do posto e patente deve ser declarada pelo STM, como disposto no art. 142, 
parágrafo 3º, VI, CRFB. 
Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou 
com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em 
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 18, de 1998) 
b) Judicial: é necessário que o oficial seja condenado à pena privativa de 
liberdade superior a 2 anos, na Justiça Militar ou comum, por sentença transitada em 
julgado. Esta subirá ao STJ mediante representação do Procurador-Geral da Justiça 
Militar, para que declare a perda de posto e patente, em consonância com o inciso VII, 
do parágrafo 3º, art. 142, CRFB. 
Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade 
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao 
julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, 
de 1998) 
 
2.1.2. Indignidade para o Oficialato 
O art. 100, CPM dispõe que a indignidade para o oficialato se dá em crimes 
específicos, em rol taxativo. 
Indignidade para o oficialato 
Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar 
condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou 
cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 
245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. 
 
Desrespeito a símbolo nacional 
Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração 
militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: 
Pena - detenção, de um a dois anos. 
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Pederastia ou outro ato de libidinagem 
Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, 
homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano. 
 
Roubo simples 
Art. 242. Subtrair coisa alheiamóvel, para si ou para outrem, mediante emprego 
ou ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer modo, reduzido à impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa, emprega ou 
ameaça empregar violência contra pessoa, a fim de assegurar a impunidade do 
crime ou a detenção da coisa para si ou para outrem. 
Roubo qualificado 
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores, e o agente conhece tal 
circunstância; 
IV - se a vítima está em serviço de natureza militar; 
V - se é dolosamente causada lesão grave; 
VI - se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis êsse 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. 
Latrocínio 
3º Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou a detenção 
da coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de alguém, a pena será de 
reclusão, de quinze a trinta anos, sendo irrelevante se a lesão patrimonial deixa de 
consumar-se. Se há mais de uma vítima dessa violência à pessoa, aplica-se o 
disposto no art. 79. 
 
Extorsão simples 
Art. 243. Obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, 
constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
a) a praticar ou tolerar que se pratique ato lesivo do seu patrimônio, ou de 
terceiro; 
b) a omitir ato de interesse do seu patrimônio, ou de terceiro: 
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos. 
Formas qualificadas 
§ 1º Aplica-se à extorsão o disposto no § 2º do art. 242. 
§ 2º Aplica-se à extorsão, praticada mediante violência, o disposto no § 3º do art. 
242. 
 
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Extorsão mediante sequestro 
Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante sequestro 
de pessoa, indevida vantagem econômica: 
Pena - reclusão, de seis a quinze anos. 
Formas qualificadas 
1º Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o sequestrado é menor 
de dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime é cometido por mais de 
duas pessoas, a pena é de reclusão de oito a vinte anos. 
2º Se à pessoa sequestrada, em razão de maus tratos ou da natureza do 
sequestro, resulta grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão é 
aumentada de um terço. 
3º Se o agente vem a empregar violência contra a pessoa sequestrada, aplicam-se, 
correspondentemente, as disposições do art. 242, § 2º, ns. V e VI ,e § 3º. 
 
Chantagem 
Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevida 
vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação pode 
lesar a sua reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Parágrafo único. Se a ameaça é de divulgação pela imprensa, radiodifusão ou 
televisão, a pena é agravada. 
 
Estelionato 
Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer 
outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de dois a sete anos. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
Disposição de coisa alheia como própria 
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia, coisa alheia 
como própria; 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, 
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante 
pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
Defraudação de penhor 
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, 
a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; 
Fraude na entrega de coisa 
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que entrega a 
adquirente; 
Fraude no pagamento de cheque 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 29/11/2011 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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V - defrauda de qualquer modo o pagamento de cheque que emitiu a favor de 
alguém. 
2º Os crimes previstos nos ns. I a V do parágrafo anterior são considerados 
militares somente nos casos do art. 9º, nº II, letras a e e. 
Agravação de pena 
3º A pena é agravada, se o crime é cometido em detrimento da administração 
militar. 
 
Abuso de pessoa 
Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de função, em 
unidade, repartição ou estabelecimento militar, da necessidade, paixão ou 
inexperiência, ou da doença ou deficiência mental de outrem, induzindo-o à 
prática de ato que produza efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro, ou 
em detrimento da administração militar: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
 
Peculato 
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou 
desviá-lo em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de três a quinze anos. 
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou desvio é de 
valor superior a vinte vezes o salário mínimo. 
Peculato-furto 
2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do 
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em 
proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de militar ou de funcionário. 
Peculato culposo 
§ 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem 
subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Extinção ou minoração da pena 
§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena 
imposta. 
 
Peculato mediante aproveitamento do erro de outrem 
Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo 
ou comissão, recebeu por erro de outrem: 
Pena - reclusão, de dois a sete anos. 
 
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Falsificação de documento 
Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou 
alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou 
o serviço militar: 
Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento 
particular, reclusão, até cinco anos. 
Agravação da pena 
§ 1º A pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repartição 
militar. 
Documento por equiparação 
§ 2º Equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico ou a fita 
ou fio de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração destinada à 
prova de fato jurìdicamente relevante. 
 
Falsidade ideológica 
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia 
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia 
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade 
sobre fato jurìdicamente relevante, desde que o fato atente contra a 
administração ou o serviço militar: 
Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos, 
se o documento é particular. 
Se o delito não estiver previsto no rol do art. 100, CPM, é possível que seja 
declarada a indignidade do oficialato, desde que o STM declare a perda de posto e da 
patente. 
 
2.1.3. Incompatibilidade com o Oficialato 
Vincula-se a dois delitos previstos no art. 101, CPM, que são praticados contra a 
segurança externa do país. 
Incompatibilidade com o oficialato 
Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar 
condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. 
 
Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil 
Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nele 
existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil 
e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplomáticas: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos. 
Resultado mais grave 
1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas: 
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Pena - reclusão, de seis a dezoito anos. 
2º Se resulta guerra: 
Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos. 
 
Tentativa contra a soberania do Brasil 
Art. 142. Tentar: 
I - submeter o território nacional, ou parte dele, à soberania de país estrangeiro; 
II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o 
território nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa do Brasil 
ou a sua soberania; 
III - internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território nacional: 
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte anos, para 
os demais agentes. 
 
2.2. Aplicáveis às Praças 
 
2.2.1. Exclusão das Forças Armadas 
É aplicável à praça condenada à pena privativa de liberdade superior a 2 anos, 
como disposto no art. 102, CPM. 
Exclusão das forças armadas 
Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo 
superior a dois anos, importa sua exclusão das forças armadas. 
Não há previsão constitucional para as praças das Forças Armadas de 
julgamento perante o STM para determinar a sua exclusão. No entanto, em nível 
estadual, de acordo com o art. 125, parágrafo 4º, CRFB, o Tribunal Militar tem 
competência para declarar a perda de patente e posto de oficial e de graduação das 
praças estaduais, o que causa uma quebra de isonomia com relação às praças das 
Forças Armadas. 
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, 
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
Diante disto, a doutrina sustenta a aplicação da isonomia para que a praça das 
Forças Armadas seja incluída no art. 142, parágrafo 3º, VII, CRFB, ensejando a sua 
submissão a julgamento do STM para a declaração de perda da graduação, no caso de 
pena superior a 2 anos em sentença condenatória transitada em julgado. Ressalte-se 
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que nem a lei nem a CRFB fazem esta exigência na esfera federal, apesar da construção 
doutrinária. 
Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade 
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao 
julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, 
de 1998) 
 
Questão – DPU – 2007 
A pena acessória de exclusão das Forças Armadas prevista no CPM será 
obrigatoriamente aplicada à praça cuja condenação à pena privativa de liberdade 
for superior a dois anos. 
R: Certo. 
 
2º Horário 
 
2.3. Aplicáveis aos Civis3 
 
2.3.1. Perda da Função Pública 
De acordo com o art. 103, CPM, o civil condenado por crime com abuso de 
poder ou violação de dever inerente à função publica perderá a função, 
independentemente da quantidade de pena. 
Perda da função pública 
Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil: 
I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de 
poder ou violação de dever inerente à função pública; 
II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois 
anos. 
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou 
reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza. 
Observa-se que aquilo que para o direito penal comum é efeito específico da 
condenação (art. 92, CP) é perda de função pública no direito penal militar. Todavia, se3
 Só é cabível na Justiça Militar da União. 
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a condenação for acima de 2 anos em qualquer outro crime, há igualmente a perda de 
função. 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um 
ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a 
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
Obviamente que a doutrina critica estas disposições, tendo em vista que a 
condenação de civil pela Justiça Militar gera quebra de isonomia, até porque a 
execução dar-se-á na Justiça comum. 
Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 
De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e a do civil à 
pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a 
exclusão do militar das forças armadas e a perda da função pública do civil. 
R: Certo. 
 
2.3.2. Inabilitação para o Exercício da Função 
De acordo com o art. 104, CPM, a inabilitação é causa de extinção da 
punibilidade, por ser pena acessória. 
Inabilitação para o exercício de função pública 
Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de 
dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude 
de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à 
função pública. 
Termo inicial 
Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública 
começa ao termo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de 
segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a referida 
pena. 
Difere-se, pois, da inabilitação no direito penal comum, que tem dois efeitos. É 
efeito da condenação (art. 93 e seguintes, CP), decorrente da perda do cargo, sendo a 
reabilitação a restauração do status dignitatis da pessoa, a fim de concorrer a um 
cargo público e assegurar o sigilo das anotações criminais, salvo para a Justiça Criminal. 
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Data: 29/11/2011 
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Ademais, trata-se, também, de pena restritiva de direitos, substituindo pena privativa 
de liberdade, caso em que será por prazo determinado (art. 47, CP), ou seja, o mesmo 
da pena substituída. 
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
 
Reabilitação 
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, 
assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e 
condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da 
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação 
anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
No direito penal castrense, a pena de inabilitação é acessória, sendo cumprida 
após o exaurimento da pena principal. O critério estabelecido pelo legislador é a 
condenação à pena de reclusão por mais de 4 anos vinculada a crime praticado com 
abuso de poder ou de violação da função pública/militar, em um critério objetivo. 
Desta forma, nem sempre aquele que perde a função ficará inabilitado, mas é 
possível a cumulação de ambas as penas acessórias. 
O prazo da inabilitação começa a correr a partir do fim do cumprimento da 
pena privativa de liberdade/medida de segurança ou quando da extinção da 
punibilidade. 
 
2.4. Aplicáveis a Militares e Civis 
 
2.4.1. Suspensão do Exercício do Poder Familiar, Tutela e Curatela 
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Em consonância com o art. 105, CPM a condenação em pena privativa de 
liberdade em tempo superior a 2 anos acarreta na suspensão do exercício do poder 
familiar, tutela e curatela durante o período de cumprimento da reprimenda, qualquer 
que seja o delito. 
Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela 
Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja 
qual for o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou 
curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta 
em substituição (art. 113). 
Suspensão provisória 
Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória 
do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela. 
Difere-se do CP que trata a situação como efeito específico da condenação, 
além de o delito ter que ter sido praticado contra o filho (art. 92, CP). 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes 
dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidoscontra filho, tutelado ou 
curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
2.4.2. Suspensão dos Direitos Políticos 
A suspensão dos direitos políticos no direito penal comum é efeito da 
condenação, enquanto no direito penal castrense figura como pena acessória, 
qualquer que seja a pena principal (art. 106, CPM). 
Suspensão dos direitos políticos 
Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de 
segurança imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para 
função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado. 
 
3. Medidas de Segurança 
As medidas de segurança no direito penal militar podem ser pessoais ou 
patrimoniais, como prevê o art. 110, CPM. 
Espécies de medidas de segurança 
Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira 
espécie subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a 
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internação em manicômio judiciário e a internação em estabelecimento 
psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em 
seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a cassação de licença 
para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de freqüentar 
determinados lugares. As patrimoniais são a interdição de estabelecimento ou 
sede de sociedade ou associação, e o confisco. 
São, desta feita, assemelhadas às penas restritivas de direitos e a efeitos das 
condenações do direito penal comum. 
Questão – DPU – 2001 
O estatuto penal militar vigente não contempla as medidas de segurança de 
natureza patrimonial. 
R: Errado, conforme art. 110, CPM. 
As medidas de segurança são aplicadas na sentença, nos termos do art. 120, 
CPM. 
Imposição da medida de segurança 
Art. 120. A medida de segurança é imposta em sentença, que lhe estabelecerá as 
condições, nos termos da lei penal militar. 
Parágrafo único. A imposição da medida de segurança não impede a expulsão do 
estrangeiro. 
Imperioso destacar que, em regra, as medidas de segurança são aplicadas aos 
civis, incluídos os ex-militares (condenados em pena superior a 2 anos, que percam a 
condição de militar). Excepcionalmente, aplicam-se aos militares inimputáveis por 
alienação mental e aos que praticam crime em direção de veículo automotor, pelo 
disposto no art. 111, CPM. Desta forma, o militar só se submete à internação e à 
cassação da habilitação. 
Pessoas sujeitas às medidas de segurança 
Art. 111. As medidas de segurança somente podem ser impostas: 
I - aos civis; 
II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por 
tempo superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido função, 
posto e patente, ou hajam sido excluídos das forças armadas; 
III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48; 
IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação dos seus §§ 
1º, 2º e 3º. 
 
3.1. Pessoais 
 
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3.1.1. Detentivas 
Trata-se da internação, prevista no art. 112, CPM. 
Manicômio judiciário 
Art. 112. Quando o agente é inimputável (art. 48), mas suas condições pessoais e 
o fato praticado revelam que ele oferece perigo à incolumidade alheia, o juiz 
determina sua internação em manicômio judiciário. 
Prazo de internação 
§ 1º A internação, cujo mínimo deve ser fixado de entre um a três anos, é por 
tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia 
médica, a cessação da periculosidade do internado. 
Perícia médica 
§ 2º Salvo determinação da instância superior, a perícia médica é realizada ao 
término do prazo mínimo fixado à internação e, não sendo esta revogada, deve 
aquela ser repetida de ano em ano. 
Desinternação condicional 
§ 3º A desinternação é sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação 
anterior, se o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem a praticar fato 
indicativo de persistência de sua periculosidade. 
4º Durante o período de prova, aplica-se o disposto no art. 92. 
O inimputável será absolvido impropriamente, aplicando-se a medida de 
segurança de internação, sendo o CPM omisso quanto ao tratamento ambulatorial. 
Todavia, a doutrina sustenta a analogia in bonam partem com relação ao CP, a fim de 
suprir a lacuna legal castrense, orientação que tem sido acolhida pelo STM, seguindo-
se as disposições do CP comum. 
O sistema que vigora é Vicariante, acompanhando o adotado pelo CP comum, 
visto que não se pode aplicar cumulativamente pena privativa de liberdade com a 
pena de internação. 
O art. 113, CPM trata do semi-imputável, que terá a pena reduzida e direito à 
substituição da pena por medida de segurança. 
 Substituição da pena por internação 
Art. 113. Quando o condenado se enquadra no parágrafo único do art. 48 e 
necessita de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída pela internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio 
judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro. 
 
Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 
Considere que a decisão do conselho de justiça substitua a pena privativa de 
liberdade imposta na sentença condenatória por tratamento ambulatorial, não 
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obstante o réu ter permanecido preso por sessenta dias e cumprido 
integralmente a pena posteriormente fixada. Nessa situação, é incabível a decisão 
do conselho de justiça, mesmo diante de incontestável demonstração da 
periculosidade do réu. 
R: Errado. No caso de o agente ter cumprido a pena privativa de liberdade 
cautelarmente, a medida de segurança não poderá ser aplicada, mesmo se o 
sujeito apresentar periculosidade, porque incabível a cumulação ou sucessão de 
pena privativa de liberdade com medida de segurança (osistema não é da dupla 
sanção). A solução é que o Estado promova o tratamento em redes hospitalares e 
não em estabelecimentos ambulatoriais. 
As medidas detentivas tem prazo mínimo de 1 a 3 anos pelo disposto no CPM, 
mas não há limite máximo em abstrato, assim como acontece no CP comum. 
 
3.1.2. Não Detentivas 
 
3.1.2.1. Proibição de Frequentar Determinados Lugares 
 A medida de segurança em tela está prevista no art. 117, CPM. 
Proibição de frequentar determinados lugares 
Art. 117. A proibição de frequentar determinados lugares consiste em privar o 
condenado, durante um ano, pelo menos, da faculdade de acesso a lugares que 
favoreçam, por qualquer motivo, seu retorno à atividade criminosa. 
Parágrafo único. Para o cumprimento da proibição, aplica-se o disposto no 
parágrafo único do artigo anterior. 
 
3.1.2.2. Exílio Local 
Encontra previsão no art. 116, CPM. 
Exílio local 
Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz o considera necessário como 
medida preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado, consiste na 
proibição de que este resida ou permaneça, durante um ano, pelo menos, na 
localidade, município ou comarca em que o crime foi praticado. 
Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa 
condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade. 
O civil ou ex-militar fica proibido de morar na localidade em que praticou o 
delito, sendo cumprido a partir do final do cumprimento da pena. 
 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 29/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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3.1.2.3. Cassação de Licença para Dirigir 
Está prevista no art. 115, CPM, sendo aplicada ao militar que praticar crime na 
direção de veículos motorizados, devendo a licença ser cassada por, no mínimo, 1 ano. 
Cassação de licença para dirigir veículos motorizados 
Art. 115. Ao condenado por crime cometido na direção ou relacionadamente à 
direção de veículos motorizados, deve ser cassada a licença para tal fim, pelo 
prazo mínimo de um ano, se as circunstâncias do caso e os antecedentes do 
condenado revelam a sua inaptidão para essa atividade e conseqüente perigo 
para a incolumidade alheia. 
1º O prazo da interdição se conta do dia em que termina a execução da pena 
privativa de liberdade ou da medida de segurança detentiva, ou da data da 
suspensão condicional da pena ou da concessão do livramento ou desinternação 
condicionais. 
2º Se, antes de expirado o prazo estabelecido, é averiguada a cessação do perigo 
condicionante da interdição, esta é revogada; mas, se o perigo persiste ao termo 
do prazo, prorroga-se este enquanto não cessa aquele. 
3º A cassação da licença deve ser determinada ainda no caso de absolvição do réu 
em razão de inimputabilidade. 
O traço fundamental, no caso, é o de um crime culposo por imperícia, 
começando a inabilitação a contar a partir do dia em que cessada a pena privativa de 
liberdade. 
 
3.2. Patrimoniais4 
 
3.2.1. Confisco 
Consiste na perda de instrumentos e produtos do crime, conforme art. 119, 
CPM. 
Confisco 
Art. 119. O juiz, embora não apurada a autoria, ou ainda quando o agente é 
inimputável, ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e produtos 
do crime, desde que consistam em coisas: 
I - cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitui fato ilícito; 
II - que, pertencendo às forças armadas ou sendo de uso exclusivo de militares, 
estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não devidamente 
autorizada; 
 
4
 Observe-se que não há pena de natureza patrimonial no CPM, mas há medidas de segurança neste 
sentido. 
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III - abandonadas, ocultas ou desaparecidas. 
Parágrafo único. É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, nos 
casos dos ns. I e III. 
O confisco não é incompatível com os efeitos da condenação previstos no art. 
109, CPM, quais sejam, a obrigação de reparar o dano e o perdimento dos bens5, em 
redação reproduzindo o art. 91, CP. 
Obrigação de reparar o dano 
CPM, Art. 109. São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime; 
Perda em favor da Fazenda Nacional 
II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de 
terceiro de boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a sua prática. 
 
Efeitos genéricos e específicos 
CP, Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de 
boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
 
3.2.2. Interdição de Estabelecimento 
Se algum estabelecimento é utilizado para a prática de crimes, pode ser 
interditado, sendo medida de segurança extremamente gravosa, pois pode afetar os 
demais frequentadores do espaço. 
Interdição de estabelecimento, sociedade ou associação 
Art. 118. A interdição de estabelecimento comercial ou industrial, ou de sociedade 
ou associação, pode ser decretada por tempo não inferior a quinze dias, nem 
superior a seis meses, se o estabelecimento, sociedade ou associação serve de 
meio ou pretexto para a prática de infração penal. 
 
5
 Não precisam ser decretados na sentença. 
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1º A interdição consiste na proibição de exercer no local o mesmo comércio ou 
indústria, ou a atividade social. 
2º A sociedade ou associação, cuja sede é interditada, não pode exercer em outro 
local as suas atividades. 
Importante destacar que a interdição do estabelecimento se dá por prazo não 
inferior a 15 dias e nem superior a 6 meses. 
 
4. Aplicação da Pena 
No direito penal militar, a aplicação da pena privativa de liberdade segue o 
critério trifásico (art. 69, CPM), que é o mesmo adotado pelo CP comum. 
Fixação da pena privativa de liberdade 
Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do 
crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do 
dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os 
meios empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as 
circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de 
insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime. 
Determinação da pena 
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é 
aplicável. 
Limites legais da pena 
§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da 
pena aplicável. 
A fixação da pena base e da pena intermediária deve respeitar os limites 
mínimos e máximos da pena abstratamente cominada. Todavia, este limite não precisa 
ser observado na 3ª fase, quando apenas os limites genéricos do art. 58, CPM devem 
ser considerados. 
Mínimos e máximos genéricos 
Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o 
mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. 
Pena até dois anos imposta a militar 
 
4.1. Agravantes e Atenuantes 
Alguns casos merecem destaque pelas peculiaridades que apresentam no CPM. 
a) prática de crime em serviço (art. 70, III, “l”, CPM): estar de serviço significa 
estar na escala de serviço, o que não se confunde com estar em atividade. 
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Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes 
ou qualificativas do crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
l) estando de serviço; 
b) emprego de arma procurada para cometimento do delito (art. 70, II, “m”, 
CPM): se o armamento não for procurado (preordenamento) para servir de 
instrumento do crime, não há agravante, como no caso de sujeito que recebe o 
armamento para o serviço e o utiliza para a prática do delito. 
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes 
ou qualificativas do crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim 
procurado; 
 
c) crime cometido em área da Justiça Militar (art. 70, II, “n”, CPM): não se 
trata de área militar, mas local sujeito à Justiça Castrense. Exemplo: militar pratica 
crime de falso testemunho em audiência, incidindo a agravante. 
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes 
ou qualificativas do crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração; 
 
d) crime praticado em país estrangeiro (art. 70, II, “o”, CPM) 
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes 
ou qualificativas do crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
o) em país estrangeiro. 
Por último, deve-se atentar para o parágrafo único, art. 70, CPM, que traz uma 
importante ressalva em que as agravantes só se aplicam aos militares e, apesar de a 
alínea “n” não estar expressa no mencionado dispositivo, é igualmente aplicável 
apenas aos militares. 
Art. 70, Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de 
embriaguez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por 
militar.

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