Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Penas Principais / Pena Privativa de Liberdade / Pena de Impedimento / Penas Restritivas de Direitos / Suspensão / Reforma / Penas Acessórias / Aplicáveis aos Oficiais / Perda de Posto e Patente / Maneiras de Perda do Posto e Patente / Indignidade para o Oficialato / Incompatibilidade com o Oficialato / Aplicáveis às Praças / Exclusão das Forças Armadas 2º Horário. Aplicáveis aos Civis / Perda da Função Pública / Inabilitação para o exercício da Função / Aplicáveis a Militares e Civis / Suspensão do Exercício do Poder Familiar, Tutela e Curatela / Suspensão dos Direitos Políticos / Medidas de Segurança / Pessoais / Detentivas / Não Detentivas / Proibição de Frequentar Determinados Lugares / Exílio Local / Cassação de Licença para Dirigir / Patrimoniais / Confisco / Interdição da Estabelecimento / Aplicação da Pena / Agravantes e Atenuantes 1º Horário 1. Penas Principais 1.1. Pena Privativa de Liberdade As penas privativas de liberdade são reclusão, detenção e prisão, sendo as primeiras as mais graves e praticamente não há distinção entre elas, como ocorre no direito penal comum. No direito penal militar esta distinção torna-se ainda mais dificultosa, pois a regra é que a pena privativa de liberdade seja cumprida em regime fechado, não havendo progressão de regime. A única diferença que o CPM apresenta é no tocante aos limites genéricos destas penas. O art. 58, CPM faz esta distinção formal entre a reclusão e a detenção, sendo os limites traçados absolutos, que devem ser respeitados em qualquer situação. Mínimos e máximos genéricos Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Os limites estabelecidos são de no mínimo 1 ano e no máximo 30 anos para reclusão, enquanto para a detenção o mínimo é de 30 dias e o máximo é de 10 anos, não podendo ser ultrapassados em hipótese alguma. A pena privativa de liberdade tem tratamento diferenciado quando aplicada a militar e a civil. Quando aplicada a militar, pelo art. 59, CPM, se for de reclusão ou detenção até 2 anos é convertida em prisão que é cumprida em estabelecimento militar, sendo, igualmente pena privativa de liberdade. Pena até dois anos imposta a militar Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. Separação de praças especiais e graduadas Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação especial. Essa conversão é feita justamente para que o militar cumpra a pena em âmbito militar, ficando o oficial em recinto de estabelecimento militar e o praça em estabelecimento penal militar. Exemplo: presídio da Marinha, que tem militares cumprindo penas de detenção, reclusão, prisão e prisão administrativa. O art. 59, CPM não trata do sursis, apesar de pena de até 2 anos autorizar a hipótese, mas, se convertida em prisão, será cumprida efetivamente em estabelecimento militar. Caso a pena para o militar seja superior a 2 anos, o art. 61, CPM fixa que a pena a ele aplicada será mantida (reclusão ou detenção) e o seu cumprimento será em penitenciária militar, ou em estabelecimento prisional civil se não houver aquela. Pena superior a dois anos, imposta a militar Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) A competência para execução na esfera militar é do juiz auditor, observadas as regras da Justiça Militar. A lei não faz distinção e indo o militar cumprir a pena em Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br estabelecimento prisional civil, este será submetido às regras da LEP (art. 2º, parágrafo único, LEP c/c súmula 192, STJ). LEP, Art. 2º, Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. STJ, Súmula nº 192. Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. Entretanto, na realidade, é necessário que o militar perca a condição de militar para que venha a cumprir pena em estabelecimento civil e, não havendo penitenciária militar, permanece em estabelecimento militar, sujeito à disciplina das leis castrenses1. A súmula 192, STJ fixa as competências para a execução da penas: se o presídio for militar, a execução cabe ao juiz auditor do STM, enquanto se o presídio for estadual, caberá ao juiz estadual executar a pena. Questão – DPU – 2004 A pena de reclusão superior a dois anos, somente será cumprida pelo oficial em estabelecimento prisional civil após ser declarada a perda do posto ou da patente. R: Certo. A perda da condição de militar se dá mediante decisão do STM, através da perda do posto e da patente, ou por decisão administrativa, o que autoriza o cumprimento da pena em estabelecimento prisional civil.Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 Se no distrito da culpa de militar condenado, por crime militar, ao cumprimento de pena privativa de liberdade de oito anos de reclusão, não houver penitenciária militar, a execução da pena deverá ser cumprida em estabelecimento civil comum, ficando a sua execução a cargo do juízo de execuções penais, sob a égide da legislação penal comum. R: Certo. Como se observa, as questões parecem contradizer-se, mas, em ambos os casos, deve-se responder que a assertiva está correta, pois uma entra na discussão acerca da necessidade de perda do posto e patente e a outra traz a literalidade da lei. 1 Uma frase dita pelo professor como macete para recordação do tema em questões de prova é que “militar não se mistura”. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Observação: A Lei 11.671/08 trata da transferência de presos para presídios federais. Já o civil condenado pela Justiça Militar da União, qualquer que seja a pena, cumprirá a reprimenda em estabelecimento prisional comum, submetendo-se à LEP, conforme dispõe o art. 62, CPM. Pena privativa da liberdade imposta a civil Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) Excepcionalmente, o civil cumprirá pena em estabelecimento militar, o que ocorre no caso de crimes praticados em tempo de guerra, se a sentença declarar que esta situação se dá em benefício da segurança nacional. Cumprimento em penitenciária militar Art. 62, Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a sentença. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) A doutrina entende que esta situação do parágrafo único não tem aplicação, pois os crimes contra a segurança nacional não são crimes militares, mas sim crimes políticos previstos na Lei 7.170/83 e de competência da Justiça Federal comum (art. 109, IV, CRFB). Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 1.2. Pena de Impedimento Trata-se de pena restritiva de liberdade, como dispõe o art. 63, CPM. Pena de impedimento Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar. Importante destacar que a pena de impedimento aplica-se exclusivamente ao crime de insubmissão do art. 183, CPM. Insubmissão Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena - impedimento, de três meses a um ano. O impedimento é caso em que o militar fica no quartel pelo tempo determinado na pena, que varia de 3 meses a 1 ano. Durante o processo, o insubmisso fica em menagem2 obrigatoriamente, que é uma medida cautelar que impõe a permanência no quartel por 60 dias no máximo, tempo este que será descontado da pena imposta ao final. 1.3. Penas Restritivas de Direitos 1.3.1. Suspensão Está prevista no art. 64, CPM. Implica o afastamento, licenciamento ou agregação temporários do militar condenado e não conta como tempo de serviço. Ademais, neste período, o militar deixa de receber salário. Pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função Art. 64. A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena. Pode atingir tanto o militar quanto o civil, havendo crítica doutrinária quanto à aplicação com relação ao último, apesar de ser aplicada a letra da lei. Deve-se atentar para a situação estabelecida no parágrafo único, art. 64, CPM, aplicável ao militar de reserva, aposentado ou reformado, em que a suspensão é convertida em detenção de 3 meses a 1 ano, caso em que deve-se aplicar o mecanismo do art. 59, CPM. Trata-se de conversão odiosa, pois pena privativa de direito é convertida em privação da liberdade. Caso de reserva, reforma ou aposentadoria Art. 64, Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção, de três meses a um ano. Pena até dois anos imposta a militar 2 A menagem será estudada em direito processual militar. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978) I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar; II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos. Exemplo: cabe pena de suspensão no caso do crime do art. 204, CPM. Exercício de comércio por oficial Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administraçãoou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada: Pena - suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou reforma. Com relação ao civil, de qualquer forma, o tratamento ocorrerá de acordo com a LEP. 1.3.2. Reforma É a transferência compulsória para a inatividade, somente sendo aplicada ao militar estável, estando prevista no art. 65, CPM. Pena de reforma Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do soldo, por ano de serviço, nem receber importância superior à do soldo. O militar reformado é transferido para a reserva e recebe remuneração limitada a 1/25 do soldo (é parcela da remuneração e não esta em si) por ano de serviço, não podendo retornar à ativa, motivos que caracterizam a reprimenda como pena. Ante esta situação, há quem critique esta pena, tendo em vista afetar a família do condenado, que não tem qualquer relação com o crime praticado. Cumpre destacar que a pena de reforma não implica na perda de posto, nem na exclusão das Forças Armadas, não devendo ser confundida com exclusão. 2. Penas Acessórias Têm como pressuposto a aplicação de uma pena principal, pois não são substitutivas, mas cumulativas àquela. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br O tema está disciplinado no rol taxativo do art. 98, CPM, tendo natureza de restritivas de direitos em sua maioria. Penas Acessórias Art. 98. São penas acessórias: I - a perda de posto e patente; II - a indignidade para o oficialato; III - a incompatibilidade com o oficialato; IV - a exclusão das forças armadas; V - a perda da função pública, ainda que eletiva; VI - a inabilitação para o exercício de função pública; VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; VIII - a suspensão dos direitos políticos. Função pública equiparada Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em empresa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário. 2.1. Aplicáveis aos Oficiais 2.1.1. Perda de Posto e Patente Posto é o cargo do militar, enquanto patente é o título de oficial possuído por ele. O art. 99, CPM dispõe que se o oficial for condenado à pena privativa de liberdade perde automaticamente o posto e a patente. Mas, na realidade, o oficial vitalício tem estabilidade e necessita decisão do STM neste sentido. Perda de posto e patente Art. 99. A perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações. Trata-se de pena acessória que depende de representação do Procurador- Geral de Justiça Militar, não sendo, pois, automática com relação à condenação, apesar do disposto no art. 107, CPM. Imposição de pena acessória Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena acessória deve constar expressamente da sentença. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 2.1.1.1. Maneiras de Perda do Posto e Patente a) Administrativa: o oficial pratica falta disciplinar grave, submetendo-se ao Conselho de Justificação, que o declara indigno ou incompatível com oficialato, mas a perda do posto e patente deve ser declarada pelo STM, como disposto no art. 142, parágrafo 3º, VI, CRFB. Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) b) Judicial: é necessário que o oficial seja condenado à pena privativa de liberdade superior a 2 anos, na Justiça Militar ou comum, por sentença transitada em julgado. Esta subirá ao STJ mediante representação do Procurador-Geral da Justiça Militar, para que declare a perda de posto e patente, em consonância com o inciso VII, do parágrafo 3º, art. 142, CRFB. Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) 2.1.2. Indignidade para o Oficialato O art. 100, CPM dispõe que a indignidade para o oficialato se dá em crimes específicos, em rol taxativo. Indignidade para o oficialato Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. Desrespeito a símbolo nacional Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: Pena - detenção, de um a dois anos. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Pederastia ou outro ato de libidinagem Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Roubo simples Art. 242. Subtrair coisa alheiamóvel, para si ou para outrem, mediante emprego ou ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer modo, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a quinze anos. § 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa, emprega ou ameaça empregar violência contra pessoa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para outrem. Roubo qualificado § 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores, e o agente conhece tal circunstância; IV - se a vítima está em serviço de natureza militar; V - se é dolosamente causada lesão grave; VI - se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis êsse resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. Latrocínio 3º Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou a detenção da coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de alguém, a pena será de reclusão, de quinze a trinta anos, sendo irrelevante se a lesão patrimonial deixa de consumar-se. Se há mais de uma vítima dessa violência à pessoa, aplica-se o disposto no art. 79. Extorsão simples Art. 243. Obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça: a) a praticar ou tolerar que se pratique ato lesivo do seu patrimônio, ou de terceiro; b) a omitir ato de interesse do seu patrimônio, ou de terceiro: Pena - reclusão, de quatro a quinze anos. Formas qualificadas § 1º Aplica-se à extorsão o disposto no § 2º do art. 242. § 2º Aplica-se à extorsão, praticada mediante violência, o disposto no § 3º do art. 242. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Extorsão mediante sequestro Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante sequestro de pessoa, indevida vantagem econômica: Pena - reclusão, de seis a quinze anos. Formas qualificadas 1º Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o sequestrado é menor de dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime é cometido por mais de duas pessoas, a pena é de reclusão de oito a vinte anos. 2º Se à pessoa sequestrada, em razão de maus tratos ou da natureza do sequestro, resulta grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão é aumentada de um terço. 3º Se o agente vem a empregar violência contra a pessoa sequestrada, aplicam-se, correspondentemente, as disposições do art. 242, § 2º, ns. V e VI ,e § 3º. Chantagem Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação pode lesar a sua reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara: Pena - reclusão, de três a dez anos. Parágrafo único. Se a ameaça é de divulgação pela imprensa, radiodifusão ou televisão, a pena é agravada. Estelionato Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de dois a sete anos. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia, coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que entrega a adquirente; Fraude no pagamento de cheque Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br V - defrauda de qualquer modo o pagamento de cheque que emitiu a favor de alguém. 2º Os crimes previstos nos ns. I a V do parágrafo anterior são considerados militares somente nos casos do art. 9º, nº II, letras a e e. Agravação de pena 3º A pena é agravada, se o crime é cometido em detrimento da administração militar. Abuso de pessoa Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de função, em unidade, repartição ou estabelecimento militar, da necessidade, paixão ou inexperiência, ou da doença ou deficiência mental de outrem, induzindo-o à prática de ato que produza efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro, ou em detrimento da administração militar: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Peculato Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de três a quinze anos. § 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou desvio é de valor superior a vinte vezes o salário mínimo. Peculato-furto 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de militar ou de funcionário. Peculato culposo § 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie: Pena - detenção, de três meses a um ano. Extinção ou minoração da pena § 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Peculato mediante aproveitamento do erro de outrem Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo ou comissão, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de dois a sete anos. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudoem livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Falsificação de documento Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar: Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento particular, reclusão, até cinco anos. Agravação da pena § 1º A pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repartição militar. Documento por equiparação § 2º Equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico ou a fita ou fio de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração destinada à prova de fato jurìdicamente relevante. Falsidade ideológica Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato jurìdicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar: Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos, se o documento é particular. Se o delito não estiver previsto no rol do art. 100, CPM, é possível que seja declarada a indignidade do oficialato, desde que o STM declare a perda de posto e da patente. 2.1.3. Incompatibilidade com o Oficialato Vincula-se a dois delitos previstos no art. 101, CPM, que são praticados contra a segurança externa do país. Incompatibilidade com o oficialato Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142. Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nele existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplomáticas: Pena - reclusão, de quatro a oito anos. Resultado mais grave 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas: Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Pena - reclusão, de seis a dezoito anos. 2º Se resulta guerra: Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos. Tentativa contra a soberania do Brasil Art. 142. Tentar: I - submeter o território nacional, ou parte dele, à soberania de país estrangeiro; II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o território nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa do Brasil ou a sua soberania; III - internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território nacional: Pena - reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte anos, para os demais agentes. 2.2. Aplicáveis às Praças 2.2.1. Exclusão das Forças Armadas É aplicável à praça condenada à pena privativa de liberdade superior a 2 anos, como disposto no art. 102, CPM. Exclusão das forças armadas Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das forças armadas. Não há previsão constitucional para as praças das Forças Armadas de julgamento perante o STM para determinar a sua exclusão. No entanto, em nível estadual, de acordo com o art. 125, parágrafo 4º, CRFB, o Tribunal Militar tem competência para declarar a perda de patente e posto de oficial e de graduação das praças estaduais, o que causa uma quebra de isonomia com relação às praças das Forças Armadas. Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Diante disto, a doutrina sustenta a aplicação da isonomia para que a praça das Forças Armadas seja incluída no art. 142, parágrafo 3º, VII, CRFB, ensejando a sua submissão a julgamento do STM para a declaração de perda da graduação, no caso de pena superior a 2 anos em sentença condenatória transitada em julgado. Ressalte-se Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br que nem a lei nem a CRFB fazem esta exigência na esfera federal, apesar da construção doutrinária. Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) Questão – DPU – 2007 A pena acessória de exclusão das Forças Armadas prevista no CPM será obrigatoriamente aplicada à praça cuja condenação à pena privativa de liberdade for superior a dois anos. R: Certo. 2º Horário 2.3. Aplicáveis aos Civis3 2.3.1. Perda da Função Pública De acordo com o art. 103, CPM, o civil condenado por crime com abuso de poder ou violação de dever inerente à função publica perderá a função, independentemente da quantidade de pena. Perda da função pública Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil: I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública; II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos. Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza. Observa-se que aquilo que para o direito penal comum é efeito específico da condenação (art. 92, CP) é perda de função pública no direito penal militar. Todavia, se3 Só é cabível na Justiça Militar da União. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br a condenação for acima de 2 anos em qualquer outro crime, há igualmente a perda de função. Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) Obviamente que a doutrina critica estas disposições, tendo em vista que a condenação de civil pela Justiça Militar gera quebra de isonomia, até porque a execução dar-se-á na Justiça comum. Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 De acordo com a legislação penal militar, a condenação da praça e a do civil à pena privativa de liberdade superior a dois anos implicam, respectivamente, a exclusão do militar das forças armadas e a perda da função pública do civil. R: Certo. 2.3.2. Inabilitação para o Exercício da Função De acordo com o art. 104, CPM, a inabilitação é causa de extinção da punibilidade, por ser pena acessória. Inabilitação para o exercício de função pública Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública. Termo inicial Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao termo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a referida pena. Difere-se, pois, da inabilitação no direito penal comum, que tem dois efeitos. É efeito da condenação (art. 93 e seguintes, CP), decorrente da perda do cargo, sendo a reabilitação a restauração do status dignitatis da pessoa, a fim de concorrer a um cargo público e assegurar o sigilo das anotações criminais, salvo para a Justiça Criminal. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Ademais, trata-se, também, de pena restritiva de direitos, substituindo pena privativa de liberdade, caso em que será por prazo determinado (art. 47, CP), ou seja, o mesmo da pena substituída. Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Reabilitação Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No direito penal castrense, a pena de inabilitação é acessória, sendo cumprida após o exaurimento da pena principal. O critério estabelecido pelo legislador é a condenação à pena de reclusão por mais de 4 anos vinculada a crime praticado com abuso de poder ou de violação da função pública/militar, em um critério objetivo. Desta forma, nem sempre aquele que perde a função ficará inabilitado, mas é possível a cumulação de ambas as penas acessórias. O prazo da inabilitação começa a correr a partir do fim do cumprimento da pena privativa de liberdade/medida de segurança ou quando da extinção da punibilidade. 2.4. Aplicáveis a Militares e Civis 2.4.1. Suspensão do Exercício do Poder Familiar, Tutela e Curatela Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 17 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Em consonância com o art. 105, CPM a condenação em pena privativa de liberdade em tempo superior a 2 anos acarreta na suspensão do exercício do poder familiar, tutela e curatela durante o período de cumprimento da reprimenda, qualquer que seja o delito. Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art. 113). Suspensão provisória Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela. Difere-se do CP que trata a situação como efeito específico da condenação, além de o delito ter que ter sido praticado contra o filho (art. 92, CP). Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidoscontra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2.4.2. Suspensão dos Direitos Políticos A suspensão dos direitos políticos no direito penal comum é efeito da condenação, enquanto no direito penal castrense figura como pena acessória, qualquer que seja a pena principal (art. 106, CPM). Suspensão dos direitos políticos Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado. 3. Medidas de Segurança As medidas de segurança no direito penal militar podem ser pessoais ou patrimoniais, como prevê o art. 110, CPM. Espécies de medidas de segurança Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 18 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br internação em manicômio judiciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a cassação de licença para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de freqüentar determinados lugares. As patrimoniais são a interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco. São, desta feita, assemelhadas às penas restritivas de direitos e a efeitos das condenações do direito penal comum. Questão – DPU – 2001 O estatuto penal militar vigente não contempla as medidas de segurança de natureza patrimonial. R: Errado, conforme art. 110, CPM. As medidas de segurança são aplicadas na sentença, nos termos do art. 120, CPM. Imposição da medida de segurança Art. 120. A medida de segurança é imposta em sentença, que lhe estabelecerá as condições, nos termos da lei penal militar. Parágrafo único. A imposição da medida de segurança não impede a expulsão do estrangeiro. Imperioso destacar que, em regra, as medidas de segurança são aplicadas aos civis, incluídos os ex-militares (condenados em pena superior a 2 anos, que percam a condição de militar). Excepcionalmente, aplicam-se aos militares inimputáveis por alienação mental e aos que praticam crime em direção de veículo automotor, pelo disposto no art. 111, CPM. Desta forma, o militar só se submete à internação e à cassação da habilitação. Pessoas sujeitas às medidas de segurança Art. 111. As medidas de segurança somente podem ser impostas: I - aos civis; II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido função, posto e patente, ou hajam sido excluídos das forças armadas; III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48; IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação dos seus §§ 1º, 2º e 3º. 3.1. Pessoais Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 19 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 3.1.1. Detentivas Trata-se da internação, prevista no art. 112, CPM. Manicômio judiciário Art. 112. Quando o agente é inimputável (art. 48), mas suas condições pessoais e o fato praticado revelam que ele oferece perigo à incolumidade alheia, o juiz determina sua internação em manicômio judiciário. Prazo de internação § 1º A internação, cujo mínimo deve ser fixado de entre um a três anos, é por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade do internado. Perícia médica § 2º Salvo determinação da instância superior, a perícia médica é realizada ao término do prazo mínimo fixado à internação e, não sendo esta revogada, deve aquela ser repetida de ano em ano. Desinternação condicional § 3º A desinternação é sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior, se o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem a praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 4º Durante o período de prova, aplica-se o disposto no art. 92. O inimputável será absolvido impropriamente, aplicando-se a medida de segurança de internação, sendo o CPM omisso quanto ao tratamento ambulatorial. Todavia, a doutrina sustenta a analogia in bonam partem com relação ao CP, a fim de suprir a lacuna legal castrense, orientação que tem sido acolhida pelo STM, seguindo- se as disposições do CP comum. O sistema que vigora é Vicariante, acompanhando o adotado pelo CP comum, visto que não se pode aplicar cumulativamente pena privativa de liberdade com a pena de internação. O art. 113, CPM trata do semi-imputável, que terá a pena reduzida e direito à substituição da pena por medida de segurança. Substituição da pena por internação Art. 113. Quando o condenado se enquadra no parágrafo único do art. 48 e necessita de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro. Questão – Analista Judiciário – STM – 2011 Considere que a decisão do conselho de justiça substitua a pena privativa de liberdade imposta na sentença condenatória por tratamento ambulatorial, não Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 20 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br obstante o réu ter permanecido preso por sessenta dias e cumprido integralmente a pena posteriormente fixada. Nessa situação, é incabível a decisão do conselho de justiça, mesmo diante de incontestável demonstração da periculosidade do réu. R: Errado. No caso de o agente ter cumprido a pena privativa de liberdade cautelarmente, a medida de segurança não poderá ser aplicada, mesmo se o sujeito apresentar periculosidade, porque incabível a cumulação ou sucessão de pena privativa de liberdade com medida de segurança (osistema não é da dupla sanção). A solução é que o Estado promova o tratamento em redes hospitalares e não em estabelecimentos ambulatoriais. As medidas detentivas tem prazo mínimo de 1 a 3 anos pelo disposto no CPM, mas não há limite máximo em abstrato, assim como acontece no CP comum. 3.1.2. Não Detentivas 3.1.2.1. Proibição de Frequentar Determinados Lugares A medida de segurança em tela está prevista no art. 117, CPM. Proibição de frequentar determinados lugares Art. 117. A proibição de frequentar determinados lugares consiste em privar o condenado, durante um ano, pelo menos, da faculdade de acesso a lugares que favoreçam, por qualquer motivo, seu retorno à atividade criminosa. Parágrafo único. Para o cumprimento da proibição, aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior. 3.1.2.2. Exílio Local Encontra previsão no art. 116, CPM. Exílio local Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz o considera necessário como medida preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado, consiste na proibição de que este resida ou permaneça, durante um ano, pelo menos, na localidade, município ou comarca em que o crime foi praticado. Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade. O civil ou ex-militar fica proibido de morar na localidade em que praticou o delito, sendo cumprido a partir do final do cumprimento da pena. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 21 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 3.1.2.3. Cassação de Licença para Dirigir Está prevista no art. 115, CPM, sendo aplicada ao militar que praticar crime na direção de veículos motorizados, devendo a licença ser cassada por, no mínimo, 1 ano. Cassação de licença para dirigir veículos motorizados Art. 115. Ao condenado por crime cometido na direção ou relacionadamente à direção de veículos motorizados, deve ser cassada a licença para tal fim, pelo prazo mínimo de um ano, se as circunstâncias do caso e os antecedentes do condenado revelam a sua inaptidão para essa atividade e conseqüente perigo para a incolumidade alheia. 1º O prazo da interdição se conta do dia em que termina a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança detentiva, ou da data da suspensão condicional da pena ou da concessão do livramento ou desinternação condicionais. 2º Se, antes de expirado o prazo estabelecido, é averiguada a cessação do perigo condicionante da interdição, esta é revogada; mas, se o perigo persiste ao termo do prazo, prorroga-se este enquanto não cessa aquele. 3º A cassação da licença deve ser determinada ainda no caso de absolvição do réu em razão de inimputabilidade. O traço fundamental, no caso, é o de um crime culposo por imperícia, começando a inabilitação a contar a partir do dia em que cessada a pena privativa de liberdade. 3.2. Patrimoniais4 3.2.1. Confisco Consiste na perda de instrumentos e produtos do crime, conforme art. 119, CPM. Confisco Art. 119. O juiz, embora não apurada a autoria, ou ainda quando o agente é inimputável, ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e produtos do crime, desde que consistam em coisas: I - cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitui fato ilícito; II - que, pertencendo às forças armadas ou sendo de uso exclusivo de militares, estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não devidamente autorizada; 4 Observe-se que não há pena de natureza patrimonial no CPM, mas há medidas de segurança neste sentido. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 22 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br III - abandonadas, ocultas ou desaparecidas. Parágrafo único. É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, nos casos dos ns. I e III. O confisco não é incompatível com os efeitos da condenação previstos no art. 109, CPM, quais sejam, a obrigação de reparar o dano e o perdimento dos bens5, em redação reproduzindo o art. 91, CP. Obrigação de reparar o dano CPM, Art. 109. São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime; Perda em favor da Fazenda Nacional II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a sua prática. Efeitos genéricos e específicos CP, Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 3.2.2. Interdição de Estabelecimento Se algum estabelecimento é utilizado para a prática de crimes, pode ser interditado, sendo medida de segurança extremamente gravosa, pois pode afetar os demais frequentadores do espaço. Interdição de estabelecimento, sociedade ou associação Art. 118. A interdição de estabelecimento comercial ou industrial, ou de sociedade ou associação, pode ser decretada por tempo não inferior a quinze dias, nem superior a seis meses, se o estabelecimento, sociedade ou associação serve de meio ou pretexto para a prática de infração penal. 5 Não precisam ser decretados na sentença. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 23 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 1º A interdição consiste na proibição de exercer no local o mesmo comércio ou indústria, ou a atividade social. 2º A sociedade ou associação, cuja sede é interditada, não pode exercer em outro local as suas atividades. Importante destacar que a interdição do estabelecimento se dá por prazo não inferior a 15 dias e nem superior a 6 meses. 4. Aplicação da Pena No direito penal militar, a aplicação da pena privativa de liberdade segue o critério trifásico (art. 69, CPM), que é o mesmo adotado pelo CP comum. Fixação da pena privativa de liberdade Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime. Determinação da pena § 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é aplicável. Limites legais da pena § 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da pena aplicável. A fixação da pena base e da pena intermediária deve respeitar os limites mínimos e máximos da pena abstratamente cominada. Todavia, este limite não precisa ser observado na 3ª fase, quando apenas os limites genéricos do art. 58, CPM devem ser considerados. Mínimos e máximos genéricos Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. Pena até dois anos imposta a militar 4.1. Agravantes e Atenuantes Alguns casos merecem destaque pelas peculiaridades que apresentam no CPM. a) prática de crime em serviço (art. 70, III, “l”, CPM): estar de serviço significa estar na escala de serviço, o que não se confunde com estar em atividade. Direito e Processo Penal Militar Data: 29/11/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 24 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime: II - ter o agente cometido o crime: l) estando de serviço; b) emprego de arma procurada para cometimento do delito (art. 70, II, “m”, CPM): se o armamento não for procurado (preordenamento) para servir de instrumento do crime, não há agravante, como no caso de sujeito que recebe o armamento para o serviço e o utiliza para a prática do delito. Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime: II - ter o agente cometido o crime: m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim procurado; c) crime cometido em área da Justiça Militar (art. 70, II, “n”, CPM): não se trata de área militar, mas local sujeito à Justiça Castrense. Exemplo: militar pratica crime de falso testemunho em audiência, incidindo a agravante. Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime: II - ter o agente cometido o crime: n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração; d) crime praticado em país estrangeiro (art. 70, II, “o”, CPM) Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime: II - ter o agente cometido o crime: o) em país estrangeiro. Por último, deve-se atentar para o parágrafo único, art. 70, CPM, que traz uma importante ressalva em que as agravantes só se aplicam aos militares e, apesar de a alínea “n” não estar expressa no mencionado dispositivo, é igualmente aplicável apenas aos militares. Art. 70, Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de embriaguez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por militar.
Compartilhar