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Alumínio e suas ligas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
Charles Baia
Joanyson Andrei O. Pereira 
Romário de Souza Santos
Thefeson Vilhena Oliveira
Wigor da Paz 
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
 
TUCURUÍ
2013
Charles Baia
Joanyson Andrei O. Pereira
Romário de Souza Santos
Thefeson Vilhena Oliveira
Wigor da Paz 
ALUMÍNIO E SUAS LIGAS
Dissertação apresentada como requisito para obtenção de nota da disciplina MCM – Materiais de Construção Mecânica, ministrada pelo Msc. Douglas Garcia (Universidade Federal do Pará – UFPA).
Tucuruí
2013
RESUMO
Atualmente é impossível imaginar o mundo sem o alumínio e suas ligas, pois ao olhar a nossa volta percebemos que uma infinidade de produtos dependem dele, seja em nossas casas, nas indústrias (automobilística, aeronáutica, naval, bélica), na transmissão de energia elétrica ou até mesmo em tecnologias aeroespaciais. Além da sua alta condutividade elétrica e térmica, baixa densidade, ductilidade, dentre outras, pode-se obter outras propriedades extraordinárias ao combiná-lo com elementos ligantes. Partindo desse ponto de vista foi elaborado esta presente dissertação, onde está descrita de forma clara e sucinta as formas no qual pode se conseguir ligas de alta resistência a partir do alumínio que é uma material de baixa dureza e de baixa resistência mecânica. Vai mostrar também como se dá o(s) processo(s) que podem deixa-las mais resistentes ainda, seja por tratamentos térmicos e/ou outros mecanismos de aumento da resistência mecânica.
Palavras chaves: Alumínio, Ligas de Alumínio, Tratamentos térmicos.
ABSTRACT
Currently it is impossible to imagine the world without the aluminum and its alloys, as to look around us we see a plethora of products that depend on it, whether in our homes, industries (automotive, aeronautics, naval warfare), the transmission of electricity or even in aerospace technologies. In addition to its high electrical and thermal conductivity, low density, ductility, among others, can get other extraordinary properties to combine it with alloying elements. From this point of view was elaborated this present work, which is described clearly and briefly the ways in which to achieve high strength alloys from aluminum is a material of low hardness and low mechanical strength. It will also show how the two (s) process (es) which can leave them even more resistant, either by thermal treatment and / or other mechanisms to increase the mechanical strength.
Keywords: Aluminium, Aluminium alloys, heat treatments.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Bauxita na forma de minério	9
Figura 2 - Fluxograma básico de uma refinaria	10
Figura 3 - Efeito da homogeneização	14
Figura 4 - Tratamento térmico de solubilização seguido de precipitação	16
Figura 5 - Efeito do recozimento na microestrutura de uma liga de alumínio encruada	17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Propriedades do Alumínio	11
Tabela 2 – Grupos de liga	12
Tabela 3 - Sistema de classificação das ligas de alumínio	18
OBJETIVOS
Esse trabalho tem como principal objetivo proporcionar um maior conhecimento sobre o alumínio e suas ligas ao leitor, dando o entendimento necessário para compreender os métodos e/ou processos que transformam esse material de baixa resistência em ligas de média ou alta resistência.
INTRODUÇÃO
O Alumínio, apesar de ser o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, é o metal mais jovem usado em escala industrial. Mesmo utilizado milênios antes de Cristo, o alumínio começou a ser produzido comercialmente há cerca de 150 anos. Sua produção atual supera a soma de todos os outros metais não ferrosos. Esses dados já mostram a importância do alumínio para a nossa sociedade. Antes de ser descoberto como metal isolado, o alumínio acompanhou a evolução das civilizações. Sua cronologia mostra que, mesmo nas civilizações mais antigas, o metal dava um tom de modernidade e sofisticação aos mais diferentes artefatos tudo isso graças as suas características, como: leveza e ductilidade.
Entretanto, a imensa curiosidade do homem aliada as exigências do mercado continuam levando a um aperfeiçoamento tecnológico sempre crescente na produção dos materiais para a indústria. E o alumínio não poderia ficar de fora disso.
Assim, para melhorar ainda mais a característica deste material já tão versátil, desenvolveram-se novas ligas e empregaram-se processos de beneficiamento. Eles são usados com a finalidade de dar ao metal características especiais para usos especiais.
HISTÓRICO
Há mais de sete mil anos, os ceramistas da Pérsia fabricavam vasos de barro com óxido de alumínio (conhecido atualmente como alumina) e, trinta séculos mais tarde, os egípcios e babilônicos utilizavam outro composto similar em seus cosméticos e produtos medicinais. No entanto, a real existência e funcionalidade do alumínio ainda eram desconhecidas. Os rumores eram de que o alumínio fosse proveniente de colisões de átomos de hidrogênio durante a formação do sistema solar. 
A história do alumínio, porém, é recente. Em 1808, o químico inglês Humphrey Davy finalmente conseguiu provar a existência do alumínio e, pouco tempo depois, Hans Oersted, físico alemão, conseguiu produzir pequenas quantidades do metal. Em 1869, um grande avanço na produção permitiu que o custo baixasse de US$ 545 para US$ 17 o grama, quase o mesmo valor da prata. Nesta época, o alumínio decorou até a mesa da corte francesa, a coroa do rei da Dinamarca e a capa do Monumento de Washington.
Começou, então, a existir a necessidade de ter uma grande quantidade de produção a um preço muito baixo para que o alumínio pudesse ser um metal de primeira categoria. Em 1880, ele era considerado semiprecioso, mais raro que a prata. Então, o professor americano Frank Jewett mostrou aos seus alunos do Oberlin College, de Ohio, um pequeno pedaço de alumínio e afirmou diante de todos que quem conseguisse, de alguma forma, explorar o metal ficaria rico. Um de seus estudantes, Charles Martin Hall, que vinha realizando experiências em um laboratório improvisado desde os 12 anos de idade, continuou suas pesquisas depois de formado e aprendeu a fazer óxido de alumínio: a alumina. Em 1886, Hall colocou em um recipiente certa quantidade de criolita com alumina e passou uma corrente elétrica. O resultado foi uma massa congelada, que ele trabalhou com um martelo. Várias partículas de alumínio se formaram, dando origem a um dos metais mais utilizados na história.
 PROCESSO DE OBTENÇÃO DO ALUMÍNIO 
Da bauxita é retirada a alumina que, por meio do processo de redução, é transformada em alumínio. A produção é constituída por uma série de reações químicas. Até mesmo a bauxita é formada por um processo químico natural, proveniente da infiltração de água em rochas alcalinas em decomposição. Este minério pode ser encontrado próximo à superfície com uma espessura média de 4,5 metros. Sua extração é geralmente realizada a céu aberto com o auxílio de retroescavadeiras.
Antes de iniciar a mineração da bauxita, é necessário ter o cuidado de remover a terra fértil sobre as jazidas juntamente com a vegetação e reservá-la para o futuro trabalho a recomposição do terreno. Este trabalho, que acontece após a extração, é muito importante para a preservação do meio ambiente.
Depois de minerada, a bauxita é transportada para a fábrica, onde chega ainda em seu estado natural. Lá, é iniciada a primeira de muitas reações químicas.
A bauxita é moída e acrescida de uma solução de soda cáustica, que a transforma em pasta. Aquecida sob pressão e recebendo novas quantidades de soda cáustica, esta massa se dissolve e forma uma solução que passa por processos de sedimentação e filtragem. Nesta etapa, são eliminadas todas as impurezas e a solução restante fica pronta para que dela seja extraída a alumina.
Em equipamentoschamados de precipitadores, a alumina contida na solução é precipitada pelo processo de "cristalização por semente". O material resultante precisa ser lavado e seco por aquecimento. Assim, é obtido o primeiro estágio da produção de alumínio: a alumina, que se apresenta sob a forma de pó branco e refinado, de aspecto semelhante ao açúcar. 
Nesta fase, o processo químico denominado Bayer é o mais utilizado. Nele, a bauxita é dissolvida em soda cáustica e, posteriormente, filtrada para separar todo o material sólido, concentrando-se o filtrado para a cristalização da alumina. Estes cristais são secos e calcinados a fim de eliminar a água. Então, a alumina é finalmente transformada em alumínio por meio de um processo de eletrólise.
Mineração
O alumínio, metal tão amplamente usado nos dias de hoje devido a características como leveza, resistência, aparência, entre outras, tem como principal fonte a bauxita (Figura 1), mineral terroso e opaco, encontrado mais comumente em regiões de clima tropical e subtropical.
 Figura 1 - Bauxita na forma de minério
 Fonte: http://www.albras.net/materiaprima
Processo Bayer
O processo químico utilizado Bayer é o mais utilizado na indústria do alumínio. Neste processo, a alumina é dissolvida em soda caustica e, posteriormente, filtrada, para separar todo material solido. Concentrando-se o filtrado para a cristalização da alumina os cristais são secados e calcinados para eliminar a água, sendo o pó branco da alumina pura enviada a redução para a obtenção do alumínio através de eletrolise, processo conhecido como Hall-Herolt.
As principais fases do processo de obtenção de alumina, desde a entrada do minério até a saída do produto, são: moagem, digestão, filtração/evaporação, precipitação e calcinação. As operações de alumina têm um fluxograma de certa complexidade, que pode ser resumido em um circuito básico simples.
 
 Figura 2 - Fluxograma básico de uma refinaria
 Fonte: Associação Brasileira de Alumínio
No processo de eletrólise, para obtenção do alumínio, a alumina é carregada de forma controlada, em um eletrólito fundido, formado por sais de criolita e fluoreto de alumínio. A passagem de corrente elétrica na célula eletrolítica promove a redução da alumina, decantando o alumínio metálico no fundo da célula e o oxigênio liberado reage com o ânodo de carbono, formando dióxido de carbono. A Figura 2 mostra o diagrama de uma célula de redução e a Figura 3, uma instalação típica de sala de cubas de redução. Em números redondos, são necessários 5 kg de bauxita para produzir 2 kg de alumina e 1 kg de alumínio primário.
PROPRIEDADES DO ALUMÍNIO
O alumínio tem como principais características a leveza, ductilidade, resistência a corrosão, alta condutividade elétrica e térmica dentre outros. sofre pouca corrosão quando exposto ao ar, devido ao óxido (Al2O3) que se forma espontaneamente na superfície.
	Tabela 1 - Propriedades do Alumínio
	
	
	
	
	
	Ponto de fusão
	 660°C
	
	Densidade
	2,70 g/cm³
	Limite de escoamento
	 90 MPa
	
	Coeficiente de dilatação térmica linear
	0,0000238 mm/ºC
	Resistividade 
	0,00000263 ohm/cm³
	Refletividade
	 Acima de 80%
	Estrutura cristalina
	 CFC
	
	
	
	
Fonte: REMY, A.; GAY, M.; GONTHIER, R.
LIGAS DE ALUMÍNIO
O alumínio é um elemento que se liga facilmente com vários metais formando assim diversas ligas. Tais ligas tem o objetivo de melhorar certas propriedades mecânicas do alumínio. Naturalmente uma só liga não pode combinar todas as propriedades necessárias para cada aplicação, sendo assim necessário conhecer as vantagens e limitações de cada uma delas para que se possa fazer a melhor seleção para cada aplicação.
Em geral, podemos dividir os elementos entre aqueles que conferem a liga a sua característica principal como resistência mecânica, resistência a corrosão, fluidez no preenchimento de moldes, etc., e os que têm função acessórias, como o controle de microestrutura e das impurezas e traços que prejudicam a fabricação.
Elementos de liga
Sabe-se que existem infinitas combinações de elementos e composições para formar uma liga. Assim as Ligas de Alumínio de uso comercial tem na sua composição química: 
Elementos Principais: responsáveis pelas propriedades mecânicas como Cobre, Silício, Magnésio, Manganês, Zinco; 
Elementos Secundários: cujos percentuais são menores e tem como objetivo uma ação específica para se obter determinada propriedade de uso ou característica de fundição como: Níquel, Ferro, Berílio; 
Elementos modificadores, refinadores ou neutralizadores: usados em pequenos percentuais com a finalidade de alterar a microestrutura, obtendo-se melhores propriedades ou características de processo como Titânio, Sódio, Estrôncio, Boro; 
Elementos tidos como impurezas: os quais devem ser controlados ou balanceados de maneira mais rigorosa como: Chumbo, Cromo, Cálcio, entre outros, que em geral exercem influência perniciosa sobre certas propriedades ou características de fundição.
Grupos de liga
Cada liga de alumínio é agrupada de acordo com o elemento principal adicionado a mesma:
	Tabela 2 – Grupos de liga
	Algarismo
	Grupo
	1
	Al puro
	2
	AlCu
	3 
	AlMn
	4
	Alsi
	5
	AlMg
	6
	AlMgSi
	7
	AlZn
	8
	Outros
	
	
Fonte: Manual de tecnologia metal mecânica – pág. 165
1xxx: É uma liga de alumínio puro (99,9%). Ela é muito resistente a alta corrosão, possui altas condutividades térmica e elétrica. Porém, apresenta baixa resistência mecânica.
2xxx: Essa liga apresenta o cobre como principal elemento de liga. Ela é muito aplicada na industria aeronáutica, devido a alta resistência mecânica.
3xxx: O manganês é o principal elemento de liga. Tendo como principal aplicação os produtos estampados.
4xxx: Essa liga apresenta o silício como elemento de liga. Elas são muito utilizadas como materiais de adição para solda.
5xxx: Nessa liga o magnésio é o elemento de liga. Suas aplicações e a mesma da serie 3xxx.
6xxx: É uma liga que apresenta o Al-Mg-Si, tendo como resultado a fase Mg2Si. Não são tão resistentes, porém são utilizadas na fabricação de bicicletas, pois podem ser soldadas.
7xxx: É uma liga de Al-Zn. Ela apresenta uma alta resistência mecânica e tenacidade. Muito utilizado na industria aeronáutica.
8xxx: Seu principal elemento de liga é o lítio. Apresentam alta resistência mecânica especifica.
9xxx: Outras ligas que não foram especificadas anteriormente.
MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA POR DEFORMAÇÃO A FRIO
Para ligas que não são tratáveis termicamente só são modificadas pelo estiramento provocado por uma deformação a frio (REMY, A.; GAY, M.; GONTHIER, R. - pág. 209). Nesse caso há a perturbação da rede cristalina, provocando um aumento de carga de ruptura e do limite elástico.
Esses mecanismos podem ser associados a vários processos industriais, por exemplo, laminação e trefilação, não sendo necessário na maioria dos casos tratamentos especiais, ou seja, aumenta-se a resistência ao mesmo tempo em que se fabrica o produto.
TRATAMENTOS TÉRMICOS EM LIGAS DE ALUMÍNIO
Os tratamentos térmicos visam modificar as propriedades dos materiais adequando-os aos meios nos quais serão utilizados. Tal processo consiste em aquecer um determinado material e resfria-lo controladamente, de acordo com a (s) propriedade (s) que se deseja obter.
Ao submeter um material a um tratamento térmico pode ocorrer mudanças como variação de microconstituintes presentes, mudança na concentração e redistribuição dos defeitos cristalinos como também alterações das fases presentes dentre outras.
No entanto nem todas ligas são suscetíveis a tratamentos térmicos, e isso também vale para as ligas de alumínio. As ligas de alumínio podem ser divididas entre tratáveis termicamente e as não tratáveis termicamente.
As ligas não tratáveis termicamente consistem em apenasuma fase e o aumento da resistência é obtido através de solução sólida. Já as ligas tratáveis termicamente são capazes de serem endurecidas por precipitação, sendo que em alguma delas há a precipitação de dois elementos para formação de um composto intermetálico.
Pode se aumentar a resistência do alumínio com trabalho a frio como para a maioria dos outros metais ou apenas pela formação de liga, porém vale apena ressaltar que ambos os processos tendem a diminuir sua resistência a corrosão.
Homogeneização
Tem por objetivo reduzir as segregações além de controlar certas características metalúrgicas. É um tratamento térmico realizado a cerca de 500°C.Figura 3 - Efeito da homogeneização
 
 Fonte: http//:www.ebah.com.br
Solubilização / Envelhecimento
As maiores resistências mecânicas são obtidas com ligas que respondem a esse tratamento. Primeiramente aquece-se a liga a cerca de 500°C, podendo essa temperatura variar conforme a liga. Isso provoca a dissolução dos elementos de liga na solução sólida. Em seguida provoca-se o resfriamento rápido com água para que não haja a precipitação de nenhum microconstituinte.
Pelo fato dessa condição ser instável, gradualmente os microconstituintes precipitam-se de maneira extremamente fina, havendo o máximo de envelhecimento (tornando-se mais dura). 
Na liga Al-Cu (Figura 4) pode se observar uma grande região de solubilidade, sendo o limite máximo de 5,65% de Cu em Al, tornando possível o tratamento de solubilização.
Em uma liga com 4% Cu resfriada em condições de equilíbrio apresenta uma microestrutura com formação de precipitados Al2Cu e uma matriz de solução sólida a. Os tamanhos de grão desses precipitados variam de acordo com a taxa de resfriamento.
Submete-se essa liga a um ciclo de aquecimento dentro da região sólida até que não haja nenhum precipitado presente no material, isso é provocado pelos mecanismos de difusão que farão com que o cobre entre no reticulado cristalino do alumínio.
O resultado é uma região monofásica a. Em seguida resfria-se rapidamente para manter essa condição, obtendo uma condição metaestável. Submete-se esse material a longos ciclos de aquecimento em baixar temperaturas, isso faz com que haja a precipitação de Al2Cu extremamente finos dentro da matriz. 
Precipitação
Esse tratamento térmico visa obter combinações desejadas de propriedades mecânicas, elétricas ou da resistência a corrosão, e pode ser utilizado tanto em ligas trabalhadas como em ligas fundidas (item 4). Esse tratamento é realizado depois que é formada uma solução sólida supersaturada que é conseguida através da solubilização. 
Figura 4 - Tratamento térmico de solubilização seguido de precipitação
 
 
Fonte: http//:www.aluinfo.com.br
	
Recozimento
Consiste em elevar a temperatura do material a cerca de 280 a 500°C de 30 minutos a 6 horas para ligas de laminação, e a temperaturas de 510 a 560°C de 3 a 8 horas para ligas de fundição. A velocidade de resfriamento varia de 20 a 25°C por hora. Esse tratamento tem como objetivo provocar o desaparecimento dos efeitos do trabalho a frio, deixando-o mais dúctil.
Um recozimento bem sucedido deve apresentar apenas recristalização primária, já que uma recristalização secundária causada por superaquecimento provoca o crescimento exagerado de grãos, prejudicando os posteriores trabalhos com o material. Tais grãos de tamanhos exagerados consistem na chamada “casca de laranja”, e para sanar esse problema é necessário um processo adicional, como o polimento.
 Figura 5 - Efeito do recozimento na microestrutura de uma liga de alumínio encruada
Fonte: http//www.ebah.com.br
CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS DE ALUMÍNIO
As ligas de alumínio podem ser classificadas em ligas trabalhadas e ligas de fundição, sendo que estas apresentam composição e microestrutura diferentes, e cada um desses grupos ainda podem ser divididas em tratáveis e não tratáveis termicamente.
As composições para essas ligas são designadas por um número com 4 dígitos, que indica as principais impurezas presentes (Tabela 1). Após esses dígitos existe um hífen seguido de uma letra, a qual indica o tratamento mecânico e/ou térmico que a liga foi submetida.
	Tabela 3 - Sistema de classificação das ligas de alumínio
	Ligas trabalhadas
	
	
	
	1xxxa
	Al (99%)
	Não-endurecível por precipitação
	2xxx
	Al-Cu e Al-Cu-Li
	Endurecível por envelhecimento
	3xxx 
	Al-Mn
	Não-endurecível por envelhecimento
	4xxx
	Al-Si e Al-Si-Mg
	Endurecível por envelhecimento nas ligas que contém magnésio
	5xxx
	Al-Mg
	Não-endurecível por envelhecimento
	6xxx
	Al-Mg-Si
	Endurecível por envelhecimento
	7xxx
	Al-Mg-Zn
	Endurecível por envelhecimento
	8xxx
	Al-Ni, Sn, Zr ou B
	Endurecível por envelhecimento
	9xxx
Ligas de fundição
	Não utilizadas atualmente
	
	
	1xx.xb
	Al comercialmente puro
	Não-endurecível por envelhecimento
	2xx.x
	Al-Cu
	Endurecível por envelhecimento
	3xx.x 
	Al-Si-Cu ou Al-Si-Mg
	Algumas são endurecível por envelhecimento
	4xx.x
	Al-Si
	Não-endurecível por envelhecimento
	5xx.x
	Al-Mg
	Não-endurecível por envelhecimento
	7xx.x
	Al-Mg-Zn
	Endurecível por envelhecimento
	8xx.x
	Al-Sn
	Endurecível por envelhecimento
	9xx.x
	Não utilizadas atualmente
	
	
	a O primeiro dígito indica o elemento de liga principal, o segundo indica a modificação, e os dois últimos, o decimal da concentração de Al. Exemplo: 1060 indica uma liga com 99,6% de Al.
b O último dígito indica a forma do produto solidificado. Os dígitos 1 e 2 indicam um lingote (dependendo do grau de pureza), e 0, uma peça fundida. 
Fonte: Askeland, Donald R. – pág. 424.
As designações das ligas de alumínio são classificadas de acordo com a ABNT NBR 6835 e de acordo com o processo na qual são submetidas:
“F” – como fabricada: é designada aos produtos que foram fabricados com processos de conformação sem qualquer controle térmico ou de encruamento;
 “O” – recozidos: aplica-se aos produtos acabados no estado que apresenta o menor valor de resistência mecânica;
“H” – encruada: é designada aos produtos em que aumentou a resistência mecânica por trabalho a frio, sendo que estes podem ainda passar por um tratamento de recozimento ou estabilização;
 H1x – apenas trabalhada a frio (x quantifica a intensidade do trabalho a frio e o endurecimento)
H12 – trabalho a frio que produz limite de resistência a tração entre as condições O e H14;
H14 – trabalho a frio que produz limite de resistência a tração entre as condições O e H18;
H16 - trabalho a frio que produz limite de resistência a tração entre as condições H14 e H18;
H18 - trabalho a frio que produz uma redução de cerca de 75%;
H19 – trabalho a frio que produz um limite de resistência à tração superior a 2000 psi em relação à obtida pelo tratamento H18;
 H2x – trabalhada a frio e parcialmente recozida
 H3x – trabalhada a frio e estabilizada à baixa temperatura para evitar o endurecimento por envelhecimento durante a utilização normal do componente.
“W” – solubilizada: é aplicada a apenas algumas ligas que envelhecem naturalmente a temperatura ambiente após o tratamento de solubilização.
“T” – tratadas termicamente: aplica-se aos produtos que sofreram tratamentos térmicos como ou sem conformação plástica.
T1 – resfriada a partir da temperatura de fabricação e envelhecida naturalmente;
T2 – resfriada a partir da temperatura de fabricação, trabalhada a frio e envelhecida naturalmente;
T3 – solubilizada, trabalhada a frio e envelhecida naturalmente;
T4 – solubilizada e envelhecida naturalmente;
T5 – resfriada a partir da temperatura de fabricação e envelhecida artificialmente;
T6 – solubilizada e envelhecida artificialmente;
T7 – solubilizada e estabilizada por superenvelhecimento;
T8 – solubilizada, trabalhada a frio e envelhecida artificialmente;
T9 – solubilizada, envelhecida artificialmente e trabalhada a frio;T10 – resfriada a partir da temperatura de fabricação, trabalhada a frio e envelhecida artificialmente.
PRINCIPAIS PROCESSOS INDUSTRIAIS DO ALUMÍNIO
 A utilização do alumínio é viável em quase todos os processos metalúrgicos usuais que está disponível para indústria em uma ampla variedade de formas comparadas a outros materiais. Ele possui uma grande vantagem sobre os outros metais, pois suas operações que envolvem a transformação podem ser convenientemente agrupadas sobre várias condições, onde o metal se torna um dos mais importantes produtos usual em processos industriais.
 Uma das grandes facilidades em processos industriais do alumínio é que ele pode ser processado de formas, chegando a ser depois do Ferro um dos metais mais utilizados na produção industrial. Seus principais processos industriais são:
Laminação: chapas planas ou bobinadas, folhas e discos;
Soldagem: pontes, construções, transportes, etc. 
Forjamento: indústria aeronáutica, bélica, transportes, máquinas/equipamentos. Fundição: peças que exigem maiores precisões nas dimensões e que são dificilmente ou impossivelmente de serem usinadas, por exemplo: Bloco de motor.
Extrusão: perfis sólidos, tubulares e semi-tubulares.
Estampagem: chapas e discos, que são amplamente utilizados para estampagem profunda e repuxação. 
A RECICLAGEM DO ALUMÍNIO
 Alumínio é o primeiro nome lembrado quando o assunto é reciclagem. A reciclabilidade é um dos principais atributos do alumínio e reforça a vocação de sua indústria para a sustentabilidade em termos econômicos, sociais e ambientais. O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. A reciclagem do alumínio representa uma combinação única de vantagens. Economiza recursos naturais, energia elétrica - no processo, consome-se apenas 5% da energia necessária para produção do alumínio primário, além de oferecer ganhos sociais e econômicos. Esta característica possibilita uma combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se além da proteção ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.
CONCLUSÃO
 O alumínio é um dos metais mais metais mais utilizados na indústria, devido a sua grande versatilidade e seletividade em processos industriais. Ele é utilizado em quase todos os processos metalúrgicos. Suas ligas possuem as mais diversas propriedades mecânicas desejadas nos mais diversos processos industriais, por esse fato, o alumínio apresenta uma grande aplicação em quase todos os ramos de produção, desde a indústria automobilística, aeronáutica, naval, bélica, na transmissão de energia elétrica ou até mesmo em tecnologias aeroespacial. Por ele é um dos mais versáteis metais utilizados, ocorreu um grande desenvolvimento novas ligas e empregaram-se processos de beneficiamento. Atualmente, o Alumínio vem ganhando um grande destaque tno cenário mundial desde projetos visando o desenvolvimento de novos materiais até em ações envolvidas com o meio ambiente.
REFERÊNCIAS
ASKELAND, D. R.; Ciência e engenharia dos materiais, Editora Cengage Learning, São Paulo – SP, 2011.
CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais uma introdução. 2ª ed. Editora LTC. 2006.
REMY, A.; GAY, M.; GONTHIER, R.; Materiais, 2ª Edição, Ed. Hemus.

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